Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 14 – Volume 15 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 14 – Volume 15

Capítulo 14: O caminho para um gato velho.

Tradução: Tinky Winky

 

Ao ouvir o relatório urgente de Barbara, o comandante Dylan Stone imediatamente deu a ordem.

— Estamos deixando para vocês pedaços de merda!

A equipe de ataque deixou apressadamente a guilda dos cavaleiros das trevas.

O segundo em comando Anthony, com sua familiaridade com a área, foi ordenado a liderar o caminho, e seus subordinados, o grupo de Haruhiro e os soldados.

Ele está usando a capa preta do Comandante Dylan, eles o seguiram.

Bárbara correu ao lado de Haruhiro. — Eu não esperava que o vice-rei Bogg saísse da Torre Tenboro para nós! Esta é uma chance em um milhão!

Logo depois que eles deixaram a guilda dos cavaleiros das trevas, um goblin os encontrou. O goblin saiu correndo gritando alguma coisa.

— Vamos persegui-lo?” Anthony perguntou em voz alta.

— Bobagem! Dylan o chamou. Largue essa mesquinharia e continue andando, seu merda!

Para o comandante Dylan, aliados e inimigos eram uma merda. Kuzaku murmurou algo como — Você é o maior merda aqui e, honestamente, Haruhiro concordou.

Independentemente disso, a equipe de ataque ignorou o goblin e seguiu em frente.

De acordo com Bárbara, logo após a força principal começar o ataque, quatro ou cinco dos Hundred saíram da Torre Tenboro e lideraram algumas dezenas de goblins em direção ao portão sul. Depois disso, um goblin que parecia um mensageiro correu para a Torre Tenboro. Quando o fez, o vice-rei Bogg apareceu, liderando cerca de dez dos Hundred.

Os Hundreds partiram em todas as direções, enquanto o vice-rei Bogg permaneceu sozinho na praça.

A leitura de Barbara da situação foi que o vice-rei Bogg estava reunindo os combatentes de elite antes de ir pessoalmente para o portão sul.

A Torre Tenboro era um edifício razoavelmente alto, mas apenas o primeiro e o segundo andares, que abrigavam o hall de entrada e o hall de recepção, eram particularmente espaçosos. Tudo o que havia acima eram escadas em espiral, corredores e quartos pequenos. Havia sido projetado dessa forma para fins defensivos, se chegasse a hora.

O plano previa que a equipe de ataque invadisse a Torre Tenboro e matasse o vice-rei Bogg, mas se pudessem pegá-lo do lado de fora, nada seria melhor do que isso. No entanto, estar do lado de fora trazia seus próprios perigos. Os goblins tinham uma vantagem numérica esmagadora. Apesar disso, dentro de um prédio ou outro espaço confinado, eles não acabariam em uma situação extrema, como vinte pessoas contra mil desses animais. Mas lá fora, na pior das hipóteses, os goblins poderiam atacá-los de todas as direções.

Quando eles deixaram a Vila Ocidental e entraram no distrito sul, havia uma pequena força de dez goblins bloqueando seu caminho.

— Ao ataque! Anthony gritou. Guerreiros da fronteira, mostrem a eles seu orgulho…!

Anthony e seus cinco guerreiros atacaram a linha goblin sem hesitação.

Seria exagero dizer que foram varridos?

Quando Anthony e seus homens se enfrentaram com os goblins e brandiram suas espadas uma vez, quatro ou cinco dos goblins foram derrubados ou arremessados.

Os goblins que não foram mortos e apenas perderam o equilíbrio fugiram em um piscar de olhos.

— Ei, esses caras são fortes! Kuzaku disse alegremente.

— O inimigo é fraco, Bárbara riu. Gato Velho, vou por outro caminho, verificar a situação e volto.

— Sim Sensei!

— Boa resposta.

Bárbara jogou um beijo para ele ao deixar a equipe de ataque. Eles avançaram cada vez mais, indo em direção à praça em frente à Torre Tenboro.

— Anthony-san! Haruhiro levantou a voz.

— Que?! Anthony não se virou.

— Vamos desacelerar um pouco! Estamos indo rápido demais! Já estamos sem fôlego!

— … Bom! Entendido!

— Não diga a ele coisas que você não precisa, seu pedaço de merda! Dylan gritou com ele, mas ele não disse nada além disso, então Haruhiro não se importou.

Estou calmo agora? Acho que não estou em pânico. Eu posso ver o que está acontecendo ao meu redor muito bem. Embora eu possa estar imaginando isso.

Não, não era que ele pudesse apenas ver, era que ele estava olhando. Bárbara disse a ele que ele tinha um amplo campo de visão, mas Haruhiro estava inadvertidamente virando a cabeça, sempre examinando a área ao redor. Era um hábito que ele havia desenvolvido. Talvez graças a isso, o primeiro a ver o esquadrão goblin se aproximando do grupo invasor foi Haruhiro.

Havia apenas cerca de quinze deles, mas todos carregavam escudos redondos e lanças. No entanto, não foram apenas seus equipamentos que foram unificados. Eles se moviam de maneira organizada.

Atrás de nós!, Haruhiro  tentou gritar.

Havia um goblin no telhado de um prédio de dois andares que também dava para a rua, e ele acabara de desembainhar uma espada avermelhada.

Um dos Hundred, hein?

Ele tomou uma decisão rápida.

— Shihoru…! Haruhiro apontou para o Hundred no teto.

Shihoru imediatamente parou e virou ambas as palmas para o Hundred.

— …Dark!

