Arena – Capítulos 71 ao 80 - Anime Center BR

Arena – Capítulos 71 ao 80

Volume 2

Capítulo 71: Armeiro (2)

design do cartão que recebi diferia de um cartão normal, este parecia ser mais pesado e feito de metal, ao invés de plástico como nos demais.

O acabamento era em tom de preto fosco. Na frente havia as letras “ARENA” gravadas nele e na parte de trás o número do cartão.

Fora isso, não havia mais nada, o que deixava o cartão ainda mais descolado. Isso me fez pensar nos cartões das pessoas VIP.

“Isso é muito ‘maneiro’.”

Quando peguei o cartão e olhando para ele, imaginei que ele causaria um certo respeito. Estava admirando-o quando a Lee Soo-hyun me explicou.

— É o seu cartão personalizado.

“Interessante.”

No caminho de volta, eu fiquei pegando o cartão o tempo todo. Tendo algo como aquilo, me fez sentir como se fosse uma pessoa incrível. Devia ser por isso que pessoas ricas enlouqueciam por cartões personalizados.

Conforme anoiteceu, nós aproveitamos a vista noturna para passear por Geneva. Caminhamos, rimos e conversamos, tivemos um tempo divertido juntos.

No dia seguinte. Na parte da manhã, visitamos alguns locais desejados e por volta do meio-dia pegamos um voo para a Dinamarca.

 

***

 

— Cuide delas, por favor.

— Certo.

Para a minha solicitação, Lee Soo-hyun assentiu.

— Tenha uma boa reunião.

— Nós vamos nos divertir um pouco primeiro!

Min-jeong e Hyun-ji acenaram e sumiram com Lee Soo-hyun enquanto eu fui me encontrar com Odin. Elas estavam indo passear por Copenhague.

Eu fui para o mesmo restaurante da última vez. Falei o meu nome para o funcionário no balcão, que verificou alguma coisa e então me guiou.

Paramos em frente a um quarto, batemos na porta e pude ouvir a voz de Odin.

— Entre.

Abri a porta e entrei, no quarto estavam duas pessoas.

Uma delas era um bonito homem loiro, Odin.

O outro era um homem por volta dos 50 com uma barba incrível.

— É esse o amigo?

Perguntou o homem de meia-idade com a barba incrível, Odin confirmou.

— É ele sim, Sr. Kim Hyun-ho seja bem-vindo.

— Obrigado, já faz um tempo.

Apertamos as mãos e depois também apertei as mãos com o homem de meia-idade.

— Eu sou o Neils Oslon.

— Sou Kim Hyun-ho.

“Esse velhote chamado Neils deve ser o armeiro.”

Odin o apresentou para mim.

— Oslon é um participante de 13º rodada, as missões que ele completou foram simples, mas ele passou um tempo considerável na Arena.

— Acredito que passei uns 30 anos na Arena.

Por alguns instantes duvidei dos meus ouvidos.

— 30 anos?

— Sim, eu fiquei velho e morri de uma doença crônica, e assim me tornei um participante. Exames e todo o resto, penso que eu deveria ter simplesmente morrido, mas por alguma razão eu aceitei e disse querer viver e tudo mais, agora estou nesse barco.

— Espera aí, então, quantos anos você tem?

Ele respondeu a minha pergunta.

— Você é mesmo um novato.

— Sim…

— Eu tenho 57 anos. Se eu somasse os anos que passei na Arena, estaria próximo aos 90, contudo, não importa quanto tempo você passe na Arena, você não envelhece lá.

Eu havia aprendido isso na primeira vez. O tempo gasto na Arena não envelhecia o corpo, o que significava…

— Isso quer dizer, que você pode receber um teste em que você tenha que gastar um bom tempo.

— Exato, é por isso que eu sou um participante de 13º rodada que passou 30 anos lá. É realmente fatigante.

— Exatamente que tipo de missões você recebeu?

Eu perguntei, Neils estremeceu enquanto falava.

— Tive que me tornar um aprendiz do ferreiro da cidade. Esse foi meu primeiro exame.

— …

— A vida de um ferreiro é como a de um escravo sem nenhum tostão. Tive que implorar para me mandarem como um escravo livre para o ferreiro.

Havia exames como esse, aprendi isso no meu quarto exame, que nem todos os exames eram questão de vida ou morte.

— Meu exame mais demorado foi onde eu tive que fazer um rifle.

Neils continuou suas lamúrias.

— Como uma arma de fogo com cano longo, eu fiz o formato geral dela e entreguei para um mago colocar um feitiço. Usando um método mágico para atirar e assim criar uma arma mágica, dessa forma eu pude completar o exame.

— Hm? Isso era um rifle mágico?

— Isso, eu criei o primeiro do gênero.

Fiquei pálido.

Odin providenciou uma explicação simples.

— Todos os itens que você consegue adquirir por karma, são coisas encontradas na Arena.

O rifle mágico que o Neils havia inventado, por um curto período, foi popular nas províncias do norte, mas a produção era cara e o desempenho era fraco, com isso acabaram desaparecendo.

— Graças a esse rifle mágico, eu fui capaz de concluir em segurança meu segundo exame.

— Você completou uma missão usando aquele pedaço de merda?

Neils tinha um olhar de surpresa. Mesmo o criador da arma admitia seu baixo desempenho.

Por outro lado, se não fosse por Sylph, eu não teria sido capaz de usá-la.

— Para usar um negócio como aquele, e ainda conseguir fazer bom uso, você é tão bom assim atirando? Você é digno de receber uma arma.

— Foi tudo graças à “invocação de espíritos”.

Expliquei de forma simples sobre a Sylph, nisso ele bateu nos joelhos e gritou.

— É isso! Com isso, mesmo uma bosta de arma, poderia atirar bem!

— Sim, desde que ela não quebre enquanto dispara.

— Eu não faço armas tão vagabundas que quebram durante o disparo.

Neils disso isso como se estivesse gostando de mim.

— Tudo bem, você merece receber uma arma que eu fiz. Bem, eu já tinha alguns débitos a pagar para o Sr. Odin, de modo que eu te daria uma arma de qualquer jeito.

Olhei para ele com um olhar ansioso, pensando que  arma ele iria me entregar. Se pudesse ser uma arma automática, não, mesmo uma semiautomática seria ótima.

A cada disparo que eu fazia, ter que puxar o ferrolho de novo, essa ação gerava um esforço grande. Foi por causa disso, que mesmo com o Leon Silver na minha frente eu não pude atirar nele.

Ele via a direção do cano da arma e meus dedos puxando o gatilho para desviar dos disparos. Com esse tipo de arma, eu poderia disparar em sequência, e mesmo na melhor das hipóteses ele não conseguiria desviar de todas as balas.

— Me fale sobre a arma que você quer. Das armas que já fiz, vou te entregar a mais próxima a isso.

Para as palavras dele, eu respondi na hora.

— Um sistema de disparo automático seria o ideal. Caso não seja possível, uma semiautomática também seria boa.

— As duas armas que você usou até aqui, a merda do rifle mágico e o Mosin-Nagant, essas duas eram umas porcarias, por isso você pensa assim. Um Mosin-Nagant… é com isso que os maníacos costumam “brincar” porque ele é barato.

Ele soltou um suspiro de remorso e balançou a cabeça.

— Eu ainda não criei uma arma com sistema automático. Das armas que fiz, considerando semiautomáticas, eu tenho um rifle e um par de revólveres.

— Nesse caso eu vou querer o rifle.

— Pense nisso com cuidado.

— Desculpe?

— Por que você quer uma arma semiautomática? Se você superar um pouco do desconforto no uso, com o Mosin-Nagant você tem uma boa demonstração de força e poder. Sendo que, mirar, disparar, recarregar e atirar novamente, não é a Sylph quem faz?

— …

— Se você não está favorável devido ao ferrolho, isso só seria problema em situações de combate próximo.

Com essas palavras, não teve como não relembrar o dia que Hye-su morreu.

… era verdade. O desgraçado estava bem próximo a mim.

— Se for para atacar um inimigo que esteja perto, o que acha do revólver? Se for um revólver, eu posso dar dois para você.

— Dois revólveres?

— Você não está tendo que mirar, não é mesmo? A Sylph faz isso. Então se você pegar uma arma em cada mão e sair atirando em volta sem mirar, elas vão acertar o alvo de qualquer forma, não vão?

Com a ideia dele, não pude esconder minha surpresa. Após escutar isso, vi que era mesmo verdade!

Se fosse um combate próximo, essa forma seria muito mais poderosa e se fosse a uma longa distância, eu teria a Sylph para atirar com o Mosin-Nagant como havia sido até ali.

— Você é incrível! Ter uma ideia como essa!

— Em um lugar sem ninguém por perto, os exames curtos eram de dois anos e o mais longo foi de seis anos, enquanto eu completava os exames, como você acha que eu sobrevivia ao tédio?

— …

— Eu passei o tempo brincando e fazendo todo o tipo de coisa, devido a estar entediado.

Viver sozinho por anos era a receita perfeita para se perder a cabeça. Era fácil imaginar um homem de meia-idade brincando com uma arma em cada mão.

Neils invocou dois revólveres e me entregou eles.

— Pegue eles.

— Obrigado.

Peguei os dois revólveres e verifiquei minha placa de dados.

Neils H2: O primeiro e único fazedor de armas da Arena, criador dos revólveres semiautomáticos Oslon, cartuchos 375 magnum

  • Capacidade: 9 + 1
  • Alcance: 200 m.
  • Você não pode transferir para outros ou trocar por karma.

— São mais imponentes do que pensei.

— É porque eu praticamente copiei de uma Desert Eagle.

— Ah.

Não era por menos, que o design das armas me dava a impressão de já tê-lo visto em algum lugar.

—  Uma bala magnum é bem forte, porém, isso também vem com um forte “coice”, devido a isso é um pouco difícil de usar. Contudo, isso não se aplica aos participantes, né?

— Sim, isso não será um problema.

Meu “fortalecimento corporal” estava no nível intermediário 1, o que fazia os meus pulsos serem como aço.

Ter dois revólveres que eu poderia usar em curtas distâncias fez o meu coração errar as batidas de tanta alegria.

Somando-se as armas, o “fortalecimento corporal”, a “capacidade física”, “divinas proteções do fogo e do vento”, com tudo isso, nem mesmo o líder do Clã Prata, Leon Silver, seria um problema.

Eu me perguntei se seria possível conseguir uma habilidade relacionada com tiro de alguma forma.

“Talvez se eu combinar a habilidade ‘guia’ com uma arma, eu poderia criar uma habilidade nesse sentido.”

Soava possível, quando eu havia sintetizado o “fortalecimento corporal” e “guia”, eu consegui a “capacidade física”. Essa sintetização me deu uma habilidade para guiar o meu corpo.

Sendo assim, se eu combinasse a arma com o “guia”, parecia lógico que eu receberia uma habilidade relacionada com disparos.

Pensando nisso, pedi para o Neils.

— Você por acaso, teria alguma arma que está pensando em jogar fora?

— Por que pergunta isso?

— Eu tenho um negócio.

— As armas que eu faço não podem ser dadas a outros nem trocadas por karma, você sabe disso?

— Sim, eu vi a explicação.

Uma arma que fosse feita pelo Neils Oslon, só podia ter um dono, que era escolhido pelo seu criador, Neils Oslon.

— Você lembra o rifle mágico? Devido ao exame, eu tenho uns dez dele.

— Isso serviria. É descarado da minha parte, mas seria possível me dar um deles?

— Não tem valor, eles não têm nenhum uso. Se você me desse eles, eu não aceitaria.

Em seguida ele invocou um rifle mágico e me entregou.

“Legal!”

Com tudo isso, ter ido para a Dinamarca com certeza foi valioso. Com o acordo finalizado, nós dividimos uma refeição e compartilhamos algumas histórias.

Quando a bebida desceu, Neils soltou toda a sua vida na Arena, e ele era mesmo uma pessoa que passou por todo tipo de adversidade.

A mais ridícula foi na sétima rodada.

“Ir para uma terra remota onde ninguém nunca tinha ido e se estabelecer lá, isso foi um pouco duro.”

Ali, eu pude escutar um pedaço valioso de informação.

— Você sabe o porquê daquele anjo desgraçado ter me enviado para uma terra de ninguém no exame?

— Não tenho certeza. Isso foi para que a sua habilidade de produzir armas não influenciasse a sociedade da Arena?

— Isso também! Mas havia um motivo mais importante.

Neils matou sua cerveja em um único gole e falou.

— Isso foi para eliminar os erros na linha do tempo.

A explicação dele era essa. Ele começou os exames na mesma época que o Odin, mas enquanto o Odin passou 40 dias para o exame, Neils passou três anos. Em virtude de eliminar o problema com os saltos no tempo, o anjo enviou Neils para um lugar sem ninguém por perto.

Essa linha de pensamento fazia sentido. Eu cheguei a pensar em algo assim antes também. Se você observasse por esse ponto de vista, o motivo dos participantes de primeira rodada começarem em locais remotos, sem ninguém por perto, poderia ser devido a esse conflito nas linhas do tempo.

Volume 2

Capítulo 72: Sem Limite (1)

Quando voltei para o hotel, tentei sintetizar as habilidades.

— Sintetizar rifle mágico com “guia”.

Rifle mágico e guia (habilidade de apoio) estão sendo sintetizados.

Sintetização bem-sucedida. Você recebeu a habilidade disparo (habilidade sintetizada)

Rifle mágico foi utilizado.

Disparo (habilidade sintetizada): no uso de armas de fogo, 100% de acurácia para alvos em determinado alcance.

  • Nível inicial 1: alcance aplicável de 10 metros

— Legal!

Fiquei feliz, era essa habilidade que eu queria. Quando eu usasse uma arma de fogo mirando em algo dentro de 10 metros, mesmo sem a ajuda da Sylph, eu agora poderia acertar com 100% de precisão.

Sylph poderia atirar longas distâncias e eu podia atirar para curtas distâncias, seria um padrão duplo de disparo.

Min-jeong, que havia feito passeios animados com Hyun-ji por Copenhague, se manteve toda alegre e estava bastante apaixonada me abraçando e graças a isso, passamos uma ótima noite. No dia seguinte, com corações partidos, tomamos um voo de volta para a Coreia.

— Estamos a caminho.

Aeroporto de Incheon. Lee Soo-hyun havia preparado até um táxi particular para quando nós chegássemos no aeroporto.

Fiquei agradecido por ela ter cuidado do nosso itinerário até o último detalhe.

— Muito obrigado, somos muito gratos a você.

— Então você pode me pagar um jantar algum dia.

— … huh?

— Minha nossa! Eu adoraria ir também!

Min-jeong na hora grudou comigo e bloqueou o olhar. Eu não conseguia dizer se Lee Soo-hyun estava brincando ou não, por fim, ela sorriu e se foi.

 

***

 

[Recuperação relâmpago do Presidente Park Jin-seong!]

[Saúde deteriorada do Presidente Park Jin-seong “Eu não tenho problemas de saúde”]

[Queda na performance da Eletrônicos Jin-seong obriga o retorno do Presidente Park Jin-seong, tentativa de sucessão falha?]

[Presidente Park Jin-seong apresenta saúde excelente]

[Rápida recuperação das ações do Grupo Jin-seong afiliadas/companhias/subsidiárias, “o efeito do retorno do rei”]

[O retorno do Presidente Park Jin-seong “nós precisamos estar cientes que todos estão sempre à beira da morte”. Gerenciamento de negócios]

Jornais e revistas estavam todos em frenesi. O Presidente Park Jin-seong, mais do que estar saudável, havia reaparecido com aparência rejuvenescida.

[Maior patrimônio da República da Coreia, nível de influência 0, um homem grandioso]

[Para reorganizar o mundo financeiro, o rei faz um retorno marcante]

[Ações dos competidores perto de quebrar com o retorno da liderança dos Eletrônicos Jin-seong]

“Incrível.”

Assistindo às notícias, não pude conter meu encanto.

O curado Presidente Park Jin-seong, quando ele ingeriu sua última “chama da vida”, disse.

— A queda do Grupo Jin-seong não foi culpa dos meus filhos. O ambiente seguia para essa direção. Com os smartphones tablets, tudo estava saturado.

— Estava?

— Contudo, conforme eu volte a cena e esteja debaixo dos holofotes, essa antecipação vai aumentar o valor das ações.

Ela falou isso com confiança, rindo sem nem perceber.

— O aumento no valor das ações será temporário, mas o ambiente vai mudar. Em geral, quando você supera um obstáculo, é assim que você começa.

— Enfim, parabéns. Acredito que não vamos nos ver mais.

— Do que você está falando? Você é um participante que é gerenciado pelo Grupo Jin-seong. Se você esquecer disso, vai complicar as coisas.

