Baccano! – Capítulo 01 – Vol 01 - Anime Center BR

Baccano! – Capítulo 01 – Vol 01

Epílogo (Parte 1)

Tradução: PH

 

Por que algo assim teve que acontecer comigo?

“Face to wall!”

‘Feisu’ é rosto… ‘wo-ru’, portanto, deve significar parede… Ah, Ah, aquele ‘tu-’, o que era isso? Mas esses caras não parecem realmente se importar se eu sei inglês ou não. Por que eles disseram isso?… Antes mesmo de seu aviso (Ou ao menos eu pensei que tenha sido), minha cabeça já estava sendo empurrada contra a parede de pedra. 

Tudo isso começou com um sorteio em uma rua comercial no Japão.

“Parabeeeéns—! O grande prêmio, uma viagem de 5 dias e 3 noites para Nova Yoooork!

Enquanto ele gritava com uma voz aguda o suficiente para danificar vasos sanguíneos, o sino ao lado começava a tocar ‘garan garan’.

Garan garan garan garan garan…

Com o badalar do sino ainda ressoando em meu ouvido, eu estava nas ruas de Nova York.

Na verdade, tudo o que eu queria era o segundo prêmio.

 

Eu segui em meio às florestas de arranha-céus em direção à Ponte de Manhattan. Eu queria comer um pouco de comida chinesa em Chinatown. Se eu não pudesse decidir o que iria comer, então apenas comeria um ramen. Isso era um senso comum que se aplica em todo lugar do mundo.

Apesar deles chamarem de ‘Grande Prêmio’, naturalmente eles me deram apenas o mínimo de dinheiro necessário para a viagem. Sendo assim, essa viagem não foi tão luxuriosa quanto eu imaginei. Era uma viagem para dois, então eu vendi o outro ticket em uma loja de trocas e consegui um dinheiro reserva para gastos.

O fato de Nova York ter uma rede de lojas japonesas de bife Gyudon tocou meu coração (Em termos de dinheiro). Mas o nome da loja era em ‘romaji’, então não pareceu muito certo. Eu estava em Nova York a menos de um dia, e já sentia que não havia visto kanjis há um bom tempo.

Eu me distraí com esse pensamento enquanto vagava sem rumo, quando o barulho de alguma comoção chamou a minha atenção.

Cinco ou seis jovens garotos haviam se reunido em um pequeno beco, se agitando inquietos. Eles pareciam estar rodeando algo, então me aproximei um pouco para dar uma olhada. Então, o mais novo do grupo agarrou meu braço, rindo ‘Hi-hi, hi-hi.’

O que foi isso?

Minha curiosidade venceu, movi meu olhar em direção ao centro da multidão.

— O quê? Não havia nada ali.

Logo quando fui comentar isso, eles me pegaram de surpresa. Com um alto grito, os rapazes avançaram em mim.

 

O que veio depois foi, obviamente, a abertura desse capítulo.

 

Eu havia pensado que, se eu alguma vez me tornasse envolvido em uma confusão como essa, eu poderia lidar com ela apenas confiando em meu próprio julgamento… Mas a realidade foi que eu nem tive tempo de reagir.

Eu não tinha nem ideia do que aconteceu comigo após isso. Quando voltei à consciência. Eu já estava largado no asfalto ardente. Desnecessário dizer, mas no momento que consegui me pôr de pé, aqueles jovens já haviam escapado, desaparecendo pela esquina do beco.

Ótimo, eu não fui morto. Esse pensamento de gratidão cruzou a minha mente, até que eu notei que todos os meus pertences haviam sido roubados… Então não estava tudo bem, afinal. Em teoria, alguém deveria estar grato por ter sua vida conservada, mas isso é facilmente esquecido pela mente humana limitada. Agora que pensei sobre isso, há muita oportunidade para vingança. Porém, nesse momento apenas estava levando em consideração, mas ainda assim não conseguia tirar esse pensamento de minha mente.

Como um fotógrafo de animais, eu deliberadamente trouxe comigo um caríssimo equipamento de fotografia. No fim, tudo foi roubado.

Caramba, quantos milhares custava aquela câmera? Não podia fazer mais nada além de ficar furioso.

 

<=>

 

Sem nenhum lugar para ir, eu suprimi minha raiva e contatei a polícia no hotel. Como se estivesse em um dos típicos filmes ou programas de TV populares, eu fui forçado a fazer o papel de “vítima japonesa”, o que foi bem mais deprimente que o roubo em si.

