Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 (Parte 2) – Vol 6 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 (Parte 2) – Vol 6

Capítulo 4 – Caminhos divergentes, sob um céu diferente. (Parte 2)

Essa era a sua opinião, e ele disse isso.

Agora, quanto à resposta que ele recebeu, aqui está como as coisas se desenrolaram:

— Uhhhuuuuu! — No topo daquela colina inicial, Ranta soltou um grito estranho, com os olhos arregalados.

Era aquela hora do dia em que normalmente o sol estaria se pondo, mas no Reino do Crepúsculo, não havia manhã nem noite. Era sempre o mesmo céu de várias cores que se estendia até onde a vista alcançava.

Sob aquele céu indescritível e de outro mundo, um deus gigante e esquelético estava dando um passeio tranquilo.

— Acha que ele está a quantos quilômetros? — Kuzaku suspirou. — Difícil ter noção de distância.

— Hmmm. — Anna-san estava montada nos ombros de Tokimune. — Diria uns oitenta quilômetros? Por aí?

— Não pode estar tão longe assim — Haruhiro não conseguiu evitar apontar.

— Cinco quilômetros… talvez, cê acha? — Yume estreitou os olhos para o deus gigante. — Talvez uns dez quilômetros? Vinte, talvez? Yume tá tendo dificuldade de adivinhar também. Uooooh. Ele é pequeno, mas é grandão, né?!

— Isso é contraditório, mas realmente parece assim — Shihoru disse, assentindo, ao lado de Yume.

Sim, sério.

Considerando a teoria de Yume e assumindo que ele estava, no máximo, a vinte quilômetros de distância, isso ainda era bem longe. Se estivesse a vinte quilômetros nessa direção, mesmo um gigante extra-grande de duzentos metros de altura seria apenas um pontinho à distância. Mesmo aquele deus gigante não era tão grande a ponto de precisarem olhar para cima.

Mas ele era imenso. Não era um tamanho que qualquer criatura viva deveria ter. Era uma montanha. Não apenas uma colina, era uma montanha.

Ele se lembrou da primeira vez que tinham visto o deus gigante. Foi quando estavam voltando do resgate dos Tokkis depois que eles tentaram trapacear.

Naquela ocasião, Haruhiro pensou que ele era incrivelmente grande, dado que estava a vários metros de distância deles.

Vários metros?

Difícil. Naquela vez, ele tinha que estar pelo menos tão longe quanto agora.

Não, mais longe.

Era como Kuzaku disse. O deus gigante era tão grande que distorcia sua noção de distância.

— Ele é bem rápido, hein — Tada murmurou.

— As pernas dele são beeeeem longas… — Kikkawa parecia impressionado, sem motivo aparente. — Tipo, longas demais. Seus movimentos são surpreendentemente ágeis também. Uau, uau…

O deus gigante estava ao sul da colina inicial, movendo-se de leste a oeste. Seus movimentos não pareciam tão ágeis para Haruhiro, mas eles conseguiam ver o movimento das pernas mesmo de onde estavam, então ele definitivamente não era lento.

— Ah! — Mimorin prendeu a respiração, apontando para o sudeste. — Tem algo ali.

— O que é aquilo? — Mary tinha uma expressão sombria.

Kuzaku estava olhando para ela de soslaio.

— Parece ser grande também — Tokimune lambeu os lábios.

— Bem, sim — Haruhiro disse. Tenho certeza que é.

Haruhiro esfregou a barriga. Seu estômago doía um pouco.

Isso serve para todos os Tokkis, mas por que ele parece estar se divertindo tanto? Por que ele está tão descaradamente empolgado?

Eu sei como eles são. Estou ciente disso, mas mesmo assim fico cansado. No entanto, estou acostumado, entende? Quer dizer, temos o Ranta.

Sim. Foi graças ao Ranta que ele conseguiu se dar bem com os Tokkis até agora. Isso definitivamente fez parte de como ele conseguiu. Se ele não estivesse acostumado com o Ranta, até mesmo se comunicar com os Tokkis teria sido difícil.

O efeito Ranta era realmente impressionante. Se as pessoas tinham um lado ruim, também tinham que ter um lado bom. Não poderia haver sombras sem luz.

No entanto, ele também poderia inverter a teoria e dizer que, por estar muito acostumado com o Ranta, acabaram trabalhando com os Tokkis, e isso estava os colocando em sérios problemas.

Ele poderia concluir que, no fim, Ranta era uma praga para a party. E, na verdade, ele sempre havia sido algo muito próximo de uma praga para eles.

