Arena – Capítulos 51 ao 60 - Anime Center BR

Arena – Capítulos 51 ao 60

Volume 2

Capítulo 51: Chamas da Vida (1)

O presidente Park Jin-seong ainda não tinha encontrado uma habilidade que pudesse curar sua doença. Era possível que tal habilidade nem sequer existisse.

Ainda assim, havia uma possibilidade comigo.

“Sintetizar habilidade!”

Com a minha habilidade especial, eu poderia criar habilidades que não existiam, desde que sintetizasse corretamente, é claro.

Na minha cabeça, eu pude pensar em uma maneira de conseguir isso, usando a poção de cura!

“Estava escrito que eu poderia usar um item para a sintetização.”

No item mochila, ainda tinha um pouco da poção de cura que sobrou. Se eu usasse isso na habilidade de sintetizar, talvez, conseguiria criar uma habilidade que curasse doenças.

Se eu conseguisse uma habilidade como essa, poderia usá-la para curar o presidente Park Jin-seong, mas não somente isso, também seria benéfico para mim. Vagando por um mundo estranho, eu poderia contrair todo tipo de doenças, até mesmo por comida envenenada.

Quando me dirigi ao presidente, já havia pensado nisso.

— Tem uma coisa que eu gostaria de tentar, você poderia esperar um momento?

— Com certeza.

O olhar do presidente Park Jin-seong mudou, como se ele colocasse suas expectativas em mim.

Eu não queria mostrar minha habilidade especial para os outros, então fui para o bosque.

— Ver dados.

A placa de dados apareceu, primeiro eu peguei a poção do item mochila e depois eu falei.

— Prêmio karma, eu quero transformar essa poção em um item.

Transformar a poção de cura (160/200 ml) em sua posse em um item custará 150 karma. Você gostaria de transformar?

Karma restante: 300

“150 karma? É muito caro.”

Contudo, eu paguei por isso. O valor da poção de cura seria ao menos isso. Colocar isso em uma ferida fatal, iria curá-la, então ela era como uma “vida reserva”.

— Transformar.

Poção de cura (160/200 ml) foi transformada em item.

Karma restante: 150

Suspiro.

Eu havia usado 150 karma, então tinha que ter sucesso.

— Sintetizar habilidade.

Selecione habilidade ou item para sintetizar.

  • Habilidades disponíveis para sintetização: invocar espírito (Sylph), invocar espírito (Kasa), fortalecimento corporal, guia.
  • Itens disponíveis para sintetização: Mosin-Nagant, item mochila, poção de cura (160/200 ml).

O item utilizado na sintetização será consumido.

— Sintetizar “invocar espírito Sylph” e poção de cura.

Invocar espírito (Sylph) e poção de cura (160/200 ml) estão sendo sintetizados.

Sintetização falhou.

“Merda”

Meu coração levou um baque com a falha.

“Será que essa sintetização não é possível? Se for assim, então qual o motivo de ter transformado a poção de cura em um item.”

Fiquei ansioso e continuei a tentar.

— Sintetizar “invocar espírito Kasa” e poção de cura.

Invocar espírito (Kasa) e poção de cura (160/200 ml) estão sendo sintetizados.

Uma luz começou a brilhar na placa de dados.

Sintetização bem-sucedida. Você recebeu a habilidade chamas da vida (habilidade sintetizada).

Poção de cura (160/200 ml) foi consumida.

Chamas da vida (habilidade sintetizada): Sopro das chamas da vida que faz brotar vida. Uso permitido: uma vez ao dia.

  • Nível inicial 1: fraco efeito de reanimação e rejuvenescimento 

“Funcionou!”

Fiquei atordoado, uma habilidade que trazia alívio para as mazelas da vida!

“Nesse momento, está no nível inicial 1 e só pode de forma fraca reanimar e anti-senescência, contudo, conforme o nível aumente, a habilidade pode ficar mais forte e vir a ser capaz de curar doenças também.”

Retornei para junto do presidente Park Jin-seong.

— Como foi? — Ele perguntou na hora.

— Tive algum sucesso, vou mostrar para você.

— Rápido me mostre.

Assenti com a cabeça e já segui direto para a habilidade.

— “Chamas da vida”!

Então, na minha palma, uma chama pequena como um raio de sol se formou.

— O que é isso?

— É uma chama que faz brotar vida. Hm, você gostaria de experimentar isso?

— Você quer que eu coma isso?

O presidente olhou com desconfiança para a chama que oscilava na minha mão, mas aceitou: — Vou tentar isso.

— Certo.

Eu entreguei a chama para ele. O presidente olhou fixamente para a chama, fechou os olhos e a colocou na boca.

Após comer ela, o presidente abriu seus olhos e estava maravilhado.

— Bastante quente.

— Como se sente?

— Minha fadiga se foi. Isso é mesmo incrível! Você pode me fazer outra?

— Só posso fazer uma por dia. A explicação falou que isso daria um pequeno ganho em reavivamento e anti-senescência, assim, penso que isso pode servir para manter sua saúde por hora.

— Você disse… uma por dia…

Os olhos do presidente Park Jin-seong mudaram de novo.

Com isso, seria apenas uma refeição. Se ele quisesse outra, ele não deveria pagar por isso?

Calmo, eu esperei a resposta do presidente Park Jin-seong.

— Uma por dia, eu quero pagar por isso.

— Se as condições forem justas, eu não teria problemas em providenciar isso para você.

— R$ 500.000,00 cada.

— Perdão?

Fiquei completamente surpreso.

“Meio milhão por cada?”

Isso significava que ele iria me pagar R$ 500.000,00 todos os dias. Um valor muito além do que eu estava esperando, e como uma pessoa comum, sem dúvida que fiquei surpreso.

— Ainda que você não tenha experimentado todos os efeitos disso?

— Não importa. Mesmo que isso não possa barrar a degeneração causada pela minha doença, vou pagar ao menos R$ 500.000,00.

O presidente Park Jin-seong se levantou de seu assento, alongou os braços e outras partes e continuou a falar.

— Já faz um tempo que meu corpo não se sente com tanta energia, cheio de vitalidade. Por me dar um dia a mais com vitalidade o preço de R$ 500.000,00 é barato.

— …

— Vou pegar uma por dia durante uma semana e então vou fazer uma avaliação com meu médico e ver a efetividade disso. Se isso mostrar efeitos positivos contra a minha doença, aumentarei o valor pago. Em relação ao pagamento, você não ficará desapontado, eu sou Park Jin-seong.

Pensando bem, R$ 500.000,00 não era grande coisa para ele. Sua vida estava em jogo, de modo que é provável que estivesse disposto a gastar muito mais que isso.

— Porém, temos um problema.

De forma séria eu me aprofundei no assunto “real”.

— Problema? O valor não é suficiente?

— Não, não tenho o que reclamar do valor. O problema que quero compartilhar é algo que pode vir a ser um problema para você também.

— Então, fale.

— Tenho grandes chances de morrer no próximo exame.

— O quê?

— Perdi todos meus companheiros no terceiro exame. A partir de agora, eu terei que completar os exames sozinho.

O rosto do presidente Park Jin-seong ficou em choque.

— Ouvi que seu time era brilhante e promissor. Tinha um sujeito, acho que Kang alguma coisa, que era um impressionante artista marcial. Contudo, todos…

— Todos morreram. As chances de que o Centro Coreano de Pesquisa da Arena desista de mim, são grandes.

— Céus…

O rosto do presidente Park Jin-seong estava para lá de desanimado. Se eu morresse, ele não teria mais forma de conseguir as “chamas da vida”. Ele perderia a esperança que acabara de encontrar.

— É possível, incluindo o que você acabou de receber, que 19 chamas seja tudo o que você possa receber.

— Isso não pode acontecer. Enfim, eu encontrei uma chance, não posso perder isso tão fácil.

— Eu, claro, não tenho intenção de morrer. Estou sozinho, mas vou lutar com tudo que tenho para sobreviver.

— Você, você não desistiu ainda então?

— Claro que não. Eu vou sobreviver de qualquer forma, só estou avisando você por precaução, de modo que você possa se preparar caso o pior aconteça.

— …

“Ele vai entender isso, vai compreender o que eu quero.”

Eu poderia salvá-lo, então ele também deveria me salvar. Isso era o que eu estava falando.

— Você, qual a sua localização?

— O que você quer dizer com localização?

— A área que você está na Arena.

— Eu acabei de escapar da floresta na parte sudeste do continente. Corri para oeste, através da floresta dos macacos-vermelhos dos licantropos. Perdi todos meus colegas de equipe para os licantropos…

— Entendi, vou dar um jeito nisso.

Devido a essas palavras, apertei o punho em felicidade.

Se o presidente Park Jin-seong se propusesse a me ajudar, esta seria a melhor opção de apoio que eu poderia ter. Na verdade, ele poderia me auxiliar até melhor que o Centro Coreano de Pesquisa da Arena.

— O centro de pesquisa vai entrar em contato com você até o final do dia.

— Entrar em contato comigo?

— Não tem por que você permanecer mais tempo com eles. Aqueles desgraçados querem dinheiro mais que qualquer coisa. Participantes desacreditados são rejeitados como lixo.

O presidente Park Jin-seong compartilhava da mesma opinião que Cha Jin-hyuk.

— Falando nisso, você está desempregado, certo?

— … sim.

Espetado em um ponto fraco, eu vacilei.

— Tsk, um rapazote.

Com a reprimenda do presidente, abaixei minha cabeça envergonhado. Comparado ao presidente Park Jin-seong que fez fortuna com as próprias mãos, minha vida era uma vergonha.

— Arranje um trabalho pela manhã.

— Um emprego?

— Sim, ou você quer ser pego pela Receita Federal? Você precisa justificar o recebimento de R$ 500.000,00 por dia. Vou contratar você como meu assistente pessoal e firmar um salário mensal de R$ 15.000.000,00.

“Isso seria R$ 180.000.000,00 por ano.”

Esse valor seria similar ao de um jogador de futebol de uma grande liga.

— Você já deve ter percebido que o Grupo Jin-seong está recrutando participantes e obtendo majeong. Estamos estudando como transformar o majeong em uma nova fonte energética. Ainda que eu tenha outro objetivo.

“O verdadeiro objetivo é encontrar uma cura para a sua doença.”

— Oficialmente o governo não aprovou nenhum negócio relacionado com a Arena, contudo, também não proibiu nada. Eu forneci muito apoio financeiro ao Centro Coreano de Pesquisa da Arena, então não será um problema tirar você de lá.

E assim, eu fui contratado de repente pelo Grupo Jin-seong.

 

***

 

Voltei para casa e estava descansando, quando recebi uma ligação. Quem me ligava não era outra que Cha Ji-hye.

— Olá.

— Oi.

— Fui pega de surpresa por uma solicitação do Grupo Jin-seong por você. Qual a sua relação com o presidente Park Jin-seong?

— Isso e aquilo.

Poupei palavras e Cha Ji-hye não quis se aprofundar no assunto.

— Como for, o Grupo Jin-seong é um grande apoiador do centro de pesquisa e devido a isso nós não podemos negar uma solicitação deles. Para atender essa requisição, nós do centro de pesquisa decidimos rescindir o nosso contrato com você, Sr. Kim Hyun-ho você concorda?

— Concordo.

— Certo, nesse caso, a partir de hoje, nosso contrato com você está anulado. E pessoalmente, estou feliz. Não sei os detalhes da situação, mas para você Sr. Kim Hyun-ho, receber o suporte do presidente Park Jin-seong será melhor para sua sobrevivência do que se contasse conosco.

— Muito obrigado por tudo Srta. Cha Ji-hye.

— Estou torcendo pela sua sobrevivência até o final.

— Muito obrigado.

E a ligação terminou assim.

“Incrível, a relação com o centro de pesquisa acabou rápido mesmo. O presidente Park Jin-seong sem dúvida é poderoso.”

E alguns momentos depois, uma ligação veio do presidente Park Jin-seong.

— Você recebeu a ligação?

— Sim, o contrato com eles acabou.

— Ainda bem! Vou enviar uma pessoa amanhã, então poderemos conversar. Estou buscando por participantes que possam te ajudar na Arena. Já solicitei a vários centros nacionais de pesquisa, de modo que os resultados sairão em breve.

Uau.”

Ele era rápido mesmo para resolver as coisas.

Encontrando-o pela primeira vez, caçando e comendo junto, tudo isso tinha ocorrido naquela manhã. E agora, não mais que meio-dia depois ele já havia mudado tantas coisas.

Pude entender que tipo de pessoa o presidente Park Jin-seong era e o quão desesperado estava para viver.

Volume 2

Capítulo 52: Chamas da Vida (2)

Na manhã seguinte me deparei com outro tipo de problema.

— Filho!

Minha mãe me acordou de manhã.

— O quê?

— Você sabe que dia é hoje?

— Sexta.

— Hoje começa o mês seguinte que você prometeu!

— …!

Acabava de lembrar da promessa que havia feito para minha mãe.

Para as persistentes chamadas de minha mãe para eu ir para a barraca fritar frangos com ela, eu solicitei um mês de prazo. Contudo, o mês seguinte que eu prometi havia chegado.

— Filho, é hora de você entrar no mundo dos negócios de frango frito!

Minha mãe parecia animada para ser minha chefe e me levar ao trabalho.

Hm.”

Entretanto, eu não tinha tempo para isso. Não podia gastar o tempo que eu tinha até o próximo exame fritando frangos!

Sem outra opção, eu contei para ela a verdade sobre ter conseguido um emprego.

— Mãe, na verdade, eu…

— Não me venha com desculpas. A partir de hoje, filho você é um homem dos negócios de frango frito.

— Deus me livre. Este filho surpreendentemente conseguiu um emprego.

— Hm? Um emprego?

— Isso, um trabalho.

— Filho… você conseguiu um trabalho de meio período em algum lugar? Um trabalho de meio período não é um trabalho.

“Essa senhora…”

Eu falei: — Não é um trabalho de meio período, digo um trabalho de verdade.

— Que empresa contratou você? É uma empresa duvidosa?

— Não! O que você pensa que eu sou?

— Você é um filho desempregado sem formação ou qualificação. Não vá trabalhar em uma empresa duvidosa que ninguém conhece, só para não vir suar fritando frangos comigo.

Compreendi, esse era o tamanho da “confiança” que minha mãe tinha em mim.

— Mãe, não fique preocupada. Pois, eu consegui um emprego no Grupo Jin-seong!

— Grupo Ji-Jin-seong?

— Isso mesmo.

De repente, minha mãe parecia com pena.

— Filho, você caiu em alucinações para fugir da realidade? Pare de falar coisas sem sentido e venha para a barraca comigo, certo?

— Não, isso é real. Estou falando a verdade!

— Não existe forma que o meu filho tenha conseguido um emprego no Grupo Jin-seong.

Eu contei para ela uma explicação um pouco dramática, sobre como fui contratado no Grupo Jin-seong.

— Então você salvou um homem enquanto estava fazendo trilha e o homem acabou por ser um membro do conselho de diretores?

— Isso. Eu falei para ele que estava desempregado e ele disse que me daria um emprego e que iria me colocar em um bom.

— Isso é verdade? E esse senhor não parecia estranho?

— É verdade e ele não parecia estranho.

— Filho, o mundo não é fácil assim. Sem dúvida tem algo errado.

— , estou falando sério! Acredite em mim!

— Você está me enrolando por que você quer ficar deitado em casa?

— A senhora poderia parar?

Minha mãe estava em um profundo poço de desconfiança comigo, ao ponto de chamar um “suporte”.

— Ei, Hyun-ji! Pare o seu irmão!

— O que foi?

Hyun-ji correu e nossa mãe contou que eu estava insistido que havia conseguido um trabalho no Grupo Jin-seong.

Hyun-ji escutou a história e…

— Hahahahahahahaha!

Ela apertou a barriga enquanto rolava no chão de tanto rir. Era tanta risada que quase ficou nos meus ouvidos como um delírio.

“Essa cadela!”

— Oppa, no Grupo Jin-seong? Então eu vou trabalhar no Google, hahaha!

— Google não contrataria uma pessoa com pontuação inferior a 400 no TOEIC.

— Hmph, o Grupo Jin-seong também não contrataria um concurseiro público fracassado próximo aos 30.

— Ei, você deixou seu respeito por mim no clube? Por que você não tem um pouco mais de respeito pelo seu irmão mais velho, hein?

