Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 – Volume 17 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 – Volume 17

Capítulo 4

Os múltiplos aspectos do amor.

Quando chegaram ao final do hall de entrada, havia uma porta feita de um material que não era inteiramente de metal ou madeira. Tinha mais de três metros de altura e aproximadamente a mesma largura, por isso era quase quadrada, mas não exatamente; os cantos superiores foram arredondados. Estava colada na parede e parecia que deveria ser aberta, mas a questão era como. Não havia alças nem nada parecido. Apenas algumas depressões em forma de cinco círculos sobrepostos no centro.

A propósito, havia mais de uma porta. Havia duas portas idênticas, separadas por dez metros. Shinohara ficou na frente da porta esquerda, enquanto Kimura ficou na frente da direita.

— Vamos mostrar o truque principal do Cemitério, disse Shinohara, colocando a mão direita em uma depressão na porta.

— Chamamos isso de desbloqueio sincronizado, explicou. Kimura.

— Ah, ah! Kimura pressionou a mão direita na depressão da porta. Guipen.

— O que é guipen? Yume sussurrou no ouvido de Ranta.

— Não me pergunte. Ranta inclinou a cabeça. Mas, não, sério? Devo equipar alguma coisa?

— Significa olhar, disse Setora friamente, e Ranta pigarreou sem jeito.

— S-Sim? Já sabia. Obviamente. Todo mundo sabe. E é de mim que estamos falando, ok?

— Sim, claro que você sabia, disse Kuzaku com uma risada.

— O que foi isso, idiota?

Haruhiro poderia ter ignorado Ranta enquanto se dirigia para Kuzaku, mas era doloroso assistir. Ele estava prestes a impedi-lo quando algo aconteceu com as portas.

— Oh…! Os olhos de Haruhiro se arregalaram. Ele esperava que as portas se abrissem, mas não assim.

Havia ranhuras esculpidas em cada uma das duas portas, mas Haruhiro presumiu que era apenas algum tipo de floreio de design. Ele estava errado. As portas eram compostas por muitas peças e essas ranhuras eram uniões. Com barulhos altos, as peças afundaram uma após a outra, mudando de posição ao fazê-lo.

As duas portas se dobraram nas paredes quando se abriram, deixando um buraco para o grupo passar.

— Fuuuu. Os olhos de Yume estavam arregalados. Elas com certeza têm um jeito muito pendular de se abrir, certo, Mary-chan?

— …Sim. Mary olhou para Yume e então sorriu levemente. Assim é. Mas acho que a palavra que você procurava era peculiar.

— Nuuu. De verdade? Predular, né?

— Yume, você errou de novo. Digo apenas.

— Ah, cala a boca. Toda a sua existência é um erro, você sabia disso, Ranta?

— Minha existência é a coisa mais correta que existe! Espere… não, talvez não. Isso não parece muito bom. Talvez minha existência seja má? Totalmente má. Hum. Sim, isso parece mais incrível.

De qualquer forma, ainda não é ótimo.

Não era só Haruhiro, todos provavelmente estavam pensando isso, mas ninguém iria dizer isso. Prestar atenção em Ranta só piorou as coisas. O melhor era ignorá-lo.

— Finalmente.

Kimura se virou, seus óculos brilhando como sempre. Chegou ao ponto em que, mesmo quando isso aconteceu, Haruhiro não pensou em nada além de: “Oh, eles brilhavam.”

— Bom então…!

Logo após Haruhiro pensar isso, os óculos de Kimura brilharam repetidamente. Sério, como diabos ele fez isso? Finalmente ceder à curiosidade foi uma derrota para Haruhiro? Era uma questão de ganhar ou perder? Sim, não, de jeito nenhum. Mas ele não pôde deixar de se sentir derrotado.

— Acho que vou explicar mais uma vez, só para garantir. Vo-hoh! Eu, Kimura, a humilde fonte de sabedoria de Orion, farei isso!

Provavelmente não havia muitas pessoas que se autodenominavam “fontes de sabedoria”. Bem, ser confiante não era uma coisa ruim e, aparentemente, Kimura deveria ser muito inteligente. Antes do início da operação, eles repassaram o que Orion sabia sobre o Cemitério. Suas explicações foram bem organizadas e fáceis de entender. E também desta vez o seu relatório foi conciso e direto ao ponto. Era óbvio o quão inteligente ele era. Mas ele parecia louco.

