Cerco Ao Pináculo Carmesim (12)

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Olhando para a graciosa figura de Santa, Sunny rangeu os dentes e tomou uma decisão difícil.

Ele não tinha escolha a não ser fazê-lo. Muito dependia do sucesso dele.

Um momento depois, ele fingiu um ataque e saltou para trás no último momento, se desvinculando dos três ameaçadores golems de coral. Ao mesmo tempo, ele enviou um comando mental para a Sombra.

O demônio taciturno congelou por uma fração de segundo, como se hesitasse. Mas no final, ela não hesitou.

Abandonando a cadência medida de sua técnica impecável, Santa permitiu que a lança do Caçador a atingisse no peito. A força desse ataque cruel foi tão imensa que sua armadura de ônix se quebrou, permitindo que a ponta da lança mordesse profundamente em sua carne parecida com pedra. Em breve, um fluxo de poeira rubi saiu da ferida, pintando o couraça quebrado de vermelho.

Mas a Sombra não prestou atenção nisso. Agarrando o cabo da lança com a mão do escudo, ela torceu seu torso e arremessou o gigantesco golem de coral para longe.

E então, ela correu repentinamente para o lado.

Antes que as terríveis criaturas pudessem entender o que estava acontecendo, ela se aproximou e desceu sobre os três abomináveis que estavam atacando Sunny. Embora seu ataque fosse rápido e inesperado, eles conseguiram reagir no último momento. O aço obsidiano de sua espada escura foi recebido por armas feitas de coral carmesim.

Isso deu a Sunny o segundo que ele precisava para passar por eles, no entanto.

Esquivando-se da mão da Sacerdotisa, ele apareceu atrás dos três golems e correu em direção à figura distante do Senhor.

Atrás dele, Santa desafiou os seis golems, prendendo-os com um ataque feroz. No entanto, ela pagou caro para comprar tempo para ele. Apenas um segundo depois, outro ataque passou por sua defesa, deixando uma rachadura profunda na armadura preta. E então outro, e outro…

Poeira rubi escorreu como sangue.

Com uma terrível careta contorcendo seu rosto pálido, Sunny correu apressado para alcançar o sétimo dos guardiões do Símbolo Estelar.

Kai se aproximou da massa escura de carne quebrada e fios de ferro gemendo, sentindo gotas frias de sangue caírem em seu rosto. Mudando o ângulo de seu voo para se mover paralelo ao chão, ele cerrou os dentes e avançou com sua espada.

A pesada lâmina da falcata colidiu com os fios de ferro e os cortou facilmente. Essa rede foi criada do mesmo metal fino das teias das aranhas de ferro. Como tal, não podia resistir à nitidez de sua arma Memoria, que foi elevada quase ao Nível Ascendido pela milagrosa Coroa da Aurora.

Sua mão, no entanto, não era tão forte. Mesmo com seu núcleo transbordando de essência da alma, Kai ainda era apenas um Adormecido. Assim que bateu na rede, uma dor aguda perfurou seu pulso.

Ele gritou, mas não deixou a espada cair de sua mão.

“Quase…”

Conforme um longo corte apareceu na rede, muitos corpos caíram pelo buraco. Kai escolheu o alvo de seu ataque cuidadosamente, garantindo que a chuva de Criaturas Pesadelo mortas caísse no trecho vazio de coral carmesim entre a linha em grande parte intacta de arqueiros e os remanescentes da vanguarda, que estavam envolvidos em um horrível combate corpo a corpo.

Mas isso não foi o suficiente. O número de corpos caindo era muito pequeno para aliviar a pressão da rede desmoronando.

Correndo pelo ar, Kai fez uma curva e voou de volta. Poucos momentos depois, ele desferiu outro golpe. Um segundo corte apareceu na rede, cruzando o primeiro.

Com um estranho e melódico barulho, quatro seções triangulares da rede entraram em colapso, criando um amplo funil através do qual uma enchente de carcaças sangrando caiu. Mais lentamente, rolaram para a depressão recém-formada, finalmente permitindo que a luz do sol voltasse ao campo de batalha.

E através daquele buraco, ele viu o céu novamente.

A maioria das Criaturas Pesadelo aladas haviam sido mortas pelos arqueiros, restando apenas algumas tentando em vão romper a rede. Mas, lá no alto, cinco pontos escuros ainda circulavam nas nuvens.

Assim que Kai os viu, um arrepio percorreu todo o seu corpo.

Porque sentiu como se eles também o vissem.

Um momento depois, os Mensageiros quebraram a simetria perfeita do círculo e mergulharam para baixo.

“Não!”, os olhos de Kai se arregalaram.

Correndo pelo rombo, ele desativou sua Habilidade de Aspecto e permitiu que a inércia o puxasse para baixo. Um momento depois, ele pousou no tapete de monstros mortos e procurou desesperadamente por flechas cravadas nos corpos.

Arrancando uma, duas, três… cinco delas da carne das Criaturas Pesadelo, ele convocou seu arco simultaneamente. Ele teria coletado mais, mas não havia mais tempo.

Assim que seu arco se formou a partir de faíscas de luz, Kai se impulsionou para cima, depois olhou para cima.

Os cinco aterrorizantes Mensageiros do Pináculo estavam descendo sobre ele, o vento assobiando através de suas horripilantes penas negras. Fome e loucura ardiam em seus olhos.

Por algum motivo, parecia que os céus estavam caindo sobre ele.

Voando em direção aos Monstros Caídos, Kai desesperadamente puxou seu arco e disparou uma flecha na direção deles… depois duas, três, quatro, e finalmente cinco.

Nesse ponto, os Mensageiros estavam perto o suficiente para ver todos os detalhes de seus repulsivos corpos pálidos.

As flechas que Kai disparou eram comuns e, portanto, incapazes de causar muito dano a essas abominações horríveis.

…A menos que fossem miradas perfeitamente por um mestre do arco.

Todas as cinco acertaram a base de uma das asas do Mensageiro, danificando-a o suficiente para fazê-lo cair, fora de controle.

Kai desviou para o lado, escapando do segundo por apenas alguns metros.

O terceiro agora estava bem acima dele, seu bico aberto em uma alegria glutona.

Foi quando Kai fez seu sexto disparo. Só que, desta vez, a flecha que ele mandou voando não era mundana.

Era a Flecha de Sangue.

A horrenda Memória negra cortou o ar e atingiu o Mensageiro bem no olho, afundando tão fundo que apenas suas penas podiam ser vistas. O terrível monstro de repente convulsionou e caiu.

A voz melodiosa do Feitiço cantou no ouvido de Kai:

[Você matou um Monstro Caído, Amaldiçoado…]

Mas ele não teve tempo de ouvir.

