I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 33
Isso é Estranho (1)
Numa situação incômoda, após ter terminado de comer a tigela de mingau, fiquei de pé em apenas um salto…
— Aqui tem algum lugar pra banhar?
Logo, tudo o que eu queria agora era escapar daquele silêncio infernal, mesmo que fosse apenas por pouco tempo.
Ha Tae-heon, que também se levantou de seu assento, rapidamente caminhou até o lado direito da sala, onde havia uma porta, e abriu-a; me mostrando o banheiro.
— Coloque suas roupas nesse cesto. aAs toalhas estão naquele armário.
— Certo.
Slam.
Sem olhar para trás, entrei no banheiro e fechei a porta.
— Haa… — suspirei ao me ver no espelho.
Por algum motivo, apesar de ter acabado de acordar, eu já estava muito cansado.
“Esses são problemas envolvendo o uso exagerado da minha habilidade…?”
Enquanto tirava lentamente minha roupa de hospital, olhei para baixo, para a parte inferior do meu corpo… meus olhos se arregalaram.
Eu não conseguia ver minha roupa íntima, aquela que deveria estar usando.
“Quê? Por que não estou de cueca?”
Naquele momento, o rosto de Ha Tae-heon, que friamente declarou que havia trocado minhas roupas antes, passou pela minha mente.
“Porra.”
Até então havia pensado que ele tinha apenas trocado as peças de pano que estavam no exterior, porém…
Fechei bem os olhos e engoli de volta alguns palavrões.
“Mas espera aí.”
Não é um pouco estranho tirar minha roupa íntima? Se fosse apenas minhas roupas externas, até poderia entender, mas tirar todas as minhas roupas….!?
— Chega. Vamos parar de pensar.
Se tudo continuasse assim, eu sentia que assim que saísse desse banheiro, iria agarrar Ha Tae-heon pelo pescoço.
“Filho da puta.”
Splash—
Ao derramar uma grande ducha sobre minha cabeça, tentei encontrar minha compostura enquanto sentia a água fria percorrer por todo meu corpo.
“Vamos pensar positivamente…”
Foi incrivelmente embaraçoso os acontecimentos de há pouco, contudo, uma vez que minha conversa com Cha Soo-yeon venha acabar, poderei escapar dali rapidamente…
Depois de finalmente ganhar paz de espírito, terminei de tomar um banho e tirei uma toalha do armário; agora, tudo o que tinha que fazer era vestir minhas roupas limpas e sair…
“Hã? Espera.”
Roupas limpas? Eu havia as trazido para dentro?
“Merda.”
Por ter corrido para o banheiro rapidamente para fugir de Ha Tae-heon, acabei não lembrando de trazer nenhuma das minhas roupas limpas para trocar.
— Haaaa… — suspirei mais uma vez, agora enquanto colocava a toalha sobre meu cabelo molhado.
No fim, não tive escolha a não ser pegar a roupa do hospital de dentro do cesto de antes.
— …
No entanto, apesar de querer usá-la, pude sentir uma leve umidade provocada pelo suor frio de antes, causado por aquele sonho estranho; seria desconfortável usá-la novamente.
Depois de olhar para as roupas por muito tempo, cerrei os dentes, tirei a toalha do meu cabelo e enrolei-a ao redor da parte inferior do meu corpo.
O plano era o seguinte…
“Primeiro, vamos abrir levemente a porta e verificar a sala. Se Ha Tae-heon estiver por perto, vou lhe pedir as roupas da cama. Caso contrário, sairei correndo e as pegarei.
Não era um plano ruim.
“Como era de se esperar, sou um gênio.”
Sem enrolação, enquanto me elogiava, abri ligeiramente a porta do banheiro.
— …
Ha Tae-heon não estava em nenhum lugar à vista…
Abri a porta um pouco mais para verificar…
O quarto estava vazio.
— Ha Tae-heon-ssi?
Chamei seu nome por via das dúvidas, mas não houve resposta.
Ele provavelmente tinha saído.
Comemorei internamente e corri para a cama.
Logo, a fim de pegar a calça e vesti-la, estendi a mão em sua direção.
Click—
— …
Ha Tae-heon havia voltado.
Rapidamente, cruzei meus braços, cobrindo a parte inferior do meu corpo e proferi um palavrão por dentro; um ato de instinto e não de razão.
— …
Ha Tae-heon apenas continuou ali parado, olhando para mim da cabeça aos pés com uma expressão calma.
Drip— Drip.
O som de água pingando era o único ruído que ecoava por toda a sala silenciosa…
— E-Eu…
Meu rosto estava completamente em branco…
— Estava apenas… minhas roupas…
— …
— Esqueci… levá-las comigo…
Minha voz, gaguejando e cuspindo desculpas, tremia de forma selvagem.
— Hmm…
Ele, que estava me encarando há muito tempo, me deu uma resposta presunçosa, o que fez meu rosto ficar ainda pior.
— Pa-Pra onde está olhando…?
— Você precisa disso.
