Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 3 (Parte 2) – Vol 6 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 3 (Parte 2) – Vol 6

Capítulo 3 – Com todo o meu coração. (Parte 2)

Haruhiro olhou hesitante para a garota alta que estava ao lado de Anna-san.

— … Oi.

— Oi… — Mimorin sorriu. Talvez? Sua expressão quase não mudava, então era difícil dizer. — Eu queria te ver.

As palavras dela eram diretas o suficiente para não haver chance de mal-entendido. Ela era tão direta que isso fazia o estômago de Haruhiro doer.

— …Entendo — murmurou ele.

— E você, Haruhiro? — ela perguntou.

— Hã, eu?

— Você também queria me ver?

— Er…

Haruhiro abaixou a cabeça. Isso o fazia querer dar uma resposta diplomática. Se ele desse, seria mais fácil. Pelo menos por enquanto. Mas ele não conseguia fazer isso.

Haruhiro levantou o rosto, olhando Mimorin nos olhos.

— Acho que nem tanto.

— Oh! — ela exclamou.

— Dizer isso com uma voz sem emoção não ajuda muito…

— Estou muito magoada. Meu coração está partido.

— Pronto, pronto, né? — Anna-san começou a esfregar as costas de Mimorin, ou melhor, o traseiro dela. Haruhiro podia ver as lágrimas se formando nos olhos de Mimorin, e até ele ficou surpreso com aquilo.

— Não, espera—o-onde está o Kikkawa? Ele também devia estar aqui hoje…

— Houve circunferência? — Anna-san disse, continuando a esfregar o traseiro de Mimorin enquanto dava de ombros. — Ah! Não. Circunstâncias? Foi por isso que o Kikkawa não veio, né.

— Com o Kikkawa, seríamos quatro, e poderíamos ter aproveitado o tempo para nos conhecermos melhor. Foi por isso que eu aceitei…

— Na vida, há altos e baixos! Né?! — disse Anna-san.

— Não entendi…

— Droga, você tem que entender o coração de uma donzela, poxa! Né?!

— Tá tudo bem. — Mimorin limpou as lágrimas dos olhos usando os dois dedos indicadores. — Isso não é o suficiente para me desencorajar.

Desencoraja, por favor,… Haruhiro pensou isso, mas não era como se ele quisesse partir o coração de Mimorin. Se possível, ele não queria que ela se machucasse.

Ela podia estar em outra party, mas, de certa forma, eles eram como aliados, então ele queria se dar bem. Pelo menos, ele não queria que a atmosfera ficasse tensa. Ele não queria nada especial, apenas que as coisas fossem normais entre eles. No entanto, por algum motivo, Mimorin não parecia sentir o mesmo, e ele já tinha recebido vários convites para sair com ela, sempre por meio de Anna-san.

No começo, eram encontros a sós com Mimorin. Bem, basicamente algo como um encontro. Ficava claro que Anna-san estava tentando fazer ele ir com a maré e ficar com ela, então ele recusava educadamente.

Isso, no entanto, não fez Mimorin desistir, e Anna-san provavelmente ficou irritada com isso também, então os convites continuaram. No final, até Tokimune havia pedido para ele, Por favor, saia em um encontro com ela, só uma vez.

Se ele continuasse recusando, achava que poderia acabar irritando as pessoas, mas Haruhiro podia ser bem teimoso. Ele deu condições.

Encontro a sós estava fora de questão. Afinal, como ele já tinha deixado claro, Haruhiro não estava interessado. Se alguém mais estivesse presente e fosse estritamente como amigos, Haruhiro não odiava Mimorin nem nada do tipo, então ele não teria problema com isso. Foi assim que, ocasionalmente, Mimorin, Anna-san e mais uma pessoa saíam para comer com Haruhiro ou faziam caminhadas juntos.

Dessa vez, como estavam de volta a Altana depois de um tempo, a sugestão foi que os quatro—Mimorin, Anna-san, Haruhiro e Kikkawa—fossem a um bom restaurante para jantar juntos. Não havia razão para ele recusar, então ele aceitou.

