Roshidere — Volume 3 - Epílogo - Anime Center BR

Roshidere — Volume 3 – Epílogo

EPÍLOGO

Avanços

Tradução: Misael Farias | Revisão: Kild / Saki

“Teria sido muito mais legal se eu tivesse alcançado meu objetivo também.”

“Teria sido mesmo.”

As vozes de Masachika e Alisa ecoaram no corredor vazio. Após a cerimônia de encerramento, vários alunos – principalmente seus colegas de classe – provocaram e elogiaram seus discursos, destruindo efetivamente a barreira de comunicação entre Alisa e seus colegas. Somente depois de terminar a aula e ter a última reunião do conselho estudantil é que elas finalmente puderam ver a lista dos alunos com as melhores notas afixada no quadro de avisos no corredor. No canto superior direito, brilhava o nome de Alisa, para surpresa de ninguém, e ao lado do nome dela estava o de Yuki. Um total de trinta nomes dos alunos mais bem-sucedidos estavam listados, mas o nome de Masachika não estava em lugar algum.

“33º lugar… Não é o resultado mais empolgante.”, disse Masachika com um sorriso de desgosto ao olhar para o boletim de notas em sua mão.

Foi uma grande conquista se considerarmos o fato de que ele estava classificado em 202º lugar entre 254 após os últimos exames intermediários, mas faltaram seis pontos para ele atingir sua meta e ficar entre os trinta primeiros.

“Bem, acho que nem sempre tudo sai como você quer, não é?”, admitiu ele.

“Você não parece tão desapontado.”, Alisa franziu a testa.

“É o que é.”

Ele assentiu com a cabeça, sem muita convicção. Era verdade. Ele não estava tão desapontado assim. Na verdade, uma parte dele estava muito feliz por não ter ficado entre os trinta primeiros.

‘Porque odeio dizer isso, mas estaria mentindo se dissesse que estava completamente concentrado em estudar para os exames…’

Ele sabia muito bem que não havia se dedicado 100% aos estudos durante a semana de provas. Ele perdeu a concentração várias vezes, o que o tornou muito menos eficiente. Havia até uma parte dele que começou a fazer concessões do tipo: “Sim, isso deve ser suficiente”. Foi por isso que ele ficou feliz por não ter atingido seu objetivo, porque se tivesse conseguido chegar entre os trinta primeiros, provavelmente teria parado de levar a vida a sério novamente.

“Heh! Parece que esse gênio tem suas limitações, afinal de contas.”

Ele penteou a franja para trás de forma suave.

“Por favor, diga-me que você não acabou de se chamar de gênio.”

Alisa o encarou com desdém e um olhar arrepiante.

“Eu só não me esforcei o suficiente.        Isso é tudo. Sinto muito por não ter me saído melhor.”

Ele deu de ombros com uma expressão menos jovial.

“Está tudo bem…”

“Não, não está. Eu preciso fazer melhor. Vou levar isso mais a sério da próxima vez.”, declarou ele, olhando com seriedade para a lista na parede.

“Você se arrepende de alguma coisa?”, ela perguntou brevemente.

“Não.”

“Então não há nada com que se preocupar.”

Ela se virou como se não houvesse mais nada para discutir em relação às notas deles.

“Vamos para casa. Estou um pouco cansada depois de tudo o que aconteceu hoje.”

“Sim, vamos…”

Eles caminharam lado a lado, mas os olhos dele estavam vagando como se algo ainda o estivesse incomodando.

“Ei, Alya…”

“Sim?”

“Uh… O que você vai fazer em relação àquela aposta que fizemos sobre minha pontuação? Você sabe, aquela coisa de o perdedor conceder o desejo do vencedor.          Você precisa fazer um pedido.”

Alisa parou em seu caminho, antes de quase imediatamente avançar novamente e desviar rapidamente o olhar dele.

“Vou pensar sobre isso.”

“Você não disse que já sabia o que queria que eu fizesse? Eu me lembro perfeitamente de você dizendo algo em russo.”

“Ah, isso? Eu só estava falando comigo mesma.”, murmurou Alisa, continuando a evitar os olhos dele.

「Hmm. Sinceramente, achei que você iria…」

Ela continuou a murmurar reclamações para si mesma em russo e, embora vagas, Masachika tinha uma boa ideia do motivo de sua raiva.

‘Agora entendi… Ela achava que não ia ganhar…’

Ele ficou envergonhado pelo fato de ela ter tido expectativas tão altas em relação a ele e sentiu-se culpado por tê-la decepcionado.

‘Ah, ótimo… As únicas palavras que consigo lembrar vagamente são “primeiro nome”.’