— Ah meu Deus, isso é engraçado! Olha aqui, você não está solteiro? Já não era hora de você estar casado? Não estão todos os seus amigos se amarrando? O que você está fazendo sozinho?

— …

Isso foi cruel, ela não teve misericórdia, mas eu não podia perder assim!

— O que você quer dizer com isso? Não se preocupe tanto assim, estou no meio de algo com a melhor amiga da minha irmãzinha!

— Ahh! Eu disse que a Min-jeong não!

— Hahaha! Eu não preciso da sua permissão!

— Você está morto!

Nós atacamos o ponto fraco um do outro e nossa mãe olhava para nós e passava a mão no cabelo em aflição. Bem, eu estaria da mesma forma se meus filhos fossem como eu e minha irmãzinha, então.

Campainha.

A campainha tocou.

— Hm, quem será? O leiturista de gás?

E a mãe saiu.

— Quem é você?

— Essa é a residência de Kim Hyun-ho?

— Sim, por quê?

— Eu sou do Grupo Jin-seong.

— Hã?

— Eu vim para acompanhar o Sr. Kim Hyun-ho, ele está?

— Eh, filho…

Minha mãe, com uma expressão de descrença, olhou em volta, me procurando.

O homem que o presidente Park Jin-seong disse que enviaria já tinha chegado. Chegou logo cedo, o ritmo de trabalho dele era como um furacão mesmo.

Graças a isso, eu salvei minha pele e minha confiança subiu aos céus.

— Eh, vocês ainda pensam que eu estou mentindo? Acreditam que estou perdido tentando fugir da realidade?

— Mesmo assim, como uma pessoa do Grupo Jin-seong veio até aqui?

Hyun-ji parecia bem frustrada e eu sorri de um jeito irônico e coloquei minha mão no ombro dela.

— Oh, minha irmãzinha, o que você me disse mais cedo?

— Aquilo, eh… 

— Esse seu oppa aqui, a partir de hoje começa a trabalhar em uma grande empresa e suponho que não sobrará nem uma migalha para você.

— Não, oppa! Digo, irmãozão!

O comportamento de Hyun-ji de repente se tornou respeitoso.

— Eu deveria preparar café da manhã para você? Vou falar com respeito a partir de agora, está bom irmão?

— É muito tarde para isso, sua criatura malvada.

— Aww, oppa!

Hyun-ji grudou no meu braço.

Ignorando as ações dela, eu segui para a entrada onde o homem estava e pedi para ele esperar um pouquinho.

— Sem problemas, no seu tempo. Esperarei por você na entrada.

Ele era o motorista do Park Jin-seong que eu havia visto ontem, ele respondeu de forma cordial e desceu para a entrada.

Me apressei para me lavar e me trocar.

Ao menos agora tinha provado para minha família que consegui um emprego, então peguei o terno que nunca usava, exceto em ocasiões especiais.

— Oppa.

Hyun-ji apareceu, querendo ser fofinha. Ela se enfiou no meu guarda-roupa e pegou uma gravata.

— Vou colocar a gravata para você, oppa.

— Hoho, fico muito agradecido. O que a minha mal-educada irmãzinha está querendo?

— Ah, não estou querendo nada.

Hyun-ji continuou a mostrar fofura e passou a gravata ao redor do meu pescoço.

“Contudo, porque as mãos dela estão tão familiarizadas a dar um nó na gravata. Com quem diabos ela esteve praticando isso?”

— Ainda bem que você não quer nada. Eu pensei que você viria aqui pedindo para gastar.

— Ei, oppa! Eu vou preparar o seu café da manhã todos os dias, certo?

— Eh, veremos.

— Hehehe, tenha um ótimo dia irmãozão!

Peguei meus sapatos sociais na saída e estendi minha mão para minha mãe que olhava ainda com dificuldade em acreditar que tudo isso era verdade.

— Mãe, seu filho está indo trabalhar agora. Trabalhar duro!

— Eh, sim…

Saí de casa, no hall de entrada o homem estava esperando.

Entrei na Mercedes que ele estava dirigindo e saímos. A matriz do Grupo Jin-seong ficava em Gangnam, porém seguimos para Jincheon-gun em Chungbuk, para a casa de férias do dia anterior.

— Você chegou!

O presidente já havia preparado tudo para uma caçada e estava me esperando.

— Caçar de novo?

— Ontem mal foi uma caçada. Hoje, eu vou caçar de verdade, sem as suas habilidades especiais. Ainda assim, não tem algo que você deveria entregar primeiro?

Ele estava perguntando sobre as “chamas da vida” e eu assenti.

— Certo, vou entregar para você quando estivermos caçando.

— Soa-me bem.

Pegamos todas as provisões que o velho caseiro preparou para nós e começamos a caçada. Quando ficamos a sós, eu fiz as chamas e entreguei para o presidente Park Jin-seong. Ele comeu as chamas e sorriu alegre.

— Sem dúvida, eu posso sentir a energia. Sinto como se eu consumisse isso de forma consistente diariamente, até mesmo a minha doença seria curada.

As “chamas da vida” sem dúvida revigoraram ele.

Ele teve muita dificuldade no dia anterior, mas agora estava tomando a frente e subindo a montanha.

O pastor alemão que trouxemos parecia que tinha percebido algum animal, já que começou a farejar bastante.

Park Jin-seong olhou para uma pegada no chão e disse.

— É um alce.

Seguimos com o pastor alemão liderando o caminho. Nos movemos juntos enquanto conversávamos.

— Tive resposta do Grupo de Exame Nórdico ontem.

— O que é o Grupo de Exame Nórdico?

— Cinco nações nórdicas e territórios associados se uniram em uma agência internacional.

— …

Na minha usual ingenuidade o presidente estalou a língua para mim.

— Você é ignorante ou todos os jovens são como você hoje em dia?

— Sou um jovem comum para os dias de hoje.

— Este país está com problemas, se diz global, mas não é tão global assim.

De acordo com a explicação do presidente Park Jin-seong, as nações nórdicas incluíam cinco países norte-europeus, eram esses, Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Islândia. Somados a esses, três territórios associados: Groenlândia, Ilhas Aland e Ilhas Faroé.

O Grupo de Exame Nórdico foi criado em prol da Arena e de fornecer suporte aos participantes. Criado pelo grupo de países nórdicos, eles eram similares a outros países, reuniam majeong para transformá-lo em fonte de energia, contudo, mais que qualquer coisa, eles eram leais aos participantes e a prioridade era a sobrevivência deles.

— Eles tendem a focar na sobrevivência dos participantes e, sendo assim, demonstraram uma reação favorável ao seu problema.

— Os participantes do Grupo de Exame Nórdico vão me ajudar?

O presidente Park Jin-seong acenou com a cabeça.

— Mais do que qualquer coisa, você no momento é um participante de 3ª rodada. Ajudar um participante da 4ª rodada não é difícil para veteranos que já passaram da 10ª rodada. Claro, eu providenciei o pagamento pela ajuda.

— Qual foi o preço?

— Não foi nada. Eu providenciei o pagamento de R$ 50.000.000,00 para quem ajudasse você.

“R$ 50.000.000,00 NÃO SÃO NADA?!”

Estava assombrado. Me apequenei diante do tamanho das ações dele, dando tanto dinheiro por minha causa. Sem dúvidas o presidente Park Jin-seong estava fazendo tudo o que podia para superar sua doença.

“Graças a Deus.”

Graças por ter chamado a atenção do presidente Park Jin-seong e pela imensa sorte de ter a habilidade que ele queria.

— Contudo, como não sabemos que exame você fará na sua 4ª rodada, eles falaram que querem se encontrar pessoalmente com você para conversar sobre.

— Pessoalmente?

— Para ser honesto, eu derramei um pouco de pimenta em algo para atiçar a curiosidade deles.

— Você quer dizer a invocação de espíritos?

— Exato, pelo que escutei, não existe nenhum participante no Grupo de Exame Nórdico que também tenha a habilidade de “invocar espíritos”. Por isso eles estão interessados em você e graças a isso, conseguimos o apoio deles.

— Você ter feito tudo isso em um dia, você é mesmo incrível.

— Ontem, graças às “chamas da vida” que recebi de você, eu estava transbordando de energia. E devido a isso, fui capaz de executar vários trabalhos.

— Mas você gastou R$ 50.000.000,00 por minha causa…

— Não ligue para isso.

— …

— Você só não deve morrer. Sobreviva a suas 4ª e 5ª rodadas e então me salve. Isso será suficiente. Esse tanto é o que você me deve.

— Ok, vou sobreviver, não importa como.

— Certo, agora me fale sobre o que você encontrou na Arena. Quero saber como você completou seus exames passados.

— Tudo bem.

Naquele dia nós caçamos juntos e eu contei as coisas pelas quais passei como participante.

O presidente Park Jin-seong com certeza sabia como lidar com as pessoas. Ele ouviu com atenção o que eu contei, se admirou e se compadeceu por mim. Um ótimo ouvinte.

— Esse anjo estava certo. Você não é uma pessoa ordinária afinal.

— Você acha?

— Acho. As decisões que você tomou durante os exames não foram ordinárias.

O presidente parecia mais satisfeito com ele mesmo.

— Eu esperava isso. Ouvindo sua história, posso ficar tranquilo. Você não é um tipo que morre fácil. Se eu der total suporte para você seguir, você conseguirá passar por esses exames sozinho.

“Seguir em frente…”

Para ser honesto, o presidente só precisava de mim até que sua doença fosse curada. Não tinha como saber o que me aconteceria depois.

“E então?”

Uma relação que é benéfica para ambos é a melhor. Enquanto ele precisasse de mim, eu precisaria da sua ajuda e iria recebê-la.

Ao menos, agora eu começava a ver esperança para o futuro, algo que não estava enxergando antes.

Volume 2

Capítulo 53: Desfecho (1)

Meio-dia se passou, começava a escurecer e nós tínhamos conseguido caçar.

Quando o pastor alemão latia e ficava parado apontando, o presidente Park Jin-seong atirava.

Peguei o alce nos meus ombros e voltamos para a casa de verão, no nosso caminho de volta o presidente sorria de orelha a orelha.

— Começando amanhã, venha trabalhar aqui.

— … desculpe?

— É gostoso aqui. Não tem ninguém, então será fácil para você praticar suas habilidades, o ar é bom e tem uma pessoa aqui para alimentá-lo.

Não tive resposta para essas palavras, afinal eu teria que vir trabalhar nessa montanha todos os dias?

— O Grupo Jin-seong não possui um local específico para os participantes?

— Nós só temos um centro que reúne informações sobre a Arena. Não controlamos os participantes.

— O quê?

— Não importa o quanto analisemos no centro de pesquisa, como poderíamos saber mais que os próprios participantes? O trabalho do Grupo Jin-seong é pagar os salários, recolher o majeong e compartilhar informações que conseguimos de outras agências. Coisas como prática de habilidades devem ser feitas pelos participantes.

— E quanto às coisas como instalações de treinamento?

— Estou falando que coisas como essa são inúteis. Você esteve no Centro Coreano de Pesquisa da Arena? Havia alguém nas instalações de treinamentos?

— …

Agora que pensei sobre isso, não havia ninguém treinando nos pisos de treino do centro de pesquisa, mesmo que os equipamentos fossem ótimos.

— Apenas deixamos para o próprio participante fazer o que é melhor. Ter alguém que nunca esteve na Arena falando como fazer isso ou aquilo, só serve para distração. Também, os participantes que temos, em geral, já passaram da 10ª rodada.

Tudo que ele falava fazia muito sentido.

— Aqui não é tão longe da sua casa. Comece a vir trabalhar aqui a partir de amanhã.

— Mas, eu não tenho um carro…

— Por que não?

O presidente ao acaso pegou uma chave de carro do seu bolso. Era como se ele estivesse esperando minha resposta. Contudo, não era a chave de um carro normal.

— O que é isso?

— Eu costumava dirigir isso quando vinha caçar, agora é seu.

— Você está me dando um carro?

— É um modelo antigo de dois, três anos atrás e agora é seu.

— E-esse logo, é de um Porsche?

— Sim.

O item que o presidente me deu aleatoriamente era um modelo especial e luxuoso de carro, um Porsche.

— Não use carros populares. Os airbags não funcionam.

Hm, um CEO de uma montadora poderia te agarrar pelo colarinho por isso.”

— Eu, eh, eu não sei dirigir…

— Você não tem uma habilitação?

“Como ele sabe que eu tenho carteira de habilitação? De onde ele tira essas informações pessoais?”

— Tenho, mas tirei seis anos atrás.

O presidente protestou frustrado.

— Santo Deus, rapaz, com 30 anos você não sabe fazer nada? Por que alguém jovem como você vive dessa forma?

Ele me atacou sem rodeios e isso me estressou!

— Isso é verdade, desde que eu não posso não fazer, exceto por salvar a sua vida, eu concordo, minha vida é um acúmulo de falhas. Merda, porque sou tão incompetente!

— Ah, bem, acontece.

O presidente Park Jin-seong voltou ao seu estado anterior.

— Enfim, vou deixar uma pessoa aqui para te ensinar a dirigir. Aprenda a dirigir e volte aqui amanhã.

— E você?

— Virei aqui toda manhã para me exercitar. Tenho que comer as chamas de qualquer forma, coisas relacionadas com os negócios estão sendo cuidadas pelos meus filhos agora.

Nos noticiários e jornais recentes, circulavam matérias como “Decaída na saúde do presidente Park Jin-seong” e “começo de uma nova gerência”. As pessoas deviam pensar que o presidente Park Jin-seong estava em um hospital ou em casa ponderando se morreria nesse dia ou no próximo.

Contudo, a verdade é que ele estava ativo e caçando comigo.

Fiquei aborrecido e perguntei, provocando.

— Então, escutei que o Grupo Jin-seong está em Gyro dropping¹?

A expressão do presidente ficou sombria.

Hahaha, é provável que somente eu possa fazer uma piada como essa para o lendário presidente Park Jin-seong. Sem dúvidas eu sou audacioso.”

— Tenho certeza de que é porque as pessoas estão estranhando a troca. Meus filhos também não têm muita experiência.

Ele deu um sorriso forçado.

— As ações vão se recuperar logo que eu volte.

— Tenho certeza de que irão.

— Vou sobreviver, não importa como, e voltarei. Ainda não é minha hora de morrer.

Pude sentir sua forte força de vontade e fiquei com um “nó na garganta”.

Na Arena eu tinha que lutar pela minha vida. Para sobreviver… uma coisa que, sem dúvida, não era uma certeza para mim.

Ainda assim, havia uma pessoa que não era um participante, com a mesma força de vontade e trabalhando duro para sobreviver. Vendo-o com uma doença terminal não desistindo e tentando superar isso, me deu coragem.

Retornamos para a cabana e entreguei o alce para o velho caseiro que lidou com isso e o colocou no freezer. Nós assamos o javali que havíamos caçado no dia anterior.

Dessa vez, acompanhado não com vinho tinto, mas sim vinho de arroz.

O presidente Park Jin-seong, diferente de um velho doente, engoliu uma porção de carne e bebeu. Vendo isso, o velho caseiro sorriu satisfeito.

“Sem dúvida é um efeito das ‘chamas da vida’.”

Senti um pouco de arrependimento.

“Se eu pudesse fazer bastante, eu daria um pouco para minha mãe. Hmm, ela ficaria assustada e perguntaria o que são as chamas. Será que conseguiria colocar isso em segredo na boca dela enquanto estivesse dormindo?”

Depois da refeição, vi os dois carros estacionados no pátio da casa de verão. Um, era a Mercedes que o presidente andava por aí e o outro, era preto com linhas finas e elegantes, um maravilhoso SUV, o logo da Porsche bem na frente dava uma impressão marcante.

— Esse é um Porsche Cayenne?

— Isso, ele já tem anos, mas até que não está mal.

Ele não era ruim de forma alguma. Não tenho certeza, mas acredito que fosse um SUV por volta de R$ 500.000,00.

— Você realmente está me dando isso?

— Você disse que não tinha carro e eu não dirijo mais de qualquer forma.

— Muito obrigado.

— Se você estiver agradecido, dirija-o bem. E não morra em um acidente de carro ou algo do tipo.

— Não vou morrer de forma tão patética, não se preocupe.

— Também não morra de forma heroica. Viva não importa como. Já que não é assim que eu continuo a viver?

— Pode deixar.