— Mas isso era só título oficial, seu objetivo já foi alcançado.

— Nosso relacionamento vai continuar. Quem pode falar que eu não fique doente de novo?

— Você já viveu até aqui, isso deveria ser o suficiente. Bem, você planeja se tornar o próximo rei Jangsu¹? Você sabia que o filho do Jangsu, o príncipe herdeiro joda, foi a origem da palavra “bicar”?

— Seu desgraçado!

Ficamos falando isso e aquilo, até que o presidente falou e se despediu.

— Se tiver qualquer coisa que você precise, entre em contato comigo. E como recompensa por me dar uma nova vida, daqui a pouco vai ter um bônus, pode se preparar.

— Eu já tenho dinheiro o suficiente.

Havia 150 milhões na minha conta da Suíça. Eu me tornara um homem tão rico de repente, que nem tinha me acostumado com essa nova realidade.

Poderia ser também, devido a eu não saber como gastar esse dinheiro. De qualquer forma, depois da sua volta, o presidente estava mostrando um turbilhão de alegria e ver isso me alegrava também.

Mudanças drásticas numa linha de produtos inúteis, pesquisa de I.A. agressiva, novos designs e promoções, o Presidente Park Jin-seong parecia estar se divertindo muito. A diversão de estar vivo.

A imensa gratidão que ele sentia por receber outra oportunidade de viver. Com essa nova vida que ele recebeu, ele não estava desperdiçando nem um segundo, estava vivendo ao máximo.

Já que o executivo principal estava agindo assim, todos abaixo dele seguiram o mesmo modelo, ficando extremamente ocupados e assim todo o Grupo Jin-seong estava energizado.

Assim como o presidente havia previsto, a atmosfera havia mudado por completo.

Entretanto, ao contrário da recuperação completa do Presidente Park Jin-seong, meu tempo de descanso estava se aproximando do fim.

— Oppa, nós não estamos nos encontrando muito?

Essa era a noite anterior à noite do exame. Nós estávamos passando a noite juntos, no apartamento da Min-jeong, quando de repente ela perguntou isso.

— Você acha?

Realmente nós estávamos nos vendo todos os dias.

Isso era porque quando o quinto exame começasse, eu não sabia quanto tempo eu ficaria sem ver a Min-jeong, eu queria sair com ela o máximo que pudesse antes.

Do ponto de vista da Min-jeong, isso poderia estar sendo um pouco demais.

— Você está incomodada que eu venha aqui todo dia?

— Claro que não. Não foi isso que eu quis dizer.

Min-jeong me abraçou.

— Eu só tenho medo de que nós estejamos queimando rápido demais. E se esse fogo não durar muito e você se cansar de mim?

— Isso não vai acontecer. Posso te prometer isso.

— Tsk, como se isso fosse algo que desse para prometer.

Eu podia prometer isso sem dúvida. Já que, no dia seguinte eu teria que passar um bom tempo na Arena. E depois disso, se eu voltasse, não tinha dúvidas que depois de um longo tempo longe, eu estaria ardente pela Min-jeong.

— Na verdade, eu escutei que você nunca saiu com ninguém por muito tempo, foi isso que me falaram sobre a Min-jeong.

— Saco, ela sai falando todas as coisas!

— Você faz o mesmo. A partir de agora não vamos falar para a Hyun-ji coisas que ela não precisa saber, certo?

Ela sorriu.

— Dessa vez é diferente. Eu quero estar com você por muito, muito tempo.

— Eu também.

Honestamente, eu não tinha certeza. O relacionamento… eu havia começado apenas como um encontro casual.

Que mesmo que eu morresse, ela ficaria um pouco triste, mas esqueceria isso. Eu queria uma relação assim sem muito afeto. Contudo, Min-jeong, diferente da primeira impressão que tive dela, não era o tipo de garota casual que pensei. Eu abri a “tampa” e ao contrário da despreocupada Hyun-ji, ela se mostrou o oposto e muito sincera.

Isso me preocupava.

“Não duvido que ela ficaria triste se eu morresse.”

Olhei para ela e suspirei em segredo. Não havia outra maneira, eu tinha que sobreviver. Sem importar como, desesperado, persistente, eu tinha que retornar.

Na manhã do dia seguinte, eu a levei para o colégio e fui praticar na cabana na montanha

Nesses dias, diferente de antes, o presidente não aparecia mais diariamente, ao invés disse, um empregado vinha entregar as coisas que eu pedia.

Imaginei se ele estaria me tratando de forma descuidada agora que o acordo havia sido concluído.

— Aqui está.

— Obrigado.

Eu peguei a caixa que o terceiro secretário do Presidente Park Jin-seong havia me entregado e coloquei no porta-malas do carro. Era uma caixa cheia de balas magnum 357.

Eu precisava dessas balas para carregar minhas recém-adquiridas pistolas semiautomáticas Neils H2, depois segui direto para casa e guardei a caixa lá.

“Agora que penso nisso, estou chegando nos 30.”

Logo, já era dezembro. Quando eu retornasse do meu quinto exame, Min-jeong e Hyun-ji teriam terminado seus estudos. Min-jeong quando se formasse iria trabalhar na empresa de um parente e teria que se mudar para Seul.

Tinha a sensação de que ela já estava procurando por um apartamento na internet.

“Eu devo ser independente também?”

Pensei que não seria uma ideia ruim me mudar para Seul com a Min-jeong. Eu queria me mudar com ela, porém estando saindo a apenas um mês, pensei que seria rápido demais.

Essa era só a minha vontade.

“Quando eu voltasse, eu pegaria um lugar para mim.”

Eu tinha um monte de dinheiro, eu não deveria usar um pouco dele? Pensando nisso e aquilo, a hora havia chegado.

— Vamos lá.

Deitei-me na cama e fechei meus olhos. Respirei fundo e me abracei, em instantes eu perdi a consciência.

 

***

 

— Acorde. Até quando você vai ficar deitado aí dormindo?

Com os meus ouvidos, escutei uma voz familiar e revoltada, e com isso abri meus olhos. Percebi estar deitado.

Flap, flap.

O Anjo Bebê estava voando por perto, a primeira coisa que vi foi o rosto dele e isso me deixou de mau-humor.

— O que será o exame?

Eu perguntei, ele deu risada e falou.

— Esse será um exame bem fácil.

Aquele desgraçado, conforme as palavras saiam da boca dele, tive uma sensação ruim. Se era fácil, por que ele estava rindo?

— Placa de dados.

Nome: Kim Hyun-ho

Classe: 10

Karma: 0

Missão: Reviver a árvore-da-vida

Limite de Tempo: Sem limite

“Como eu esperava.”

A missão era mesmo para reviver a árvore-da-vida. Minha decisão de investir o karma nas “chamas da vida” havia sido boa.

Contudo, havia uma palavra que me perturbava.

— Sem limite?

— Uau, que legal. Não tem tempo limite e sem nenhum perigo, você pode passar seus dias sossegado com os elfos.

— Espera, por que é sem limite?

— Isso chateou você?

— Bem, não é que eu esteja chateado, quer dizer…

— O que você iria fazer se tivesse um tempo limite? Isso mudaria algo?

— … não.

Fosse como fosse, só havia uma maneira de reviver a árvore. Alimentar ela todos os dias com duas “chamas da vida”.

Não havia nada que eu pudesse fazer para acelerar o processo. Por isso não havia tempo limite, não teria sentido nisso.

“… espera. Não tem sentido? Sem chance.”

Não existia essa de não ter sentido. Isso deveria ter um propósito, nos exames tudo era uma dica. Uma mensagem oculta.

O objetivo deste exame. Sem dúvida havia algo que os deuses queriam comigo.

— É possível que isso dure mais que um ano?

— Existem pessoas que passam seis anos em um exame. O que tem de mal em um ano?

— …

Me lembrei do Neils e tremi.

— Não é como se o tempo gasto naquele mundo envelhecesse você, então não tem problema. Ah, mas você estará sozinho todas as noites, é esse o problema? Hehehe.

Eu queria atirar naquele desgraçado com as minhas armas.

— Vamos lá, não guarde rancor de mim, vamos, pegue o seu caminho.

A porta do exame apareceu na minha frente. Suspirei, abri a porta e entrei. Uma luz forte me engoliu.

 

***

 

— Hyung acorde! Vai dormir até quando?

— O sol já está no alto, você acha que nós vamos deixar você dormir?

— Não vamos permitir isso, humph.

Encarnações da jovialidade, aquelas crianças perversas sem coração haviam invadido minha tenda e me cercaram. Fui arrastado por elas para fora e vi uma cena de crianças e mulheres brincando.

As crianças elfos estavam brincando de gong-gi que eu havia ensinado para elas, e o quanto mais eu assistia, mais impressionado ficava com a habilidade delas, elas tinham dez gong-gi em cada mão e jogavam com as duas mãos em simultâneo!

“Todos elfos nascem com reflexos tão bons assim?”

Eu invoquei Sylph e Kasa e me livrei das crianças, então eu segui para a árvore-da-vida. Abaixo dela, as mães estavam reunidas.

— Você veio? Hoje você está atrasado.

Me curvei e falei.

— Estou, me desculpem.

— Sem problema, nós é que estamos pedindo sua ajuda de novo.

— Certo, como está a árvore-da-vida? Está tendo resultado?

A mais velha das mães assentiu com um rosto feliz.

— Nós verificamos com cuidado e é pouco, mas com certeza, há progresso. Nesse ritmo a árvore-da-vida estará revivida por completo em 10 anos.

“DEZ ANOS?”

Eu tremia.

“Não é como se o tempo gasto naquele mundo envelhecesse você, então não tem problema. Ah, mas você estará sozinho todas as noites, é esse o problema? Hehehe.”

As palavras do Anjo Bebê desgraçado cintilavam nos meus ouvidos como um alarme.

— Isso, isso não vai demorar tanto tempo!

“Certeza.”

 

 


Notas:

1 – Antigo imperador que terminou o processo de unificação da Coreia. Seu nome póstumo foi conhecido como “Long Life” (em tradução livre, “Vida Longa”), devido ao seu reinado de 79 anos (dos 19 aos 98 anos), o mais longo da história do leste asiático.

Volume 2

Capítulo 73: Sem Limite (2)

Minhas “chamas da vida” estavam no nível intermediário 1, isso graças a mim ter colocado de forma agressiva 1.300 karma nisso.

“Ainda bem, que alívio!”

Estava grato a mim mesmo por ter tomado uma decisão importante. Eu poderia ter gastado dez anos vivendo sozinho. Nesse período, que era bastante tempo, quem poderia imaginar se eu não esqueceria o rosto da Min-jeong.

— Será se eu deveria ter usado 1.800 karma e ter aumentado para o nível intermediário 2?

De qualquer forma, o exame  não apresentava muita dificuldade.

Eu criei uma chama da vida e inseri na árvore-da-vida.

“Mais uma vez.”

Fiz outra chama e inseri de novo.

Assim que a chama foi absorvida, sentia como se a energia estivesse retornando para a árvore-da-vida.  Ou talvez essa fosse só impressão minha.

Eles iriam colocar a palavra “sem limite” para a tarefa se só com essas duas chamas já fosse possível notar alguma diferença?

“Qual era a intenção? Por que não tinha limite?”

Pensei muito sobre isso. No exame anterior eu havia passado 30 dias ali e completei o exame.

Tirando a questão do tempo, era um exame fácil, ainda mais que passar tempo com a árvore-da-vida aumentava o nível da minha “invocação de espíritos”.

Ah…!”

Enfim, eu cheguei a uma conclusão. Esse exame estava me dando a oportunidade de crescer e me desenvolver. Se eu passasse um longo tempo ali, o quanto mais eu ficasse, mais aumentaria o nível da minha “invocação de espíritos”.

Era ali no quinto exame, eu que havia perdido todos meus companheiros, era um tempo precioso para melhorar minhas habilidades.

“Certo, essa é uma boa oportunidade, eu vou usar ela bem.”

Fiz uma promessa para mim mesmo. Não importaria quanto tempo o exame levasse, eu iria aproveitar isso e ter um crescimento relâmpago.

Claro, eu estaria solitário, não poderia ver minha família nem a Min-jeong, mas eu iria suportar e passar por isso. Contanto que eu completasse o exame, eu poderia ver eles de novo, sendo assim, não tinha por que ficar impaciente.

Me dirigi até as mães e fiz uma solicitação.

— Enquanto eu estiver aqui, tudo bem se eu ficar na árvore-da-vida?

— Na árvore-da-vida?

— Sim. Eu gostaria de passar às 24 horas do dia perto dela.

As mães permitiram com alegria.

— Não vemos nenhum problema nisso. Você é da família, não importa o quanto, ficar perto da árvore é bom.

— É bom ver que você se sente apegado à árvore-da-vida.

— Obrigado.

A partir daquele dia, eu passei a ficar todos os dias na árvore-da-vida. Refeições, sono também, eu fazia tudo em cima da por lá.

Quanto mais perto da árvore-da-vida eu ficasse, mais isso aumentaria minha “invocação de espíritos”, eu estava recorrendo ao máximo. Graças a “capacidade física” nível inicial três, subir na árvore não era difícil, eu tinha um bom salto e bom equilíbrio.

Depois de uma semana assim, a árvore-da-vida parecia uma planície para mim.

— O oppa humano é estranho.

— Ele não desce da árvore.

— Eu aposto que nem os macacos-vermelhos gostam tanto da copa das árvores quanto o oppa.

— Ele é como um macaco.

Os jovens elfos olhavam para mim não descendo da árvore-da-vida e começaram uma conversa animada. Porém, uma jovem elfo se agarrou a árvore e começou a subir nela.

Se fosse uma garotinha comum, teria sido impossível chegar aonde eu estava, mas quem sabe devido a ela ser uma elfo, com bravura chegou até mim. A jovem era ninguém menos que Elise.

Quase sequestrada por humanos sem coração, ela era alguém que já havia sofrido muito com ansiedade.

— Hehe.

Ela olhou para mim e deu um sorriso tímido, ela era tão fofinha. Eu gostaria de pegar ela como minha filha, mas a irmã mais velha dela, a Ella, provavelmente, não deixaria isso acontecer.

— Oi!

— Hehe, oi.

— Não é legal aqui?

— Hm, é sim.

— Você quer subir mais alto ainda?

— Uh huh!

Escalamos a árvore juntos. A árvore-da-vida havia crescido até o céu, a escalada não tinha fim.

Caso perdêssemos um galho, eu poderia invocar a Sylph para nos pegar, então não tinha perigo de nos machucarmos. Conforme começamos a subir ainda mais, lá embaixo os jovens elfos começaram a fazer barulho.

— O que eles estão fazendo? O hyung humano e a Elise começaram a subir juntos!

— Deve ser legal lá em cima.

— Você acha que eles estão competindo para ver quem consegue subir mais alto?

— Eu quero subir também!

— Huh? Eu também!

Isso seria uma mentalidade de bando? Os jovens elfos se envolveram na brincadeira e todos começaram a escalar a árvore-da-vida.

Eu fiquei preocupado que pudesse ter encorajado uma coisa sem sentido e perigosa para as crianças, mas essa foi uma preocupação desnecessária.

— Hohoho, as crianças estão brincando bastante.

— Quando nós éramos jovens, também brincávamos bastante na árvore-da-vida.

— Quanto mais tempo você passa nela, mais energia nós recebemos da Mãe Natureza, isso é bom.

As mães pareciam felizes. Eu não podia mesmo olhar para os elfos com o mesmo ponto de vista dos humanos.

Penso que eles nunca se preocuparam com coisas como uma queda. Além do que, eles tinham espíritos, então eles não tinham medo disso. Sem falar que, o nível básico dos elfos, já era bem mais condicionado que o dos humanos.

Contudo, os jovens elfos que haviam me seguido, pareciam ter se entediado.

— Hyung, e agora?

— Nos ensine alguma coisa divertida.

— Isso, isso.

— Já que você nos trouxe até aqui, isso é sua responsabilidade.

Eu estava ficando com medo daquelas crianças. Após pensar suando frio, eu tive uma ideia.

“Certo.”

Era hora de mostrar um novo jogo para eles.

— Vamos brincar de pega-pega.

— O que é isso?

— O quê?

— Pegar o quê?

As crianças se juntaram em volta como um enxame e eu expliquei as regras do pega-pega.

— Se você for pego por quem for o pegador, quem foi pego se torna o novo pegador.

— Se você for pego, você pode escapar?

— Não, se o seu corpo for tocado pelo pegador, você se torna o próximo pegador.

— Então você só precisa correr para longe?

— Vamos brincar que você não pode sair dessa árvore, e não podemos ir muito alto.