Apareceu, como se abrisse uma porta invisível, os fios negros se entrelaçando, tecendo uma forma humanóide. Dark soltou um som estranho e voou em direção ao Hundred. O goblin gritou em estado de choque e tentou cortar Dark com sua espada. Mas Dark deslizou ao redor da lâmina e ficou atrás de seu alvo.

O Hundred se virou, procurando por Dark. Nesse momento, Dark já estava lá dentro.

— Comandante Dylan! Haruhiro gritou. O inimigo está vindo atrás de nós!

— Pequenos merdas! O Comandante Dylan cuspiu. Eu vou matar todos!

— Ngh…! Um dos homens de Anthony caiu.

Era uma flecha, não, um dardo. Havia cinco ou seis outros goblins com bestas em um telhado diferente do Hundred. Eles dispararam uma rajada e um ou dois dos dardos atingiram o subordinado de Anthony.

— Vou tentar ajuda-lo! Mary gritou, apressando-se.

Parecia que o Comandante Dylan poderia lidar com aqueles que estavam atrás deles.

O Hundred agitou sua espada vermelha enquanto Dark brincava com ele, mas a criatura deve ter percebido que não iria a lugar nenhum, porque se lançou do teto.

— Anthony! Kuzaku! Haruhiro gritou, dirigindo-se acidentalmente a Anthony sem um título honorífico.

Enquanto o Hundred que havia caído na rua brandia sua espada vermelha e gritava, goblins saíram correndo dos becos aqui e ali.

Anthony e seus homens soltaram um grito de guerra e partiram para o ataque.

Kuzaku lançou um ataque violento contra o Hundred.

Mary estava tentando colocar o ferido Anthony de pé.

— Setora, proteja Mary!

— Entendido!

— Shihoru, atrás de mim!

— … De acordo!

A equipe de goblins com bestas estavam recarregando. Antes que Haruhiro pudesse dar a ordem, Shihoru enviou Dark atrás deles.

Um goblin estava se aproximando, passando por Anthony e seus homens. Ele tinha uma lança. Shihoru estava atrás de Haruhiro. Ele não poderia voltar.

A ponta da lança foi apontada para o plexo solar de Haruhiro. No último momento possível, ele torceu o tronco, trazendo o lado esquerdo para a frente. Se ele tivesse apenas se esquivado, a lança teria ameaçado Shihoru. É por isso que Haruhiro empurrou a haste da lança com a mão. O goblin usava um capacete. Cobria completamente a cabeça e a viseira só tinha aberturas muito finas. Não parecia fornecer boa visibilidade ou audição, mas era um capacete sólido. Ele também tinha uma armadura de cota de malha e até um peitoral.

Haruhiro se aproximou do goblin.

Quando o goblin vacilou, ele pisou com força no pé direito. Apesar de usar capacete e armadura, o goblin ainda estava descalço. Na metade inferior, ele também usava algum tipo de calça de couro. Haruhiro mergulhou sua adaga na coxa direita do goblin, logo acima do joelho. Ele gritou e jogou a cabeça para trás de dor.

Ele agarrou o goblin pela mandíbula com a mão esquerda e girou enquanto o jogava no chão. Ele pisou em cima dela e, usando o peso de ambos os joelhos, pressionou ainda mais a mandíbula do goblin.

Enquanto o goblin gritava “Agahh!” e resistia desesperadamente, Haruhiro rapidamente levantou a viseira de seu capacete.

Ele podia ver o rosto do goblin pela abertura.

Haruhiro pegou sua adaga, segurando-a com a mão direita e a enfiou no olho esquerdo.

Ele deu uma facada profunda e girou.

O goblin soltou um “Gagoh…!”, e então caiu mole.

Antes que ele pudesse pensar, “Acabou”, ele já estava longe do goblin.

— Continue!” gritou o Comandante Dylan.

— Mas…! Haruhiro gritou de volta. Eles sabem que estamos aqui! Os Hundred virão para nos parar!

— Você acha que podemos cancelar o ataque agora, seu merda?! Vamos cumprir a missão, mesmo que todos morram no processo!

Haruhiro não pôde deixar de pensar: você diz isso, mas aposto que está planejando sobreviver por conta própria. Você é o verdadeiro pedaço de merda aqui.

Não estou dizendo para cancelar! Mas se entrarmos sem nenhum plano…

— Zahhhhhhhhh…! Kuzaku cortou o Hundred.

— …As baixas que sofreremos… Haruhiro ficou sem palavras.

Os goblins estavam em pânico.

— Não deixe que esses merdinhas te parem! O comandante Dylan os encorajou. Só temos que tirar a cabeça daquele pedaço de merda! Avante seus merdas, avante!

— Que merda, merda?! Anthony chamou de volta reflexivamente. Ele brandiu sua espada e seguiu em frente. Vamos embora, equipe de ataque! Atrás de mim!

O homem de Anthony, a quem Mary estava curando, levantou-se e o seguiu também.

Tudo acontecia tão rápido que Haruhiro não conseguia acompanhar. Ok, não, isso não era verdade. Mesmo sem dizer a si mesmo para mudar de marcha, ele já estava seguindo o fluxo. Havia algo no que o comandante Dylan estava dizendo, por mais grosseiro que fosse. Para a equipe de ataque, a velocidade era de extrema importância.

— Shihoru! Setora! Mary! Kuzaku! Kiichi! Haruhiro pensou por um momento, mas deixando de lado, ele simplesmente gritou: Vamos!

— OK!

— Está bem!

— Sim!

— Nya!”

— … De acordo!