E a reação da polícia foi diferente das minhas expectativas.

Eles apenas me entregaram os mínimos documentos necessários para aplicação de seguros. O atendente do hotel, que falava um pouco de japonês, me informou que a polícia não se importa com esse tipo de caso. Claro, se eu fosse gravemente ferido ou ameaçado com uma arma, esse teria sido um problema completamente diferente.

Mas aquela câmera, aquela cara câmera que eu desejava tanto e guardei muito dinheiro para conseguir comprar- Nem ferrando que eu iria desistir tão facilmente! Mais que isso, eu não tinha nem mesmo o dinheiro para cobrir o seguro.

Levando em conta o quão furioso eu estava, não havia garantia de que eu não iria partir ao meio o crânio do lojista que vendeu esse tipo de viagem logo quando eu voltasse ao Japão.

Mesmo que eu me imaginasse realizando o ‘Shining Wizard’ com meu joelho, eu me desesperei. E apesar da polícia ter sido muito colaborativa, havia um sentimento no ar de que crimes hediondos, como assassinatos, ocorreram antes de meu caso.

… E, o policial mais velho, que estaria dando uma olhada no relatório novamente, analisou a cena do roubo e resmungou algo.

A tradução do que ele disse seria algo como:

“… Talvez tenha uma chance de recuperar sua câmera… Mas não é algo que recomendo,”

 

<=>

 

“Ai ai… Mas que desastre…”

Aparecendo no ponto de encontro estava um cavalheiro, de idade jovem.

Uma cabeça com cabelos castanhos e óculos redondos. Esse homem parecia exatamente com o estereótipo de um banqueiro. O seu japonês fluente havia me confundido, ao ponto de achar que ele seria japonês a primeira vista… Mas com uma análise melhor, ele parecia completamente diferente de uma pessoa japonesa.

Mais cedo, o policial mais velho ligou para um lugar, me deu as direções para o local e apenas me disse ‘Peça ajuda para o homem que estiver lá. Terá um tradutor’. A complicada expressão em seu rosto foi o que me deixou a maior impressão.

“Você é sortudo, não é?… O chefe do departamento investigativo que nos apresentou, Paul Noah- Nós nos encontramos algumas vezes… Se não fosse por ele, você teria pego no sono de tanto chorar.”

Para usar uma frase como “pegar no sono de tanto chorar.”- O conhecimento sobre japonês desse homem deve ser extraordinário. E a sua pronúncia não estava minimamente errada… Não, deve ser dito que a sua fala tem um teor mais antigo que o japonês moderno.

“Eu ouvi sobre o seu problema… Eu receio que seus pertences tenham sidos pegos por Bobby e seu grupo… Ai, esses travessos têm frequentado essa área recentemente.”

… Isso foi no mesmo nível de uma travessura?

De qualquer forma, havia algo suspeito sobre esse homem. Ele provavelmente é um detetive, mas por algum motivo eu não conseguiria o ler, e aura que ele emanava era diferente de uma pessoa normal.

Mas não importa, o simples fato de encontrar alguém com quem eu consiga me comunicar já era tranquilizante.

… Esse pensamente apenas durou um instante.

“Como isso soa? Seus pertences roubados… Por um décimo de seu valor, eu vou ter uma pequena ‘negociação’ com eles e você terá a sua câmera de volta?”

… Eu vejo, ele provavelmente é o chefe do grupo de ladrões. Não só ele pegaria um décimo do valor, ele evitou problemas, assim como eliminou a necessidade de trocar os objetos roubados por dinheiro.

Bem, ainda assim, uma quantia de dez por cento do valor era uma oferta muito boa. Pensando nisso, eu concordei sem abaixar minha guarda em frente a esse homem.

“Ok, isso é um acordo.”

O homem disse que ia me guiar até um local.

Eles estavam planejando pegar meus órgãos e vender eles? Por conta da ansiedade me revirando pelo interior, eu decidi gritar ‘herupu’ enquanto escaparia caso a situação fosse para um caminho ruim.

De qualquer forma, matar para vender órgãos extraídos poderia ser descrito como “Troca de carne”.

Enquanto me distraía com esses problemas inúteis, eu fui levado até um bar na esquina de uma rua maior.

Uma colmeia estava desenhada no letreiro com uma linha de letras em inglês escritas nas células do favo de mel. Como eu não sabia inglês, apenas o chamei de “Bar da Colmeia” por maior comodidade minha.