— Estou indo agora, aprenda a dirigir.

— Aprenderei.

O presidente Park Jin-seong deu um tapinha no meu ombro e entrou na Mercedes. Toda sua comitiva o acompanhou, com exceção de um homem que ficou para trás.

— Recebi a ordem de ensinar você a dirigir.

— Certo, vamos começar.

Soltei um suspiro e comecei a praticar como dirigir. Achei curioso que o contato da chave era no lado esquerdo, todavia girei a chave e um suave som de motor emanou. Desde o som do motor até o design do couro no banco, tudo era uma obra de arte.

“Esse carro é mesmo meu?”

Com alegria eu aprendi a dirigir. Quando estava tirando minha habilitação, lembro de ter reprovado três vezes. Eu não tinha mesmo habilidade para dirigir, contudo, por mais estranho que pareça, dessa vez eu peguei o jeito fácil.

— Você está indo muito bem.

Até recebi um elogio. Como isso era possível? Agora eu tinha alguma habilidade de condução? Sem chance, eu sabia que era um péssimo motorista.

“É a habilidade relacionada aos reflexos!”

Eu sabia o segredo. Era graças à habilidade sintetizada “capacidade física”. Devido à melhora nos reflexos, eu entendi como usar a embreagem e freio e o meu corpo também estava mais familiar com eles.

Conforme peguei o jeito, para ter experiência dirigindo, conduzi pela rodovia principal sentido Cheonan. Logo chegamos ao meu apartamento e eu pratiquei estacionar, o que foi fácil.

— Talvez seja por você já ter sua habilitação, você aprendeu bem rápido.

— Tudo graças a sua boa orientação.

— Não, não mesmo, enfim, seja como for, você sem dúvidas já aprendeu a dirigir, com isso estou indo.

— Tudo bem.

Eu mandei o homem embora e fiquei por um tempo dentro do Porsche me acostumando com a ideia de que esse era o meu carro!

Um carro importado não era tudo, R$ 500.000,00 por dia! Essa era a quantia que receberia do presidente Park Jin-seong.

“Estou rico!”

Se eu pudesse sobreviver a 4ª, 5ª, 6ª… se eu sobrevivesse aos próximos exames!

“Se eu sobreviver, posso viver sem que nada me falte.”

Minha vontade de viver aumentou. Talvez a força de vontade para sobreviver que o presidente havia falado, fosse algo como isso. Quanto mais se tem, mais difícil é deixar isso para trás.

“Não quero morrer!

“Hye-su.

“Joon-ho.

“Isso é o que vocês teriam sentido?”

Se eles estivessem vivos, talvez tivessem a mesma oportunidade que eu. Se apenas eles estivessem vivos!

— Hahaha….

Sorri, porém, as lágrimas rolaram.

“Me perdoem. Por favor me perdoem, estou tão decepcionado por que eu não pude salvar nenhum de vocês”

Solucei de tanto chorar no estacionamento.

 

***

 

Eu, na verdade, não contei para minha família que estava em posse de um Porsche Cayenne. Contudo, mais tarde naquela noite eu fui pego.

Hyun-ji foi ao meu quarto com café e guloseimas para me comprar, foi quando ela viu a chave do Porsche na minha escrivaninha.

— Hmm, Oppa! Essa chave é de um Porsche!

— Hm? Ah… 

— Onde você conseguiu isso? Hein? Hmm? Onde? Isso é seu?

— Bem, isso…

— Aaaa! Mãe! Mana! Vejam isso!

Hyun-ji pegou a chave e foi para o corredor.

“Tão mal-educada, se você me pergunta algo, ao menos me dê tempo para responder!”

Minha mãe e irmã mais velha entraram no meu quarto e me interrogaram. No final, eu soltei uma história estranha sobre como o diretor que eu resgatei na montanha, não apenas me deu um emprego como também me deu o Porsche como presente.

— Sério? E você não assinou algum tipo estranho de contrato quando recebeu isso?

Minha irmã me perguntou desacreditando e eu neguei. No final, acabei falando que mostraria para ela meu contrato como prova. Tinha que falar sobre isso com o presidente

— Como é possível?

Minha mãe olhou a chave com suspeita, tocando e resmungando.

“Que casa cheia de desconfiança, apenas deixem isso para lá!”

Só Hyun-ji estava alegre e comemorando isso.

— Oppa! Me leva na escola amanhã! No Porsche! No Porsche!

Minha mente estava apreensiva e então na manhã seguinte.

Como programado, estava me arrumando para ir trabalhar na cabana na montanha, quando de repente Hyun-ji estava pronta para ir para a escola e correu para fora do seu quarto.

— Oppa. Você tem que ir comigo. Você tem que levar sua querida irmãzinha para a escola.

— Pegue o trem.

— Ah, o metrô é assustador. Tem tantos tarados.

— Como é, tara… Que seja, vamos! Tsk.

— Oba, Opaa!

Hyun-ji me agarrou e agradeceu. Ela grudou em mim como cola e quando chegamos no estacionamento e ela viu o Porsche Cayenne preto, Hyun-ji gritou e correu até ele.

Como se tivesse se transformado em uma modelo dessas que tem nas corridas, ela cruzou as pernas em cima do capô e tirou várias selfies.

Eu apertei a chave do carro e destravei as portas, Hyun-ji entrou no banco do passageiro e tirou mais selfies. Aos poucos comecei a me preocupar se minha irmãzinha estava bem da cabeça.

Liguei o carro e dirigi, próximo a mim o celular de Hyun-ji não parava de tocar.

“Ela já deve ter postado as fotos nas suas redes sociais.”

Hyun-ji estava animada trocando mensagens, logo ela riu e falou comigo.

— Oppa, Min-jeong disse que te ama. Porém, falou que você deu um fora nela?

— …

— Ela disse que estava sendo sincera e que não vai desistir. Hahaha! Eu disse a você que ela não estava pensando bem.

“Por que ela é sua amiga.”

A escola de Hyun-ji era em Cheonan, então chegamos rápido e entramos no desleixado pátio do colégio que Hyun-ji conseguiu ser aceita. Eu e ela logo atraímos a atenção de vários dos estudantes

— Oppa, muito obrigada! Eu te amo! Tenha um bom dia no trabalho. Eu farei um saboroso jantar!

Sendo fofa o tempo todo. Assim que ela saiu do carro, foi cercada pelos amigos, que começaram a perguntar se eu realmente era o irmão dela.

Chasqueei minha língua e saí da escola.


Nota:

1 – Gyro Drop (Torre giroscópio) é um brinquedo de um parque coreano, “uma torre de queda livre”, onde fizeram uma montagem onde o brinquedo seria ainda mais assustador. No contexto é uma analogia para dizer que a empresa está caindo/está em queda livre.

Volume 2

Capítulo 54: Desfecho (2)

Quando cheguei na cabana na montanha, comi um sanduíche e bebi leite que foram preparados para mim pelo velho caseiro. Depois segui direto para a floresta.

O assunto mais urgente que tinha me dado era testar todas minhas habilidades e aprender um estilo de luta adequado para mim. Pensei em testar todas minhas habilidades antes de decidir como gastar meus 150 karma restantes.

— Placa de dados.

A placa de dados apareceu na minha frente.

— Me mostre todas as minhas habilidades.

Assim que falei, as palavras na placa mudaram e uma lista com todas minhas habilidades apareceu.

Mostrando todas as habilidades adquiridas.

Habilidade principal: invocar espírito (nível inicial 1)

Habilidade de apoio: fortalecimento corporal (nível inicial 5), guia (nível inicial 1)

Habilidade especial: sintetizar habilidade

Habilidade sintetizada: proteção divina do vento (nível inicial 1), proteção divina do fogo (nível inicial 1), capacidade física (nível inicial 1), chamas da vida (nível inicial 1)

Graças a “sintetizar habilidade”, aumentei bem o número de habilidades. Todas eram úteis, não tendo nenhuma imprestável me deixou feliz.

— Me mostre dentre essas habilidades, aquelas que possam aumentar de nível com 150 karma.

Mostrando habilidades que podem ter aumento de nível com 150 de karma.

Habilidade de apoio: guia (nível inicial 1)

Habilidade sintetizada: proteção divina do vento (nível inicial 1), proteção divina do fogo (nível inicial 1), capacidade física (nível inicial 1), chamas da vida (nível inicial 1)

Eram todas habilidades de nível inicial 1, fiquei pensando qual destas iria subir de nível.

Primeiro, excluí guia, aumentar o nível dessa seria um desperdício. As chamas da vida também estavam fora de cogitação, mesmo que aumentasse essa, só seria benéfico para o presidente Park Jin-seong, sem muita utilidade para mim.

“Sendo assim, restam ‘proteção divina do vento’, ‘proteção divina do fogo’ e ‘capacidade física’, tenho que escolher uma dessas três. Decidirei após testar todas.”

Decidi testar com calma todas as habilidades.

— Sylph.

— Miau.

Uma delgada e delicada gata apareceu e se sentou no meu ombro.

— Pode encontrar um javali para mim?

— Miau.

Sylph logo saiu voando.

Decidi fazer de meu oponente um javali, afinal não tinha nada muito mais perigoso do que isso na floresta.

Sylph voltou bem rápido e apontou para direita, seguindo a orientação dela, corri um pouco.

— “Proteção divina do vento”.

Ativei a habilidade e algo incrível aconteceu.

— Hm?

Cada vez que dava um passo, vento soprava dos meus pés e meu corpo era levantado um pouco. Assim como parece, me sentia correndo no ar.

Leve, suave, devido ao vento meu corpo era levantado no ar. No começo foi difícil manter o equilíbrio, contudo, graças à habilidade “capacidade física”, logo me  acostumei a isso.

“Vamos colocar um pouco de velocidade!”

Firme eu forcei minha pisada no chão e o sopro do meu pé ficou mais forte e assim, com facilidade eu pulei por mais de dois metros.

— Hahahaha!

Usando o grande salto, me lancei correndo para a frente.

Pulando, acelerei a um ritmo incrível. Estava me movendo tão rápido que não mais que 30 segundos se passaram até eu alcançar o javali que Sylph estava apontando.

— AAAHH!

Com um grito, pisei firme e pulei. O salto mais alto, quatro metros.

Saltando como se estivesse voando, meus olhos se encontraram com os do javali.

O javali foi pego de surpresa e recuou alguns passos, contudo, em seguida bufou se preparando para a batalha.

Óbvio que eu não estava com medo. Eu tinha o “fortalecimento corporal” nível inicial 5, portanto tinha força para suportar os ataques, sem falar nos rápidos reflexos.

Lancei um jab no javali.

Vento soprou das minhas mãos e aterrissou na cara do javali.

“Posso lutar assim.”

Ataquei o javali com uma série de jabs. Toda vez, uma rajada de vento atingia a cara do javali.

Contudo, o poder da rajada de vento não era lá essas coisas. O javali continuou recebendo os golpes conforme avançava em minha direção.

Bem tranquilo eu me esquivei para a esquerda, como um toureiro, evitei o ataque e contra-ataquei com um soco leve.

A melhor arte marcial para se usar a “divina proteção do vento” é o boxe.

“Será porque ainda está no nível inicial 1? Sendo assim, suponho que a ‘divina proteção do fogo’ também não é muito forte”.

Mesmo se eu atirasse fogo das minhas mãos, pensava que não seria forte o suficiente para transformar o javali em churrasco. Enfim, essas eram de níveis inicial 1, penso que não deveria esperar muita coisa.

Hm? Espera….”

Algo passou pela minha mente.

“Se eu combinar o vento com o fogo, elas ficariam mais fortes?”

Tentei isso no mesmo instante.

— “Divina proteção do fogo”!

E então soquei o javali com toda a minha força e do meu punho uma rajada de vento e fogo saiu simultaneamente.

O javali gritou e recuou. Meu pensamento estava correto, resumindo, o fogo e o vento fizeram uma explosão.

O resultado da explosão acertou um lado da cara do javali e sua pele ficou chamuscada, era ao nível de uma leve queimadura.

“Usar a ‘divina proteção do vento’ e a ‘divina proteção do fogo’ juntas, no mínimo causa algum dano.”

Quando estava usando somente as rajadas de vento, o javali tomou alguns golpes e não sentiu medo nenhum. Porém, quando o fogo se juntou a rajada de vento e explodiu, era escaldando, o que fez o javali se assustar.

Soco, soco.

O javali estava sofrendo e recuou para longe, ainda assim não foi um golpe fatal.

“Tenho que atingir ele mesmo para surtir efeito.”

Meu corpo com “fortalecimento corporal” nível inicial 5, estava no limite da capacidade humana. Sendo assim, seria mais efetivo usar esse poder e atingir de forma direta.

Entretanto, conforme tentei acertar, outro problema surgiu. Era difícil acertar ele diretamente.

O adversário não era humano e devido a ser baixo, estando próximo ao chão, era difícil atacar. Assim, tive que chutar em vez de socar, mas isso também não era fácil.

Sempre que me aproximava, o javali avançava. E sendo um javali atacando, quem sofreria se eu tentasse chutar a cabeça dele, seria eu mesmo.

Após desviar por pouco, na mesma hora chutei a lateral do javali e no mesmo instante que acertei, a explosão de vento e fogo ocorreu.

O javali recuou.

“Uma ligeira falha!”

Não havia conseguido um bom chute, minha postura estava toda errada para isso. Mais que isso, eu nunca aprendi nenhuma arte marcial, então não tinha como saber o jeito certo de fazer.

“Como saber?”

Nesse instante soube como usar os 150 karma que tinha.

— Placa de dados!

Enquanto combatia o javali, recuperei a placa de dados e gritei.

— Prêmio karma, aumentar nível da “capacidade física”!

Assim que fiz isso, pude ver as palavras na placa mudarem.

Capacidade física (habilidade sintetizada) o nível foi aumentado.

Capacidade física (habilidade sintetizada): melhora reflexos e movimentos.

  • Nível inicial 2

Karma restante: 0

“Feito!”

Outra vez eu escapei do ataque do javali e de novo eu chutei a lateral dele. Com isso, um doloroso grito do javali foi escutado.

Dessa vez, eu acertei em cheio. Isso foi graças a “capacidade física” que aumentou meus reflexos.

Aproveitei que o javali estava titubeando e chutei mais uma vez a cara dele. Era um estilo parecido com Taekwondo, mantive minha distância e estiquei meus chutes até o javali.

Quando ele estava aos farrapos pelas queimaduras a “proteção divina do vento” acabou.

“15 minutos passam rápido.”

Assim que a habilidade do vento desapareceu, somente o fogo se mostrava.

Sem a explosão o poder era fraco. Contudo, o animal já estava bem machucado e exausto. Parecia como maus-tratos, o que me fez me sentir terrível, então acabei logo com isso.

— Sylph, acabe com ele.

— Miau!

O fim veio com a lâmina de vento.

Era a fraqueza de lutar com as mãos vazias, enfrentando um oponente com boa resistência como o javali, seria difícil tirar uma vida com as minhas próprias mãos, considerando o poder que eu tinha.

“Eu devo usar a luta com as mãos mais para defesa. Se eu me aproximar e lutar, Sylph pode atacar ainda mais longe.”

O animal com a garganta cortada, caiu morto. A luta acabou e coincidentemente meu telefone vibrou.

[Presidente Park Jin-seong: onde você está?]

[Eu: acabei de pegar um javali.]

[Presidente Park Jin-seong: sério? Traga ele.]

“Espera, esse velhote, considerando sua idade, digita bem rápido. Será porque ele é dono de uma empresa de tecnologia que fabrica smartphones?”

Peguei o javali e voltei para a cabana. Foi uma luta curta, porém era um grande animal e não foi em vão.

— Por que ele está todo queimado?

O caseiro perguntou conforme pegou o animal. Nesse intervalo eu havia entregado as “chamas da vida” para o presidente, o qual seu rosto parecia renovado depois de comer as chamas.

— Eu vivi por isso.

— São saborosas?

Perguntei por que estava curioso, eu era o dono destas chamas, mas nunca provei elas.

— Não são saborosas, por assim dizer, porém, quando se come elas, a fadiga se vai, uma vivacidade brota e me sinto ótimo. Sem dúvidas, consigo sentir que estou ficando mais saudável.

O presidente parecia estar de bom humor pela manhã.

— Ontem, meu médico me examinou e me elogiou dizendo que minha condição parecia boa. Eu devo voltar em uma semana e fazer outro exame.

