Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 3 – Volume 15 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 3 – Volume 15

Capítulo 3: A segunda vez.

Tradução: Tinky Winky

 

Há quanto tempo aquela torre na colina perto de Altana estava lá? Mary disse que não sabia.

Independentemente disso, os soldados voluntários a chamavam de Torre Proibida, ou a torre que nunca abre. Eles não podiam entrar, então era mais um ponto de referência para eles do que qualquer outra coisa.

Se alguém fosse preciso, só barrava a entrada por fora e abria bem por dentro, então era realmente a torre que nunca deixava as pessoas entrarem.

—  De qualquer forma, por que não tentamos ir para Altana?

Ninguém se opôs à sugestão de Setora.

Haruhiro começou a descer a estrada de terra batida. Levava da Torre Proibida até o sopé da colina e depois para Altana. Havia campos gramados em ambos os lados, cada um pontilhado com grandes pedras brancas.

Haruhiro perguntou a Mary sobre elas, e descobriu-se que eram túmulos, como ele havia pensado.

— Quase todos são túmulos de soldados voluntários… Nossos camaradas também dormem aqui.

— Ugh… Kuzaku ficou sem palavras.

— Mas sem nenhuma memória, não podemos exatamente lamentar por eles, certo? Setora não se conteve.

Shihoru parou e olhou ao redor do cemitério por um momento, como se procurasse algo, mas quando Haruhiro chamou seu nome, ela começou a andar novamente.

Haruhiro se perguntou sobre seus antigos camaradas, agora dormindo sob aquelas sepulturas. Quando as coisas se acalmassem, talvez ele tivesse que perguntar a Mary onde estavam seus túmulos e visitá-los. Embora, como Setora disse, não havia como ele lamentar a perda deles quando nem se lembrava deles, então não fazia sentido visitar seus túmulos.

— Podemos entrar? Kuzaku perguntou a si mesmo em um sussurro.

A parede de pedra que cercava Altana tinha facilmente o dobro da altura de uma pessoa, e o portão da frente estava trancado.

— O primeiro sino em Altana toca às seis da manhã, disse Mary a eles. A porta deve abrir depois disso.

O sol estava quase nascendo, mas ainda havia fogueiras queimando aqui e ali ao longo da muralha de Altana. Havia guardas vigiando? Havia figuras humanóides em pé no topo da parede.

— Seis da manhã, hein…?” Haruhiro disse, então colocou a mão gentilmente no peito.

Ele estava imaginando isso?

Não, não estava. Não era sua imaginação. Havia algo que fazia seu coração disparar. Ele simplesmente não conseguia identificar o que era.

— Então, vocês são soldados voluntários, certo?” Setora perguntou a Mary. Exatamente contra quem estavam lutando?

Mary pensou nisso por um momento antes de responder.

— Para resumir tudo em um grupo, a Aliança dos Reis. Arabakia, o reino da raça humana, foi atacado por orcs, mortos-vivos, goblins e kobolds. Eles perderam esta terra, que agora chamamos de fronteira.

— Hum. Kuzaku inclinou a cabeça. Então os inimigos de Arabakia, nossos inimigos, não são humanos?

Mary concordou.

— Eles são principalmente orcs e mortos-vivos.

— …Bem, em comparação com humanos lutadores, isso é… você sabe? Bem, talvez você não saiba. Mas bom.

Haruhiro parou.

— Eles não são… humanos…

— Ei? Kuzaku também parou. O que?

Haruhiro estreitou os olhos enquanto olhava para o topo da parede.

Havia silhuetas lá em cima. Alguns se mudaram, outros não.

A parede ainda estava a mais de 100 metros de distância e, na verdade, não tinha luz suficiente, então ele não conseguia distingui-los claramente. Mas, pelo que ele podia ver, eles estavam aumentando em número. Havia um grande número de guardas na parede e eles foram se reunindo gradualmente.

Kiichi soltou um silvo curto e agudo.