Honestamente, ele ainda se sentia um pouco hesitante. Mas não podia negar que estavam começando a se sentir vagamente como amigos, então talvez conseguissem passar por isso numa boa? Foi o que ele pensou.

Talvez estivesse sendo ingênuo. Ele caiu direitinho na armadilha deles.

Ele não estava satisfeito.

Mas também não estava bravo. Ficar bravo só o deixaria cansado.

— Bem, de qualquer forma, vamos comer algo? — Haruhiro perguntou.

— Vou comer. — Mimorin assentiu com firmeza.

Uau, pensou Haruhiro. Os olhos de Mimorin estão brilhando. Ela tá tão feliz assim?

Quando alguém está tão feliz, é difícil não se contagiar. Mas eu não desgosto dela, entendeu? Acho que ela é um pouco estranha. Ela é alta demais, e eu tenho que olhar para cima, o que acaba me puxando o pescoço, mas isso não é um grande problema.

Os três se dirigiram ao lugar que Anna-san disse que havia escolhido. Surpreendentemente, o cozinheiro, que também era o dono, era um elfo. Esse restaurante era conhecido pela sua carne apimentada e pela grande variedade de pratos com vegetais.

Era um restaurante longo e estreito, e também lotado, mas eles conseguiram entrar de alguma forma. Havia uma pequena mesa no fundo, cercada por cadeiras de quatro pés. Anna-san e Mimorin se sentaram de um lado, enquanto Haruhiro ficou de frente para elas. Anna-san, que gostava de estar no controle em ocasiões como essa, fez os pedidos.

A cerveja de ervas descia mais fácil que a cerveja comum. Cada prato exalava um aroma maravilhoso que estimulava o apetite, e o sabor também era muito bom.

Durante a refeição, Mimorin não disse nada. Anna-san, por outro lado, era bem falante, como sempre. Mimorin se sentava reta, quase sem fazer barulho. Seu jeito de comer era muito educado.

Já a maneira como Anna-san comia era bem desleixada. Para ser bem franco, seus modos eram terríveis. A verdade era que Haruhiro não suportava pessoas que deixavam comida cair, derrubavam coisas e mastigavam alto. Ele não a repreendeu nem fez uma cara feia, mas gostaria que ela pudesse melhorar isso.

Nesse ponto, ele via Mimorin de forma favorável. Honestamente, ele não a odiava como pessoa.

— Então? — Anna-san, que parecia estar um pouco alterada pelo álcool, fixou o olhar nele e soltou um arroto forte com cheiro de ervas. — O que você tem contra a Mimorin? Você é só um Haruhiro estúpido. What the hell, seu virgem!

— O que você quer dizer com… — Haruhiro olhou de relance para ver a expressão de Mimorin.

Os olhos deles se encontraram. Ela estava olhando fixamente para ele.

— Espera, é disso que estamos falando? Eu já estou pronto para dizer que podemos ser só amigos, de verdade…

— Você pode estar bem com isso, mas a Mimorin não está, entendeu?! — gritou Anna. — Entenda isso, idiota! Understand?

No understand — ele disse secamente.

— Como não?! Dead or death?!

— Se essas são minhas opções, estou morto de qualquer jeito…

— Sem gracinhas! Responde logo! — Anna-san bateu na mesa. — O que há de errado com a Mimorin, hein?! Se você não tiver bons motivos, eu não vou te perdoar, tá?!

— Anna-san, c-calma… — murmurou Haruhiro.

— Como é que eu vou me acalmar, hein?!

— Pelo menos tenta falar mais baixo…

— Por que você tá tão calmo?! Fuck, você me irrita!

— Eu não sei o que te dizer…

O restaurante ficou mais silencioso à medida que Anna-san ficava cada vez mais exaltada. Aquilo estava ficando muito constrangedor.

Haruhiro pigarreou alto, esfregando a testa. Ele não queria ter aquela conversa, mas se não desse uma resposta séria, Anna-san não iria parar.

— Bem… Não sei — disse Haruhiro. — Não é… como posso dizer? Não é que haja algo de errado com ela, ou que eu não goste dela, ou algo assim, sabe?

