Capítulo 367
O Rei Demônio da Fúria (1)
Tchtchk, tchtchtchk.
Carmen flexionou lentamente os dedos. Não havia desconforto perceptível ao mover suas articulações. Após cerrar e descerrar o punho algumas vezes, ela de repente lançou o punho para fora sem dar um único passo.
Fwooosh!
O cabelo e a barba de Gondor foram soprados por uma rajada de vento quando um punho voou repentinamente perto de seu rosto. Muito surpreso para reagir adequadamente, Gondor simplesmente caiu no local.
— É incrível. — Carmen murmurou em voz baixa. Considerando a usual Carmen, essa era uma reação muito calma e contida vindo dela.
Afinal, esta não era uma manopla comum, mas uma manopla criada a partir da pele e escamas de um dragão. Além disso, esse dragão era Raizakia, o único dragão na história do continente a ter sido chamado de Dragão Demoníaco. Até a coloração da manopla era incomum, um tom negro que parecia atrair a alma.
Havia muitos elementos na manopla que pareciam causar muita empolgação em Carmen, mas os olhos dela estavam realmente calmos. Se ela tivesse recebido essa manopla durante algum momento ordinário… Carmen estaria pulando de barco em barco, mostrando sua nova arma.
No entanto, agora, ela não tinha a luxúria mental para fazer algo assim. Carmen apenas ficou parada onde estava, confirmando silenciosamente o desempenho da manopla.
— Você tem algum arrependimento? — Carmen perguntou distraída enquanto sua mão esquerda era envolvida por chamas brancas puras.
Gondor, que estava ocupado arrumando o cabelo e a barba, piscou surpreso com a pergunta repentina.
— Gahahahaha. — Gondor riu ao cair em uma cadeira. Ele coçou o queixo algumas vezes e então acendeu um cachimbo que havia colocado ao seu lado anteriormente.
— Bem, não posso dizer que não tenho nenhum arrependimento. — Gondor admitiu com uma tosse. — Ahem, algo como arrependimentos… bem… isso não se aplica a todos? Afinal, viemos aqui para pegar uma elfa negra, não um Rei Demônio. Um elfa negra e um Rei Demônio… há uma vasta diferença entre essas duas coisas.
A voz de Gondor era hesitante, como se fosse difícil colocar em palavras os pensamentos que passavam por sua cabeça. A razão para isso era simples.
Ele estava assustado.
Ele estava assustado com a ideia de lutar contra um Rei Demônio.
— Embora, enquanto vocês todos estão lutando, provavelmente eu estarei apenas me escondendo neste ateliê. — Gondor confessou relutantemente. — Hmph, ou talvez você precise de um velho como eu para sair e dar alguns golpes com meu machado? — Ele perguntou como se fosse um segundo pensamento.
— Não há necessidade disso. — Carmen o assegurou. — Já que a Senhorita Sienna e a Santa Kristina prepararam um abrigo para os não combatentes e os feridos, um velho como você deveria apenas se esconder lá em segurança.
— Na verdade, isso torna ainda mais assustador. — Gondor disse rindo ao colocar o cachimbo na boca. — Afinal, isso não significa que, nesta batalha, eu nem serei capaz de segurar minha própria vida firmemente em minhas mãos? Se vocês conseguirem matar o Rei Demônio, eu sobreviverei, e se falharem em matar o Rei Demônio, eu estou morto. Honestamente, é isso que mais temo. — Gondor confessou.
Em vez de responder a isso, Carmen apenas encontrou calmamente os olhos de Gondor.
Com uma expressão tímida no rosto, Gondor balançou a cabeça e disse: — Ahem, é claro, também deve ser assustador para aqueles de vocês que terão que lutar contra o Rei Demônio, mas para mim… se me perguntar se tenho algum arrependimento… bem…
— Agora que as coisas chegaram a esse ponto, seria apenas constrangedor lamentar minha escolha e dizer algo como ‘Não deveria ter vindo aqui’. Bem, eu admito que minha cabeça está um pouco confusa com todos os tipos de pensamentos voando ao redor. Parte disso é apenas preocupação com meu próprio futuro… e a outra parte é preocupação com meus colegas anões que foram sequestrados por Iris. — Gondor murmurou com uma voz sombria.
