The World After The End
Capítulo 129: Deus e Seguidor (9)
— Se você diz, vou considerar.
— Sério?
Myad estava animado.
— Mas não vou dar um lance agora. Se o Machina for tão bom quanto você diz, ele aparecerá no final.
— Você está correto. Acredito que Machina será colocado por último no leilão.
— Eu vim aqui com um propósito diferente, então vou dar uma olhada primeiro. Se o leilão principal não terminar quando eu já tiver acabado, farei como você diz.
Foi a melhor decisão que ele poderia tomar sem pedir conselhos. Era a única maneira que lhe permitiria encontrar Yoonhwan e pegar Machina. Myad deu de ombros e assentiu.
— Você pode fazer isso. Quando Machina estiver prestes a subir, irei até você.
Myad sorriu e desapareceu em direção ao centro da casa de leilões.
Jaehwan e Runald estavam agora se movendo para o norte por uma pequena estrada.
— O leilão de Seguidores é por aqui!
A Casa de Leiolões Hatchnold era em forma de cúpula, com a casa de leilões principal bem no centro. Ao sul era onde as pessoas negociavam umas com as outras, e ao norte era onde as pessoas faziam lances em [Peças] de baixo a médio grau.
Na sétima pequena estrada ao norte era onde os Seguidores eram colocados à venda. Isso porque a estrada norte estava diretamente ligada à Prisão de Caspion.
Era para lá que os espíritos que eram pescados no local de pesca público eram trazidos para serem vendidos.
Enquanto Jaehwan se movia, ele olhou em volta para todos os Produtos à venda. Os Seguidores de Hatchnold estavam trazendo [Peças] para colocar no leilão, o lugar onde as [Peças] de grau baixo a médio-alto estavam à venda.
Havia uma [Peça] azul profundo de grau médio-alto em leilão no momento.
-Casaco Longo de Reinholdt! Temos o lance mais alto em quatrocentos e vinte! Quatrocentos e vinte!
Jaehwan então encontrou a garota loira que veio junto com eles na casa de leilões. O nome dela era Benya? Parecia que ela não ficava junto com Myad.
— Quatrocentos e oitenta! Temos quatrocentos e oitenta!
Jaehwan olhou em sua direção, então olhou para si mesmo e seguiu em frente.
“Quem se importa?”
Jaehwan e Runald caminharam pela estrada que estavam e logo chegaram à sétima estrada. O calor da casa de leilões vacilou e uma atmosfera fria e escura cercava a área. Na esquina da rua, ele podia ouvir gemidos sussurrados das pessoas.
— Ahhh…
— Nghh…
Pessoas de dentro das paredes de vidro olhavam para Jaehwan. Alguns pareciam desesperados, enquanto alguns estavam em desespero. Havia muitos que estavam roendo as unhas ou babando.
Jaehwan sentiu seu coração esfriar. Ele esperava tanto, mas esperar e ver era diferente.
Estas eram as pessoas do <Abismo>.
— Eu odeio este lugar.
Runald disse:
— Se eu não tivesse sido levado por Andersen, poderia ter vindo parar aqui.
Runald tinha sentimentos complicados. Ele se sentiu aliviado por ser diferente deles e, ao mesmo tempo, também estava enojado consigo mesmo por estar aliviado. Jaehwan olhou para Runald e pensou: “Se eu puder levar todos eles como meus seguidores…”
O pensamento então se tornou uma pergunta que o fez ficar ainda mais frio.
“Mas permitir que eles sejam meus seguidores os fará felizes?”
Jaehwan percebeu uma coisa com os acontecimentos recentes. Que ele nunca seria um [Deus] apropriado. Seus pensamentos tornaram-se certos enquanto conversava com Andersen ou Myad.
—Seu mundo é muito escuro e sombrio. As pessoas ficam mal quanto estão nele. Eles realmente precisam ver isso?
Jaehwan pensou que talvez Andersen estivesse certa. Talvez não fosse a verdade que aquelas pessoas precisavam. As pessoas eram fracas demais para aceitar a verdade.
— Runald.
— Sim?
— Você se arrepende de ter se tornado meu seguidor, certo?
Talvez fosse o falso ‘conforto’ que essas pessoas precisavam. Conforto quente, não a verdade fria. Mesmo que fosse falso, era o que os mantinha vivos.
— Não é de seu feitio dizer uma coisa dessas.
Foi estranho ouvir isso de Runald, já que não conhecia Runald há muito tempo. Mas Jaehwan perguntou de volta calmamente.
— Não é do meu feitio?
— Você nem perguntou se estou arrependido. Você apenas assumiu que estou. Isso nem é uma pergunta.
— …
Jaehwan ficou surpreso. Talvez mesmo de seu feitio, afinal. Esse garoto era brilhante em entender coisas como essas.
— Honestamente, eu me arrependo de algumas partes. Quer dizer, eu gosto mais do mundo da Deusa Andersen.
Ele falou honestamente e continuou:
— Vou continuar pensando assim. Vou considerar que o mundo de Andersen é melhor… Que foi uma época boa… Uh, você está ferido? Sua expressão está…
— Não.
— Hehe, enfim, sim. Seu mundo não tem flores, nem boas paisagens, nem garotas nuas… Honestamente, seu mundo não tem nada. Mas então…
Runald então olhou para o céu. Jaehwan podia ver o que Runald não disse. Runald falou novamente.
— Mas, mesmo assim…
Ele ainda estava olhando para o céu de Jaehwan. Mesmo quando desmaiou na primeira vez que o viu, Runald agora podia olhar para ele com confiança. O olho gigante no céu, com a visão que poderia rasgar o menino a qualquer momento, estava sobre ele, mas Runald ainda olhava diretamente para ele.
— Quando estou no seu mundo… Não sinto que estou fugindo. Não sei o que é… Mas parece que estou enfrentando um inimigo que nunca poderia vencer, sem medo.
Jaehwan também olhou para o céu. O homem nu e o menino nu olharam para o mesmo céu por um tempo. Runald então enxugou o suor da testa e disse:
— É estranho falar assim quando estamos nus.
— Pois é…
Jaehwan assentiu.