Capítulo 10.2
Falsidade e Verdade
O segundo andar do corredor parecia um terraço projetando-se da parede, com escadas de cada lado conduzindo ao nível inferior.
A cerca de vinte degraus de cada lance de escada, havia um patamar, seguido por mais vinte degraus até o andar térreo. Cada passo media cerca de vinte centímetros, resultando em uma distância de quatro metros até o patamar e mais quatro metros até o primeiro andar, colocando o segundo andar a aproximadamente oito metros de altura.
O salão em si tinha cerca de trinta metros de diâmetro e mais de cinquenta metros de profundidade. A plataforma sustentando o trono elevava-se a aproximadamente cinco metros. Não havia como pular sobre ela, mas, segundo o relatório de Inui, a plataforma possuía escadas de cada lado, a única maneira de alcançá-la.
— Hmm… murmurou Kimura com os óculos brilhando, assim que Inui concluiu seu relatório. — Isso é significativo, Shinohara-kun. Essa informação pode ser crucial.
Shinohara segurou o queixo, assentindo. — Parece que sim. Este deve ser o Rei Lich no trono. Finalmente, temos o rei que não dorme, mesmo na morte, à nossa vista.
— Heh… Graças ao meu feito heróico! Inui girou o corpo, levantando e abaixando os braços em uma pose extravagante.
— Você não deveria ser o Lorde Demônio, ou algo assim, amigo? Ranta murmurou, e Inui sorriu levemente.
— Um herói caído. Isso é o que o Lorde Demônio é…
— Então você vai cair agora… Haruhiro estava triste por não poder resistir à brincadeira.
— A vida é cheia de altos e baixos! Inui ficou na ponta dos pés, torcendo os braços para formar um oito. — A vida é para viver! E para dançar! Viverei uma vida de luta, de derrota, de luta novamente e do sabor da doce vitória! O grande épico de um protagonista! O fim de um herói! O terrível despertar de um lorde demônio! Ouça e complete esta saga única!
— Ouça e complete…? Haruhiro estava prestes a dizer algo, mas se conteve. Normalmente, você vê com os olhos, não com os ouvidos, então “ouça e complete” era uma expressão estranha, mas de que adiantava apontar cada pequeno erro para ele? Inui era estranho em geral. Se ele começasse a falar normalmente, isso seria ainda mais assustador. Como o precursor de alguma calamidade incrível.
Os sacerdotes reformularam os feitiços de suporte Protect e Assist em todos no pelotão. A proteção aumentou a vitalidade e a capacidade natural de cura dos sujeitos, animando a todos. Pode não eliminar completamente o cansaço, mas ajudava a mitigá-lo.
Renji, Ron, Kuzaku, Yume e os guerreiros de Orion aproveitaram. Até mesmo dormir um pouco fazia muita diferença. Ranta se gabou de que quando chegasse ao nível dele, poderia descansar bem enquanto estivesse acordado, e Haruhiro sentiu que não havia como dormir, então ele ficou sentado sem fazer nada.
Shinohara e Kimura passaram o tempo todo conversando. Haruhiro os observou, e parecia que Shinohara via Kimura como diferente de todos os outros. Todos os outros em Orion claramente o admiravam. Shinohara foi educado e nunca condescendente. Mas ele tratava os outros membros dos Orion como iguais? Não, de jeito nenhum. Isso pode ter sido um exagero, mas Shinohara agiu como se seus companheiros em Orion fossem animais de estimação, e ele estava tentando amá-los todos igualmente.
Ele provavelmente era um proprietário justo, gentil e bom. Mas se um de seus camaradas brigasse com ele como Ranta faz com Haruhiro, talvez Shinohara não tolerasse isso.
Os membros dos Orion cederam a Shinohara. O vínculo deles era forte. Provavelmente fez deles um grupo forte.
Mas Haruhiro não poderia colocar outros sob seu comando dessa maneira. Ranta, obviamente, seria impossível. Kuzaku seguiria alguém por quem ele se apegou em qualquer lugar. Isso tornava sua lealdade dependente do caráter do líder, mas parecia improvável que ele aceitasse Shinohara. Mary não se encaixava na vibração dos Orion e sentiu que precisava ir embora. Quanto a Yume, ela tinha um espírito livre. Haruhiro queria que ela vivesse como quisesse. Setora era tudo menos servil.