Ele olhou e Kiichi estava de frente para a parede, com o rabo para cima. Ele estava eriçado, não era apenas o rabo, todos os pelos do corpo de Kiichi estavam arrepiados.

— É como… Haruhiro lutou para encontrar as palavras. Ele realmente não sabia o que era, então só teria que dizer exatamente o que estava pensando. Eles estão nos observando…?

No momento seguinte, uma voz gritou: Woeaaohhh! Veio da direção da parede. Ele pensou que era uma voz, pelo menos. Foi bem gutural.

— …Eles não são humanos,” Haruhiro repetiu.

Sim.

Eles não eram humanos.

Isso era.

As silhuetas na parede pareciam humanas à distância. Suas figuras pareciam humanóides, pelo menos, mas havia algo estranho nelas.

Era só, bem, eles eram todos um pouco pequenos.

Eles tinham capacetes e armaduras e tudo mais, mas eram pequenos demais para serem adultos.

Eles eram como um bando de crianças.

Com o tempo, um som metálico soou, como metal batendo em metal.

Os guardas que pareciam crianças soldados começaram a gritar e uivar.

— Aquelas vozes… Mary balançou a cabeça. De jeito nenhum… não pode ser. Como…?

Algo veio voando para eles da parede.

— O que é isso? Kuzaku perguntou.

— Para trás! Haruhiro gritou instintivamente.

Um grande número de objetos finos parecidos com bastões foram jogados da parede, traçando um grande arco no ar antes de finalmente chover sobre Haruhiro e os outros.

Todos e cada um dos membros do grupo se viraram praticamente ao mesmo tempo. Haruhiro ouviu os objetos finos caindo no chão atrás deles. Enquanto corria, ele inconscientemente se viu procurando por Kuzaku, Shihoru, Mary, Setora e Kiichi. Parecia que todos estavam bem.

— Altana caiu! exclamou Mary. Há inimigos dentro!

— Inimigos?! Kuzaku gritou. O que significa isso?!

— Não sei! Mary gritou de volta.

Sem parar, Setora olhou para trás.

— Não parece ser o momento para discutir isso.

Mais dos objetos finos vieram voando em direção a eles. Eles eram flechas. Dez, vinte, talvez mais. Parecia que eles já estavam fora de alcance, então as flechas erraram o grupo desta vez.

Mesmo assim, a porta de Altana estava se abrindo.

Ainda não estava totalmente aberta, mas o exército de crianças estava abrindo caminho por ela. Certo, estava claro que não era, de fato, um exército de crianças soldados, mas o que eram então?

Inimigos.

Era assim que Mary os chamava. Eles eram inimigos. Simples assim.

Haruhiro e os outros subiram a colina. A Torre Proibida estava em cima dela.

— Se conseguirmos entrar lá…!

Isso seria ótimo, mas não vai acontecer, hein?

Hiyomu fez uma oferta a eles, dizendo-lhes para se submeterem a ela, e disse que definitivamente se arrependeriam se não o fizessem. Deve ter sido isso que ela quis dizer.

De acordo com a história de Mary, Altana era uma cidade no reino de Arabakia, onde Haruhiro e os outros serviram como soldados voluntários, mas agora isso havia mudado. Algo aconteceu e foi ocupada por inimigos.

Eles não deveriam ter abordado Altana de forma tão descuidada. Isso levou o inimigo a encontrá-los. E se o inimigo os encontrasse?

Esta.

Eles atirariam neles com flechas e os perseguiriam.

— Droga!

Mesmo assim, não importa o quanto ele amaldiçoasse Hiyomu, que sem dúvida estava se recuperando e relaxando dentro da Torre Proibida agora, ela não podia ouvi-lo. Nem melhoraria a situação.

Talvez por não ter nada sob a capa, Shihoru parecia estar tendo dificuldade para correr e ficou um pouco para trás. Haruhiro diminuiu a velocidade e esperou que ela o alcançasse.

— Você pode continuar correndo?