Usando o corpo da criatura que acabara de matar como escudo, Kai evitou o ataque do quarto Mensageiro.

Mas o último…

O último apareceu subitamente bem na frente dele, não deixando a Kai nenhum caminho para recuar, nenhuma esperança de se salvar.

Era tarde demais.

O aterrorizante bico negro avançou.

Effie fez o melhor que pôde. Ela realmente, realmente fez.

Mas no final, havia apenas tanto que uma pessoa poderia suportar.

Depois de uma eternidade se recusando a desistir, coberta de feridas terríveis, ela cometeu um erro. Não foi um erro, na verdade.

Apenas o fracasso inevitável de um corpo submetido a tanta dor.

Depois de infligir outro golpe letal, ela tentou esquivar-se de um monstro atacante, mas no momento mais crucial, sua perna dilacerada de repente cedeu.

Com um grito curto, Effie tropeçou e caiu no chão.

A criatura não lhe deu a chance de se levantar novamente. Ela saltou em cima da caçadora, pressionando-a no chão. Tudo o que Effie teve tempo de fazer foi agarrar as mandíbulas do monstro para impedir que elas se fechassem em sua cabeça.

Effie queria jogar a pesada abominação para longe, mas um momento depois, outra pulou sobre ela, suas mandíbulas mordendo seu ombro. E então outra, e outra, e outra.

Em breve, ela foi enterrada sob uma pilha esmagadora de Criaturas de Pesadelo frenéticas, dentes afiados afundando em sua carne.

‘Dói… dói muito…’

Effie rangeu os dentes, lembrando-se…

Do que era ver aquela luz distante e pura.

Cerco Ao Pináculo Carmesim (13)

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No último momento, o golem de coral se moveu, desaparecendo da vista de Sunny. Um segundo depois, ele se materializou alguns passos à frente, fora do alcance do Fragmento da Meia-Noite.

‘…Desgraçado!’

Era tarde demais para mudar a direção de seu ataque. Puxado para frente e para baixo pela inércia, Sunny foi obrigado a concluir seu golpe descendente e tropeçou, caindo de joelhos. Ele se encontrou em uma posição perigosa, completamente aberto para um ataque e com pouca habilidade para manobrar.

O perverso simulacro do Senhor pairou sobre ele, seu corpo poderoso irradiando uma sensação de força opressora. Na testa da criatura artificial, um pedaço polido de coral brilhava com uma intensa luz carmesim.

Aquela luz parecia sugar a vida de tudo em que caía.

Sentindo uma fraqueza súbita permeando seu corpo, Sunny rangeu os dentes e correu para o lado. Um segundo depois, o punho do Senhor perfurou o ar com um som de estalo e despedaçou o chão, lançando uma chuva de destroços em todas as direções.

Torcendo seu corpo, Sunny girou e desferiu um golpe de volta antes mesmo de seus pés tocarem o chão. A lâmina do tachi raspou contra a manopla da armadura do golem, deixando um corte profundo nela.

No entanto, não causou muito dano.

Pousando e deslizando sobre o coral, Sunny estendeu a mão para frente e enviou o Fragmento do Luar voando em direção ao rosto do golem. A criatura facilmente o afastou com a mão.

Mas quando o fez, Sunny já estava perto, desferindo um golpe alto com o Fragmento da Meia-Noite. Assim que o Senhor se moveu para desviar da austera lâmina, ele mudou a direção de seu ataque e o transformou em um corte horizontal vicioso.

Usando todos os últimos traços de sua habilidade e destreza, Sunny desferiu uma chuva de golpes no golem. Ele estava se movendo com uma velocidade e agilidade surpreendentes, seus ataques e passos fluindo perfeitamente de um para o outro. Era como se todo o ataque fosse apenas um movimento fluido e contínuo.

Mas não importava quão ágil e habilidoso ele fosse, tudo acabou sendo inútil.

O Senhor era muito mais rápido, forte e poderoso. Embora temporariamente forçado a se concentrar apenas na defesa, cada segundo que passava significava a ruína para Sunny.

Porque em algum lugar atrás dele, Santa estava sendo lentamente destruída pelos outros seis golems. E assim que ela caísse, ele iria morrer.

“Maldito seja você!”

Pausando por um momento apenas, Sunny deu à abominação de coral uma chance de atacar. Seu punho se projetou em direção ao peito dele com uma velocidade assustadora.

Girando seu torso, Sunny evitou o golpe e prendeu a mão do golem entre seu corpo e seu braço. Essa posição não lhe deu nenhuma vantagem, porque a criatura era muito mais forte do que ele.

Pelo contrário, imobilizou uma de suas mãos e o forçou a soltar o cabo da Espada da Meia-Noite com a outra.

… Mas deu a Sunny uma posição para resistir.

O Senhor levantou seu segundo punho, pronto para esmagar o crânio humano com um único golpe mortal.

Lá em cima, nos céus acima do campo de batalha, Kai estava a apenas momentos da morte. Ele havia ferido um dos Mensageiros, matado outro e evitado dois mais.

Mas o último estava agora sobre ele, e não havia escapatória.

O tempo parecia desacelerar. Com os olhos arregalados de terror, ele olhou para o bico rapidamente se aproximando da aterrorizante criatura. Não importa o quão rápido Kai fosse, ele sabia que desta vez não conseguiria escapar do fim.

Se ao menos ele tivesse mais um segundo! Um fragmento de segundo, pelo menos…

Totalmente ciente de que era sem esperança, Kai mudou a direção de seu voo. Apesar de tudo, ele teve que pelo menos tentar.

Mas era sem esperança.

Até…

No último momento, algo passou pelo ar e colidiu com o bico preto do Mensageiro, jogando-o um pouco para fora de curso. Isso deu a Kai o fragmento de segundo pelo qual ele estava rezando.

Torcendo seu corpo, ele permitiu que o bico passasse a apenas centímetros de distância dele, bateu no lado do Mensageiro e saltou, depois cambaleou pelas nuvens.

Uma rapieira esbelta e graciosa apareceu subitamente ao lado dele e circulou ao seu redor, cortando um loureiro negro desgarrado ao meio. Com a empunhadura voltada para Kai e a ponta apontada para qualquer um que ousasse atacá-lo, a Dançarina Silenciosa deslizou pelo ar, formando uma esfera defensiva de aço afiado ao redor do jovem.

Apesar de sua natureza inanimada, a rapieira voadora de alguma forma transmitia a sensação de proteção mesquinha, arrogante e mal-humorada.

Ao observar a elegante Eco, Kai não pôde deixar de sorrir.

“Obrigado, Cassie…”

No campo de batalha ensanguentado, um pequeno monte de monstros movia-se e mudava, cada criatura horripilante nele ansiando por provar a carne da pessoa enterrada embaixo.