Eles não tinham tempo para pensar em controlar o ritmo agora. Mais rápido. Mais rápido. Eles tinham que ir o mais rápido que podiam, sem deixar ninguém para trás. Se não o fizessem, poderiam se ver cercados. E ainda, mesmo se o fizessem, os goblins ainda os atacariam. O comandante Dylan disse para ignorá-los, mas havia momentos em que, se você não os tirasse do caminho ou os espalhasse, não havia como avançar.

Haruhiro correu, observou, ouviu e tomou decisões, emitindo ordens para Kuzaku e Setora, emitindo avisos para Anthony e chutando os goblins no chão. Seus pulmões doíam. Sua garganta também. Shihoru parecia estar passando por um momento difícil. Ela estava fazendo o possível para acompanhar.

— A praça! Anthony gritou.

A rua fazia uma curva e se abria diante deles.

E Barbara-sensei?, Haruhiro  pensou de repente. Onde ela estava indo? Ela disse que iria dar uma olhada.

Não, não foi isso.

Ela não iria apenas dar uma olhada, ela verificaria a situação e voltaria.

A equipe de ataque finalmente entrou na praça.

Antes era um espaço aberto, com nada além de paralelepípedos. Agora não. Havia algumas coisas enormes e sinistras feitas de madeira e pedra, couro e tecido, pedaços de metal, osso ou algo parecido, e uma estranha tinta preta que ele não conseguia identificar. Seriam torres? barracos? Ou talvez plataformas? Fossem o que fossem, haviam sido construídos em todos os lugares. Mas em direção ao centro, perto da Torre Tenboro, o espaço foi deliberadamente deixado aberto. Essa área ainda era usada como praça, ou talvez como rua.

Mesmo à distância, ele podia ver um grupo de goblins naquela rua. Aparentemente, eles estavam indo em direção à Torre Tenboro.

Os números eram… Hmm, era difícil dizer com todos os objetos enormes no caminho. Não eram mais de 100, mas ainda eram 30 a 40. Todos os 40 marchavam com suas lanças juntas, então era fácil reconhecê-los à distância e observar seu número.

Parecia que havia algo nas pontas de suas lanças.

— É assim?! Anthony gritou, derrubando um goblin que se lançou sobre ele da sombra de um dos objetos.

— Pedaços de merda! É aqui que eles vão morrer! gritou o Comandante Dylan. O que ele provavelmente quis dizer é que provavelmente era a unidade do vice-rei Bogg, e a equipe de ataque precisava eliminá-los, não importa o que custasse.

Eram goblins, mas era possível que houvesse várias centenas incluídas no grupo. O vice-rei Bogg obviamente também seria um veterano. Além disso, eles estavam em menor número. Não ia ser fácil. Na verdade, seria incrivelmente difícil. Eles tinham que lançar uma emboscada, então pegar a cabeça do vice-rei Bogg no meio do caos e fazer isso o mais rápido possível. Nada mais funcionaria.

Anthony não foi diretamente para o vice-rei Bogg, mas seguiu um curso que os aproximou da Torre Tenboro. Um dos subordinados de Anthony colidiu com um dos enormes objetos e caiu, mas ninguém o ajudou a se levantar. Haruhiro o ignorou e continuou correndo também.

Eles chegaram bem perto da equipe de lanças do vice-rei Bogg.

O que havia naquelas lanças?

Ele não podia vê-las claramente, então não podia dizer com certeza, mas pensou desde o início que certamente poderia haver algo. Apesar disso, ele não pensou muito sobre isso.

Não que ele tentasse não pensar tanto nisso, mas sim que não tinha tempo para pensar em nada.

Mais do que isso, ele não queria pensar.

Mesmo assim, agora que estavam tão próximos, ele não conseguia tirar os olhos do fato de que nas pontas daquelas lanças manchadas de sangue estavam o torso e os membros decepados de um animal. Não foram todas as lanças. Das 30 a 40 lanças, eram menos da metade. Talvez dez no máximo.

Os goblins sairiam de seu caminho para caçar animais selvagens apenas para içá-los em suas lanças em um momento como este? Não é provável. Então essas partes eram de sua própria espécie? Não era inimaginável que o vice-rei pudesse ter ordenado que quaisquer goblins que desobedecessem às ordens fossem executados, mas, bem, provavelmente não era.

Essas eram partes humanas, certo?

Em outras palavras, desde o início, Haruhiro havia suspeitado que os goblins estavam erguendo o corpo desmembrado de um humano com suas lanças.

Mas não havia humanos em Altana.

Não deveria haver quase nenhum, mas não era como se não houvesse absolutamente nenhum. Afinal, Haruhiro e a equipe de ataque estavam indo em direção ao vice-rei Bogg neste exato momento.

No entanto, se não fosse alguém da equipe de ataque, as opções restantes eram muito limitadas.

Bárbara havia dito: “Vou verificar a situação e volto.”

Ela ainda não havia retornado.

A equipe de lanças do vice-rei Bogg parou. Eles tinham notado a equipe de ataque?

A rua do outro lado do enorme objeto na frente de Anthony. Era lá que estava a equipe de lanças do vice-rei Bogg.

A equipe de ataque correu ao redor do objeto e entrou na rua.

Haruhiro também pulou, agachando-se. Anthony e seus homens já estavam lutando contra o time de lança. Os goblins não empurraram suas lanças, eles as balançaram para baixo, tentando atingir Anthony e seus homens com elas. Os homens os bloquearam com espadas e capacetes e tentaram avançar.

Uma das partes empaladas em uma lança se soltou e voou para longe.

Era um braço humano. Um braço direito. Havia também um braço esquerdo. Pernas também. Sim. E partiu. O torso havia sido cortado em vários pedaços, as entranhas saindo dele. E a cabeça caiu aos pés de Haruhiro, rolando.

