Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 05 – Vol 02 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 05 – Vol 02

Capítulo 05 – Recipiente

Eles retornaram a Altana antes do pôr do sol, vendendo o saque de cinco kobolds inferiores e sete trabalhadores inferiores para um comprador próximo ao mercado. Isso lhes rendeu apenas um pouco mais de 7 pratas.

— Nossa… — Yume olhou para as sete moedas de prata e o punhado de moedas de bronze com uma expressão triste no rosto. — Isso é um pouco triste….

— Não é só triste… — A bochecha de Ranta se contraiu um pouco. — É patético, para ser sincero. Muito… Muito…

Moguzo riu desconfortavelmente. — Eu… eu esperava um pouco mais, sabe…?

— Sim. — Shihoru baixou a cabeça. — Pensei que seria mais lucrativo do que caçar goblins…

— Bem… — Haruhiro tentou se dirigir a seus companheiros, mas não conseguiu encontrar as palavras certas.

— Hoje foram apenas kobolds normais —, disse Mary rapidamente com uma voz calma e clara. — Se enfrentarmos os anciãos, acho que será mais lucrativo.

Haruhiro assentiu rapidamente — S-sim, ela está certa. Bem, sabe como foi. No começo, estávamos um pouco desajeitados, mas não sofremos nenhum ferimento sério, então tivemos espaço para nos esforçar mais. Apenas nos esforçamos um pouco, por isso ganhamos apenas um pouco, não é mesmo?

— É melhor que você esteja certo —, Ranta resmungou de forma desdenhosa. — Se amanhã for assim de novo, Haruhiro, é melhor você assumir a responsabilidade por isso.

— O que quer dizer? Assumir a responsabilidade?

— Estou dizendo para você me dar a sua parte, para mostrar alguma sinceridade —, disse Ranta.

Haruhiro ficou surpreso. — Por que eu teria que fazer isso…?

— Ora, foi você quem sugeriu que fôssemos para as Minas Cyrene.

— Você também era a favor, lembra? — Haruhiro o lembrou.

— Eu apenas aprovei a ideia. Não fui eu quem sugeriu. Nos últimos cem milhões de anos, todo mundo sabe que o cara que sugere uma coisa é o maior responsável pelo que acontece.

— Tudo bem, diga o que você quiser…

— Hã? Eu já estou dizendo o que eu quero.

Sim, com certeza está. Haruhiro não conseguiu encontrar uma resposta, e isso o deprimiu. Sei que não há motivo para ficar deprimido, mas não consigo evitar. Será que estou cansado? Se estou, a culpa é do Ranta.

Mesmo aqui, jantando em uma barraca barata, mas ainda muito boa, cada vez que ele falava com Ranta, isso o deixava um pouco mais cansado.

Quando eu não quero falar com ele, ele me incomoda com qualquer coisa. Esse é o tipo de pessoa que o Ranta é. Tudo bem, então. Se é assim que vai ser, vou simplesmente ignorá-lo completamente.

— Ei, Haruhiro —, disse Ranta.

— …

— Oi, Haruhiro.

— …

— Ei, Haruhiro.

— …

— Oi, ei.

— …

— Ora, seu! — Ranta começou a fazer uma dança bizarra enquanto ainda segurava um espeto de carne meio comido. — Hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi

Bem, isso é ruim, pensou Haruhiro.

Ranta chutou as pernas, balançando os quadris, mas, por algum motivo, a parte superior do corpo mal se moveu. Parecia estranho – realmente estranho – a ponto de ser até engraçado.

Haruhiro se virou e desviou o olhar. Tenho certeza de que todos estão tentando evitar olhar para o Ranta. Mas… consigo ouvir alguém segurando o riso. Não é apenas uma pessoa. Alguns deles estão quase começando a rir.

— Pft! — Yume começou a rir.

Ranta estava entusiasmado. — hoi, hoi, hoi, hoi! —

— Pft! — Shihoru não conseguiu mais segurar o riso.

Ranta deu um pulo. — Hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi!

— Gwahaha! — Moguzo cedeu.

