Capítulo 314
Abram (1)
A manhã chegou.
Depois de preparar o coração, Eugene abriu a porta do quarto de Kristina.
Sienna e Kristina sentavam-se frente a frente à mesa de jantar. Elas estavam saboreando um ensopado vermelho brilhante e fumegante, ou talvez fosse uma sopa, mas interromperam a atividade ao ver Eugene.
— Vocês duas estão se sentindo bem? — Eugene perguntou após uma pausa.
— Hum. — Sienna largou a colher e deu um tapinha no peito enquanto tossia. Ela havia adormecido em estado de embriaguez, não querendo recuperar a consciência plena. Ao acordar e se livrar da embriaguez, ela se viu quase sem ressaca.
Se lembrou de tudo o que havia acontecido na madrugada. O álcool era o inimigo. Depois de pigarrear algumas vezes, olhou para Eugene com calma. No entanto, sua respiração e expressão cuidadosamente controladas desmoronaram como areia assim que seus olhos encontraram os de Eugene.
Sienna abriu e fechou a boca algumas vezes como um peixinho dourado antes de virar a cabeça rapidamente. Sua colher estava inocentemente à sua vista. Ela segurou-a, mexendo o infeliz ensopado desnecessariamente e com severidade.
Enquanto Sienna fazia isso, Kristina pegou um guardanapo. Com movimentos graciosos das mãos, ela sacudiu o guardanapo e limpou suavemente a boca.
— Você dormiu bem? — Kristina perguntou antes de pousar o guardanapo e dar um sorriso caloroso a Eugene. As lembranças da madrugada também eram claras para ela. Os sentimentos de constrangimento persistiam, mas uma sensação muito maior de contentamento os eclipsou.
“Uma criança tão assustadora e formidável…”
Sienna percebeu que Kristina não era uma oponente a ser subestimada. Ela olhou para Kristina, que sorria como se nada estivesse errado, e, sorrindo levemente, puxou a cadeira ao lado dela enquanto se dirigia a Eugene:
— Se você está com fome, por que não come conosco?
Embora não estivesse com muita fome, Eugene sentou-se no lugar sugerido — entre Sienna e Kristina. Como se estivesse esperando, Kristina colocou um pouco de comida em um prato novo para ele.
— Vai demorar pelo menos uma década, não é? — Perguntou Kristina.
— O quê? — perguntou Eugene.
— Para derrotar o Rei Demônio e realizar um casamento. — Kristina afirmou casualmente.
Eugene quase engasgou com a comida que comia distraidamente. Agarrando a garganta, ele tossiu e balbuciou. Ao lado dele, Sienna deixou cair a colher na mesa, em estado de choque.
— E-Espera, um casamento? — Eugene perguntou, parecendo atordoado.
— Por que você está surpreso? Não é natural que o futuro de um relacionamento seja o casamento? — Kristina perguntou calmamente.
— Ca… Casa… Casamento… — Tudo o que Sienna conseguiu fazer foi gaguejar.
— Não temos condições de realizar uma cerimônia imediatamente e ninguém está mentalmente preparado ainda. Sir Eugene, você, a Senhorita Sienna e até mesmo a Senhorita Anise desejam a morte dos Reis Demônios há centenas de anos. Para salvar o mundo perfeitamente. Depois de conseguir tudo isso, não será tarde para pensar em todo o resto. Podemos abordar tudo passo a passo. — Explicou Kristina.
Clap, clap, clap.
O som de aplausos ecoou na mente de Kristina.
— Uh, hum… Ah, sim. — Depois de um momento de agitação, até Sienna assentiu com firmeza.
Na verdade, era o futuro com que sonharam há séculos. Depois de matar todos os Reis Demônios e salvar o mundo, ela planejou realizar uma grande cerimônia de casamento. Eles alugariam um castelo majestoso inteiro, convidando todas as pessoas notáveis de todo o continente para ocupar os assentos de convidados. Sienna uma vez sonhou com um casamento tão luxuoso, sem paralelo na história e improvável de ser superado no futuro. Se fosse possível, ela estava até disposta a vestir um vestido de noiva ao lado de Anise.
“Mais tarde, mais tarde. Não agora….”