Parecia que não havia esperança.

Mas o que era esperança? A esperança era algo que Effie havia abandonado há muito tempo.

Ela não precisava disso.

Tudo o que ela precisava era de um teto sobre sua cabeça, comida deliciosa em seu prato e a emoção da caça. O prazer indescritível de estar saudável, forte e vivo.

Com um pouco de orgulho equivocado misturado para apimentar as coisas.

Ele não estava disposto a morrer ainda, não assim, não sem dar uma última luta…

De repente, um som abafado ressoou debaixo do monte de monstros. Era um rugido furioso, cheio de raiva, desafio e uma vontade desesperada de sobreviver. Um momento depois, o monte estremeceu.

E então explodiu, corpos de Criaturas do Pesadelo voando para longe e rolando no chão.

Esforçando seus músculos até o ponto em que parecia que eles iriam explodir e, em seguida, além disso, Effie afastou o peso incrível com seus ombros poderosos e emergiu da massa fervilhante de abominações.

Ela ainda segurava as mandíbulas da primeira criatura que saltou sobre ela com suas mãos sangrando. Com um movimento impiedoso, ela as rasgou e jogou o corpo quebrado de lado. Seu punho reluziu pelo ar, esmagando o crânio de alguém.

Effie havia perdido o Fragmento do Zênite em algum lugar, mas não importava mais. Com um rugido bestial, ela girou e lutou, matando um monstro após o outro com as próprias mãos.

Ela não ia se render. Ela não ia recuar. Ela não ia…

Depois de um tempo, não havia mais ninguém para atacá-la. Effie não sabia o porquê.

Para ser honesta, naquele momento, ela não conseguia ver muita coisa. Sua visão estava embaçada e lentamente escurecendo.

Sem resistência, ela cambaleou e caiu de joelhos. Tentou inspirar, mas algo estava bloqueando sua garganta e algo estava errado com seus pulmões. Ela não conseguia.

“Isto… é… o fim, eu acho…”

Através da névoa escura e embaçada, Effie de repente viu uma figura radiante se aproximar.

Ela sorriu.

“É você, Princesa? Ah, eu odeio admitir isso… mas eu… não… acho que posso…”

Estava ficando difícil formar pensamentos. Effie suspirou e fechou os olhos, pronta para se entregar ao conforto do esquecimento.

Mas então, duas mãos frescas tocaram suavemente seu rosto, e chamas brancas purificadoras rolaram pelo seu corpo, levando embora a dor e a agonia.

Sunny estava enredado com o Senhor, a mão da abominação presa entre seu braço e seu corpo. O golem não parecia se importar muito com isso, no entanto. Em vez disso, ergueu o outro punho e se preparou para desferir o golpe final.

Antes de ter a chance de fazê-lo, no entanto, a mão vazia de Sunny disparou para frente.

Agarrando o pedaço brilhante de coral carmesim com os dedos, ele se esforçou por uma fração de segundo.

E então arrancou-o da testa da criatura.

A pedra polida saiu da carne de coral da terrível criatura, arrastando consigo inúmeras linhas vermelhas. Sunny puxou com força e depois torceu a mão, forçando as linhas vermelhas a se romperem.

Algo se quebrou dentro do corpo ameaçador do Senhor, e ele cambaleou de repente.

Sem perder essa oportunidade, Sunny soltou a mão do golem, ergueu o Fragmento da Meia-Noite acima de sua cabeça e depois desferiu um golpe devastador para baixo.

A lâmina da tachi colidiu com o coral carmesim e o despedaçou, transformando a figura imponente do Senhor em uma chuva de fragmentos desmoronando.

Cerco Ao Pináculo Carmesim (14)

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No topo do monte alto de coral carmesim, Cassie ficou sozinha na escuridão.

Agora que a Dançarina Silenciosa havia deixado seu lado, ela voltou a ser como antes.

Perdida.

Fraca.

Assustada.

Completamente impotente.

O nada opressor a cercava por todos os lados.

Mas aquele nada estava cheio de sons.

Ele aumentava com a ensurdecedora cacofonia do ataque da horda de pesadelo. Cassie ouvia uivos, rosnados, gritos desumanos, agudos e o som de chiton riscando.

Ela ouvia o clangor do aço e o som da carne sendo rasgada.

Ela também ouvia inúmeras vozes humanas chamando qualquer tipo de divindade que pudesse salvá-los. Cheias de fúria, agonia, bravura, medo, determinação, tristeza, força, impotência, esperança, fé, desespero, descrença.

Ela os ouvia morrendo.

De pé acima de tudo, Cassie tremia. Ela queria pressionar as mãos contra os ouvidos, mas não o fez.

…Sua visão terrível estava se tornando realidade.

Ela estava de volta a estar perdida na escuridão.

Assim como antes. Pior do que antes. Quase como no primeiro dia nesta terra amaldiçoada, abandonada e sem luz.

Neste inferno esquecido.

Naquela época, ela se encontrou presa em um monte de coral semelhante. Só que o que a cercava era o mar escuro e não uma horda de Criaturas do Pesadelo.

Mas Cassie não sabia disso. Ela não sabia onde estava e o que estava escondido na escuridão sem limites. Ela só sabia que estava sozinha e indefesa.

Que iria morrer naquele nada solitário e frio.

Ela desistiu. Sentando-se no coral duro, ela abraçou os joelhos e tentou não chorar. Abandonada e esquecida, ela esperou pela morte.

Mas em vez da morte, uma voz fria e indiferente saiu da escuridão:

“…O que você está fazendo?”

Foi assim que ela conheceu Nephis, que a salvou e protegeu desde então. Sem nem pedir nada em troca, não antes e não depois de saber do que a Aspecto de Cassie era capaz de fazer.

Apenas porque ela queria.

Nephis a tirou da escuridão e destruiu a amarga prisão que envolvia sua solidão. Como Cassie poderia pagar essa dívida?

E então, ela conheceu Sunny. Doce Sunny, que fingia ser insensível e cruel, mas na verdade era cuidadosa e gentil.

E então, ela teve que fazer uma escolha.

…E agora, ela tinha que viver com essa escolha.

Ou morrer com ela…

Enquanto Cassie ficava parada, ouvindo os sons da matança, uma rajada de vento repentino mexeu seus lindos cabelos loiros.

Ela deu um pulo e lentamente virou para encarar o vento.

Um momento depois, seu rosto empalideceu e seus lábios se moveram levemente.

“Não!”

Sozinha, afastada da batalha e de qualquer pessoa que pudesse tê-la ouvido, Cassie fechou os olhos e sussurrou para o vazio:

“Uma tempestade… há uma tempestade…”

O Exército dos Sonhadores havia ficado muito menor, mas ainda resistia. Na verdade, estava empurrando lentamente a horda das Criaturas do Pesadelo de volta.