Com Iris se tornando uma Rainha Demônio, o que poderia ter acontecido aos subordinados sob seu comando? Os elfos negros ainda eram elfos negros? Os piratas ainda eram piratas? E quanto aos anões que foram tratados como escravos? Ainda seriam anões?
Por um momento, Carmen pensou se deveria dizer algo como ‘Nada vai acontecer’ ou ‘Eles ficarão bem’, mas no final, escolheu permanecer em silêncio. Ela não podia fazer suposições confiantes sobre o estado atual dos anões sequestrados.
— Vamos garantir que você possa voltar em segurança, velho. — Carmen prometeu em voz baixa.
O que Carmen poderia assumir com suas próprias mãos era proteger os não combatentes e lutar contra o Rei Demônio. Carmen abaixou a mão revestida pela manopla e inclinou a cabeça profundamente para Gondor.
Havia muitas coisas que ela queria proteger, especialmente suas jovens discípulas, Ciel e Dezra. Afinal, a batalha iminente não era muito perigosa para essas jovens com um futuro brilhante?
Se algo acontecesse com as duas durante esta batalha… Carmen sentiu os ombros tremerem apenas de imaginar isso.
* * *
— De jeito nenhum. — Veio a resposta esperada. — Você quer que eu me esconda no abrigo. Você não acha que está indo um pouco longe demais? — Ciel ficou tão pasma que soltou uma risada furiosa. — Pense com cuidado, Eugene. Se você fosse classificar os milhares de pessoas atualmente se preparando para lutar contra o Rei Demônio por habilidade, onde você acha que eu estaria? — Ciel exigiu.
Em vez de responder, Eugene apenas encarou Ciel. Ao lado dela, Dezra estava se remexendo inquieta, lançando olhares entre Eugene e Ciel.
Ciel respondeu sua própria pergunta:
— Pelo menos estaria entre os vinte melhores, certo?
Ciel não estava errada. Atualmente, ela ocupava o sétimo lugar no ranking do torneio de Shimuin. Isso significava que Ciel era a sétima mais forte de todos os gladiadores de Shimuin.
Claro, havia lutadores mais bem classificados do que Ciel que também estavam participando dessa expedição de subjugação. Também havia cavaleiros que nunca se registraram nos rankings em primeiro lugar. No entanto, mesmo levando tudo isso em consideração, Ciel ainda era alguém que poderia ser considerada uma guerreira de elite.
Entre os humanos, é claro.
— Nosso inimigo é um Rei Demônio. — Eugene, que estava ali em silêncio, finalmente falou. — Ser forte em comparação com todos os outros que fazem parte da expedição de subjugação não é tão impressionante quando se trata de lutar contra um Rei Demônio.
Apenas aqueles que foram além dos limites da humanidade poderiam entrar em batalha contra os Reis Demônios. De acordo com o julgamento de Eugene, muito menos ultrapassar esses limites, Ciel ainda nem tinha chegado à borda. Na expedição de subjugação, apenas os elite entre os humanos, como Carmen, Ortus e Ivic, que estavam ou tinham ultrapassado os limites da humanidade, eram capazes de enfrentar o Rei Demônio.
Em outras palavras, a maioria das forças da expedição não estava qualificada para participar dessa luta contra o Rei Demônio.
— Você está errado, Eugene. — Ciel disse, balançando a cabeça. — Eu não vou lutar contra o Rei Demônio. Eu vou lutar contra os subordinados do Rei Demônio.
Eugene apenas olhou para Ciel em silêncio.
— Eu sei muito bem que não estou qualificada para lutar contra o Rei Demônio. No entanto, ainda posso lutar contra seus subordinados. — Ciel insistiu firmemente.
Diante dessas palavras, Eugene não teve escolha senão sorrir ironicamente.
Já havia sido assim há trezentos anos. Durante suas batalhas contra os Reis Demônios, a maioria dos que haviam participado das batalhas era tão fraca que não estava qualificada para lutar contra os Reis Demônios. Seu papel era abrir caminho para aqueles que estavam qualificados para enfrentar os Reis Demônios e ajudar a preservar a força destes para que pudessem lutar com toda a força. Eram aqueles que haviam lutado contra todos os demônios, bestas demoníacas e magos negros que serviam aos Reis Demônios.