Eugene conseguiu firmar sua expressão trêmula. Ele ficou aliviado por não ser uma perspectiva imediata. Se tivessem insistido em uma cerimônia de casamento imediatamente, Eugene não teria escolha senão recusar veementemente. No entanto, se fosse no futuro, não seria possível que tivessem mudado de ideia?
— Então, o que devemos fazer a seguir? — Eugene finalmente perguntou depois de organizar seus pensamentos.
Antes de considerar o futuro pacífico, ele ponderou sobre aqueles que precisavam ser vencidos imediatamente.
A Princesa Abissal, Iris, que se transformou em uma grande pirata no Sul, era uma pedra no sapato do Reino do Mar Shimuin. Inicialmente, Shimuin apoiou clandestinamente Iris em uma tentativa de controlar o mar do sul. No entanto, era simplesmente inconcebível que um único reino controlasse uma elfa negra que era famosa desde a era da guerra, séculos atrás. As façanhas de Iris agora haviam se expandido além do controle, e seu bando de piratas frenéticos não estava apenas atacando navios comerciais, mas também navios militares.
A Rainha dos Demônios da Noite, Noir Giabella, era outra figura monstruosa. Derrotar um Raizakia enfraquecido foi bastante desafiador, quase impossível. No entanto, a Noir Giabella desta época estava em um nível totalmente diferente.
A raça demoníaca se alimentava de energia e almas humanas. Entre eles, os Demônios da Noite eram uma raça especificamente especializada em drenar a energia humana e seu espírito. Noir era uma duquesa com autoridade absoluta dentro de Helmuth, e os dois territórios que ela governava, a Cidade de Giabella e Dreamea, eram particularmente densamente povoados por humanos dentro de Helmuth.
E isso não era tudo. Sob o comando de Noir estavam centenas, talvez milhares, de Demônios da Noite. Além disso, os Demônios da Noite sob seu domínio não estavam ativos apenas em seus dois territórios, mas também se espalharam por todo o continente. Seja por meios legais ou ilegais, eles vendiam sonhos desejados pelos humanos e reuniam energia, que, claro, era entregue a Noir.
Em outras palavras, Noir ficava mais forte a cada dia nos últimos trezentos anos.
Um demônio equivalente ao Rei Demônio, Noir se referia a si mesma como tal. Não era um exagero. A Rainha dos Demônios da Noite, que vinha superando seu auge todos os dias durante trezentos anos, agora alcançou um poder digno de ser chamado de Rei Demônio.
A Lâmina do Encarceramento, Gavid Lindman, Eugene não foi capaz de avaliar com precisão seu poder. Eles haviam enfrentado espadas em Ruhr, mas Gavid conteve seus ataques naquela época. Gavid não possuía nenhum território. Embora fosse o comandante da Névoa Negra, isso estava estritamente na qualidade de Comandante, em vez de ter a Névoa Negra como seus súditos.
Gavid não tinha súditos. Ter súditos era extremamente importante para aumentar o poder de alguém como demônio, mas Gavid era uma exceção. A razão era a Espada Demoníaca, Glória, e o Olho Demoníaco da Glória Divina. Por que ele precisaria aumentar seu poder como demônio quando poderia usar livremente o poder do Rei Demônio do Encarceramento? Se o Rei Demônio do Encarceramento tivesse ficado mais forte ao longo dos últimos séculos, Gavid também poderia deleitar-se com o crescimento de seu mestre.
Mas havia outros inimigos para matar além destes três. Havia um inimigo que Eugene precisava matar, não importava o que acontecesse.
— Você disse que era Amelia Merwin, certo? — Perguntou Sienna com uma carranca. — Aquela garota desprezível, ela profanou seu túmulo e transformou seu cadáver em um Cavaleiro da Morte.
Amelia Merwin era um dos Três Magos do Encarceramento, a mestra das masmorras do deserto.
Embora ela fosse uma maga desta época, não deveria ser menosprezada. Até Balzac disse isso. Dos três magos, Edmond era provavelmente o mais habilidoso, mas a mais forte era Amelia.
E Amelia provavelmente se tornou a nova mestra de Vladmir. Ela já era irritante e obscura, mas agora provavelmente se tornou o Cajado do Encarceramento depois de se tornar a mestra de Vladmir.
