Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 8 – Volume 15 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 8 – Volume 15

Capítulo 8: Olhos enferrujados.

Tradução: Tinky Winky

 

O acampamento à sombra das rochas ficava mais completo a cada dia. Agora que eles tentaram viver aqui, ele poderia dizer que a área ao redor tinha uma abundância maior do que a que eles tinham acesso no vale. Havia uma maior variedade de plantas, e não apenas as que podiam comer, mas também um grande número de trepadeiras resistentes.

Algumas heras que encontraram poderiam ser usadas como corda, obviamente, mas Setora também experimentou com ela e descobriu que funcionava como corda de arco também. Setora tinha problemas para fazer flechas com pontas adequadas, mas o poder de penetração até mesmo de uma simples vara pontiaguda não deveria ser subestimado. Ter arcos fazia uma grande diferença na eficiência com que eles caçavam.

Eles haviam obtido pregos no Campo solitário. Além disso, eles tinham acesso a todas as trepadeiras resistentes que desejavam. Isso ampliou enormemente a gama de coisas que eles poderiam construir.

Havia também muitos animais. Eles só tinham visto o dragão cavalo uma vez, mas havia rebanhos de pebis, que eram criaturas caninas parecidas com coelhos, e frequentemente viam ganaros, que eram como vacas selvagens, e mais perto das montanhas Tenryu havia macacos com cara de raposa. . A julgar pelos uivos distantes, as marcas de arranhões que deixaram nas árvores e as fezes que ocasionalmente encontravam, havia lobos e ursos por perto também. Se tais predadores ferozes pudessem se reproduzir aqui, isso significava que a área deveria ter um grande número de presas.

Eles estavam a pelo menos dez, provavelmente quinze quilômetros da Fortaleza de Ferro de Riverside e dos kobolds que a ocupavam. Eles estavam perto o suficiente para sentir que era uma ameaça, ou longe o suficiente?

Assim como o vale no sopé, eles teriam que ser cautelosos com os dragões que viviam nas Montanhas Tenryu.

No terceiro dia em seu acampamento à sombra das rochas, eles tentaram caminhar três ou quatro milhas a oeste até o rio jato.

Quando eles olharam para o rio, havia uma enorme criatura nadando com a cabeça para fora da água. Parecia um dragão. Todo o grupo entrou em pânico e saiu correndo de lá. Isso foi o que aconteceu.

No quarto dia, encontraram alguns rastros interessantes um quilômetro a leste de seu acampamento. Múltiplos vestígios de pegadas e marcas como se algo tivesse pousado no chão. Eles pareciam vir não de um animal de quatro patas, mas de uma criatura bípede.

Naquela noite, Haruhiro, Setora e Kiichi estavam de guarda perto de um fogão que havia sido construído para esconder a luz de seu fogo o máximo possível, quando de repente Kiichi virou para o sudeste e suas orelhas ficaram em pé.

Setora tentou dizer alguma coisa. Haruhiro levantou a mão para impedi-la, mas ela fechou a boca antes que ela pudesse falar.

Havia um barulho.

Haruhiro também ouviu, mas não sabia que tipo de barulho era.

Não era um animal. Ele poderia dizer isso. Ele não tinha nenhuma prova. Foi tudo um palpite.

Haruhiro avisou Setora e Kiichi, dando-lhes um sinal.

— Fique aqui. Vou ver, disse.

Setora assentiu. Kiichi provavelmente a obedeceria.

Haruhiro se afastou do fogão sem fazer barulho.

Ele não se incomodava com essa sensação, como se estivesse nadando no escuro. Você poderia até dizer que ele a achou confortável.

O ar noturno combinava melhor com Haruhiro do que o ar diurno. Ele até imaginou que poderia tocar as coisas através do ar da noite, sentir seu calor.

Ele procurou em todos os lugares, mas nada.

Ele teve que concluir que não havia nenhum animal grande por perto.

No entanto, mesmo que não houvesse um agora, poderia ter havido em algum momento.

Por exemplo, algo pode ter tentado localizar Haruhiro e seu grupo, mas acidentalmente, ou por motivos fora de seu controle, acabou fazendo barulho. Pode ter pensado: “Ah, não” e fugido.

Havia também as pegadas. O que quer que estivesse acontecendo, eles teriam que ser ainda mais cautelosos. Dependendo da situação, eles podem ter que abandonar o acampamento à sombra das rochas. Doeria, mas se precisassem, não hesitariam.

Quando eles estavam conversando sobre isso durante o café da manhã, eles ouviram mais do que apenas um barulho. Eles ouviram a voz de um homem.

