The World After the End – Capítulo 162 - Anime Center BR

The World After the End – Capítulo 162

The World After The End

Capítulo 162: Deus da Loucura (9)

Essa era uma história há muito esquecida. Uma história esquecida que foi escondida por milênios.

Não havia palavras como você ou eu e, por isso, não havia lutas, competições ou guerra. E por causa disso, não havia ‘ser’. Era o início dos tempos em que todos os deuses e espíritos permaneciam nus e viviam sob ‘um mundo’.

Foi quando surgiram as ‘roupas’.

Ninguém sabia quem as inventou ou quem as usou primeiro, mas apareceram.

Todos os deuses antigos que viveram no <Abismo> muito tempo atrás usavam roupas, pois eram amplamente usadas. Alguns Deuses sabiam que não era apenas algo para cobrir e proteger o corpo. Eles perceberam que havia mais do que isso. Alguns Deuses também começaram a dizer tais palavras.

—Todos os ‘seres’ apareceram com as roupas.

Claro, não fazia sentido. A vida ou os espíritos existiam antes das roupas. Na verdade, foram eles que criaram essas roupas. No entanto, este ‘ser’ descrito não era igual a uma vida ou espírito. Os Deuses Antigos falaram sobre isso.

—Um ser é aquele que chama ‘eu’ de ‘eu’.

As roupas feitas e vestidas para se proteger do mundo, mas também se separar dele. A pessoa percebia a si mesma como ‘uma’ separada do mundo.

Foi assim que as roupas apareceram e os espíritos começaram a se chamar de ‘eu’.

— É muito complicado. Não consigo entender nada.

Afirmou Runald com um olhar desconfortável. Isso era muito complicado para um menino que nunca havia sido educado.

Karavan disse:

— Deixe-me explicar facilmente, Runald.

Karavan sorriu quando agarrou o ombro de Runald.

— Com quem eu pareço?

— Uh, com o Karavan?

— Sim, mas o que mais? O que você vê?

— Uh, um pervertido nu?

Karavan se irritou, mas ergueu a luva de esfregar com a mão e perguntou:

— Então, o que você acha que é isso?

— Uma luva de esfregar?

— Você acha que isso também é roupa?

— Eu acho.

Runald assentiu e Karavan colocou as duas luvas nas mãos.

— Aqui. Como estou agora? O que você pensa que eu sou?

Runald olhou para Karavan com as luvas de esfregar, mas nu de outra forma. Karavan rapidamente percebeu o que Runald estava pensando.

— Estou falando sério. Diga-me.

— Um esfregador, eu acho.

— Exatamente.

— O quê?

— Uma pessoa que não é nada torna-se um esfregador se colocar uma luva de esfregar. Se você pegar uma foice, você se torna um fazendeiro. Não é mesmo?

— Hã… Talvez?

— É disso que estamos falando.

Runald então percebeu. Um espírito se tornando um ser totalmente diferente apenas com as roupas que está vestindo – não era nada complicado.

— Então, isso significa que as roupas fazem o tipo de pessoa que somos?

— Sim, algo assim.

Karavan sorriu. Mas Runald não parecia satisfeito.

— Isso ainda é uma lógica falha. Um príncipe pode se disfarçar de vagabundo, ou um vagabundo pode usar um terno.

— Ué, sim…

Karavan ficou pasmo e Runald continuou:

— E pode haver um pervertido nu com uma luva de esfregar. Mas isso não muda o fato de que ele continua sendo um ‘pervertido’.

Alguns guerreiros riram das palavras e antes que Karavan pudesse responder, Runald rapidamente concluiu o assunto.

— Então não é errado pensar que ‘roupas’ rotulam um ser?

Karavan parecia estar sem palavras. Runald era esperto demais para dar uma explicação definitiva. Além disso, Karavan também não entendia tudo sobre as ‘roupas’.

— E se for assim, e nós? Estamos nus agora. Não somos nem mesmo um ‘ser’ então?

— Não, não é assim Runald.

Jaehwan respondeu em vez disso. Runald virou-se para Jaehwan.

— Então o quê? O que nós somos?

— Não estamos nus agora.

— Hã? O que você quer dizer?

— Runald, não há ser que esteja nu neste mundo.

— O que você está dizendo? Nós estamos…

Runald então parou quando percebeu algo. As ‘roupas’ não significavam apenas roupas físicas nesse lugar. Jaehwan tentou continuar, mas Runald o deteve.