Só restaram Haruhiro e Mary. Haruhiro olhou para Mary, que estava olhando para baixo, com os ombros tremendo. Ranta se aproximou dela, pressionando o ataque com sua dança Hoi-hoi muito intensa.

Mary. Isso não é bom. Você está no seu limite, pensou Haruhiro.

Mary finalmente enterrou a cabeça em seus braços no balcão. Não importava o que acontecesse, ela não ia deixar que ele a fizesse rir.

— Hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, Hoi, Hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi, hoi!

“…!”

Aguente firme, Mary. Você pode superar isso.

-Espere, por que temos que travar uma batalha como essa?

De repente, a vontade de rir desapareceu. Haruhiro se aproximou sorrateiramente por trás de Ranta e deu-lhe um chute na parte de trás do joelho com a ponta do pé.

— Aí?! — Depois de levar um chute repentino na parte de trás do joelho, Ranta se virou e ficou de frente para Haruhiro. —  Que merda está fazendo?! Haruhiro! Eu quase a peguei…!

— Fale, não cuspa. Cara, você é nojento.

Ranta deliberadamente borrifou Haruhiro com cuspe. — Pfui! Pfui! Pfui! Pfui!

— Calma! Espera! Para!

— Quem você acha que vai parar, idiota? Pfui! Pfui! Pfui! Pfui! Pfui! Pfui! Pfui! Pfui!

Haruhiro não foi a única vítima do ataque de saliva de Ranta: o resto de seus companheiros e a comida de todos também foram atingidos.

Que desastre.

Além disso, embora todos os outros estivessem chateados e com raiva, Ranta parecia estar encantado consigo mesmo, o que tornava tudo ainda pior.

Devido a isso, o retorno ao alojamento foi o pior de todos. O fato de que, mesmo nessa situação, Ranta ainda se sentia assim mostrava que havia algo muito errado com ele.

—Okay! — Declarou Ranta. — Como as garotas vão tomar o primeiro banho, isso significa que hoje será o dia em que eu vou espiar!

Haruhiro virou-se na sua cama, virando as costas para o irritante Ranta. Nem quero responder.

— Hã? O que foi, Haruhiro? Você não vem? Aposto que está se preocupando com coisas bobas, como o que vai acontecer se formos pegos de novo. Seu idiota. Moguzo, você vem, certo?

— …Hã? N-Não, eu não vou…

— Por que não? Vamos lá. Se você não vier, vou ficar sem um banquinho para me apoiar.

— Eu não sou um banquinho…

— Mas você pode agir como um! Você, senhor, pode se tornar um excelente branquinho! — declarou Ranta.

— Eu não quero…

— A esta altura, não me importa o que você pensa! Confie em mim e aceite isso para minha conveniência! Não deixarei que isso acabe mal para você! Ok?!

— Eu não vou.

Diante de uma rejeição incomumente forte de Moguzo, Ranta parecia desanimado.

— …Então tá! Eu entendi como é. Vou seguir sozinho e transformar esta missão em um grande sucesso. Se você se arrepender de não ter vindo mais tarde, será tarde demais. Eu não vou me importar. Está tudo bem para você?

— Eu estou bem.

— Você está realmente beeeeeem com isso?!

— Eu disse que estou bem.

— Bem, eu não estou bem com isso! Moguzo! Se você não for meu parceiro, esse plano já fracassou antes de começar! Não importa o que você diga, eu vou te levar comigo! … Droga, você é pesado! Se estou puxando com tanta força e você nem se mexe, qual é o seu peso? Você é gordo?

— Sim, sou gordo, mas…

— Ele não é gordo —, Haruhiro se intrometeu sem querer. — Moguzo não é gordo. Sua barriga não é saliente. Ele é apenas grande.

— Oh-ho. — Ranta deu um tapa na cama de Haruhiro. — Finalmente está com vontade de fazer isso, não é, Haruhiro? Você não tem jeito, sabia? Bem, então vamos lá. Vamos lá, levante-se logo!