— Soldados voluntários? disse a voz.

— …Huh? Kuzaku pegou a grande katana que estava a seus pés. Q-Quem está aí?!

— Você acha que vamos responder honestamente? Setora pegou seu arco e olhou para Haruhiro.

Haruhiro respirou fundo.

Soldados voluntários?

A voz perguntou se eles eram soldados voluntários.

Mary ficou em silêncio e olhou na direção de onde vinha a voz. Era a sudeste.

O que eles iriam pensar sobre isso? Ou eles deveriam se mover em vez de pensar?

Nós fomos descuidados. Houve sinais. Devíamos ter previsto que isso poderia acontecer, pensou por um momento, mas seria mesmo verdade? A retrospectiva sempre foi 50-50. Haruhiro não era um deus onisciente nem um gênio. Ele era apenas um humano medíocre e simples, então mesmo que pudesse prever que isso poderia acontecer, ele não poderia saber todos os detalhes concretos. Não faria nenhum bem a você se arrepender de não poder fazer algo que nunca teve a chance de fazer em primeiro lugar.

— Se vocês são soldados voluntários, por favor, respondam, disse a voz.

— … O que fazemos? Kuzaku se agachou enquanto perguntava a Haruhiro.

Antes que Haruhiro pudesse responder, a voz pressionou por uma resposta.

— Sua suspeita é inevitável, mas nós não suspeitamos. Se vocês são soldados voluntários, podemos trabalhar juntos.

Setora franziu a testa.

— Nós?

— …Ele não está sozinho, Shihoru sussurrou.

Mary olhou para Haruhiro.

— Podem ser remanescentes do Exército da Fronteira.

— Vou até você, disse Haruhiro ao dono da voz. Então, ele rapidamente olhou para cada um de seus companheiros. Todo mundo, fiquem aqui. Tenham cuidado.

Kuzaku deu a ele um «Ok», mas Setora deu a ele um olhar que parecia mais exasperado com sua decisão do que insatisfeito, e Shihoru também parecia preocupada.

— Espera. Mary agarrou o braço de Haruhiro. Me leve com você.

— Não mas…

— Você não tem memórias, lembra? Você pode tomar uma decisão em uma fração de segundo?

— Ela tem razão. Setora assentiu. Vocês dois vão juntos. O auto-sacrifício é bom e tudo, mas se levado longe demais, torna-se insuportável e faz mais mal do que bem.

Haruhiro quase inadvertidamente se desculpou, mas conseguiu se conter e apenas disse: Certo…

Mary caminhou em direção à voz com ele.

Um único homem apareceu das árvores cerca de 30 metros à frente deles.

— Aqui, disse ele.

Haruhiro e Mary se entreolharam.

Que tipo de homem ele era? No que dizia respeito a Haruhiro, o homem não parecia vestido de maneira tão diferente deles. No entanto, ele era consideravelmente mais velho. Sujeito tinha que ter mais de 30 anos. Ele tinha barba e usava um terno de couro, junto com botas e uma capa verde escura.

—…Eu não o conheço, Mary disse duvidosamente. Acho que o Exército da Fronteira não tinha soldados assim. Mas ele também não parece um soldado voluntário…

O homem se aproximou.

— Estou com a Força Expedicionária do Reino da Arabakia.

— Força Expedicionária? Haruhiro franziu a testa. Mary, você já ouviu falar deles?

Mary balançou a cabeça.

— Mas se ele não é do Exército da Fronteira…

Haruhiro deu um passo à frente, mantendo Mary em segurança atrás dele.

O homem parou a cerca de dez metros do casal.

Não tinha uma sensação limpa. A pele do homem estava escura de sujeira. No entanto, Haruhiro também estava acostumado a viver ao ar livre, então ele não era alguém com quem conversar.

O branco de seus olhos estava amarelado e injetado, e suas mãos nuas e enluvadas estavam terrivelmente sujas. Suas unhas foram cortadas.

Além disso, quando o homem andava, quase não fazia barulho.

— Nós viemos do continente, disse o homem, depois sorriu. Se são soldados voluntários, isso nos torna reforços. Eu esperava que você nos recebesse.

— Bem-vindo, Haruhiro murmurou, então respondeu com um sorriso.

Para ser honesto, ele estava tentando esconder sua confusão. Ele queria ser capaz de processar as informações que tinha. Isso levaria tempo.

— Por que está aqui? Mary perguntou ao homem.

— …Em um lugar como este?

O homem deu de ombros. Aparentemente, ou ele não quis responder ou não pôde.