À primeira vista, Shinohara parecia um líder tolerante e acolhedor.
Mas Kimura disse que tendia a tomar decisões sem consultar os outros e também que agia de forma lógica.
As pessoas em Orion sabiam como Shinohara realmente era? Haruhiro não sabia dizer, mas Kimura ainda estava com ele apesar de saber.
Talvez tenha sido por isso.
Quando Shinohara estava conversando a sós com Kimura, ele estava diferente do normal. Seu rosto não era tão expressivo. Sim. Ele não sorriu muito. Ele poderia rir um pouco, mas não se forçou a exibir aquele sorriso. Ele franzia a testa e balançava muito a cabeça também. A maneira como ele conversou com Kimura também pareceu mais familiar, menos cautelosa.
Kimura deve ter sido mais para Shinohara do que apenas um companheiro. Eles estavam mais próximos do que isso. Em outras palavras, eles eram amigos.
Então, supondo que houve alguma conspiração, a questão que se levantou é se Kimura realmente não sabia nada sobre isso.
Kimura disse que estava preocupado com Shinohara, então queria saber a verdade. Ele estava apenas fingindo não saber, agindo como um informante de Haruhiro enquanto o manipulava para coletar informações? Kimura poderia ter sido uma extensão do próprio Shinohara.
Quando Haruhiro estava pensando nisso, Kimura olhou em sua direção, os óculos brilhando. Então ele se voltou para Shinohara e começou a falar sobre algo novamente.
— O que foi isso?
Kimura estava muito perto de Shinohara. Se pudessem tirar vantagem disso, ótimo, mas era perigoso confiar nele; embora, na verdade, o cara fosse um enigma, não havia muita chance de Haruhiro confiar nele em primeiro lugar.
Algum tempo depois, os cochilos terminaram e Shinohara declarou que era hora deles partirem.
A equipe passou pelas passagens nos fundos da sala dos fundos para entrar no segundo corredor. O segundo corredor tinha luzes penduradas no teto, por isso estava mal iluminado. Provavelmente era aqui que os espinhosos estavam alinhados. Haruhiro podia ver alcovas onde caberiam em ambos os lados da parede. Quanto tempo durava o segundo corredor no total? Se fossem cem metros e as paredes estivessem cheias de espinhosos, haveria um número considerável deles. Foi incrível que o grupo tenha conseguido esmagar todos eles.
Haruhiro, Inui e um ladrão dos Orion chamado Tsuguta subiram as escadas, que tinham cinco metros de largura, e entraram no grande salão.
Conforme explicado, o segundo nível era essencialmente um terraço. Quinze metros de diâmetro e cinco metros de profundidade. Havia um parapeito baixo ao redor da borda, e uma grade dourada brilhava fracamente em cima.
Haruhiro, Inui e Tsuguta se esconderam na sombra do parapeito. Eles enfiaram a cabeça um pouco para fora da grade, examinando o primeiro andar. Era mais ou menos como Inui havia descrito, mas foi diferente vê-lo em pessoa. Era difícil falar daquela visão grandiosa. Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. Se você pudesse ver, você entenderia. Mas como você não pode, você não vai.
O ser sentado no trono naquela plataforma acima do primeiro andar era o governante inconfundível deste lugar. Em vida, ele teria sido o senhor de um reino. Ele construiu um palácio brilhante nesta terra e sem dúvida procurou continuar a governá-lo mesmo na morte. As luminárias embutidas nas paredes e na plataforma eram ornamentadas e, mesmo que fossem apenas banhadas a ouro, você ainda precisaria de uma quantidade imensa de coisas para fazer tantas.
Não havia nenhuma dúvida sobre isso. Esta era a sala do trono.
Haruhiro acenou com a cabeça para Tsuguta, que se virou para voltar.
Não muito tempo depois, Tsuguta conduziu Shinohara e os outros escada acima.