Ha Tae-heon, que se aproximou de mim sem hesitar, estendeu o que estava segurando em sua mão.
— …
Era uma roupa íntima novinha em folha embrulhada num fino invólucro…
“Ele saiu para comprar uma cueca…?”
Olhando para cima, logo vi sua expressão indiferente, como de costume.
“Pera, sou eu quem está sendo muito picuinha aqui?”
Eu não conseguia nem imaginar o porquê dele ter ido comprar minha roupa íntima, no entanto, aceitei…
— O-Obrigado — declarei desajeitadamente.
— Disponha.
Click.
Logo depois que Ha Tae-heon entrou, a porta bem fechada se abriu mais uma vez.
Ao mesmo tempo, meus olhos e os do protagonista se voltaram instantaneamente para a porta.
— Eh?
— …
— …
A figura de uma bela mulher, de cabelo ruivo, bem amarrado, paralisou de repente.
Cha Soo-yeon olhava para Ha Tae-heon com os olhos arregalados.
— …
— …
— Ah.
Sem querer, deixei cair a cueca embrulhada que estava segurando.
Thud.
O olhar de Cha Soo-yeon voltou rapidamente para a roupa íntima masculina que havia se espatifado no chão…
“Merda.”
Seus olhos tremiam muito.
— N-Não me diga que… vocês os dois…?
— Absolutamente não.
— Cha Soo-yeon-ssi — falou Ha Tae-heon calmamente, escondendo o eu apavorado em suas costas, e continuou: — Como pode ver, esse momento não é propício, por favor, saia por um momento.
Que maldita situação era aquela?
“Você tem que explicar a ela direito! Na verdade, você precisa sair daqui também!”
— Tae-heon-ssi… — Cha Soo-yeon olhava para Ha Tae-heon enquanto falava uma voz trêmula: — Quando disse que não queria uma namorada, você quis dizer isso…?
“Hã? Quando vocês dois tiveram essa conversa? Não, em vez disso, vocês não deveriam ter saído daqui?”
Puxei a bainha das roupas do protagonista apressadamente.
— Ha Tae-heon-ssi…
“Leve Cha Soo-yeon com você e saia.”
Ha Tae-heon acenou com a cabeça como se entendesse o que meus olhos estavam dizendo.
— Acho que aqui não é o lugar certo para falarmos sobre isso.
Cha Soo-yeon cobriu sua boca com um rosto pálido.
— V-Verdade. Há muitas pessoas aqui, eu… sinto muito.
Que tipo de situação merda era essa?
Cobri meus olhos, baixando minha cabeça.
Enquanto isso, Cha Soo-yeon continuava a falar sem prestar atenção à atmosfera.
— Para ser honesta, estou muito decepcionada, mas… está tudo bem. Se Tae-heon-ssi está feliz, posso torcer por você.
— Cha Soo-yeon-ssi…
— Eu também não tenho preconceito contra isso. Bem, estou surpresa…
Ha Tae-heon fez uma expressão sutil.
— Por favor… — já eu, não suportando mais aquela situação, declarei com uma voz cansada: — Parem de falar e saíam.
— Eu sinto muito!
Cha Soo-yeo, como se não soubesse mais o que fazer, apenas pediu desculpas.
Tendo finalmente vestido minhas roupas, olhei para ela em branco.
— B-Bem, sou um pouco ruim em direções… Por isso acabei indo várias vezes em salas erradas… no fim, pensei que esta seria outra errada e a abri sem bater. M-Mas eu nunca tive a intenção—
— Está tudo bem. Eu entendo — cortei-a subitamente e continuei: — Primeiro de tudo, aqui tá a razão pela qual chamei você, Cha Soo-yeon-ssi…
Coloquei minha mochila sobre a mesa e, assim que fui dar início às explicações, parei.
— Eu poderia falar com ela a sós? — perguntei a Ha Tae-heon, que estava olhando para mim e Cha Soo-yeon.
— Você acha que vou deixar?
“Claro que não.”
Desviei meu olhar e o foquei em Cha Soo-yeon.
Se ela tivesse bom senso, faria alguma coisa.
Me vendo olhá-la com persistência, Cha Soo-yeon abriu finalmente a boca e falou num tom incômodo: — Tae-Tae-heon-ssi, poderia sair um pouco?
— Cha Soo-yeon-ssi.
— Ele cumpriu a promessa que tinha com você, Tae-heon-ssi, e acho que não vai demorar muito.
— Pode ser perigoso.
— Eu não sou tão fraca assim.
Cha Soo-yeon e eu éramos ambos Rank A. Se qualquer um dos lados tentasse atacar, haveria definitivamente uma grande comoção.
Logo, o protagonista, que deveria estar tendo os mesmos pensamentos, olhou para mim e Cha Soo-yeon alternadamente.
— Você só tem que esperar 10 minutos do lado de fora da porta.
Quando acrescentei essa frase, ele finalmente acenou com a cabeça…
— Estarei de volta em exatos dez minutos.
E assim que verificou a hora atual em seu relógio, saiu.
