Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 02 – Vol 01 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 02 – Vol 01

Capítulo 02

Perdido e confuso

Eles haviam deixado o escritório lua vermelha do Esquadrão de Soldados Voluntários, mas para onde iriam agora? Falou-se em coletar informações, mas Haruhiro e companhia não sabiam absolutamente nada sobre essa cidade chamada Altana. Nenhum deles conhecia ninguém aqui, portanto, não tinham conexões nas quais confiar, e Renji, Kikkawa, Manato e até mesmo Kuzuoka e Moguzo também não pareciam estar mais por perto. Parecia que eles já haviam partido para outro lugar.

Ninguém sabia o que fazer.

Haruhiro, Ranta, Yume e Shihoru ficaram parados em frente ao escritório por um tempo, atordoados.

— …O que devemos fazer? — Shihoru foi o primeira a falar.

Por que está me perguntando? Eu deveria estar perguntando a você, Haruhiro queria dizer, mas depois pensou:

Ela é uma garota. Não posso dizer isso dessa forma.

— O que… devemos fazer? — ele tentou perguntar.

— O que… devemos fazer, de fato? — Shihoru respondeu, três segundos depois.

— Vocês… — disse Ranta, com um suspiro exagerado. — Vocês não conseguem pensar em algo um pouco melhor? Mostrar um pouco mais de, sei lá, independência? Algo do gênero.

— Bem, já que você está dizendo isso, o que sugere…?

— Estou pensando sobre isso, tá bom? Sobre o que fazer em seguida.

Yume deu uma risadinha para si mesma. — Isso soa mais ou menos da mesma forma para Yume.

— Sim, mais ou menos —, disse Ranta, esfregando a parte de baixo do nariz como uma criança travessa. — Pode-se dizer que sim.

Sinceramente, isso é muito ruim, Haruhiro não pôde deixar de pensar. Kuzuoka nos chamou de “as sobras”, e ele pode estar absolutamente certo. Nós, os quatro indecisos, fomos deixados para trás e não estamos tentando nos unir para fazer algo, estamos apenas meio que aqui. Será que esse é o pior resultado possível…?

— Moguzo é bom… —, disse Ranta, dando voz a um pensamento que Haruhiro não podia dizer que não compartilhava. — Mesmo que aquele Kuzuoka pareça ser um canalha desonesto. Ele tem experiência, sabe? Se você entrar em um grupo com um cara que parece saber das coisas, pode até relaxar um pouco. A partir daí, pode ser bem tranquilo. E por que Moguzo, afinal? Ele deveria ter me escolhido. Sou claramente muito mais útil. Sério… Sério…

— Tem certeza? — Yume perguntou com uma voz suave.

Haruhiro concordou. — Tenho dificuldade em ver isso.

— Vocês… — disse Ranta, apontando para Haruhiro e Yume. — Só falam isso porque não viram o que eu posso fazer! Vou lhes dizer, sou realmente capaz! Desde que eu era um bebê mamando na teta da minha mãe, tenho sido secretamente famoso como um homem que faria grandes coisas!

— Se você fosse famoso, dificilmente seria um segredo — rebateu Haruhiro.

— Não se preocupe tanto com os detalhes. Só vai se cansar, sabe?

— Ter que lidar com você já me deixou  cansado…

— Você não tem resistência. Haruhiro, é tão inútil. Não serve para nada. Não serve mesmo.

— Não quero ouvir isso do cara cuja única qualidade é seu cabelo bagunçado.

— Não o fale do meu cabelo!!

— Ei, eu disse que era uma qualidade. Seu cabelo bagunçado é a única coisa que você tem a seu favor. O cabelo é tudo o que você tem.

— Sério? Você acha que meu cabelo cacheado é bom? Não tô convencido, tá bom…?

— O cabelo da Yume é todo liso, sabe —, disse Yume. — Quando a Yume vê outra garota com o cabelo cacheado, ela fica com ciúmes. A Yume acha que o seu é muito bom, Ranta.

— Sério? Meu cabelo cacheado é tão bom assim? De verdade?

— Sim. Quando seu cabelo é todo cacheado assim, parece que o interior de sua cabeça também é todo fofo. É até bonitinho, sabe?

— O quê? Bonitinho? Não, tem certeza? Como homem, ter uma garota me chamando de fofo, bem, não é ruim, mas… Ei, espere! A parte interna da minha cabeça é toda fofa? Tá me dizendo que pareço um idiota?

