The World After The End
Capítulo 114: Deus Nu (2)
“Talvez eu tenha exagerado.”
Runald sentiu um pouco de pena de Andersen.
“Eu sou o único que ela tem.”
Além de seu vice-gerente, ninguém no <Abismo> seguia Andersen. Ter apenas um seguidor significava que o mundo de Andersen poderia desaparecer a qualquer momento.
— Deusa, você está aí?
Andersen era temperamental e exigente, mas Runald gostava dela. A voz dela o fazia lembrar de sua irmã mais nova. A voz de Andersen era muito parecida com a de sua irmã. Foi por isso que Runald não traiu a deusa de baixo nível, Andersen. Ela era agora a única família que ele tinha.
“Ah bem. Vou continuar com isso um pouco mais.”
Runald então perguntou:
— Deusa, devemos procurar um pouco mais?
[Hã? Sério??]
A voz de Andersen se iluminou e Runald sorriu amargamente.
Andersen ainda era uma Deusa. Mas os Deuses exigiam Seguidores. Ela também gostaria de se tornar mais forte. E os rumores diziam que ela costumava ser uma Deusa do Abismo de nível alto. Foi através da traição que ela foi arrastada para onde estava agora.
“Mas ela não teria me escolhido se estivesse em um nível alto.”
Runald ficou um pouco agradecido pela infeliz reviravolta dos acontecimentos de Andersen.
“E pode ser bom se tivermos mais um… A Deusa deve ficar menos triste.”
Então, Runald cheirou algo.
Ele primeiro pensou que estava enganado. Mas quando tentou novamente, não estava errado.
— Hã?
[O que é isso?]
— Deusa, você sente cheiro de água por perto?
[Não tenho nariz para sentir o cheiro.]
Runald a ignorou e começou a procurar. Aproximou-se de onde o cheiro estava vindo e Andersen observou em silêncio. E depois de um tempo, eles encontraram um pequeno espaço aberto na floresta. Runald gritou enquanto olhava para o centro dela.
— A-A-Aí está! Deusa! Realmente existe!!
[U-Uau!]
Havia um pequeno lago prateado no centro. Era o lugar chamado [Ponto de Pesca] onde os espíritos podiam ser pescados. Eles tinham encontrado o lugar.
Os pontos de pesca mais famosos que tinham dezenas de espíritos pescados por dia já eram ocupados por deuses de nível alto. Deuses de nível baixo foram então forçados a usar [Pontos de Pesca] públicos. Esses pontos tinham talvez um espírito ao longo de alguns dias e até mesmo esses eram disputados entre os deuses.
Runald e Andersen encontraram um novo [Ponto de Pesca].
— T-Talvez possamos realmente conseguir um [Seguidor]!
[O-O que devo fazer se conseguirmos?!]
Andersen também parecia animada. Sabia-se que os pontos de pesca recém-descobertos tinham boa energia neles, então os espíritos perdidos eram atraídos para eles. Era por isso que muitos Deuses de nível baixo e seus Vice-Gerentes procuravam por novos [Pontos de Pesca]. A maioria deles tinha que retornar de mãos vazias ou eram mortos.
[Talvez possamos pescar bastante!]
— O-O que devemos fazer?!
[Eu vou ter muitos [Seguidores], mudar a [Configuração] e comprar [Peças]….!]
— Configurações? Você sabe que tem que mudar minha configuração primeiro, certo?
[É claro!]
— E não se esqueça das minhas peças pessoais!
[Claro!]
Os dois já sonhavam em viver entre os deuses de nível alto.
[Eu posso ser mais poderosa e subir na hierarquia… E me tornar a primeira da classificação para…!]
Depois de um tempo sonhando acordado, Runald percebeu que fazia uma hora desde que começou a pescar.
— Deusa, costuma demorar tanto assim?
[Uh…]
Depois de três horas…
— Nada está acontecendo.
[Vamos esperar. Ouvi dizer que a pesca espiritual é como o próprio tempo de pesca.]
— Onde você aprendeu isso?
[Na Fortuna Mensal.]
Cinco horas.
— Deusa…
[…]
E depois de um dia, eles decidiram que algo não estava certo.
— POR QUÊ! Como é que nada está surgindo?!
[Ugh…]
— Aquela maldita Minerva! Deusa! Vamos bater nela!
[Ela é uma Deusa de nível alto. Eu não tenho chance nenhuma.]
— Eu sei…
Runald ficou triste. Eles finalmente encontraram um novo [Ponto de Pesca], mas não estavam pegando um mero peixe. Talvez este [Ponto de Pesca] tenha sido encontrado há muito tempo, mas foi abandonado, porque nada poderia ser mais usado.
[Runald.]
— Sim…
[Isso não… Se moveu agora?]
Runald então se virou para a vara de pescar. E naquele momento, a vara de repente se moveu e Runald sentiu algo pesado puxando.
— H-Hã? HÃ?!
Algo tinha sido pego. Foi pego sim… Mas…
— D-Deusa! Acho que peguei algo muito grande!
A maioria dos espíritos eram pescados no momento em que eram capturados, mas esse espírito não parecia normal.
— De onde veio? É daquele Moorim?
Os espíritos da <Região Exterior> tinham uma diferença de poder dependendo de onde vinham. Os espíritos dos Moorim eram especialmente poderosos e eram difíceis de pescar.
[Algo está errado…]
Andersen também sentiu algo estranho e começou a usar Runald como um canal para exercer seu poder mundial.
[Este espírito não é da <Região Exterior>.]
— O quê? De onde vem então?
[Do <Caos>.]
— O-O que você quer dizer?
Um espírito estava sendo pescado do [Ponto de Pesca] ao vir do <Caos>? Runald nunca tinha ouvido falar de tal coisa.
[Não há tempo! Tire suas roupas!]
— Ugh…
Runald suspirou e segurou a vara de pescar na boca e começou a se despir. Seu corpo esquelético foi revelado.
[Você ainda está tão magricela como sempre.]
— Ugh, apresse-se com a [Configuração]!
E quando sua [Configuração], ‘Nu’ foi ativado, o corpo esquelético de Runald se transformou em um homem musculoso. Mas mesmo assim não foi fácil puxar a vara.
“O que conseguimos…?!”
Runald usou toda a sua força para puxá-lo. Depois de um tempo puxando pesado, algo foi arrastado para fora.
“Pelos Deuses!”
Era um homem inconsciente. Ele tinha cabelos escuros, com feridas por todo o corpo e sangue se transformando em um pó prateado. Ele estava completamente nu e…
“Ele tem uma espada.”
Havia uma espada na mão direita e uma bainha na mão esquerda.
“Ele é de Moorim?”
Runald engoliu em seco. Ele era fraco, mas ainda era um vice-gerente. Runald sentiu o poder dentro do homem.
“Ele tem um mundo!”
Runald ficou chocado e rapidamente perguntou:
— O que pescamos? Deusa, ele é um vice-gerente?!
Isso era impossível. Não havia vice-gerente no <Caos>. Andersen então respondeu.
[Ele não é um vice-gerente.]
— Hã? Então…
Andersen ficou em silêncio por um tempo. Foi quando Runald percebeu que o silêncio não era um bom sinal, então Andersen falou. Sua voz estava tremendo.
[Runald… Eu… Nós… Pescamos um ‘Deus’.]