A chave do cemitério era, como Shinohara e Kimura acabavam de demonstrar, o desbloqueio sincronizado.

Havia dois caminhos que passavam pelo hall de entrada. Porta A e Porta B. Estas foram as duas que Shinohara e Kimura abriram. As portas dentro do Cemitério se abriram quando a depressão que parecia cinco círculos sobrepostos foi pressionada. Porém, não foi possível abrir apenas a Porta A ou a Porta B. Elas só puderam ser abertas quando os êmbolos das duas portas foram pressionados em sincronia, fazendo com que ambas abrissem ao mesmo tempo.

Deve ter sido um verdadeiro pé no saco descobrir como funcionava esse sistema, regra, mecanismo, truque ou como era chamado. Os Orion tinham feito isso. Haruhiro ficou genuinamente impressionado com isso, embora sendo o tipo de pessoa que era, ele se perguntou por que eles iriam tão longe.

Quaisquer que sejam as razões, graças a Orion, eles sabiam como se mover pelo Cemitério.

Se houvesse uma bifurcação na estrada, eles não poderiam escolher apenas um caminho, teriam que seguir os dois. Havia portas em cada um. Eles teriam que pressionar as duas portas ao mesmo tempo. Então o caminho se abriria.

Ao entrarem no Cemitério pela entrada do morro, iniciaram pelo hall de entrada.

Havia duas portas no hall de entrada: Porta A e Porta B. Quando se abriram em sincronia, dois caminhos apareceram.

Chamaremos essas rotas de A e B.

A Rota A estava conectada a uma sala que Orion chamou de “sala de jantar”. Havia mais duas portas ali. Uma levava à cozinha e a outra à capela. Em cada sala havia outra porta. Ao destravar essas portas em sincronia, eles poderiam chegar a uma sala chamada pátio interno. O pátio interno ficava no final da rota A.

A rota B levava ao grande salão, que então se ramificava na sala de audiências e no camarim. Se as portas desses quartos fossem destrancadas em sincronia, elas levavam ao quarto principal. A rota B terminava no quarto principal.

Finalmente, se as portas do pátio interno e do quarto principal estivessem destrancadas em sincronia, o túmulo estava além. Mas quanto à estrutura completa da tumba, ela permaneceu um mistério. Com base na arte da parede aqui, Shinohara parecia certo de que o rei que não dormia nem na morte, o Lich King, estava lá. No entanto, Orion ainda precisava investigar mais.

Além disso, se eles entrassem no Cemitério pela entrada do castelo no topo do Monte da Tristeza, eles começariam em uma sala complexa que chamavam de tesouro. O tesouro era labiríntico e a necessidade de derrotar os inimigos à medida que avançavam tornava o avanço através dessa sala uma tarefa árdua. Orion não conseguiu passar pelo tesouro, mas conseguiram desenhar um mapa completo e concluíram que o tesouro poderia estar conectado à tumba.

De qualquer forma, se as coisas corressem como Shinohara havia previsto, os inimigos no Cemitério seriam produzidos pelo Lich King. Se eles fizessem o rei que não dorme nem na morte descansar em paz, o Cemitério seria apenas um cemitério comum. Passar pelo tesouro seria uma questão simples.

Com isso dito, o pelotão se dividiu em dois grupos aqui.

O grupo de Haruhiro e os Tokkis seguiriam pela rota A, com Kimura dos Orion como guia. Treze pessoas no total.

A equipe Renji e o resto dos membros dos Orion liderados por Shinohara seguiriam a rota B. Havia também treze neste grupo.

— Bem, até nos encontrarmos novamente, disse Shinohara com um sorriso direcionado a Haruhiro e aos outros.

Renji também estava olhando para eles. Bem, não tanto para os outros, mas especificamente para Haruhiro. No entanto, ele não estava apenas observando. Havia significado naquele olhar. Haruhiro entendeu. Ninguém além dele entendeu isso.

Haruhiro não assentiu. Ele apenas olhou para Renji. Parecia que isso era o suficiente para ele entender a mensagem.