Eles ouviram alguém inspirar bruscamente. Quando olharam, os ombros de Shihoru estavam tremendo e ela tinha o rosto entre as mãos.

Os olhos de Ranta se arregalaram. — O que…?!

Yume olhou para Shihoru e piscou algumas vezes.

Haruhiro, é claro, também ficou surpreso.

Ela está chorando…?

— Tem algo… errado? — Haruhiro foi colocar uma mão de apoio nas costas dela, mas se conteve. Tocá-la é provavelmente uma má ideia. Afinal, ela é uma garota.

— É… Não é nada… — Shihoru estava obviamente soluçando muito. — Nada… de jeito nenhum. Só estou… me sentindo um pouco preocupada…

— Oh… — isso fez sentido para Haruhiro, depois que ele pensou sobre isso. Na situação deles, talvez Haruhiro e os outros que estavam brincando com bobagens triviais como loucos. Shihoru talvez fosse a única normal.

— Pronto, pronto —, disse Yume, esfregando as costas de Shihoru para acalmá-la. — Pronto, pronto. Vai ficar tudo bem. Mesmo que Yume não tenha certeza do que exatamente vai ficar bem, tá bom.

Ranta fez uma careta. — Você é péssima nisso…

— Bem, mesmo assim… —  Haruhiro disse, coçando o pescoço. — Temos que fazer alguma coisa, ou estaremos em apuros, não acha? Ficar aqui em silêncio é estranho. Eu não sei. Deve haver outros soldados voluntários como aquele Kuzuoka. Poderíamos encontrar um deles e fazer perguntas… ou algo assim?

— Ok, conto com você pra isso! —  disse Ranta, dando um tapa no ombro de Haruhiro. — Encontre um deles rapidamente e faça perguntas ou algo assim! Vamo, Haruhiro! Você é o nosso hominho pra isso!

— …É quase revigorante ver como você está ansioso para que outra pessoa faça todo o trabalho.

— É como uma lufada de ar fresco, não é?

— Isso realmente me irrita.

— Vou ser direto e dizer: você ficar irritado não me incomoda nem um pouco!

— Você é o pior!

— Ah, deixa para lá. Você sugeriu isso, então você pode fazer isso. É assim que essas coisas funcionam, basicamente. Mas tudo bem, vamos dividir a carga de trabalho. Haruhiro, você está encarregado de encontrar um soldado voluntário e obter algumas respostas. Shihoru está encarregada de ficar deprimida. A Yume está encarregada de consolá-la. Quanto a mim, diremos que estou encarregado de esperar aqui até que você volte!

— Ranta, cara, você está realmente tão ansioso para não fazer nada…?

— Se você vai insistir, eu posso fazer alguma coisa, mas se não for divertido, eu não quero.

— Não temos… coisas mais importantes para nos preocupar do que se você está se divertindo ou não?

— Não, essa é a coisa mais importante. Sou o tipo de pessoa que quer aproveitar a vida. Se não posso aproveitá-la, ela não faz parte da minha vida. E quanto a você, Haruhiro? Você é do tipo que não consegue aproveitar a vida? Aposto que sim, com esses seus olhos sonolentos.

— Eu nasci com esses olhos! — Haruhiro respondeu a Ranta, depois suspirou profundamente. — Tudo bem, já tive o suficiente. Já estou voltando. Vou procurar um soldado voluntário para nós.

— Finalmente pronto para fazer isso, não é? Bem, da próxima vez, faça logo de início. Você é tão chato — disse Ranta.

Talvez eu devesse dar um soco nele, pensou Haruhiro, mas decidiu não fazer isso. Se eu der um soco em um cara como esse, só vou sujar meu punho e minha alma. Nem vale a pena bater nele.

Com um — Eu já volto, fiquem aqui — para Shihoru e Yume, ele se afastou da frente do escritório. Embora, honestamente, ele ainda não tivesse ideia de para onde ir.

O sol deveria estar a leste, portanto, aquele caminho é o norte, aquele é o sul e aquele é o oeste.

Ao norte, havia um prédio alto que parecia uma torre ou um castelo.