— Não sei o quão poderosos são os magos desta época. Você acha que eles são mais fortes que eu? — Perguntou Sienna.
— Eles podem ter falta de magia comparados a você. No entanto, também não será fácil matá-los. — Eugene respondeu honestamente.
Eles teriam que travar uma guerra contra o reino desértico de Nahama para matar Amelia. Para piorar a situação, todos os magos e magos negros da masmorra do deserto estavam sob o comando de Amelia.
— E uma tentativa de assassinato?
— Poderíamos tentar, mas para assassinar aquela maldita mulher teríamos que nos infiltrar na masmorra do deserto.
O deserto onde Amelia se estabeleceu era famoso até em Nahama. Era o Deserto Ashur, o deserto da morte, um lugar onde nem mesmo os habitantes locais ousavam pisar. Todo este deserto era domínio de Amelia.
— A melhor opção seria atrair Amelia para fora do deserto… Mas isso não será fácil. — Disse Eugene.
— Deveríamos atingir o deserto com uma chuva de meteoros? — Sienna murmurou. Se estivessem dispostos a travar uma guerra, valia a pena considerar. — Mesmo que não queiram, eles teriam que rastejar para fora caso uma chuva de meteoros caísse sobre eles. Não importaria o quão profundo estivessem se escondendo no subsolo. Basta evaporar a areia acumulada, revirar o solo e arrastá-la para fora.
Sienna expressou fortemente sua intenção assassina.
A sepultura e o corpo foram as coisas que ela não conseguiu proteger do Vermouth. Mas então alguém, nem mesmo Vermouth, mas outro mago negro, criou um Cavaleiro da Morte a partir do cadáver de seu amado Hamel? Era imperdoável.
— Será melhor cuidar primeiro de Iris. — Anise falou. — A morte de Edmond não provocou nenhuma reação do Rei Demônio do Encarceramento. Mas não se sabe se permanecerão em silêncio mesmo após a morte de Amelia. Além disso, há muitas questões que devemos considerar antes de matar Amelia.
Mas não haveria tais problemas com Iris. Ela havia perdido seu território e deixado Helmuth. Além disso, Iris não tinha conexões com o Rei Demônio do Encarceramento. Além disso, se Eugene decidisse matar Iris, Shimuin emprestaria seu poder com prazer.
Matar Iris primeiro certamente provocaria reações dos outros.
Amelia estava ciente da intenção assassina de Eugene. A própria Amelia também tinha a intenção de matar Eugene. Noir não viria matar Eugene. Ela estava esperando que Eugene fosse e a matasse. Gavid não desembainharia a espada até que Eugene fosse até Babel.
— Tudo bem. — Sienna assentiu. Ainda não se sabia quanto efeito cascata a morte de Iris criaria. Independentemente disso, Sienna também queria matar Iris. Ela matou e corrompeu inúmeros elfos durante a guerra, e Sienna a considerava uma inimiga pessoal.
Dito isto, eles não poderiam simplesmente ir embora imediatamente. Dado o quão formidável Iris era, eles teriam que fazer preparativos suficientes.
“Temos que ir para casa e lidar com o cadáver de Raizakia também.” Eugene pensou.
Ele precisaria informar Ariartel. O dragão vermelho que esperava pela morte de Raizakia.
— Vamos andando. — Sienna se levantou, puxando a cadeira para trás.
Eugene olhou para ela com os olhos arregalados.
— Para onde?
Sienna bufou antes de apontar para fora da janela. Eugene seguiu a mão dela e deu uma risada vazia ao ver o destino deles. Ela apontava para o coração da capital, Abram, o castelo real de Aroth.
* * *
Trempel Vizardo era um Arquimago do Oitavo Círculo e o mago de batalha mais proeminente de Aroth. Em Aroth, sua posição era a de comandante dos magos da corte, mas nestes tempos de paz, sem guerra, ele tinha que desempenhar mais funções de aconselhar a família real sobre magia do que atividades reais de mago de batalha.
Como agora mesmo. Trempel franziu o rosto em desgosto, coçando a cabeça em frustração.
