I Don’t Want This Reincarnation – Capítulo 159
Abyss (3)
— Estamos destinados a nascer e morrer com este mundo.
Elohim, que me conduziu ao sofá em frente a Elahah, sentou-se no sofá diagonal e abriu a boca.
— Por mais que eu tenha vivido muito tempo, nem Elahah, nem eu temos arrependimentos na vida, mas o fim do mundo é outra questão.
— Quer dizer que o mundo está morrendo?
— Sim. Muito rápido.
Quando Elohim acenou com a mão uma vez no ar, a xícara de chá vazia se encheu com o chá verde claro.
— A razão é que você, Se-hyun-ah, também está envolvido.
Mordendo meu lábio, abaixei minha cabeça.
— Entrei no corpo de Han Yi-gyeol… Por isso o mundo ficou estranho? Então os portais mudaram também?
— Cerca de metade da resposta está correta.
Elohim, que gentilmente empurrou a xícara na minha frente, bebeu o chá.
— O equilíbrio estava um pouco ruim quando você veio. É por isso que a velocidade no fim do mundo se tornou um pouco mais rápida. Mas isso é tudo. Mesmo que não fosse por você, o mundo iria morrer de qualquer maneira.
— Isso é verdade?
— Sim. Então não precisa mais se sentir culpado por anomalias nos portais, garoto. Os portais deveriam ter mudado de qualquer maneira.
Senti que algo pesado em meu ombro desapareceu. Exalei lentamente, subindo das profundezas.
— A verdadeira razão pela qual o mundo se tornou assim é outra coisa.
Com essas palavras, Elahah, que estava deitado até agora, lentamente abriu os olhos.
— O nome da causa é ‘Kali’. Ela já foi nossa amada família, mas agora…
Elohim, que não conseguiu terminar suas palavras e fechou os lábios, olhou para mim depois de um momento de silêncio e sorriu.
— Acho que vai ser uma longa história. Se está cansado, devemos continuar depois de acordar?
— Não, estou bem.
Tomei um gole de chá enquanto observava Elahah se levantar.
— Por favor, conte.
— Se está dizendo.
Os olhos de Elohim e Elahah se encontraram por um breve momento. Elohim largou a xícara que estava segurando e começou a explicar.
— Eu e Elahah nascemos e despertamos ao mesmo tempo.
Elohim e Elahah nasceram e despertaram ao mesmo tempo. Eles perceberam instintivamente que um ao outro era tão precioso quanto suas vidas, e mais tarde chamaram isso de ‘família’.
Os dois viveram muito tempo. Muitas pessoas os conheceram, se separaram e morreram. As guerras ocorriam constantemente e os líderes mudavam constantemente.
As pessoas matavam ou amavam umas às outras. Observando-os de perto ou de longe, Elohim e Elahah foram tomados por uma questão fundamental.
O que é a vida eterna? Quanto realmente vale? Um famoso monarca sonhou com a vida eterna e dedicou toda a sua vida à busca da imortalidade, ao contrário, Elohim e Elahah pensaram que era mais significativo ter um fim.
— Os seres humanos são lindos.
Uma bailarina que dançou a vida inteira até quebrar as pernas, uma pintora que era cega e não largava o quadro. E Elohim, que tinha visto tantas pessoas arriscando suas vidas para salvar seus entes queridos, murmurou.
— Tenho inveja.
Elahah abriu os olhos que estavam fechados. O livro flutuando na frente dele estava cheio com a última página.
— Sim. Tenho inveja.
Eles tinham acabado de assistir à vida de um homem chegar ao fim. Ele foi um excelente general que levou à vitória em batalhas navais causadas por invasões estrangeiras.
Dizia-se que quando qualquer história terminava, nada restava além do vazio, mas o vazio crescia cada vez mais.
Ninguém os entendia. Só eles conheciam sua dor. Então foi mais doloroso.
Estávamos sozinhos…
Quanto mais olhavam para os humanos, mais suas emoções mudavam. Além da inveja, eles se tornaram ciumentos também e, por fim, abrigaram pensamentos perigosos.
Enquanto isso, Elohim testemunhou Elaha cortar sua garganta com uma espada. A partir daí, os dois desistiram de assistir.
Elohim e Elahah falavam muito pouco, nem comiam nem bebiam, e apenas dormiam.
Então, muito tempo se passou novamente.
Os dois abriram os olhos quando sentiram um fluxo de energia desagradável a partir de um determinado momento. Era uma energia muito esquisita.
Elohim e Elahah tinham inveja das pessoas, mas isso não significava que queriam que o mundo fosse destruído. Então agiram para lidar com os perigos com seus corpos pesados.
Uma cidade costeira em Israel. No canto de uma velha casa de pedra empilhada com lixo, eles encontraram uma existência não identificada respirando ar áspero.