Provavelmente posso usar isso como um ponto de referência, então acho que vou dar uma olhada por aí. Ele decidiu ir para o norte com base nessa ideia, mas Haruhiro não estava aqui como turista. Será que vai dar tudo certo? Tenho certeza de que o grupo do Renji está indo bem. Manato provavelmente também está se virando de alguma forma. Quanto ao excessivamente exuberante Kikkawa, ele provavelmente está conversando com todas as pessoas que encontra. Espero que Moguzo não esteja sendo enganado por Kuzuoka. Se não estiver sendo enganado, ele pode muito bem ter tido o melhor começo de todos nós aqui. — …Vou ter que perguntar a alguém, eu acho.

Qualquer um serve. Vou começar com o casal que está ali – mas sobre o que devo perguntar? Soldados voluntários? Sim. Vou pedir que eles me falem sobre soldados voluntários. Sobre onde estão os soldados voluntários.

Depois de encontrar sua determinação, ele começou a observar as pessoas. Ele não estava preocupado com idade ou gênero. Ele só queria alguém que parecesse amigável e acessível.

A maioria das pessoas que passava fazia contato visual com Haruhiro. Todas estavam olhando para ele. Será que ele era uma visão incomum para elas? Deve ser. A maneira como ele se vestia era claramente fora de lugar.

Nenhum deles parece bem disposto em relação a mim. Eles olham para mim como se eu não pertencesse a este lugar, pode-se dizer. Será que estou apenas imaginando isso? Talvez eu esteja interpretando demais.

— …Ainda assim, talvez eu esteja colocando minhas expectativas muito altas. Ou será que estou sendo muito medroso…?

Coragem, venha até mim, por favor, orou Haruhiro em silêncio enquanto caminhava pela cidade desconhecida. Afinal de contas, acho que quando eu começar a andar, poderei parar as pessoas com “Desculpe-me?”. Só espero que eu consiga entrar nessa mentalidade rapidamente, já que parece que não cheguei com ela.

Do outro lado de uma praça completamente livre de qualquer lixo, aquele prédio alto se erguia no céu. Parecia ser de pedra. Todos os prédios ao redor tinham um ou dois andares, no máximo três, o que fazia com que ele se destacasse. Mas, na verdade, ele teria se destacado de qualquer forma, porque era realmente alto. Parecia sólida, com janelas e portões decorados com detalhes finos. Era uma visão muito impressionante.

Posicionados ao redor da praça e em frente aos portões, havia homens que pareciam guardas, vestidos com armaduras e capacetes, armados com lanças e escudos. O local parecia estar sob forte vigilância, então talvez alguém importante morasse ali. Como o prefeito, talvez.

Enquanto ele estava no meio da praça, olhando para o prédio, um dos guardas se aproximou, com sua armadura de metal e equipamentos fazendo barulho.

— O que está fazendo aí? Tem algum assunto a tratar na Torre Tenboro? — perguntou o guarda.

— Hã? Tenboro? Uh, não, na verdade não…

— Então vá embora. Você deseja ser preso por perturbar Sua Excelência, o Margrave?

— Ser preso…? Eu preferiria não ser. Isso é certo. É. Desculpe. — Haruhiro deixou a praça o mais rápido que pôde.

Eu realmente não entendi, mas Sua Excelência, o Margrave, deve ser o nome… não, o título… de quem vive naquela torre, Tenboro ou como quer que se chame.

Essa foi a primeira informação que ele obteve. No entanto, considerando como o lugar se destacava, provavelmente era algo que todas as pessoas da cidade sabiam.

— Altana. Margrave. Sua Excelência. Torre Tenboro. Fronteira… O Exército da Fronteira. Esquadrão de Soldados Voluntários. Soldados voluntários…

Resmungando para si mesmo as palavras que havia aprendido, ele seguiu para o norte e encontrou uma área estranhamente animada à sua frente.

O que poderia ser isso? Lojas?

Os dois lados da rua estavam repletos de carrinhos de comida e barracas de rua. Parecia que alguns ainda estavam se instalando, mas mais da metade parecia estar aberta para negócios. As lojas tinham uma grande variedade de alimentos, roupas, artigos diversos e muito mais em exposição na frente. Vozes enérgicas de todas as direções chamavam as pessoas que passavam, gritando para que experimentassem cada loja.

— Algo como um mercado, talvez…? — Como se estivesse sendo atraído, Haruhiro entrou.

A agitação era incrível. As mercadorias tinham etiquetas que diziam coisas como 1C, 3C ou 12C e, embora ele pudesse lê-las, não tinha certeza do que significavam.