Como poderia ele ter interpretado o que Haruhiro disse daquela forma? Haruhiro não tinha a menor noção.

Alguém pode, por favor, se livrar do Ranta para mim?

-Não estou nem brincando.

Depois disso, ele tomou um banho quando as meninas terminaram. Quando voltou para o quarto escuro e estava deitado em sua cama, Haruhiro ficou pensando consigo mesmo. A questão é: devo me livrar dele, ou não devo? Em termos de meus sentimentos pessoais, há momentos em que desejo não ter que ver mais o rosto de Ranta. Se Ranta simplesmente desaparecesse, eu provavelmente pensaria que era um bom livramento. Haruhiro tinha certeza de que não era o único que se sentia assim.

Não sei sobre Moguzo e Mary, mas Yume e Shihoru têm muitas palavras duras para Ranta. Tenho certeza de que nenhuma delas é do tipo que diz quando não gosta ou odeia algo. No entanto, elas deixam bem claro que odeiam Ranta. Isso indica que Ranta deve ser muito desagradável.

Ainda assim, não posso decidir apenas com base nisso. Afinal de contas, sou o líder da party… certo? Também preciso levar em conta o lado prático das coisas.

Basicamente, como o Ranta é um trunfo na batalha? Como isso afetaria a maneira como lutamos se o perdêssemos?

Haruhiro pensou um pouco sobre isso.

No momento, Ranta está funcionando como um segundo tanque depois de Moguzo. Ele usa uma camisa malha por baixo da armadura de couro e tem aquele capacete de balde, então… bem… ele é uma escolha razoável para o papel.

Embora os cavaleiros das trevas geralmente não pareciam enfrentar o inimigo em combate direto. Eles faziam o possível para evitar o travamento das lâminas e mantinham distância. Em seguida, eles atacavam de longe do alcance do inimigo ou atacavam enquanto se afastavam do inimigo. Eles utilizavam suas habilidades pouco convencionais para brincar com os inimigos. Basicamente, os cavaleiros das trevas não eram tanques, mas atacantes. Levando em consideração a personalidade de Ranta, talvez ele fosse mais adequado para essa função também.

Ainda assim, eles não podiam fazer com que Yume, com sua armadura leve, fosse o segundo tanque, e Haruhiro também não podia fazer isso. Mary, como sacerdotisa, e Shihoru, como maga, estavam descartadas. Por eliminação, só restava Ranta.

Se perdermos Ranta, a party perderia seu segundo tanque, concluiu Haruhiro. Não temos um substituto, então isso seria muito prejudicial. Nesse caso, poderíamos tentar encontrar outro soldado voluntário, ou algo do tipo. Ao contrário dos sacerdotes, que não têm escassez de grupos procurando por eles, se procurássemos, provavelmente encontraríamos alguém – é a sensação que tenho. Se formos até Kikkawa, com todas as suas conexões, provavelmente ele poderia encontrar alguém para nós.

No final das contas, Mary entrou no grupo através da apresentação de Kikkawa. As coisas foram um pouco complicadas no começo, mas Mary foi se integrando gradualmente aos outros membros do grupo. Ele é muito extrovertido e age como amigo de todos, mas Kikkawa talvez tenha um bom olhar para as pessoas afinal. Pelo menos, deve haver muitos guerreiros melhores do que o Ranta.

Talvez… É uma opção. Parece que vale a pena considerá-la.

Haruhiro podia ouvir Moguzo roncando.

E o Ranta? Normalmente, ele é o mais rápido a cair no sono. Mas, mesmo agora que estou prestando atenção, não ouço os roncos característicos do Ranta.

— Ranta —, Haruhiro chamou e recebeu uma resposta.

— …Sim?

— Ouça.

— O quê?

— Há algo que eu preciso te dizer.

— Hmph.

— Mas não aqui… Não quero acordar o Moguzo. Podemos ir lá fora?

— Por mim, tudo bem.

Os dois saíram da casa de hospedagem. Haruhiro se perguntou por que ele havia chamado Ranta para vir até aqui.