Todos permaneceram abaixados, para permanecerem escondidos atrás do parapeito.
O Rei Lich permaneceu imóvel em seu trono.
— Temos certeza de que ele não está simplesmente morto? Ranta perguntou em um sussurro. Ele poderia estar brincando, mas ninguém reagiu.
— Heh… Inui lançou a Setora um olhar apaixonado com o olho direito descoberto. — Se nós dois sobrevivermos a esta provação, quero que você se torne minha noiva infernal.
— Eu recuso, Setora recusou instantaneamente.
Vai saber.
— Ei! Inui começou a coçar a cabeça. — Posso sentir as ondas da escuridão dentro de mim, irrompendo das profundezas sombrias…
Tokimune piscou e deu um tapa nas costas de Inui.
— Não se preocupe. Algum dia, certamente haverá uma garota que receberá seu charme único, Inui.
Não sei sobre isso, pensou Haruhiro, mas guardou para si. Ele também gostaria que eles guardassem essa bobagem para outro momento, mas ele sabia que era melhor não perder tempo contando isso aos Tokkis. Além disso, se eles conseguissem continuar normalmente antes da batalha final, isso seria reconfortante.
Haruhiro estava se sentindo tão tenso quanto qualquer um estaria – ou não?
Ele não estava tão animado quanto Ranta, que havia mudado a máscara de lado e lambia os lábios em antecipação.
— Tudo bem… Kuzaku acenou com a cabeça. Parecia que ele estava tentando se mentalizar acima.
Yume, incrivelmente, parecia que ia bocejar, então cobriu a boca para se conter. Seus olhos encontraram os de Haruhiro e ela soltou uma risadinha envergonhada.
Setora parecia desinteressada e Mary também parecia calma.
Haruhiro estava inquieto. Como ele poderia não estar? Não havia como prever como essa luta iria acontecer. Alguns ferimentos seriam inevitáveis, mas não importava o que acontecesse, ele queria evitar perder qualquer um de seus companheiros.
Ele tentou não pensar em Shihoru, sua companheira que havia desaparecido.
Depois que ele começou a pensar nela, foi inútil. Ele não conseguiria manter a cabeça fria. Shihoru estava bem? Onde ela estava? O que ela estava fazendo? Ficar remoendo isso não lhe faria nenhum bem.
Mas por que outro motivo eles estariam participando da operação para tomar Monte da Tristeza? Por que outro motivo ele teria se juntado à força destacada e tentado romper o Cemitério arriscando a vida de seus camaradas?
Eles não estavam aqui porque queriam, obviamente. Se Jin Mogis lhes desse uma ordem, eles não poderiam recusar. Não houve escolha senão obedecer com relutância. Isso era verdade, claro, mas também havia uma chance de conseguirem Shihoru de volta. Haruhiro poderia aguentar enquanto fosse capaz de pensar isso.
Ele não tinha nenhuma dica real para continuar. O paradeiro de Shihoru era desconhecido. Foi por isso que ele teve que aguentar e continuar procurando. Talvez fosse mais correto dizer que ele estava procurando uma forma de procurar, alguma forma de encontrar uma pista.
Isso é tudo que ele pôde fazer. Então, por enquanto, era isso que ele iria fazer.
— É só ele? Renji perguntou em voz baixa. — Teremos que ver o que ele faz.
— Sim, Shinohara assentiu. Ele olhou para os membros do pelotão. Por um momento, ele ficou sem expressão. Como se ele estivesse selecionando calmamente um sacrifício humano. Isso pode ter sido demais, mas era a aparência dele.
— Vamos entrar primeiro, disse Renji, completamente calmo. — Descemos ao primeiro andar, corremos até o outro lado, depois subimos as escadas até a plataforma e o esmagamos. Deveríamos nos separar?
— As escadas parecem razoavelmente largas, então prefiro não fazer nada imprudente como dividir nossas forças, disse Shinohara.
— Se parecer que seremos pegos em um ataque de pinça, então nos dividiremos e lidaremos com isso.
— Tudo bem. Então, por favor, faça o que achar melhor.
— Uh-huh.