Era como se suas mentes estivessem conectadas. Foi um tipo estranho de sentimento. Claro, os dois se alistaram ao mesmo tempo, mas Haruhiro não se lembrava disso. A lacuna em suas habilidades era evidente para todos. Um homem com quem Haruhiro não tinha o direito de se comparar lhe disse que confiaria nele.

De alguma forma, não parecia certo. Eu não sei como descrever isso. É como uma coceira que não consigo coçar? É estranho, é tudo o que posso dizer. Renji, tem certeza de que não está cometendo um erro? É de mim que estamos falando, sabe? Você não está me confundindo com outra pessoa, está? Estou mais da metade convencido de que sim.

— Vamos também? Zu-foh…!

Haruhiro e os outros seguiram Kimura pelo Portão A. Kimura, Kuzaku, Setora, Tokimune e Kikkawa carregavam lanternas, então a iluminação era aceitável. O corredor de pedra que ligava o hall de entrada à sala de jantar tinha aproximadamente a mesma largura da porta, ou seja, três metros de largura. Algo havia sido esculpido na parede rochosa. Não eram textos ou símbolos, mas desenhos.

— Em nossa pesquisa, descobrimos que são todos desenhos de gigantes e feras nativas das Planícies do vento Rápido, gu-feh…!

— Comida, né? Tada disse para si mesmo.

O que isso significa?

Ninguém riu.

Ninguém sabe como reagir a isso, Tada-san.

— A propósito, hum… Haruhiro dirigiu-se hesitantemente à mulher alta que caminhava ao lado dele há algum tempo. Mi-Mimori-san…

— Mimorin.

— … Como?

— Me chame de Mimorin.

— Ah… ah… 

— Você me chamou de Mimorin antes.

— Você quer dizer antes de perder a memória?

— Sim. Mimorin assentiu vigorosamente. Então me chame de Mimorin.

— … Entendo.

Será que foi assim? Não sabia. Tive a sensação de que também não queria saber. Mas ei, se foi assim que a chamei, que assim seja. Posso não se lembrar, mas parecia que fui forçado a fazer isso. Ok, talvez dizer que fui “forçado” seja excessivamente dramático. A questão é que eu se referia a Mimori como Mimorin no passado.

Por que você concordou em fazer  algo assim, eu do passado?

— Uh, eh, Mimo…rin.

Mimori… não, Mimorin parou de repente.

Ele cobriu o rosto com as duas mãos, olhando para baixo.

— …Huh?

Haruhiro tinha acabado de fazer o que ela pediu. Foi isso… certo?

— Algo aconteceu?

— Consegui fazer com que você me chamasse de Mimorin novamente. Os ombros de Mimorin tremeram. Me sinto tão feliz.

— …Nghh. Kikkawa bufou. Eu digo, ei. Vamos ser honestos aqui. Achávamos que eles estavam perdidos, sabe? Serei franco. Não havia como eles sobreviverem. Não tínhamos provas, mas todos os rumores que ouvimos confirmaram isso mais ou menos. Mimori, ela reagiu muito mal. Hum-hm. Hum-hm. Claro. Mas ainda assim, ela disse que tinha fé! Que Haruhiro estava lá fora, vivo, e ela o veria novamente! Vendo ela assim, cara, acho que não tinha ninguém que não se emocionasse. Eu chorei também. Mas só um pouco! Foi tipo, “Então isso é puro amor?!” Ainda assim, pensei que Mimori-san estava sendo muito dedicada a você. Sério, uma vez que ele foca em algo, ela não recua nem um centímetro. Essa é a Mimori-san.

— Ei, Parupiirooo! Anna-san se aproximou e agarrou Haruhiro pela frente da camisa. Vou deixar isso claro, ok? Eu disse a ela muitas vezes, sim. Mesmo se você tivesse sorte e ainda estivesse vivo, ela teria que seguir em frente. Mimorin não tem tempo para caras carecas como você. Eu digo, tempo é dinheiroDesperdício de dinheiro. Apresse-se e passe para o próximo cara, ok? Mas, Mimorin, ela sempre recusou. Não importa como. Como se fosse a única coisa que ela não pudesse fazer, certo? Por que ela continua insistindo em um perdedor como você? Por que ela diz que nunca vai esquecer de você? Porque ela te ama, ok? Foda-se você!