Ela tinha cabelo comprido. De Mulher. Haruhiro olhou para ela. Tentando verificar seu rosto. Ele não pôde evitar.

Haruhiro?! Kuzaku o empurrou para o chão.

Por que fizeram isso? Haruhiro não pensou nisso. Nos paralelepípedos, bem na frente de onde Haruhiro havia caído, ela estava lá.

Seu olho direito fechado e o esquerdo ligeiramente aberto. Seus lábios se separaram ligeiramente. Sua bochecha direita estava colada nos paralelepípedos. Por causa disso, todo o seu rosto caiu para o lado direito. Seu rosto tinha vários cortes. Também estava sujo de sangue.

Ela não era nada parecida com a pessoa que disse “Boa resposta” e mandou um beijo para ele.

De certa forma, foi.

Essa coisa não era ela.

Fazia muito tempo que deixara de funcionar como uma coisa viva, então, mesmo que já tivesse feito parte de Bárbara, não era mais.

Mesmo assim, Haruhiro ficou intensamente comovido com a sensação de que não poderia deixá-la assim. Mas, por outro lado, ele sabia muito bem que não tinha tempo para se preocupar com isso.

Se Bárbara ainda estivesse viva, “Ei, o que você está fazendo, Gato Velho?”, ela o teria repreendido.

Mas a professora de Haruhiro nunca mais o repreenderia.

Se ele não tivesse perdido suas memórias, ele teria sentido uma conexão ainda mais forte com ela. Se ele tivesse mais memórias com sua professora, isso teria sido ainda mais difícil de aceitar, e ele poderia não ser capaz de suportar.

Haruhiro ficou de pé. Ele tentou não olhar para Bárbara.

— Zahhhhhhhhhhhhh…! Com um flash da grande katana de Kuzaku, ele derrubou cinco ou seis da equipe de lança em um instante.

Havia um goblin com uma lança vermelha, um Hundred, no time da lança. Setora esquivou-se do ataque descendente, pisou no cabo e arrancou-o, então acertou o Hundred com a bunda. Assim que a formação do time de lança se deteriorou, Anthony os ultrapassou.

Dark…!

Shihoru enviou Dark em direção ao time de lança. Dark soltou um shooooooooooooo enquanto voava entre os goblins, jogando-os em desordem. Mary estava colada a Shihoru. Haruhiro também estava prestes a atacar o time de lanças. Mas por que eles eram os únicos ali?

Bárbara era a professora de Haruhiro. Não havia como ele baixar a guarda. Eles devem tê-la detectado enquanto ela examinava a situação, então eles a pegaram e a mataram. Era assim que os goblins que eles enfrentavam eram bons.

Eles os estavam subestimando?

Os goblins eram menores que os humanos. Do ponto de vista humano, eles também eram feios. Não havia como aquelas criaturas serem superiores aos humanos. Eles nem eram os mesmos. Eles tinham que ser mais baixos. Ele poderia dizer que não tinha pensado nisso?

Haruhiro se virou e ficou surpreso.

Atrás dos soldados de capa preta liderados pelo Comandante Dylan, diagonalmente à retaguarda de ambos os lados, havia um grande número de goblins emergindo das sombras dos enormes objetos e avançando em direção a eles agora. Vários deles carregavam armas vermelhas. O comandante Dylan e seus homens não notaram nada e continuaram avançando. Comandante Dylan, não, toda a equipe de ataque estava prestes a ser pega de surpresa. Eles foram capturados. Em uma armadilha.

A equipe de lança tinha sido uma isca para atrair a equipe de ataque.

— Comandante D…

Haruhiro não teve tempo de dizer o nome do homem. Antes que ele pudesse, um goblin de armadura vermelha investiu contra o Comandante Dylan por trás e o agarrou pelos cabelos com a mão esquerda. À direita, ele segurava algo que parecia mais uma faca do que uma adaga.

O comandante Dylan nem resistiu. Ele não teve tempo de fazer isso. O goblin de armadura vermelha rapidamente separou sua cabeça de seu corpo. Era um movimento fluido, semelhante a uma onda, que parecia bem praticado. Aquele goblin certamente havia cortado várias cabeças assim. Talvez dezenas. Pode até ter sido o goblin que matou Barbara.

O goblin de armadura vermelha pisou no toco do pescoço do Comandante Dylan e balançou a cabeça decepada.

— Ahh! Gyahh! Hahhhhhhhhh…!

O Comandante Dylan era a própria morte. Foi assim que Neal, o batedor, o chamou.

Não importa quantos de seus homens ele deixou morrer, ele sempre sobreviveu. Ele era um homem horrível, mas do ponto de vista de seus soldados, havia uma sensação distorcida de confiança, até mesmo alívio de que o que quer que acontecesse, o comandante ficaria bem.

Ninguém poderia ficar de pé depois de ver seu único suporte apagado assim.

Não havia um único soldado de capa preta oferecendo resistência adequada. Três, talvez quatro deles ainda respiravam, mas os goblins os caçavam como baleias.

Haruhiro também se sentiu nervoso. Seus olhos nublados, perdendo o foco.

Não, não posso desistir antes que acabe, tentou dizer a si mesmo, mas aquela não era mais uma situação que pudesse ser superada pela força de vontade. Se você jogasse alguém de uma altura de 100 metros e dissesse a ele para sobreviver de alguma forma, era simplesmente impossível. Você não pode fazer o que não é capaz de fazer.

Há momentos em que não há nada que você possa fazer. Você apenas tem que aceitar.