— Espero que as chamas tenham efeito.

— Terão, é assim que me sinto. Estou tão cheio de energia, então isso deve estar funcionando.

“Também espero que isso tenha efeito, dessa forma, posso conseguir mais dinheiro.”

— A certo, tive notícias do Grupo de Exame Nórdico. Eles querem te ver na próxima segunda.

— Onde?

— Dinamarca, você pode vir comigo.

— Você vai também?

— Eu tenho que comer as chamas, não posso perder nenhum dia.

— …

Podia sentir a grande força de vontade dele de curar seu corpo. Mais que tudo, a vida dele dependia disso.

— Você está indo por minha causa, me sinto um pouco mal por isso.

— Não sinta, meus filhos estão tocando os negócios, então estou livre. Vou aproveitar essa oportunidade para visitar os escritórios no norte europeu.

— Sendo assim, nós iremos no seu jatinho particular?

— Claro, é comigo que você vai.

Ele era um cabeça dura, e eu meio que liguei ele a um pai que levava o filho até a porta da escola. Eu queria mesmo a proteção do presidente, mas não imaginei que teria tanto suporte assim.

— Não se incomode com isso.

Parecia que o presidente era como um fantasma que lia minha mente.

— Você merece tudo isso. Você é a linha de vida deste Park Jin-seong.

— …

— Pense apenas em sobreviver aos exames. Se você sobreviver, você vai receber toda riqueza e honrarias. E se você puder me curar, vou te considerar como meu salvador e assim, cuidarei de você e sua família. Essa é uma promessa que o presidente Park Jin-seong está fazendo para você.

— … entendido.

A entrada do almoço daquele dia foi um javali grelhado. Com sopa de feijão e todos os acompanhamentos e arroz multigrãos, tudo estava delicioso. As habilidades de cozinha do caseiro eram dignas de elogio do presidente Park Jin-seong.

Vendo a grande lealdade do caseiro, me fez pensar que o presidente era alguém digno de confiança. Ele retribuía na medida da ajuda que recebesse, o que era o motivo de tanta lealdade.

“Ganhei um grande apoiador.”

Ele também era como minha linha de vida, um participante em crise, sem companheiros.

Fui salvo por “sintetizar habilidade” e “chamas da vida”.

Volume 2

Capítulo 55: Desfecho (3)

Firmei dois contratos de trabalho com o presidente Park Jin-seong.

Um, era o contrato real descrevendo nosso acordo de participante e patrocinador, o valor semanal era de R$ 3.500.000,00, toda segunda-feira receberia essa quantia exorbitante. E claro, havia uma cláusula para aumentos com base nos meus resultados.

O outro, era um contrato falso, esse era apenas um contrato de trabalho normal para eu apresentar para minha família. Esse tinha por objetivo, mostrar para minhas incrédulas mãe e irmã mais velha que eu estava mesmo empregado como um membro da comitiva de segurança do presidente com um salário anual de R$ 300.000,00.

Levar esse contrato falso para casa e mostrar para minha mãe e irmã mais velha, foi a única forma delas acreditarem em mim, além de a “fofura” de Hyun-ji ficar ainda mais forte.

Seu filho tinha acabado de ser contratado por uma grande companhia, ainda assim, mamãe não parecia gostar disso.

— Eu ia entregar o negócio para você e me aposentar…

— Mãe, me desculpe. Fritar frangos não deve ser o destino deste seu filho.

— Minha nossa… acho que terei que entregar o negócio para Hyun-ji.

Hyun-ji, que estava me servindo café, foi pega de surpresa.

— Eu?

— Sim, você, desde que meu filho conseguiu um grande emprego, a única desempregada que sobrou na casa é você.

— Não estou desempregada! Vou conseguir um emprego!

— Hyun-ji, vendo suas notas ou seu TOEIC (400) ou sua personalidade, emprego é algo que meio que está fora de cogitação.

— Eu posso fazer isso! E tudo bem quanto as notas e meu TOEIC, mas o que tem de errado com a minha personalidade?

— Você odeia trabalho pesado, de modo que você fica fugindo disso.

— Não! Vou conseguir um emprego! Posso conseguir um emprego!

— Pense com cuidado. Vamos dizer que você consiga um emprego, esse será em algum típico pequeno negócio, recebendo o quê, R$ 100.000,00 por ano? Nesse caso, o que você acha de apenas tocar o negócio da mamãe?

— Eu não quero fritar frango, vou ser uma executiva.

Assim que Hyun-ji disse as palavras “executiva” fiquei espantado, minha irmã mais velha parecia compartilhar do mesmo sentimento e minha mãe se sentou próxima a Hyun-ji e falou com uma voz tranquila.

— Hyun-ji pense com cuidado, está bem? Você não gosta de coisas luxuosas?

Ela assentiu.

— Você não quer dirigir por aí num bom carro, gastar um monte de dinheiro e se divertir?

Assentiu de novo.

— Sendo assim, sua escolha deveria ser a de ingressar em um pequeno negócio, que ninguém sabe quando quebrará nesta fraca economia ou no vivaz negócio de frango frito?

— Bem, hm… 

Podia ver o dilema no rosto de Hyun-ji.

— Então, o que tem de o trabalho ser um pouco pesado? Se for o negócio de frangos fritos? Você poderia gastar o dinheiro ganho em roupas, bolsas legais e férias no exterior.

— Sim, mas eu…

— Pense bem. Qual opção você não estará arrependida em 10 anos?

— Isso, seu cérebro é ruim, então só alivie seu sofrimento, trabalho pesado se encaixa melhor para você. — Nossa irmã mais velha concordou de forma fria.

Outra vez, mamãe e minha irmã mais velha tiveram que pensar por Hyun-ji.

Eu falei: — Isso mesmo Hyun-ji. Vou deixar o negócio de frango frito para você. A dama do frango frito de dia e atraente frequentadora de clubes à noite! Isso não soa bem?

Eu era o irmão mais velho que “pensava” mais que tudo na irmãzinha.

— Ah, hm, eh! Eu vou estudar! Vou estudar e conseguir um bom emprego em algum lugar!

Hyun-ji saiu correndo e chorando para o quarto e eu rolei no chão gargalhando.

“Pobrezinha, contudo, você colhe o que plantou. Por que não tentar um pouco mais firme?”

— Acho que vai dar certo com um pouco mais de persuasão.

Minha mãe falou com um brilho venenoso nos olhos.

— Bem, ela está se formando no colégio. Vou cortar a mesada dela. Quando ela precisar de dinheiro, diga a ela para trabalhar na loja. Quando ela se acostumar com o trabalho da loja, uma hora ela irá…

A aprendiza havia se tornado a mestra. Minha irmã mais velha havia elaborado um plano ainda mais venenoso.

— Minha nossa, essa é uma ótima ideia. Assim que ela sentir o gosto do dinheiro ela não será capaz de viver fora da “roda de ratos”.

Olhei para os 99,99% de DNA compartilhado pela minha irmã e minha mãe e estremeci. Estava tão aliviado que o alvo delas não era eu, era como se já pudesse ver a imagem de Hyun-ji fritando frangos.

 

***

 

Mesmo no fim de semana, eu fui para a cabana todas as manhãs. Isso se dava, por eu ter que entregar as “chamas da vida” para o presidente. Contudo, eu podia sair do trabalho sempre que quisesse, não era um problema e mais que qualquer coisa, a remuneração semanal era de R$ 3.500.000,00, não tinha como eu ter problemas quanto ao trabalho.

Fora isso, o presidente Park Jin-seong ouvia todas as minhas solicitações. Eu disse que precisava de mais balas 7,62 mm para o meu Mosin-Nagant e imediatamente ele contatou o Centro Coreano de Pesquisa da Arena e eu recebi uma série de caixas.

Quando falei que queria aprender artes marciais, ele colocou um dos seus guardas pessoais para me ensinar. Ele tinha 28 anos, mais novo do que eu, contudo era um boxeador medalhista de bronze no nacional e campeão regional de Muay Thai.

— Acredito que você não vai precisar dos exercícios básicos.

Vendo meu corpo que havia sido fortalecido até os limites da capacidade humana, o segurança Choi Hyuk olhou com um pouco de inveja. Pensando bem, ao ver meus músculos bem definidos me surpreendeu também.

— Vou começar ensinando para você algumas técnicas básicas.

Ele fez ajustes na minha “imitação” de jab e com ajuda dos efeitos da habilidade “capacidade física”, consegui o movimento correto.

Seguindo o jab, eu aprendi o direto e o básico do jogo de pés. Pratiquei esses até o dia escurecer. À noite, fui ao Monte Taejo e pratiquei até o amanhecer.

No dia seguinte, Choi Hyuk viu meu jogo de pés, jab e direto com surpresa.

— Legal, você está indo bem.

— Sério?

— Contudo, você ainda precisa praticar isso diariamente, assim, quando em uma luta, saíra de forma natural, como um reflexo.

— Certo.

Aquele dia, eu pratiquei no saco de pancadas especial que Choi Hyuk trouxe, até que ele rasgasse. Em geral, praticar tanto quanto eu havia feito, poderia abrir as juntas dos dedos, porém graças ao “fortalecimento corporal” eu fiquei bem.

O fim de semana passou rápido e a segunda chegou. Como sempre eu entreguei uma chama da vida para o presidente, após isso perguntei.

— O guarda Choi Hyuk. Tudo bem ele saber que eu sou um participante?

— Ele sabe, de modo que isso não importa.

Choi Hyuk não era apenas um guarda, ele pertencia a terceira secretaria. A qual ficavam as pessoas que faziam coisas que não podiam ser expostas ao público, onde artistas marciais como ele, estavam inclusos.

“Agora que penso sobre isso, aquele cara, Lee Jun-shik, havia dito que ele era o cabeça do terceiro escritório.”

Só então me convenci e me tranquilizei para aprender com Choi Hyuk. Naquele dia, não usei luvas nem capacete, e fiz um pouco de sparring, atacando Choi Hyuk com os movimentos que havia aprendido.

Em termos de habilidade eu estava em evidente desvantagem, com isso fui atingido com maior frequência. Entretanto, devido ao “fortalecimento corporal” nível inicial 5, minha resistência, reação e reflexos eram muito melhores e fui capaz de dominar ele.

Para ser honesto, mesmo com essas diferenças, no final nós empatamos, isso mostrou o quão incrível Choi Hyuk era. Mesmo que eu tenha forçado, se essa fosse uma luta de boxe oficial, ele deveria ter recebido mais pontos.

— Mesmo que você apenas se defenda, parece que eu não terei como vencer. Contudo, você ainda tem muito a aprender, então deve se esforçar bastante.

— Certo, obrigado.

Depois disso, eu aprendi a me defender com apenas Choi Hyuk atacando. Não tinha ideia de que havia tantas formas de se bloquear um ataque.

A noite chegou e eu peguei meu “cavalo” favorito, meu Porsche Cayenne e fui para casa.

“Espera, não é segunda o dia que eu recebo?”

Acessei o aplicativo bancário no meu smartphone. E então verifiquei o saldo…

“Esse sentimento, é da adrenalina percorrendo meu corpo?”

Quando olhei para o saldo, foi difícil para eu ficar com os pés no chão.

Sete milhões.

Passavam-se cinco dias desde que havia me encontrado com o presidente Park Jin-seong e dado a ele as “chamas da vida” e o montante que constava era o dobro do combinado.

Estava boquiaberto e liguei para o presidente Park Jin-seong.

Estava preocupado de que um magnata como ele, não atendesse uma ligação minha, porém felizmente ele atendeu na hora.

— Olá, o que houve?

— Me desculpe por te ligar de repente. Você pode falar?

— Tudo bem, se é uma ligação sua, eu sempre vou atender. Você está ligando pela quantia que recebeu hoje?

— Sim, é muita coisa…

— Fiz um exame médico hoje.

Com essa frase, tive a explicação do porquê a quantia era maior que a prometida. O presidente falou em uma voz alegre.

— Fui informado que a metástase das células cancerígenas parou. Não apenas parou, mas, embora apenas um pouco, encolheu. Vamos ter que acompanhar por um pouco mais de tempo, porém tenho certeza de que estou melhorando.

— Parabéns.

— Fiquei tão feliz com isso, que te paguei mais, então não se preocupe com isso.

— Obrigado.

— Não foi nada. Contudo, isso não significa que vou sempre te pagar dobrado. Tem a questão com o Grupo de Exame Nórdico e estou gastando uma boa quantia com você. Você entende?

— Sim, claro.

Ele havia me retirado do centro de pesquisa e prometido que o Grupo de Exame Nórdico iria me ajudar. Com tudo isso acontecendo, os três milhões e meio a mais podem ser uma pequena quantia, perto do que já foi gasto comigo.

— Não fique decepcionado. Se eu me curar mesmo, você será meu salvador. O salvador deste Park Jin-seong do Grupo Jin-seong.

— De forma alguma eu estou decepcionado. Mesmo agora, isso já é muito.

— Hm, de qualquer forma, estamos indo para a Dinamarca na quarta, então esteja pronto.

— Certo, não se preocupe.

— Ok. Então te vejo amanhã.

E a ligação terminou assim.

Eu olhei para a tela do celular no aplicativo bancário e sorri.

“Fazer dinheiro é tão fácil assim?”

Dinheiro que seria difícil para pessoas conseguirem durante toda uma vida, foi conquistado em cinco dias. Estava duvidando se isso era real ou não, mas era real. O valor na tela do celular, com certeza, era…

— SETE MILHÕES?

— Ah caramba, você me assustou!

Atrás de mim um grito de espanto e eu me espantei também.

“O que é isso?”

Logo me virei … era Hyun-ji.

Nas duas mãos uma bandeja com petiscos, doces e café para mim. Essa minha irmãzinha TOEIC 400, era bem persistente.

— Eh, quando? Quanto tempo você esteve parada aí?

— Acabei de…

Ela respondeu com um olhar vazio.

— Ah, qual é, você não deveria ir entrando no quarto de um homem apaixonado com um computador desse jeito. Primeiro, você deveria bater à porta e fechar seus olhos quando entrar.

— Mas eu acabei de ver sete milhões…

— Ah sim, sete milhões onde?

— No seu smartphone

— Isso? Nah, hahahaha. É dinheiro de um jogo. Enquanto esse seu irmão estava estudando para concurso público, não me tornei um mestre concurseiro, mas me tornei um mestre do poker online.

— Mas ali mostra Banco Citizens…

— Você viu errado. Vem cá, obrigado pelo lanche. Me dê isso e saia logo, .

Assim, a mente de Hyun-ji que estava para lá de Andrômeda, retornou. Essa safada, apertou os olhos afiados e falou para mim.

— Você pensa que eu sou alguma idiota que não pode reconhecer a tela de um aplicativo bancário em um celular?

— …

— Me mostre isso, aquilo eram sete milhões não eram? Meus olhos não se enganaram, não é?

Hyun-ji bem rápido pegou meu celular, foi uma manobra mais rápida que qualquer jab.

— Oh meu Deus… oh meu Deus! São mesmo milhões de reais. Sete milhões! Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete milhões! Oh meu Deus, oh meu Deus!

— O que você quer dizer com “oh meu Deus”? Querida criança, isso não é da sua conta.

— Oppa!

— O que foi?

— Onde você conseguiu esse dinheiro?

— … seu irmão está fazendo negócios com alguns amigos.

— Quê? Sério?

— Uh, isso. Com o dinheiro que ganhei quando trabalhava meio período, meus amigos e eu investimos em um shopping. Eu não queria que a mãe e nossa irmã mais velha se preocupassem comigo, perdendo dinheiro em um investimento de risco, então mantive isso em segredo.

Outra história de merda saiu da minha boca.

— Então ser contratado pelo Grupo Jin-seong e o Porsche…

— Não, isso é real. Eu fui mesmo contratado pelo Grupo Jin-seong, você viu o contrato.

— Oppa… 

— O quê?

Os olhos dela pareciam apaixonados.

— Eu te amo, oppa.

— …

“O que foi que ela disse?”

Volume 2

Capítulo 56: Yoo Min-jeong (1)

— Nós somos ricos agora?

— O que acha que está fazendo, com esse sorrateiro “nós”?

— Ah, oppa!

— Calma aí!

Usei a passada lateral que aprendi com Choi Hyuk para me esquivar de Hyun-ji se atirando em mim. Quem poderia imaginar que o resultado dos treinos seria usado dessa maneira.