Por causa da súbita mudança climática do dia anterior. Ele inspecionou o sistema mágico da estação flutuante, mas não havia planos para neve. Também não houve erro no sistema mágico.
“Quem diabos poderia ser?”
A neve do dia anterior foi obra de um mago misterioso. Este mago não identificado violou o sistema mágico da estação flutuante, fazendo com que a neve caísse sobre toda a capital.
Era realmente uma coisa inacreditável. A estação flutuante, que controlava o clima da capital e até desempenhava o papel de portal de teletransporte, estava sob estrita segurança e controle. Mesmo dentro da família real, apenas Trempel e um punhado de magos da corte de alto escalão tinham a capacidade de interferir nisso. Além disso, o feitiço de interferência só poderia ser executado ali, no castelo real de Abram. Além disso, o feitiço não poderia ser ativado sem a aprovação do rei.
Os suspeitos naturais que vieram à mente foram os mestres das torres de Aroth. Era definitivamente possível que os arquimagos do Oitavo Círculo interferissem de alguma forma na estação flutuante. Na verdade, a interferência seria impossível para qualquer um que não fosse um arquimago.
Se ele pudesse restringir os suspeitos aos mestres das torres…
Trempel semicerrou os olhos e virou a cabeça.
— Por que não ser honesta neste momento? — Ele perguntou.
A Mestra da Torre Branca, Melkith El-Hayah, era a única suspeita entre os mestres das torres. Por que os outros mestres fariam tal coisa?
É claro que, seguindo uma lógica semelhante, também não havia razão para Melkith mudar o clima. Mas Trempel sabia muito bem que a Mestra da Torre Branca não era uma pessoa que pudesse ser compreendida com bom senso.
— Mestra da Torre Branca. Você acabou de voltar para Aroth ontem. — Trempel continuou com sua investigação.
— Não, não fui eu.
— Quem mais faria uma coisa dessas? Além disso, o incidente ocorreu no mesmo dia em que você voltou!
— Por que eu faria uma coisa dessas?! — Melkith gritou de frustração.
Ela tinha acabado de voltar no dia anterior de uma longa viagem. Uma vez de volta à Torre Branca, ela estava no meio de uma festa de comemoração com os outros magos e magos espirituais por seu contrato bem-sucedido com Ifrit. Foi quando Trempel e os magos da corte invadiram e prenderam-na, lavando-a até ali.
— Não vou esquecer disso, seu velho idiota. Já lhe disse inúmeras vezes que sou inocente. Por que você não escuta? — Melkith gritou novamente.
— Não há vestígios de interferência com a estação flutuante. Somente um Arquimago com habilidades excepcionais e meticulosas poderia conseguir isso.
— Bem, acho que sou um Arquimago com habilidades excepcionais e meticulosas.
— Devo considerar isso como uma confissão então? — Perguntou Trempel.
Ele semicerrou os olhos para Melkith. Embora a tenha trazido, ela era uma mestre de torre e não havia evidências claras. Ele também não podia usar métodos fortes de interrogatório.
— Mas não fui eu! Por que eu faria nevar?!
— Existe um precedente. Mestra da Torre Branca, não, Melkith El-Hayah. Você criou tempestades no passado quando quis formar um pacto com o Rei Espírito do Relâmpago. Trempel tentou explicar pacientemente.
— Eu já paguei por isso! A família real de Aroth confiscou toda a minha riqueza na época! Você sabe o quão miserável e difícil foi para mim? Eu estava sem um tostão e até tive que vender minha mansão! Eu estava morando na Torre Branca! — Melkith parecia indignada.
Além disso, isso aconteceu há décadas. Melkith estremeceu ao recordar a lembrança desagradável.
Ela desejou poder invocar os Reis Espíritos e criar uma tempestade, mas era impossível lançar até mesmo a magia mais simples em Abram. Os únicos que podiam usar magia neste palácio branco eram a família real e os magos da corte que juraram lealdade à família real.
— E a tempestade que conjurei…! Conjurei de tal forma que só cobriu minha mansão, não foi?
— Não entendo por que você está chateado. Claro, a tempestade ocorreu apenas na sua propriedade. Mas dezenas de relâmpagos não se espalharam em todas as direções? — Trempel perguntou após uma pausa.