Se Haruhiro estivesse sozinho, ele poderia ter feito isso. O problema era que ele tinha companheiros. Mesmo que pudesse descartar sua própria morte como inevitável, ele não queria ver seus companheiros acabarem como Bárbara. Não havia nada que ele pudesse fazer?

Fora isso, ele podia ver muito bem. Isso era diferente de virar constantemente a cabeça, mover os olhos e olhar. Era como se ele tivesse deixado seu próprio corpo. Dizer que ele estava olhando do céu seria um exagero, mas era como se ele estivesse vendo a área de um ângulo mais alto.

Ele pode não ser capaz de ver os movimentos que os goblins, sua equipe ou os homens de Anthony estavam fazendo, mas ele podia senti-los. Cada um se movia por conta própria, em uma bagunça caótica, e ele tinha uma vaga ideia de todos eles.

Haruhiro estava imerso no meio de tudo.

Por alguma razão, agora, neste momento, os goblins, e até mesmo seus companheiros, não estavam prestando atenção em Haruhiro. Ele estava indiscutivelmente ali, mas era como se não estivesse em lugar nenhum.

Neste campo de batalha sangrento, violento e caótico, Haruhiro era a única pessoa com uma presença tão fraca quanto um cadáver. Graças a isso, ninguém poderia notá-lo.

A Barbara-sensei também não era assim?, pensou Haruhiro.

Talvez fosse porque eles estavam na floresta naquele momento, mas ela parecia uma planta para ele. Não, por não sentir que Bárbara estava ali, Haruhiro achou estranho e sua mente a interpretou como uma planta.

É isso mesmo, Barbara-sensei?

Isso é o que a Sensei estava me mostrando então. Nunca esperei que fosse seu último presente.

Aquele goblin de armadura vermelha estava obviamente melhor equipado do que os outros e também era visivelmente maior. Tinha que ser o vice-rei Bogg.

Bogg jogou a cabeça do Comandante Dylan para o alto e soltou um grito que foi algo como “Gugai, gugai, gaigaih!” e ele embainhou a faca e puxou a espada nas costas. Sua lâmina, como esperado, também era vermelha.

Os soldados de capa preta estavam todos mortos. Os goblins liderados por Bogg começaram a correr em direção ao resto da equipe de ataque que ainda lutava contra os goblins de lança.

Mesmo quando um ou dois goblins passaram correndo por Haruhiro, ele não se mexeu. Ele deixou cair os ombros, arqueou um pouco as costas e dobrou ligeiramente os joelhos.

Ninguém estava notando Haruhiro. O importante era seu gol. Ele precisava definir uma meta adequada.

Bogg correu direto para ele. Nesse ritmo, ele poderia colidir com ele. Mesmo assim, Haruhiro permaneceu imóvel. Matar Bogg. Esse era o objetivo.

Quando Bogg chegou a 50 centímetros de Haruhiro, perto o suficiente para que pudesse estender a mão e tocá-lo, ele finalmente percebeu que havia algo ali.

—…! Bogg parou de repente, brandindo sua espada vermelha com ambas as mãos.

Haruhiro deu um passo à frente.

A espada vermelha cortou diagonalmente.

Haruhiro se inclinou para a esquerda enquanto avançava.

Ele fez um corte do lado esquerdo da testa dele até abaixo do olho direito, um que não era nada superficial, mas ele não se importou.

Haruhiro passou por Bogg.

Ao fazer isso, a adaga que ele segurava com as costas da mão apareceu atrás dele.

Talvez houvesse algum sentido em estar de cabeça descoberta, já que Bogg não estava usando capacete. A adaga de Haruhiro errou a nuca de Bogg.

Bogg tinha torcido no último segundo. Ele se esquivou.

Não, embora tivesse tentado se esquivar, não conseguiu sair completamente do caminho.

Haruhiro sentiu a lâmina cortar algo duro. Sua adaga havia esculpido uma linha no crânio de Bogg. Isso foi tudo. Ele não o tinha derrubado.

Ele pensou que poderia derrubar. Mas ficar frustrado não ia ajudar. As coisas estavam acontecendo. Ele tinha que reagir de acordo. Haruhiro ainda não havia alcançado seu objetivo. Havia mais por vir.

Haruhiro se virou.

Os olhos de Bogg se arregalaram e ele olhou para Haruhiro, segurando sua nuca com a mão esquerda.

— Nugg, gahhhh…!

Ele parecia enfurecido, mas mais do que isso, Bogg estava confuso. Era como se Haruhiro tivesse aparecido do nada, bem diante de seus olhos, e ele quase lhe desferiu um golpe fatal. Seria mais estranho se ele não estivesse surpreso com isso.

Os outros goblins que estavam prestes a atacar o grupo invasor também ficaram chocados.

Mas Haruhiro estava cercado pelos goblins de Bogg, então se ele estragasse a maneira como lidou com isso, estaria perdido. Ele sentiu alguma frustração e desespero ao pensar: “Por que não consegui finalizar?” Ele estava inquieto e assustado. Ele tinha que suprimir isso e não perder a iniciativa.

— Kuzaaaaku! Anthonyyyy! O vice-rei Bogg está aqui…!

Enquanto Haruhiro gritava, ele sacou sua outra adaga e atacou Bogg.

Bogg recuou. Ao fazer isso, ele bloqueou a adaga de Haruhiro com sua espada. Haruhiro usava duas armas e não havia muita distância entre eles. Em seu estado confuso, o melhor que Bogg podia fazer era bloquear uma adaga com a proteção do cabo de sua espada. Se eles continuassem trocando golpes tão próximos, os outros goblins seriam incapazes de intervir.