Shihoru acenou com a cabeça em resposta, mas sua respiração estava irregular e ela não exatamente acelerou o ritmo. Isso foi muito difícil para ela? Ela tentou gritar: “Você pode fazer isso!”, mas tudo o que conseguiu foi fazer Shihoru assentir novamente.

Não foram apenas os soldados inimigos que saíram pelos portões. Havia também criaturas menores com eles. O que eram essas coisas? Eles estavam latindo, então eram cachorros? Não havia muitos deles. Dois, não, três dos cachorros pretos os perseguiam.

Kuzaku estava dizendo algo como “Oh merda, oh merda, oh merda.

Os cachorros eram mais rápidos que os soldados. Eles estavam se aproximando rapidamente de Haruhiro e dos outros.

Se fossem apenas os soldados inimigos, eles poderiam tê-los perdido, mas os cachorros acabariam por alcançá-los.

Eles estavam quase no topo. Setora e Kiichi já estavam na Torre Proibida.

— Agora o que?! Setora gritou.

Os cachorros chegaram a uma distância de dois, três metros de Haruhiro e Shihoru.

— Mary?!

Não havia outro lugar seguro além de Altana por aqui? Mary, que ainda tinha suas memórias, era a única em quem eles podiam confiar aqui.

— … Sinto muito! Mary franziu a testa. Eu também não sei…!

Seria mentira dizer que Haruhiro não pensou, estamos ferrados, nem um pouco. Ainda assim, ele mudou de marcha em um instante e rapidamente examinou os arredores.

O sol estava nascendo no leste, então aquela linha de montanhas muito altas deve estar ao sul, hein? Havia uma floresta que se estendia ao norte.

— Vamos para a floresta…! foi tudo o que conseguiu dizer antes que os cachorros o atacasse.

Haruhiro reflexivamente colocou o braço esquerdo à sua frente, tentando se defender. O cachorro mordeu aquele braço, ou melhor, seu pulso esquerdo.

— Ahh…!

Isso o surpreendeu e ele ficou com medo, mas ao mesmo tempo manteve a compostura para pensar: “Este cachorro é bem pequeno”. Ele não era apenas pequeno; suas pernas também eram pequenas. Se fosse um cachorro grande, teria derrubado ou pelo menos feito cambalear. No entanto, ainda tinha uma mordida forte.

— Machuca!

Haruhiro deixou o cachorro morder seu pulso esquerdo e depois acertou-o na cabeça com o punho direito.

O cachorro uivou e afrouxou a mordida. Aproveitando essa abertura, Haruhiro o rejeitou.

— Oh! Shihoru gritou.

Outro cachorro pulou em cima dele quando ele tropeçou.

Haruhiro não hesitou em chutar o cachorro na lateral, afastando-o de Shihoru. Logo em seguida, outro cachorro mordeu Haruhiro, desta vez na canela.

— Eu disse que dói!

Haruhiro sacou sua adaga da bainha em seu quadril. Ele não estava exatamente furioso, mas não hesitou em cortar a garganta do cachorro com ela.

Grandes quantidades de sangue jorraram da ferida. Haruhiro não apenas cortou a artéria carótida do cachorro, mas também abriu sua traqueia. Ele ainda estava vivo por enquanto, mas não conseguia mais respirar. Quando Haruhiro sacudiu a perna direita, o cachorro perdeu o controle e caiu no chão.

Os dois cachorros restantes latiam alto, mas talvez o que aconteceu com o parceiro os tenha assustado, porque eles não atacaram.

Haruhiro ajudou Shihoru a se levantar.

— … Haruhiro-kun, v-você está ferido?!

— Eu acho que provavelmente estou bem. Isso não é grande coisa. E você?

— E-eu estou bem.

— Bem, então continue.

Haruhiro deu um empurrão em Shihoru na direção certa.

Ele tinha outra adaga. Ele a sacou e a lâmina era como uma chama dançante.

Quando ele segurou as duas lâminas em um aperto de backhand, foi estranho o quão bom foi para ele.