Temos algo para conversar? Certamente não quero falar com ele. É que… Sinto que preciso contar a ele. Mesmo que eu acabe fazendo alguma coisa, se eu planejar tudo sem que ele saiba e, de repente, um dia o dispensar, dizendo: “Não precisamos mais de você”, seria muito cruel. Estaria indo longe demais. Mesmo que isso fosse feito com Ranta.

Talvez seja apenas porque eu não quero agir de forma desonesta. Claro que não quero. Claro que não. Se estou apenas me livrando de Ranta, por que devo planejar em segredo, como se estivesse sujando minhas mãos de alguma forma? Não é engraçado.

— Então, me conte —, disse Ranta.

Haruhiro se agachou, encostado na construção, e Ranta fez o mesmo.

— Hm? — Ranta exigiu.

— Como posso dizer isso…? O que você acha? Sobre a party, quero dizer —, respondeu Haruhiro.

— A party é uma party, não é? Nem mais, nem menos.

— O que isso quer dizer? Nem mais, nem menos?

— Você tem algum problema comigo? Acho que estou desempenhando meu papel muito bem.

— Como…?

— Bem, eu estou, não estou? Quer dizer, só hoje, demonstrei que consigo enfrentar um deles sozinho.

— Sim, e se todos nós tivéssemos nos unido contra ele, teria acabado rapidamente.

— Você pode garantir que sempre será capaz de fazer isso? Não pode, não é mesmo? Se eu conseguir lidar com um deles sozinho, isso nos dará alguma amplitude? Em termos táticos? Algo do gênero.

— …Mesmo assim… — Haruhiro pressionou com firmeza a testa com a palma da mão. Ele também está pensando nas coisas à sua maneira? Mas, sabe… mesmo que ele esteja…

Não consigo perceber quando você está fazendo esse tipo de coisa, — explicou Haruhiro. — A menos que você me diga.

— O quê, você quer que eu te conte cada pequena coisa que vou fazer e quais são minhas intenções antecipadamente ou algo assim?

— Não estou dizendo que você precisa ir tão longe. Estou dizendo que há coisas que não entenderei se você não me contar. Você já é bastante fácil de… ser mal interpretado, acho que se pode dizer.

— Aposto que você não acredita nisso de verdade. — Ranta pegou uma pedra e a jogou. — Não importa o que eu esteja pensando. Cada um de vocês tem suas próprias impressões sobre mim e vão me julgar com base nisso.

— …Mesmo que isso seja verdade, nossas impressões sobre você são construídas com base nas coisas que você disse e fez.

— O quê, você está dizendo que a culpa é minha?

— Bem, de quem você acha que é a culpa? — O sangue estava subindo à cabeça de Haruhiro. — É minha? Da Yume? É da Shihoru? Do Moguzo? Ou da Mary?

Preciso me acalmar, pensou Haruhiro. Não quero começar uma briga.

Haruhiro suspirou. — Você está trabalhando em grupo. Precisa haver… como é que se chama… uma disposição para cooperar? Precisamos disso.

— E você está dizendo que eu não tenho?

— Você acha que tem?

— Não acho.

— Até você…

— Cada um tem suas qualidades e defeitos. Se eu tenho defeitos, vocês não têm nenhum? Eu sou o único ruim e vocês são todos perfeitos? — Ranta exigiu.

— Não, isso não é verdade —, Haruhiro hesitou.

— Qual é meu defeito? — perguntou Ranta. — Que eu sou egoísta?

— E barulhento e irritante? — Haruhiro acrescentou.

— Cale a boca, imbecil.

— Você tem uma boca suja. Além disso, está sempre culpando os outros rapidamente.

— Não pode ser sempre só minha culpa. É uma responsabilidade conjunta, isso é o que significa estar em uma party, entende?

— Você sempre está fazendo argumentos sem sentido assim, — objetou Haruhiro.

— Não é um argumento sem sentido, é um argumento perfeitamente válido!

— Se eu continuar a listar seus defeitos, ficaremos aqui a noite toda —, disse Haruhiro.