Haruhiro não achava que poderia ir mais longe. Naturalmente, ele queria romper as defesas de Bogg e encerrar esse duelo um contra um, mas um forte desejo tinha um jeito de fazer as pessoas virarem as costas, ficarem tensas e apressarem as coisas.

Além disso, Bogg era teimoso. Seu corpo era duro e ele usava sua espada com habilidade. Seria difícil desferir de repente um golpe fatal nele em uma luta justa. O objetivo era matar Bogg, mas Haruhiro teria que dar vários passos para alcançá-lo.

Bogg desviou a adaga de Haruhiro com a sua espada pela décima vez.

Era sua adaga da mão esquerda.

Naquele momento, Haruhiro sacou a adaga em sua mão direita.

Bogg segurou sua espada com ambas as mãos. A adaga de Haruhiro rasgou sua esquerda, cortando seus dedos. Dois deles, o dedo mindinho e o anular, haviam desaparecido completamente.

Bogg gritou, “Daaaa!” ou algo parecido, e deixou cair a espada com o membro danificado.

Agora ele a segurava com uma das mãos. O poder de Bogg foi garantido para ser menor. Haruhiro estava um passo mais perto de seu objetivo. Ele não tinha a intenção de empurrar lá de uma vez. Era uma coisa boa ou ruim? Ele não sabia, mas de qualquer forma, Haruhiro não poderia prever o que Bogg faria.

Bogg usou sua mão esquerda, aquela com dois dedos faltando, para puxar uma faca e jogá-la.

—…!

Haruhiro se contorceu inconscientemente. Se não o tivesse feito, a faca de Bogg certamente o teria acertado bem no rosto. Então ele não teve escolha, mas ainda assim, o goblin conseguiu o que queria. No momento em que Bogg jogou sua faca fora, ele se virou.

— Ngyagah…!

… E deu ordem de retirada?

Bogg estava fugindo. Não demorou muito. Ele correu atrás de um dos objetos e sumiu de vista.

Haruhiro correu atrás de Bogg, sem perder tempo em dizer: “Você acha que pode escapar?” Percebendo que seu campo de visão havia diminuído, ela balançou a cabeça e revirou os olhos. Os globlins retiraram-se sem demora. Ele não conseguiu encontrar Anthony e seus homens, mas ouviu um grito de guerra de Kuzaku. Foi bem perto. Bogg ainda estava longe de ser visto. Mas Haruhiro tinha uma ideia de para onde estava indo. Mais ou menos tinha que ser a Torre Tenboro.

Haruhiro imediatamente viu Bogg por trás. Era como ele havia pensado. Bogg estava indo para a Torre Tenboro. Aparentemente, ele não estava planejando fazer nenhum desvio primeiro. Também não faria uma rota indireta. Bem, obviamente não. Esta era a praça em frente à Torre Tenboro. Bogg saiu para a rua. A torre já estava na frente de seu nariz.

A barricada que eles haviam erguido em frente ao portão principal tinha um abatis: era assim que se chamavam aquelas coisas? Havia uma linha de pedaços afiados de madeira e metal apontando para fora, e eles foram mantidos juntos com corda e arame, depois reforçados com escudos, placas de ferro, peles e muito mais. Parecia uma bagunça confusa, mas se fosse manuseado e usado corretamente, proporcionaria uma vantagem defensiva considerável.

Bogg estava a cerca de 15 metros da barricada e Haruhiro cerca de 18. Essa lacuna de cerca de três metros parecia grande, mas pequena, pequena, mas grande.

Bogg olhou para trás, basicamente para Haruhiro. Ele não pareceu surpreso com a proximidade de Haruhiro. Era como se ele estivesse apenas verificando e também tramando algo ao mesmo tempo.

O objetivo de Haruhiro era matar Bogg. Qual era o de Bogg? Seu objetivo era fugir para a Torre Tenboro? Era outra coisa, certo?

— Haruhiro! Kuzaku gritou atrás dele.

Mesmo sem se virar, Haruhiro percebeu que não era apenas Kuzaku; vários de seus camaradas foram atrás de Haruhiro.

Bogg gritou: “Higyahhah! “Foi uma ordem de algum tipo?”

Vários goblins cutucaram o rosto dos abatis. Eles estavam escondidos. Com algo nas mãos.

Diretamente na frente do Abatis, Bogg abaixou sua postura, como se deslizasse pelos paralelepípedos.

O que os goblins abatis tinham nas mãos eram bestas. Havia mais de dez deles.

— Ao chão! Haruhiro gritou enquanto se agachava.

Os goblins dos Abbatis dispararam suas flechas. Haruhiro ficou abaixado, a cabeça virada para trás. Kuzaku estava aqui. Tomando nota. Setora, Kiichi, Mary e Shihoru também. Assim como Anthony e seus homens. Eles já sabiam que as flechas viriam. Setora estava agachada. Mary e Shihoru ficaram paradas ali, com os olhos arregalados.

— Ugh! disse Anthony. Não estava claro o que Kuzaku estava pensando, mas ele abriu os braços. Sua grande katana ainda estava segura em sua mão direita, seus pés estavam tão afastados quanto seus ombros e seu peito estufado. Parecia quase como se ele estivesse tentando bloquear o caminho, não, era exatamente isso que ele estava fazendo. Kuzaku deve ter tentado não perder um único parafuso. Porque seus companheiros estavam atrás dele. Não importa quantas flechas voassem, ele estava tentando bloquear todas elas com seu próprio corpo e proteger seus companheiros. — Eu sou enorme, sabe? Meu corpo é muito grande, e isso às vezes atrapalha, mas também pode ser útil em momentos como esse, hein? parecia algo que Kuzaku poderia dizer com uma risada.