Click.
Ao ouvir o clique da porta, tirei uma pequena bolsa feita de couro da minha mochila; era o item de inventário de antes.
— Como prometi, aqui está o item de inventário. Eu o consegui diretamente de Li Wei.
— Sé-Sério?
Sem cerimônias, Cha Soo-yeon agarrou o item. E, depois de examinar cuidadosamente sua energia, esboçou um sorriso brilhante.
— Cara, como você conseguiu isso?
— É um segredo comercial.
No dia em que a conheci e pedi cooperação no sequestro, este item foi a condição que apresentei…
“Se você me ajudar com o plano, eu lhe darei um Item de Inventário feito por Li Wei.”
Eu sabia que, mesmo que Cha Soo-yeon possuísse uma forte habilidade elementar, havia uma grande falha nela também.
Embora ela pudesse controlar o fogo que criou, era impossível controlar aquele que se espalhava de mais.
Logo, foi por saber desse problema que levei Cha Soo-yeon a uma floresta arborizada para tentar negociar.
Cha Soo-yeon sabia que sua habilidade era muito arriscada para ser usada em qualquer outro lugar que não fosse um portal. Assim, além dos itens que aumentavam o poder de seu fogo, ela também usava itens relacionados à água a todo momento, só por via das dúvidas. Já o problema era que estes itens eram muito pesados e incômodos.
E claro, sempre haveria um limite para carregá-los em uma bolsa normal, então Cha Soo-yeon naturalmente cobiçava os “Itens de Inventário”.
Toda essa ideia veio à minha mente quando entramos no carro.
— Isso deve ter sido muito caro… Não há problema em eu ficar com ele?
— Não há nenhum. Mas, quero que me faça um favor — falei, apontando para um item de inventário, e continuei: — Esse é um inventário que pode conter 100 itens de qualquer tamanho, não importa o peso… Quero que poupe apenas três espaços para mim.
— Para o que são os três?
— Um deles é para isso aqui.
Tirei a coisa que tinha guardado cuidadosamente no fundo da minha mochila.
Ao ver o objeto na minha mão, Cha Soo-yeon vacilou.
— Esse… não é colar de antes?
— É.
O colar barato que teve suas joias quebradas ao ser pisoteado por Ha Tae-heon.
Olhei para ele e disse calmamente: — Ouvi dizer que se colocar qualquer coisa num item de inventário, poderá deixá-la armazenada com segurança, sem risco de quebra.
— S-Sim…
— Por favor, guarde esse colar para mim. Eu não estou em condições de cuidar bem dele.
Cha Soo-yeon hesitou em ficar com o colar…
— Vou requisitar os outros dois espaços mais tarde.
Contudo, ela logo o guardou dentro do item de inventário. Nesse mesmo tempo, que fiquei a olhar para o colar, senti o canto do meu peito que estava a apertar ficando mais aliviado.
— Esse… er…
Cha Soo-yeon, que olhava para mim com uma expressão hesitante, lutava para abrir a boca.
— Esse colar é importante, não é?
— Bem… é importante sim.
Não haveria problema se eu contasse a Cha Soo-yeon, certo?
Depois de pensar um pouco, respondi: — O comprei para minha irmãzinha.
— Hã? Mas e agora? Ele está quebrado.
— Sim. Mas isso não importa. Ela está morta.
A expressão de Cha Soo-yeon ficou instantaneamente em branco.
— Me-Me desculpa.
— Por que Cha Soo-yeon-ssi está se desculpando? — declarei ao inclinar minha cabeça com um leve sorriso.
— …
— Bem, já que lhe dei o item de inventário, agora vou tomar meu rumo.
— Oi? Você já vai?
Levantei-me e coloquei minha mochila.
Cha Soo-yeon se levantou ao mesmo tempo com um rosto desnorteado.
— Você realmente me chamou só para isso?
— Sim.
“Ela esperava algo mais?”
Click.
Ao me aproximar de uma das janelas e a abrir, falei: — Quando Ha Tae-heon-ssi entrar, por favor, diga a ele que já fui.
— Você vai mesmo sem falar pra ele?
— É melhor…
“Principalmente para a minha saúde mental.”
Swoosh~
Aumentei lentamente a força da minha habilidade; um vento suave envolveu minhas as pernas, fazendo-as flutuar ligeiramente.
Antes, eu tinha desmaiado, mas agora, após um bom descanso, a quantidade de energia em meu corpo era bastante grande.
— Até a próxima, Cha Soo-yeon-ssi.
— Hã? C-Certo…
Cha Soo-yeon, que ainda estava meio atordoada, respondeu em branco.
Ela também teve um dia muito dinâmico hoje, portanto, era compreensível.
Sem demoras, saí pela janela…
— Haa…
E soltei um suspiro de preocupação — não sabia que desculpa deveria dar quando voltar. — Eu não estava confiante.
Whoosh~
Aumentei a minha altitude para não atrair a atenção de qualquer um do solo e segui meu caminho de volta.