A grande coisa que eles viram ali, era branca e contorcida. Pode não ser tão grande quanto o deus gigante, mas era bem grande. O que diabos era aquilo? Não era humanoide. Ele podia afirmar isso com certeza.

É um polvo… ou algo assim? Embora eu nunca tenha ido ao oceano em Grimgar, eu sei o que é um polvo. Não é… exatamente como um polvo. Mas, de alguma forma, dá pra ver que tem um monte de coisas parecidas com tentáculos, e parece que ele os está movendo para andar—Não, talvez seja como uma massa de tentáculos?

A essa distância, era difícil dizer. Estava muito mais perto do que o deus gigante. Dois quilômetros, três talvez. Ou quem sabe, apenas um.

— Que fofura… — Mimorin estava olhando apaixonadamente naquela direção.

Haruhiro, Shihoru, Yume, Mary, Kuzaku e até Ranta estavam chocados, mas os Tokkis pareciam completamente despreocupados.

Esse é o problema da Mimorin…

— Hã… — Haruhiro levantou a mão, hesitante.

Tokimune olhou para ele com um “Hm?”

Agora que eles tinham visto aquela coisa—ou melhor, aquelas coisas—com seus próprios olhos, certamente até os Tokkis concordariam com Haruhiro. Ou, pelo menos, teriam a mesma opinião que ele.

— Que tal voltarmos? — sugeriu ele. — Essas coisas são perigosas. Independentemente de como você veja isso.

— Seu idiota! — Ranta se virou para ele. — Você se diz um homem, falando essas coisas? Você tem mesmo um par de bolas?! Tô perguntando se você tem um par de bolas penduradas entre as pernas, seu frouxo!

— Isso tem alguma coisa a ver? — perguntou Haruhiro.

— Claro que tem! Tem, né, Tokimune-san?!

— Não sei. — Tokimune inclinou a cabeça para o lado. — Talvez não?

— Claro que não tem! — Ranta rapidamente mudou de ideia. — Hahaha! Não faz diferença, faz? É por isso que eu disse, Panpirorin! Não importa se você é homem, mulher ou se tem bolas! Você realmente é um idiota que não entende nada, né?

— Bolas, bolas, bolas, cala a boca de uma vez, é! — Anna-san gritou para Ranta do alto da cabeça de Tokimune. — Você é muito vulgar, tá?! Temos muitas damas puras aqui!

— Você é a última pessoa que eu quero me chamando de vulgar! Nem eu sou tão ruim quanto você!

— Você sabe?! Ouch! Não, espera, o que você quis dizer?! Seu bastardo de pau pequeno e cheio de esmegma!

— De qualquer forma, continuando… — Haruhiro disse, limpando a saliva de Anna-san do rosto. — Podemos voltar? Se formos agora, ainda conseguimos chegar ao Posto Avançado do Campo Solitário hoje. Podemos decidir o que faremos a partir de amanhã quando estivermos lá…

— Hã? — Tokimune piscou. — Por quê?

— Ei, Haruhiro. — Tada colocou a mão na testa de Haruhiro. — Parece que você não está com febre.

— Não estou. — Haruhiro afastou a mão de Tada. — Se alguém aqui está com febre, tenho que dizer que são vocês… — murmurou ele, sem querer.

— Heh… — Por algum motivo, Inui começou a rir. — Heh heh heh heh… Ah ha ha ha ha ha ha!

Espera, ele está gargalhando. O que há de errado com esse cara? Será que ele é humano? Talvez não seja? Ele está me assustando.

Está realmente me assustando.

— Escuta, Haruhiro — Tokimune colocou uma mão no ombro de Haruhiro, enquanto Anna-san ainda estava sentada em cima dele. — Tenho uma opinião surpreendentemente boa sobre você. Se eu disser que é surpreendente, será que soa rude?

— Nah, tá tudo bem. Pode chamar de surpreendente, ou o que for.

— Bom, de qualquer forma, você é bem simples, praticamente sem paixão ou energia, mas é calmo e tem habilidades de tomada de decisão razoáveis, então é reconfortante tê-lo como aliado. Isso porque você tem algo que nos falta.

— Elogios não vão te conseguir nada comigo, sabia…

— Tá brincando, né? — Tokimune perguntou.

— Não, tô falando sério.

— Bem, eu não odeio isso em você.

— Não odeia, huh.

Eu fico feliz em ouvir isso, sabe? Tanto quanto qualquer pessoa ficaria.