— Uh uh. Uh…
O medo era evidente nos olhos que fitavam Elohim e Elahah que se aproximavam. Elohim escondeu Elahah atrás de suas costas e abriu sua boca com a energia viciosa que fluía.
— De onde você é?
A pele visível sob as sombras era negra e rachada como carvão. A existência abriu a boca com a pergunta de Elohim.
— Não chegue muito perto!
Presas grossas eram visíveis entre os lábios. A voz era rouca e pesada, como se um animal rosnasse e uivasse.
Desde a aura que sentiram até a aparência, não estava tudo normal. Elohim ficou parado e olhou para seu oponente lentamente.
Os pulsos estavam envoltos em correntes grossas, os tornozelos e o pescoço estavam algemados e um círculo na forma de uma coroa de louros repousava sobre a testa.
Finalmente, baixando o olhar para o anel no dedo anelar, Elohim percebeu que aqueles objetos eram a fonte do poder violento que sentira antes.
Com o poder de Elohim, ele poderia libertá-la da restrição. No entanto, não tinha certeza se seria bom lançar algo que não sabia o que era para o mundo.
— ……
Ele deveria matá-la? Não gostava de matar, mas poderia cortar a cabeça desde que pudesse evitar um acidente que aconteceria como resultado. Elohim ponderou enquanto levantava a mão.
— Uh, hum, heuk…
A mente de Elohim, que pesava a estabilidade incerta e a vida de uma criatura, gradualmente se inclinou para matar. Talvez ela tenha sentido, seu oponente começou a soluçar enquanto se agachava, abraçando seu ombro.
— El…
Elahah, que estava observando por trás dele, agarrou seu braço. Ele sabia sem precisar dizer. Depois de olhar para Elahah por um momento, Elohim suspirou e acenou com a mão.
Clang!
A força afiada de Elohim cortou as algemas que estavam presas ao pescoço. Então, ao cortar as correntes em volta dos pulsos, incluindo os tornozelos, a aparência de seu oponente começou a mudar.
A substância negra que cobria a pele caiu gradualmente. O tamanho das presas que se projetavam entre os lábios diminuiu e o corpo tornou-se gradualmente menor.
Elohim se aproximou do oponente que estava olhando para o pulso iluminado com uma expressão vazia. Elohim lentamente estendeu a mão e puxou o círculo de coroa de louros da testa, para não se assustar e fazer barulho.
Squeak—
Quando o branco puro Elohim tocou o diadema, o diadema tremeu e começou a queimar em preto. Ele então tirou o anel do dedo. O anel tremeu e gritou ainda mais intensamente do que o diadema, e a joia no centro foi quebrada e transformada em cinzas em um instante.
Sendo liberta de todas as restrições, lentamente, mas com segurança, voltou à sua forma original. Era uma menina pequena com cabelos dourados ondulados que caíam até as coxas e olhos cor de vinho brilhante.
— Ah…
A menina olhou para seu corpo que havia voltado ao normal, então levantou a cabeça e olhou para Elohim. Ele e Elahah, que notaram a energia da garota que havia sido ofuscada por seu poder sombrio, também não conseguiram esconder seus sentimentos surpreendentes.
— El. Semelhante a nós…
— Sim.
Elohim perguntou à garota enquanto Elahah batia em seu ombro em perplexidade, como se para acalmá-la.
— De onde você é?
— Não sei…
— Seu nome é?
Mesmo com perguntas simples, a garota não conseguia responder facilmente e vacilava. Ela piscou os olhos várias vezes e ficou confusa por um tempo, então abriu a boca.
— Kali.
Elohim e Elahah voltaram para o refúgio com Kali, e os três viveram juntos por muito tempo depois disso.
Kali, que rapidamente recuperou a estabilidade ao lado deles, gradualmente recuperou suas memórias esquecidas dela. Kali, que inicialmente sabia apenas seu nome, finalmente se lembrou de onde morava depois de um ano.
— Eu sou de um mesmo lugar que esse, mas diferente.
Ao responder às perguntas que ouvira em seu primeiro encontro com Elohim, um ano e meio antes, Kali baixou seus longos cílios.
— Nasci com o mundo e protegi o mundo. Mas no final…
Ela não conseguiu terminar suas palavras e mordeu o lábio. Elohim, que estava olhando para ela com um rosto triste, perguntou em voz baixa.
— Você se lembra por que isso aconteceu?
— Não, ainda não. Mas isso virá à mente em breve.
Como se não quisesse sobrecarregar Elohim e Elahah, Kali deu a eles um leve sorriso enquanto se esforçava. Elahah, que se aproximou dela, confortou Kali, sem uma palavra.