Para começar, eu fui o pegador para mostrar para eles como fazer.

— Estou indo!

— Aaah!

— Fujam!

— Hyung está vindo!

— Não podemos ser pegos!

Os pequenos elfos gritaram e se espalharam, dentre eles, meu alvo era uma elfo pequena.

— Aaah!

A elfo gritou apavorada e saiu correndo. Ela estava assustada, mas o seu rosto sorria. Eu me movi para a esquerda e direita e a cerquei na ponta de um galho, ela estava sem saída, quando pulou então para baixo.

— O quê?

Eu me assustei, mas a pequena elfo invocou uma Sylph e cavalgou pelo vento para outro galho.

— … vamos proibir a invocação de espíritos. Se você invocar um espírito você se torna o pegador.

— Certo!

— Entendido!

— Isso é engraçado!

Os jovens elfos estavam animados. Eu não tinha nada em especial para fazer mesmo, então isso acabou virando um exercício, era bom para todos.

As crianças tinham o físico privilegiado dos elfos e estavam familiarizados com a árvore, elas eram ágeis. Mas, ainda assim eram crianças, e graças a minha “capacidade física” nível inicial três, eu consegui pegar um jovem elfo sem problemas.

— Droga, agora eu sou o pegador!

— Hahaha, Rick, é o pegador!

— Não sejam pegos!

O pega-pega era contagiante. Apesar de ser uma brincadeira de pegar, chamou a atenção dos adultos. No começo, eles olharam com alegria vendo eu brincar com as crianças, mas gradualmente suas percepções mudaram.

— Acha que podemos usar isso para treinar?

— Parece uma boa prática de exercício.

— Se eles escalarem bem as árvores, isso será bom nas batalhas também.

Os jovens elfos adultos entraram na brincadeira maluca do pega-pega. Eles, em um horário combinado todos os dias, se reuniam e brincavam de pega-pega para treinar. Claro que os adultos, praticavam em pontos mais altos.

As crianças assistiam e brincavam comigo na parte mais baixa da árvore.

“Essa parte era interessante.”

O topo da árvore-da-vida. Uma velocidade absurda, conforme os elfos adultos treinavam com pega-pega, eu assistia eles sem conseguir controlar meu espanto, eles eram rápidos demais!

Acrobacias e saltos mortais, para depois em raminhos finos, recuperarem o equilíbrio.

“Isso é humano? Ah, certo, não são humanos.”

Eu era um homem crescido e ainda assim não podia acompanhar eles, com isso eu tinha que brincar com as crianças. Contudo, as crianças também haviam enlouquecido com esse jogo e mostraram um crescimento incrível.

Eles pegaram o jeito para isso, e logo, escalavam como esquilos.

— Hehehe, tente me pegar!

— Não, tente me pegar!

De todas as direções, as pequenas crianças monstro me incitavam. Agora, pegar elas, estava ficando cada vez mais difícil.

Ahh, vamos pensar nisso como treinamento.”

À medida que o tempo passava, isso acontecia mais e mais, o “fortalecimento corporal” nível intermediário 1 havia alcançado seu limite, eu estava exausto e ofegante. Isso aconteceu cada vez mais.

Não apenas isso, a bem-comportada Elise, também saltou de um galho para outro e escapou da minha caçada, me senti traído. Ao menos, a irmã mais velha Ella e seu amado Jake estavam felizes com ela ficando mais forte.

“Sem chance de meu condicionamento estar falhando, deve ser a diferença de energia.”

Meu condicionamento estava no nível do Kang Chun-seong, nível intermediário 1. Seria possível que o condicionamento dele, perderia para as crianças elfos?

“Suponho que o problema está em se equilibrar nos galhos.”

Por dez dias eu continuei a tratar da árvore-da-vida e brinquei de pega-pega repetidas vezes.

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora reflexos.

  • Nível inicial 4

Minha fadiga sumiu na hora, ao invés disso fiquei extasiado.

“Minha ‘capacidade física’ evoluiu!”

Ficando na vila dos elfos, minhas habilidades de invocação não eram as únicas que podiam evoluir.

Um problema simples. Tendo dominado artes marciais por toda a sua vida, Kang Chun-seong, desde o começo possuía um nível incrível de habilidades. Sendo assim, por meio dos treinos eu poderia evoluir minhas habilidades.

Não no chão liso, mas em cima de uma árvore-da-vida, vivendo 24 horas por dia nela, com jogos intensos de pega-pega, eu melhorei meu equilíbrio. De modo que, não era de todo estranho que tivesse melhorado minha “capacidade física”.

“Vou seguir assim!”

A “invocação de espíritos”, habilidades de reflexo e condicionamento, havia me decidido a evoluir todas. Era um treino que era uma brincadeira, então mesmo sendo difícil, também era divertido.

— Oppa humano ficou mais rápido de repente!

— Nós não vamos conseguir pegar ele!

— Hyung, os movimentos do seu corpo do nada parecem estranhos! Isso é suspeito!

Graças a “capacidade física” ter evoluído eu fui pego menos no pega-pega. Ficou um mundo mais fácil, me mover e equilibrar em cima da árvore.

Em um momento, eu dei um grande salto, balancei meus braços ainda no ar e ajustei meu balanço conforme eu aterrissei em um galho a 10 metros de distância.

Conseguir fazer essa manobra incrível, aquilo me acordou. Aumentando meu nível, movimentos maiores seriam possíveis, e então no vigésimo dia do quinto exame.

Invocação de espíritos (habilidade principal): invoque um espírito e utilize o poder da natureza.

  • Espíritos possíveis de invocação: Sylph, Kasa
  • Nível inicial 3: tempo de invocação 2 horas e 30 minutos

— Hahahaha!

Colhendo os frutos de comer, dormir e brincar na árvore-da-vida. Minha “invocação de espíritos” havia evoluído em 20 dias!

“Continue assim.”

Decidi mudar as regras para dois pegadores e assim aumentar o nível de dificuldade. A habilidade de pegar das crianças mais uma vez melhorou na hora, e vendo isso desde cima, os homens elfos aumentaram para três pegadores no treino deles.

— Fazendo isso o treino fica mais efetivo.

— Você tem que saber quem o pegador é, isso ajuda a treinar a memória e tomada de decisão também.

— Ele é mesmo um humano digno para as mães aceitarem como família.

— Aquele humano é um gênio?

Os elogios para mim eram grandes. A maior preocupação para comigo claro era a recuperação da árvore-da-vida, eu havia me tornado alguém que não podia faltar na vila.

E a essa altura, a encarnação dos temperamentais, Ella, trouxe aperitivos para comermos, maçãs, morangos, uvas e algumas coisas secas também.

— Obrigada, Elise está muito mais feliz.

— Ah, não foi nada.

Se a Ella estava me agradecendo, pensei poder dizer que todos os elfos gostavam de mim.

Volume 2

Capítulo 74: Crescimento Explosivo (1)

No 42º dia;

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora reflexos.

  • Nível inicial 5

Conforme dois pegadores me cercaram em um estilo de caça, eu escapei de forma incrível. Ao fazer isso, as crianças explodiram com reclamações.

— O quê, o hyung humano é bom assim!

— Hmph, eu não consigo pegar ele de jeito nenhum!

— Não seja safado brincando aqui com as crianças, vá brincar lá em cima!

— Que jogo sujo, estar brincando aqui com as crianças!

“Não faz muito tempo, vocês zombavam dos meus reflexos lentos, seus merdinhas!”

Tendo me tornado um adulto safado que se aproveitava para ganhar das crianças, não tive outra opção senão subir para onde os monstros estavam reunidos.

— Huh? Qual o problema Kim?

Jake mostrou interesse, nós havíamos nos aproximado ao ponto de ele trocar o “humano” por “Kim”.

A parte superior da árvore-da-vida. Se alguém caísse dessa altura, eu não acredito que seria possível restaurar os ossos! Aqui era o campo de treinamento dos elfos adultos.

A brincadeira de pega-pega que se popularizou, os adultos aprimoraram, e talvez isso parecesse muito divertido, já que até as elfos estavam participando.

— As crianças me mandaram brincar aqui. Hmph, eles costumavam grudar em mim e me implorar para brincar.

— Você parecia ter um pouco de dificuldade com o seu equilíbrio no começo, mas parece que você se familiarizou bem com isso. Considerando que você é um humano, você é ótimo.

— Sério?

— Nosso território foi invadido diversas vezes pelos humanos, porém eu não vi nenhum humano com um equilíbrio tão bom quanto o seu.

— Esse é um grande elogio, obrigado.

— Mesmo que ao final, você seja apenas um humano.

— …

— Não há nada que alguém possa fazer sobre os limites que carrega do nascimento, não se aflija muito com isso.

— Eu não estou aflito, eu nem comecei!

— Tente melhorar então. Se o seu oponente for uma elfo, pode ser que seja possível.

Assim que essas palavras saíram da boca dele, um elfo veio em nossa direção. Ele devia ser o pegador.

— Boa sorte.

Pat!

Jake se arremessou esquivando do pegador. O elfo parou por um momento e então virou seu olhar para mim.

O olhar dele perguntava se eu estava jogando com eles também, para o qual eu assenti. Ele sorriu, quando…

Pat!

Ele diminui a distância em um instante. Um mero começo dos adultos era completamente diferente de brincar com as crianças.

 

***

 

Treinar com os adultos, aquilo não era mesmo uma brincadeira, era treino puro. Eu tive que ser o pegador a maior parte do tempo.

Contudo, sofrendo desse jeito, meu “fortalecimento corporal” saltou para o nível intermediário 2. Dando tudo de mim para pegar os elfos, mesmo não acompanhando eles, minhas habilidades que já haviam superado os limites humanos, cresceram ainda mais.

Foi um tempo proveitoso.

Quatro meses desde o início do exame, a árvore-da-vida agora mostrava sinais claros de recuperação. Mesmo aos meus olhos, ela mostrava mais vitalidade.

As poucas folhas murchas e secas, já não eram mais vistas, agora todas eram folhas novas e verdes.

— Nesse ritmo, em dois meses a árvore-da-vida poderá estar recuperada por completo.

Com o que a mais velha das mães falou, eu não discordava em nada.

Durante os últimos quatro meses, eu havia alcançado um crescimento incrível.

Invocação de espíritos (habilidade principal): invoque um espírito e utilize o poder da natureza.

  • Espíritos possíveis de invocação: Sylph, Kasa
  • Nível inicial 4: tempo de invocação 2 horas e 45 minutos

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora reflexos.

  • Nível inicial 5

Fortalecimento corporal (habilidade de apoio): aumento de força física.

  • Nível intermediário 2: condicionamento de uma elfo adulta.

“Veja isso, que ótimo crescimento!”

Sem dúvidas esse era o resultado de quatro meses de trabalho duro, além de que, sem fazer uso do karma, essa evolução das habilidades era um grande ganho.

“Só um pouco mais.”

Eu queria terminar logo a missão e ir para casa. Sentia falta da minha família e da Min-jeong também.

Tarde da noite, eu tive esses pensamentos e superei eles com treino!

Além disso, eu não iria perder essa oportunidade. Sem risco de morte, desenvolvendo minhas habilidades, essa era uma ótima chance, como eu poderia deixar isso passar?

Após refletir um pouco, compartilhei uma ideia com as mães.

— O que acham disso?

— …

— Como vocês bem sabem, eu posso fazer duas chamas da vida por dia. Nesse momento, a árvore-da-vida já se recuperou visivelmente, com isso eu vou dar uma chama da vida para ela e podemos usar a outra para outra coisa.

— Quem sabe outra árvore, quer dizer, outra árvore com potencial para se tornar uma árvore-da-vida.

— Exato. No sentido de essa árvore-da-vida sobreviver e mais outra árvore-da-vida nascer, isso não seria de grande ajuda para os elfos?

— Seria mesmo!

— Se a Montanha Marrom tivesse duas árvores-da-vida, então nosso clã elfo prosperaria muito mais.

— Elfos sofrendo em outras áreas viriam para cá.

— A Montanha Marrom iria se tornar o oásis dos elfos!

— Devemos fazer isso!

— Nós teremos duas árvores-da-vida!

— Se isso acontecer, não teremos que nos preocupar com nada.

As mães reagiram de forma explosiva.

— É mesmo tão vantajoso ter duas árvores-da-vida?

— É sim, a árvore-da-vida é a base do poder dos elfos, ou assim pode-se dizer. A energia da Mãe Natureza, quanto mais for emanada, mais forte nós ficaremos.

— Sendo assim, o que acham de fazer o que eu proponho?

— Se você puder, nós ficaremos imensamente agradecidas.

Sendo assim, ficou decidido que uma “chama da vida” seria usada para crescer uma árvore diferente.

— Você é o Kim?

Um casal de elfos de meia-idade se aproximou de mim. Com algumas rugas, o elfo possuía um rosto imponente. Se ele estivesse na Terra, mais do que algumas garotas enlouqueceriam por ele.

— Eu sou o Derrick.

O elfo de meia-idade, Derrick, era o elfo mais velho daquela vila.

— Hohoho, Kim, essa é a primeira vez que você vê meu marido?

Ele era o marido da mãe mais velha. Era fácil de perceber que ele era o maioral dos elfos machos.

— Peço desculpas por não ter me mostrado antes. Encarar um humano era desconfortável, de modo que eu estava te evitando mesmo.

— Você deve ter memórias ruins com os humanos, né?

— Nós podemos chamar isso de uma invasão de grande escala. Nós lutamos e vencemos, contudo, foi uma vitória cara. Bem, isso foi há 240 anos.

— Vamos, vamos, eu disse para você esquecer isso.

A voz da mais velha mãe, para minha surpresa, ficou bem suave. Sem dúvida, quando lidava com seu próprio marido, ao invés de carisma, ela mostrava fofura.

Vendo o enorme afeto do casal, fiquei enciumado. Queria estar assim com a Min-jeong…

Derrick estendeu a mão dele.

— Você é nosso salvador e família, então eu devo deixar de lado esse desconforto.

— Obrigado.

Apertei as mãos com Derrick. A mão dele estava cheia de calos, era a mão de um guerreiro. Ele era alguém com grande presença.

“Eu quero ser como ele.”

Senti estar num bromance com aquele elfo carismático de meia-idade, Derrick.

— Daqui pra frente, eu vou vir todas as manhãs para pegar as “chamas da vida”. Com isso eu irei para o sudeste da Montanha Marrom, para promover o crescimento do pinheiro eu mesmo.

— Sudeste?

— Isso, a uns 5 km daqui.

Estava surpreso por completo, 5 km naquele terreno difícil, era uma distância considerável.

“Ele vai ir e voltar essa distância todos os dias?”

— É assim que você tem feito até aqui?

— Sim, já que é uma riqueza que pode significar nosso futuro.

— Graças ao sacrifício que você tem feito, nós somos fortes.

A mais velha mãe demonstrou carinho pelo seu marido e Derrick alisou o cabelo dela.

Ahhh, ele é tão maneiro.”

Ele era um homem dentre os homens. Eu ficara de cabeça virada pelo carisma dele.

— Desculpe, mas seria possível eu ir com você todas as manhãs?

— Essa não seria uma longa distância para um humano?

— Eu não tenho mais nada para fazer de manhã, isso seria como um treino também.

— Sem problema. Você só vai ter que se esforçar para acompanhar.

— Certo!

Derrick deu um tapa no meu ombro e seguiu seu caminho.

“Ele é tão maneiro!”

A mais velha das mães, quem se despediu do Derrick, voltou toda orgulhosa.

— Ele não é maravilhoso!

— Sim, acho que posso me apaixonar por ele.

Talvez ela tenha me interpretado mal, mas ela começou a me olhar com olhos desconfiados.

 

***

 

De manhã, uma corrida de 5 km com Derrick até a árvore e depois voltar.

À tarde, treino de pega-pega com os elfos.

Minha agenda se organizou dessa maneira.

— Rápido.

Derrick falou lá de cima, eu cerrei meus dentes e aumentei minha velocidade. Eu mal mantive o ritmo, quando chegamos eu estava quase sem ar, ofegante.

— É esse malandrinho.

Derrick olhou atento para um pinheiro na sua frente. Haviam me falado de uma potencial jovem árvore-da-vida, então havia imaginado uma planta pequena. Entretanto, vendo-a de verdade…

“Se fosse no meu mundo, essa seria considerada uma árvore sagrada sem dúvidas.”

O comprimento dela era de 30 metros e crescendo. Se a árvore-da-vida fosse uma grande torre, essa era uma grande coluna.

— Essa é a terceira coisa mais importante que temos que proteger.

— O que são a primeira e segunda?

— A segunda é nossa própria árvore-da-vida. A primeira são as nossas crianças.