À medida que a linha de arqueiros ficava sem flechas e munição, aqueles que não tinham Memórias adequadas para substituí-las convocavam suas armas de combate corpo a corpo e se juntavam à vanguarda, reforçando seus números diminutos. Os Artesãos fizeram o mesmo, abandonando suas máquinas de cerco e se jogando no caldeirão do combate.

A horda de pesadelo, por outro lado, havia esgotado sua aparentemente interminável reserva de corpos frescos. Sem mais abominações cruzando as pontes de coral carmesim e avançando para se juntar ao massacre, sua massa estava lentamente ficando mais fina.

Com Estrela da Mudança servindo como o núcleo inabalável da formação humana e reunindo lutadores ao seu redor, com Effie impedindo toda a horda de dar tempo para o resto dos humanos consertarem as brechas em suas linhas de defesa, por alguns minutos, o fluxo da batalha congelou em um equilíbrio frágil.

As duas forças opostas finalmente pareciam estar igualmente equilibradas.

Tudo o que seria necessário para os humanos virarem esse equilíbrio a seu favor era um último empurrão furioso.

“Vamos lá! Sejam fortes!”

“Incendeiem-se!”

“Sigam a Chama Imortal!”

Enquanto várias pessoas gritavam, sentindo que o destino dessa batalha estava prestes a ser decidido, uma rajada de vento soprou de repente sobre o campo de batalha, trazendo o cheiro de sal.

A luz diminuiu ligeiramente.

Olhando para o oeste, eles de repente tropeçaram e congelaram por alguns momentos. Seus rostos ficaram brancos como a neve.

…Atrás do Pináculo Carmesim, uma parede impenetrável de escuridão estava devorando lentamente o mundo. Estava se aproximando do campo de batalha com uma velocidade aterrorizante, numerosos raios iluminando suas profundezas furiosas.

Uma tempestade estava chegando.

À medida que se aproximava cada vez mais, a superfície da água negra que se agitava ao redor da ilha da torre ciclópica começou a tremer.

E então, começou a subir.

Primeiro lentamente, e depois mais rápido e mais rápido, o redemoinho negro inchou e avançou, engolindo o coral carmesim metro a metro, sua vastidão escura aumentando e fervilhando.

O mar amaldiçoado estava vindo para devorar a Costa Esquecida.

Os monstros que guardavam o Pináculo Carmesim, no entanto, não reagiram da mesma forma que as Criaturas dos Pesadelos costumavam fazer.

Em vez de se apressarem para encontrar abrigo, eles uivaram e gritaram em triunfo macabro, e depois se chocaram com o Exército Sonhador com renovada fúria.

Expressões de terror e desespero apareceram nos rostos das pessoas. Mas não havia para onde recuar, nenhum lugar para fugir.

Tudo o que podiam fazer era ficar em pé e lutar.

Mesmo quando o chão sob seus pés se tornou escorregadio e liso, coberto por uma fina película de água preta.

Mesmo quando a água continuou subindo.

[Você matou um desperto…]

[Sua sombra…]

[Você recebeu um…]

Girando assim que os restos do Senhor se desintegraram no chão, Sunny correu em direção aos seis golems restantes para reforçar a Santa gravemente danificada.

Ele não ouviu o Feitiço, pegando apenas uma informação de suas palavras: os golems de coral eram da categoria Desperto.

…Fazia sentido.

Assim como um Tirano Caído não deveria ser capaz de criar lacaios da mesma categoria, um Terror Caído provavelmente também não era capaz de tal feito.

Anteriormente, as construções de coral eram rápidas e poderosas o suficiente para fazer Sunny pensar que eram criaturas Caídas. Mas era apenas o efeito da gema profana queimando na testa do Senhor.

Assim como o Fragmento do Alvorecer era capaz de elevar Memórias Despertas ao limite da categoria Ascendente, assim o Senhor aumentou seus companheiros abomináveis, trazendo seu poder próximo ao dos Caídos.

Mas agora que ele foi destruído, o aumento desapareceu com ele.

Sunny estava confiante em sua capacidade de acabar com seis Criaturas dos Pesadelos despertas… em grande parte.

Enquanto corria, uma forte rajada de vento de repente o atingiu pelas costas, quase fazendo Sunny tropeçar.

“Que diabos…”

Lançando um olhar por cima dos ombros, ele encarou o céu, seus olhos se arregalando.

Uma parede interminável de escuridão atingiu o Pináculo Carmesim e o engoliu, pintando o mundo inteiro de preto.

Atordoado, Sunny cerrou os dentes e se virou para longe dela, uma sensação de frio e medo percorrendo todo o seu corpo.

“…Maldição!”

Cerco Ao Pináculo Carmesim (15)

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Diante dele, a Santa mal conseguia se manter viva. Sua armadura estava quebrada e pintada de vermelho pela poeira carmesim que jorrava de uma dúzia de feridas terríveis. O visor do capacete estava estilhaçado, assim como o lado de seu rosto. Um de seus olhos de rubi estava faltando, substituído por um buraco negro irregular.

Enquanto corria, um golpe brutal da espada do Cavaleiro ultrapassou a defesa da Sombra e atingiu seu braço de escudo, separando-o no cotovelo.

A Santa cambaleou e atacou desajeitadamente com sua espada. Então, deu um passo para trás e caiu pesadamente de joelhos.

As figuras ameaçadoras dos golens se erguiam acima dela, se aproximando para dar o golpe final. O martelo de guerra do Construtor se ergueu, pronto para cair como um arauto da destruição. A lança do Caçador voou como um predador faminto.

A Sombra inclinou levemente a cabeça e encarou a morte. Seu rosto de alabastro estranhamente belo estava calmo e indiferente. As armas das construções profanas refletiam em seu único olho restante, crescendo cada vez mais à medida que se aproximavam.

… Mas no final, tudo o que conseguiram perfurar foi o vazio.

A Santa ferida se dissipou em sombras, convocada de volta para as chamas negras nutritivas do núcleo de Sunny no último segundo.

No momento seguinte, uma parede de escuridão engoliu o espaço vazio diante do Pináculo Carmesim, trazendo consigo uma chuva torrencial e ventos de furacão.

A tempestade agora estava sobre eles.

Os seis golens permaneceram por alguns segundos, olhando para a extensão furiosa da tempestade aterrorizante. Eles foram submersos em sua escuridão, com apenas um raro flash de raio iluminando o mundo. A parede de chuva era tão espessa que era quase impossível ver qualquer coisa através dela.

De repente, discerniram um indício de movimento à sua esquerda e se viraram rapidamente, prontos para atacar o inimigo. No entanto, não havia ninguém lá.

