Capítulo 11: Primeira Aula (1)
Quando recebi a oferta para comermos juntos…
‘A primavera está finalmente chegando para mim?’, foi a única coisa que consegui pensar.
Já que ela era uma nova professora como eu, não seria natural ter uma refeição comigo para criar laços de amizade? A ilusão de um coração palpitando forte nesse caso só era razoável para um jovem ardente.
Na verdade, tinha mais três pessoas além de mim quando segui Selena.
Dois homens e uma mulher.
Todos pareciam únicos, como se estivessem gritando: “Eu sou um mago”.
— Ho-ho-ho. Olá.
A primeira pessoa que veio falar comigo e pedir um aperto de mão foi um homem muito amigável.
Ele era gordo e sua impressão geral era redonda. Pensei que ele era bem velho, mas parecia um vizinho amigável quando ria desse jeito.
Apertei a mão dele.
— Sou Ludger Chelysie. Ministro as aulas de conjuração mágica.
— Meu nome é Brino. Estou encarregado das aulas de invocação de golens.
A próxima pessoa que falou comigo foi uma mulher linda com uma impressão sedutora e cabelo lilás com a franja cobrindo um olho.
— Nossa, você é tão bonito. É um prazer te conhecer. Eu sou Merilda e estou a cargo de cativação e alucinações, como parte das aulas de maldições e proteção.
— O prazer é todo meu.
E o último dava uma impressão um pouco diferente dos outros dois.
Ele era um homem com cabelos azuis-escuros e óculos sem aro, mas parecia bastante rigoroso com base na aparência.
Ele franzia a testa o tempo todo e aparentemente não estava muito feliz com o fato de andar com a gente.
Quando o encarei, ele também olhou para mim e logo virou a cabeça, expressando sua vontade de nem mesmo se apresentar.
‘Quem é essa pessoa?’
Quando pensei nisso, Merilda explicou rindo com uma voz baixa.
— Ele é o Professor Chris Benimore. Como pode ver, é um aristocrata que é diferente de nós, plebeus.
‘Ah, então é isso.’
Eu tinha ouvido falar da família Benimore; uma família Conde no Império que tem uma história extensa.
Chris não queria ficar perto de plebeus, mesmo que também fossem professores da mesma academia.
No meu caso, eu era um aristocrata decaído, então era natural para ele, que era um nobre, menosprezar-me.
— Espero que o Sr. Ludger não nos despreze porque somos plebeus.
— Não ligo para essas coisas.
— Sem chance — respondeu a Sra. Merilda, abrindo os olhos e sorrindo suavemente enquanto se afastava.
‘Bem, então tem cinco novos professores, incluindo eu.’
Um aristocrata, um aristocrata decaído e três plebeus.
Mas como todos se tornaram professores na Academia Sören, eles eram pessoas talentosas que podiam ir a qualquer lugar sem se sentirem inferiores no campo do ensino.
— Bem, não aguento mais ficar aqui. Estava me perguntando quem era os outros novos professores além de mim; mas acontece que são plebeus e um aristocrata decaído.
Chris falou friamente antes mesmo que os outros pudessem começar a falar alguma coisa e comer juntos.
Ouvindo essas palavras, Brino sorriu desajeitadamente, Selina se encolheu enquanto ficava envergonhada, enquanto apenas Merilda olhou para Chris com um olhar desagradável.
Eu? Só não pensei muito nisso.
Levou apenas um ou dois dias para ver os aristocratas imersos no elitismo.
Só mostrei uma atitude que dizia: “Se vai sair, então vá sozinho”, quando Chris me mostrou um olhar penetrante.
— Não fique se achando, é só um aristocrata decaído.
Então, ele se virou e saiu.
Mas por que ele estava fazendo isso comigo e não com outra pessoa?
Ele conheceu o Ludger anterior? Não achei que fosse o caso.
‘Quero me dar bem com os outros professores, mas acho que não consigo me aproximar dele.’
Ignorei Chris, que já tinha desaparecido, e olhei para os outros três.
Queria considerar que eram só colegas professores que foram nomeados ao mesmo tempo que eu, mas não conseguia relaxar só por causa disso.
Talvez houvesse um espião plantado pela sociedade secreta entre eles.
‘Existe uma Primeira Ordem entre esses três?’
‘Atualmente, tem quase 40 membros secretos da associação escondidos dentro da Academia Sören.’
Claro, considerando toda a população da Academia Sören nesta vasta terra, 40 não era nada, mas isso não significava que não havia chance de eu me esbarrar com um ou outro no caminho.
‘Exceto pelas Terceiras Ordens, alguns das segundas ordens podem ter se infiltrado como estudantes.’
No caso da Primeira Ordem, em particular, os professores não podiam deixar de ser alvo de suspeitas.
‘Como Ludger ocupou o lugar do professor como Primeira Ordem, não tem nada que impeça a outra Primeira Ordem de ser um professor também.’