— Ah… 

“Acredito que estou me apaixonando por ele!”

Olhei para o rosto nobre dele, se a mais velha das mães visse isso, ficaria ainda mais preocupada comigo.

— Se apresse e faça o que tem que fazer, esse lugar é perigoso.

— Perigoso?

— Vários monstros passam por aqui com frequência.

— …

— Humanos vem do Norte e licantropos vem pelo Leste, eles têm causado bastante confusão, porém estamos cheios de jovens. O perigo real é nesse lugar.

— Que tipo de monstros tem aqui?

— Os zumbis.

— Perdão?

— Coisas mortas que foram forçadas de volta à vida, porém, não estão mais nem mortas, nem vivas.

— Uhh, existem coisas como essa?

— Você é um humano e não sabe? Que interessante!

Derrick olhou para mim que estava perplexo e falou.

— Aqueles que fazem esse tipo de coisa, são os humanos que praticam magia negra. O ataque de 240 anos atrás, foi assim também, de modo que não tem como eu gostar de ver humanos.

— …

— Claro, você é uma exceção.

Derrick bateu no meu ombro, me senti tocado, eu estava mesmo gostando dele!

Independente disso, os zumbis que eu havia visto em filmes, esse tipo de monstros, não imaginava que pudessem existir de verdade.

— Então, se você matar um zumbi, eles não morrem?

— Nem tanto. — Derrick falou. — Você vai atrás do majeong negro.

Majeong negro? Pensando nisso, me falaram que aqui na Arena, monstros e humanos, concentram mana em forma de majeong

Parecia que o majeong negro dos zumbis, seguia uma regra similar ao majeong comum.

— Com magia negra, criam majeong artificial para reviver cadáveres e os fazer se mover. Você só precisa quebrar isso para pará-los, em geral, fica na cabeça.

Derrick bateu nas minhas costas e falou.

— Vá, os desgraçados não escolhem dia ou noite, eles atacam a qualquer hora.

— Eu quero lutar. — Eu falei.

— Você não pode.

Derrick me cortou na hora e disse.

— Você é alguém precioso para nós. Deixe as coisas perigosas para o restante de nós.

— Não vou ser descuidado. Eu quero verificar o quão mais forte eu fiquei.

— Esse não é um lugar para se verificar.

As habilidades que eu havia melhorado no tempo gasto em cima da árvore-da-vida treinando pega-pega e os dois revólveres que eu havia recebido do armeiro Neils Oslan. Eu queria ver através de uma luta, o quão mais forte eu havia ficado desde o último exame.

— Você poderia jogar uma pedra para mim?

Peguei uma pedra e entreguei para o Derrick.

— Jogar para onde?

— Qualquer lugar.

Conforme falei, invoquei uma Neils H2 na minha mão direita. No momento que a pedra foi jogada eu atirei.

Bang!

Antes de a pedra passar pela minha cabeça, estava toda despedaçada. A habilidade “disparo” que concedia uma precisão de 100% dentro de 10 metros, esse era o momento perfeito para testá-la.

Os olhos de Derrick arregalaram.

Volume 2

Capítulo 75: Crescimento Explosivo (2)

— Como você fez isso?

— Atirei nela.

— Quê arma é essa?

Derrick mostrou interesse na minha Neils H2.

— É uma arma chamada revólver. Um pequeno projétil é atirado contra o alvo.

— Eu pensei ter visto algo voando, mas pensei ser só impressão.

“Pera aí, esse cara disse que viu a bala disparada?”

Eu era quem devia estar alarmado. Uma bala zunindo mais rápido que a velocidade do som e ele viu isso, isso era uma visão bestial.

— Os humanos usam esse tipo de arma hoje em dia?

— Não, essa é uma arma que só eu tenho. Sabe, só existe uma pessoa que consegue fazer elas.

— Isso é um alívio. Se todos os humanos usassem essa coisa, isso seria uma grande ameaça para nós.

— Eu não acredito que você precise se preocupar tanto, mas o que você acha? Com isso, eu posso tomar parte nas lutas?

— Hmm… 

— Se ficar perigoso, eu mesmo vou me retirar e fugir.

— Tudo bem, mas com uma condição.

— Qual?

— Não saia de perto de mim nem por um instante.

— Huk!

— Hm? O que foi?

— Ah, nada, eu não falei nada.

“Por favor pare com esse carisma majestoso! Eu acho que vou mesmo cair por você!”

Nesse ritmo, eu poderia mesmo me tornar o rival amoroso da mais velha das mães.

Depois da sugestão de Derrick eu voltei para a vila naquele dia. Durante à tarde, no treino de pega-pega eu me gabei disso com Jake.

— Com o “tio” Derrick?

— Exato.

— Sem chance!

—  O que tem de mais?

— Tio Derrick é o nosso herói! Todo mundo quer batalhar ao lado dele!

Jake ardia de inveja.

Ah, os rivais da mais velha das mães são muitos. Derrick era alguém maléfico mesmo.”

— Nós queríamos enfrentar os zumbis com o tio no Sudeste também. Mas, os mais velhos não deixaram, por isso ficamos no Nordeste que é mais seguro.

— Eles se preocuparam porque é perigoso.

— Então, por que ele levou você para aquele lugar perigoso?

— Isso mesmo!

— Ele está excluindo a gente!

Hã?

De repente, eu estava cercado pelos jovens elfos.

— Isso não deveria ser discutido?

— Ele não pode pensar que nós somos mais fracos que o Kim?

— Sem chance!

Eu realmente não queria uma briga no vilarejo dos elfos por minha causa, eu estava bem tenso, foi quando.

— Ah, a propósito te peguei, Kim, está com você.

Um cara me deu um tapa nas costas e todos os outros se espalharam como flechas. Meu rosto ficou bem distorcido.

Naquela noite, quando Derrick e vários outros elfos mais velhos retornaram, os jovens os cercaram.

— O que é isso?

O rosto de Derrick mostrava suspeita.

— Tio, nós podemos enfrentar os zumbis também.

— Por que você não deixa a gente, mas deixou o Kim?

— Temos capacidade também!

As elfos e as mães se perguntam o que estava acontecendo e se juntaram em volta. Tendo reunido a atenção de todos, Derrick enfim falou.

— O motivo de eu ter dado permissão para o Kim lutar ao nosso lado é que isso também é parte do treino dele. Sob a minha tutela, ele vai melhorar seu senso de batalha.

Derrick olhou direto para os jovens elfos e continuou.

— O que vocês acham, vocês precisam da minha tutela? Eu acredito que vocês rapazes já são guerreiros de confiança.

— …

— …

Os jovens elfos não tinham nada para falar.

— Eu peço a vocês, como sempre pedi, para permanecerem no Nordeste.

Então, Derrick passou devagar entre os jovens. Os jovens elfos, agora solenes se espalharam, eu estava emocionado.

“Você é tão legal, Sr. Derrick!”

 

***

 

No dia seguinte, eu fui com Derrick.

Antes de mais nada, eu inseri a “chama da vida” na árvore-da-vida do vilarejo e depois outra no pinheiro quando chegamos lá.

— Daqui para a frente, você precisa tomar cuidado.

— Sim, senhor.

Invoquei meus dois revólveres e segui ele, seguimos na direção sudeste. Quando chegamos perto de um penhasco, pudemos ver outros elfos.

— Derrick, é você?

— Ah.

Eles cumprimentaram Derrick, com base na aparência deles, podia dizer que eram elfos de meia-idade, estava certo que todos eles tinham mais de 200 anos. Dezesseis elfos de mais idade estavam alinhados ao longo do penhasco.

— Já começou? — Derrick perguntou.

— Já sim, não pararam hoje também, continuam subindo.

Com essas palavras, eu olhei para baixo do penhasco.

Huk!

Era como a cena de um filme de terror, aqui e ali cadáveres, estavam escalando o penhasco com afinco. Eram todos cadáveres humanos.

— Kululuk!

— Kuuuuh!

— Uhahhh!

Os zumbis gritavam, como se estivessem com sede de alguma coisa. Escalavam o penhasco vindo em nossa direção.

— Os zumbis não são criaturas vivas, mas não estão mortos também. Eles têm o majeong negro, então eles se movem, mas não estão vivos.

Derrick que havia se aproximado, me explicou.

— Da mesma forma que um homem faminto procura por comida, esses desgraçados estão ávidos pela vida que lhes falta. Eles têm inveja e cobiça para com aqueles que possuem vida.

Nessas palavras, um pensamento passou pela minha cabeça.

— A árvore-da-vida!

— Sim. Os desgraçados vêm aqui por instinto, em procura da maior fonte de vida.

— …

— Então, vamos começar.

Derrick levantou seu arco e demonstrou. Os demais elfos, assim como ele, começaram a disparar as flechas nos zumbis.

As flechas voavam e atingiam os zumbis, um de cada vez. Os zumbis atingidos se arrebentavam no chão com os zumbis que estavam abaixo.

Eu não podia só ficar olhando. Primeiro, eu deixei de lado meus revólveres e invoquei Sylph com o Mosin-Nagant.

— Sylph.

— Miau?

— Atire naquelas coisas.

Sylph assentiu com a cabeça, levantou o rifle e mirou. Ela pegou a bala que eu dei para ela, carregou e então atirou.

Bang! Bang!

— Kekk!

— Kawk!

Com cada disparo, os zumbis caíam.

— Você usa uma arma interessante.

— É essa coisa que você chama de arma?

— É mesmo uma ferramenta assustadora.

— Ainda bem que nenhum outro humano tem isso.

Os elfos que estavam disparando flechas do meu lado, mostraram um momento de interesse em mim e na Sylph, mas logo recuperaram o foco na batalha.

“Contudo, isso não está muito fácil? Eu só preciso atirar nos zumbis antes de eles chegarem ao topo”

… isso era o que eu estava pensando, mas foi um pensamento bobo. Derrick colocou o arco dele, nas costas e falou.

— Hora de começarmos de verdade.

— Hã? De começar o quê?

— Quantos deles você acha que tem para continuarmos disparando flechas? Fazer isso seria apenas um desperdício de flechas.

— Então…?

— Você vai ver.

Do cinto em volta do quadril dele, ele tirou duas espadas da bainha, pareciam bem leves e finas.

Ele segurou uma em cada mão…

— O QUÊ?

Estava em completo estado de choque, isso porque o Derrick havia pulado do penhasco! Fazendo um pouso perfeito, ele balançou em círculos, as duas espadas que estavam girando, como um redemoinho, atingiram em cheio os zumbis que estavam escalando o penhasco.

Dezenas de zumbis despencaram em um instante, Derrick se pendurava com uma espada enfiada na borda do penhasco. Ele puxou sua espada no mesmo momento que pisou numa saliência nas pedras e começou a escalar.

Segurando uma espada em cada mão e usando apenas os pés para escalar o penhasco, movimentos incríveis!

— Kuak!

— Ahhh!

— Kuruk!

“Querido Derrick!”

Até a sua habilidade com a espada era a personificação do romance masculino!

— Uau, de jeito nenhum eu consigo fazer igual.

— Lutar com duas espadas em um penhasco, é algo que só o Derrick consegue fazer.

— Vamos começar também.

Os elfos, um a um, empunharam suas espadas. Diferente do Derrick, cada um deles só tinha uma espada, e assim, todos pularam no penhasco.

— Kururkuk!

— Kuah!

— Aghh!

Com o ataque dos elfos, os zumbis despencaram. Eles seguravam no penhasco com uma mão e na outra a espada, cortando os zumbis como se fossem plantas daninhas.

— Miau.

Eu fui deixado sozinho, no topo do penhasco com a Sylph, olhando sem reação para a cena.

— Eu, eh, tenho meu orgulho também.

— Miau?

— Eu não sou quem eu costumava ser, digo, meu “fortalecimento corporal” é nível intermediário 5.

— Miau…

Sylph tinha uma expressão como se me falasse para não me exceder. Apesar disso, eu peguei meus dois revólveres, o objetivo era fazer como o Derrick.

— Kim, você vem com a Sylph!

— … certo.

Eu guardei o Mosin-Nagant e falei para Sylph.

— Se parecer que eu estou prestes a perder o equilíbrio e for cair, você me pega.

— Miau.

Sylph assentiu, para começo, decidi usar só um revólver e com a outra mão segurava nas fendas do penhasco, fazendo assim minha descida.

Usando pontos de apoio fáceis eu fiz minha descida. Colhia os frutos do trabalho com o pega-pega na árvore-da-vida, quem podia imaginar que aquele seria um treino perfeito para isso.

Mirei e puxei o gatilho para um zumbi que se aproximou.

— Kuak!

A cabeça dele explodiu e o zumbi caiu, levando junto os zumbis que vinham atrás dele, vendo a cena tive um grande deleite. Um tiro, dois “pássaros”!

— Você fez bem.

Sem que eu percebesse, Derrick estava do meu lado e me elogiou.

“Que felicidade.”

Como uma criança sendo elogiada pela mãe, eu fiquei empolgado e combati ainda com mais afinco.

Eu não estava apenas atirando com minha arma, eu também chutei e agarrei os tornozelos, meu objetivo era derrubar os zumbis. Durante os treinos de pega-pega, não usamos apenas as mãos para pegar, mais que isso, era muito comum nos segurarmos em algum lugar com as mãos e usarmos os pés para pegar.

Isso estava sendo mostrado agora.

“Devo tentar isso?”

Invoquei o outro revólver, respirei fundo e então comecei a correr pelo penhasco…

Como se eu estivesse amarrado em um cabo, corri pelo penhasco atirando sem parar. Parecia que eu estava atirando para qualquer lugar, mas graças a habilidade “disparo”, acertei quatro zumbis em cheio.

Tendo atirado quatro vezes seguidas, eu como esperado perdi o equilíbrio e caí e daí a Sylph me pegou.

— Certo, obrigado.

— Miau.

Mais uma vez, me agarrei ao penhasco.

— Você está indo bem. Se você continuar assim, vai conseguir fazer como eu.

Com esse elogio, dessa vez o Derrick começou a caçar. Correndo pelo penhasco, ele balançou suas espadas como um louco.

Cada vez que ele balançava uma espada, parecia que isso ajustava o seu equilíbrio, contudo também parecia impossível ele fazer isso sem cair. Derrick fincou sua espada que estava na mão esquerda no penhasco e enquanto mantinha o equilíbrio, ele balançou sua espada na mão direita, como que por acaso ele derrubou cinco zumbis que estavam à sua volta.

“Eu quero ser assim algum dia.”

Inclusive sem a Sylph, iria chegar o dia em que eu me moveria de forma livre por um penhasco como se isso fosse o chão firme.

Eu tentei várias técnicas. Disparar com as duas mãos era gostoso, mas parecia um desperdício de balas. A melhor coisa era usar a “divina proteção do vento”, eu chutei com meus dois pés, usando assim o vento para enviar os zumbis para longe. Esse estilo de luta era o melhor.

Quando a “divina proteção do vento” acabou, após os 15 minutos de uso, com minhas duas mãos segurei no penhasco e chutei com ambos os pés.

Pat!

— Kuak!

— Kururuk!

— Ggrhu!

A pressão do impacto vindo dos meus pés derrubou os zumbis. Penso, que juntos nós derrubamos uns 1.000 zumbis.

Depois da batalha, descansamos e os elfos me elogiaram.

— Você é ótimo.

— Você manteve um bom equilíbrio no penhasco, não parecia um humano.

— Um humano não pode usar sua força total se os seus pés não estiverem plantados no chão, mas você é diferente, Kim.

Respondi que isso era o resultado do treino de pega-pega e o Derrick falou.

— É assim, eu vi que muitos estão treinando bastante com isso. Talvez não seja uma má ideia dar uma oportunidade para os mais jovens.

Essas eram notícias que deixariam o Jake bem feliz.

Volume 2

Capítulo 76: Crescimento Explosivo (3)

Todas as manhãs, eu lutei contra os zumbis ao lado do Derrick e seu grupo. E depois, eu passava as noites na árvore-da-vida, já que mesmo o tempo gasto perto da árvore era precioso, eu tinha que estar junto dela para que a minha “invocação de espíritos” evoluísse.

Foi um tempo bem gasto, já que o nível das habilidades continuou aumentando.

Me senti bem e seguro enquanto usava somente meus pés para correr pelo penhasco sem nenhum apoio enfrentando os zumbis, claro que, exigia um ótimo condicionamento, assim como muita energia.

Quando eu havia ultrapassado os limites humanos, pensei que não teria nenhuma situação onde meu corpo viesse a se cansar, mas esse não foi o caso. Comparado aos elfos eu ainda tinha um longo caminho.

Quando a velha árvore estava quase recuperada, eu mudei a distribuição das “chamas da vida”.