— Você está tomando conclusões precipitadas, porque esse dinheiro não é meu.

— Hm? Como assim?

— Dinheiro da empresa! A fundação de uma companhia são seus recursos, então não pense que esse dinheiro é meu.

— Você fala sério, não está apenas tirando essa história do seu rabo?

“Como ela consegue ser tão afiada às vezes?”

— Você pensa ser fácil assim se tornar um milionário? De que forma eu simplesmente faria milhões?

— Ah, droga.

Por sorte, a lerda Hyun-ji acreditou no que eu disse.

“Obrigado senhor.”

— Enfim, qual tipo de shopping é?

— Segmento, sabe, a parte dos computadores no shopping.

Quase falei setor de moda. Se tivesse dito isso, sem dúvida que Hyun-ji demonstraria interesse e soltar algo sem sentido, para que eu a usasse como modelo.

— Sério? E esse segmento precisa de modelos?

“… claro, ‘precisa’ sim Hyun-ji.”

— Por que seções de computadores precisariam de modelos? Não precisamos deles.

— E o negócio está indo bem?

— Tudo certo, o suficiente para poder gastar um pouco de dinheiro. Mas, não tenho uma grande participação.

— Então oppa, com o salário que você recebe trabalhando no Grupo Jin-seong e mais o do shopping, uau! Oppa, você deve fazer muito dinheiro mesmo.

— Bem, é o suficiente para alimentação e moradia.

— Ain, não seja modesto.

Hyun-ji se libertou do choque pelos milhões e voltou ao seu normal, voltando com sua fofura mais uma vez. Havia uma razão por ela estar sendo tão bajuladora desse jeito.

Quem era a pessoa que dava a mesada dela? Era nossa irmã mais velha insensível, a solteirona fria, senhorita Kim Hyun-joo. Não importa quanta adulação e fofura que Hyun-ji mostrasse para ela, não teria nenhuma moleza.

Comparado a ela, eu era um “oponente” muito mais fácil. Quando éramos mais novos, houve muitas coisas que abri mão porque não podia aguentar a bajulação constante de Hyun-ji…

— Oppa, não seja assim, apenas me diga. Posso dizer que nossa irmã está escondendo algo, é preocupante.

— Hm?

— Ela deve estar pensando em suspender minha mesada assim que eu me formar.

Ela era boa em pegar as coisas.

— Você não acha que ela sempre foi muito má comigo? Tinha problemas por vir tarde das festas, e ela me falou para não comer seus salgadinhos.

“Sério, pare de comer meus salgadinhos!”

— Ela não tem amor pela irmãzinha dela, sério. Nós temos tanta diferença de idade, ela não deveria me achar fofa e adorável?

— O fato de você pensar assim que é o problema.

— Sem chance, oppa me dá dinheiro, huh? Eu vou ser boa de verdade com você, quer que eu te apresente algumas garotas? Dentre as minhas amigas de escola, nem todas são como Min-jeong que só gosta de festa, há as que vão bem na escola e são bem comportadas. Quando você me levou no seu carro, todas me imploraram para que eu as apresentasse para você.

Mesmo que elas fossem bem na escola, sendo alguém do colégio de Hyun-ji, podia distinguir que tipo de pessoa seria sem nem olhar.

— Ah, e tome cuidado com Min-jeong, ela está dando em cima de você mesmo.

— Eu?

— Sim, na última vez que chamei ela para ir para o clube, ela disse que não fazia mais isso.

— Você também deveria parar de ir.

Hyun-ji ignorou completamente o que eu disse e apenas continuou falando o que tinha para falar.

— Ela disse que agora viveria como uma boa garota ou algo assim. Minha nossa, um tempo atrás ela até disse que estudaria a culinária tradicional coreana, inclusive disse que também estudaria a cozinha chinesa e ocidental.

— E o que tem isso? São boas coisas.

— Estou te falando, ela está fazendo isso tudo para sacudir o rabo para você. Ela já passou de namorada, está mirando em ser sua esposa.

— Isso é só especulação.

— Bem, só tome cuidado com aquela vaca astuta.

— Não sei, agora não estou em busca de garotas.

“Meu problema é se eu vou viver ou morrer, garotas não estão na conta.”

— …

— …

— Ei, por que você não vai embora? Não terminou seus assuntos aqui?

Para minha pergunta, Hyun-ji de repente pula no meu colo.

— Oppa, mesada! Por favor?

— Por que você está me pedindo isso? Logo, você vai ganhar mais do que eu.

Hyun-ji olhou para mim com suspeita, eu sorri e acrescentei.

— Fritar frango.

— Argh! Sério! Você está morto.

Hyun-ji foi pelos ares, ela agora estava deitada na minha cama falando que não sairia até eu dar algum dinheiro para ela.

Quando tentei tirar ela, ela se enfiou debaixo das cobertas como um caracol entrando na casca e então arrancou suas calças e camisa. Não tinha como expulsá-la do meu quarto agora, não tinha opção.

— Se você não me der dinheiro, eu vou falar para a mãe e irmã dos seus negócios!

— Eu perdi, eu perdi.

Transferi R$ 2.500,00 para a conta bancária dela, que verificou no aplicativo e então fez um sorriso “amarelo” de alegria.

— Oppa, muito obrigada! Eu te amo!

— Coloque suas roupas de volta e suma daqui!

— Tá bom!

Hyun-ji se sacudiu embaixo das cobertas vestindo as roupas de volta e então deixou meu quarto. Depois que a “tempestade” passou, olhei para a tela do aplicativo bancário no celular.

Sete milhões, os R$ 2.500,00 que dei para ela nem faziam diferença.

— Hahahaha. 

Pensei comigo mesmo, ao menos eu poderia reservar dinheiro suficiente para o futuro de Hyun-ji antes de eu morrer. Mamãe e minha irmã mais velha iriam se virar bem por conta própria, me preocupava por minha irmãzinha e então.

Meu celular vibrou, era uma mensagem de Min-jeong.

[Yoo Min-jeong^^: Isso não parece gostoso?]

Com essa mensagem veio uma foto de um delicioso peixe Juliana com molho de pimenta vermelha.

[Eu: ºoº parece muito bom. Ouvi que você está estudando a cozinha tradicional coreana esses dias.]

[Yoo Min-jeong^^: hahaha, você ouviu isso da Hyun-ji?]

[Eu: ºOº]

[Yoo Min-jeong^^: quer vir e comer um pouco? Vou te mostrar minhas habilidades.]

“Uau.”

As palavras de Hyun-ji eram verdadeiras. Min-jeong estava dando em cima de mim, e quem sabe ela tivesse mudado de tática, já que não estava mais usando indiretas.

Não podia dar um fora nela direto, então enrolei um pouco na resposta.

[Eu: estou indo para a Dinamarca em uma viagem de negócios e não sei quando vou estar de volta. Eu te ligo quando estiver de volta ^^.]

[Yoo Min-jeong^^: Dinamarca?]

[Eu: ºoº a trabalho.]

[Yoo Min-jeong^^: Você é tão legal! Também quero ir para a Dinamarca@.@]

[Eu: Hehehe então, eu ligo para você quando voltar.]

[Yoo Min-jeong^^: quando você vai?]

“Oi, tenho certeza de que ela entendeu que eu dei um fora nela, e ela está ignorando isso. Ela não era assim, por que está agindo assim agora? Será por causa do Porsche?”

[Eu: quarta.]

[Yoo Min-jeong^^: certo, entendi.]

A conversa terminou assim. Não sei o que ela quis dizer com “entendi”, porém tive um mau pressentimento sobre isso.

No dia seguinte, um dia antes de eu ir para a Dinamarca, fui para a casa na montanha, me encontrei com o presidente e pratiquei um pouco de boxe com Choi Hyuk, que disse que eu havia aprendido tudo muito rápido e iria me treinar repetindo os movimentos durante o sparring, consegui bloquear muito melhor e tive mais facilidade contra ele.

Se estivéssemos em um ringue, eu poderia encurralar ele em um canto e vencê-lo, contudo, como não estávamos em um ringue, terminou empatado, porém eu levei menos golpes.

— Ufa, seu corpo é bem condicionado, está me dominando.

— Isso é graças aos seus bons ensinamentos.

— Contudo, se você que pensa que me derrotando poderá parar de treinar está errado. Você ainda está muito atrasado em questão de habilidade.

— Sem dúvida.

Eram apenas alguns dias treinando, eu nunca pensaria em algo assim.

— O primeiro problema que temos que superar é em relação ao ataque do adversário, não perca o ritmo. Você tem que bloquear ou esquivar, porém, como só sabe bloquear, você terá que sincronizar o ritmo dos ataques do seu oponente.

Assenti e de novo, quando eu continuei a usar força bruta, o ambiente em geral de sparring ficou por conta do Choi Hyuk.

— Vamos fazer alguns bloqueios.

As técnicas de bloqueio que estávamos usando eram com o punho ou braço, que bloqueavam o ataque adversário esperando por uma oportunidade de contra-atacar.

Passei o dia repetindo isso com Choi Hyuk na ofensiva. Eu queria praticar o dia inteiro sem parar, mas ele se cansava muito rápido, “considerando que ele é um humano”, assim não conseguíamos praticar por muito tempo.

Pensei que todo esse treino talvez estivesse sendo inútil, porém neste mesmo dia consegui ver o quanto minhas habilidades de luta haviam melhorado.

Grito

Usei Sylph para encontrar um javali para eu enfrentar usando meu boxe.

Um soco forte.

Com movimentos decentes, estendi meu punho em um afiado soco e surpreendentemente, uma forte rajada de vento foi enviada. Usei apenas a “divina proteção do vento” e isso quase foi suficiente para derrubar o javali.

“Não era fraco devido ao nível baixo, era porque minha técnica era horrível.”

Claro, sem dúvida um pouco ainda estava relacionado ao nível inicial 1.

Quando o animal avançou em minha direção, eu logo dei um jab e até tive a noção para derrubá-lo pelas pernas dianteiras. Isso era devido eu ter aprendido a importância dos bloqueios que quebravam o ritmo do adversário.

— “Divina proteção do fogo”.

Meu ataque com o vento e as chamas foi ainda mais perigoso. Conforme lancei um poderoso direto, o formidável javali fraquejou.

Apavorado ele se virou e fugiu, usei essa chance para persegui-lo, usando a “divina proteção do vento”, encurtei a distância entre nós e dei um chute lateral nele.

Grito

Pude sentir com meu pé algo se partindo no javali, que caiu com uma respiração profunda e miserável.

“Me desculpe”

Após expressar minhas condolências, usei Sylph para acabar com ele com as lâminas de vento.

“Com certeza eu fiquei mais forte.”

Havia ganhado confiança, nem me sentia mais nervoso pensando que esses aprendizados não trariam efeitos imediatos.

Ainda mais, pude verificar por meio do javali que meus ataques estavam mais fortes do que antes, tinha certeza disso. Se continuasse a praticar até o fim do período de descanso, sabia que poderia continuar aumentando minha força.

Nem percebi o tempo passar enquanto praticava, coloquei toda minha energia nisso e o dia escureceu, então decidi voltar de forma tranquila.

“Amanhã vou para a Dinamarca.”

Em questão de viagem internacional, tudo o que já havia feito era uma viagem para Pequim logo que terminei o serviço militar.

Em pensar que enfim estaria indo para a Europa, estava cheio de animação. Ainda mais que não seria um voo em algum avião qualquer, seria o jato particular do presidente Park Jin-seong!

“Será que o interior do jato é como um hotel de luxo?”

Eu tinha que arrumar minhas malas então me apressei para voltar para minha casa em Cheonan. Tinha me acostumado a dirigir e de forma tranquila dirigia o meu Porsche por todos os lugares.

Por alguma razão, Hyun-ji estava em casa mais cedo, contudo ela não estava sozinha.

— Oi, oppa!

— Olá!

Energéticas saudações de duas garotas. Uma delas era Min-jeong e a outra era a garota que estava com ela e Hyun-ji no clube, suas amigas estavam reunidas em casa.

— Ei pontuação 400, você está festando de novo?

Para a minha pergunta Hyun-ji fez uma grande cara feia e suas amigas riram de forma histérica.

— Min-jeong disse que ela vai fazer o jantar.

— Jantar?

Min-jeong se iluminou com um sorriso e disse.

— Oppa, você disse que vai para a Dinamarca amanhã. Logo eu queria te ver antes da viagem. Eu queria mesmo ver você, ouvi que você arrumou um ótimo trabalho, isso é tão legal! Oppa, eu também quero andar no seu carro.

Que merda de situação, eu simplesmente olhei para Hyun-ji, que suava frio e fingia fazer alguma coisa.

Digo, ela vivia falando sobre como eu não deveria sair com Min-jeong, mas agora ela mesmo tinha a trazido em casa.

— Espere só mais um pouco, o arroz já estará pronto.

Min-jeong foi para cozinha cantarolando para si mesma. A outra amiga me perguntava como eu fui empregado pelo Grupo Jin-seong, quanto era meu salário, se o carro era legal, uma enxurrada de perguntas materialistas, que decepção.

Fiquei de saco cheio e me levantei.

— Tenho que me preparar para a viagem de trabalho amanhã.

— Beleza, vai lá.

Fui para o meu quarto e arrumei as coisas que precisaria no dia seguinte, passaporte e roupas, então Hyun-ji se esgueirou para dentro.

— Oppa.

— Não faz muito tempo, você me falou para ter cuidado com Min-jeong.

— Ai, é que a Min-jeong e até a Ji-hyun estavam insistindo tanto que queriam sair e vir aqui em casa. Ji-hyun também estava enchendo sobre o quanto queria ver você e Min-jeong continuou a insistir que queria me mostrar o que aprendeu nas aulas de culinária e eu não podia continuar rejeitando…

Olhei de forma patética para Hyun-ji que abaixou a cabeça envergonhada.

“Eu não sei de mais nada, o que tiver que acontecer, vai acontecer.”

Volume 2

Capítulo 57: Yoo Min-jeong (2)

Bibimbapdaikon ralado e panquecas de carne moída. Min-jeong espalhou na mesa todas as coisas que havia cozinhado.

— Ai meu Deus, ai meu Deus, isso é incrível! Você preparou tudo isso mesmo?

— Você não está estudando a tanto tempo, mas ainda assim já está tão boa? Eu só sei fazer lámen.

Hyun-ji e Ji-hyun estavam encantadas. Ora, para ser honesto, não era nada de mais para ficar encantado, apenas era interessante porque Min-jeong estava cozinhando mesmo.

Ela olhou para mim e sorriu de forma linda.

— O que você acha? Não parece saboroso?

— Hmm, claro, podemos comer?

— Com certeza, sirvam-se.

— Isso parece bom.

— Obrigada.

Era uma refeição normal.

A comida de Min-jeong não era ruim e havia vários acompanhamentos que minha mãe havia preparado, então era uma mesa farta.

Talvez pelo meu físico, estava com tanta fome que comi duas tigelas.

Contudo, Min-jeong viu eu pegar a segunda tigela de arroz e os olhos dela brilharam. Senti como se ela se sentisse como minha mulher, e isso me fez suar de nervoso, ela estava agora sem rodeios dando em cima de mim.

Sem chance que Hyun-ji e Ji-hyun não perceberam isso.

Um clima estranho pairou no ar, então eu mudei de assunto.

“Vou atirar sobre vocês garotas, um tema que não poderão ignorar.”

— Vocês já decidiram onde vão trabalhar?

Hyun-ji e Ji-hyun se encolheram e de forma surpreendente, Min-jeong se manteve tranquila e falou.

— Eu decidi entrar na empresa que o meu irmão fundou.

“Entendi.”

Foi por isso que ela foi capaz de se manter tranquila e estudar culinária.

— Estou com tanta inveja! Você pode fazer algo por mim?

A amiga, Ji-hyun, deveria ter um monte de problemas com trabalho, já que estava se agarrando a Min-jeong.

— Talvez? Perguntarei para o meu irmão, mas isso será complicado. É uma pequena empresa de investimentos, então ela não precisa de muitos funcionários. Eu tive sorte, que uma vaga na contabilidade ficou disponível. O salário também não é muita coisa.

— Aaaaa, o que eu vou fazer? Estou estudando para o TOEIC, mas não acredito que será de muita ajuda.

— Meninas, eu estou sendo forçada a entrar no negócio de frango frito da família!