Cara, é isso que há de errado com você…  Haruhiro pensou. Os dardos perfuraram o peito e a barriga de Kuzaku um após o outro. Parecia quase excessivo. Cinco ou seis, não, penetraram ainda mais facilmente na armadura de Kuzaku.

Às vezes você é legal demais.

Anthony levou um acerto no lado direito do peito. Gah! ele gemeu, quase se dobrando antes de cair de joelhos.

Kuzaku ainda estava de pé, mas não totalmente ereto e imóvel. Ele tossiu sangue, uma vez, depois duas vezes, e piscou. Não querendo vomitar mais sangue, ele apertou os lábios, mas toda vez que tossia, o sangue esguichava de seu nariz.

E agora?, pensou Haruhiro. O que devo priorizar? Sei que preciso mirar em um alvo, mas isso é realmente importante?

— Kuzaku…! e «Kuzaku-kun…!», Setora e Shihoru chamaram o nome de seu camarada. Mary correu para o lado dele.

Haruhiro ficou de pé e se virou.

Não. Kuzaku. Ahhh. Não. Não, isso não está certo. Não é. Sinto muito, Barbara-sensei, não posso mais fazer isso. Kuzaku. Kuzaku não aguenta muito mais. Essas não são feridas que você pode suportar. É impossível. É uma loucura.

Kuzaku caiu para trás. Mary o pegou, mas era pesado. Parecia que ia cair. Haruhiro teve que chegar lá e apoiar Kuzaku com Mary.

— De novo…! veio um aviso agudo de Setora.

Haruhiro olhou para os abatis. Os goblins estavam olhando para fora.

Bogg estava do outro lado. Ele havia subido em algum tipo de plataforma e estava dando ordens.

Os goblins abatis miraram com suas bestas. Já recarregaram? Ou talvez eles tivessem carregado bestas extras de antemão.

— Mary! Haruhiro a chamou enquanto se apressava para levar Kuzaku para o lado da rua. Em meio aos raios voadores, Haruhiro e Mary arrastaram Kuzaku para a sombra de um dos enormes objetos.

— … Haruhiro, Kuzaku engasgou.

Kuzaku estava mole. Ele havia deixado cair sua grande katana em algum momento, porque não a estava segurando agora. Havia três flechas no peito de Kuzaku, outra no ombro direito, mais uma no braço esquerdo e mais duas enterradas no estômago. Ele piscou os olhos, talvez tentando desesperadamente se agarrar à sua consciência que se esvaía.

Com a voz fraca, Haruhiro… ele repetiu.

— O-o quê? O que foi, Kuzaku…? Haruhiro aproximou seu rosto do de Kuzaku. Ei? O que é isso? pensou.

Eu sinto que me lembro.

Kuzaku agarrou o braço esquerdo de Haruhiro com a mão direita com uma força surpreendente.

— Sinto muito…

— Ei? O que? Desculpe? Porque?

Eu sinto que isso já aconteceu antes.

A palidez de Kuzaku era terrível. Sangue drenado; nem branco nem azul, mas cor de cinza.

Não com Kuzaku.

Alguém mais.

— … Manato, Haruhiro sussurrou.

É verdade .

Kuzaku vai morrer como Manato. Isso não pode acontecer.

— Você não pode, Kuzaku!

— Eu estou… estou tão… tão…

É por isso que Kuzaku se desculpa? “Parece que vou morrer, sinto muito por morrer”, é isso?

— Não seja estúpido!

— Vá em frente! Mary empurrou Haruhiro para longe de Kuzaku.

Mary pressionou sua mão direita contra Kuzaku. Então, usando a mão esquerda para verificar os dardos que se projetam de seu corpo—: Ele ainda pode fazer isso! -Ela decidiu-. Tire esses dardos! O mais rápido que puderem! Todos! Não adianta curá-lo com magia enquanto eles ainda estão ai! Haru! Setora! Shihoru, ajuda também!

Até aquele momento, Haruhiro não havia percebido que Setora, Shihoru e Kiichi estavam ao lado deles. O que Anthony e seus homens estavam fazendo? Isso passou por sua cabeça por um segundo, mas Kuzaku foi o primeiro. Mary disse que iria conseguir. Magia. Isso era verdade. Mary poderia curá-lo com magia. Mas as feridas não podiam ser fechadas com os dardos internos. Haveria um sangramento enorme quando eles os retirassem, e isso era perigoso, mas eles o fariam. Puxar todos os dardos de uma vez, então, sem perder tempo, Mary usaria sua magia. Eles tiveram que. Havia sete deles. Ele queria que Mary fizesse sua magia. Haruhiro puxaria dois, Setora dois, Shihoru dois e Kiichi o último. Eles também precisariam de Kiichi para ajudá-los. Kuzaku não respondeu mais, seus olhos fechados tremiam. Não estava claro quanto tempo duraria e não havia tempo. Não havia outra maneira.

— Está bem! Setora estava trabalhando.

Mary colocou os dedos na testa e o resto do grupo agarrou seus respectivos dardos.

— Oh, Luz, que a proteção divina de Lumiaris esteja com você, Mary começou a recitar uma oração.

— Pronto já! Haruhiro gritou.

Haruhiro, Setora, Shihoru e Kiichi sacaram os dardos de Kuzaku em uníssono.

Mary virou as duas mãos para Kuzaku.

— Sacrament… !

Por ter olhado para aquela luz intensa, Haruhiro ficou temporariamente cego.