— Eu vou colocar uma “chama da vida” na árvore-da-vida dia sim, dia não e para a árvore pequena serão 3 chamas a cada dois dias.

— Faça como quiser.

Fazendo uso daquela oportunidade para me desenvolver, planejava estendê-la o máximo possível. Sendo assim, decidi postergar o cumprimento da missão.

Devido a isso, o pinheiro com potencial para se tornar uma árvore-da-vida cresceu bem. Ainda assim, ele era bem pequeno.

Contudo, conforme o pinheiro foi recebendo mais e mais “chamas da vida”, o ritmo de crescimento ficou visível a olho nu.

Dessa forma, o tempo passou e eu havia chego ao 12.º mês. Agora eu dava uma “chama da vida” para a árvore-da-vida a cada quatro dias, o restante era todo aplicado no pinheiro.

O desejo de terminar logo e voltar para casa era enorme, mas eu me segurei.

— Está feito.

Derrick olhou para o pinheiro com potencial e ficou satisfeito.

— Agora, o pinheiro não apenas tem o potencial para ser uma árvore-da-vida, agora, ele sem dúvida vai crescer em uma árvore-da-vida.

— O que você quer dizer?

— Não é porque tenha potencial, que isso signifique que poderá fazer uso desse potencial. Existem muitos seres que não atingem seu potencial, seja humano ou elfo.

— Isso é verdade

— Mas, essa árvore agora abraçou seu potencial. Sem dúvida alguma, ela se agarrou no caminho para crescer em uma árvore-da-vida.

— Então…?

— Ainda que a deixemos como está, ela vai virar uma árvore-da-vida. Quer dizer, acho que posso dizer que ela já se tornou, crescer é só uma questão de tempo.

— Isso é ótimo!

— Tudo graças a você. Através da rica força vital que você deu para o pinheiro, ele ficou mais forte e agora está criando energia da natureza por vontade própria.

— Não foi nada.

Fiquei radiante com o elogio do Derrick.

— Quanto mais eu aprendo de você, mais aumenta minha impressão do ser humano que você é. Não só pela árvore-da-vida, mas você mesmo, você demonstrou um crescimento incrível em tão pouco tempo. Agora, quando comparo você com os jovens elfos, você não fica para trás.

— Hehe.

Já haviam passado 12 meses. Nesse tempo eu trabalhei duro, não fui preguiçoso em momento nenhum.

A “invocação dos espíritos” havia evoluído para o nível inicial 6, levando o tempo de invocação para 3 horas e 15 minutos.

A “capacidade física” saltou para o nível intermediário 1, quando ela passou do nível inicial 5 para o intermediário, o efeito foi completamente diferente.

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora reflexos.

  • Nível intermediário 1:  em todas as ações que movimentam o corpo, ganha o nível de habilidade dos gênios.

“Veja essa nova descrição! Fala de habilidades ao nível de um gênio.”

Antes disso, só constava melhora nos reflexos e movimentação do corpo, mas agora, eu estaria no mesmo nível dos gênios.

Devido a isso, sempre que estava em uma luta, eu demonstrava tanta capacidade que alguns elfos me olhavam com espanto.

Além disso, o “fortalecimento corporal”!

Fortalecimento corporal (habilidade de apoio): aumento de força física.

  • Nível intermediário 3:  condicionamento de um elfo adulto.

Enfim, eu tinha o condicionamento e energia de um elfo adulto.

“Eu consegui mesmo um crescimento incrível.”

Depois de todo esse crescimento, a velocidade diminuiu. O trabalho de enfrentar os zumbis no penhasco, os treinos de pega-pega com os elfos, não sentia mais como se fosse muito pesado.

Claro, com movimentação intensa contínua, minha energia acabava, mas em questão de técnica, eu não ficava devendo em nada.

A “invocação de espíritos” parou no nível inicial 6 e ficou assim por 3 meses.

“Agora, vamos terminar a missão e voltar para casa.”

Depois disso, eu revelei meus planos para as mães.

— Vou terminar o tratamento da árvore-da-vida.

— Tudo bem.

Em questões relacionadas à árvore-da-vida, as mães confiavam em mim. Dessa forma, nos dias seguintes eu coloquei todas as chamas nela.

Em cinco dias dessa forma.

Pat!

A porta de encerramento da missão apareceu na minha frente.

“Então, está feito.”

De forma gentil, pressionei meus lábios na árvore-da-vida.

“Obrigado por me ajudar a crescer.”

Abri a porta do exame e sai da Arena.

 

***

 

Bboo-bboo-bboo-

— Parabéns! Parabéns! Grande evolução!

— Ah, tão barulhento.

Eu falei que ele era barulhento e o Anjo Bebê tocou sua buzina ainda mais. Eu peguei um revólver e atirei nele.

Pfft, estava no alcance de 100% de precisão, como ele conseguiu desviar?”

— Você ia mesmo me matar?

— Você estava dentro dos 10 metros, como não pude te acertar?

— Isso é porque eu sou um anjo sagrado.

— Você se diz santo com essa “minhoquinha” sua?

— Vamos, vamos, chega disso. Você não está curioso sobre os seus resultados?

— Estou. Placa de dados.

Nome: Kim Hyun-ho

Classe: 16

Karma: +3.600

Missão: Descanse até o próximo exame

Limite de Tempo: 60 dias

— Uau!

Sem perceber, fiquei boquiaberto.

— Você não acha que o seu crescimento recente foi uma loucura?

— Espera aí, minha classe era 10 antes, não era? Como isso foi subir seis níveis?

— É uma combinação do resultado do seu exame com o crescimento que alcançou.

Parecia que as habilidades que eu havia melhorado nos últimos 12 meses, foram consideradas também. Não bastasse isso, ainda recebi 3.600 karma!

Pensei estar sonhando.

— Receber 3.600 karma em um único exame, isso é normal?

— Para um participante de quinta rodada, é um resultado absurdo. Isso mostra o tamanho do impacto que o participante Kim Hyun-ho causou.

— Hahaha… 

Essa parte era verdade, reviver a árvore-da-vida dos elfos era algo bem importante, mais ainda que foram duas árvores-da-vida. Essas conquistas foram consideradas no montante de karma.

— Considerando o quão longo o exame foi, você recebeu um período de descanso apropriado. Por favor, se cuide para descansar o necessário.

— Certo.

Um período de descanso de 60 dias. Quando eu voltasse para a realidade, pretendia passar meu tempo agarrado com a Min-jeong.

“Fiquei tão carente nesses 12 meses!”

— Agora se apresse, vá logo. Um homem carente é desagradável.

— Cala boca.

Passei pela porta que o Anjo Bebê invocou.

 

***

 

Abri meus olhos, e sem erro, eram 11 am.

“Vou usar o prêmio de karma primeiro.”

Tendo recebido a surreal quantia de 3.600 karma, eu estava bastante animado e invoquei minha placa de dados.

— Me mostre todas as minhas habilidades.

Desse modo, em uma listagem apareceram todas as habilidades que eu tinha até ali.

Exibindo todas as habilidades do participante Kim Hyun-ho

    • Habilidade principal: invocação de espíritos (nível inicial 6)
    • Habilidades de apoio: fortalecimento corporal (nível intermediário 3), guia (nível inicial 1), teleportar (nível inicial 1)
  • Habilidade especial: sintetizar habilidades
  • Habilidades sintetizadas: proteção divina do vento (nível inicial 1), proteção divina do fogo (nível inicial 1), capacidade física (nível intermediário 1), chamas da vida (nível intermediário 1), difusão (nível inicial 1), armazenamento espacial (nível inicial 1), disparo (nível inicial 1)

Karma restante: +3.600

Quanto mais eu olhava, mais orgulhoso ficava. Não existia um participante de quinta rodada que tivesse alcançado o tanto que eu havia alcançado.

“Eu deveria começar aumentando o meu fortalecimento corporal?”

Antes, perguntei para a placa de dados.

— Se eu elevar meu fortalecimento físico para o nível avançado 1, quanto karma isso      custaria?

Exibindo custo para elevar fortalecimento corporal (habilidade de apoio) ao nível avançado 1

Fortalecimento corporal (habilidade de apoio): aumento de força física

  • Nível intermediário 5: condicionamento de um elfo adulto
  • Para ser elevado ao nível intermediário 5 o custo será de 1.500 karma.
  • Controle de aura: para um participante que não tenha dominado esta habilidade, o fortalecimento corporal não pode evoluir para o nível avançado

Karma restante: +3.600

Hã?

Fiquei surpreso com a explicação de que o nível avançado era impossível, indicava que as habilidades de apoio eram afetadas pela habilidade principal.

— A “capacidade física” também?

Então as palavras na placa mudaram.

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora reflexos

  • Nível avançado 1: ganhe a habilidade de movimento de um gênio
  • Para elevar ao nível avançado 1, serão consumidos 3.600 karma

Karma restante: +3.600

Se eu colocasse todo o meu karma na “capacidade física”, eu poderia elevá-la ao nível avançado 1, dessa forma, não importa o quê, desde que eu tivesse que movimentar meu corpo, eu seria um mestre. Era um nível que eu nem podia imaginar.

Poderia ser que se eu visse alguém dançando e copiasse em seguida, eu seria um mestre nisso?

Contudo, balancei minha cabeça.

“Seria muito inapropriado colocar todo o meu karma nisso.”

Por mais que isso pudesse se provar útil no dia a dia, o mais importante era eu ficar mais forte.

“Vou elevar meu ‘fortalecimento corporal’ o máximo possível primeiro.”

A “invocação de espíritos”, o rifle e os revólveres. Dentre todas as opções de ataque que eu tinha, coloquei o “fortalecimento corporal” primeiro, por um motivo simples. Era a escolha mais segura.

Primeiro, a “invocação de espíritos” era a habilidade principal, então mesmo que colocasse os 3.600 karma nela, não teria muita evolução. Graças a árvore-da-vida ter aumentado meus níveis, pensei que seria ineficiente investir na “invocação de espíritos”.

Já o Mosin-Nagant e os revólveres, de certa forma, eram excelentes armas. Afinal, usar armas de fogo em uma civilização mais coloquial do que a Terra, pode-se dizer que era como trapacear. Contudo, conforme a Cha Ji-hye havia me alertado, à medida que eu avançasse nos exames, teriam inimigos que eu não conseguiria ferir com as armas.

Considerando todos os possíveis perigos, o “fortalecimento corporal” era a escolha mais segura. Eu precisaria de um corpo forte, para que não perdesse em força e condicionamento.

— Vou evoluir o “fortalecimento corporal” para o nível intermediário 5.

-1.500 karma consumidos para evoluir o fortalecimento corporal (habilidade de apoio) para o nível intermediário 4

Karma restante: +2.100

Uma luz saiu da placa e infiltrou-se no meu corpo. Sentia meu corpo ficando mais forte.

“Então esse é o limite do corpo de um elfo.”

Se o nível inicial 5 era o limite do corpo humano, o nível intermediário 5 deveria ser o limite do corpo de um elfo!

Falando apenas de capacidade física, eu era equivalente ao Derrick, se não até melhor que ele.

“Claro, eu não poderia bater as técnicas incríveis e o grande carisma dele. Ah, Sir Derrick!”

Por um momento, fiquei preso no respeito que tinha pelo Derrick, mas voltei para a realidade e foquei no uso do karma. Fiz diversas perguntas para a placa de dados, e por fim estas foram as decisões que tomei.

-900 karma consumidos para evoluir proteção divina do vento (habilidade sintetizada) para o nível inicial 5

Divina proteção do vento (habilidade sintetizada): mova o vento com seu corpo. É influenciada pela concentração do usuário com o nível de habilidade do espírito

  • Nível inicial 5: Tempo de uso 35 minutos. Resfriamento de 30 minutos.

-600 karma consumidos para evoluir armazenamento espacial (habilidade sintetizada) para o nível inicial 4

Armazenamento espacial (habilidade sintetizada): crie um armazenamento espacial para guardar itens. Diga “armazenar” ou “retirar” para usar.

  • Nível inicial 4: 110x110x110 cm

Karma restante: +600

Essa era a escolha ideal para eu ter espaço suficiente para armazenar os acessórios e equipamentos que precisava para o uso das minhas armas.

Usando a “divina proteção do vento” para movimentos rápidos e o “armazenamento espacial” para guardar um monte de balas!

Eu era apenas um participante de quinta rodada, e mesmo que eu encontrasse um inimigo que minhas balas não penetrassem, isso não seria o meu fim. Ainda mais, se me deparasse com licantropos ou zumbis, nos quais minhas balas penetravam.

Se eu considerasse o futuro, não havia desvantagem em ter melhorado essas habilidades.

“O que eu devo fazer com os 600 karma restantes?”

Era karma suficiente para elevar uma habilidade de apoio ou habilidade sintetizada do nível inicial 1 para o 4. Pensei em usar na “divina proteção do fogo”.

“Não, no momento não tem um grande uso para a ‘proteção divina do fogo’.”

Pensei então no “disparo”.

“Essa também não. A precisão de 100% dentro de 10 metros já é o suficiente, qualquer coisa fora desse alcance eu posso usar a Sylph.”

Por fim, fiz minha escolha.

-600 karma consumidos para evoluir teleportar (habilidade de apoio) para o nível inicial 4

Teleportar (habilidade de apoio): Salto espacial na direção que você desejar. Pense em uma direção e diga “teleportar”.

  • Nível inicial 4: distância de 9 metros, tempo de resfriamento de 5 minutos

Karma restante: 0

No nível inicial 1, a distância era de 1 metro e o resfriamento de 1 hora. Mesmo com um nível alto, a distância não havia mudado muito, mas o tempo de resfriamento teve uma redução considerável

“Certeza que se eu elevar o nível um pouco mais, vou poder usar isso sem nenhum tempo de resfriamento.”

Pensei então, que se eu pudesse me teleportar sem tempo de resfriamento, isso seria a maior das trapaças.

Volume 2

Capítulo 77: Deixando o Ninho (1)

— Você percebeu alguma coisa diferente em mim?

Se quiser assustar um homem, faça essa pergunta. Ainda bem que a “coisa diferente” era bem perceptível.

— Você cortou o cabelo?

— Hehe, sim.

Min-jeong deu uma volta, ela — que tinha um cabelo longo e liso — agora ostentava um corte chanel tingido de castanho. Não sabia se era um permanente, ou o que poderia ser, mas com certeza estava bem bonita.

Fazia um ano que eu não a via, então não importava como, ela estava cativante.

— Por que mudou o seu corte de cabelo assim do nada? Você tomou um fora?

Ela sorriu.

— Vou me formar no colégio logo.

A graduação seria apenas no próximo ano, mas as aulas já haviam se encerrado há alguns dias. Ela estava falando sobre o final da sua vida colegial.

— Você vai se mudar assim que se graduar?

— Ainda estou procurando um lugar. Vou me mudar assim que conseguir um.

Pensei por um momento e falei: — Também estou pensando em me mudar. Quer ir para a mesma vizinhança?

— Sério?!

— Sim, já era hora mesmo. E eu também tenho dinheiro suficiente.

— Wow! Então nós vamos continuar juntos?

— Hehe, eu vou atrás de você, não importa onde estiver. Você não sabia que eu sou um pouco stalker?

— Eu não sei sobre o lance de stalker, mas você sem dúvida tem um pouco de marido pau mandado.

— Ugh, não posso negar isso.

— Hehehe.

Min-jeong colou ao meu lado. O cheiro do cabelo dela era tão bom… eu estava sentindo o seu aroma pela primeira vez em um ano. De repente, ela olhou para mim com a cabeça inclinada.

— Isso é estranho.

— O quê?

— Por que parece que nós não nos vemos a algum tempo?

— Ah, sério?

— Sim, parece que você é um namorado que foi para a guerra e essa é sua primeira folga.

Estremeci.

— O que em mim te faz pensar assim?

— Você estar tão emocionado?

— …

O sexto sentido era mesmo afiado, parecia sobrenatural. Assistimos a um filme e bebemos alguma coisa, enquanto conversávamos, na maior parte sobre o tipo de vizinhança para nos mudarmos.

Ela disse que a empresa que iria trabalhar ficava no Complexo Digital Gasan.

— Meu irmão mais velho disse que Bucheon é um bom bairro para se viver. Tem um monte de lojas, mercados e bons imóveis.

— Verdade? Então vamos pesquisar agora mesmo sobre Bucheon.

Baixei um aplicativo imobiliário no meu smartphone e verifiquei Bucheon. Min-jeong também estava pesquisando bastante.

Eu busquei por ordem do mais caro. No topo estava um apartamento em uma cobertura. O preço era de sete milhões de reais.

Talvez devido ao alto valor do condomínio, vi vários comentários sobre isso ser quase como um aluguel.