Ele talvez não demonstrasse, mas Haruhiro estava feliz à sua maneira. Provavelmente. Porém, isso não tinha nada a ver com o assunto em questão no momento.

— E então? — perguntou ele.

— Eu avalio muito bem suas habilidades, e gosto de você, mas às vezes, eu penso, ‘Hã?’

Vocês não me fazem pensar “Hã?” só de vez em quando, me fazem pensar isso o tempo todo. Se dissesse isso diretamente, provavelmente só arranjaria dor de cabeça, então Haruhiro permaneceu em silêncio.

Tokimune mostrou um vislumbre daqueles dentes brancos brilhantes. — Nosso objetivo já está decidido, certo? Então o que você quer dizer com voltar atrás? Não tô entendendo.

— Nosso objetivo? — Haruhiro repetiu.

— Sim.

— Qual é?

— Um objetivo é algo que você mira e tenta alcançar como parte do seu trabalho, certo?

— Não, eu sei disso. Eu entendo o que a palavra “objetivo” significa.

— Bom, o que você quer saber, então? — Tokimune perguntou.

— Esse objetivo que você acha que já está decidido é o quê…?

— Não é óbvio? — Tokimune apontou com o queixo. — Vamos acabar com aquela coisa, certo?

— …O quêêê? — Haruhiro cambaleou.

O que esse cara está falando? Bem, parecia o tipo de coisa que ele diria. Mas, ainda assim, isso não vai acontecer. Ele está louco, completamente louco. Que tipo de raciocínio poderia levar alguém a essa conclusão?

Shihoru, Mary e Kuzaku estavam tremendo. Yume estava apenas olhando fixamente, sem parecer ter ideia do que estava acontecendo. Ranta, sendo o idiota sem esperança que ele era, na verdade parecia animado. Os Tokkis estavam totalmente despreocupados. Kikkawa estava dançando com Ranta.

Eles confundiram isso com algum tipo de festival? Eles são incorrigíveis. Quero dizer, vamos lá… quando ele diz “aquela coisa”, ele está falando daquela coisa, não é?

Ou do deus gigante ou da criatura bizarra?

Não importa como pensasse ou não pensasse, era impossível, isso era óbvio, não era? Esse era o tipo de coisa que fazia parte do entendimento coletivo que todos os humanos tinham, algo de que todas as pessoas estavam cientes, não era? Era, certo? Sim, era.

Haruhiro estava certo. Ele não poderia estar errado. Então, e agora?

Finalmente, o momento havia chegado. Estava aqui.

Ele suspeitava que viria eventualmente. Não que ele quisesse isso. Ele esperava que não viesse.

Os Tokkis eram um bando de malucos e uma bagunça, mas eram pessoas divertidas de se estar junto. Se você perguntasse a ele se isso era porque ele podia usá-los, sendo muito franco, sim, esse era um dos aspectos. Nenhum dos Tokkis era particularmente interesseiro. Eles não eram do tipo calculista que se aproximava das pessoas ou as ajudava porque tinham algo a ganhar. Isso não significava que ele pudesse confiar neles implicitamente, mas os Tokkis provavelmente nunca apunhalariam Haruhiro pelas costas de novo. Eles não eram o tipo de pessoas que se desviariam do código de honra que seguiam. Ainda assim, poderia chegar o dia em que se separariam.

Haruhiro temia que esse dia chegasse.

Ele estava pronto para aceitar que os Tokkis poderiam arrastá-los para situações que causariam algum sofrimento. Esses eram os Tokkis, afinal. Se ele não aceitasse pelo menos isso, a aliança não funcionaria.

Mas isso só se aplicava a dores das quais pudessem se recuperar. Havia limites.

Se fossem enfrentar aquelas coisas, ele tinha que estar preparado para mais do que apenas dor. Danos graves, baixas, perdas—ele tinha que estar preparado para a morte.

Se se encontrassem espontaneamente em uma situação em que lutar fosse a única opção, seria uma coisa. No entanto, atirar-se deliberadamente nesse tipo de perigo era completamente imprudente.

Se discutissem isso como uma party, outros poderiam discordar. Por isso ele não faria isso. Isso seria inteiramente uma escolha de Haruhiro. Ele já tinha decidido. Eles se separariam dos Tokkis.

Ele não diria algo ingênuo como: Vamos trabalhar juntos de novo se tivermos outra chance. Isso seria uma justificativa egoísta, significando: Podem nos excluir quando for perigoso, mas se não for, estamos dispostos a ajudar. Trabalhar juntos às vezes e outras não era algo com o qual Haruhiro queria se envolver.