— Oh sim! Ele ouviu Kuzaku dizer.

Esta não é uma situação para um Oh sim, Haruhiro pensou.

Ele esfregou os olhos. Kuzaku já estava de pé.

— Eu vivo de novo! Obrigado a todos!

— ..Estou vivo de novo? Mary parecia exasperada. Você nem morreu.

— Não vamos nos preocupar com as pequenas coisas! Kuzaku disse com um sorriso.

Haruhiro esfregou os olhos novamente.

— Cara, você é um…

— Ei, Haruhiro, você está chorando…? Kuzaku disse algo que realmente não deveria ter dito.

— Não! Haruhiro respondeu, colocando o rosto por trás do enorme objeto e olhando para os Abatis. Bogg estava em sua plataforma, brandindo sua espada vermelha e gritando descontroladamente. Os goblins pareciam estar trabalhando em algo. Provavelmente carregando as bestas.

Anthony estava se protegendo atrás do objeto maciço do outro lado da rua. Só Anthony. Dois dos homens de Anthony estavam caídos na rua. O próprio Anthony tinha uma flecha no peito direito e provavelmente não conseguia se mover direito. Infelizmente, curar Anthony com magia teria que esperar.

— Kuzaku, carregue diretamente! Todos o apoiem!

— Certo! Kuzaku disse, lambendo os lábios energicamente. Quando você sabe que qualquer coisa que não te mate instantaneamente pode ser consertada, é incrível como você pode ser corajoso!

— Idiota! Setora deu um soco na nuca de Kuzaku. Eu não vou ter você meio morto de novo!

— Não é bom para o meu coração! Shihoru disse em um estranho tom acusatório.

— Heh. Kuzaku abaixou a cabeça timidamente. Sinto muito.

— Eu não vou deixar você cruzar a linha final! Mary disse com firmeza.

Então, ele olhou para Haruhiro.

Aquele sorriso digno, ele lembrou.

Houve momentos em que Mary era linda demais, entrando em outro mundo.

— Contamos com você! foi tudo o que Haruhiro disse antes de sair correndo.

Eu não precisava olhar. Kuzaku pularia no caminho, pegaria sua grande katana e atacaria os abatis. Seus companheiros o seguiriam. Shihoru lançaria Dark. Mary protegeria Shihoru, e Setora e Kiichi apoiariam Kuzaku.

Haruhiro saiu sozinho, passou pelos objetos enormes e se dirigiu para a Torre Tenboro.

— Oorahhhh!” Venha aqui! — Kuzaku estava na rua, provocando o inimigo.

Parecia que os goblins do abade ainda não haviam terminado de recarregar suas bestas. Se tivessem, teriam sido mortos há muito tempo.

Kuzaku e os outros fariam bem o seu papel. Eles chamariam a atenção do inimigo.

Haruhiro se aproximou dos abbatis na frente da Torre Tenboro pelo lado.

Submerja.

Desapareça

Minha própria presença.

Minha própria existência.

Apenas afunde suavemente.

Bogg empurrou outro goblin para fora da plataforma. Ele insultou e atacou suas tropas, como se dissesse: “Apresse-se, seus idiotas lentos!”

Os goblins dos Abbatis pararam de recarregar suas bestas e as colocaram de lado, pegando longas lanças. Eles cravaram suas lanças nos abatis, provavelmente tentando manter Kuzaku sob controle. Como para mostrar a eles que era inútil—: Zeahhh! Ha! Kuzaku brandiu sua grande katana e cortou várias lanças.

Bogg deve ter desistido dos goblins empunhando os Abatis, porque ele pulou da plataforma e fugiu para a Torre Tenboro pelo portão frontal sem porta. Bogg nem suspeitava disso.

Que Haruhiro havia se esgueirado atrás dele.

Haruhiro silenciosamente escalou o topo do Abbatis e agarrou Bogg por trás. Essa foi a primeira vez que Bogg registrou sua existência. Haruhiro cortou a garganta de Bogg com sua adaga. Quando ele estava tão perto, ele não podia errar. Bogg pode ter querido lançar uma injúria odiosa contra ele quando ele morreu, mas sua traqueia foi cortada. O goblin não ia dizer nada.

Haruhiro empurrou Bogg para o chão, agarrando a cabeça do goblin com a mão esquerda. Haruhiro então usou a adaga em sua mão direita para cortar rapidamente tudo, exceto a espinha do goblin, que ele torceu e quebrou com força bruta.

Se ele dissesse que não estava emotivo, estaria mentindo, mas fez o possível para se controlar. A verdade é que agora ele queria cortar o cadáver de Bogg, chutá-lo e fazer carne moída, mas Bárbara provavelmente teria rido dele e dito: Agora escute. De que adianta isso, Gato Velho? Isso não é o que você deveria estar fazendo, não é?

Haruhiro não perdia a paciência facilmente. Barbara-sensei disse a ele que ele não era do tipo que conseguia fazer as coisas se tentasse, ele era do tipo que tentava até conseguir. Se isso fosse verdade, e ele não tinha dúvidas de que era, então, como seu humilde aluno, era assim que ele queria ser.

Se ele pudesse se tornar um ladrão que nunca deixa nada escapar, sempre vivendo em seus próprios termos, como um gato velho, então talvez isso lhe permitisse retribuir de alguma forma.

Haruhiro levantou, a cabeça decepada de Bogg em sua mão esquerda.

Nós vencemos, ele pensou, mas não disse isso em voz alta. Para alguém como ele, com os olhos sonolentos de um gato velho, aquelas palavras não pareciam adequadas.

Fim do capítulo…

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