Sword Pilgrim – Capítulo 80 - Anime Center BR

Sword Pilgrim – Capítulo 80

— Ah, Conde, o senhor estava aqui?

— Peter. Obrigado pelo trabalho árduo.

— Não fiz nada além da minha obrigação! Tenho que trabalhar muito para alimentar a minha filha!

Era um soldado corajoso.

Um cidadão de Carpe que amava o país e um soldado que reverenciava a espada.

Também era pai de uma filha, assim como Callius, e sua esposa faleceu há muito tempo, então tinham muito em comum.

— Vou guiar o senhor.

— Não precisa me acompanhar mais.

— Não, não, eu preciso. Vou levar uma dura se eu não escoltar alguém da sua posição, Conde.

— Tá.

— Este lugar recebe pouquíssimos visitantes, então só uma pessoa é suficiente para a segurança. O salário mensal é muito bom e o trabalho também é fácil. Pode ser um pouco chato, mas eu gosto.

— Por que está fazendo isso se é tão chato? Deve achar vários outros empregos disponíveis se você se voluntariar.

— Pode ser chato, mas tem o seu próprio valor.

— Por causa da sua filha?

A filha de um pai tolo.

— Sim. Quem vai cuidar da minha garotinha se eu morrer do nada? Só tem nós dois na família, então tenho que cuidar dela sozinho.

— Você ama muito sua filha.

— É a minha razão de viver. É uma fofura. Sempre que vou para casa, ela pula e gruda em mim com tanta força que acho que vou cair. É muito bonita também, como um reflexo da minha esposa…

Tinha uma pontada de tristeza no sorriso do Peter. Parecia que estava relembrando a esposa falecida.

— Quantos tem a garotinha?

— Faz doze neste ano.

Coincidentemente, tinha a mesma idade que Emily.

Naturalmente, Callius também pensou na sua filha e sorriu.

— O que você acha que as garotas gostam hoje em dia?

— O senhor também tem uma filha, Conde?

— Sim. Ela também faz 12 neste ano. Mas é sempre um pouco rude comigo.

— Entendo. É bom ouvir isso. Mas, infelizmente, acho que conhecer os gostos e desgostos da minha filha talvez não possa te ajudar.

 Por quê?

— Ao contrário das outras crianças da idade dela, minha filha só está interessada em espadas…

A garotinha era aparentemente uma fanática por espadas.

Não era lá uma surpresa já que mora no Reino de Carpe, onde a Ordem de Valtherus era a religião do território.

Callius também conhecia outra garotinha que só se interessava por espadas.

Na verdade, isso era interessante.

— Me conte mais.

— É porque ela cresceu sem mãe. Então aprendeu bem rápido que eu dependo da minha espada para viver e se interessou por esgrima. Até quer se tornar uma cavaleira…

Ele passou por muitos problemas como resultado.

Peter naturalmente não queria criar sua única filha como uma cavaleira, mas ela era tão teimosa que ele lhe deu uma espada de madeira primeiro para brincar.

— Que tal se tornar uma peregrina?

— Ugh… Seria difícil ver o rosto dela se ela se tornasse freira. Além disso, a vida de uma peregrina ainda é perigosa. Eles não andam por aí o ano todo sem deixar vestígios? Nem pensar!

Callius engoliu as palavras e negou com a cabeça.

Sendo honesto, ser um peregrino não era um trabalho que a maioria das pessoas de alto escalão, muito menos os aristocratas, preferiam. Porque era um caminho cheio de espinhos, e a taxa de baixas era pior do que até mesmo a dos cavaleiros.

Além disso, agora que a reputação da Igreja tinha chegado ao fundo, era possível até mesmo ser apedrejado até a morte se fosse azarado.

Quem escolheria essa profissão nessa situação?

— Então está planejando em criar ela como um cavaleira?

— Bem, não sei. Parece que ela quer ir para a Academia Real, mas… isso está além da minha capacidade.

A Academia Real.

Literalmente, uma escola sob autoridade real que criava crianças para se tornarem cavaleiros.

— Quem consegue concluir a educação recebe um título de cavaleiro e uma Espada da Vida. Além disso, a cada ano, os três melhores alunos também recebem uma escolha, podem se juntar à Ordem de Cavalaria Real ou se tornar um paladino da Igreja.

Callius não sabia que existia esse benefício.

Claro, não era uma informação útil.

— Então não é uma ideia ruim mandar ela para lá, né?

— Ei, esqueça isso. Minha filha me puxou usando uma espada, mas ela precisa de uma recomendação para entrar na academia. E, mesmo assim, a lista de espera é muito longa, então não posso nem sonhar com isso. Sem falar de como a taxa de inscrição é cara… É impossível pagar com o meu salário mensal. Só posso sentir pena dela. Sou incompetente como pai.

A Academia Real.

‘Emily ia amar esse lugar.’

Podia não ser tão boa quanto a experiência de batalha real que acumulou no Norte, mas pensou que poderia ser uma boa experiência para ela.

E Callius claramente poderia escrever uma carta de recomendação.