“Bem, eu estou cagando dinheiro.”

Condomínio alto ou não, isso não me importava. Vários quartos, dois banheiros e uma vista da cidade como se fosse uma tela plana.

Mais ainda: a área externa era de 60 metros quadrados. O terraço espaçoso era bem maneiro. Pela foto, era descrito como terraço, mas não era diferente de um jardim.

“É barato, eu deveria pegar esse.”

Não era assim barato na verdade, porém na minha conta na Suíça eu tinha mais de 150 milhões de reais.

— O que você está vendo?

De repente, Min-jeong olhou para a lista das casas que eu estava vendo e ficou em choque.

— Heek! Você vai comprar essa?

— Acho que sim.

— Não é muito caro?

— São apenas sete milhões.

— Apenas…

Ela olhou para as coberturas, uma a uma, com um estranho olhar no rosto.

— Legal, não?

— Estou com inveja! Como seria legal se eu pudesse morar num lugar assim!

— Entre nós dois, você pode vir quando quiser, a qualquer hora.

— Você quer dizer isso mesmo?

— Claro.

Para ser sincero, eu queria que fossemos morar juntos, mas resolvi começar com um “venha quando quiser”.

Se ela viesse bastante, ficaria mais tempo comigo que na pequena kitnet dela, e uma hora ou outra, seria natural para ela se mudar.

He he he.”

Depois de ficar sozinho por 12 meses, minha mente havia seguido por caminhos traiçoeiros.

— Será que eu uso esse como meu quarto? Já que ele possui um banheiro e um closet.

— Sim! E esse quarto aqui poderia ser o seu escritório.

— Escritório? Eu na verdade não tenho nenhum trabalho.

— Mas você pode colocar seu computador, livros e fazer deste uma sala para todos os fins.

— Ah, isso parece legal.

— E o quarto restante pode ser para visitas! Um quarto para os convidados dormirem! Decorado como um quarto de hotel.

— Legal.

— Hehe, não é?

Os olhos de Mi-jeong brilhavam, e ela deu várias sugestões como se fosse a casa dela e, a cada sugestão dela, eu concordava e sorria.

“Tudo bem Min-jeong, essa casa é sua.”

— Ayyy, você deve estar tão feliz. Parece a casa dos ricos nos filmes. Veja esse terraço, que incrível!

— Você não acha que seria legal ter um cachorro dos grandes nele? Talvez um husky siberiano.

— Aw, isso seria demais.

A expressão dela parecia como se a qualquer momento fosse perder a respiração. Pensei que esse era o momento e soltei minhas palavras.

— Este quarto, eu posso fazer ele para visitas como você disse, aí você pode vir quando quiser e passar a noite nele, não?

A expressão dela mudou de repente.

— Quarto de visita? Você não querer que eu durma ao seu lado, mas vai me mandar para o quarto de visita?

— Huh? Uh, não.

— Humph… 

“Ela está fingindo estar emburrada. É, ela está mesmo fingindo estar emburrada.”

Eu tinha que descobrir porque de repente ela fingia estar emburrada.

“O quê será?…”

Sem dúvidas, era uma encenação esperando por uma resposta.

Hmmm, será que é isso?”

Eu dei para ela a melhor resposta que pensei, e testei ela.

— Eu pensei que seria muita pressão se eu pedisse para você morar comigo, então.

— Ah, oppa… 

Agora ela fingiu estar surpresa e comovida. Coisa fofa.

— Mas, isso não é muito rápido para nós?

“… veja essa criança.”

Eu havia dado a resposta que ela queria e, ao invés de agarrar isso, ela continuou fingindo. Se ela fosse ser assim, as coisas mudavam um pouco.

— Você acha?

— Sim…

— É você está certa, acho que eu estava sendo um pouco egoísta. Desculpe por pressionar você.

— Uh, não, está tudo bem.

Ela tinha uma expressão de hesitação. Mas, se era isso que ela queria, decidi puxar um pouco mais.

O namorado tinha uma cobertura luxuosa, veríamos se ela conseguiria voltar para o seu apartamento simples.

Com a conversa de morarmos juntos terminando daquela maneira, o rosto da Min-jeong mostrava profundo arrependimento. Terminamos de beber e levantamos, quando ela disse: — Vamos para o meu apartamento hoje. Vou fazer algo para você comer.

Ela parecia bem animada.

— Certo, você vai preparar algo delicioso para mim?

— Eu vou fazer o que você mais gosta. Podemos pegar as coisas no caminho.

— Certo.

No caminho de volta, paramos em uma loja e pegamos algumas coisas, carne de porco, cenouras, cebolas, tudo isso entrou na cesta, Min-jeong parecia super determinada.

“Se aguente.”

Eu me sentia tão feliz. Voltamos para casa e ela ficou ocupada na cozinha, onde fez um delicioso ensopado de porco para mim.

“Quanto tempo faz que eu não como carne.”

Eu comi só o que os elfos forneceram por um ano, fiquei emocionado enquanto comia minha refeição. Esvaziei duas tigelas de arroz.

— Está satisfeito?

— Sim, estava uma delícia.

— Então, quer tomar um banho juntos?

— … Huh?

Min-jeong segurou a minha mão e seguimos para o banheiro.

Naquele dia, depois de ter usado a “timidez” na direção errada, ela cozinhou uma refeição generosa e depois fomos para a cama, o caminho completo para me deixar feliz. Nua, ela estava encolhida no meu abraço e sussurrou.

— Foi bom?

— Sim.

Nesse dia, foi como se eu tivesse ido para o céu.

— Hehehe, nós estando desse jeito, parece que somos casados, né?

“Eu entendi, pode parar de me importunar.”

— Vamos morar juntos, Min-jeong.

— Aw, isso de novo.

Como se fosse mania, tímida de novo. Esse é um costume ruim dela? Indecisa?

— Ahh, desculpa. Eu disse que não tocaria nesse assunto, mas lá fui eu de novo.

— Quê?

Min-jeong estava num dilema.

— Não vou tocar mais nesse assunto, me desculpe.

Então.

— Droga!

Em súbito ataque de raiva, ela beliscou minha coxa, eu gritei e depois gargalhei.

 

***

 

Primeiro, tomamos nossa decisão de morar juntos. Dinheiro não era um problema. Depois, reuni toda a minha família e avisei que estaria me mudando, todos concordaram.

Diferente do meu antigo eu desempregado, agora eu tinha um trabalho de verdade e me mudar na minha idade não era nada incomum.

— Você já tem um lugar?

Fiz que sim com a cabeça: — Tenho um lugar decente.

Claro, o tamanho da minha riqueza ainda era um segredo para a minha família, já que eles questionariam a origem do meu dinheiro. Diferente da estúpida Hyun-ji, minha mãe e irmã mais velha não iriam acreditar na minha história inventada.

Depois de comunicar minha família, fui direto no dia seguinte para Bucheon. Me encontrei com o agente imobiliário que havia contatado antes, e juntos fomos verificar a cobertura à venda.

— É legal.

O lugar era muito mais legal do que parecia nas fotos, a sensação de grandeza era nítida.

— Não há outro imóvel como esse por aí. Se tem dinheiro, essa é a casa que qualquer um gostaria de viver.

— Eu posso pagar em dinheiro. Tem como dar um desconto?

— Cara, mesmo agora já está bem barato…

— Então não consegue nada?

Com a minha pergunta, o agente imobiliário falou: — Hmmm, vou conversar com o proprietário e reduzir o que conseguir.

Informando que eu pagaria à vista em dinheiro, o proprietário aceitou reduzir para 6,9 milhões. Não era como se eu estivesse sendo mesquinho, mas, se pudesse pagar menos, eu pagaria menos.

Assinei os papéis, fiz a transferência do valor e a cobertura se tornou minha.

— Você pode me achar uma boa kitnet também?

— Por quê uma kitnet?

— Para usar para várias coisas.

Se a minha mãe ou a minha irmã mais velha viessem visitar, ou os pais da Min-jeong aparecessem, ou em um possível término com a Min-jeong. Todas essas situações eu poderia fazer uso desse apartamento.

Na cobertura, equipamentos como geladeira, fogão a gás, fogão elétrico, forno e máquina de lavar louça estavam incluídos, porém, fora isso, estava completamente vazio.

Tendo comprado com pressa em um dia, eu não sentia como se aquela fosse a minha casa. Balancei a cabeça e murmurei: — Devo comprar uma cama antes?

Pensei em pegar uma cama king size. Usando a agenda do celular, eu fiz uma lista de coisas que precisava comprar

“Cama, escrivaninha, computador, TV, mesa, sofá. O quê mais?”

Salvei a nota e enviei para a Min-jeong. Logo ela já respondeu.

[Yoo Min-jeong^^: utensílios de cozinha, talheres, coisas para o banheiro, coisas para o banho, estante, ah e você tem um armário?]

[Eu: Sim, cada quarto tem um closet instalado]

[Yoo Min-jeong^^: Não podemos escolher os móveis juntos?]

[Eu: Por que não? Vamos morar juntos nessa casa mesmo]

[Yoo Min-jeong^^: Auwn ]

E, assim, eu me tornei independente.

 

***

 

No dia seguinte, fui ao shopping com a Min-jeong, andamos pelas lojas e pegamos alguns móveis. Uma cama king size, uma mesa de escritório de design moderno, mesa de jantar, sofá, dentre outras coisas.

Peguei uma penteadeira para a Min-jeong, e, pensando nisso, também precisava de alguma coisa para arrumar o meu cabelo, passar coisas na cara e tudo mais.

— Ahhhh, estou tão feliz!

Min-jeong estava extasiada gastando todo aquele dinheiro. Poder comprar o que quiser, sem se preocupar com dinheiro… isso era muito bom.

Na área de eletrônicos, decidimos pegar uma TV de 85 polegadas.

— Assistir novelas nessa TV será como estar no cinema.

— Um cinema…

“Seria bom ter um som de qualidade”, pensei enquanto ponderava sobre qual sistema de áudio escolher.

Eu não era doido por um computador, mas comprei o mais completo que achei. O grande perigo das compras impulsivas!

Compramos tudo que precisávamos em um dia.

— Acho que somos loucos.

A empolgação ainda era visível no rosto corado de Min-jeong.

— Bem, são todas coisas que vamos precisar mesmo.

A diferença era que tudo era caro.

Em casa, aguardamos a chegada dos itens que havíamos comprado. Cada vez que os entregadores traziam algo, mais ali começava a se parecer com um lugar para se viver.

— Uau! Eu preciso tirar uma foto disso!

A gigantesca TV e o sistema de som estavam sendo instalados. Vendo isso na sala de estar, Min-jeong tirou uma selfie, não aguentando se segurar.

— Peraí, você não vai mandar essa foto para a Hyun-ji, né?

— Ah, certo, não vou mandar.

“Não posso relaxar.”

Hyun-ji sabia que eu tinha bastante dinheiro. Também entendeu quando fomos para a Europa, mas ela não sabia o quão rico eu era. Se ela descobrisse o tanto que tinha na minha conta bancária, não dava para imaginar o quão grudenta ela ficaria.

Volume 2

Capítulo 78: Deixando o Ninho (2)

Acordei e pulei do sofá. Min-jeong, superando todas as dificuldades, conseguiu se equilibrar no assento, continuando a dormir perto de mim.

Me perguntei por que estávamos assim.

Ah.”

Lembrei que, na noite anterior, nós estávamos assistindo um filme na TV de 85 polegadas.

“Passamos nossa primeira noite na casa nova no sofá? E a cama king size?…”

Com facilidade, carreguei a Min-jeong para a cama. Tentei sair logo depois de deixá-la, mas ela me agarrou com os dois braços. Nossos lábios se tocaram e eu tirei a camisa dela com uma mão. Ela não pareceu gostar muito da última parte, já que se afastou um pouco, ainda sonolenta, pelo que percebi. Dei um beijo de leve nela, peguei o meu smartphone e saí do quarto.

O terraço de 60 metros quadrados era grande como um jardim. Enquanto caminhava por ele, fiz uma ligação.

— Deu tudo certo no seu exame?

A pessoa na linha era o Odin.

— Sim, eu terminei com segurança.

— Isso é bom, eu também. Não havia nada difícil, mas me pareceu uma calmaria antes da tempestade.

— Como assim?

— Você se lembra do Visconde Bastian?

— Claro.

— Me disseram para me preparar para uma guerra com ele. Isso foi no último exame.

— Guerra?

— Isso mesmo. Aquela vez, o exército que enviamos para te ajudar foi derrotado por eles. Não posso ignorar isso.

Tinha um sentimento de que a situação na Arena estava correndo de uma forma não natural naquele momento.

— Se isso for o exame, seria correto assumir que as divindades de Arena querem que o Visconde Bastian seja atacado?

— Esse é o meu palpite também. O exame foi como foi por causa disso, já que o objetivo seria montar um ataque contra o Visconde Bastian.

— Eu acho que tudo o que está acontecendo tem os elfos da Montanha Marrom como centro.

— Elfos? Por acaso, você está com os elfos?

— Sim.

— Que surpresa. É provável que além de você, não exista outra participante que possa entrar em contato com eles.

Dei uma explicação simples dos acontecimentos na Montanha Marrom para ele.

O Clã Prata dos licantropos a Leste da Montanha Marrom.

Visconde Bastian ao Norte.

No Sul, os repugnantes zumbis que se rastejavam pelo penhasco.

O sentimento de que os elfos seriam atacados por todos os lados não saía de mim.

— Se o Visconde Bastian fez um acordo com o Clã Prata, os humanos que tentaram sequestrar uma criança elfa nos últimos tempos poderiam ter ligação com ele.

— Hmmm… 

— Você sabe algo sobre algum mago de magia negra?

— Magia negra é uma das magias proibidas pelas nações anteriores. No começo, parece que era um campo para estudos sobre juventude eterna e imortalidade.

— E se as hordas zumbis que atacam os elfos, o Clã Prata, o Visconde Bastian e a magia negra estão todos ligados?

— Você quer dizer numa visão geral? Claro que se olharmos dessa forma, também podemos afirmar que a situação está sendo orquestrada por algum grupo que tem como alvo os elfos.

— Poderia esse grupo ser o objetivo final dos exames?

— Essa seria uma conclusão precipitada.

— Talvez.

— Não precisa dificultar as coisas para nós. No fim, tudo o que temos que fazer é completar os exames que nos foram dados.

Odin continuou.

— Eu vou acabar com o Visconde Bastian no próximo exame. No seu lado, você deve enfrentar os zumbis ou os licantropos.

— Sim, penso o mesmo.

— Então, destruindo dois dos três vai quebrar a aliança.

— Certo, eu só preciso completar o exame que eu receber.

— O exame deve nos falar qual caminho seguir.

— Sim.

Eu tinha uma opinião diferente nessa parte. Pensava que deveríamos antecipar o que os deuses queriam de nós. Por isso tive um crescimento tão explosivo: fiz exatamente isso.

— De qualquer forma, desejo tudo de bom para você no próximo exame.

— Para você também.

— E… 

— Pode falar.

— Ouvi que o Presidente Park Jin-seong teve uma recuperação completa.

— Sim.

— Qual o tempo de descanso que você recebeu desta vez?

— Foram 60 dias, ainda tenho 58.

— Posso lhe pedir uma coisa?

— Sua filha?

— Você é rápido para pegar as coisas.

Era algo óbvio, já que ele falou da recuperação do Presidente Park Jin-seong.

— Seria possível a minha filha ficar com você até o final do ano?

— Tudo bem, não teria problema algum.

— Obrigado. O quê você gostaria como compensação?

Pensei sobre isso com cuidado.

Primeiro, nem pensar em dinheiro, eu já tinha um monte.

Se possível, queria algo que fosse útil na Arena. Ele era um nobre lá, no final das contas.

— Soube que elfos estão sendo vendidos como escravos na Arena.

— Existem desgraçados que fazem isso. São sempre famílias nobres cheias de si, eles pensam que um escravo difícil de se capturar, como um elfo, serve para enaltecer o status deles. Eu acredito nos direitos humanos do nosso mundo, então esse tipo de coisa me faz vomitar.

— Seria muito difícil você juntar o máximo de escravos elfos que conseguir, comprar eles e enviá-los para onde estou?

— Escravos elfos?

— Sim. Com isso, a família Odin e os elfos da Montanha Marrom poderiam fazer uma aliança.

— Que ótima ideia! — Odin aceitou, exaltado. — Estou no meio das preparações para a guerra, então juntar escravos elfos não vai ser fácil. Mas se pudermos construir relações amigáveis com os elfos da Montanha Marrom, vale a tentativa.

— Então considere essa a minha compensação.

— Isso é tudo? Isso é algo vantajoso para mim.