— N-Não! Não me diga nada. Acho que estou descobrindo alguma coisa.

No entanto, Runald não tinha certeza do que queria dizer. Então, começou a traçar de volta ao início do assunto.

“Por que começamos a falar sobre roupas?”

Ele lembrou. Estavam falando sobre a raça Longa Vida e Geshtalt.

—Vocês todos são as ‘roupas’ que Geshtalt tirou. Não é mesmo?

Tudo começou com as palavras de Jaehwan. Provavelmente havia uma dica lá. Runald começou a se concentrar em encontrar sua própria resposta. Karavan então se virou para Ra-hamad e perguntou:

— Vamos continuar. O que aconteceu com as roupas então?

Roupas são seres.

Roupas são egos.

Roupas…

As roupas podem ser definidas por vários termos. Os deuses não limitaram o que eram as roupas, mas se concentraram no que aconteceu com o <Abismo> depois que as roupas apareceram.

O começo dos seres com roupas — houve pessoas que se separaram do mundo.

Isso significava que o mundo não era mais ‘um’. Seres que se autodenominam ‘eu’ se expressam com emoções que nunca existiram antes. Eles diziam—

Eu confio em você.

Eu acredito em você.

Eu te amo.

Amar. Confiar. Essas eram palavras que apenas um ‘ser’ poderia usar. E com esses movimentos, os Deuses foram postos à prova. Os seres que se tornaram ‘indivíduos’ começaram a acreditar em um determinado Deus, ou passaram a amar e a ter ‘gosto’. E isso trouxe consequências devastadoras.

Deuses que eram queridos foram autorizados a exercer o forte ‘poder mundial’, enquanto os Deuses que foram abandonados encontraram sua morte.

Morte?

Para os Deuses que viveram por uma eternidade, era uma grande ameaça. Era natural para eles criarem seus próprios mundos e se separarem. Eles tinham que se esforçar para que os outros acreditassem e a competição veio naturalmente.

Deuses não podiam coexistir como antes. A Cruzada então começou.

— Então, foram as roupas que fizeram o mundo virar isso?

[Sim.]

Ra-hamad respondeu à sua pergunta. Karavan não pôde deixar de rir ocamente. Era a primeira vez que aprendia sobre a história antes do Grande Irmão. Mesmo Ignis não tinha contado a ele sobre isso.

— O mundo foi dilacerado por causa de tal motivo…? O que eram esses Deuses Antigos?’

[Não podemos culpá-los. Eles tiveram que escolher sobreviver.]

— Sim, mas…

[E por todos eles terem adquirido ‘mundos diferentes’, surgiu a diversidade. Isso não existia antes.]

— Trouxe a guerra, e os espíritos agora tentam se matar, só porque temos mundos diferentes.

[Essa também é a verdade.]

Karavan achou que era um problema complicado.

O mundo girava por causa das ‘roupas’. Um ser tornava-se perfeitamente ‘eu’, permitindo-lhe confiar ou amar o outro. Era uma coisa boa, mas também aprendeu a odiar e matar os outros.

Era tudo por causa das roupas.

Karavan então ponderou sobre a questão. O que era melhor? Alguém falou então.

— É melhor que todos tenham diversidade sem matar o outro.

Era Jaehwan.

— S-Sim! Eu sei. Essa é a resposta!

Karavan sentiu que era estranho, pois ele mesmo não conseguia chegar a essa resposta. Então olhou para Jaehwan.

“Este homem…”

Karavan sabia por que não conseguia pensar na resposta. Porque era impossível.

Seres com mundos diferentes estavam fadados a serem hostis uns contra os outros. A própria história do <Abismo> era a prova. No entanto, também não se limitava apenas ao <Abismo>.

Diferença significava conflito. Era a verdade, mas Jaehwan estava resistindo contra isso.

— Houve um Deus que tentou parar a guerra?

Jaehwan perguntou.

Ra-hamad respondeu.

[Sim.]

— E foi o…

Ra-hamad assentiu.

[Houve aqueles que perceberam a verdadeira natureza das roupas e as usaram para ganhar o poder de controlar este mundo. Eram humanos, mas superaram as limitações humanas para se tornarem deuses.]

Era fácil adivinhar quem eram.

[Os primeiros Despertados humanos. Os Três Deuses Antigos.]

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