Alguns problemas tiraram Kali de seu próprio mundo e a trouxeram para aquele lugar, mas Elohim e Elahah pensaram que foi sorte tê-la conhecido.
O espaço deles, que era apenas silêncio, foi preenchido com risos e vigor depois que Kali chegou. Kali era inocente e alegre, mas muito sábia. Ela amava e valorizava todas as coisas vivas ao seu redor, assim como os dois.
— El. Existem outros livros semelhantes a este?
— O quê?
Kali chamava Elohim e Elahah da mesma forma, ‘El’. Elahah odiava o apelido, mas lhe deu permissão.
— Hum, eu estava falando sobre um judeu que foi pego na Segunda Guerra Mundial. Quero ler mais sobre a Segunda Guerra Mundial.
— Da última vez, você estava procurando apenas pela Primeira Guerra Mundial.
Elahah sorriu ligeiramente e recuperou o livro da estante. Elohim disse, trazendo-lhes chá quente.
— Parece que Kali está interessada em guerra.
— Não.
Kali, que respondeu reflexivamente, inclinou a cabeça com um olhar perplexo.
— Não, certo? É isso…?
— Não é estranho. Podemos ter nossas próprias preferências.
— Preferências…
Kali, que estava contemplando algo enquanto passava a mão na capa do livro, lançou um olhar estranho.
— Isso mesmo. A guerra é divertida. Acho que é a fase em que as emoções humanas são mais maximizadas. Alegria, tristeza, desespero…
Kali, que murmurou para si mesma, sorriu brilhantemente.
— Mesmo assim, gosto mais do final feliz. A guerra é apenas um passo intermediário para um final feliz.
— ……
Elohim sentiu uma sensação estranha por um breve momento. Mas logo afastou esses sentimentos desconhecidos.
Ele pensou que era algum tipo de ansiedade. Ninguém poderia entendê-los tanto quanto Kali, nem ela.
Era a coisa mais inútil duvidar de sua família. Elohim olhou para Elahah e Kali que estavam conversando entre si com rostos brilhantes enquanto tentavam ignorar a sensação de desconforto.
Tantas estações se passaram e vieram. Kali viveu com Elohim e Elahah, embora ainda não tivesse recuperado totalmente suas memórias de seu mundo anterior.
Era um dia de dezembro, quando o ano estava chegando ao fim. Elahah se aproximou de Elohim preparando a refeição.
— E Kali?
— Na Biblioteca.
Elohim imediatamente notou que Elahah tinha algo a falar sobre ela. Assim que olhou para ele com vontade de falar confortavelmente, lentamente abriu a boca.
— Eu ouvi algo de Kali e parece bom para nós também.
— Hum. O quê?
— O juramento de ser uma família.
— Já somos uma família.
— Mas Kali é um pouco diferente.
Fazendo um juramento misturando o sangue um do outro. Poderiam se tornar uma família de verdade. Quando eu morresse, você morreria, então quando eles morressem, Kali também morreria.
Quando Kali morresse, eles também morreriam.
Elahah pediu a Elohim para se juntar a ele, mas ele realmente parecia ter se decidido. Elohim sorriu amargamente ao ver Elahah que gostava de Kali mais do que o esperado.
Eles deveriam fazer isso. Como essa escolha agora afetaria o futuro?
Elohim não respondeu de imediato, mas olhou para Elahah. Quando Elohim, que pensou que estaria disposto a dizer ‘sim’ como ele, parecia perturbado, Elahah começou a entrar em pânico.
— Você não gosta?
— Não é que eu não goste.
Mesmo Elohim não conseguia entender por que não estava disposto a permitir isso. Kali era como eles. Ela adorava coisas vivas e gostava de finais felizes.
— Certo.
Havia uma certa sensação de desconforto em algum lugar, mas ele simplesmente não podia decepcionar as expectativas dos entes queridos com apenas uma emoção indescritível.
— Vamos fazê-lo.
Depois de ouvir a resposta de Elohim por Elahah, Kali ficou muito feliz e sugeriu que fizessem o juramento imediatamente.
Cada um deles cortou ligeiramente as pontas dos dedos. O sangue que derramaram começou a se misturar no ar. O sangue com o poder do juramento imediatamente penetrou nas costas da mão direita de Kali e foi gravado como uma tatuagem.
O final do juramento era uma tatuagem, que um dos participantes deveria carregar. Kali decidiu gravá-la em seu corpo. Foi decisão de Kali não sobrecarregar Elohim e Elahah.
Dessa forma, suas vidas se entrelaçaram e eles se tornaram uma verdadeira família. Vendo Elahah e Kali sorrindo alegremente, Elohim também sorriu agradavelmente.
Um mês depois disso.
Kali saiu do lado deles.