— Então, e você, Haruhiro? Quais são seus defeitos? — Ranta retrucou.

— Eu… — Haruhiro ficou quieto.

Defeitos.

Meus próprios defeitos.

Não é que nada me venha à mente. Eu reconheço que os tenho. Na verdade, são tantos que, por vezes, se torna difícil lembrar das minhas qualidades.

— Por que eu deveria te contar? — finalmente disse Haruhiro.

— Você está sempre apontando meus defeitos, mas quando se trata de você, se cala, não é mesmo? Sim, eu já imaginei que seria assim. É assim que vocês operam.

— Como… nós operamos?

— Estou errado? — exige Ranta. — Eu sou um alvo fácil, então todos vocês me atacam, e o que acontece? Vocês conseguem construir algum senso de união? Todos vocês estão se unindo, você sabe disso.

— Não, na verdade não estamos.

— Você pode negar isso? Não pode, não é?

— Não é como se estivéssemos conspirando para te atacar.

— Sim, não precisam conspirar para isso. É um acordo implícito, não é? Na prática, eu sou o bode expiatório de vocês para tudo.

— Estou te dizendo, você tem um complexo de perseguição.

— Você acha mesmo isso? — Ranta sorriu sarcasticamente. — Bem, deve ser bom ser vocês. Graças a mim, vocês conseguem fechar os olhos para os defeitos uns dos outros. Mas, eu já reclamei disso alguma vez? Só mencionei agora porque você trouxe à tona, Haruhiro. Se não tivesse mencionado, não tinha intenção de falar sobre isso por conta própria. Não estou interessado em tentar ser amigo de vocês. Não suportaria fingir ser amigo dessa forma. Por isso, se vocês querem me odiar, podem odiar à vontade. Terei prazer em interpretar o papel de antagonista para vocês, ou qualquer outro que desejarem. Não me incomoda, afinal, somos uma party. Vou desempenhar o meu papel. É isso que significa trabalhar em conjunto, não é?

Haruhiro tentou dizer algo em resposta, mas não conseguiu. Ele não conseguia encontrar as palavras.

Haruhiro estava tentando dizer a Ranta que, por favor, saísse do nosso grupo. Que isso era para o bem da party. Honestamente, ele não estava confiante de que poderia dizer isso sem hesitar. Se não conseguisse dizer, ele queria pelo menos conversar sobre o assunto. Se você não corrigir suas tendências ruins, não poderemos mais trabalhar juntos. Era isso que ele estava pensando.

Será que Haruhiro estava sendo muito unilateral? Será que Haruhiro e os outros estavam usando Ranta como bode expiatório, como Ranta disse?

Acho que não, pensou ele.

Havia coisas no Ranta que mereciam críticas. Era culpa do próprio Ranta que todos o culpassem.

Não estamos errados.  Ranta é que está errado.

Se fosse o caso, ele deveria, afinal, expulsar Ranta? Certamente se sentiria melhor. Poderia explicar para todos depois. Provavelmente seus companheiros apoiariam a decisão de Haruhiro. No entanto, ele não podia afirmar com certeza que não se arrependeria. Quando chegasse a hora, o mais provável é que Haruhiro fosse quem mais se arrependeria. Porque, como aquele que havia refletido sobre isso, tomado uma decisão e expulsado Ranta, Haruhiro estaria carregando a carga mais pesada.

Por que deveria ser eu?

Por que só eu?

— Vou dormir. — Ranta se levantou e entrou no alojamento.

Haruhiro não conseguia se mover daquele lugar.

 

Sinto um peso grande no meu estômago. Estou cansado disso, acho que não quero mais lidar com isso. Não quero mais pensar. Simplesmente não sou adequado para isso. É demais. Ser um líder. Não consigo assumir a responsabilidade. Me ajude, Manato. Sim, eu sei. Não posso mais pedir ajuda a Manato para isso.

— …É tão solitário —, disse Haruhiro em voz alta.

Eu não deveria ter me tornado o líder.

Não tenho capacidade para isso.

 

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