Entrando no estabelecimento, eu poderia sentir o doce cheiro de mel. O interior era maior do que parecia por fora. E apesar de eu ter dito que isso seria um bar, não era impensável achar que ele seria um restaurante de alta classe.

Eu não estava querendo arrumar problemas. Pensando nisso, eu dei uma olhada melhor ao meu redor. O “homem ilegível” definitivamente estava no local, mas quando observei, também haviam idosos, crianças e até casais. Com isso, eu me acalmei.

O homem caminhou até a região mais ao fundo do estabelecimento e disse algo para um homem. O outro homem afirmou silenciosamente e desapareceu nos fundos do bar, sem levar nada com ele.

“Ah, eu contei para ele sobre a situação… Já agora, eu estava pedindo para ele devolver o item. Ai, nós vimos esses jovens por perto… Então eu acho que vamos encontrá-los logo.”

Ele e os ladrões estavam claramente trabalhando juntos, mas ainda assim ele mantinha o perfil de inocente. Claro, eu não disse isso em voz alta.

“Bem, como estamos esperando, por que não conversamos um pouco?”

Mesmo ele dizendo algo do tipo, eu não fazia ideia sobre o que deveríamos conversar. Porém, eu vou só perguntar o porquê do japonês dele ser tão bom.

“Ah… Uma das pessoas no comando da organização é japonesa… Ele se chama Yaguruma-san, ele me ensinou diversas coisas. Eu aprendi a fala moderna e acento vendo filmes e lendo quadrinhos japoneses.”

Organização? Então era alguma organização parecida com a Máfia, afinal. Nesse ponto, não importava se eles eram da Máfia ou não, eu apenas perguntei diretamente para ele.

“Não… Nós não somos da Máfia. Apesar de que geralmente somos considerados como o mesmo tipo de organização… Nós, na verdade, somos ‘Camorra’. Sabe o que é isso?”

“Eu nunca ouvi sobre isso antes.”

“Organizações de Sicília, na Itália, são ‘Máfia’… Originalmente eles eram forças policiais armadas de vilas rurais… Mas você pode dizer que eles eram tropas de autodefesa. Apesar de nós ‘Camora’, também nos originamos na Itália, somos de Nápoles. Eu suponho que poderia dizer que nossa organização surgiu nas prisões, mas não tenho muito conhecimento sobre os detalhes.”

Então eles se originaram em prisões? Apenas esse fato fez parecer que essa ‘Camorra’ era pior que a ‘Máfia’, mas deixei esses pensamentos para mim mesmo.

“Meu papel no nosso grupo é o ‘conta è oro’ , o guarda-livros. Mais ou menos como aqueles que controlam as finanças do grupo… Na Máfia são os contadores que tomam conta disso.”

Do meu ponto de vista, ambos pareciam o mesmo.

“Haha… Hoje em dia todos nos chamam de ‘Máfia’. Máfia do tráfico, Máfia chinesa, Máfia russa, Máfia contrabandista… Porém, lá em Nápoles a ‘Camorra’ é muito forte. Porém, nós nascemos na América, então pode se dizer que somos ‘órfãos’ sem conexão direta com Nápoles.”

Apesar dele ter revelado bastante informações sobre os trabalhos internos da Organização, eu apenas pude entender uma pequena porção do que ele havia dito. Eu nunca tive problema com nenhuma organização violenta no Japão. Ao meu ver, esses “Camorra” e “Máfia”… Essas pessoas que viviam no lado escuro da comunidade, não pareciam reais para mim.

“Isso é natural. Mesmo entre as pessoas vivendo em Nova York, aqueles que entram em contato com gangues são menos de 1% da população. Claro, isso inclui aqueles que são feridos diretamente pelas gangues. Eu mesmo sou uma pessoa meio entrometida, então tem vezes que me introduzo para pessoas como você. Porém, o número de pessoas que podem chegar a me encontrar, são apenas uma pequena fração daquele 1%.”

… A verdade é, que eu gostaria de começar a choramingar sobre o quão ruim a minha sorte era.

Mas eu já estou engajado pelas capacidades de conversar que esse homem tem. Como eu poderia dizer isso? Era como se eu estivesse falando com um amigo que conheço a anos, apesar de que nós dois nem mesmo soubéssemos o nome um do outro.