E depois de abrir um caminho, a maioria deles já estava morta.
Provavelmente seria a mesma coisa desta vez também. Então, para garantir o mínimo de perdas, Eugene ignorou todos os pedidos de retirada. Ele zombou da sugestão de recuar para se preparar melhor e retornar com reforços.
Quanto mais tempo você desse a eles, mais forte o Rei Demônio se tornaria e maior seria a força deles. Então, para ter o menor número de sacrifícios, a melhor escolha era continuar avançando em vez de recuar.
— Você simplesmente não quer me ver ferida ou morta. — Disse Ciel com uma compreensão surgindo.
Embora não devesse se divertir com algo assim, Ciel ainda sorriu brilhantemente sem perceber.
Ela estava ciente de que tais sentimentos eram distorcidos, mas o coração de Ciel ainda batia de empolgação ao sentir a preocupação de Eugene por ela. Ao mesmo tempo, ela também se sentia um pouco miserável. Se não fosse por algo assim, ela alguma vez seria capaz de chamar a atenção de Eugene?
Ciel lembrou a ele:
— Não se deixe levar por suas emoções, Eugene Lionheart. Você é o Herói.
Mesmo enquanto experimentava sentimentos tão distorcidos, Ciel ainda se expressava claramente. Ela ficou feliz por ser tratada como alguém especial, mas… não podia permitir que ele continuasse assim.
— Você realmente vai prestar atenção em cada pessoa que pode morrer nesta batalha? Ou então… Como eu pensei, é por minha causa que você está prestando atenção especial, certo? Embora eu seja grata que você se importa, agora não é hora para isso. — O repreendeu Ciel.
— Se o inimigo fosse apenas uma elfa negra comum. — Eugene finalmente falou. — Independentemente da situação, eu seria capaz de te proteger. Não importa que truque Iris pudesse usar, eu poderia garantir que ela não te tocasse.
Desta vez, foi a vez de Ciel permanecer em silêncio.
— No entanto, é impossível agora que ela é uma Rainha Demônio. — Eugene suspirou. — Uma vez que a batalha começar, eu terei que focar toda a minha atenção em Iris. Isso vale também para Senhorita Sienna e Kristina.
— Claro, isso seria o caso. — Respondeu Ciel com um resmungo. — Não se preocupe comigo. Eu vou evitar qualquer luta desigual ou perigosa. Se o inimigo parecer muito forte ou perigoso, eu simplesmente fugirei deles.
— Isso é mais fácil dizer do que fazer. — Resmungou Eugene com um suspiro.
— Você realmente acha que será tão difícil? Nesse caso, Eugene, tudo o que você precisa fazer é terminar a batalha o mais rápido possível. — Disse Ciel ao se levantar da cadeira.
Ela encarou o rosto de Eugene por alguns momentos, absorvendo seus cabelos grisalhos e seus profundos olhos dourados.
Ciel relembrou a aparência de Eugene quando segurava a Espada Sagrada. Como suas costas pareciam enquanto ele se dirigia para o mastro da figura de proa de Laversia diante de milhares de espectadores. Sua figura como um pilar de luz havia caído do céu, e a escuridão que bloqueava o caminho à frente foi cortada com um único golpe de espada.
Naquele momento, todos o reconheceram como o Herói. O mesmo se aplicava a Ciel. Ela nunca esqueceria a visão de Eugene envolto naquele brilho radiante.
Ciel solicitou solenemente:
— Confie em mim, Eugene.
Assim como eu confio em você.
Mas Ciel não ia dizer aquelas últimas palavras. Já havia muitas pessoas contando com Eugene.
Essa era apenas a entidade que um Herói era, agora e no passado.
Alguém em quem as pessoas confiavam, alguém em quem tinham que confiar, alguém que fazia as pessoas confiarem neles. Assim como Yuras havia criado a Santa para servir como um líder que atraía a crença, esperança e fé das pessoas, um Herói também não era muito diferente em sua essência.
— Nada vai acontecer comigo. — Sussurrou Ciel para Eugene com um sorriso astuto.