Parecia bem difícil. Eles poderiam confiar nele? Haruhiro não conseguia decidir.

Eu sou um explorador. Basicamente, estou no fundo da pilha. Ele sorriu, com um implícito: Você sabe como é isso, não sabe? Eu não tenho autoridade. Se concordar, eu os levo de volta ao acampamento. O comandante, ou alguém que trabalhe para ele, revelará qualquer informação que você pedir.

Acampamento. Comandante. Informação. Haruhiro ponderou sobre o que o homem disse enquanto ouvia.

— Foi você quem nos observou ontem à noite, hein?

— Então você descobriu. O homem lambeu o lábio inferior. Você é como eu. Um explorador… Não, eles te chamariam de ladrão na fronteira, hein?

O homem falava com bastante polidez, mas havia certa dureza em seus gestos e expressões.

Mesmo agora, este homem estava avaliando Haruhiro e Mary. Isso é o que ele devia estar pensando: Se eu tiver que matar esses dois, como vou fazer isso?

Haruhiro estava pensando a mesma coisa, na verdade.

O homem parecia capaz. Mas não parecia um adversário que eles não pudessem vencer. Com Mary aqui, eram dois contra um, mas não era esse o motivo. O homem estava claramente subestimando Haruhiro. Isso significava que havia uma oportunidade com a qual ele poderia trabalhar.

Dito isto, talvez o homem tivesse um bom motivo para estar tão relaxado.

— E se nós… Haruhiro começou.

— E se você, o homem o substituiu, é o tipo de pessoa sem escrúpulos que não nos recebe bem, temo que não terei escolha a não ser eliminá-lo. Se você não é um tolo, acho que entenderá que esta não é uma ameaça vã, e digo isso porque posso levar adiante.

—  O que quer dizer…? Mary sussurrou.

Basicamente, significava que o homem, ou melhor, a Força Expedicionária, ou o que quer que fosse, estava um ou dois níveis acima do grupo de Haruhiro.

Haruhiro olhou além do homem. Ele não tinha percebido isso antes, mas era porque sua atenção estava na pessoa à sua frente. O homem tinha certeza de que era.

Havia homens armados aqui e ali por toda a floresta. Eles não estavam lá abertamente, e mais do que alguns estavam saindo de trás de árvores ou arbustos.

Mesmo de relance, ele contou dez.

Haruhiro ergueu as mãos.

— Claro que lhe damos as boas-vindas.

Eram cinco, mais Kiichi. Esses caras se autodenominavam uma força militar, então presumivelmente havia mais de dez ou vinte deles. Eles trabalharam em uma escala diferente.

— Quero dizer, nós recebemos você para começar. Não parecia assim?

— Ah, eu pude ver. O homem lhe deu um sorriso zombeteiro. No entanto, vim sozinho ontem à noite. Eu estava confiante de que, se voltássemos com nossa força, definitivamente nos receberiam. Se você vai fazer uma festa, quanto mais melhor, certo?

Haruhiro era do tipo que preferia uma noite tranquila a uma festa barulhenta, mas agora ele não precisava balançar o barco.

— Tem razão.

— Meu nome é Neil. O homem avançou e estendeu a mão direita. E você?

Haruhiro pegou a mão do homem e deu a ele seu próprio nome.

— Eu sou Haruhiro.

Neal puxou Haruhiro para mais perto e sussurrou em seu ouvido:

— Que boa mulher você tem com você.”

O sangue subiu à cabeça.

Neal parecia ver através dele enquanto dava um tapinha no ombro de Haruhiro com um sorriso.

— Foi um elogio.

Haruhiro e Mary voltaram para o acampamento na sombra das rochas com Neal. Eles explicaram a situação para Kuzaku, Setora e Shihoru, e decidiram fazer as malas e seguir para o acampamento da Força Expedicionária.

O acampamento da Força Expedicionária ficava a mais de cinco quilômetros das rochas, na floresta a sudoeste. Ficava bem perto das Montanhas Tenryu, mas de acordo com Neal, eles ainda não haviam sido atacados por nenhum dragão.

Havia cerca de 50 barracas montadas na área, e soldados armados descansavam ou mantinham seus equipamentos. Os grupos de soldados sentados em círculo não pareciam estar apenas conversando. Eles jogavam dados de madeira ou faziam alguma coisa com um grande número de bastões curtos de madeira. Talvez eles estivessem jogando?

Quando os soldados notaram Haruhiro e os outros, eles olharam, sussurraram para seus companheiros e soltaram risadas travessas.