“Ai… Na verdade, os números deveriam ser maiores. É apenas que as pessoas que têm conhecimento sobre a Máfia raramente falam sobre esses assuntos…”

Essa era coisa de filme. A Máfia aplicava o “Voto de Silêncio”, e os civis fingiam que não viam nada por medo de repreensão.

Mas… Tendo dito isso, como deveria considerar essa pessoa, que havia contado para alguém que acabou de conhecer sobre essas organizações?

“Haha! Eu não sei sobre outras organizações, mas aqui nós não somos tão restritos quanto às coisas. E não fazemos coisas tão terríveis quanto vingança… Dentro da Máfia Siciliana, membros são perdoados por falar qualquer coisa sobre fazer parte da organização. Camorra… Uma vez foi como a Máfia americana… Mas agora, nós membros todos iremos dizer a verdade e falar o nome de nossa organização… E até mesmo o chefe de nossa organização vai aceitar entrevistas com a mídia.”

“Então vocês gostam de se mostrar?”

Com minha pergunta, houve um momento de silêncio, até que ele explodiu em gargalhadas.

Após rir por um momento, ele me encarou com certa quantidade de interesse e comentou:

“… Você. Você realmente teve a coragem de dizer isso na minha frente, um Camorra, uh… Você não está assustado?”

“Absolutamente não.”

“… Ou talvez você duvide que eu seja um gangster?”

“Absolutamente não. Mesmo que você esteja mentindo, não haveria necessidade alguma de me enganar com a ‘Camorra’.”

“… Você é estranho… Quando ouvi de você sobre aquele cara, Paul, achei que era um típico japonês ingênuo.”

“Que gentil de sua parte. E vendo como seu japonês está sendo tão fluente ultimamente, você deveria ter conhecimento que a maneira própria para se referir a alguém mais velho é ‘-san’, como ‘Paul-san’, por exemplo. Mesmo que a hierarquia de idade seja menos proeminente na América, como a pessoa mais nova, você deveria demonstrar ao menos o mínimo de respeito, não acha?”

Com essa frase, as engrenagens de minha vida enlouqueceram, como se um interruptor tivesse sido ligado. Nesse instante, isso mudou além das minhas imaginações mais selvagens.

Nessa hora, o silêncio se arrastou por muito mais tempo, até que ele riu a dizer para si mesmo:

“Que coincidência… Hm… Isso não é interessante?…”

Do que ele estava falando? Enquanto eu estava confuso, ele me deu um sorriso travesso, como uma criança descobrindo um novo brinquedo… Ou como estivesse pensando em uma nova pegadinha- Esse foi o tipo de sorriso que ele direcionou para mim.

E, após demonstrar uma expressão perplexa, como se estivesse com dificuldades de montar uma frase, ele sussurrou para mim:

“Paul é… Mais novo que eu.”

Ah… Uh… Espera um pouco, o que ele disse? Aquele policial, não importa como você veja, já havia passado de seu tempo…

“Aquele policial possuía uma face tão envelhecida assim?”

“Sim e não… Voltando ao que estávamos falando… Desde os últimos 60 anos, há ao menos 100 pessoas as quais já me apresentei como um Camorra. Claro, isso excluindo as pessoas que já me conheciam, e a polícia… Assim que era originalmente. Pare para pensar sobre isso, sem um encontro do destino como esse, eu nunca teria a oportunidade de ter falado com um turista decente como você. Haha!”

Por um momento, eu achei que havia escutado errado. 60 anos. Esse jovem em minha frente…? Apesar de eu não ser muito bom em calcular a idade de uma pessoa branca apenas por seus traços faciais, esse jovem na minha frente não poderia estar nem na metade para 60 anos!

Vendo a minha expressão desacreditada, ele ajustou os óculos enquanto dizia o seguinte, de maneira embaraçosa:

“Ai, eu sou um imortal. Eu não posso morrer.”

Oooh, então esse cara gosta de contar piadas americanas.

“Ah, então você não acredita em mim, não é? Mas é verdade, mesmo que eu seja cortado ou queimado, não irei morrer.”

Insistir na história era uma característica especial das piadas americanas.

Escutando eu fazer barulhos educados de compreensão, ele sorriu docemente e

retirou uma pequena faca do interior do bolso no peito de sua camisa, e em seguida apunhalou a própria mão.

Naquela fração de segundos, eu não entendi completamente o que aconteceu. No local onde a faca havia o atingido, um sangue escarlate começou a sair da ferida. Me vendo chocado, ele sorriu e disse:

“Está tudo bem… Vê?”