Então, Ciel virou-se imediatamente e deixou a sala. Dezra, que ficou momentaneamente perdida sobre o que fazer, seguiu rapidamente Ciel.
— Deveria apenas ter dito a ele que planejo entrar no abrigo? — Ciel perguntou com um sorriso irônico ao olhar para Dezra, que a seguia. — Ou talvez pelo menos você possa ficar no abrigo, Dezra. Deve ser seguro lá.
Uma Santa e a maior maga de toda a história do continente concentrariam toda a sua força para erguer uma barreira sobre um único navio. Quando a batalha finalmente começasse, esse navio refúgio seria o lugar mais seguro.
— De jeito nenhum. — Respondeu Dezra com um balançar de cabeça. — Se a Senhorita Ciel não vai para lá, por que eu deveria ir? Não, mesmo que você fosse cara de pau o suficiente para se esconder lá, Senhorita Ciel, eu ainda não fugiria dessa batalha.
— Por quê? — Perguntou Ciel.
— Porque eu também sou uma Lionheart. — Afirmou Dezra firmemente.
Pensar que ela realmente ouviria tais palavras saindo dos lábios de Dezra. Ciel piscou surpresa antes de explodir em risos.
— Como uma linhagem colateral, você não deveria dizer algo tão arrogante. — Repreendeu Ciel.
Dezra deu de ombros.
— De qualquer forma, a Senhorita Ciel também acabará como parte das linhagens colaterais em cerca de quinze anos.
Dezra tinha rebatido com precisão. Se Cyan se casasse com a Princesa Ayla e tivesse um filho, Ciel e Eugene seriam removidos da linhagem principal para formar novas linhas colaterais.
Assim operava a linhagem principal dos Lionhearts. O mesmo valia para o irmão mais novo de Gilead, que agora vivia pacificamente no campo. Quanto a Gion e Carmen, membros dos Leões Negros, estritamente falando, já haviam sido removidos da linhagem principal e agora eram considerados parte das linhagens colaterais.
— Isso… pode ser o caso, mas você e eu ainda estamos em um nível diferente. — Eventualmente respondeu Ciel fracamente, incapaz de apresentar um bom argumento para as palavras de Dezra.
O que significava ser um Lionheart? Ciel virou subitamente a cabeça para olhar para o céu.
O céu estava brilhando intensamente.
Ondas douradas também estavam se agitando no mar abaixo.
No entanto, fora desse círculo de luz brilhante, uma profunda escuridão espreitava ao redor deles. Além das ondas douradas, o mar tinha uma cor carmesim escuro de sangue seco. A magia de Sienna, assim como os poderes divinos de Eugene e Kristina, só podiam proteger uma pequena área que abrangia a frota. O mar em que estavam presos ainda fazia parte do domínio dos demônios.
Eugene saiu de sua cabine.
No momento em que ele saiu, os olhares de todos se voltaram para Eugene. Muitas pessoas juntaram as mãos em oração assim que o viram. Eugene ignorou esses olhares e caminhou até o convés.
A Espada Sagrada pendurada na cintura de Eugene ainda estava brilhando, mas os sentidos aguçados de Eugene estavam focados apenas em espiar a escuridão à frente.
— Seria melhor se todos fossem dormir um pouco. — Murmurou Eugene suavemente enquanto seus lábios se contorciam em uma carranca.
[Não há como eles poderem dormir em um momento como este,] soou a voz de Tempest na cabeça de Eugene.
Não querendo colocar todo o fardo em Sienna, Eugene também usou a força de Tempest para impulsionar a frota para a frente.
Tempest continuou, [as pessoas da era de hoje não sabem nada sobre enfrentar um Rei Demônio. Tal ignorância facilmente se transforma em medo.]
— Pelo menos, você parece estar de bom humor. — Respondeu Eugene a Tempest com um resmungo divertido.
Com isso, Tempest riu e admitiu em voz baixa, [você não sente como se isso fosse uma repetição?]
— Uma repetição?
[Dos resquícios dos Reis Demônios que você derrotou no Castelo dos Leões Negros,] respondeu Tempest.
Naquela época, um Espírito das Trevas possuía Eward como parte de um plano para reviver os resquícios dos Reis Demônios.