Muitos deles eram jovens, apenas um pouco mais velhos ou até um pouco mais jovens que Haruhiro e seu grupo. Havia alguns soldados de meia-idade, talvez até velhos, cujas barbas também haviam ficado meio brancas.

Francamente, eles exalavam uma vibração ruim.

Haruhiro realmente não sabia, mas provavelmente havia regulamentos que uma força militar precisava seguir. Esses caras pareciam desleixados. Ele próprio vivia na selva, então Haruhiro não era alguém para falar, mas eles pareciam um bando de bárbaros.

Mesmo sob os olhos curiosos de todos aqueles soldados, Setora parecia imperturbável. Mas Mary e Shihoru pareciam muito chateadas.

— Eles percorreram um longo caminho de suas cidades natais para servir nas forças armadas e… bem, eles estão todos sobrecarregados, explicou Neal, sorrindo. Pode ser um pouco estimulante demais para as senhoras aqui, mas tentem aguentar, ok? Não é malicioso.

— Malicioso, hein? Kuzaku parecia bastante zangado. Tem certeza que não é malicioso? Acho difícil acreditar nisso.

Neal limpou a garganta, depois riu, mas não respondeu.

Eles caminharam pelo acampamento, que não era realmente dividido em seções, até chegarem a uma área onde algumas grandes barracas estavam concentradas. Havia uma mesa e cadeiras ao redor, onde algumas pessoas estavam sentadas e outras em pé. Esses caras não pareciam ser soldados rasos.

Neal deu um passo à frente, caiu sobre um joelho e abaixou a cabeça.

— Em geral. Eu os trouxe.

— Bem feito.

O homem que ele chamou de general não era desleixado como Neal e os outros soldados; ele havia deixado crescer uma barba adequada, que mantinha bem cuidada. Em termos de idade, ele parecia estar na casa dos quarenta anos, com cabelos ruivos e olhos penetrantes. Sua armadura era polida e ele usava um manto de pele preta por cima. Além disso, esse general ruivo era alto, embora não tão alto quanto Kuzaku.

— Eles são soldados voluntários sobreviventes, hein?

Ele tinha uma voz rouca e intimidadora.

Por um momento, Haruhiro hesitou. Devo lisonjear o homem? Ou apenas agir normalmente?

— Um sim.

— O que você quer dizer com ‘um’?”

— Sim. Haruhiro se corrigiu.

Ele começou a suar frio e fez uma careta. O cara era bem assustador.

O general olhou para outro homem, que estava a pouca distância, de pé em vez de sentado em uma cadeira.

— Você os conhece, Anthony? perguntou o general.

O homem chamado Anthony balançou a cabeça.

— Não, general. Não tenho nenhum conhecimento pessoal entre os soldados voluntários. No entanto, conheço vários deles pelo nome. 

O general olhou para Haruhiro com olhos cor de ferrugem.

— Qual é o seu nome?

— Haruhiro.

Provavelmente era melhor não desafiar este homem. Parecia um pouco assustador. No entanto, ele não queria ser muito subserviente. De onde veio essa mentalidade? Haruhiro nem sabia.

— Os outros são Kuzaku, Shihoru, Mary e Setora. Além disso, o nome do nyaa é Kiichi. 

— Eu não os conheço, disse Anthony com um encolher de ombros. Não acho que sejam como Soma, Akira ou Renji, que até as forças regulares respeitavam.

— Soma… Renji… Mary sussurrou.

Ambos os nomes apareceram nas histórias que Mary lhes contou.

— Renji se alistou ao mesmo tempo que nós, disse Haruhiro, então parou por um momento. Nós somos… membros da guilda de Soma, os Day Breakers.

Ele não estava mentindo, pelo que sabia. Ele também não se lembrava dos detalhes que o cercavam.

— Daybreakers? O general olhou para Anthony.

Anthony assentiu.

— Um clã é algo como um pelotão no exército. Soma reuniu soldados voluntários capazes para formar os Day Breakers. Alguns deles, como Akira, Rock e Io, eram famosos até mesmo entre nós no Exército da Fronteira.

— Eles estão no Exército da Fronteira? Haruhiro perguntou.

Anthony assentiu. Assim é. Graham Rasentra, que comandava o Exército da Fronteira em Altana, enviou um comunicado ao continente solicitando assistência. Meus homens e eu estávamos encarregados de proteger aquele comunicado.

— Não conhecemos a fronteira, disse o general, olhando para os que o cercavam. Anthony é um guia valioso. Então, embora isso significasse partir assim que chegasse, fizemos com que ele acompanhasse a Força Expedicionária.