Anna-san estava chorando quando bateu nele. O que aconteceu com ela?

Ninguém se atreveu a zombar dela por isso. E muito menos Haruhiro.

Ele ficou maravilhado. Anna-san realmente se importava com Mimorin, tanto como camarada quanto como amiga. Isso realmente o tocou. Haruhiro ficou impressionado com o poder de suas emoções.

— Uh… Kuzaku começou a dizer algo. Mas no final, as palavras nunca vieram.

Haruhiro também não sabia o que deveria dizer.

O que devo fazer sobre isso? Se houver uma resposta correta, alguém me diga.

— Bem, caramba! disse o cavaleiro das trevas mascarado com uma risada curta. Não é adorável? Para alguém como ela se apaixonar apaixonadamente por um idiota sem rumo como você é o tipo de coisa que acontece uma vez na vida, é assim mesmo. Apenas seja grato e aceite.

— Ele não é idiota. Mimorin olhou para Ranta. Haruhiro não é um idiota. Ele também não está sem rumo. Para nada.

— … Desculpe. Ranta abaixou a cabeça e se desculpou em voz baixa.

Nossa, você é patético, foi algo que Haruhiro não pensou dessa vez. Mimorin tinha essa intensidade única, mesmo que não fosse no mesmo grau que Renji, ou pelo menos não da mesma forma que ele.

— Está bem. Tada colocou a mão no braço de Anna-san. Ele também foi incrivelmente gentil ao fazer isso. Deixe por isso mesmo, Anna-san.

— Murgh…

Ficou claro que ela realmente não queria, mas Anna-san largou a camisa de Haruhiro.

Aliás, o martelo de guerra de Tada estava em seu ombro, pronto para jogá-lo em alguém a qualquer momento. Além disso, Haruhiro podia sentir que o que ele só podia concluir era a sede de sangue vazando por todos os poros.

— Haruhiro.

— … Sim?

— Não sei o que aconteceu com vocês. Eu não me importo se perderam a memória ou algo assim.

— Sim… acho que não. Esse é o nosso problema.

— Mas.

— …Mas?

— Nossa Mimori ficou muito ferida. Quem a machucou? Foi você.

— Ei? Eu?

— Quem mais? Se você continuar machucando Mimori, não vou deixar você escapar impune. Eu vou matar você.

— …E agora você ameaça me matar, hein?

— Eu vou matar você.

— E duas vezes…

— Não!

Aconteceu tão de repente que Haruhiro duvidou de seus olhos.

Mimorin bateu em Tada?

Ela fez.

— Gwagh…!

Tada caiu no chão.

Não estava se movendo.

Não, espere, ele sentou-se lentamente. Seus óculos estavam fora do lugar e ele tinha sangue no lábio.

— Ptooey… Tada cuspiu algo. Houve um barulho quando o que quer que fosse caiu no chão.

Parecia um dente. Ele arrancou? Seria um molar?

Tada ajustou a posição dos óculos com a mão esquerda.

Cara, o cara está sorrindo.

— …Esse foi um bom golpe, Mimori.

— Porque você disse que mataria Haruhiro.

— Não importa o que você diga, eu matarei Haruhiro.

— Não!

Mimori atacou Tada com…o que foi dessa vez? Um chute? Ah Merda. Isso parecia perigoso. Ela ia chutá-lo no queixo. Haruhiro instintivamente agarrou Mimori por trás e a deteve.

— Calma! tudo bem, ok?!

— Mimori! Tada levantou-se ferozmente. Se Haruhiro continuar brincando com você, eu vou matá-lo!

— Disse que não!

— Uh, mas eu não vou brincar com ela! Acabei de chegar e acabei perdendo a memória, entendeu?!

Tada inclinou a cabeça ao dizer.

—… Foi isso que aconteceu?

— Sim!

— Então está bem.

Tada encolheu os ombros.

— A questão é que estou dizendo para você não machucar mais a Mimori.

—…Já te digo, não tenho a menor vontade de machucá-la, ok?

— Nesse caso! Anna-san se aproximou dele pessoalmente, saliva voando enquanto ela falava. Apresse-se e aceite o amor de Mimorin, sim!