Ele estava tão desconfortável que começou a pensar no que ela havia dito, quebrando a cabeça para descobrir o que ela poderia estar querendo dizer até chegar a uma única conclusão.

‘Em outras palavras… é isso que ela quer? Mas… isso vai ser estupidamente embaraçoso se eu estiver errado. Isso me faria parecer um completo narcisista.’

O conflito interno o fez sentir como se seu cérebro estivesse sendo distorcido… até que ele finalmente se decidiu.           Ele justificou o fato decidindo que isso também era uma punição por ter perdido a aposta e guardou seu orgulho no bolso.

“Ei… Alya?”

“…”

“Fomos oficialmente reconhecidos como companheiros de chapa para a próxima eleição depois de terminarmos nossos discursos, certo? Então… pensei que talvez pudéssemos nos chamar pelo primeiro nome agora para mostrar a todos o quanto nos aproximamos…”

Masachika se encolheu internamente ao ver como soava patético. Ele não conseguia nem mesmo encará-la. Ele manteve os olhos fixos na frente e esperou em silêncio, com a respiração suspensa. Depois de alguns segundos, que estranhamente pareceram uma eternidade, Alisa respondeu suavemente:

“Claro. Por que não?”

“Hã? R-realmente?”

“S-sim, claro.”

Eles não se olharam nenhuma vez durante a conversa, até que Alisa de repente limpou a garganta, chamando a atenção dele.

“Ok, então…”

Ela olhou para ele com o canto do olho e disse hesitantemente:

“Masachika…”

“S-sim…”

Seu corpo inteiro começou a formigar. Não era apenas o fato de ela chamá-lo pelo primeiro nome, mas também o comportamento ligeiramente tímido dela.

“Isso… Isso parece natural.           Vamos fazer isso.”, disse Masachika com um pouco de relutância.

“Sério? Então acho que vou começar a chamá-lo pelo primeiro nome a partir de agora…”, murmurou ela, desviando rapidamente o olhar.

O constrangimento era demais para um jovem adolescente suportar, então, quando a porta da frente finalmente apareceu, ele gritou em uma voz desnecessariamente alta:

“Ah, sim! Temos que trocar nossos sapatos!”

“O-oh, certo.”

Embora fosse algo óbvio pelo qual alguém normalmente seria chamado, Alisa assentiu como se isso não a incomodasse. Eles simultaneamente pegaram seus sapatos, que estavam lado a lado, antes de começarem a conversar sem jeito mais uma vez. A conversa deles enquanto caminhavam juntos para casa só poderia ser descrita como neutra, mas foi um doce momento de juventude. Um momento desconfortável que deixaria qualquer espectador solitário com inveja. Nem uma vez seus olhos se encontraram.      Nem uma vez Alisa disse o nome de Masachika, nem Masachika o dela… até que chegaram à bifurcação da estrada, onde seus caminhos se separavam, e pararam.

“Bem… este é meu caminho.”

“Sim… Até a próxima…”

Foi quando, de repente, ele se deu conta de algo. O dia seguinte era o primeiro dia das férias de verão, o que significava que “próxima” estaria muito longe… pelo menos nesse ritmo.

“Até…”

“S-sim…”

Eles ainda não fizeram contato visual. Alisa tinha começado a caminhar em direção à faixa de pedestres, entrando na rua, quando…

“Alya!”

Masachika a chamou quase por reflexo, mas quando a viu se virar pelo canto do olho, desviou o olhar nervosamente.

“Tipo… eu sei que estamos nas férias de verão e tu-tudo mais, ma-mas ainda temos muito trabalho a fazer para a próxima eleição. Con-Considerando o fato de que Yuki e Ayano estão juntas vinte e quatro horas por dia, nós provavelmente deveríamos…”, ele gaguejou, olhando para longe.

“Nós provavelmente deveríamos… nos encontrar algumas vezes durante as férias de verão. Você não acha?”

E com isso, ele atingiu seu limite de constrangimento para o ano. Ele podia sentir Alisa parada à sua frente depois de voltar, mas ainda não conseguia olhá-la nos olhos. Na verdade, foi preciso tudo o que ele tinha para não gritar e sair correndo.

“Masachika.”

Ele ouviu Alisa dizer seu nome tão perto que quase podia sentir sua respiração.

“Hmm?”, respondeu ele, ainda olhando para o chão. Ele podia dizer que ela estava sorrindo ao ver como ele estava sendo patético.

Não perca a esperança!

Masachika olhou para cima, descobrindo Alisa sorrindo inocentemente para ele.

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