Ele lentamente puxava a faca. Eu achava que sangue fresco iria jorrar, porém o sangue parou de fluir completamente.

O que vi em seguida “explodiu” minha mente.

O sangue do homem que havia se espalhado pela mesa… Começou a se remexer como um organismo consciente. E como se quisesse retornar ao corpo de seu dono, foi sugado até a sua ferida. Quando todo o sangue voltou, o ferimento automaticamente desapareceu, sem deixar nenhum traço para trás. Não restava mais nenhuma mancha de sangue na mesa.

Se isso tivesse ocorrido nas telas de um cinema, eu teria rido por conta dos péssimos efeitos especiais. Infelizmente, isso havia acontecido na frente de meus olhos.

Seja o movimento desafiador da gravidade feito pelo fluído, ou a regeneração instantânea, não podia se negar que o clichê parecia melhor em CG. Mas isso apenas incrementou a surrealidade da situação.

O evento sobrenatural que ocorreu nessa loja… Não, nesse mundo- Poderia ser apenas eu que não tinha conhecimento sobre isso? Nesse bar com uma atmosfera clássica, um homem realizou um feito que contrariou todas as leis da física. Ainda assim, nenhum funcionário ou cliente sequer olhou nessa direção.

Após pensar por um tempo, eu falei. Sentado na minha frente… Que tipo de pessoa era essa?

“Por acaso você quer me matar?”

Por um momento, o homem parecia um pouco aturdido, mas logo sorria novamente para mim.

“Essa é a primeira vez que alguém teve esse tipo de reação… Até agora, todos os que viram isso, se eles não estivessem se afastando e fazendo cruzes, estavam apontando armas para mim… Ah, claro, esses últimos eram levados até a polícia. Ai ai, eu realmente tenho pena deles. E de novo, apenas a visão de eu pegando minha faca assustava alguns.”

Isso é normal.

“Por que eu iria matar você?”

“Porque penso que você seja um monstro.”

Eu respondi honestamente. Eu me senti mal me referindo a ele como um monstro, mas, ao mesmo tempo, queria avisar para ele nunca mais assustar alguém tão intensamente com um truque real.

“… Você é alguém raro. Você é o primeiro a reagir tão calmamente.”

“Pessoas dizem que eu era calmo, ou que pareço insensível. Apesar do que os outros dizem, desde que eu quase fui comido por um urso negro na região de Hokkaido, meus sentimentos de choque ou medo estão um pouco em falta. Uma vez me sugeriram me tornar um fotógrafo de guerra, mas como eu não tenho conhecimento algum de sobrevivência em campo de batalha, eu definitivamente iria morrer. E como eu não tinha razão para morrer, apenas continuei como um fotógrafo de animais.”

Após ouvir as minhas palavras, o homem olhou para mim com os olhos “brilhando” de satisfação.

“Você é uma pessoa verdadeiramente interessante. Como é uma oportunidade difícil de se encontrar, gostaria de ouvir uma história minha? Uma história sobre o tempo que eu ganhei esse poder de imortalidade, e diversas outras histórias relacionadas… É uma ótima maneira de passar o tempo, não acha?”

“É realmente um tópico interessante… Mas está tudo bem alguém que você acabou de conhecer escutar tudo isso?”

“Sem problemas. Aliás, mesmo se você contasse para outras pessoas, ninguém ia acreditar em você.”

Eu o pressionei para saber se ele era de algum tipo de religião. Como eu poderia estar tão calmo com um imortal em minha frente? Pensar nisso só agora… Eu devo ser realmente muito lento.

“A-ah, não se preocupe. Eu não sou relacionado de nenhuma maneira com esse tipo de coisa. Eu apenas quero jogar um tempo fora, isso é tudo… Mas, essa história tem um demônio.”

Esse homem, um autodenominado “conta è oro” da Camorra, que ao mesmo tempo parecia ser um imortal. Após pedir alguma comida para a garçonete, começou a contar a sua história.

“… Bem, vamos começar… Um homem que, após beber o vinho do demônio, se tornou imortal. Essa é a história solitária desse homem desafortunado. O cenário era a época da Proibição em Nova York (Lei seca). A história de diversos destinos rodeando a aparição do suposto ‘Vinho da Imortalidade’, e a espiral de pessoas que estavam envolvidas…”

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