Ele fez uma pausa e respirou fundo.

Ele tinha dois cachorros latindo para ele e soldados inimigos se aproximando, mas Haruhiro não estava tão nervoso. Não, na verdade, ele não estava nem um pouco nervoso.

O inimigo tinha pele verde-amarelada e os rostos que espiavam pelas aberturas de seus elmos claramente não eram humanos. Eles eram duas cabeças mais baixos que Haruhiro. Kuzaku era um cara bastante alto, mas Haruhiro provavelmente tinha estatura mediana, então era seguro dizer que eles tinham o tamanho de uma criança humana.

Havia mais de dez deles; não, mais de quinze, mas menos de vinte.

Ele se pegou pensando, Isso é um pouco demais, e então quase riu de quão louco isso era. Um pouco?

Eles eram muitos.

Ele estava mais do que em menor número, então o que ele achava que estava fazendo? Por que fazer isso?

Ele teve que deixar Shihoru escapar. Ele tinha que salvar sua camarada. Sua camarada? Mesmo que ele não se lembrasse dela? Ele se sentiu estúpido, mas não se arrependeu. Na verdade, foi bom.

Haruhiro atacou os soldados inimigos. Eles não devem ter esperado que ele os abordasse sozinho, então isso os fez hesitar um pouco.

É melhor eu matar um ou dois agora.

Esse foi o pensamento que passou pela cabeça de Haruhiro.

O que passou por seus olhos, no entanto, foi algo completamente diferente.

— Ooooohhh…!

Kuzaku realmente era alto. Ele não era gordo, mas tinha ombros largos e peito largo, o que o fazia parecer absolutamente enorme. Especialmente quando seus oponentes eram tão pequenos.

Kuzaku saltou bem na frente de Haruhiro pelo lado, balançando sua espada larga para baixo.

Cortou um inimigo do ombro ao flanco, literalmente partindo-o em dois.

— Haruhiro! Ir sozinho assim é…!

Kuzaku deu mais um passo com um grande golpe de sua espada. Grande, mas não aleatório ou impensado. Como prova disso, a espada de Kuzaku derrubou outro inimigo.

— Você está tentando ser legal demais! Então você realmente deveria parar!

O inimigo sentiu-se visivelmente intimidado. Bem, depois que eles o viram fazer aquela façanha, você poderia realmente culpá-los?

— … Não, cara, você está sendo muito mais legal, sabia?

— Ei? Você acha mesmo? Kuzaku tinha um sorriso bobo no rosto, mas depois derrubou outro inimigo. Isso é loucura ou o quê? talvez eu seja forte?

— São apenas goblins, mas são muitos! Mary gritou enquanto corria. Pressione e acabe com isso rapidamente!

Parecia que Kuzaku não foi o único que se virou e voltou em vez de fugir.

— Oh, Luz, que a proteção divina de Lumiaris esteja com você. Mary levou a mão direita à testa e estendeu a mão para o inimigo. Blame!

Houve um poderoso flash da mão de Mary e os inimigos voaram.

Setora pegou a lança caída de um inimigo e a esfaqueou em outro inimigo. Quando perfurou a garganta daquele inimigo, Setora o soltou sem ao menos tentar retirá-la. Então, como se dissesse: “Tenho minha arma bem aqui”, ela agarrou o machado do inimigo empalado e o atirou em outro inimigo. O machado girou no ar antes de se enterrar no peito daquele inimigo. Logo depois, outro inimigo tentou atacar Setora, mas Kiichi o atacou. O novo inimigo tinha um capacete que cobria toda a cabeça, mas Kiichi rapidamente e habilmente o arrancou e afundou suas garras nos olhos do inimigo.

Enquanto isso acontecia, Kuzaku estava cortando os inimigos um após o outro.

Os dois cachorros continuaram latindo.

Um inimigo fugiu, praticamente rolando morro abaixo. Isso fez com que o resto dos inimigos fugisse repentinamente também, e os cachorros os seguiram em sua retirada dispersa.

