Capítulo 287
Paimon (4)
O Éden estava agora totalmente restaurado. Já não estava em quarentena e a sua ligação ao mundo exterior estava de volta. Enquanto o Éden ainda estava em reconstrução antes, eles podiam se comunicar com Heo Sung-Hoon e Rohan, que estavam do lado de fora, mas a conexão era limitada. Agora, poderiam falar livremente um com o outro.
— Peço desculpas por ter que sair tão de repente. — Tao Chen fez uma saudação com o punho cerrado a Gi Gyu. — E gostaria de agradecer a você também, Bodhidharma, por me ensinar tanto.
Bodhidharma retribuiu a saudação e respondeu: — Você também me ajudou muito.
Gi Gyu se curvou ligeiramente para Tao Chen.
Tao Chen acrescentou: — Assim que a China recuperar a estabilidade, voltarei.
— Por favor, não tenha pressa. E não precisa voltar se não quiser. — Gi Gyu sorriu um pouco.
Ele estava apenas brincando, mas uma expressão séria apareceu no rosto de Tao Chen. — Como eu poderia fazer isso? Esta guerra se tornou muito maior agora, e… isto não é mais algo que você deva lidar sozinho. A China é sua vizinha e aliada, e eu realmente acredito que o mundo inteiro deveria ajudá-lo com isso.
Gi Gyu olhou para ele surpreso.
Tao Chen deve ter percebido que estava falando sério demais, então riu e continuou: — Mas é claro, não estou dizendo que você não pode lidar com isso sozinho. Eu só quero compartilhar seu fardo. — Então, ele riu alto antes de ficar sério. — Então, por favor… confiem em nós, humanos.
— Tudo bem. — Gi Gyu também realizou a saudação com o punho na palma da mão. — Vou lembrar o que você disse hoje, Tao Chen.
Tao Chen ficou feliz com a resposta de Gi Gyu. — Suponho que muitas coisas vão mudar de agora em diante… De qualquer forma, vou indo agora. — Com isso, ele foi embora.
Ao vê-lo partir, Bodhidharma falou baixinho: — Ele é realmente um grande homem.
Gi Gyu não podia negar isso. Tao Chen não estava sincronizado com ele, mas ele ainda era um dos poucos em quem Gi Gyu confiava.
— Ranker Kim Gi Gyu! — uma voz familiar o chamou. Já fazia tanto tempo que Gi Gyu não via esse homem que ele não pôde deixar de sorrir.
Heo Sung-Hoon correu em direção a Gi Gyu enquanto acenava com a mão.
— Sung-Hoon! — Gi Gyu o cumprimentou.
— Hã?! Tao Chen já saiu?! — Sung-Hoon perguntou desapontado. — Isso é ruim. Eu deveria ter conhecido melhor o próximo presidente chinês.
Gi Gyu sorriu para Sung-Hoon. Ele já sabia que Tao Chen planejava assumir o cargo de presidente. Seu sorriso se alargou quando Gi Gyu respondeu: — Parabéns por se tornar o novo presidente da ACJ.
Não muito tempo atrás, Gi Gyu ouviu a notícia de que Rohan e Heo Sung-Hoon haviam negociado com sucesso com o governo coreano. Com a ajuda deles, a dupla criou uma nova Associação de Coreana de Jogadores, e Heo Sung-Hoon seria seu presidente.
— Não será chamado ACJ. Agora se chama Éden.
— Perdão?
Sung-Hoon sorriu. — ACJ é um conceito antigo agora. Queríamos um novo começo para a Coreia e decidimos criar um nome diferente. Então a nova associação recebeu o nome deste lugar.
Gi Gyu ainda parecia confuso.
Sung-Hoon riu. Então, notando o monge, perguntou: — E quem é este senhor…? Ah! — Sung-Hoon já tinha ouvido falar de Bodhidharma. — Ele se parece com o retrato que vi antes…
Bodhidharma era uma lenda, então vê-lo pessoalmente pareceu surpreender Sung-Hoon.
O monge fez uma saudação com a palma da mão a Sung-Hoon. — Prazer em conhecê-lo.
Sung-Hoon parecia confuso.
Gi Gyu disse: — Ele gostaria de trabalhar como instrutor na nova associação.
— O quê? Bodhidharma, o Bodhidharma, quer ser instrutor…? — Sung-Hoon não conseguia acreditar no que ouvia. Bodhidharma foi uma figura lendária que criou o famoso Templo Shaolin. Ele nunca poderia ter sonhado que uma figura tão lendária iria querer se tornar um instrutor no Éden.
Gi Gyu perguntou: — Espero ter pelo menos essa autoridade para oferecer a ele este trabalho. Afinal, você usou o nome da minha casa, então você me deve uma, Sung-Hoon.
— …! — Sung-Hoon pareceu surpreso antes de sorrir amplamente.