— Afinal, nasci na fronteira, disse Anthony com uma expressão subserviente no rosto. De qualquer forma, não tenho intenção de viver em paz e segurança no continente. Ele pretendia voltar.

Haruhiro realmente não se importava com sua situação, mas de alguma forma ele entendeu a imagem.

O Reino de Arabakia já havia prosperado ao norte das Montanhas Tenryu, na terra que agora chamam de fronteira. No entanto, quando foram derrotados pela Alianla dos Reis liderada pelo No-life King, eles fugiram para o sul de Tenryu. O que eles agora chamavam de continente, há muito tempo, era chamado de fronteira.

A maior base do Reino de Arabakia na fronteira, Altana, foi repentinamente atacada.

O general Graham Whatsname, do Exército da Fronteira, pensou que não conseguiria segurá-lo e pediu reforços do continente.

No final, os reforços chegaram.

Ou mal conseguiu, melhor dizendo.

— Parece que não há nada além de goblins em Altana. Haruhiro baixou os olhos. Era melhor transmitir isso desapaixonadamente. Havia orcs e kobolds na Fortaleza de Ferro de Riverside, e não havia ninguém no Posto Avançado Solitário.

— Temos essa informação, disse o general, acenando com a mão.

Haruhiro não entendeu imediatamente o que eles queriam dele.

Anthony decidiu ajudá-lo.

— O general quer falar com você pessoalmente.

Obviamente, não havia como eles terem algo pessoal para conversar. O general queria falar em segredo. Anthony estava dizendo isso a ele de uma forma indireta.

Haruhiro olhou para seus companheiros e então caminhou até o general.

O general se afastou de Haruhiro e começou a andar. Isso provavelmente significava: “Siga-me”.

— Nosso Reino de Arabakia não tem mais um ponto de apoio nesta fronteira, disse o general calmamente enquanto caminhava lentamente. Se o rei e seus servos favoritos no continente decidirem que a situação é muito difícil de reverter, isso colocará você em uma situação um tanto difícil… E nós também.

Haruhiro não conseguia entender o que o general queria dizer se ele ia fazer rodeios assim. Ele não tinha memórias.

Era melhor manter isso em segredo? Ou ser franco e revelá-lo? Ele ainda não tinha podido consultar seus camaradas sobre isso. Eles teriam que tomar uma decisão em breve, mas agora, provavelmente não é uma boa ideia tocar no assunto.

Ele realmente não conseguia decidir se era uma boa ideia ou não. A situação era muito complicada e delicada. Ele teria que ficar quieto por enquanto.

— Hum, então basicamente…

— O rei e seus lacaios mais próximos quase certamente tentarão separar permanentemente o continente da fronteira.

— Separar.

— Tornar impossível viajar de um lugar para outro.

— …Eu entendo bem.

O que era? Ele sentiu que tinha ouvido algo sobre isso de Mary.

Certo.

Nas Montanhas Tenryu, ou talvez abaixo delas, ficava esta passagem secreta, o Algo ou Outro Caminho. O povo do Reino de Arabakia havia originalmente usado aquela estrada para evacuar ao sul das Montanhas Tenryu. No entanto, eles também usaram para enviar um exército para a fronteira e construir Altana.

Mesmo agora, as pessoas e o comércio fluíam entre Altana e o continente usando aquela Estrada Algo-ou-outro. Ou tinha, até recentemente.

De qualquer forma, se soubessem onde fica o Algo ou Outro Caminho, seria possível ir da fronteira ao continente e vice-versa.

A Força Expedicionária também deve ter percorrido a Trilha Algo ou Outro.

O general parou de andar, então Haruhiro também parou.

Não havia lojas ao redor dele e nem soldados.

— Se não conseguirmos garantir uma base na escala de Altana, o rei certamente destruirá o Caminho Aorta do Dragão de Terra.

Ohhh. O nome oficial do caminho Algo ou Outro era Caminho Aorta do Dragão de Terra.

— … Destruir? disse Haruhiro.

O general se virou, inclinando-se ligeiramente para aproximar seu rosto do de Haruhiro.

— Somos uma unidade improvisada, como você pode ver. Precisamos de toda a ajuda possível. Você estará cooperando, soldado voluntário. Não diga não. Temos que nos preocupar com vazamentos de informações. Se você não obedecer, não terei escolha a não ser matá-lo.

Fim do capítulo…

Notas finais do tradutor.

No volume 3 tem um capítulo que fala um pouco sobre esses personagens; Anthony e Graham. Acho que se chama “Border Warriors / Guerreiros da Fronteira”.

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