Mimorin aproximou o rosto do dele.

— Aceite isso. Por favor.

— Eu… não sei o que responder…

— Nossa, você é popular… Kuzaku cruzou os braços.

Não sei se você está impressionado ou o quê, mas tente se colocar no meu lugar por um segundo, hein?

— Cara, você é super popular, Haruhiro. Quer dizer, posso ver por quê, mas tudo bem.

— Nossa! Eu não posso! Ranta cuspiu com raiva. “Arghhh!” Blá! Blá! Mas ele teve que tirar a máscara antes de cuspir.

Cara, guarde seu catarro para você.

— Ah, como é bom ser jovem! O sorriso de Tokimune era tão refrescante que parecia deslocado. Não, é mais como se ele nem pertencesse a este mundo. Seus dentes eram muito brancos. Como ele conseguiu deixá-los tão brancos?

— Hmm, espere. Kikkawa interveio. Haruhiro, você não tem namorada? No seu grupo? Um pouco de amor no trabalho? Quer dizer, é algo que acontece, certo?

— … Que tal você?

— Ah, nós? Somos como uma família, sabe? Não, espere, somos uma família! Tipo, Tokimune é o pai, Anna-san é a mãe, Tadacchi é o irmão mais velho, Mimori-san é a irmã mais velha, eu sou o filho mais novo e Inui é nosso cachorro de estimação ou algo assim.

— Eh…

A expressão no rosto de Inui só poderia ser descrita como malévola. A princípio ele pareceu ofendido por ser comparado a um cachorro de estimação, mas aparentemente não.

— Ugh… ele latiu. No entanto, foi silenciosamente.

— Então? Você sim? Você sim? Kikkawa o ignorou e continuou. Na verdade, não era só Kikkawa, ninguém iria comentar os latidos de Inui. Ele sentiu como se já estivesse em uma posição inferior à de um cachorro de estimação.

— Qual é a verdade sobre a situação amorosa no seu grupo? O que há? Pelo menos alguma coisa está acontecendo? Estou inclinado para sim. Tem que haver alguma coisa, certo? Talvez Mary?

— Ei…? Haruhiro olhou na direção de Mary sem querer.

Mary, talvez por pura coincidência, também estava olhando para Haruhiro.

O resultado foi que eles acabaram se olhando nos olhos.

Então, instantaneamente, os dois olharam para o chão.

— Ah, o que foi isso? Kikkawa colocou um braço em volta do ombro de Haruhiro. Vai! Vai! Vai. O que? O que temos aqui? Você me fez pensar que talvez, apenas talvez… Haruhiro, você e Mary estão namorando formalmente?

— N-Não. N-Não é assim. N-Nada disso…

— Vamos homem fale.

Ranta estava agachado, taciturno. Ele levantou a máscara e olhou para Haruhiro. Por que esse olhar suspeito? Quem pensaria que ele…

— Eu sei que aconteceu todo tipo de coisa e eu saí do grupo. Mas até então nada disso havia acontecido, ok? Depois que eu saí? Bem, quem sabe? Você poderia ter esquecido completamente.

— Esquecido…?

— Mary se lembraria, não é? Mesmo que você esquecesse, ela ainda se lembraria, presumindo que estivesse envolvida. É completamente possível, certo?

— Oh! Kuzaku cerrou os punhos.

Cara, não é hora para um “oh!”

— Mmmngh…? Yume bateu no ombro de Mary. Mary-chan, hein? Você estava namorando Haru-kun?

— Ei? N-Namo…? Namorando…? Ei? Não! Nós…!

Mary? Mary-san? Você está de repente se tornando uma pilha de nervos? O que? O que aconteceu?

Espere, talvez, apenas talvez… algo aconteceu?

Naturalmente, Haruhiro não tinha ideia. Possivelmente não. Não importa o que aconteceu entre eles, Haruhiro não se lembrava. Vamos supor, por um momento, que algo aconteceu. Haruhiro esqueceu, mas Mary ainda se lembraria. Bem, Haruhiro não pôde deixar de esquecer. Ele foi forçado a esquecer. Sendo esse o caso, ela não poderia simplesmente contar a ele casualmente?