Hyun-ji começou a dar chilique, graças a isso, deixei as três conversando e fui para meu quarto arrumar minha mala.

Não tinha muitas coisas para levar, de modo que fui capaz de colocar tudo em uma. Arrumei tudo de forma bem mais tranquila do que pensei que seria, e assim peguei meu laptop e naveguei na internet.

O presidente havia dito que a sede do Grupo de Exame Nórdico ficava em Copenhague, na Dinamarca. Pensei que poderia ter algum tempo livre depois que finalizarmos os afazeres e então fazer algum passeio, decidi buscar alguns pontos turísticos.

— Oppa, elas estão indo.

Era hora para as duas amigas de Hyun-ji irem embora, então fui me despedir na entrada, quando de repente, Min-jeong me perguntou.

— Oppa, você pode me acompanhar?

— Ah, sim! Eu também quero andar no Porsche!

Ji-hyun também apelou, e como Min-jeong fez o jantar eu não podia me negar a levar ela para a casa dela.

Hyun-ji achou isso tudo uma chatice e decidiu ficar, então eu peguei as duas garotas e as levei de carro. As duas entraram no carro luxuoso e ficaram encantadas.

Quando liguei o carro, Min-jeong falou.

— A casa da Ji-hyun é mais perto, então vamos lá primeiro.

Ji-hyun lançou vários olhares para Min-jeong, que deu tapinhas na mão dela. Talvez a troca de olhares, fosse alguma história delas, já que Ji-hyun riu para ela mesmo.

— Obrigada.

Eu deixei Ji-hyun e acessando o GPS, perguntei para Min-jeong.

— Onde você mora?

— Ahn Sung Blank-Blank apartamentos eficientes.

Eu inseri o endereço que ela me passou e percebi que fica em frente ao colégio de Hyun-ji. Eram apenas dez minutos de casa.

Só então percebi o porquê de Ji-hyun estar dando risadinhas para si mesma. Min-jeong me disse para deixar Ji-hyun primeiro, e assim ela poderia ficar sozinha comigo. O clima ficou bem estranho de novo.

— Sua casa fica em frente ao colégio?

— Minha casa fica em Seul, mas eu moro sozinha aqui porque o colégio fica em Cheonan.

— …

“A sensação estranha que senti quando ela disse que mora sozinha, deve ser só eu pensando demais.”

Não tinha mais nada para falar, então só liguei o carro. Nós ficamos em silêncio durante o resto da viagem, o que deixou tudo ainda mais estranho e eu nervoso.

Chegamos em frente ao apartamento em que Min-jeong morava.

— Chegamos.

Min-jeong acenou e saiu do carro, contudo, para minha surpresa ela abriu a porta do passageiro e sentou ao meu lado e me olhou.

— O-O quê foi?

— Oppa, por que você está tão assustado?

— Hm?

Senti que essa pergunta era para me pegar desprevenido, já que em seguida, os lábios de Min-jeong estavam sobre os meus. Depois de se entregar por completo aos meus lábios, ela se afastou devagar e olhou nos meus olhos. Acredito que estávamos um palmo de distância um do outro, onde um par de olhos, observava minha alma.

— Oppa, não é como se você não gostasse de mim.

Eu nem tive a chance de falar nada, os lábios dela estavam sobre os meus mais uma vez.

Ela tocava, puxava e mordia levemente, a sensação no geral era bem carinhosa. Dos lábios dela para os meus, eu podia sentir sua doçura. Ela pegou meu pescoço com uma mão e com a outra mão acariciava minha coxa, tudo isso enquanto me atacava com beijos.

O motivo do beijo ser tão longo foi porque eu não resisti e inocentemente aceitei tudo. Não tinha ideia de quanto tempo se passou.

O beijo sufocante perpétuo chegou ao fim e com um rosto corado de leve, Min-jeong me olhou de forma amável.

— Você se lembra do que eu disse? Que moro sozinha!

— …

— Você não está cansado. Por que não entra tomar um pouco de café?

Estacionei meu carro no estacionamento subterrâneo e arrastado pelas mãos de Min-jeong, subimos juntos.

Se eu subisse, sabia que uma situação ainda mais desgastante iria acontecer, mas não me importava. Decidi não pensar nisso no momento.

Assim que chegamos ao apartamento, mergulhamos um no outro.  Nos beijamos com nossas línguas se entrelaçando. Min-jeong tirou minha camisa, eu tirei a dela e a coloquei na cama. Enquanto tirava minhas calças ela tirou as dela.

O corpo sensual de pele clara dela, sem nada mais que uma lingerie, me excitou ao ponto de parecer que todo o meu sangue estava indo para a minha cabeça e se fundindo a ela.

A razão já não estava mais na minha mente.

 

***

 

Debaixo da cama, as roupas de duas pessoas estavam espalhadas numa bagunça.

Min-jeong estava escondida debaixo das cobertas e sorria com malícia conforme tocava meu corpo. Com toques macios acariciava meu peito e braços.

Eu queria me enfiar debaixo das cobertas com ela, porém com o apelo firme dela em ver meu corpo, tive que permanecer sob a luz, mostrando meu corpo.

Fiz o mesmo pedido, mas ela disse que não podia, pois, tinha vergonha. Fiquei um pouco aborrecido com ela se escondendo debaixo das cobertas sozinha, mas a fofura dela se sobrepunha a isso.

— Deve ser tão difícil ter um corpo assim.

— Bem.

— Eu nunca vi um corpo assim tão fantástico na TV.

Min-jeong tocou meu abdômen tanquinho que é agradável de ser ver com curiosidade.

Contudo, eu obtive esse corpo com um prêmio karma, não através de trabalho duro e isso cutucava um pouco minha honra.

“E agora?”

A euforia acabou, logo veio o remorso conforme voltava a razão aos poucos. Eu sou um homem e quando Min-jeong veio desamparada para mim, eu não neguei, só deixei acontecer.

Contudo, agora estava pensando em como acertar nossa relação.

— Min-jeong.

— Sim, Min-jeong está aqui.

Ela falou enquanto se aconchegava em mim. Quem poderia dizer que ela não era amiga da Hyun-ji, já que ela também tinha uma fofura abundante.

— Você gosta de mim de verdade?

— Gosto.

— Por quê?

— Bom carro, bom trabalho, bom corpo e boa personalidade.

— …

Foi uma resposta bem direta, que me deixou sem resposta por um tempo, contudo Min-jeong apenas olhou para mim e riu.

— Estou brincando.

— Não acredito que tudo seja uma brincadeira.

Min-jeong sorriu.

— Isso não é tudo.

— Logo?

— Naquela noite, eu vi tudo, você e aqueles caras.

Nesse instante meu corpo ficou rígido de tensão.

— Você viu?

— Sim, eu estava preocupada com você, então eu fiquei e observei. Eu iria chamar a polícia se eles machucassem você. Eu não consegui escutar, mas aquelas pessoas eram do Grupo Jin-seong, certo?

— Eram.

— O presidente falou algo e você simplesmente recusou.

— Isso.

— Após ver aquilo, eu fiquei louca por você.

— Porque aquelas pessoas eram do Grupo Jin-seong.

— Não por isso.

— Então por quê?

— Eu tive a sensação de que você era alguém fazendo algo importantíssimo. Foi aí que me apaixonei por você, só pude pensar em você, todos os outros caras pareciam tão banais.

— …

— Não posso falar para você que vivi minha vida de forma recatada, mas isso não quer dizer que eu comecei a dar em cima de você por diversão.

— … eu não gosto de garotas festeiras.

— Eu não fico festejando mais. Depois que me graduar e começar a trabalhar, não poderei mais ser desse jeito.

“Se a Hyun-ji pensasse dessa forma também.”

— Não posso te prometer nada.

— Você não precisa me prometer nada, eu simplesmente gosto de você.

Olhei para Min-jeong, diferente da brincalhona e astuta habitual, ela estava sendo sincera.

“Não sei.”

Não sabia quando ia morrer e eu estava interessado em Min-jeong, mas não apaixonado por ela. Era uma relação que sabe-se lá quando teria um fim.

“Contudo, se ela quiser, isso também não é ruim.”

Um pouco egoísta, porém, vivendo uma vida que não sabia quando chegaria ao fim, ter uma garota para me encontrar seria legal. Ela era bonita e se cuidava (se vestia bem) e era fofa, Min-jeong era sem dúvida digna.

Peguei a coberta que escondia Min-jeong, que por sua vez segurou firme e disse.

— Se você não responder, não vai acontecer mais.

Ao invés de responder, eu beijei ela.

— Tudo bem, vamos sair, eu não sei como vai ser, mas vamos tentar.

Com minhas palavras Min-jeong sorriu.

— Isso vai durar muito mais do que você pensa. Eu já não disse isso antes?

Ela tirou as cobertas, uma linda mulher estava deitada na minha frente, ela continuou.

— Sentir a minha falta ao ponto de enlouquecer, pisar em ovos caso eu esteja irritada, ficar empolgado pelas pequenas coisas que eu fizer.

Ela pegou minha cabeça com as duas mãos e me guiou para seus seios macios.

— É assim que todo cara que saiu comigo acabou. Nada mais tem valor.

***

Quando voltei para casa às 2 da manhã. Nem minha mãe e irmã mais velha se preocuparam de eu estar fora, já que eu não era Hyun-ji.

Fui para o meu quarto e joguei um jogo no meu celular, quando Hyun-ji veio com olhos brilhantes de goblin.

— O quê você estava fazendo fora tão tarde?

— Estava me exercitando.

— Aham, exercício? Tenho certeza que suou bastante.

Com o sarcasmo de Hyun-ji, hesitei.

“Ela sabe?”

E claro, Hyun-ji me mostrou a tela do seu celular.

[Min-jeong: oii cunhadinha, eu serei bem boazinha >v<]

— Eu te avisei tantas vezes, e por fim, você acabou fisgado por aquela raposa, e agora vocês se “exercitam” juntos? Foi bom?

— Hahaha! Minha criança, não vamos falar coisas desconfortáveis entre irmãos.

— Uau, então você fez mesmo coisas que seriam desconfortáveis para se falar entre irmãos? Que bom para você!

“Essa cadela?”

O dia enfim nasceu enquanto eu levava sermão da Hyun-ji.

— Agora você sabe como eu me senti, quando procurei por você naquele clube? O quê? Sua mão não soltava? Você deve ter se divertido bastante com aquele babaca!

— POR QUÊ VOCÊ ESTÁ FALANDO DISSO DE NOVO?

Nós discutimos, brigamos isso e aquilo e toda a confusão acordou a mãe, que com um olho aberto e outro fechado colocou a cabeça no meu quarto.

— Por quê vocês dois estão brigando a essas horas?

— Mamãe! Ai meu Deus!

— O QUÊ!?

Hyun-ji fofocou cada detalhe e queixas sobre mim para a mãe, que após ouvir tudo, olhou para mim, se aproximou e colocou uma mão no meu ombro.

— Filho, bom trabalho.

— Sem problemas.

— O QUÊ VOCÊ QUER DIZER COM “BOM TRABALHO”?!

Nossa mãe explicou para Hyun-ji que estava tendo um ataque.

— Hyun-ji, eu não me importo como, mas estou feliz com isso. Não importa o engano que seu irmão tenha cometido, se ele colocar um neto nos meus braços, eu não me importo.

— …

— …

Para as palavras dela, nós dois ficamos sem reação.

Volume 2

Capítulo 58: Copenhague (1)

Recebi uma mensagem do presidente Park Jin-seong para estar no aeroporto de Gimpo às 11 am. Com isso, tive um pouco mais de tempo pela manhã e levei Hyun-ji para o colégio.

— Oppa!

Assim que parei o carro e ela desceu, uma garota abriu a porta do passageiro e se sentou ali. Com longos cabelos pretos e belos olhos, uma universitária de 22 anos.

Era a garota que comecei a sair na noite anterior, Yoo Min-jeong.

— Você está indo para a Dinamarca hoje, certo? Aaaa, o que eu vou fazer, não vou poder te ver por um tempo?

Vendo a adorável Min-jeong, me lembrei do agradável tempo que passamos juntos na última noite e meu coração se alegrou.

— Vejo que vocês dois estão se dando muito bem!

Achando tudo aquilo ridículo, Hyun-ji nos olhou aos nervos. Independente de ela olhar ou não, Min-jeong de forma audaciosa se aproximou de mim. Hyun-ji olhou como se estivesse prestes a explodir.

— Não sei quando vou estar de volta. Quando eu voltar, a primeira coisa que farei será te ligar.

— Você não vai me trair nem nada do tipo?

— Claro que não, eu nem sequer tenho as habilidades para isso.

— Certo, você não pode ficar todo encantado porque estará na Europa e ter aventuras com alguma loira, entendeu?

— Não se preocupe, não gosto de loiras.

— Logo?

Ao invés de responder, acariciei a nuca dela, que sorriu e se aproximou ainda mais de mim.

— Você vai se atrasar para a aula, idiota!

Talvez aquilo machucasse os olhos dela, já que Hyun-ji estava incomodada ao máximo. Contudo, Min-jeong continuou a se aproximar, então abriu sua janela e falou.

— Vou matar as aulas da manhã, fique no meu lugar.

— O quê?

— Por favor, obrigada, cunhadinha! Certo, oppa, vamos! Rápido, rápido!

Fiz como orientado e liguei o carro, pude ver Hyun-ji tendo um ataque pelo retrovisor enquanto Min-jeong estava rindo ao meu lado, eu também ri.

— Aonde nós vamos?

Peguei meu celular e vi que não eram nem 9:00 horas.

— Você já tomou café da manhã?

— Não, eu tinha aula às 9 e acordei atrasada hoje.

— Então vamos comer algo gostoso. Conhece algum lugar legal?

— Tem uma lanchonete de massas na frente do colégio.

— Certo, vamos lá então.

Fomos para a lanchonete em frente ao colégio, estacionei na rua mesmo e saímos. Os olhares dos estudantes que passavam caiam em mim conforme saia do assento do motorista. Era o poder do Porsche Cayenne, não era um carro tão exuberante, mas ainda assim, difícil de ser visto em frente ao colégio.

Min-jeong logo saiu do carro e ficou ao meu lado, era como se ela estivesse “marcando” que eu era dela.

Os estudantes que passaram pareciam super incomodados com isso. Os pobres estudantes que haviam recebido um abalo mental, aceleraram o passo.

— Continue fazendo isso e logo você será excluída.

— Não importa, vou me formar logo mesmo.

Ela estava tão alegre, que quase parecia chapada, e o seu bom humor passou para mim, me deixando alegre também. Comíamos juntos quando de repente ela segurou meu punho e falou.

— Você não tem um relógio?

— Não.

— Um homem de negócios deveria ter um relógio no pulso.

— Sério? Acho que terei que comprar um então.

Na verdade, eu tinha um relógio digital surrado guardado em casa, que usava no exército. Era vendido por R$50,00 na frente da base, contudo eu não usava porque não gostava do estilo.

— Posso te dar um como presente?

— Não se preocupe. Já que vou viajar, eu pego um nas lojas do aeroporto.

Eu tinha milhões na conta bancária, não tinha por que usar o orçamento de uma garota prestes a se formar.

— Quanto você está pensando em gastar?

— Hmmm, eu não sei. Tenho dinheiro suficiente, então acho que vou esbanjar e pegar um bom.

— Me dê um número e eu vou escolher para você!

— Você vai?

— Sim, vou procurar na internet, e envio uma mensagem com opções para você.

— Eeee, bem.

— Não?

Ela fez uma carinha fofa, os olhos dela eram inocentes como um coelhinho. Não tinha dúvidas que ela sabia que tinha olhos encantadores.

“E agora, quanto devo falar?”

Milhares de reais não seriam um fardo, porém se eu falasse um número muito alto ela poderia desmaiar ou achar suspeito. Contudo, eu tinha tanto dinheiro que não queria um barato também…

— R$25.000,00?

— Sério?

— Sim, vou usar isso para sempre, então devo pegar um bom.

— Vou escolher algo que vai estar atado ao seu pulso para sempre?

— Exato, então você precisa escolher bem.

— Hehehe, deixa comigo.

Compras é algo para mulheres, sem dúvida, já que os olhos de Min-jeong brilharam com determinação. Comemos e tomamos café próximo à porta, enquanto conversávamos sobre isso e aquilo. Ela tinha uma lista sem fim de coisas para falar, então não parava nunca.