Um momento depois, porém, um deles estremeceu de repente e desabou no chão, sua cabeça voando para a escuridão. O flash da lâmina que o decapitou foi tão rápido e inesperado que nenhum deles teve tempo para reagir.

E também veio da direção errada.

Os golens giraram e ergueram suas armas… mas em vez de um inimigo, tudo o que viram foi um kunai pesado surgindo da parede de escuridão e atingindo um deles no pescoço.

O golpe foi poderoso o suficiente para fazer o golem cambalear, mas não tão perigoso. A abominação ferida simplesmente levantou a mão e arrancou a adaga de sua carne coral.

No entanto, enquanto isso acontecia, a figura do Executor que estava atrás dos outros golems de repente caiu de joelhos. Um momento depois, sua cabeça deslizou lentamente do pescoço e rolou, revelando um corte perfeito e suave.

Sunny, que se escondia na escuridão, mostrou os dentes em um sorriso cruel.

“Este é o meu domínio, vermes. Agora vocês são meus convidados…”

Dois mortos, faltam quatro.

Percebendo que seu inimigo era capaz de se esconder nas sombras e enxergar no escuro, os golems mudaram de tática. O Cavaleiro, o Estranho e o Caçador se posicionaram em círculo, protegendo a Sacerdotisa com seus corpos.

Enquanto isso, a Sacerdotisa levantou as mãos para o céu.

No próximo momento, uma luz ofuscante disparou em todas as direções de suas palmas abertas, revelando Sunny, que estava a poucos metros de distância deles e se preparando para lançar outro ataque.

“…Maldição.”

No sangrento campo de batalha, os restos do Exército do Sonhador estavam sitiados por todos os lados. Eles continuaram a lutar com determinação condenada, abandonando todo medo e dúvida. Mesmo que a água negra já estivesse alta o suficiente para alcançar seus joelhos, os humanos continuaram a resistir à horda das Criaturas do Pesadelo enlouquecidas, matando três para cada uma delas morta pelas terríveis abominações.

Iluminados pela luz radiante da Estrela da Mudança, nenhum deles tentou fugir.

Em vez disso, eles firmemente mantiveram sua posição e lutaram. Alguns estavam sorrindo, e alguns até estavam cantando.

…À medida que mais e mais deles caíam, desaparecendo para sempre sob a superfície fria do mar amaldiçoado, a água negra continuava a subir.

Lá no alto, nos céus acima do campo de batalha, Kai e a Dançarina Silenciosa voavam entre as redes de raios, desviando-se dos ataques de três incansáveis Mensageiros do Pináculo. As terríveis criaturas eram infinitamente mais rápidas e poderosas do que os dois, mas tinham que confiar em suas asas para impulsionar seus corpos massivos pelo ar.

Tanto Kai como seu defensor gracioso voavam graças a habilidades mágicas, e, como tal, podiam manobrar melhor do que as abominações aladas. Essa era a única razão pela qual ainda estavam vivos.

Enquanto Kai esquivava e evitava a investida de ataques mortais, ele bombardeava os Mensageiros com tiros precisos de seu arco. No entanto, nenhum foi tão sortudo quanto o primeiro: a flecha negra mordia a carne dos poderosos monstros repetidas vezes, bebendo seu sangue, mas tudo o que conseguia era diminuir um pouco sua velocidade.

Mas ele não se importava. Ele nunca esperou derrotar os heróis assustadores do Pináculo, para começar. Ele só queria mantê-los longe das pessoas lutando no chão…

Pelo tempo que pudesse.

Voando através da tempestade, lutando contra a pressão esmagadora do vento e esquivando-se de raios, Kai cerrou os dentes e continuou fazendo exatamente isso.

…Sem pausar nem por um segundo depois que sua posição foi revelada, Sunny avançou rapidamente e desferiu um golpe rápido, mirando no golem mais próximo – o Cavaleiro. A criatura se moveu, desviando a lâmina do Fragmento da Meia-Noite com uma paródia de coral da arma nobre.

Agora que o Senhor havia sido destruído, as criaturas artificiais tornaram-se consideravelmente menos rápidas e fortes. Elas não eram melhores do que carniceiros carapaça, ou talvez centuriões…

Um pouco mais poderosas do que Sunny em si, graças à sombra.

No entanto, eles eram apenas monstros, enquanto ele era algo muito mais mortal.

Um garoto da periferia que passou um ano inteiro lutando por sua vida nas profundezas do inferno.

Ele tinha a habilidade, a clareza e a vontade assassina de um ser humano.

Permitindo que o Fragmento da Meia-Noite deslizasse ao longo da lâmina da espada de seu inimigo, Sunny deu um passo à frente e levantou as mãos. A tachi mudou seu ângulo e depois facilmente passou pelas defesas do Cavaleiro, perfurando seu pescoço. Uma torção, e ele voou para fora da carne do golem, desintegrando metade de seu pescoço no processo.

Continuando o movimento, Sunny socou com força o punho e a empunhadura do Fragmento da Meia-Noite no rosto do golem com força suficiente para quebrar a metade restante.

[Você matou…]

Usando a base sólida que ele havia aprendido nos inúmeros treinos com a Santa de Pedra, ele rapidamente se reposicionou e bloqueou o ataque da lança do Caçador. O Estranho ainda tentava passar pela Sacerdotisa para entrar na luta – Sunny havia planejado usar isso a seu favor desde o começo.

Antes que seu oponente atual pudesse reagir, Sunny realizou um contra-ataque mortal, cortando um dos seus braços. Um momento depois, ele puxou a tachi para trás, empurrou para frente, perfurando o Caçador pelo peito, e depois puxou para cima, cortando a criatura amaldiçoada em pedaços.

[Você matou um desperto…]

A Sacerdotisa se lançou para frente, desejando despedaçá-lo com as próprias mãos, mas foi repentinamente puxada para trás pela corda invisível que havia se enrolado em torno de seu pescoço em algum momento da luta.

Foi tudo o que Sunny precisou.

Enquanto pedaços de coral caíam no chão, a Magia falou mais uma vez:

[Você…]

Com a Sacerdotisa morta, o Estranho foi deixado na escuridão novamente. Ele hesitou e levantou o escudo, olhando para o ponto em que o inimigo tinha estado apenas um segundo atrás e ouvindo o som da água através da tempestade rugindo.

No entanto, no segundo seguinte, algo se mexeu atrás dele. O Estranho girou e realizou um amplo golpe horizontal com sua espada, mas então pausou, olhando para baixo.

Sua mão segurando a espada tinha desaparecido, cortada limpa no pulso.

Então, algo passou rápido pela chuva e atravessou seu corpo. O golem cambaleou e caiu, se partindo ao meio enquanto caía.