Sim, não, provavelmente não era tão fácil.

Ele teve a vaga sensação de que seria muito difícil.

Algo se passou…?

Mas estava tudo bem para Haruhiro perguntar a Mary? Se não houvesse realmente nada entre eles, então perguntar, assumindo a possibilidade, seria embaraçoso. Mesmo que houvesse alguma coisa, perguntar a ele sobre isso quando ele mesmo não se lembrava parecia um pouco… não, muito insensível. Ele sentiu que seria uma coisa horrível de se fazer.

— Pessoas…!

De repente, Kimura gritou com eles.

— Vocês acham que poderiam deixar esse assunto de lado por enquanto? Este é o Cemitério!

Ele bateu sua maça contra o chão. Espere, ele poderia usar aquela coisa para outra coisa além de socar as virilhas de seus inimigos? Sim, claro que poderia.

Mas parecia que Kimura não havia atingido o chão com sua maça por irritação ou raiva.

— Que diabos é isso?! Os olhos de Ranta se arregalaram. Quando a maça de Kimura atingiu o chão a seus pés, eles não ouviram o som do chão de pedra quebrando. Porque não?

Porque o que Kimura atingiu não foi o chão.

O que foi aquilo? Preto, como uma sombra, mas diferente. Isso não era uma sombra. Era razoavelmente fino, mas ainda tinha alguma espessura. Talvez dez centímetros de largura e quem sabe quanto tempo. Cinquenta, talvez sessenta centímetros? Era como uma cobra preta muito fina. Quando aquele inimigo se aproximou de Kimura, ele imediatamente lhe deu um golpe poderoso com sua maça.

— Isso é o que eles chamam de sombras? Setora disse baixinho para si mesma. Estava na explicação antes de entrarem no Cemitério. Aqui estava uma variedade de inimigos que tentariam expulsar os invasores. As sombras eram uma delas. Elas se moviam pelo chão e pelas paredes e tinham muito pouco poder ofensivo, mas cercavam um intruso para mantê-los no lugar. Às vezes elas se apresentavam em grupos.

— O cemitério! Guh-hoh…! Kimura riu. — Uau! Não, mas, hein! Este é o cemitério, sim! Ah, ah, ah, ah, ah, ah! Peço que vocês estejam mais alertas! Ah, heeah!

Ele estava rindo como um idiota enquanto batia nas paredes e no chão com sua maça. Eles eram sombras. Sombras por toda parte. Mas não havia motivo para rir daquele jeito, certo? Por enquanto, pelo menos, Kimura parecia muito mais assustador do que qualquer sombra.

— É hora de matar cobras! Tokimune brandiu sua longa espada e fez uma sombra no chão sumir.

— Hmph… Tada se virou uma vez, usando o impulso para bater na parede. Eu vou esmagá-las…!

— Ugh…! Kuzaku disse surpreso antes de perceber uma sombra envolvendo seu tornozelo e começar a balançar o pé com um grito de surpresa.

— Não baixe a guarda, idiota! Ranta gritou enquanto cortava aquela sombra com sua katana.

— Tem toneladas dessas coisas, hein!

Yume usou uma faca grande para cortar as sombras. Setora esfaqueou uma após a outra com sua lança. Mary esmagou mais algumas com seu cajado de batalha.

Haruhiro também não conseguia ficar parado. Ele sacou a adaga, mas alguém próximo avançou diante dele. Quem? Mimorin.

Mimorin desembainhou duas espadas longas, cortando três ou quatro sombras com tanto vigor que elas voaram para longe.

— Está bem.

— … O que está bem?

— Eu vou proteger você, Haruhiro.

Sou grato, mas posso me proteger, sabe…?

Na verdade, estou grato? Talvez não?

Antes que ele tivesse a chance de expressar uma opinião, Mimorin eliminou rapidamente as sombras, uma após a outra.

— Haruhiro!

— … Sim? 

— Eu te amo!

É um fato?

Bem, seja como for, Haruhiro simplesmente faria o que deveria fazer. Ou assim ele pensou, mas seu corpo não estava ouvindo. Ele se sentia fraco e não conseguia pensar com clareza.

O que devo fazer?

Fim do capítulo.

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