[Você enfrentou os fantasmas tanto do Carnificina quanto do Crueldade, mas os derrotou sozinho. Mesmo que eles ainda não tivessem se transformado em um Rei Demônio completo, Hamel, você ainda conseguiu apagar todos os vestígios de Carnificina e Crueldade deste mundo…] lembrou Tempest de forma encorajadora.
Eugene não disse nada em resposta.
[Agora, você está a caminho de derrotar o Rei Demônio da Fúria…] suspirou Tempest. [Trezentos anos atrás, você abateu esses Reis Demônios junto com Vermouth… e agora que você reencarnou, está voltando a enfrentá-los um por um.]
Eugene estava se perguntando sobre o que Tempest estava falando.
Então sorriu e assentiu.
— Como você disse, isso realmente é uma repetição. É tudo por causa desses Reis Demônios serem malditos resistentes que não têm decência de morrer mesmo se você os matar.
Eugene subiu até a figura de proa do navio. Logo avistou as costas de Kristina, onde ela estava sentada no topo do centro da grande figura de proa. Suas oito asas estavam totalmente abertas enquanto sua mão esquerda estava estendida à sua frente.
Ela estava olhando para seus estigmas.
Quando Eugene rezou ao Deus da Luz por força, a Luz desceu dos céus em resposta. Então, um estigma também apareceu na palma da mão esquerda de Kristina. Era diferente do estigma que fora esculpido nas costas de Anise. Não tinha a forma de uma palavra e não sangrava sempre que ela realizava um milagre.
Isso significava que Kristina agora seria capaz de realizar milagres equivalentes aos de Anise? Ela ainda não tinha tido a chance de testar isso. Se quisesse testar, teria que cortar o membro de alguém primeiro, mas quem seria louco o suficiente para concordar em ter seu membro cortado apenas para um teste?
— Se ao menos Moron estivesse aqui, ele teria cortado o próprio braço sem hesitação. — Disse Eugene arrependido.
Anise provocou. — Que tal cortar um dedo, Hamel? Mesmo que não possamos grudá-lo de volta, você deveria ficar bem com apenas um dedo faltando.
Eugene franziu a testa.
— Não diga algo tão ridículo, Anise. Você não sabe o quão importantes são os dedos ao empunhar uma lâmina?
— Minha nossa, é mesmo? Eu ainda sinto que seria bom cortar um certo dedo médio que só faz coisas ruins. — Anise riu enquanto se virava para olhar Eugene.
Eugene parou ao lado de Anise, olhando diretamente para frente.
— Como está o seu corpo? — Eugene eventualmente perguntou.
— Estou bem. — Assegurou Anise. — Não estou cansada nem um pouco. Mesmo assim, Kristina está me dizendo para descansar um pouco.
Eugene assentiu. — E quanto aos seus estigmas?
— Se aumentou nosso poder ou que tipo de milagres nos permitirá realizar… eu não tenho certeza. Afinal, um milagre é algo que você deve desejar com um coração sincero. — Disse Anise enquanto se levantava. — Não se preocupe muito, Hamel. Se seu braço… ou sua perna voar durante a batalha, eu vou garantir de alguma forma te salvar.
— Não faça nada desnecessário. — Eugene alertou ao se virar para Anise.
— Sou eu quem geralmente diz coisas assim. — Apontou Anise com uma risada enquanto voltava e puxava o capuz de sua capa sobre a cabeça.
Booom!
A bola de ferro que formava a cabeça de seu mangual, que estava escondida dentro de sua capa, caiu sobre a figura de proa.
— Você é quem não deve fazer nada desnecessário. — Anise lembrou Eugene.
O mangual não era a única coisa que Anise tinha escondido dentro de sua capa. Anise tirou uma garrafa de licor não aberta e entregou-a a Eugene com um sorriso.
— Faz tempo. — Disse Eugene com um sorriso enquanto mexia um dedo.
Pop!
A rolha da garrafa de licor voou.
[Eles estão chegando,] a voz de Sienna de repente ecoou em suas cabeças.
Eugene e Anise não foram os únicos a ouvir sua voz. Toda a frota ouviu o aviso de Sienna.
Eugene puxou lentamente a Espada Sagrada.
Rooooaaar!
Conforme o mar vermelho escuro fora da barreira se abria.