Ele olhou Tokimune nos olhos. Ele estava prestes a dizer Desculpa

De repente, debaixo de suas roupas, aquela coisa que ele mantinha em contato constante começou a vibrar.

— Uoaa…

Em choque, Haruhiro esqueceu completamente o que estava prestes a fazer. O que era mesmo, afinal? Certo, antes disso, ele tinha que lidar com isso primeiro.

Aquela coisa estava pendurada em seu pescoço em uma corrente, como um pingente. Quando ele enfiou a mão por dentro da gola e a puxou, a extremidade inferior estava brilhando em verde. Era um objeto parecido com uma pedra preta e achatada. Mas essa não era uma pedra comum.

— O que é isso? — Tokimune arqueou uma sobrancelha.

— Uh, hum, isso é…

Enquanto Haruhiro decidia se explicava ou não, a coisa—o receptor—começou a vibrar e produzir som. Não apenas som, uma voz.

— Membros dos Day Breakers, estão ouvindo? Aqui é Soma.

— Hãaee?! — Anna-san soltou um grito bizarro de surpresa do alto dos ombros de Tokimune, seus olhos quase saltando das órbitas.

— Ele disse “Soma”? — Tada ajustou a posição dos óculos.

— Por Soma, ele quer dizer o Soma, né?! — Kikkawa parecia prestes a começar a dançar de alegria a qualquer segundo.

— Somático… — Mimorin murmurou algo irrelevante.

— Heh… — Por algum motivo, Inui sacou sua espada e fez um golpe de prática.

Haruhiro olhou para Ranta, Shihoru, Yume, Mary e Kuzaku.

Eles não tinham contado aos Tokkis que eram uma mancha triste na lista de membros dos Day Breakers. Ranta queria se gabar disso, mas Haruhiro o fez ficar quieto.

Não sei. Honestamente, ainda é difícil de acreditar. Nós temos o receptor como prova, então não foi um sonho. Mesmo assim, ainda não consigo me ver como um membro dos Day Breakers do Soma. Simplesmente não parece real. Quero dizer, o Soma nunca entrou em contato com a gente. Eu também não sei muito sobre os Day Breakers. Mesmo que me peça para acreditar, não é meio difícil?

Era difícil.

— Planejamos voltar para o Posto avançado do Campo Solitário amanhã à noite — disse a voz de Soma.

Mesmo assim, quando ele ouvia a voz de Soma dessa forma, ele conseguia acreditar. Ele tinha que acreditar.

— Eu repito. Planejamos voltar para o Posto avançado do Campo Solitário amanhã à noite. Se puderem chegar até lá, por favor, venham. Eu gostaria de vê-los de vez em quando. Lilia, você quer dizer alguma coisa?

— P-Por que você está me perguntando isso?! — gritou a voz dela.

— Só achei que perguntaria. Não pode?

— Não é que eu não possa, só…!

— Entendi. Você não pode, então.

— Eu-Eu posso! Me passa o transmissor, por favor.

— Claro — disse Soma.

Isso foi seguido pelo som de Lilia limpando a garganta.

— Eu-Eu não tenho nada em particular a dizer, mas para muitos de vocês, faz muito tempo desde que nos vimos. Olhem para isso com expectativa—Não, eu não estou ansiosa por isso, mas vocês são livres para sentir o que quiserem. Façam o que quiserem. Isso é tudo.

O receptor parou de vibrar e a luz verde desapareceu.

Haruhiro suspirou, tentando avaliar a reação de Tokimune. Tokimune parecia estar perdido em pensamentos. O que, em nome dos deuses, ele estava pensando? Haruhiro não conseguia imaginar.

— Hã… S-Sobre isso… Bem, o que eu posso dizer…?

— Se vamos fazer isso mesmo, por que não convidamos o Soma? — Tokimune perguntou.

— Hã?

— Para caçar o deus gigante.

— …Como é?

— Soma provavelmente toparia se o convidássemos — disse Tokimune.

— O quê? Hã? Espera, peraí… Você e o Soma-san se conhecem—Como…?

— Nós nos alistamos mais ou menos na mesma época e, sim, você poderia dizer que nos conhecemos, acho. Já bebemos juntos algumas vezes.

— Não, mas… — Haruhiro ficou sem palavras.

Mas o quê? O que é isso?

Tipo, o que eu devo fazer?

O que vai acontecer agora?

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