Era hora de nos separarmos, então voltamos para o carro e eu a trouxe de volta para o colégio, quando de repente ela disse.

— Me conta um desejo seu.

— Um desejo?

— O que seja, eu vou realizar um desejo seu.

— Você realmente quer dizer qualquer coisa?

— Isso, na vontade de te desejar uma boa viagem. Também com o intuito de você não aprontar enquanto estiver fora.

— Tsk, aprontar. De qualquer forma, um desejo…

“Desejo.”

Ela iria realizar fosse o que fosse. Um monte de pensamentos pervertidos passou pela minha cabeça. E com os olhos provocantes dela, pensamentos ainda mais luxuriosos apareceram. Ainda mais que estávamos bem em frente a escola, o que significava que o apartamento dela está logo ali.

“Não, não, eu não devo.”

Controlei meus loucos impulsos. Transamos no dia que decidimos começar a sair, o ritmo já estava bem acelerado e se fizéssemos agora de novo, me senti como se estivesse forçando muito a Min-jeong.

— Me dê um beijo.

— Pft, gatinho assustado.

Aquilo me irritou.

— Então eu devo mudar meu desejo?

— Você não pode.

Min-jeong riu enquanto se aproximava para me beijar. Juntamos nossos lábios e compartilhamos afetos carinhosos com nossas línguas. Meu corpo esquentou e ambos, um pouco insatisfeitos, nos separamos.

— Vou voltar para a aula agora. Acho que Hyun-ji deve estar enlouquecendo.

— Certo, venho te ver quando voltar.

— Vamos conversar por vídeo chamada.

— Tudo bem.

Min-jeong foi estudar e eu voltei para casa. Troquei de roupas e peguei minha mala com as minhas coisas e segui em direção ao aeroporto.

***

Falando no aeroporto de Gimpo, estava uma completa bagunça.

— Presidente, qual o motivo da sua viagem para a Dinamarca?

— Você está pensando em voltar aos negócios?

— É verdade que você tem um problema de saúde?

— Presidente!

— Presidente! Um comentário, por favor…

Os repórteres estavam agitados, como um bando de formigas em uma enxurrada de perguntas. Flashes vinham de todas as direções, todos apontados para o rosto do presidente. Os seguranças bloquearam os repórteres que continuavam a infestar o local como abelhas e forçaram um caminho.

Por esse caminho que eles mal cavaram, o presidente caminhava de forma tranquila, próximo a ele estava o 3.º secretário presidencial Lee Jung-shik e eu também.

Estando próximo ao presidente Park Jin-seong, meu rosto acabaria nos jornais também.

“Mãe, acho que vou estar no jornal do 12:00.”

Como se somente isso fosse ser noticiado, nesse ritmo, meu rosto estaria estampado na primeira página dos jornais.

Quando entrei no Boeing 737 pessoal do presidente, mal tive tempo de apreciar o enorme interior antes de desabar na poltrona mais próxima, nem parecia que eu estava em um avião.

Me sentei em uma poltrona em frente a uma mesa de café, logo inclinei meu corpo para trás. O primeiro ataque de repórteres que havia passado em toda minha vida, tinha sido chocante.

Eram perguntas para o presidente Park Jin-seong, contudo só de estar ao lado dele, eu estava mais nervoso que ele mesmo. Me senti como se fosse ser linchado por um grupo.

“Ele viveu a vida inteira dele, sendo submetido a este tipo de coisa.”

Admirei o presidente por manter uma cara séria, sem se alterar na frente de todos aqueles repórteres.

Por alguns instantes pude experienciar um pouco da grande pressão que é ser o foco de interesse dos outros.

Porém, o presidente também parecia exausto disso. Ele se sentou na poltrona em frente a minha e estendeu a mão para mim.

— Ufa, estou exausto, me dê uma delas.

Era claro o que “uma delas” significava para o presidente.

— Certo.

Fiz uma “chama da vida” e entreguei para ele, que engoliu a chama de uma vez, ela deve ter dado um boom de energia, já que sorriu alegre em seguida.

— Foi por isso que não te pedi, quando te vi mais cedo. É cinematográfico comer isso depois do alvoroço.

— Hahaha… 

— Ugh, estou morrendo de sede. Traga algo para beber.

Assim que o presidente estalou os dedos, uma aeromoça imediatamente buscou um pouco de suco de laranja para ele.

Ela deveria estar nos seus 20 anos. De bela aparência e uma impressão adorável, a aeromoça me perguntou.

— Posso pegar alguma para o senhor beber?

— Sim, café por favor.

— Qual tipo de café deve pegar para o senhor?

— Um café gelado.

— Certo, um momento por favor.

A aeromoça logo me trouxe um café gelado, enquanto eu estava impressionado com a experiência, tomava o café.

“Como pode o interior de um avião ser confortável desse jeito?”

Antes de vir, eu havia pesquisado na internet sobre o avião privado do presidente do Grupo Jin-seong.

“Dizia haver escritórios, quartos para dormir e até uma academia.”

Eu queria mesmo dar uma volta pelo lugar. Contudo, mais importante que isso, eu devia trocar para roupas mais confortáveis. O terno que estava usando era realmente desconfortável.

— Presidente, tudo bem se eu trocar de roupa?

— Faça o que quiser, porém…

Ele me olhou de cima a baixo.

— Por que você está usando um terno tão barato? Você tem um monte de dinheiro agora.

— Eu não tenho interesse em roupas para ser sincero.

— Você não tem um relógio no seu pulso, seu penteado é “isso”, você é um jovem rapaz, por que não se preocupa com sua aparência?

— Isso é estranho?

Recebendo esse sermão, cocei minha cabeça e o presidente disse.

— Você está indo conhecer pessoas de negócios, quer parecer alguém sem importância para eles?

— Eh, não.

— Não apenas isso, você é apenas um participante de terceira rodada, então para eles, você é patético, se aparecer com a aparência de agora, isso vai fazer de você ainda mais miserável. Quando chegarmos em Copenhagen, vá às compras primeiro.

— Certo, eu vou.

— Você fala inglês?

— Não…

— Argh!

O presidente segurou atrás do pescoço.

— Oh, Meu Deus! Às vezes quando olho para você, fico enfurecido. Quando tinha sua idade, eu vivia e trabalhava tão intensamente!

— Me desculpe, por favor se acalme.

— Você é como dizem, da doença vem a cura.

Ele estalou os dedos mais uma vez chamando a aeromoça.

— Senhor? — Ela perguntou enquanto se aproximava.

— Senhorita, qual o seu nome?

— Sou Lee Soo-hyun, presidente.

— Leve este rapaz às compras em Copenhague. Começando pelo penteado, arrume ele da cabeça aos pés, entendeu?

Ela me olhou de cima a baixo e constrangido abaixei minha cabeça. Talvez ela tenha achado eu fazer isso engraçado, pois sorriu e disse.

— Entendido, presidente.

Tendo sido taxado como um pateta, resmunguei para mim mesmo em pensamento e fui trocar para roupas mais confortáveis. Calça jeans, camisa, blazer e tênis, foi o que vesti e o presidente não deve ter gostado muito, já que fez tsk, tsk.

Ah! Como se você se vestisse tão bem…, droga, aquele relógio parece tão legal.”

Vi o relógio elegante que ele usava e voltei a admirá-lo.

 

***

 

Depois de cerca de doze horas de voo, chegamos no aeroporto de Copenhague, o horário local era 16 horas. O presidente saiu separado, de modo que ele pudesse ser visto por motivos de negócios.

Eu fui deixado no aeroporto como uma criança perdida e me senti nervoso quando a aeromoça Lee Soo-hyun veio me buscar.

— Venha por aqui.

— Certo.

Segui ela como uma criancinha. Lee Soo-hyun me levou para fora do aeroporto e entramos em um táxi. Da conversa dela com o taxista de meia-idade eu não entendi nada.

Olhei pela janela enquanto andávamos e observei a paisagem e pessoas diferentes.

Copenhague. Meu primeiro passo em terras europeias.

Volume 2

Capítulo 59: Copenhague (2)

Nós andamos no táxi por volta de 20 minutos, até chegarmos em uma rua no centro de Copenhague.

— Aqui é Strøget.

A aeromoça gentilmente me explicou sobre o lugar. Sendo o maior calçadão da Europa e o centro de compras em Copenhague. A palavra strøget significa “caminhar” em Dinamarquês.

Estava repleta de prédios antigos, e a rua por si só já aparentava ser centenária. Senti como se estivesse delirando e que estava nos anos de 1800.

Eu segui Lee Soo-hyun pelo lugar, turistando e fazendo compras. Ela começou fazendo como havia sido orientada, me transformando da cabeça aos pés.

Ela procurou por uma barbearia no telefone e começamos por me conseguir um novo corte de cabelo, depois me arrastou para uma loja de marca, onde peguei um terno de dois botões, uma camisa e sapato social. Acabei por carregar um monte de sacolas cheias de roupas comuns em ambas as mãos também.

De repente, recebo uma mensagem no meu celular.

[Yoo Min-jeong^^: Oppa! Escolhi um não muito caro, mas que é bem resistente. Não consegui me atrever a gastar tanto, então escolhi um até que barato.]

Na foto que ela me enviou, mostrava um relógio de pulso suíço de R$ 5.500,00 e era mesmo uma marca conhecida pela resistência.

“Isso foi inesperado”

Eu sorri, pensava que ela iria ficar empolgada e comprar uma marca luxuosa, contudo ela teve um gosto econômico. Enviei uma resposta para ela.

[Eu: Certo, estou indo comprar esse agora mesmo!]

[Yoo Min-jeong^^: compre e me envia uma foto.]

[Eu: Uhum.]

Por coincidência, talvez por estar no centro comercial, a loja dessa marca estava próxima e claro, eu comprei o relógio com meu dinheiro.

Pensando nisso, o custo de todas as roupas que havia comprado, deveria ser um montão de dinheiro.

— O presidente está comprando todas essas coisas para mim?

— Isso, não é o meu cartão, então não se preocupe.

Lee Soo-hyun respondeu e sorriu, ela não era tão fofa quanto Min-jeong, mas ainda assim era uma garota fofa.

O terno de uma marca de luxo, sem dúvidas difere, só de vesti-lo pude perceber. Costumava pensar que ternos deveriam ser desconfortáveis, mas agora, usando um terno sob medida para o meu corpo, é mais confortável que qualquer outra coisa.

“Esse sou eu!”

Admirei o meu reflexo de corpo inteiro no espelho, pensando se seria pelo “fortalecimento corporal”.

Ombros firmes e barriga chapada, cintura fina e pernas fortes, ficaram em evidência pelo terno bem ajustado. Detalhes tão incríveis, senti como se aquele fosse o momento mais “maneiro” da minha vida.

— Você parece mesmo outra pessoa.

Senti como se Lee Soo-hyun também estivesse me admirando.

— Você escolheu roupas muito boas para mim. Como posso retribuir seu trabalho duro?

— Não precisa, você tem um corpo tão bom, que isso foi divertido.

O dia de alguma forma já havia ido, eram 19 horas e o horário da reunião se aproximava, tinha que me apressar.

Saímos da rua Strøget e pegamos um táxi em direção ao hotel.

Lee Soo-hyun, fez o check-in e me entregou o cartão chave, no qual estava escrito nº 2001, o que me levou a pensar que estaria no 20.º andar.

Ela me levou ao restaurante do hotel, no primeiro andar, e disse adeus.

— Se esperar aqui, os outros vão chegar aqui para a reunião.

— Você vai voltar?

— Sim, também estou hospedada neste hotel, sendo assim.

Ela se curvou de forma respeitosa, antes de ir.

“Ah…”

Um pouco frustrante. Não é como se estivesse a fim dela, era que eu estava cercado em todas as direções por pessoas falando outro idioma!

— Kim Hyun-ho?

De repente, um funcionário do restaurante se aproxima e fala comigo. Ele continuou a falar algo para mim. Depois ele me levou para um quarto no canto mais longe do restaurante, na porta do quarto ele bateu e pude ouvir a voz de um jovem.

— Pode entrar.

Fiquei totalmente surpreso, não era coreano. Mais que isso, nem sequer era uma língua que existia nesse mundo, mas sim, a única outra que eu conhecia.

“É a linguagem de Arena!”

Era como eles estavam falando na vila da floresta. O homem na sala era um participante como eu.

Abri a porta e entrei.

— Prazer em conhecê-lo.

Um homem loiro e elegante. Pensei comigo que não deveria existir alguém mais apto para a imagem de um cavalheiro de alta classe.

Ele parecia um pouco mais velho que eu, mas claro, os ocidentais realmente aparentam mais idade que os orientais, então não podia dizer antes que ele me confirmasse.

— Sou o participante Kim Hyun-ho.

— Sou Odin.

“Odin? O Odin das lendas nórdicas europeias?”

— Esse é um codinome?

— Hahaha, sim, também o nome que eu uso em Arena.

— Entendi, vou te chamar de Odin então.

— Tudo bem, de qualquer forma. Ouvi sobre a sua situação pelo presidente. Você é agora um participante de terceira rodada e um triste quadro caiu sobre você.

— Sim.

— Apoiar você vai ser fácil e difícil.

Ele falou de forma ambígua e eu não queria ser pego em suas palavras.

— Quando você fala fácil, é devido a mim ser um participante de 3.ª rodada, e esse nível não seria difícil para você na sua atual posição?

— Exato. Sendo assim, o que você julga que será a parte difícil?

O Anjo Bebê era como ele, sem dúvida muitos gostam de quizzes como esses dois.

— É porque você não sabe que exame será a quarta rodada.

— Correto.

Odin parecia orgulhoso da minha resposta e assentiu para mim.

— Mas, não se desespere por isso, quero te ajudar, não importa como.

Seria isso graças ao valor que o presidente Park Jin-seong iria pagar para ele?

O dinheiro que ele receberia por me ajudar, seriam uns R$ 50.000.000,00. Contudo, de alguma forma, não parecia que para esse cara, esse valor não era grande coisa. Deveria ser porque senti isso da fala e comportamento dele.

Mesmo carregando o fardo de ser um participante, ele não demonstrava isso de modo algum, mas sim, exalava uma atmosfera de ser um magnata ou algum “figurão”.

— Sou um participante de 18.ª rodada.

“18.ª rodada?”

Isso foi uma surpresa. Isso significava que ele estava abaixo do time de Yoo Ji-soo, que haviam passado da 19.ª rodada.

“Será que ele não é tão poderoso, quanto pensei?”

— E eu nunca tive um caso de falha nos exames.

— Ah!

Dessa forma, a história mudava. Ele nunca havia levado uma penalidade de falha, e recebera um prêmio karma todas às vezes, ele estava fadado a ser um poderoso participante.

— O lugar que você está em Arena, deve ser a Floresta da Morte e a fronteira com a montanha marrom.

— Floresta da Morte? Aquela floresta é a Floresta da Morte?

— Recentemente ela tem sido chamada assim. Tem-se falado que ninguém que passa por aquela floresta retorna com vida. Nem um aventureiro habilidoso, nem um mercenário caçador de feras, ambos nunca retornaram, vez e outra vez isso se repetiu, por isso começou a ser chamada assim.

“Não retornaram?”

Nesse momento me lembrei do Clã Prata.

— É o rancho…

— Rancho?

Eu me descuidei e murmurei baixinho, o que mesmo assim fisgou a curiosidade de Odin.

Mas, não tinha por que esconder nada mesmo, então contei para ele tudo que aconteceu na terceira rodada do exame e a expressão de Odin congelou.

— Eram mesmo licantropos?

— Sim, eram desgraçados de pelo prateado.

— Esses com certeza não são licantropos comuns. Posso ver que o CCPA calculou errado isso.

Continuei a ouvir a explicação de Odin.

— Licantropos têm o mesmo intelecto que humanos e podem até se transformar na forma humana. Apenas ouvindo esses pontos, você não diria que eles são uma forte ameaça aos humanos?

— Sim, sem dúvida. — concordei.

E se eles se transformassem em humanos e se infiltrassem na sociedade humana?

E se eles viverem nas sombras da sociedade humana se reproduzindo e aumentando seus números?

Pensando nessas coisas, os licantropos tinham a maior das chances de se tornar uma ameaça do que qualquer outra fera ou monstro.

— Contudo, os licantropos não são tão perigosos quanto pensamos. Você sabe por quê?