Kuzaku começou a persegui-los, mas antes que Haruhiro tivesse tempo de detê-lo, Kuzaku parou. Parecia que ele não tinha a intenção de persegui-los seriamente, apenas enviar a mensagem de “Eu irei atrás de vocês!”, e então ele se virou para Haruhiro e disse: Agora é a nossa chance!

Haruhiro assentiu. De sua parte, ele gritou: Para a floresta! Mas ele não pôde deixar de pensar: ele realmente tinha que dizer isso? Todos, até mesmo Shihoru, que estava longe de ser ágil, já se dirigiam para a floresta. Pode ser o caso de todos terem tido muitas experiências como essa antes de perderem suas memórias, e seus corpos ainda serem lembrados, mesmo que suas cabeças não.

O grupo desceu a colina e entrou na floresta do norte.

Não havia garantia de que não haveria reforços vindos de Altana, mas não parecia que eles estavam sendo perseguidos por enquanto.

— Esta floresta não é tão grande”, Mary disse a eles.

Eles percorreram cerca de 300 metros nas árvores antes de parar para descansar.

— Bom, agora…

Setora estava segurando uma lança que havia tirado do inimigo. Era tão longa quanto ela era alta. Que, aliás, era um pouco menor que Haruhiro.

— O que exatamente foi tudo isso?” Goblins, acho que você os chamou assim?

— Sim.

Segundo Mary, esses inimigos pertenciam a uma raça conhecida como goblins. Eles faziam parte da Aliança dos Reis. Naturalmente, eles eram hostis ao Reino de Arabakia e estavam vivendo em um lugar chamado Damuro, a noroeste.

— …Então esta é, hum, a casa de Damuro? Kuzaku perguntou, coçando o pescoço. Os goblins de lá atacaram Altana e a levaram… ou algo assim? Quero dizer, havia muitos deles, mas eles eram muito fracos. Então, o Reino da Arabakia, certo? Eles perderam para essas coisas…?

Shihoru abaixou a cabeça.

— Eu não pude fazer nada. Eu era apenas um fardo…

— Você era uma maga, Setora disse com um encolher de ombros. Você terá que se lembrar de sua magia, não é?

— Nyaa, Kiichi miou. Ele estava olhando para Shihoru, não para sua mestre, Setora. Ele poderia estar tentando animá-la.

— Falando em magia… Kuzaku olhou para Mary. Mary-san, você não usou algo como ‘mágica’? Shihoru-san pode fazer coisas assim?

Mary baixou os olhos.

— … O que eu uso é magia de luz sacerdotal.

 Você quer dizer aquela coisa de “Marc em parc”?

Haruhiro pensou em perguntar isso por um momento, mas algo o deteve. Por que parou? Ele realmente não sabia. Não, isso era mentira. Não era como se ele não tivesse ideia do porquê.

Mary havia desenhado uma espécie de figura no ar com os dedos enquanto resitava “Marc em parc”, e produziu uma gota de luz. Ele tentou acertar Hiyomu com isso. Isso realmente surpreendeu Hiyomu e, a menos que Haruhiro estivesse se lembrando mal, ela disse o seguinte:

— Você é uma sacerdotisa, mas acabou de usar magia.

Hiyomu parecia estar familiarizada com o passado de todos, não apenas Io e seu grupo. Apesar disso, quando Mary usou aquele feitiço, foi pega de surpresa. Isso não significava que Mary não deveria ser capaz de usar aquela magia?

Além disso, Mary estava agindo de forma estranha, mesmo que fosse difícil para ela explicar exatamente como. Haruhiro não conseguia se lembrar de como Mary era antes disso, então ele estava tendo dificuldade em confiar, mas havia algo sobre isso que o fez dizer: “Hein?”

— Por magia de luz, você quer dizer isso? Setora estendeu a mão para demonstrar. Você explodiu goblins com luz.

