Epílogo II – O Alquimista
Tradutor: PH
Maiza está diante de meus olhos. Maiza, o homem que invocou o demônio e descobriu os segredos da imortalidade. Eu vim até essa cidade com o objetivo de devorar esse homem. Que tolo. Ele provavelmente não vai suspeitar de nada sobre o quanto mudei. Isso vai cavar sua cova. Ele finalmente está aproximando-se. É a hora. Tudo que tenho que fazer é chamá-lo de idiota e levar minha mão direita até ele.
“Maiza…”
Huh? O que está acontecendo? Não, não, por que estou dizendo seu nome? Não, Maiza. Não acaricie minha cabeça desse jeito. Eu já tenho mais de duzentos anos agora, droga. Maiza, você não deveria ser destro? Por que está acariciando minha cabeça com a mão esquerda? Eu não preciso de sua simpatia. Droga! Vai logo, Czes! Só chame-o de idiota! Eu tenho que aproximar minha mão e devorá-lo!
“Eu senti sua falta.”
Não! Eu deveria chamá-lo de idiota! Droga! Eu tenho que me controlar! Eu tenho que lembrar que enganei muitos adultos no passado, e que eles me enganaram também! Eu não posso confiar em ninguém! Maiza obviamente está tentando me devorar também. Ele vai começar a me atormentar, assim como ‘ele’ fazia! Merda! Merda! É tudo culpa deles! O monstro vermelho e o pistoleiro estranho estão me fazendo agir dessa maneira! Não! Eu sempre estive sozinho. Eu sempre fui solitário. Não, eu queria ser solitário. Vamos, Czes! Chame-o de idiota! – Eu queria ver alguém, qualquer um, daquela época – Não! Eu tenho que estender minha mão direita; Eu só queria ver alguém, qualquer um, que me conhecia como eu era no passado. Eu só queria perder a mim mesmo no sonho do passado, de volta a quando eu era só uma criança ingênua naquele navio.
“Maiza… Eu senti sua falta, Maiza!”
Amanhã, eu sei que terei acordado desse sonho e voltado ao meu eu egoísta e mau. Mas eu nunca irei pensar em devorar Maiza novamente. Eu sei que se eu fizesse isso, não teria mais nada além de pesadelos pelo resto da eternidade. Eu só queria ficar nesse sonho um pouco mais. Eu quero chorar nos braços de alguém que conhecia o antigo eu.
Por favor, mesmo que só um pouco…
Na plataforma da estação, o imortal no corpo de uma criança chorou nos braços de seu velho amigo.
Por muito tempo…