‘Ela pode ter talento para esgrima, mas parece que não tem nenhuma amiga.’

Na última vez que a viu, falou que traria uma espada para ela da próxima vez, mas a garota respondeu que não precisava de uma, então um presente como esse também não seria ruim.

‘Será que ela está bem?’

Dois meses se passaram desde que saiu do Norte.

Como ela estava naquele inferno branco e frio repleto de neve pura?

Essa era a realidade de se tornar pai?

Depois de renascer neste mundo, esta pode ser a primeira vez que Callius sente falta de alguém.

Claro, ainda não tinha o coração de um pai de verdade.

— Chegamos. Vou esperar pelo senhor aqui, então, por favor, sinta-se à vontade para voltar assim que terminar.

— Tá bom então.

Enquanto conversavam sobre um monte de coisa, já tinham chegado na frente da casa da Beatrice.

Na verdade, estava mais para um laboratório.

Callius bateu à porta e ouviu uma voz fraca dizendo para entrar.

— Com licença.

Assim que abriu a porta, foi recebido por uma bagunça, composta por pilhas desordenadas de documentos, vários artefatos e materiais de pesquisa.

— Chegou.

Beatrice estava encostada em um sofá de couro, com seus cabelos longos, roxos e escuros soltos. A visão dela com as pernas cruzadas, inclinada no couro macio, era bem atraente. Isso porque Beatrice vestia um tecido que mal dava para chamar de roupa.

Um vestido preto de cetim.

Uma camisola tão fina que a menor brisa desnudaria o interior do mundo.

— Você é exibicionista?

— Decidi usar isto porque você estava vindo, Conde. Vou tirar quando chegar a hora da pesquisa. Eu fico nervosa e frustrada quando estou vestindo qualquer coisa. Se preferir, por que não fazemos um experimento juntos?

Era uma informação bem embaraçosa, mas Callius recusou sem nem mesmo mudar a expressão.

Não tinha interesse em ter outro filho, ainda mais com uma plebeia.

— Estou indo para a casa do Conde Artemion. Se eu contar à Igreja ou à família real, ele pode ficar sabendo disso e esconder as bestas demoníacas, então é melhor fazer um ataque surpresa.

— Ok, então vamos agora.

— E você vai vestida assim?

— Espera.

Beatrice vestiu rapidamente um manto com capuz que cobriu todo o corpo.

Do lado de fora da janela, o sol estava começando a se pôr.

A última luz queimou com um tom avermelhado intenso. As sombras se estenderam, e a escuridão preencheu lentamente o mundo.

Dentro dessa escuridão inundando…

Bop-bop-bop-bop.

Um ruído estridente de perfurar as orelhas.

— Esse barulho vai me matar.

Nos aposentos do Callius…

Orcal, que estava silenciosamente polindo a espada espiritual, a Alma de Verme, franziu a testa com o barulho persistente de arranhões na porta.

Callius tinha saído há algum tempo, sozinho.

O que era ótimo.

O que realmente ficou preso na sua garganta foi como uma mão de obra de alto nível, um inquisidor-capitão, foi deixado para cuidar do filhote de uma besta demoníaca.

Bruns não tinha voltado de onde quer que tivesse ido, então Callius ordenou que ele cuidasse de Vivi.

— Não tomo conta nem de casa, mas cá estou eu cuidando de um filhote. Que ridículo. Como que as coisas acabaram assim?

Bop-bop-bop-bop.

De qualquer forma, o filhote continuou arranhando a porta. Talvez porque viu Callius sair por lá.

Estava arranhando a porta o dia todo.

— Ugh! Barulhento! Pare com isso, que desgraça!

Podia parecer que Callius amava o filhote, mas Orcal não.

Nem um pouco.

As cicatrizes que recebeu da mãe, o dragão lobo do trovão, ainda permaneciam no seu corpo.

Além disso, era uma besta mágica.

Orcal naturalmente detinha um ódio forte pela raça deles.

Ele tinha perdido os pais e irmãos em um ataque de besta mágica, então seu sentimento era ainda mais intenso do que a dos outros.

— Kieeeeeng! Kieeeeeng! Crooooooon!

— Tá me tirando, seu filho da puta!?

Bem, estava pensando que não tinha nada para desabafar, então isso não era bom?

Como diziam, animais com pelo precisavam ser espancados com um taco para serem educados.

Whip!

Em um impulso, Orcal desembainhou a Alma de Verme, segurou como um taco e se aproximou de Vivi.

Sentindo algum tipo de premonição, Vivi de repente chorou e tentou fugir.

— Vamos ver para aonde você pode correr…

Crash– clang–!

Vivi quebrou a janela e pulou para fora.

— Eh! Não, seu maluco… o quê… espera!

O quarto de hotel em que estavam ficava no terceiro andar.

Podia ser o filhote de uma besta mágica, mas morreria se caísse dessa altura!

Mesmo se não morresse, acabaria gravemente ferido!

Callius amava muito Vivi.

Orcal estremeceu ao pensar na raiva do seu superior quando ele voltar.