Pensei e me recordei do líder do clã, Leon. Ele nos colocou em uma batalha psicológica, usando arco e flecha para nos enfrentar.

Conforme pensava em Leon Silver, acreditei saber a resposta.

— Eles rejeitam a cultura humana e suas adaptações para a vida, ao invés disso preferem seguir seus instintos? Normalmente…

— Hahaha!

Odin soltou uma grande gargalhada.

— Estou errado?

— Nem um pouco. Essa é a resposta completa, você é bem inteligente.

Fiquei aliviado. Feliz que ao menos, eu não aparentei ser um novato que não falou nada para ajudar.

— De qualquer forma, escutando sua história. Posso imaginar que tipo de exame sua próxima rodada será.

— Sou todos ouvidos.

— Há uma grande chance que o próximo exame seja relacionado com o Clã Prata.

— …?

“Mesmo eu já tendo escapado da Floresta da Morte? Eu terei outro exame onde terei que voltar para a floresta e enfrentar o Clã Prata?”

— Qual foi seu primeiro exame?

— Foi um exame para matar um macaco-vermelho.

— E o seu segundo exame?

— … sobreviver ao clã dos macacos-vermelhos por uma semana.

— É assim que acontece, em geral. Não termina em um exame, mas tem várias circunstâncias que continuam no exame seguinte. Como em um relacionamento.

— …?

— Assim como encontrar alguém em uma festa e depois se separar, não quer dizer que a relação tenha acabado. Os exames são o mesmo.

Relacionamento… ele era um branco que conhecia bem a cultura asiática.

— Sendo assim, a história é simples. Você não sabe exatamente o que o quarto exame será, mas eu vou te dar dois tipos de ajuda.

— Por favor continue.

— Primeiro, vou enviar o exército para suprimir o Clã Prata.

— … O quê?

“Exército?”

Pensei se não havia escutado errado, Odin apenas sorriu.

— Confesso que minha introdução foi insuficiente. Eu sou o conde Odin Hans.

“Um conde!”

Fiquei tão chocado que minha boca até abriu. Impressionado que Odin havia alcançado o status de realeza em Arena. Com o título de nobreza, pessoas e coisas sobre as quais governar.

Então, me lembrei do “rancho” de novo.

— Me desculpe, mas a pessoa que implantou as altas taxas lá…

— Oh, céus, não.

Odin levantou as mãos negando com firmeza.

— Esse é o caso de Bastian, um domínio vizinho. Eu não faço coisas deploráveis assim.

— Me desculpe.

— Não precisa. Entre os participantes, está cheio dos desgraçados que tratam as pessoas da Arena como meros insetos.

Isso me atingiu em um ponto delicado. Para concluir meu exame, naquele momento eu sacrifiquei todas as pessoas da vila como isca.

— Existem pessoas perversas que matam os outros para coletar majeong dessas vidas. Em particular é grave na China, eles são loucos por dinheiro.

— Hm, pessoas também têm majeong?

Pergunto assustado e Odin fala.

— Claro que têm. Pessoas são um dos vários seres vivos que carregam um monte de mana, essa energia se aglomera, portanto, eles têm majeong.

Odin estava enfurecido conforme ele fazia o discurso.

— Na China, o próximo passo da geração de energia usa como fonte o majeong e para acumular isso, encorajam seus participantes a matar pessoas e assim conseguir mais majeong. Os chineses estão cometendo um erro. Agora mesmo eles estão fazendo merdas como essa e reunindo um monte de majeong, contudo eles estão pegando poderosos participantes e transformando eles em assassinos.

“Eles fazem isso?”

Fiquei com um sentimento horrível.

Usando os prêmios de karma para ficar cada vez mais forte um participante assassino, e isso se tornando algo normal, tudo pelo lucro, como isso vai acabar?

— Nossa conversa acabou mudando de assunto. Então, eu vou enviar um exército para suprimir os licantropos.

— Obrigado.

— E a outra coisa, vai ser bom te presentear com algo útil.

Volume 2

Capítulo 60: Copenhague (3)

— Equipar.

Logo que ele falou, uma tênue luva preta apareceu na mão dele, a qual ele me entregou.

— Isso deve se provar útil.

Ele estava me dando isso, então não hesitei em pegá-la. Ao tocar nela me pareceu estranho, era suave como seda, contudo, também dava a impressão de ser resistente como o aço.

Todavia, também passava a sensação de grudar na minha pele.

— É uma luva costurada com a teia de uma Aracne.

— Aracne?

Lembrei de ter visto uma ilustração no guia do CCPA, uma aranha bestial gigante.

— É uma luva feita com tratamento mágico para mitigar a viscosidade da teia. E por ser feita com uso de mágica é bem cara, porém, boa o suficiente para resistir ao corte de uma lâmina.

— Oh… 

— É boa para lutas de mãos vazias ou com armas. Ela tem uma viscosidade única, de modo que qualquer coisa que você esteja segurando, não vai se soltar facilmente.

Escutei a explicação dele e analisei as luvas.

— Para a explicação do item, você pode olhar na placa de dados.

Odin fez essa sugestão, e como ele disse, eu recuperei a placa de dados.

— Explique sobre essa luva para mim.

Assim, as palavras na placa de dados se mexeram e mudaram.

Luvas Aracne: é uma luva feita com magia, costurada a partir da teia de uma Aracne. Protege a mão com forte resistência. É fraca contra fogo e aura.

Tendo aprendido boxe, o item era muito benéfico para mim. Imaginei o quanto esse item custaria em karma.

— Obrigado.

— Isso deve ser suficiente o bastante, mas quem sabe, você pode receber um exame diferente da minha previsão de ser relacionado com licantropos.

— O que eu devo fazer daí?

— Não importa se você falhar, então, sobreviva custe o que custar. — Odin falou com firmeza. — Se você sobreviver, eu irei te auxiliar com a sua missão falha no quinto exame. Você pode receber o mesmo exame que falhou, então na segunda tentativa eu serei de mais ajuda para você.

— Hmm, posso perguntar uma coisa?

— Claro.

— Por que você está me ajudando?

Óbvio que tinham os R$ 50.000.000,00 que o presidente estava oferecendo. Contudo, não importa como eu olhasse, Odin não parecia um homem que trabalharia por esse valor.

Com um participante, que conseguiu o título de conde na Arena. Com habilidades para tal, independente da nacionalidade da agência que ele se filiasse, ele poderia fazer esse dinheiro sem problemas.

— O que você acha?

— …

Ele me respondeu com outra pergunta.

“Certo, se você propõe um quiz, vou responder.”

Pensei com cuidado. Ele havia recebido uma solicitação do presidente Park Jin-seong, que deveria estar patrocinando e construindo relações não apenas com o centro nórdico, mas também com o CCPA e outras agências nacionais. Ele estava investindo na cura para sua doença. E pelo fato do presidente ser um patrocinador, Odin não poderia recusar sua solicitação?

“Não, não é isso.”

Sendo um participante tão genial quanto Odin era, mesmo contra o grande presidente Park Jin-seong, a dinâmica da balança de poder mudaria. Considerando ainda que, aquele em necessidade seria o presidente, Odin não precisava da melhor ferramenta de barganha do presidente, o dinheiro.

“Então…”

Conforme, continuava a pensar no presidente, uma resposta me veio à mente.

— Desculpe, você tem em sua família alguém que esteja doente?

Ele sorriu.

— Senhor Kim Hyun-ho, eu acredito que nossa relação futura será uma das boas. E espero que isso aconteça também.

Percebi que havia respondido corretamente.

— Isso não é engraçado?

— O que você quer dizer?

— Um mundo diferente, um anjo, exames, karma, tudo é surreal, mas para os participantes como nós ou para o presidente Park Jin-seong que não é um participante, e até… minha filha que é tão jovem, tudo se resume ao desejo de viver, e essa é a única lógica de todos os mundos.

— Sua filha…

— Não é nada grave ainda, porém é a mesma coisa que levou por primeiro minha mulher desse mundo.

— …

Deveria ser uma doença genética. Não me aprofundei mais e Odin também poupou suas palavras sobre o assunto, e então ele me deu um número de telefone.

— Ligue quando precisar.

— Ligarei.

E assim, seguimos nossos caminhos.

Eu peguei o elevador para o vigésimo andar. Quando cheguei ao corredor, fiquei surpreso. Havia apenas quatro portas que eu podia ver, mesmo sendo um hotel que deveria ter vários quartos em cada andar.

“Será?”

Usei meu cartão, abri a porta e entrei… e então vi o amplo espaço interno da suíte. O presidente havia reservado uma suíte para mim.

Claro que alguém subordinado a ele que fez os arranjos, mas isso mostrava que ele me via com importância.

Tinha uma vista incrível de Copenhague, que podia apreciar da varanda, onde uma magnífica mesa de chá estava posta. Coloquei as roupas que havia comprado mais cedo com Lee Soo-hyun no armário, e peguei confortáveis roupas de treino para me trocar. Quando estava prestes a tirar meu terno, senti algo no bolso, onde coloquei minha mão e lá tinha um delicado pedaço de papel dobrado, escrito a mão, em uma bonita e feminina grafia.

[Lee Soo-hyun 0**-*****-****]

Uau! Mas que…!”

A famosa, lendária, o que eu pensava que nunca iria acontecer na minha vida…

“Eu estou recebendo uma cantada? Da aeromoça particular?”

Pensei sobre Lee Soo-hyun.

Aeromoça do jato particular do presidente do Grupo Jin-seong. Quando estávamos fazendo compras, ela teve bons gostos para as coisas de luxo e era uma pessoa capaz, tendo dominado vários idiomas. Havia sido “cantado” por uma mulher dessas! Nunca que eu iria pensar que nos meus 29 anos de vida isso poderia acontecer!

Fiquei bem emocionado com isso, que tirei uma foto com meu celular e enviei para Min-jeong. Foto de prova!

[Eu: esse é o quão grandioso eu sou.]

A resposta foi imediata.

[Yoo Min-jeong😍: 😠 o que é isso! Essa puta!]

Com o emoji de raiva e sua reação furiosa, ela era tão fofa. Eu ri e continuei a trocar mensagens com ela.

[Eu: Ah, uma noite solitária em Copenhague. Estou tão sozinho, acho que vou cair na tentação.]

[Yoo Min-jeong😍: não! Não seja seduzido😡]

[Eu: Então peça com todo seu charme para que eu não fraqueje. Estou esperando😏]

[Yoo Min-jeong😍: um segundo!]

Então ela me enviou uma encantadora foto. O rosto sorridente dela era adorável, mas isso não era suficiente.

[Eu: isso é tudo?]

[Yoo Min-jeong😍: eu não sou adorável?]

[Eu: você acha que adorável é o bastante…]

[Yoo Min-jeong😍: 😔 aguente aí]

A partir daí, ela me enviou fotos, cada vez com uma peça de roupa a menos.

Uau!”

Por fim, uma ótima foto chegou. Ela deveria estar se sentindo constrangida com isso, já que metade do rosto estava coberto com a mão dela. Só de olhar me deixou atordoado, tanto que meu nariz poderia sangrar.

Estava profundamente imerso nas fotos, quando Min-jeong me enviou outra mensagem.

[Yoo Min-jeong😍: eu vou dedurar você para a Hyun-ji 😐]

[Eu: droga😢]

[Yoo Min-jeong😍: estou tão envergonhada, não posso mais viver como uma mulher]

[Eu: por que está agindo assim de repente😒]

[Yoo Min-jeong😍: vou falar que você me ameaçou e me forçou a tirar fotos eróticas]

[Eu: Não faça isso! O que você quer?]

[Yoo Min-jeong😍: que você envie as mesmas fotos]

[Eu: …]

Porcaria, havia me esquecido que mulher minha “oponente” era. Naquela noite, eu passei por alguns momentos “desconcertantes”.

 

***

 

— Oppa, acorde. São 7 horas.

Ao som de Min-jeong, eu mal acordei. Através das cortinas na janela aberta, calorosos raios de sol me banharam.

No meu celular que estava carregando na mesa de cabeceira próxima à cama, pude ver o rosto dela.

— Bom dia.

O rosto dela era alegre, brilhante e sorridente.

Ah, certo.”

Min-jeong havia dito querer me vigiar enquanto eu dormia, então usamos o wi-fi, para que eu dormisse com a chamada de vídeo ligada. Ela fez isso para o caso de eu ir atrás da Lee Soo-hyun.

— Bom dia, o que você está fazendo?

— Estava apenas vendo seu rosto adormecido.

— Por sete horas?

— Sim, não sou dedicada?

— …

— Hahaha, eu estava estudando.

— Estudando?

— Para cozinhar, eu vou fazer um monte de coisas gostosas para você.

Como podia ela falar todas as coisas certas?

— Eu pensei que você estava apenas fingindo ser uma boa garota, mas você está mesmo se esforçando.

Ao falar em fingir, ela riu.

— Eu comecei para impressionar você mesmo, mas acabou que isso é mesmo divertido.

— Você será uma boa esposa.

— Você me quer?

— Woah, ainda não sei. Sou um homem valioso.

— Hmph. —  Ela espichou a língua.

— Contudo, vou te levar um presente. Tem algo que você queira?

Logo que falei isso, o rosto de Min-jeong se iluminou.

— Tem sim!

— O que é?

— Um jogo de facas para cozinha bom de verdade.

— Jogo de facas?

— Facas de cozinha são bem caras. Mas fazem mesmo a diferença, se comparada uma boa com uma ruim.

— … Min-jeong.

— Sim?

— Para de tentar parecer modesta e fale honestamente. Você quer uma bolsa?

Ela riu quase que de forma histérica, mas insistiu no jogo de facas até o fim. Não sabia ao certo se tinha mudado de verdade em uma mulher modesta ou ainda estava agindo assim como um apelo para me ganhar.

Terminei a vídeo chamada e liguei para o presidente Park Jin-seong.

— Você já terminou todos os seus negócios? Devemos retornar então?

— O quê? Por favor, me dê um pouco de tempo para fazer coisas de turista. Eu percorri todo o caminho até Copenhague afinal.

— O que tem para se ver em Copenhague? Vá para a Espanha outra hora então.

— Eu tenho que te dar as “chamas da vida” diariamente, como eu vou para a Espanha?

— Oh, certo, tem isso. Tudo bem, eu te vejo na entrada do hotel às 8.

— Você vai me deixar fazer um tour?

— Ok, vou te mostrar um ponto importante em Copenhague antes de voltarmos.

— … certo.

Então eu tomei banho, vesti as roupas que havia comprado no dia anterior e desci para a entrada. Quando marcavam 8 horas em ponto, o presidente apareceu com dois dos seus guardas e acenou para mim.

— Vamos.

— Sim.

— Apenas um caipira seria turista em Copenhague.

— …

Pegamos o carro e descemos na cidade, onde caminhamos para o nosso destino. Na caminhada vimos o palácio real de Copenhague, parque Churchill e pontos de pesca. Para enfim, chegarmos ao nosso destino.

O lugar ao qual fomos é o símbolo de Copenhague, o destino turístico que sozinho atrai vários turistas, só por ele.

A estátua de bronze da Pequena Sereia.

A estátua da sereia, sentada no topo de uma rocha, movimentava um punhado de turistas… ou é isso que eu havia lido em algum blog.

— O que é isso?

— Como assim?

Havia uma multidão de turistas tirando fotos, mas no centro deles só havia uma solitária estátua de bronze de uma sereia.

— Todas essas pessoas estão aqui por isso?

— Sim, esse é o símbolo de Copenhague. Não tem muito para se ver.

— …

— Certo, terminamos? Vamos indo então, sou um homem ocupado.

“Pensei que você não estava mais trabalhando, então não tem bastante tempo livre?”

… contudo, essas palavras não saíram da minha boca.

Me senti derrotado e sem esforço segui o presidente, porém, o parque era lindo como em um conto de fadas.

O carro logo chegou e seguimos para o aeroporto de Copenhague.

Eu comprei um jogo de facas luxuoso em um free shop e então embarcamos.

Havia tantos repórteres na Coreia, mas aqui, não havia nenhuma multidão para incomodar o presidente.

— Correu tudo bem na conversa?

— Sim.

— Você acha que vai dar tudo certo no seu próximo exame?

— Não sei.

— O que é isso? Fale direito, o que mais eu posso fazer?

— Não tem mais nada que você possa fazer a essa altura. Tudo depende de mim agora. Não se preocupe, eu me sinto bem.

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