Mary concordou.

— … Blame é o único feitiço de ataque que tenho. Mas posso usar vários feitiços que curam ferimentos, então, desde que algo não seja instantaneamente fatal, geralmente posso cuidar disso.

— Ooh. Os olhos de Kuzaku se arregalaram. Isso é reconfortante.

— Você é um paladino, Kuzaku, então você pode usar magia de luz também. No entanto, é um pouco diferente da de um sacerdote.

— Ei? Eu também? A sério? Que legal. Ah, mas eu não me lembro…

Setora girou sua lança e enfiou levemente a ponta no chão.

— Parece que eu posso pelo menos fazer o suficiente para cuidar de mim.

— Você sempre pode fazer um pouco de tudo, disse Mary. Você era uma necromante e uma domadora de nyaas. Você também pode usar uma variedade de armas. Mas, acima de tudo, você era mais inteligente do que a maioria das pessoas.

Essa grande quantidade de elogios certamente deixaria uma pessoa envergonhada, mas Setora parecia imperturbável.

— Eu entendo que foi assim que você me viu. No entanto, tenho certeza de que a realidade era bem diferente.

— Ugh. Kuzaku olhou para Setora. Você é bastante impressionante, hein, Setora-san…?

— Você me lembra um cachorro, de alguma forma, ela respondeu.

— O que? Eu como?

— A maneira como você age tão pegajoso e excessivamente amigável é como um cachorro.

— Não estou sendo excessivamente amigável e também não estou me apegando a você. Estou mantendo distância, viu?

— Se você não estivesse, eu iria bater ou chutar você.”

— Que rude…

Haruhiro tinha acabado de matar um dos cachorros dos goblins, então ele teve dificuldade em ver Kuzaku como um cachorro. Mesmo assim, era verdade que Kuzaku o lembrava de alguma forma de um cachorro amigável.

Honestamente, é uma grande ajuda ter Kuzaku por perto.

A maneira como Kuzaku derrotou inimigos em batalha o tornou confiável; isso é óbvio. Mas, além disso, embora Kuzaku pudesse ser um pouco irritante, embora isso pudesse ser apenas porque Haruhiro não tinha suas memórias de seu tempo como camaradas, Haruhiro achou reconfortante a maneira familiar como Kuzaku interagia com ele.

Não estava claro o que o mestre de Hiyomu, quem quer que fosse, havia feito com eles, mas entre a falta de memórias e o estado de Altana, nada de bom resultou disso. Kuzaku estar aqui com ele pode ter sido a única razão pela qual, mesmo apesar de suas perdas, ele sentiu que eles ainda poderiam sobreviver.

No entanto, obviamente, o fato de Mary guardar suas memórias também foi uma grande parte disso.

— Hum, eu tenho uma pergunta, Shihoru disse hesitante. Você disse que éramos soldados voluntários… Isso significa que fomos voluntários? Não consigo imaginar que fui feita para isso…

— Isso é… Mary hesitou. Acho que não temos outra opção.

— Nenhuma outra escolha? Haruhiro repetiu. O que você quer dizer com isso…?

— Esta é provavelmente a segunda vez.

— De que?

— Não para Setora e Kiichi, mas para o resto de nós, esta não é a primeira vez que perdemos nossas memórias.

Haruhiro esfregou as bochechas.

— A segunda vez.

Mary concordou.

— Sim.

Fim do capítulo…

NOTAS

1º Estou gostando demais desse volume, apesar dos apesares tá sendo muito bom.

2º O que eu acho que aconteceu com Mary foi o seguinte, A Mary 2 perdeu as memorias e a Mary que conhecemos voltou, isso mostra pq ela só lembrava de uma parte e não dos acontecimentos de Parano.

3º Eu acho que já fiz uma nota sobre, mas, os capítulos estão sendo mais demorados pq estou editando linha por linha para se adequar a norma de tradução de livros brasileira.

4º Apoie a tradução no Apoia.se (Link Aqui)

 

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