— O bem é bom. Se fizermos isso e isso ajudarmos os elfos, essa será uma contribuição da minha parte também.

— Entendido. Vou fazer isso, você está construindo uma ponte com os elfos para mim.

— Ótimo.

— Eu avisarei você antes da chegada da minha filha.

A ligação terminou assim.

Voltei para o quarto e encontrei uma Min-jeong despida gesticulando para mim.

“Será que ela pensa que eu saí emburrado por ela ter se recusado mais cedo?”

Vendo ela assim, esqueci de todos os pensamentos mundanos.

“O bem é bom.”

Decidi fingir que estava emburrado pela rejeição de mais cedo.

 

***

 

O outro quarto vazio iria ser para visitas, como Min-jeong sugeriu. Compramos uma cama pequena e uma penteadeira, de modo que, não importava quem viesse: estaria confortável por alguns dias.

“Quando a filha de Odin vier, ela pode dormir ali.”

Enquanto víamos as coisas para o quarto, decidi arrumar o terraço também. Para o meu treino, peguei um saco de pancadas e um boneco de madeira para prática de artes marciais e montei eles do lado de fora.

Não tinha certeza se seriam de ajuda nos treinos mesmo, mas pensei que valia a tentativa. Eu tinha um monte de dinheiro, e o impulso para comprar foi grande. Pensei: “por que não comprar um boneco de artes marciais?”, e, por fim, acabei gostando mais disso do que havia pensado.

Como um novato nesse campo, eu não sabia como usar ele. Mas, assistindo vídeos de artistas marciais no Youtube, aos poucos, fui capaz de copiar os movimentos.

Com a “capacidade física” no nível intermediário 1, tive uma certa facilidade em replicar os movimentos dos vídeos. Logo, fui capaz de compreender as sequências e em pouco tempo já estava praticando como se fosse uma luta real.

Com uma arma em cada mão, praticava com o boneco de madeira, aplicando os golpes conforme avançava pelos “braços”, mirei as armas para o corpo do boneco.

Meus braços se moviam cada vez mais rápido. Com o “fortalecimento corporal” nível intermediário 5, meu corpo era como o aço, mesmo com os punhos flexionados não me machucaria com o ricochete dos disparos.

Devido a isso, enfrentei o boneco de madeira como se fosse meu oponente, usando livremente minhas armas para combate corpo a corpo.

“Só não sei se isso será efetivo mesmo em uma luta real.”

Por hora, não só fazia isso como forma de passar o tempo, mas também pratiquei chutes no saco de pancadas.

Avancei com tudo que tinha e pulei, tentando dar um chute triplo. No ar, girei o meu corpo e chutei. Com uma mão apoiando no chão, girei, chutando mais duas vezes seguidas.

Pratiquei esse movimento difícil como esse, porque, quando enfrentasse os zumbis no penhasco, eu aplicaria vários chutes enquanto segurando na encosta. Treinei para o caso de surgir uma situação em que eu não pudesse controlar o centro de gravidade do meu corpo enquanto chutava.

— Oppa, venha comer!

Pude ouvir a voz de Min-jeong de dentro da cobertura. Só então parei minha prática e fui para a cozinha. Quando vi o banquete que estava na mesa, fiquei encantado.

— Você fez tudo isso?

— Hehehe, é um dia especial, marinei isso ontem.

Costelinha de porco refogada.

Dei um beijo na bochecha dela e comi como um louco. Min-jeong me olhava toda feliz. Nesse momento, ela parecia como uma esposa.

Esses detalhes nos faziam parecer recém-casados.

Mesmo que o relacionamento tenha começado sem muita pretensão — mais pelo desejo —, quanto mais eu saia com ela, mais a via como uma mulher agradável.

“Se eu completar todos os exames, me casar não seria uma má ideia.”

Não tinha como saber como nossos sentimentos poderiam mudar mais adiante, não me atrevi a pensar muito nisso. Já que eu sabia que eu poderia morrer a qualquer momento nos exames, não podia fazer muitas promessas. Então, ainda não queria me incomodar com isso.

— Ah, certo, Min-jeong.

— Sim, oppa.

— Eu vou ter uma hóspede estrangeira logo.

— Estrangeira?

— Sim, é a filha de um conhecido, eu disse que cuidaria dela até o fim do ano. Tudo bem?

— A filha de alguém… bem, quantos anos ela tem?

— Não tenho certeza, mas acho que é bem nova.

— Ufa.

Min-jeong soltou um suspiro de alívio, hahaha.

— Então tudo bem. Mas não se ela tiver mais de 15.

— O que você quer dizer com maior que 15? Você não está me deixando com uma distância etária muito grande?

Min-jeong riu do meu desapontamento.

Alguns dias depois, recebi uma ligação de Odin.

— No horário daí, Isabella vai chegar às 8:40 da manhã.

— Isabella?

— Você pode chamar ela de Bella. Se você ver a criança loira mais bonita que existe, essa é a Bella.

Que mudança súbita. Essa docilidade toda me pegou de surpresa.

Na manhã seguinte, fui para o aeroporto de Incheon no horário que o Odin falou. Min-jeong insistiu em vir junto e ficar no banco do passageiro.

— Antes de eu ver ela com os meus próprios olhos, não posso dizer que ela não será uma rival.

— … não é como se todas as mulheres do mundo dessem em cima de mim.

— Hmph! Você não está conversando com essa rapariga, né?

— Como eu já disse, não estou.

— Então me mostre seu smartphone.

— Pegue.

Desbloqueei o celular e entreguei para ela. Ela deslizou pelo histórico até que, de repente, começou a fazer alguma coisa.

— O quê você está fazendo?

— Não é nada.

— Você não está fazendo nada estranho?

— Não mesmo.

De repente, meu telefone vibrou.

— Huh? Você tem uma ligação.

— Deixa eu ver.

Quem ligava era….

[Esposa Adorável]

— …

— Hehe, você não vai atender?

Ela havia digitado rápido aquela hora, e o resultado era esse. Atendi a ligação.

— Alô.

— Oi.

— Verdade que essa pessoa é a minha esposa?

— Hehehe, é sim.

— Essa é a pessoa que perambulava pelos clubes com a Hyun-ji, certo?

— Aw, qual é, já faz um bom tempo que parei com isso. Não é mais engraçado.

— É mesmo verdade? Não poderia a natureza de ir se divertir nos clubes, voltar de repente?

— Não tem como, meu marido é um pouco stalker.

— Que porcaria, isso deve ser cansativo para você.

— Ninguém discorda disso. Ele me incomoda tanto todas as noites, meu quadril anda doendo ultimamente.

— …

— Não bastasse isso, do nada ele ficou muito melhor. Isso não é suspeito? Com que tipo de puta ele deve ter praticado?

“Isso, minha querida, é graças ao aumento no meu ‘fortalecimento corporal’. Quem poderia ter previsto que a melhora também atingiria este ‘departamento’.”

— Isso é porque… o seu marido é um gênio.

Com essa resposta, ela explodiu em gargalhadas, segurando a barriga enquanto se curvava de tanto rir.

Volume 2

Capítulo 79: Bella (1)

— Vamos, Docinho.

— Sim, senhor Gênio.

Estacionamos o carro e fomos para a entrada do aeroporto de Incheon. Estávamos perto do portão de desembarque, por onde as pessoas saíam da área de bagagem. Muitas estavam se reunindo e abraçando familiares e amigos, foi uma visão e tanto.

— Nós não deveríamos estar segurando uma placa ou algo do tipo?

— Não sei.

— Com ela vai nos reconhecer?

— Ele disse que a filha dele era a garota loira mais linda.

— … isso é uma informação confiável?

— Que seja. Já é hora. Vamos dar uma olhada.

Era verdade que Odin era um cara loiro bonito. Portanto, se ela fosse como ele, poderia ser muito linda.

Já eram quase 9 horas da manhã e as pessoas começaram a sair pela porta de novo. Logo, um grupo apareceu e, no meio dele, havia uma garotinha loira acompanhada de uma mulher estrangeira em roupas formais.

— Minha nossa! Ela é mesmo muito bonitinha!

Min-jeong e eu estávamos maravilhados. Ela era muito fofa!

Cabelo loiro, pele clara e delicada, olhos grandes. Como Odin havia dito, ela era linda e se destacava com facilidade. Dava até medo.

Min-jeong acenou como uma louca. A mulher de meia idade deve ter notado a gente também, porque estava vindo em nossa direção.

— Kim?

— Sim.

Ainda bem que ela falou no idioma local. Estava com medo dela falar algum idioma estrangeiro desconhecido para mim. Ela me entregou uma grande mala de viagem.

Olhei para a garotinha.

— Bella?

Ela deu um sorrisinho e assentiu.

— Ai, meu coração!

Com o sorriso fatal dela, Min-jeong mais uma vez foi atingida em cheio. Olhei para Bella e me apresentei.

— Kim Hyun-ho.

— Hi-no.

— Hyun-ho.

— Hi-no.

— Hyun, Ho!

— Hi, no!

— Pare com isso!

Min-jeong me deu um tapa nas costas. A mulher de meia idade, vendo isso, sorriu.

— Oi! Eu sou a Min-jeong. Min-jeong.

— Min-jeong.

— Por que esse saiu tão certinho? — questionei, irritado, e Min-jeong me deu outro tapa.

Bella levantou um pouco a saia e nos cumprimentou.

— Aiii, minha nossa! — Pensei ver os olhos da minha “Esposa Adorável” virarem corações.

De repente, Bella estava envolvida nos braços da Min-jeong. E eu virei o serviçal responsável por carregar a bagagem.

A mulher de meia idade deu um beijo na menina, se despediu e partiu para algum lugar, enquanto seguimos para o estacionamento.

Min-jeong se sentou nos assentos traseiros com Bella e eu fui deixado sozinho na parte da frente. Num instante eu era como um recém-casado, agora surgiu uma criança e eu me tornei um marido que não era prioridade no relacionamento.

Pelo que entendi, Bella tinha nove anos. Bem inteligente e sem nenhuma timidez, ela não teve problemas para se dar bem com Min-jeong.

Chegamos ao prédio em Bucheon e subimos pelo elevador, quando, de repente, Bella vacilou e só não caiu porque Min-jeong a pegou.

— Minha nossa, você está bem?

Mesmo com a barreira linguística, a menina captou a mensagem e assentiu. Minha expressão ficou rígida. Não era uma queda normal, como um tropeço, foi estranho ela ter caído de repente enquanto parada. Essa podia ser a doença que o Odin comentou.

Levamos Bella para o quarto que havíamos preparado para visitas.

— Vamos desfazer a sua mala juntas.

Min-jeong tirou as coisas da mala e começou a arrumar no closet, pendurando as roupas em cabides e guardando as roupas de baixo e meias nas gavetas. Ela colocou o par de livros dinamarqueses ilustrados na penteadeira. Então, algo inesperado apareceu na mala.

— Violino? — Min-jeong perguntou, surpresa.

Bella sorriu e assentiu. Aquele era um modelo pequeno, do tamanho certo para uma criança.

— Você pode tocar um pouco? Hmm?

Min-jeong tentou entregar o violino para ela, implorando para que tocasse, mas Bella não quis, balançando a cabeça para lá e pra cá. Eu parei Min-jeong.

— Ela quase caiu agora a pouco, acho que está um pouco cansada da viagem.

— Ah,  é mesmo, desculpe.

Min-jeong deu um beijinho na bochecha da Bella. Foi quando as duas desfaziam as malas juntas e interagiam entre si que eu recebi uma ligação do Odin.

Saí para o terraço para falar.

— Alô.

— A Bella chegou?

— Sim. E como você disse, é muito bonita.

— Eu não minto.

— …

— De qualquer forma, como está a condição da Bella?

— Ela quase caiu, mas conseguimos segurá-la.

— … é mesmo?

— Qual a doença dela?

— É a doença de Lou Gehrig.

— ?

Conforme ouvi o nome da doença, congelei. Era muito assustadora. O mais famoso portador dessa doença nos tempos atuais foi Stephen Hawking. E, embora não soubesse muito, eu tinha noção que era responsável por fazer os músculos pararem de responder de forma progressiva, deixando o paciente incapacitade até que, finalmente, fosse incapaz de respirar e…

— Essa é uma doença genética?

— Cerca de 5-10% dos pacientes possuem esclerose lateral amiotrófica (ELA) hereditária, e, destes, 20% estão associados a uma mutação no 21º cromossomo.

O conhecimento médico que fluiu na hora da boca dele. O quão complicado era o problema nas mãos de Odin e essa era apenas uma forma dele demonstrar isso.

— Até pouco tempo, os sintomas ainda não haviam aparecido. Mas, um tempo atrás, Bella chorou. Eu perguntei o porquê e ela disse que os dedos não estavam se movendo muito bem e que ela não podia tocar o violino… 

A voz dele parecia tão miserável e desolada que eu logo mudei de assunto.

— Eu vou tentar curar ela, não se preocupe.

— Obrigado.

Terminada a ligação, fui para o quarto onde estavam Min-jeong e Bella.

— Min-jeong, não é hora de comer?

— Ainda são 10 horas…

— Sério? Então por que me sinto tão faminto?

— Bella está com fome também?

Min-jeong passou a mão na barriga e simulou comer alguma coisa. Bella deu o seu especial sorriso fofo e assentiu.

— Certo, espero só um pouquinho.

Min-jeong saiu zunindo para a cozinha. Agora era o momento perfeito.

Fiz uma “chama da vida” e os olhos de Bella aumentaram quando ela viu a labareda aparecer na minha mão. Como pode, até a expressão de surpresa dela era fofa demais.

Empurrei a chama no corpo dela. No começo, ela ainda estava desconfiada, mas conforme as chamas entraram no seu corpo, a sua expressão mudou.

— Isso é bom, né?

Sorri para ela, que achou interessante e seguiu com um sorriso. Entreguei o violino mais uma vez, insistindo que as suas mãos hesitantes pegassem o instrumento.

O rosto dela mostrou uma expressão de surpresa e então a performance começou. Monótona, mas incrível. Era uma melodia que pensei já ter ouvido em algum lugar. Nossos olhos se cruzaram. Ela sorriu de novo, e eu sorri de volta.

O tesouro de Odin era a sua filha. Isabella era mesmo uma criança adorável e amável. Min-jeong correu de volta para vê-la tocar.

— Querida Bella, você é tão boa!

Com o fim da performance, Min-jeong abraçou Bella e esfregou as bochechas com as dela. Bella sorriu, feliz.

Diferente de antes, a menina que recebeu a chama da vida estava muito mais animada. Mesmo a fadiga por viajar longas horas de voo havia desaparecido por completo.

Min-jeong estava trabalhando duro em algo na cozinha por um bom tempo.

— Quer que eu vá ajudar?

— Já está tudo pronto.

O que ela havia preparado era um doce coreano chamado maejakgwaFarinha, trigo, gengibre, mel, coloca tudo junto e mexe, depois molda como quiser e frita como um biscoito.

— Você, você sabe fazer esse tipo de coisa também?

— Aprendi um tempo atrás. É bem trabalhoso, esteja ciente de que está sendo mimado hoje.

— Uau, é graças a minha fofíssima mulher que eu estou vivendo na mordomia.

— Hehehe.

De forma gentil eu abracei ela por trás e ela gostou bastante. No mesmo instante, escutamos o som do violino de Bella de novo. As mãos dela deviam ter voltado ao normal, deixando-a animada para tocar bastante.

Que excelente música de fundo era. Graças a essa linda melodia, uma atmosfera peculiar brotou. Eu podia escutar as batidas do coração da Min-jeong com os meus ouvidos.

Numa atmosfera como essa, eu não pude deixar de falar algo romântico.

“Como assim? Como de repente ficou desse jeito?”

Do nada, imerso em pressão, resmunguei por dentro pensando no que dizer, não pude deixar de falar: — Acho que vou ter que te recompensar de noite.

Com toda sua força, Min-jeong deu um pisão no meu pé.

— O que é isso!? Eu disse ou eu não disse que meu quadril tá doendo?

— Vo-você falou. Mas eu pensei que você só disse isso por…

— Esses dias, a noitada tem sido assustadora! Você ficou muito bom do nada e sua disposição é monstruosa!

O sentimento romântico sumiu. Ao que parecia, o que eu havia entendido não era o caso.

Min-jeong empurrou o quadril de volta em minha direção e disse.

— Comece de novo do começo, a música ainda não parou.

— Uh, certo.

Ela não era mesmo uma garota comum. Claro que era amiga da Hyun-ji.

Abracei-a por trás de novo e sussurrei.

— Eu te amo.

— … repita.

— Eu te amo.

— Com o meu nome nisso.

— Min-jeong, eu te amo.