— Eu assumirei o comando de Orion, assim como os grupos de Tokimune e Haruhiro.”
— Estamos contando com você, Renji, disse Tokimune com um sorriso, e Renji encolheu os ombros ligeiramente.
— Sim, concordou Haruhiro.
Renji não respondeu ao olhar que Haruhiro lhe lançou. Ele não ignorou, não. Ele percebeu e optou por não responder.
Se Haruhiro não estivesse errado, havia um tácito “você sabe o que fazer” ali que transcendia a mera linguagem. Em termos um tanto dramáticos, foi uma confirmação do seu pacto secreto.
Embora Renji fosse brusco e se sentisse como uma força imparável da natureza na batalha, ele provavelmente também tinha um lado sensível. Pode muito bem ser que a imagem brusca de Renji tenha sido algo que ele exaltou precisamente por causa de quão carinhoso e emotivo ele poderia ser. Se Haruhiro alguma vez sugerisse que era esse o caso, Renji negaria e provavelmente ficaria ressentido com ele por isso.
Renji liderou o caminho com Ron, Chibi-chan e Adachi seguindo-o em direção às escadas à esquerda.
Haruhiro, Inui, Shinohara e Tsuguta, o ladrão, espiaram por cima da grade, observando o primeiro andar. Obviamente, eles também estavam monitorando o Time Renji.
Renji começou a descer as escadas.
Imediatamente, o Rei Lich se levantou. Por toda a sala do trono, redemoinhos incríveis, como tempestades de areia, surgiram. Dezenas, pelo menos. Mais do que Haruhiro poderia contar à primeira vista. Tudo o que ele pôde dizer foi que havia muitos deles.
Renji e os outros desceram as escadas correndo. Eles ainda não haviam chegado ao patamar.
Algumas das tempestades de areia, talvez pouco menos de dez delas, fundiram-se, endurecendo em formas humanóides.
— Espere, não é…?! Em algum momento, Ranta ficou ao lado de Haruhiro. Ele tirou a máscara e tentou se levantar, mas Haruhiro o agarrou pelo braço e o forçou a se abaixar.
— Pare com isso!
— Olha, idiota! Esse é Renji e sua equipe! Ranta não estava apenas dizendo algo idiota, como era típico dele. As tempestades de areia humanóides estavam perto do final das escadas que o Time Renji estava tentando descer. Havia oito deles. Renji, Ron, Chibi-chan e Adachi. Dois de cada.
— Aqueles são fantasmas?! A expressão de Shinohara estava tensa.
O verdadeiro Time Renji estava quase chegando quando os dois falsos Renji começaram a escalar juntos. Os dois falsos Adachis ficaram onde estavam. Eles estavam planejando lutar? Eles estavam desenhando sigilos elementares com seus cajados, tentando formar feitiços.
— Nós também vamos entrar! Shinohara deu a ordem.
Fique calmo. Mantenha a cabeça fria. Uma coisa é aspirar a fazer isso, mas quando há uma mudança repentina na situação como essa, o corpo age antes que a cabeça consiga acompanhar. Ranta saiu correndo antes que Haruhiro pudesse dizer qualquer coisa.
— Vamos! Haruhiro também saiu correndo. Kuzaku, Yume, Merry e Setora o seguiram. Eles disputaram a posição com os Orion e os Tokkis enquanto todos corriam em direção às escadas.
O falso Adachi lançou algum tipo de feitiço no patamar onde o Time Renji estava. Magia Kanon e Falz, hein? Não importa o quão bons Renji e sua equipe fossem, eles estariam em apuros se recebessem um golpe sólido com isso.
Isso foi um grande se. A magia do falso Adachi pareceu explodir. Isso foi uma falha de ignição? O Time Renji estava coberto por uma parede invisível e parecia ter se defendido da magia do falso Adachi. Era assim que parecia. Adachi fez alguma coisa? Ele estava segurando o braço esquerdo bem alto. Sangue. Ele estava sangrando no pulso.
— Não posso usar o Feitiço de Sangue com tanta frequência! Adachi gritou. Haruhiro não tinha ideia do que era o Feitiço de Sangue, mas aparentemente os protegeu dos feitiços do falso Adachi.
