Capítulo 1 – Prólogo
Tendo escapado de seu desespero e desesperança, SoYoon continuou com fervor, ainda pensando na ligação que recebera uma hora antes.
– Me desculpa, SoYoon. Cometi um erro. Não acredito que me apaixonei por essa mentira. Devo ter enlouquecido. Podemos nos encontrar e conversar sobre isso? Vou resolver a situação da escola – podemos conversar pessoalmente? Sinto sua falta, SoYoon.
Seu namorado, DongHyun, era bonito e íntegro, e tinha uma educação respeitável. Ele era inteligente e era o único filho de uma família rica que possuía vários prédios em Gangnam. Não havia como um solteirão desses ser deixado em paz. Antes de DongHyun começar a sair com SoYoon, ele era cercado por garotas.
Quando DongHyun e SoYoon começaram a namorar, ele deixou claro que tinha uma namorada, mas as meninas se recusaram a desistir tão facilmente. Alguns tratavam SoYoon como se ela fosse uma ladra que havia roubado algo destinado exclusivamente a elas. Elas atacaram seu caráter, a excluíram e espalharam rumores sobre ela. Ela se tornou alvo de todo tipo de fofoca escandalosa, e os ataques contra ela se espalharam como fogo. Esses rumores fizeram com que suas amigas – e até DongHyun – começassem a suspeitar dela.
SoYoon tentou convencê-los de sua inocência, mas não havia mais ninguém que a escutasse. Suas palavras foram distorcidas e desfeitas pelos patifes. Depois de se tornar motivo de chacota de seus colegas de classe, que mal conhecia, ela nem queria mais sair.
Enquanto SoYoon pensava em seu passado, ela parou de andar.
‘Tudo isso pode realmente ser consertado? Posso confiar na mensagem de DongHyun?’
Ela balançou a cabeça com o pensamento.
— Bem, como isso poderia piorar? — SoYoon murmurou para si mesma e voltou a andar determinada.
Quando ela chegou ao local especificado para a reunião, olhos hostis a penetraram de todas as direções. Os nomes que ela nem imaginava ouvir alguns dias antes estavam agora sendo atirados nela.
‘Interesseira. A prostituta obcecada por dinheiro.’
Mas DongHyun deve ter tentado remediar a situação, porque ela notou que algumas das pessoas que ela pensara como amigas agora estavam hesitantes caminhando em sua direção.
— SoYoon…
SoYoon agarrou sua bolsa. Dentro havia um livro grosso.
‘Não, ainda não’, ela pensou.
Este não era o lugar para usar isso. SoYoon as ignorou e se afastou delas.
Quando ela virou a esquina, ouviu uma única palavra.
— Morra!
Mesmo nas sombras, a faca brilhou prateada enquanto descia sobre ela. A lâmina penetrou em seu estômago – depois em seu peito, braço e pescoço.
Um momento depois, SoYoon, deitada em uma poça de seu próprio sangue, olhou para a garota que a apunhalou. A mesma garota que falou mal dela para DongHyun estava em cima dela: Wi GaHyun. SoYoon tentou sussurrar o nome dela, mas tudo o que saiu de seus lábios foi o som do ar escapando.
— Morra, sua cadela! Se não fosse por você, DongHyun oppa nunca teria feito isso comigo!
SoYoon podia ver o veneno nos olhos de GaHyun. Era inacreditável. Ela claramente não sentiu remorso pelo que acabara de fazer, agindo como se fosse a vítima, a olhando furiosamente com aqueles olhos cruéis…
— Ahh!
Um grito agudo ecoou. As pessoas estavam correndo para aquela direção. Mas nenhuma pessoa tentou parar GaHyun.
SoYoon de repente percebeu como ela tinha sido ingênua por ficar quieta sobre GaHyun, confiando que suas amigas soubessem de tudo. A faca continuou a penetrar em seu corpo, mas SoYoon não conseguia mais sentir a dor. Fracamente, seus olhos reviraram em sua cabeça.
Da bolsa aberta, dois livros haviam caído. Um era para Joo DongHyung. Ela pretendia bater com esse livro na cabeça dele. O outro era um livro da biblioteca que ela havia pegado emprestado no último dia em que estudara. Era um livro sobre Alice, que procurava as respostas para as mortes misteriosas de seus pais e os homens enlouquecidos que a amavam – uma história de um lugar estranho chamado País das Maravilhas. Ela deveria devolver o livro amanhã.
— Olhe para você agora! — GaHyun riu loucamente.
Sentindo o prazer na risada da sua assassina, SoYoon de repente sentiu uma onda de ódio. Ela reuniu toda a força restante, agarrou o tornozelo de GaHyun e o torceu bruscamente.
— Fique fora da minha vida para sempre… M-mas que mer-?! — GaHyun disse surpresa.
GaHyun rapidamente escapou das garras de SoYoon, mas uma linha vermelha permaneceu onde estava sua mão. SoYoon, fascinada pela marca, olhou para ela. Mesmo quando sua visão escureceu ao seu redor, essa marca ainda era visível na escuridão.
Clank!
A lâmina que atingiu o chão foi o último som que SoYoon ouviu. Então, algo pesado pareceu empurrar seu corpo no chão.
***
Bip, bip, bip…
O som repetitivo das máquinas estava se tornando incômodo.
Ela lentamente abriu os olhos pesados. Pessoas vestidas de branco estavam se aproximando dela, dizendo algo que ela não conseguia ouvir. Máquinas estranhas a cercavam. Ela podia sentir o cheiro de produtos químicos no ar.
‘Devo ter sido levada ao hospital depois que desmaiei.’
Aliviada, SoYoon fechou os olhos novamente.
‘Eu sobrevivi… Que alívio.’