Gi Gyu sorriu de volta.
***
Uma reunião começou no Éden. Todas as figuras relevantes no Éden estavam reunidas na Árvore Sefirot. Na verdade, a maioria das criaturas do Éden estava presente.
No entanto, a família Hwang estava estranha e notavelmente ausente.
Soo-Jung se sentou ao lado de Gi Gyu e perguntou: — Não vejo o Velho Hwang e seus lacaios aqui.
— Sim — sussurrou Gi Gyu.
— Bem… acho que a presença deles não é necessária. — Soo-Jung encolheu os ombros quando Gi Gyu não explicou mais nada.
A situação com a família Hwang estava na boca do povo do Éden.
‘Não só isso, mas a família Hwang será uma grande parte do que está por vir’, pensou Gi Gyu. Era precisamente por isso que os Hwangs não estavam aqui para a reunião.
— Hyung! Há quanto tempo. — Kim Sun-Pil, chefe da guilda Morningstar-Child, chegou. Sua guilda foi a que mais cresceu desde sua aliança com o Éden.
— Ouvi tudo de Rohan. Ouvi dizer que você foi incrível, hein? Bom trabalho, Sun-Pil. — Gi Gyu o elogiou.
Kim Sun-Pil coçou a bochecha timidamente.
‘Ainda bem.’ Gi Gyu ficou aliviado ao ver Sun-Pil bem.
Depois que Kim Dong-Hae perdeu seu corpo para o Leviatã, Sun-Pil foi forçado a trair Gi Gyu da pior maneira. Este incidente atormentou terrivelmente Sun-Pil, especialmente porque ele idolatrava Gi Gyu.
Mas, felizmente, Kim Sun-Pil parecia muito melhor agora.
— Saudações ao Mestre. — Um homem com uma voz familiar se curvou profundamente para Gi Gyu.
Gi Gyu coçou a bochecha sem jeito. — Olá, Rohan… — Ele ainda estava desconfortável com Rohan, mas acrescentou: — Bom trabalho. — Ele tinha que admitir que Rohan havia feito um excelente trabalho.
Rohan corou, feliz por seu mestre o ter elogiado. Ele então tossiu sem jeito antes de se sentar.
— Uau… — Heo Sung-Hoon foi o último a entrar. Ele cumprimentou alguns Grigories que ficaram no Éden e também apertou a mão de Choi Chang-Yong e de outros jogadores famosos. Esses jogadores lhe explicaram o que aconteceu no Éden durante sua ausência.
Quando Sung-Hoon ouviu falar do ataque e retirada de Ha Song-Su, ele estremeceu. — Uau, isso é loucura… Só as pessoas aqui são provavelmente suficientes para conquistar o mundo e muito mais.
Sung-Hoon examinou rapidamente todos reunidos na Árvore Sefirot. Havia um bom número deles e…
‘Cada um deles é tão poderoso’, Heo Sung-Hoon pensou severamente. Todos na sala eram mais fortes que ele.
Choi Chang-Yong murmurou: — Isso é um eufemismo. Tenho certeza de que o ranker Kim Gi Gyu sozinho pode conquistar o mundo.
Choi Chang-Yong, o mestre de uma das dez principais guildas coreanas e de alto ranker, agora tinha uma opinião favorável de Gi Gyu.
A sala estava barulhenta, com mortos-vivos, monstros e humanos conversando. Eles trocaram notícias e informações enquanto discutiam o que estava por vir. Após o recente ataque de Ha Song-Su, Hal e as outras criaturas do Éden começaram a interagir com Choi Chang-Yong e os outros humanos.
Só então, alguém bateu palmas ruidosamente pedindo atenção. A sala ficou em silêncio mortal.
Gi Gyu se levantou e cumprimentou: — Agora, obrigado a todos por terem vindo.
Gi Gyu tinha muitas coisas importantes para fazer, mas esta reunião era vital. Ele explicou: — Muitas coisas aconteceram em um período tão curto.
A China teve um golpe bem-sucedido, Gi Gyu aprendeu muito sobre Andras e até sincronizou com Paimon e obteve muitas informações dele, sem mencionar as coisas que aconteceram fora do Éden. E então houve o ataque de Ha Song-Su ao Éden.
Todos ficaram quietos, relembrando os momentos difíceis que sofreram juntos.
— Muito obrigado por todo o trabalho duro de vocês. Todos vocês se saíram muito bem. Convoquei esta reunião porque todos aqui têm o direito de saber o que aconteceu até agora. Será uma reunião curta, mas ainda quero agradecer por ter vindo.
Nem todo mundo sabia de tudo o que havia acontecido. Apenas Gi Gyu, o Velho Hwang e alguns outros sabiam de todos os detalhes. Todos precisavam estar na mesma página para que pudessem desenvolver seu próximo plano.