A questão era: quem é?
Seria fácil restringir meu escopo de especulação, se tivessem me falado que ele acabou de entrar neste semestre como eu.
O problema era que a frase “veio primeiro” dita pela agente poderia ser interpretada de muitas maneiras.
O período de “veio primeiro” foi muito antes da minha chegada ou um pouquinho antes?
Obviamente, não tive escolha a não ser suspeitar daqueles que me convidaram para comer com eles, quando disseram que chegaram no mesmo semestre que eu.
‘Eles não me convidaram para me observar em silêncio?’
Não poderia baixar a guarda nem um pouco.
Segui meus colegas professores até o refeitório enquanto tentava manter minha cara de indiferente.
Selena, a nova professora de Estudos Espirituais.
Há pouco tempo, ela foi nomeada para a Academia Sören e se tornou professora para a aula de invocação de espíritos.
Tinha entrado com orgulho, mas, ao mesmo tempo, estava bastante nervosa.
A Academia Sören era famosa não apenas no império, mas também em outros reinos. Os alunos que entram são gênios que serão responsáveis pelo futuro, além de serem tratados bem em qualquer canto, só pelo fato de que frequentaram Sören.
Ensinar esses alunos veio como um fardo enorme para ela.
‘E se eu cometer um erro? E se não conseguir ensinar direito? Além disso, tem muitos alunos nobres aqui!’
A diferença entre plebeus e aristocratas é enorme.
Graças ao desenvolvimento da engenharia mágica, o mundo mudou gradualmente, e os plebeus também se tornaram membros da Câmara dos Deputados e entraram na política, mas o muro de status ainda era alto.
Ela ouviu que o motivo para ter cinco cargos para professor era porque os responsáveis pelas aulas do ano anterior tinham se aposentado.
O motivo da saída deles era desconhecido, mas ela ainda tinha algumas suposições, pois era inteligente.
Antes de ir para a Academia, seus amigos magos a avisaram repetidamente sobre o poder dos estudantes aristocráticos.
— Tem alunos que desprezam secretamente os professores e tentam dominá-los, então tenha cuidado para não ser devorada porque você é bondosa — foi o que disseram.
Selena ficou repentinamente assustada.
‘Ouvi dizer que até a família real frequenta esta escola.’
Disseram que a terceira princesa estava no segundo ano. Selena não a veria imediatamente porque ensinaria para o primeiro ano, mas a tensão dobrou com alguém de status tão alto estudando na Sören.
As apresentações acabaram bem no primeiro dia do semestre, mas também era um fato que ainda estava nervosa por causa da autoestima baixa.
Selena pensou que não poderia ficar assim, então decidiu fazer amizade com os outros novos professores que foram nomeados.
Se tivesse colegas que pudessem compartilhar dificuldades uns com os outros, sua vida na academia poderia ser melhor.
Dessa forma, ela se aproximou primeiro da Merilda e então dos outros um por um, até chegar no último.
Ludger Chelysie.
Um homem de nascimento nobre que não era um plebeu. No entanto, não era um status oneroso para se aproximar porque sua família entrou em ruínas.
Pelo menos, pensou assim até que o conheceu.
‘Uau.’
No início, ela se perguntou o que estava acontecendo para a multidão no corredor se dividir para os lados.
‘Será que o membro da família real que ouvi falar apareceu?’
Foi um homem bem-arrumado que veio lentamente na direção dela, quebrando tais expectativas. Usava um terno cinza, uma sobrecasaca preta e um chapéu de seda.
‘Uau, meu Deus.’
O pensamento da Selena quando viu Ludger pela primeira vez era de extrema admiração.
Ela ouviu falar que ele era um aristocrata decaído.
Só que Selena não teve escolha a não ser corrigir seu preconceito depois de vê-lo.
Caminhando lentamente enquanto emanava dignidade ao seu redor, ele era muito mais aristocrático do que qualquer outro aristocrata que já viu.
Cada um dos passos dele era como uma obra de arte, então ela o encarou sem perceber. Selena o chamou com pressa, enquanto se lembrava tardiamente do propósito de vê-lo.
‘A-assustador.’
Quando ele parou e olhou para ela, seu coração parecia que estava caindo.
Ainda assim, Selena tentou sorrir e falou Ludger com cuidado que gostaria de ir comer com ele.
Mordeu a língua depois de falar isso.
Ela pensou que Ludger a olharia com desprezo e diria: “Com uma plebeia como você?”.
— Claro.
Só que Ludger aceitou sua oferta com muita facilidade. Quando caminhou com ela ao longo da estrada, ele se ajustou com os passos dela e manteve a distância adequada entre eles.
Sentiu a consideração dele pelos outros nos detalhes pequenos dos comportamentos dele.
‘Ele tem uma personalidade muito gentil ao contrário do que sua aparência diz.’
Quando apresentado aos outros colegas, Ludger não se importava se a pessoa era um nobre ou um plebeu.