Percebeu mais uma vez que era ele quem seria educado com um taco.

— Imploro… imploro que esteja bem!

Orcal pulou imediatamente da janela.

Tump!

Ele pousou no chão com a espada de volta na cintura e olhou ao redor.

— , por que não…?!

Mas a figura de Vivi não estava em lugar nenhum. Tudo o que podia ver era uma rua escura à noite.

Algumas lanternas dos postes estavam espalhadas ao longo do caminho.

Orcal entendeu.

Eu ferrei tudo.’

Ele tinha perdido Vivi.

— Mas caiu dessa altura, então como já desapareceu assim?

Se bem que Callius estava alimentando o filhote com alguma coisa estranha.

E não era um filhote comum, era o de um dragão lobo do trovão.

Porém, se poderia ter feito isso a qualquer momento, então por que estava arranhando a porta o dia todo?

De qualquer forma, não era hora para pensar nisso.

— Não tenho escolha a não ser encontrar antes que o Callius retorne.

E ele apanharia de novo. Tremendo, Orcal pegou a Alma de Verme da bainha no meio do caminho.

Os vermes se materializaram com um zumbido.

— Encontrem Vivi.

Step!

Orcal subiu no telhado de um prédio alto, então fechou os olhos e se concentrou.

Após um momento…

Franziu as sobrancelhas ao abrir os olhos.

— Por que foi lá?

Vivi tinha ido até a mansão do conde.

Era a mansão do Conde Artemion.

Na mansão da família Artemion, no porão subterrâneo.

— Quer comer? Lamba como um cachorro.

— Ei, eu não sou seu brinquedo! Sou o servo do Sir Callius, o futuro grande Mestre do Norte!

— Se comer isso, eu te dou outro bife.

Infelizmente para Bruns, a carne era boa demais para recusar.

Chomp, glup~

Sendo honesto, estava em uma tigela, então não importava se foi jogada no chão.

A carne era ótima, e o sabor era incrível.

‘Talvez esse tipo de vida também seja boa.’

Vinha com três refeições cheias de carne, podia dormir e cagar a hora que quisesse.

Como era uma jaula de ferro feita para prender bestas mágicas, era grande o suficiente para viver.

Ser o animal de estimação de um nobre não parecia tão ruim.

— Quer ser meu animal de estimação?

— Q-que merda é essa!!! Um trabalho glorioso me espera, vou servir aquele que se tornará o futuro Lorde do Norte!!! Me solte agora, seu idiota, maluco e ímpio!

— O quê? Está me chamando de idiota?

— Sim, estou! Droga! Quem além de um idiota faria isso?! O maior idiota de todo o reino! Seu covarde desgraçado! Se você é um verdadeiro líder dos homens, então pegue sua espada e lute! Não se esconda atrás de bestas demoníacas para fazer coisas estúpidas!!

— Seu verme, você se atreve…!

— O que vai fazer? O que vai fazer?! Não tem que me manter seguro para o meu chefe vir aqui? Idiota! Não pode fazer nada comigo, né? Vai, fique aí parado e aflito, seu desgraçado!

Bruns ergueu o punho e xingou, mas se encolheu imediatamente quando viu o rosto de Viole, que tinha se distorcido para algo sinistro.

— Eu estava me perguntando por que te mantive vivo. A real é que não ligo de te matar. Callius morrerá aqui de qualquer jeito.

— Hã

Isso era sério?

— Vou é te matar. No início, eu ia fazer de você um exemplo na frente do Callius, mas mudei de ideia. Seu servo arrogante, só cuida das tarefas dele, mas nem sabe o seu lugar. Só morra e me dê paz.

— Ei! Por favor, me poupe. Aaaaaaaaaaaah!

Clang! Claaaaaaaaaang!

Quando as bestas mágicas atingiram as barras de ferro como se fosse um brinquedo, elas começaram a tremer como um navio encontrando ondas tempestuosas.

Bruns, esfregando as lágrimas e a meleca do rosto, gritou pela vida, mas os lábios de Viole apenas se curvaram diante da imploração dele.

— Chefe!! Tem alguma coisa errada!

— O quê?

— Tem alguém aqui.

— Ahhhh!!!

Claaang–!

O espaço subterrâneo tremeu violentamente, acompanhado do som de uma explosão enorme.

Naquele momento, enquanto Viole tentava manter o foco…

Mais uma vez, as paredes explodiram e alguém apareceu junto com uma pilha de areia e poeira.

Cabelo preto escuro como breu.

Olhos cinzas sem nenhuma emoção.

Um rosário no pescoço, e um estigma de Deus no dorso da mão.

E, no peito, um broche simbolizando o Lorde do Norte.

Era Callius von Jervain.

— Chefe!! Finalmente veio para me salvar!! Eu, Bruns, estou aqui! Nunca duvidei da minha fé por você!

— Bruns? Por que está aqui?

— ?

Bruns, que ficou tão emocionado ao ponto de estar prestes a chorar, ficou com os olhos úmidos por causa de uma emoção diferente.

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