— Então — perguntou Mimorin, inclinando-se para frente — o quê?

— Hmm… — Haruhiro fechou os olhos, esfregando-os com as duas mãos. — Não tenho certeza se consigo explicar isso muito bem. Tenho a sensação de que… me falta experiência.

— O mesmo vale para mim — disse Mimorin.

— E pra Anna-san também, yeah?!

— …E-eu entendo. Erm, sabe? Não é uma questão lógica, certo? Esse tipo de coisa não é. Quer dizer, obviamente, né? Tem coisas como gostar do rosto da pessoa, ou dela ter sido gentil com você, essas coisas. As razões pelas quais as pessoas, basicamente, se apaixonam e tal? Os gatilhos. Em alguns casos, pode haver um, mas será que é só isso? Talvez não…

— Eu te amo, Haruhiro — disse Mimorin. — Você está certo, não há lógica nisso.

— Não, escu—

Ele quase disse Obrigado, mas se forçou a parar. Não havia dúvida de que aquilo o estava incomodando. Se ele agradecesse, seria uma mentira.

— É, — disse Haruhiro. — Olha, bem, não é que tenha algo errado com você, é só que eu não sinto esse tipo de coisa por você, de jeito nenhum. Acho que é ruim eu dizer isso assim tão direto? Talvez não seja?

— Claro que você está sendo ruim, né?! Ohhh, Mimoriiiin, Mimoriiiin…

Anna-san perdeu o controle, tentando abraçar Mimorin pelos ombros—mas, dada a diferença de tamanho entre elas, isso era impossível. Era um desafio inatingível.

Boa sorte com isso, Anna-san, pensou Haruhiro. A Mimorin ainda está chorando. Mas cara, ela parece mesmo estar sofrendo. Quando olho para ela, meu peito dói. Isso não significa que vou ceder à emoção, no entanto.

Anna-san começou a chorar também, e quando olhou para ele com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, Haruhiro honestamente quis fugir.

— Haruhiro é cruel! Um homem de coração frio, né?!

— Ah, claro — ele disse. — Não posso te culpar por me chamar assim.

— Você é uma semente de milho?!

— Hã? Semente de milho…? Ah, quer dizer “admite”? — Haruhiro perguntou.

 

(NT: Na tradução inglês, ela confundiu a palavra ‘concede’ com ‘Corn seed’, que significa ‘semente de milho’.)

 

— Isso! Essa é a palavra, yeah?! Como você soube?! Isso é incrível!

— Bem, eu tenho que admitir, estou surpreso por ter adivinhado, mas…

— Isso não importa, tá?! — gritou Anna-san.

— Claro que não…

— Não — disse Mimorin com um soluço. — Haruhiro não é de coração frio.

What?! — gritou Anna-san.

— Haruhiro não é frio — disse Mimorin. — Ele só não é mentiroso.

— Nghhh — Anna gemeu, segurando a cabeça. — Não é mentiroso? Mas…

Você está começando a agir como um velho aí, Anna-san, pensou Haruhiro.

— Ele simplesmente não diz coisas que deixem uma falsa impressão — Mimorin mordeu o lábio com força. — Ele não me dá, a quem ele não ama, nenhuma esperança.

— Wahhhhhhhhhhh — Anna-san começou a puxar os cabelos, forçando-se a falar com uma voz que parecia prestes a tossir sangue. — Mimoriiiiiiiiiin, você não precisava dizer tudo isso, tá?!

— Eu entendo.

— Maaaass—

— Eu amo isso nele também.

— Ohhhhhhhh!

— Eu te amo. — Mimorin encarou Haruhiro enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto. — Então, por favor, me deixa te manter como um bichinho de estimação. Não, quer dizer… namora comigo.

— Me desculpe.

— Já esperava essa resposta.

Haruhiro continuou, hesitante.

— Bem, sabe… mesmo que essa coisa de “bichinho” seja meio estranha, dá para ver que você está falando sério e eu entendo, mas… mesmo que eu compreenda isso do meu jeito, ainda assim… isso só piora tudo… sabe? Eu não posso simplesmente falar qualquer coisa…

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