— Eu vou esmagá-los!
O que Renji estava planejando fazer? Ele não desceu as escadas. Ele estava pulando do patamar.
— Haruhiro, você vem também!
— Eu?!
Ele desejou que Renji não o arrastasse para isso. Além disso, por que tinha que ser Haruhiro? Se ele ignorasse Renji depois de ser chamado pelo nome, ficaria mal, e poderia até ser considerado uma facada nas costas, então ele não poderia recusar.
Eu tenho que fazer isso.
— Setora, você assume daqui! Haruhiro ordenou.
— Entendi!
— Droga! Ele estava agindo meio desesperado, ultrapassando os Tokkis e os Orion enquanto ele corria para o patamar. Ron e Chibi-chan já haviam avançado para o próximo lance de escadas, enfrentando Renji e Ron falsos. Adachi estava apoiando-os com magia? Renji estava no primeiro andar, enlouquecido. Ainda havia tempestades de areia por todo o primeiro andar, mas também havia um monte de soldados falsos de todos os soldados voluntários. Foi ridículo.
— Lá em baixo?
— Eu?
— Uh, você não.
— Seu frango! Eu irei! Zeeeee!
— O que é Zeeeee?
O cavaleiro das trevas mascarado gritou o enigmático Zeeeee enquanto passava por Haruhiro e saltava do patamar.
— Habilidade pessoal…! Antes mesmo de pousar, Ranta cortou um dos falsos guerreiros Orion, depois rolou ao cair no chão e se levantou. — H-habilidade pessoal…! ele gritou novamente
Enquanto derrubava um falso paladino dos Orion, então imediatamente saltou sobre um falso Kimura. — Habilidade pessoal, Estrela…… Uh?!
— …!
O falso Kimura aparou por pouco a katana de Ranta com sua maça e escudo, mas ele ainda o segurava. Haruhiro odiava o quão barulhento e desagradável Ranta poderia ser. Mas isso o levou à ação.
— Se você não consegue encontrar um nome para uma técnica, desista! Haruhiro gritou, saltando ele mesmo do patamar. Ele não iria usar o impulso da queda para atacar um inimigo como Ranta fez. Ele não poderia. Em vez disso, ele se certificou de pousar corretamente, amortecendo o impacto, e usou Stealth. Sua mente se encheu com a imagem de afundar no chão.
Ele estava um pouco quieto, um pouco lento, como se estivesse ligeiramente separado de tudo ao seu redor – e ainda assim, ele estava ali. Ou talvez fosse melhor dizer que ele estava lá. Não estava dentro dele, mas fora, percebendo a área como um todo. Ele ouviu sons, sentiu o fluxo das coisas.
Não era ruim. Ele foi capaz de se concentrar.
Renji cortou um clone e pegou o caminho mais curto para o próximo, instantaneamente derrubando aquele também e decolando para encerrar o próximo. Renji podia ver isso. Onde estavam os inimigos. Em que ordem ele deveria mata-los. Ele sabia disso instintivamente.
Comparado a isso, Ranta era muito menos eficiente. Ele saltou para a direita e para a esquerda, em seguida, moveu-se ainda mais para a esquerda, fazendo parecer que iria saltar novamente e, em vez disso, avançou com um golpe ascendente de sua katana. Parecia muito esforço. Terrivelmente ineficiente. Mas seu estilo pouco ortodoxo confundia os inimigos enquanto ele procurava outros alvos, e se preparava para agir. Nesse sentido, embora ele parecesse estar fazendo muitas coisas sem sentido, nem tudo que parecia inútil realmente era.
Haruhiro se aproximou de um Kikkawa falso que estava tentando ficar atrás de Ranta, lutou contra ele e cortou sua garganta.
Parecia… sim, como areia. Era como se ele estivesse cortando areia.
O falso Kikkawa não desmoronou, mas explodiu, virando literalmente pó. Aquele pó parecido com areia começou a se mover de onde pousou.
Haruhiro olhou na direção em que estava indo e viu que já havia uma tempestade de areia girando ali. Ia formar outro clone?