Respirando com dificuldade, Sunny abaixou o Fragmento da Meia-Noite e olhou para as seis pilhas de coral carmesim que estavam desaparecendo sob a água negra na sua frente. Então, ele cuspiu.

“Quem te disse que você pode machucar a minha Sombra, bastardos?”

Virando-se, ele viu um raio atingir as gigantescas portas do Pináculo Carmesim. Arcos de eletricidade dançaram em sua superfície de pedra e então se dissiparam, deixando uma pálida luminescência em seu rastro.

Somente as formas das sete estrelas continuaram a brilhar, como se estivessem cheias de energia.

Segurando seu peito que ardia, Sunny olhou para a água negra que já estava acima de seus joelhos e caminhou em direção ao Pináculo.

Cerco Ao Pináculo Carmesim (16)

Atenção: A tradução carece de revisão, tenha isso em mente ao ler este conteúdo.

Enquanto o Exército do Sonhador afundava nas águas crescentes do mar amaldiçoado e na maré insaciável de monstros, Sunny se aproximou da torre carmesim.

Longe dos demais, completamente sozinho, submerso na escuridão rugindo, ele lutou contra a massa fervente de ondas negras e os ventos do furacão para cruzar os últimos metros que o separavam do brilhante sigilo estelar gravado em suas portas.

Finalmente, sua mão tocou a superfície fria da pedra antiga. Limpando a água da chuva de seu rosto pálido, Sunny encarou as formas radiantes das sete estrelas.

“Isso melhor funcionar…”

Convocando a primeira das Chaves do Juramento, ele hesitou por um momento e depois cuidadosamente a inseriu na fenda negra da fechadura.

Separados por uma vasta extensão do mar de escuridão em expansão, os Adormecidos sobreviventes lutavam desesperadamente contra a horda avançando de monstros. A água negra já tinha alcançado suas cinturas, dificultando o movimento. O exército estava tentando recuar pela encosta do coral carmesim, mas o mar perseguidor era muito mais rápido que eles.

Estrela da Mudança ainda estava matando um monstro após outro, sua radiância apenas aumentando mais brilhante no inferno tenebroso da tempestade furiosa. Gotas de chuva estavam evaporando quando tocavam sua pele brilhante, sua incandescência tornando até mesmo os raios arqueados de relâmpago parecerem pálidos e sombrios.

… De repente, uma ondulação quase imperceptível percorreu a superfície da água negra. Uma rajada de vento frio soprou sobre a Costa Esquecida, enviando um arrepio correndo pelos corações de inúmeras criaturas.

Avançando para a próxima estrela, Sunny convocou a segunda chave e a colocou na fechadura. Nada terrível aconteceu, então ele lutou pela água para chegar à terceira.

“Terrível… como isso seria? O que pode ser pior do que minha situação atual?”

Como se para responder sua pergunta, em algum lugar atrás dele, um tentáculo negro de repente surgiu das ondas agitadas e chicoteou cegamente pelo ar. Ao colidir com um monte de coral, facilmente o destruiu. Uma chuva de detritos caiu na água.

Apenas um momento depois, inúmeros outros seguiram o primeiro.

Notando esse novo desenvolvimento pelos olhos de sua sombra, Sunny amaldiçoou.

“Eu e minha maldita boca!”

Felizmente, os tentáculos estavam a certa distância, em algum lugar perto dos restos dos sete golems que ele havia derrotado. Mas à medida que o mar subia, eles começaram a se mover lentamente em sua direção.

Apressadamente inserindo a terceira chave, Sunny correu para a quarta estrela. Outra Chave do Juramento deslizou em sua fechadura.

A água agora estava ainda mais alta, forçando-o a lutar contra seu peso. Uma forte rajada de vento atingiu Sunny pelas costas, quase o fazendo colidir de cabeça nas portas de pedra.

Ao colocar a quinta chave na fechadura, os tentáculos já estavam assustadoramente próximos.

“Maldição!”

Sunny inseriu a sexta Chave do Juramento na fechadura e mergulhou na água negra, nadando em direção à última estrela.

Apenas alguns momentos antes da massa de tentáculos retorcidos descer sobre ele, ele encontrou a última estrela brilhante e encaixou a sétima chave em seu centro.

De repente, o mundo estremeceu.

Toda a Costa Esquecida tremeu.

No campo de batalha, os humanos sobreviventes congelaram por um segundo, surpreendidos pela mudança repentina que percorreu o mundo.

A feroz investida do vento cessou. A enchente torrencial de chuva parou. O contínuo e ensurdecedor rugido dos raios ficou quieto.

A terrível tempestade parecia ter acabado tão repentinamente quanto tinha aparecido, dissipando-se no nada como uma miragem frágil.

Até as Criaturas do Pesadelo que os atacavam cambalearam e pausaram por um momento, olhando para o céu.

…E então, o véu escuro das nuvens foi rompido por um raio de sol cegante e brilhante.

Assim que aconteceu, a inquieta água negra parou de subir e começou a fluir ao contrário.

O mar amaldiçoado estava recuando.

“Maldição!”

Assim que Sunny colocou a última Chave do Juramento na sétima fechadura, todo o Pináculo Carmesim estremeceu. Um som indescritível veio de suas profundezas, ecoando na escuridão da tempestade como um suspiro pesado e melancólico.

E então, os portões gigantescos se abriram. As lajes gigantes de pedra antiga se moveram pela primeira vez em milhares de anos…

…

O problema era que as portas abriam para fora, batendo em Sunny e o arrastando pela massa de água negra com terrível velocidade. O golpe inesperado o jogou ao chão e quase o fez afogar. Sem contar o fato de que doía como o inferno.

Pelo menos as portas abertas o afastaram das malditas tentáculas.

Depois de um tempo, Sunny foi jogado na encosta de um alto monte de coral. Tossiu algumas vezes e cansado, rastejou alguns metros para cima, depois caiu na superfície áspera do coral e se virou.

O que Sunny viu o fez piscar, depois abrir os olhos bem abertos e olhar incrédulo.

O mar escuro estava sendo sugado para a Torre.

A água negra estava fluindo ao contrário, correndo para a enorme porta. Os tentáculos retorcidos e a aterradora criatura a que pertenciam foram levadas por aquela corrente, desaparecendo naquela escuridão também.

O estranho era que a quantidade de água entrando na Torre Carmesim era muito maior do que o que deveria ser possível. Sunny esperava ver a torre ciclópica se encher, mas em vez disso, simplesmente fluiu para dentro e parecia… desaparecer.

Como se fosse engolida pela Torre e banida para as profundezas da terra.

Apenas alguns momentos depois, a alavanca do mar escuro começou a cair.