Venha comprar alguma coisa, senhor!” e “Entre, senhor!”, as pessoas o chamavam, e ele odiava a covardia que o fazia ignorar ou fugir delas todas as vezes. Ainda assim, não demorou muito para que os aromas maravilhosos viessem em sua direção e o deixassem animado.

— Carne… — Ele começou a salivar.

Havia carne. Em um carrinho, estavam cozinhando carne em espetos. O carrinho ali estava cozinhando sopa ou algo parecido em uma panela, e outro carrinho tinha montanhas de pão empilhadas. Havia também uma loja que vendia algum tipo de sanduíche. Na loja do outro lado, havia algo parecido com pães cozidos no vapor em exposição.

O vapor. A fumaça. Os aromas. Tudo isso era irresistível.

Haruhiro apertou a barriga. Seu estômago estava clamando por atenção. Por que ele não havia notado isso antes? Ele estava realmente com fome.

— Mas… Shihoru e Yume estão esperando. Não me importo com o Ranta, mas, de alguma forma, parece errado comer sozinho… Ainda assim, dizem que não se pode lutar com o estômago vazio… Na verdade, acho que não consigo dar mais um passo sem comer, ou pelo menos não quero… Desculpem, meninas! — Incapaz de resistir, Haruhiro correu para a barraca que vendia espetos de carne.

Com dedos apressados, ele retirou desajeitadamente uma única moeda de prata de sua bolsa de couro. Será que ele conseguiria comprar um com essa moeda? Seria suficiente? Bem, se não fosse suficiente, ele se preocuparia com isso depois.

— Posso comprar um com isso?!

— O quê?! — O homem corpulento que cozinhava os espetos o encarou com os olhos arregalados. — Uma moeda de prata? Você não precisa de tanto! Meus espetos custam quatro de cobre cada um. Veja, está escrito bem aqui. Não dou descontos, mas nunca cobramos mais do que isso, aqui no espetos do Dory!

— Quatro de cobre… — Haruhiro olhou para a moeda de prata. — …Espere, hum… Isso significa que não posso comprar um usando essa moeda?

— Ouça, uma moeda de prata é uma prata, certo? Uma prata equivale a cem cobre, portanto, seriam vinte e cinco espetos. Você não pode comer tanto assim, tenho certeza, e como é antes do meio-dia, só tenho cerca de cinquenta de cobre em mãos. Não posso dar troco

— Ah, então o cobre de que você está falando…

— Refiro-me às moedas de cobre, obviamente —, disse o homem corpulento, mostrando-lhe uma moeda de cobre que se parecia com seu distintivo de soldado em treinamento, mas com metade ou um quarto do tamanho. — Uma dessas. Não é possível que você não saiba disso, não é mesmo? Embora… você esteja vestido de forma um pouco estranha. Ah! Será que você é um soldado voluntário?

— Hã? Sim, sou um soldado voluntário… Não, um soldado em treinamento, na verdade…

— Ah, entendo. Então é isso. Todos vocês, soldados voluntários, são um pouco estranhos, afinal de contas. Mas eai? Você não tem nenhuma moeda de cobre? Mesmo tendo uma de prata?

— Sim… não tenho. Uma moeda de prata equivale a cem moedas de cobre…

O que significa que as dez moedas de prata que Haruhiro tinha valiam mil de cobre. O suficiente para 250 espetos de carne. Os espetos eram grandes o suficiente para servir como uma refeição completa. Isso significa que ele poderia comprar 250 refeições. Com três refeições por dia, ele tinha o suficiente para mais de 80 dias, portanto, poderia se manter alimentado por um bom tempo.

Estou feliz por ter me tornado um. Um soldado voluntário em treinamento.

— Se você não sabe sobre moedas de cobre — disse o homem corpulento, torcendo a boca e exalando pelo nariz, — é claro que você também não sabe sobre a empresa de Depósito Yorozu. Por que não tenta ir até lá? Eles convertem seu dinheiro lá e, embora cobrem uma taxa de serviço, eles guardam seu dinheiro em segurança para você.

— Empresa de Depósito Yorozu…

— Para encontrá-la, vá para o sul do mercado, passando pela Torre Tenboro, depois vire na primeira, segunda e terceira esquerda e você estará lá. Há uma placa na frente. Tenho certeza de que você o encontrará muito bem.

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