Sung-Hoon foi o primeiro a relatar. — A negociação com o governo coreano foi um sucesso. De agora em diante, o governo coreano cooperará plenamente com o Éden.
E não era só o governo coreano. Não havia nenhum representante chinês na sala, mas não havia dúvida de que o governo chinês seria um poderoso aliado do Éden a partir de agora.
Rohan foi o próximo a se levantar. Ele lhes entregou a ata da discussão com o governo coreano. Ele também descreveu a nova associação intitulada Éden. — O governo coreano e o resto do mundo não conhecem os detalhes do que aconteceu dentro do Éden. Mas eles sabem que um inimigo poderoso o atacou, e Éden lutou contra ele.
Isso era algo grande. O Éden participou no golpe chinês e se defendeu contra um inimigo poderoso. O mundo agora sabia o quão poderoso era o Éden.
Depois que Rohan e Heo Sung-Hoon terminaram seus relatórios, Kim Sun-Pil e alguns outros também deram seus próprios briefings. Algumas notícias eram grandes, enquanto outras eram detalhes menores. Eles falaram principalmente sobre como as guildas e jogadores de fora viam o Éden.
Quando todos terminaram, havia apenas mais uma coisa para discutir.
— Uma última coisa. — Gi Gyu se levantou novamente. Ele estava prestes a revelar o motivo desta reunião. Ele anunciou o óbvio: — Éden foi atacado.
Todos sabiam disso, mas alguns não sabiam exatamente o que havia acontecido.
— Ha Song-Su nos atacou.
Aqueles que antes não sabiam começaram a murmurar entre si.
— E… Ha Song-Su fugiu após ser derrotado. — Um sorriso apareceu no rosto de Gi Gyu quando ele acrescentou: — Para ser mais preciso, depois de ser derrotado por mim.
— …! — Muitos engasgaram.
***
Gi Gyu esperou nervosamente. A reunião terminou há muito tempo e todos desfrutaram de um merecido descanso.
Todos, exceto Gi Gyu.
— Mestre. — El caminhou até ele, preocupado com o fato de Gi Gyu parecer tão preocupado. Ela o tranquilizou: — Tenho certeza de que ele ficará bem.
Gi Gyu se animou um pouco. — Eu fiz a coisa certa, não foi?
Ele vinha questionando sua decisão desde que a tomou. Ele não tinha certeza se conseguiria lidar com as consequências de sua decisão.
‘Eu simplesmente não sei…’ Gi Gyu se sentiu genuinamente perturbado. Ele se arrependeria de sua decisão? Ele não sabia, e era exatamente isso que o preocupava.
— Heo Sung-Hoon me pediu para dizer que você deveria comparecer — disse El.
— Ah, ok. Obrigado, El — respondeu Gi Gyu.
El se sentou ao lado dele para esperar com Gi Gyu.
Heo Sung-Hoon pediu a Gi Gyu que participasse de uma reunião com o governo coreano. Gi Gyu não gostou da ideia e por isso se sentia incomodado. A verdade é que ele não precisava negociar com o governo. Afinal, Gi Gyu não precisava que a Coreia fizesse o que ele precisava.
Mas a situação era bem diferente para os jogadores que se aliaram a Gi Gyu.
— Haa… — Gi Gyu tinha muito em que pensar. Todas as coisas que exigiam sua atenção imediata estavam aumentando, e ele precisava desesperadamente da ajuda da família Hwang para elaborar planos e executá-los.
Só então, uma fada entrou voando.
— Mestre! — Brun se sentou no ombro de Gi Gyu. Ela era uma dos seres mais ocupados durante a restauração do Éden. Além disso, ela teve que passar por muita cura após a batalha com Ha Song-Su.
A Caçadora de Dragões absorveu grande parte da energia mágica de Gi Gyu durante a batalha, o que quase feriu Brunheart.
Brun se esfregou na bochecha de Gi Gyu. — Não se preocupe com nada, Mestre.
Gi Gyu deu um tapinha em Brun. Lou apareceu fazendo beicinho e se sentou ao lado dele.
— Lou — Gi Gyu disse. — Você está bem agora?
Lou faltou à reunião porque ainda estava se recuperando das notícias recentes. O fato de ele ser uma das espadas de Deus o abalou muito. E então havia a possibilidade de Paimon o ter traído.
Mas Lou estava aqui agora. Ele murmurou: — Eu quero ouvir a verdade…
Gi Gyu sorriu. Se Lou estava aqui para saber a verdade, isso significava que Lou queria que tudo o que os Hwangs estivessem ocupados tivesse sucesso.
Creak.
A porta se abriu e o Velho Hwang saiu como se estivesse saindo de uma sala de operação. O ferreiro idoso parecia exausto.
Gi Gyu perguntou: — Como foi…?