A tempestade morreu, e o véu impenetrável de nuvens foi rasgado, permitindo que a luz do sol iluminasse o mundo mais uma vez.

E em alguns minutos…

O mar amaldiçoado não existia mais.

Sunny olhou para a superfície clara do coral carmesim, que havia sido coberta pelas ondas negras não muito tempo atrás.

O oceano escuro sem fundo havia desaparecido sem deixar vestígios. Até mesmo o redemoinho negro que havia cercado a ilha não estava mais lá, revelando um fosso profundo, desigual e vazio.

Então, Sunny olhou para o céu, onde um sol branco furioso pairava bem acima da ponta da Torre Carmesim.

Um pensamento atordoado entrou em sua mente…

“Nós… nós conseguimos?”

…Ele realmente destruiu o mar escuro?

Cerco Ao Pináculo Carmesim (17)

Atenção: A tradução carece de revisão, tenha isso em mente ao ler este conteúdo.

O mar escuro havia desaparecido.

E todos os horrores que habitavam em suas profundezas amaldiçoadas também haviam desaparecido.

O mundo estava banhado em luz solar pura. A superfície do Labirinto de repente tornou-se vibrante e brilhante, com sombras acentuadas escondidas sob os pilares irregulares do coral carmesim. O sol branco furioso queimava acima do Pináculo Carmesim, como se congelado no meio do céu.

Sunny até teve que cobrir os olhos por alguns segundos.

Deitado no chão, permitiu-se alguns momentos de descanso. Uma curta risada escapou de seus lábios.

“Eu realmente consegui?”

Falar sobre os eventos improváveis…

Infelizmente, ele não podia realmente descansar ainda.

A batalha não havia terminado. A horda de Criaturas do Pesadelo ainda não havia sido derrotada.

…E em algum lugar do Pináculo, o Terror Carmesim em si ainda não havia sido derrotado.

Com um suspiro profundo, Sunny se recompôs e levantou-se. Eles estavam quase lá. Eles quase escaparam. Agora, tudo o que restava era fazer um último empurrão. Mesmo que fosse ser o mais difícil até agora…

Olhando para a alta montanha de coral que se elevava acima dele, ele semicerrava os olhos contra a luz e começou a escalá-la.

Será que sempre foi tão brilhante?

Enquanto Sunny escalava, convocou as runas e olhou para elas.

Sombras: [Santa de Pedra].

“Graças aos deuses.”

Ele sabia que a Santa estava bem, mas ainda queria verificar. O demônio taciturno havia sido gravemente danificado e teria que passar um longo tempo restaurando-se, no entanto, sua existência não estava em perigo.

Então, seus olhos desceram:

Fragmentos de Sombra: [999/1000].

“…Maldição.”

Sunny rangeu os dentes. Ele estava simultaneamente animado e assustado para descobrir o que ia acontecer quando saturasse o Núcleo das Sombras. Certamente seria benéfico, mas a que custo?

Ele iria entrar em um sono por várias semanas, como a Santa havia feito? Ou de repente ficaria incapacitado em meio a um combate furioso, como Nephis havia ficado depois de derrotar Gunlaug?

Isso poderia lhe custar a vida…

“Não que eu possa fazer algo sobre isso agora.”

Cheio de inquietação, ele continuou a subir e logo alcançou o topo do pilar de coral. De pé sobre ele, Sunny olhou na direção do Exército do Sonhador.

Algo úmido caiu de repente em sua mão. Olhando para baixo, viu uma gota de sangue rolando por sua pele. Um momento depois, outra caiu no bracelete do Manto do Titereiro.

Surpreso, Sunny levantou a mão e a passou pelo lábio superior. Ela voltou molhada de sangue.

“…Um sangramento no nariz? Que diabos?”

Pensando bem, por que ele se sentia tão fraco?

Enquanto Sunny olhava para a mão, confuso, uma ondulação violenta percorreu subitamente sua sombra.

Através do fosso profundo que cercava a ilha, os remanescentes do Exército dos Sonhadores estavam à beira de virar a maré da batalha a seu favor.

Apenas alguns minutos atrás, eles estavam se afogando na enchente crescente da água negra e no ataque incessante da horda, perdidos na fúria de uma tempestade cataclísmica. Mas agora, as coisas eram diferentes.

A tempestade tinha acabado, e o mar escuro havia recuado. O sol brilhava intensamente no céu, inundando o campo de batalha com sua luz. Banhadas por ela, as Criaturas do Pesadelo pareciam ficar hesitantes… quase lentas.

No entanto, elas não estavam desistindo. Os monstros continuavam a atacar os humanos em uma fúria frenética, suas garras e presas ceifando uma vida após a outra. Mas os sobreviventes do Exército dos Sonhadores estavam retribuindo cada perda multiplicada por dez.

Revigorados pelo emocionante presente de uma salvação repentina, eles endureceram seus corações e lutaram com zelo, fervor e vontade assassina. Cada vez mais Criaturas do Pesadelo caíam sob suas lâminas, e a horda não parecia mais interminável.

Os Adormecidos não sabiam por que a tempestade tinha dissipado e por que o mar amaldiçoado havia recuado, mas sua fé na Estrela da Mudança agora queimava ainda mais brilhante. Ela havia prometido guiá-los para fora desse inferno, e de alguma forma, até mesmo a água negra havia capitulado diante de sua luz radiante…

A vitória não era mais impossível. Eles quase podiam senti-la…

Mas Nephis de repente tropeçou e diminuiu o ritmo de sua dança com a espada. Uma expressão confusa e alarmada apareceu em seu rosto. Esquivando-se das garras de uma abominação atacante, ela enfiou sua espada em sua boca e depois recuou.

Livre dos monstros que a cercavam por alguns breves momentos, ela abaixou a espada.

E olhou para o céu.

Lá em cima, Kai ainda estava vivo… de alguma forma.

“O que está acontecendo?”

Ele havia voado por tanto tempo em uma velocidade terrível, lutando contra o vento opressor, desviando-se de raios e dos Mensageiros do Pináculo Carmesim amaldiçoados, empurrando os limites de seu corpo e mente… o cansaço agora estava alcançando-o, tornando difícil pensar.

Deixa pra reagir depois…

Ele realmente não se sentia bem. Todo o seu corpo doía, e sua visão estava lentamente ficando turva. Uma sensação de fraqueza nauseante permeava o seu corpo.

A tempestade tinha surgido do nada e desaparecido sem deixar vestígios. O céu estava cegamente brilhante.

… Isso era um alívio.

Mas as malditas abominações ainda estavam lá.

Pelo menos elas não pareciam mais incansáveis.