Embora Chris Benimore fosse abertamente hostil a ele, Ludger não respondeu muito.
Normalmente, qualquer um podia ficar com raiva ou irritado, mas a nobreza dele não diminuiu nem um pouco.
Era como se estivesse sozinho em uma nuvem acima do céu.
Mais tarde, ela ouviu que ele era um homem grandioso que foi um ex-oficial militar e que até mesmo enviou vários trabalhos acadêmicos para a torre mágica.
‘O Professor Ludger é um grande homem.’
Ela também queria ser uma professora tão carismática.
Mesmo quando comia, Ludger apenas comia silenciosamente sem falar nenhuma palavra.
Sua atitude de manusear os garfo e faca também era contida; como se ele fosse o único vivendo em um mundo diferente.
Até os alunos de passagem olharam para ele e falaram um monte de coisas.
Só que agiu como se fosse natural e, aparentemente, não se importava com as reações ao seu redor.
Era como uma estátua viva, e, em todo o processo, ela podia até sentir algum tipo de fé.
A atitude do Ludger foi a mesma quando os professores se despediram após a refeição e seguiram o rumo para a própria acomodação privada ou para o prédio dos professores.
Quando todos acenaram enquanto falavam sobre se ver depois, Ludger assentiu.
Ele parecia estar de mau humor, mas ela pensou que era o jeito dele.
Selena, que estava voltando para a acomodação com Merilda, lembrou o curto encontro com Ludger neste dia.
Selena respirou fundo e tentou manter seu rosto inexpressivo de propósito.
Merilda, que estava caminhando com ela, notou esse comportamento.
— Selena, o que foi? Você está franzindo a testa.
— Professora Merilda, você não acha que eu pareço forte assim?
— O quê?
Merilda estava prestes a perguntar novamente o que ela queria dizer com isso, mas logo caiu na gargalhada.
— Hahaha! Selena, você está imitando o Professor Ludger, não tá?
— O quê? Não, não, não é isso…
Merilda acenou com a mão para Selena, que estava nervosa e gaguejando, dizendo que estava tudo bem.
— Bem, é compreensível. O professor Ludger é uma pessoa tão extraordinária que é inacreditável pensar que é um novo professor como nós, mas faz sentindo ao levar em consideração o passado dele.
— O quê?
— Oh, você não sabe do boato, né? Verifiquei os tipos de pessoas que entraram na Sören comigo e descobri que ele costumava ser um oficial militar.
— É… é mesmo?
— Selena, o que é mais impressionante é que nós duas fomos recomendadas a virar professoras aqui pelo apoio da torre mágica ou da Sociedade Espiritual, mas não foi o caso dele. Ele não é afiliado a nenhum lugar e veio aqui por conta própria.
— Uau! Não é de admirar… A primeira impressão dele foi diferente.
— Tenho certeza de que ele tem uma ótima maneira de ensinar. Ainda assim, não temos escolha a não ser ensinar os alunos no nosso jeito. Não vamos ser influenciadas pelos outros. Você não precisa fingir ser forte porque nos tornamos professoras de Sören também.
— Ah, sim!
As duas mulheres, que acabaram de se conhecer neste dia, ficaram próximas e conversaram alegremente, enquanto iam para uma acomodação apenas para professores.
Três dias se passaram desde a apresentação no primeiro dia do semestre.
Visto que esses três dias eram o período de ajuste acadêmico, devia ter sido um momento corrido para os alunos que ainda não tinham decidido quais aulas fazer.
Claro, isso não me afetou.
Na tão esperada primeira aula. Caminhei um pouco animado pelo corredor.
Há três dias, emiti avisos suficientes: minha aula é como uma mina terrestre.
Rumores sobre mim já deviam ter se espalhado amplamente entre os alunos.
Algum aluno quereria frequentar a minha aula depois de tudo que foi dito?
Bem, eu sabia que teria. No caso de não ter mais vagas para as outras aulas, não teriam escolha a não ser escolher a minha com o coração pesado e se forçar a completar os créditos.
Só que isso ainda era bom. O importante era que quanto menos alunos tivesse para ensinar, mais confortável eu ficaria.
Existia um mínimo de 15 a um máximo de 80 alunos que podiam frequentar a aula.
Ela não seria cancelada só porque tinha poucos alunos, então, se fosse esse o caso, teria sido o suficiente para eu assumir a liderança bem.
Claro, nunca pensei que teria 15 alunos, que era o mínimo, apenas pensei que teria cerca de 30.
Com esse pensamento, abri a porta e entrei na sala de aula.
‘Hã?’
E foi então que vi a cena…
Os alunos lotaram o interior da sala de aula.
Tinha muito mais do que 30 alunos que pensei que teria, ultrapassando até mesmo 60.
Não, na verdade era o número máximo de vagas permitidas para a sala de aula.
‘O quê?’
‘Por que tem tantos alunos?’