Sim, com certeza.
Os clones eram diferentes dos fantasmas com quem lutaram na capela.
Eles pareciam bastante humanos à distância, muito parecidos com a pessoa de quem eram uma cópia, mas de perto, eram obviamente falsos. A pele não parecia viva e os globos oculares quase não refletiam luz. Eles não tinham brilho em geral. Os detalhes de sua construção também estavam faltando, com seus rostos parecendo mais planos que os originais. Quase não havia rugas também.
Basicamente, esses clones eram bonecos de areia ou lama criados pela magia do Rei Lich. Suas habilidades não eram nada comparadas às dos originais. Eles pareciam estar à altura em termos de força física e agilidade, mas não são rápidos para reagir. Pode ser que o Rei Lich estivesse controlando todos eles e por causa disso ele não pudesse microgerenciá-los de forma eficaz.
Haruhiro derrubou um falso Adachi com Spider, acertou um falso Tokimune com Backstab, depois atrasou um falso Ranta com Shatter antes de usar Hitter e finalizar com um Backstab enquanto passava correndo. Falso ou não, era bom ensinar uma lição a Ranta, mas ele preferia manter isso em segredo. De sua parte, Ranta estava brincando com um falso Haruhiro, com uma expressão de alegria maníaca no rosto, então eles estavam empatados.
Além de Renji, Haruhiro e Ranta, mais e mais aliados desciam as escadas até o primeiro andar. A certa altura, um dos falsos magos conseguiu usar um pouco da magia Arve, mas Adachi usou seu Feitiço de Sangue, ou como era chamado, para bloqueá-lo. Renji, Haruhiro e até Ranta, até certo ponto, estavam priorizando derrubar os falsos magos. Essa era a intenção, pelo menos, mas Haruhiro percebeu algo.
Ele derrubou clones de Adachi e dos dois magos dos Orion. Mas Haruhiro não tocou no clone de Mimorin.
Haruhiro tinha visto um, mas Renji estava mais perto, então deixou Renji cuidar dela.
Além disso, embora estivesse bem com Ranta, Haruhiro não tocou em nenhum dos clones de Kuzaku, Mary, Setora ou Yume.
Embora ficasse claro à primeira vista que essas coisas eram falsas, ele ainda hesitou um pouco.
Na capela, Kimura enfrentou fantasmas quase idênticos de seus camaradas caídos. Isso deve ter sido difícil à sua maneira, mas esses impostores eram cópias de pessoas com quem Haruhiro estava trabalhando no momento presente.
Por ter aliados incríveis como Renji, ele foi capaz de pensar: Bem, eles são apenas clones. Mas se não fosse por isso, a luta contra esses adversários poderia ter abalado a todos, e eles poderiam ter ficado na defensiva. As margens aqui eram muito finas. Se o inimigo tivesse conseguido avançar, teria sido difícil para o pelotão se recuperar.
Também não havia como ser otimista em relação à situação atual.
Toda a equipe se dirigia para as escadas do lado esquerdo da plataforma onde o Rei Lich os esperava. Renji, Ranta e Haruhiro lideraram o caminho e os outros seguiram.
Renji, bem na frente, estava a uns quinze metros da escada. Ranta e Haruhiro estavam atrás dele. O grupo de retaguarda era liderado por Ron, Tokimune, Tada e Kuzaku, bem como Shinohara e Matsuyagi.
Se ele tivesse vontade, Renji provavelmente poderia ter ido ainda mais longe. Mas isso teria deixado uma distância muito grande entre ele e o grupo da retaguarda. Renji estava derrotando clones enquanto esperava que o resto o alcançasse.
Com Renji liderando o caminho, a força destacada eliminou qualquer clone que se aproximasse deles a uma velocidade incrível, mas o número de inimigos não estava diminuindo. Embora eles tenham derrubado seus clones repetidas vezes, eles se transformaram em tempestades de areia, e as tempestades de areia se transformaram em clones, que avançaram em direção ao grupo novamente.
Escusado será dizer que este foi o trabalho do Rei Lich em pé diante do trono.