— De novo.

— Eu te amo, Yoo Min-jeong.

— De novo…

Olhei para os olhos dela e pude ver as lágrimas brotando. Com gentileza, segurei o rosto dela e a beijei.

— Eu te amo.

Bella gostou muito de comer o maejakwa. Crocante, macio e doce, o gosto que ficava na boca era o melhor.

O tempo todo enquanto comíamos olhamos uns para os outros. Por conta das tantas vezes que nos olhamos, começamos a rir cada vez que isso acontecia.

Podíamos chamar isso de “efeito Bella”.

Depois daquele dia, nossa relação mudou se comparada ao que era antes. Contudo, colocar em palavras seria difícil. A partir dalí, a ousada, descarada e animada Min-jeong era como uma adolescente e tinha ficado bem tímida.

Ela estava cuidadosa comigo, acanhada, até mesmo tinha vergonha de trocar de roupa na minha frente.

Mesmo quando usava meu braço como travesseiro para dormir, momentos depois, caso o meu braço viesse a doer, me cobria até o pescoço com o cobertor de um jeito sutil. Estávamos acostumados a ficar nos olhando, mas, agora, gostava quando ela me olhava enquanto me distraía.

Algo havia tido uma grande mudança. Se era uma coisa boa ou ruim, não tinha como saber.

 

***

 

Todo dia eu dava duas “chamas da vida” para Bella. Eram as chamas que haviam tratado a grande Árvore da Vida que alcançava os céus.

Bella havia ficado bem mais animada. Considerando que os primeiros sinais da doença de Lou Gehrig haviam aparecido para essa criança, ela ainda era bem arteira.

“Essa é a verdadeira personalidade dela.”

Uma personalidade brilhante, que sorria bastante, não era acanhada, e fazia amizade fácil. Tinha certeza que ela era na verdade uma criança alegre como nenhuma outra.

Um dia, Bella me deu o violino.

— Você quer que eu tente?

Não podíamos conversar, mas ela assentiu e simulou tocar o violino.

— Certo, vou tentar aprender.

Coloquei o violino no meu ombro e coloquei o arco nas cordas para fazer o som.

“É assim que se faz isso?”

Keek.

Bella riu em êxtase.

“Certo, dessa vez eu não vou falhar.”

Tentei tocar de novo.

Keek!

Bella colocou as mãos nos ouvidos. Depois de algumas tentativas, enfim fui capaz de fazer um som.

Jiiiing-

Bella olhou surpresa, eu estava surpreso também.

“Se for parar pra pensar, a minha ‘capacidade física’ está no nível intermediário 1.”

Eu tinha sido capaz até de seguir os treinos com o boneco de madeira. Mas, fazer sair o som correto no violino não era fácil, esse era um instrumento muito difícil de se usar.

“Portanto, não sendo fácil… isso quer dizer que conta como treino?”

Olhei fixamente para o violino infantil da Bella.

“Encontrei uma nova forma de evoluir minha habilidade ‘capacidade física’!”

Volume 2

Capítulo 80: Bella (2)

Comecei a pesquisar sobre violinos na internet. A primeira coisa que aprendi é que eles eram absurdamente caros. O violino era caro, o arco era caro. Até a mala para eles era cara.

Na loja online, procurei por ordem do maior preço e, lá pela metade, o valor era de mais ou menos R$50.000,00. Era um modelo italiano do século 19 ou algo assim, pelo que vi na descrição.

Para alguém que estava tentando aprender pela primeira vez, ter um violino assim era como jogar pérolas aos porcos.

“Certo, vou comprar.”

Afinal, quem ligaria? Eu estava nadando no dinheiro. E, como um completo amador, comprei aquele violino de R$50.000,00.

“Quando eu ficar bom, vou comprar o mais caro.”

Em seguida, entrei em contato com o fornecedor para solicitar o envio do violino.

— Sim, nós podemos fazer o envio de imediato.

Como eu era o comprador de um violino valioso, o vendedor foi bem simpático.

— Já que esse é um bom produto, vou comprá-lo agora mesmo.

— Ficaríamos gratos com a sua compra. Quanto à qualidade do produto, não precisa se preocupar. Se houvesse algum problema em um item tão magnífico, seria uma vergonha.

Com a questão do violino resolvida, voltei a navegar na internet. Procurei por um professor para me ensinar a tocar o instrumento. Havia vários especialistas procurando trabalho, então não foi difícil achar um.

— Alô? — Era a voz de uma mulher.

No anúncio, havia a citação de uma instituição de ensino superior de música, e a voz dela era compatível com alguém em idade acadêmica.

— Você dá aulas de violino? Estou ligando em relação à postagem que você fez.

— Ah, sim!

— Gostaria de marcar algumas aulas. Sou um completo amador e tenho aqui uma criança estrangeira que é muito boa.

— Oh, a criança fala o idioma local?

— Nem um pouco, ela não consegue nem falar o meu nome.

A mulher riu.

— Entendi, primeiro vamos nos reunir para eu ver o nível de vocês.

— Certo.

— Quando eu devo ir?

— Imediatamente. Hoje mesmo, se possível.

— Desculpe? Ah, eh, que horas?

— Às 20 horas pode ser?

— Sem problemas.

Hmm, as coisas acontecem rápido e fácil quando se tem dinheiro.”

Algumas horas depois, o entregador veio e deixou o violino.

— Bella!

Bella, que estava animada no quarto tocando violino, veio correndo.

— Veja isso.

Os olhos dela brilharam, ela tocou no violino e tentou pegá-lo e colocar sob o queixo, mas, como era muito grande, ela não conseguia segurar direito.

Hahaha, tão fofa…

— Que tal? — Dei um joinha e perguntei, ela assentiu e copiou o meu gesto.

Hmm, parece bom.”

Mexíamos juntos no violino enquanto Min-jeong preparava o jantar. Foi um banquete de novo, por isso, falei para ela: — Você deve estar cansada, faça algo mais simples daqui para frente.

— Vou fazer o exame para certificação de habilidades culinárias coreanas, então estou praticando para isso. Assim que eu conseguir o certificado, vou simplificar as coisas.

— Tenho certeza que vai conseguir, você é tão boa.

— Hehehe.

Com o meu elogio, Min-jeong ficou corada. Não sabia por que ela estava assim, não era mais atrevida como antes.

Comemos e assistimos TV.

Às 20 horas, a professora chegou.

— Ah, olá.

— Por favor, entre.

Min-jeong cumprimentou a professora de música e, então, olhou para mim com um olhar afiado. Aí estava, mais uma vez, aquele instinto protetivo.

Contudo, a professora de música era mesmo uma mulher muito bonita, então ela estava certa em ficar de olho.

Longo cabelo liso, como o de Min-jeong antes de cortar. Traços marcantes, tudo perfeito para uma aparência de inocência.

— Fique tranquilo, querido, eu vou trazer alguns lanchinhos.

Para as palavras dela, pisquei e assenti: — Uh, tudo bem, por favor, querida.

— Sua esposa é linda…

— Não é?

— E é bem jovem também.

— Sim, ela aparenta ser mais jovem que a idade que tem.

Mas ela era mesmo jovem, estava no começo dos seus 20 anos.

Min-jeong devia estar com as “orelhas em pé” na cozinha, escutando a conversa.

Apresentei Bella à professora e, então, começamos a aula.

— Você deve começar aprendendo a ler a partitura.

— Certo.

— E a Bella está por volta do nível Suzuki 2.

— O que é Suzuki?

Depois de ouvir a explicação, aprendi que esse era o mais famoso método de ensino de violino, dividido em 10 livros. Considerei que chegar até o nível 3 seria fácil e, a partir dali, ficaria mais complicado. Era um método tão famoso que era usado para distinguir os talentosos dentre os amadores.

Enquanto eu aprendia a ler a partitura, Bella, que estava escutando ao lado, imitou a professora como um papagaio. Aquilo havia se tornado do nada uma aula de idioma também.

Com trabalho duro e várias anotações, estava avançando quando Min-jeong trouxe os lanchinhos com olhos de lince, tentando encontrar falhas na relação entre a professora e eu.

E, assim, as duas horas de aula acabaram.

— Quantas lições por semana você vai querer?

Perguntou a professora.

— É possível todos os dias?

— Um, todo dia?

— Sim, eu vou pagar muito bem.

Ela aceitou.

 

***

 

Tendo aprendido a ler a partitura, estava pronto para começar o divertido aprendizado do violino. Era um instrumento horrível de se usar, mesmo fazer um som simples não era fácil. Ainda assim, a professora estava surpresa.

— Como você aprendeu tão rápido?

— Estou rápido?

Eu estava praticando há uma semana e o máximo que consegui foi fazer um som aceitável. Isso me fez duvidar das palavras da professora.

— Você é muito rápido. Muitos tentam fazer do violino um hobby, mas desistem devido à dificuldade em tirar um bom som.

“É mesmo? Que instrumento complicado…”

Naquele momento, entendi o quão formidáveis eram os violinistas.

— Bella é incrível. — murmurei enquanto olhava para Bella, que estava tocando com facilidade ao meu lado.

A menina abriu bem os olhos e deu um joinha, como se falasse que ela era a melhor, e depois abriu um grande sorriso.

— Ugh, tão fofa…

— Ela é mesmo.

A professora estava encantada também.

Depois de receber duas “chamas da vida” por dia, Bella ficou mais enérgica e a sua habilidade com o violino crescia a cada dia. Até um amador como eu podia ver o progresso da menina. Era como se a habilidade dela antes estivesse sendo suprimida pela doença e agora estava desabrochando.

Bella, alegre que seus dedos se moviam como ela queria, tocava o violino, animada.

Duas semanas passaram dessa forma.

Pedi para Sylph diminuir o ruído e pratiquei com o violino como um louco no terraço.

“Se alguém me ver, vai pensar que eu pirei.”

Para ser sincero, às vezes Min-jeong me olhava como se fosse.

Mas isso era treino.

Mais que treinar artes marciais, aumentar a minha “capacidade física” era o que importava. Essa era a habilidade que me permitiria mover meu corpo como desejasse.

De uma certa forma, podia falar que essa era a arte marcial fundamental, e o violino a forma mais rápida de evoluir essa habilidade.

“Isso vai funcionar, sem dúvidas.”

A habilidade “capacidade física” no nível intermediário 1, estava sendo utilizada, por isso a minha destreza com o violino vinha melhorando bem mais rápido que a de uma pessoa comum. Por isso eu devia praticar tanto quanto pudesse com o violino: para aumentar o nível da “capacidade física”.

Fiz uma série de exercícios radicais na vila dos elfos. Contudo, acertar o tempo e posição de cada dedo, movendo-os de forma delicada, era a primeira vez que eu tentava algo assim, o que me proporcionou um treino de outro nível de treino.

— Oh, oppa, você não vai trabalhar?

— Eu não tenho um trabalho.

— Você vai virar um violinista?

— Não, isso é só um hobby.

— Um hobby que você faz como se estivesse possuído?

— Porque é divertido.

Min-jeong estava preocupada comigo, tocando o violino o dia inteiro como um homem desempregado. Porém, houve resultados: duas semanas depois, toquei a última gavota¹ no livro Suzuki 1.

— Em que mundo… — A professora me olhava como se não acreditasse.

Bella começou a aplaudir com um rosto surpreso.

— Eu aprendi rápido?

— Muito rápido! Sr. Hyun-ho, você é um gênio! Por que você não começou a estudar música cedo?

— Uh, não sei.

Com a forte reação da professora, fiquei um pouco constrangido. Fui direto para o livro Suzuki 2, primeira parte. Melodia de Judas Maccabeus.

Uma velocidade de aprendizagem louca.

 

***

 

— Huanag!

Bella chorava aos prantos e se jogou no chão chutando e gritando. Odin deu um sorriso amargo.

Era dia 31 de dezembro, data em que Bella voltaria para a Dinamarca.

Odin, veio buscá-la pessoalmente e Bella chorava, falando que não queria ir.

Estava arrasada de ter que se separar de nós depois de tanto tempo juntos.

Enquanto Min-jeong acalmava a pequena, Odin e eu fomos para o terraço para uma conversa privada. Afinal, ninguém podia nos escutar falando no idioma de Arena.

— Já faz um bom tempo que não via a Bella chorar daquela forma.

— Ela ficou bem apegada a nós. Também estou chateado.

— Sabe que estou até que feliz?…

— Huh?

— Mesmo que ela chore, lute e faça birra, posso dizer que a saúde dela melhorou bastante. Dá pra ver que ela está muito melhor.

— Hahahaha… 

— Muito obrigado mesmo. — Odin segurou firme as minhas mãos.

— Também acho que ela melhorou bastante, mas não posso confirmar que isso vá curar a doença dela.

— Vou observar os resultados e, se precisar, posso pedir pela sua ajuda mais uma vez.

— Por favor.

— Com isso, na próxima vez, devemos nos ver na Arena.

— Sim.

Fomos com eles para o aeroporto de Incheon, ver a partida da dupla de pai e filha. Antes de partir, Bella ficou soluçando nos braços da Min-jeong. Uma garotinha fofinha, chorando inconsolada, isso fez nossos olhos lacrimejarem também.

Na volta, Min-jeong falou: — A Bella não era tão fofa?

— Sim.

— Amor, eu quero uma filha como ela também.

— … eu deveria te dar uma?

Min-jeong riu alto com a minha piada sem graça. Ainda bem que o assunto parou ali.

De alguma forma, pouco a pouco, senti como se a Min-jeong quisesse se casar, e isso me deixava nervoso. No momento atual, eu não tinha capacidade para pensar em coisas como essa.

Não sabia quando iria morrer, e não queria deixar uma família para trás.

 

***

 

Passamos o ano novo juntos e, na metade de janeiro, Min-jeong começou a trabalhar na empresa do primo dela, no Complexo Digital Gasan.

Os dias de lazer e brincadeiras juntos haviam terminado.

— Droga, os dias felizes acabaram. — lamentou ela.

— Para comer e viver, você precisa trabalhar.

— Hmph, oppa, você poderia cuidar de mim.

— Vamos, vamos, cada um deve ser responsável pela sua própria vida.

Com uma cara um pouco desapontada, Min-jeong saiu para trabalhar.

“Minha querida, mesmo que eu falasse que cuidaria de você de brincadeira, o clima teria mudado e seria como se precisássemos nos casar. E isso não vai acontecer.”

Estando sozinho, o treinamento ficou mais fácil. Fiz o treino que não podia antes, já que Min-jeong poderia ver.

— “Teleportar”.

Pat!

Em um instante, senti meu corpo flutuar e, de repente, estava na frente do boneco para prática de artes marciais.

— Arma Neils H2, “proteção divina do vento”.

Segurei os dois revólveres nas mãos e, com a “divina proteção do vento” ativada, dei um passo de forma suave e rápida, movendo da esquerda à direita, pratiquei no boneco de artes marciais.

Desviar dos bastões enquanto girava minhas mãos mantendo a mira no boneco. Repeti os movimentos como uma máquina.

Pulando com o uso do vento, aumentei a distância entre eu e o boneco. Em seguida, saltei, me aproximando de novo e, mais uma vez, mantendo a mira no boneco de madeira.

No tempo de um piscar de olhos, voei para o outro lado e chutei o saco de pancadas, enquanto mantinha a mira no boneco de madeira.

Pingando suor, terminei o meu treino e, mais tarde, pratiquei com o violino. Me livrei do som com a ajuda da Sylph e toquei repetidas vezes as partes que havia aprendido até ali. Tocar violino não era fácil, e mesmo um descuido mínimo na prática era percebido de forma óbvia.

Eu estava praticando e olhei para a próxima parte que ia aprender, quando:

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora nos reflexos.

Nível intermediário 2: em todas as ações que movimentam o corpo, ganha o nível de habilidade dos gênios.

— Isso!

Levantei o violino e o arco e gritei. A habilidade “capacidade física” tinha evoluído.

Em um mês, consegui evoluir do nível intermediário 1. Esse foi um resultado impressionante.

Depois de brincar de pega-pega com os elfos e enfrentar os zumbis no penhasco, saí do nível inicial 5 para o nível intermediário 1, mas isso demorou muito tempo.

“Parece que se eu treinar com algo que nunca tive contato antes faz mais efeito. Quando ficar bom no violino, acho que vou experimentar outro instrumento.”

 


Notas:

1 – Uma dança popular francesa entre os séculos XVII e XVIII. Nesse caso, a referência é à melodia que embalava essa dança, que possuía um ritmo de quatro tempos bem definidos.

In this post:

Deixe um comentário

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Adblock detectado! Desative para nos apoiar.

Apoie o site e veja todo o conteúdo sem anúncios!

Entre no Discord e saiba mais.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

|