— Não houve vítimas! — Melkith argumentou de volta.
— Isso foi uma providência divina. Se houvesse alguma vítima, não apenas seus bens teriam sido confiscados, mas você também estaria na forca!
— Hmm… Não vamos falar do passado. Eu era imatura… E… No final, meu pacto com o Rei Espírito do Relâmpago não aumentou significativamente o prestígio do Reino Mágico de Aroth? Eu fiz isso por Aroth! — Melkith proclamou enquanto estufava o peito.
Trempel cerrou os dentes, sentindo o punho cerrado. Ele teve que respirar fundo para se recompor.
— Felizmente, nenhum acidente ocorreu devido à neve de ontem. Não houve vítimas. Não era tão perigoso quanto um raio. Se você admitir seu crime agora, garantirei que ele termine com uma multa e não com o confisco de todos os seus bens. O que me diz?
— Ah, não, não fui eu. Por que não me escuta? Por que eu faria nevar, hein? — Disse Melkith, exasperada.
— Você pode ter feito nevar para contratar o Rei Espírito da Neve.
— Isso é… Hmm, vou tentar isso em algum lugar diferente de Aroth no futuro. De qualquer forma, não fui eu. — Melkith cruzou os braços e inclinou a cabeça. — Eu admito. Pareço suspeita. Mas realmente não fiz isso, entendeu? E não fui só eu que voltei para Aroth ontem. E o Mestre da Torre Vermelha! Lovellian Sophis! Por que não prendeu aquele cara?
— O Mestre da Torre Vermelha não faria tal coisa. — Afirmou Trempel categoricamente.
— Isso é o que você chama de preconceito! Por que acha que eu faria isso e o Mestre da Torre Vermelha não? Ele pode estar construindo sua imagem para aproveitar um momento tão crucial!
— Absurdo…
— Ou Balzac Ludbeth! Aquele maldito é super suspeito. Ele ainda não voltou para Aroth, não é? Tudo poderia ser um show! Ele pode estar se esgueirando tramando alguma coisa.
— Você está insinuando que Balzac é seu cúmplice?
— Olha, Trempel, você parece não ter talento para liderar uma investigação. — Declarou Melkith.
Trempel franziu ainda mais a testa e verificou o sistema da estação flutuante.
— Ou… Pode ser obra de um espião de outro país que se infiltrou em Aroth. A neve de ontem poderia ter sido um teste para um ataque terrorista maior…! Trempel! Não temos tempo para você me deter e falar bobagens. Alguém pode estar planejando um ataque catastrófico à capital ou um golpe contra a família real!
Normalmente, Trempel descartaria tais palavras como absurdas, mas não podia se dar ao luxo de fazê-lo agora. Em primeiro lugar, ele deteve Melkith porque tinha suspeitas semelhantes.
Interferir no sistema mágico da estação flutuante significava ser capaz de criar mudanças meteorológicas na capital à vontade. Normalmente, a estação flutuante certamente evitaria desastres climáticos, mas e se alguém pudesse desbloquear livremente os limites? E se, por acaso, eles pudessem interferir no portal de teletransporte, isso poderia realmente resultar em uma perda catastrófica de vidas.
— Já estamos investigando isso… Você é a mais provável dos suspeitos, e é por isso que estou a interrogando pessoalmente.
— Você não tem nenhum registro de vídeo?
— Se tivéssemos essas coisas, eu não estaria questionando você agora. O culpado não deixou vestígios. Nem mesmo uma sombra.
— Tudo bem. Eu cooperarei. Vamos pegar o culpado juntos. Não temos tempo! Um plano devastador que ameaça Aroth pode estar se aproximando! Até mesmo Abram pode estar sob controle direto—
Bruuuum!
Antes que ela pudesse terminar, o chão começou a tremer sob seus pés.
Trempel pulou da cadeira e olhou furioso para Melkith.
— Melkith El-Haya! Você está presa por traição contra a família real!
— V-Você já me prendeu, então o que você está dizendo!? V-Você não acha que um cúmplice está aqui para me resgatar ou algo assim, certo?
Até Melkith teve de admitir que o momento tinha sido imaculado.