Na verdade, os Mensageiros pareciam estar em um estado tão lamentável quanto Kai. Ele queria se gabar e assumir que era por causa de suas flechas. Ele havia ferido as malditas criaturas muitas vezes, afinal…

Mas não, não fazia sentido.

Eles pareciam capazes de resistir ao efeito da Flecha de Sangue antes, pelo menos em grande parte, então por que mudaria agora?

“Algo está errado…”

Usando o sol para cegar seus inimigos, Kai mergulhou na luz e correu para o lado, evitando por pouco as garras de um dos Mensageiros. Ou pelo menos ele pensou – na realidade, não foi estreito de forma alguma. Ele desviou com muito espaço de sobra. A Dançarina Silenciosa nem precisou se envolver.

“Eles… estão ficando mais lentos?”

Com um repentino sentimento de inquietação, Kai hesitou por um segundo, e depois reduziu a velocidade para dar uma boa olhada na criatura aterrorizante.

O que ele viu o fez franzir o cenho.

O Mensageiro parecia… errado.

Seus olhos pretos vidrados eram erráticos e sem sentido. Eles estavam pingando com sangue, que escorria pelas penas negras como um riacho carmesim. Havia mais dois riachos semelhantes, saindo das orelhas da criatura. Os músculos de seu corpo pálido estavam espasmando, rolando sob a pele branca como vermes em pânico.

Enquanto Kai assistia, o Mensageiro de repente abriu o bico em um grito silencioso. Um momento depois, uma enxurrada de sangue irrompeu e se dispersou no vento como uma névoa vermelha.

Então, a criatura convulsionou uma última vez e perdeu o controle das asas. Nem mesmo tentando se corrigir, a terrível abominação mergulhou.

Kai se assustou e abriu os olhos em terror.

… O Mensageiro do Pináculo estava morto.

Cerco Ao Pináculo Carmesim (18)

Atenção: A tradução carece de revisão, tenha isso em mente ao ler este conteúdo.

Sunny balançou um pouco e depois olhou para baixo para sua sombra.

A sombra parecia estar com dor. Estava curvada, segurando o peito com uma mão e acenando com a outra. Quando percebeu que Sunny estava olhando para ela, apontou desesperadamente para si mesma.

“O que… o que esse cara está tentando dizer?”

Ele estava tendo um ataque cardíaco? Não, claro que não. Isso seria ridículo. Sombras não têm coração…

Então, o que ela estava apontando?

Sunny franziu a testa. A sombra era o reflexo dele. Então, talvez ela não estivesse apontando para o próprio coração, mas para o dele.

Mas o coração dele estava bem. O que mais poderia ser?

De repente, seus olhos se arregalaram.

O Núcleo da Alma. O Núcleo da Alma normalmente se sobrepunha ao coração de um humano…

Com um tremor, Sunny mergulhou no Mar da Alma.

Em vez da paz e tranquilidade habituais, ele se deparou com um caos ominoso. As águas escuras, que eram sempre tranquilas e imóveis, agora estavam inquietas e turbulentas. Elas ondulavam e se agitavam, como se estivessem sob o ataque dos ventos invisíveis.

Lá em cima, as esferas de luz que representavam suas Memórias cintilavam e piscavam, como se estivessem prestes a se extinguir. O sol negro do Núcleo das Sombras tremia. Ele quase podia ver pequenas rachaduras surgindo em sua superfície transparente.

Apenas as sombras silenciosas ainda eram as mesmas, sem serem perturbadas pelo desastre iminente. Elas permaneciam imóveis, olhando para ele com expressões inexpressivas em seus rostos negros e sem vida.

Sunny não prestou atenção nelas e olhou para o Núcleo das Sombras com olhos arregalados, perplexo.

“…Dano da alma. Estou recebendo dano da alma.”

Ele estava sob o efeito de um ataque contínuo da alma.

Fugindo do mar inquieto em pânico, Sunny limpou o sangue do rosto e olhou ao redor com uma expressão sombria. Ele estava ainda mais pálido do que o normal.

“Que diabos está me atacando?”

Depois de alguns momentos, ele estremeceu de repente, atordoado por uma revelação arrepiante. E então olhou para cima, para o disco ofuscante do sol.

…Ele não estava errado. Sua luz era realmente muito mais brilhante do que antes.

Os céus da Costa Esquecida, que sempre foram cinzentos, agora eram quase brancos, cheios de calor implacável e resplandecência. Parecia que alguém havia apagado a realidade em si, deixando para trás apenas um vazio branco infinito. A cada segundo, estava se tornando cada vez mais incandescente.

“O sol…”

A fonte do ataque à alma não era uma Criatura do Pesadelo.

Era o próprio sol.

Onde quer que alcançasse, as almas das criaturas vivas estavam sendo lentamente erodidas e destruídas. E como o sol agora estava diretamente acima deles, ao meio-dia, quase não havia lugar onde ele não pudesse alcançar.

Não havia escapatória.

Exceto por…

Virando-se, Sunny olhou fixamente para os portões abertos do Pináculo Carmesim. Atrás deles, a escuridão acolhedora prometia sombra e segurança. Este era o único lugar onde ele poderia se esconder do sol aniquilador.

“O exército!”

Girando rapidamente, ele observou através do fosso.

Lá, no campo de batalha, as Criaturas do Pesadelo haviam interrompido seu ataque interminável. Agora, elas estavam cambaleando e oscilando, como se estivessem bêbadas. Muitas já haviam caído no chão, com sangue jorrando de seus orifícios.

Suas almas haviam sido destruídas, e elas estavam mortas.

Os guerreiros sobreviventes do Exército dos Sonhadores as observavam com perplexidade, suas figuras distantes cheias de alívio e confusão. Sunny queria gritar, alertando-os sobre o terrível perigo em que estavam, mas sabia que estava muito longe para que alguém o ouvisse.

Do monte de coral alto em que estava em pé, ele podia ver a figura brilhante e graciosa em meio a eles. Sabia que Nephis já devia ter descoberto o que estava acontecendo agora.

Mas ela não sabia que os portões do Pináculo estavam abertos.

“Pense, pense!”

Sunny hesitou por alguns segundos e, em seguida, levantou a mão.

Um momento depois, um som claro de um sino prateado se espalhou pelo Labirinto, percorrendo o resto do Exército dos Sonhadores.

Longe no campo de batalha, Nephis girou e olhou na direção dele.

“Vamos! Vamos lá, Neph!”

Sunny tocou a campainha de prata novamente e acenou com a mão no ar.

No entanto, não havia necessidade. Estrela da Mudança já havia se movido, empunhando sua espada em direção ao Pináculo. No momento seguinte, o Exército Sonhador avançou. Os Adormecidos corriam com toda a velocidade que podiam reunir, seguindo o comando de sua senhora.

“Sim! Espera… o que ela está fazendo?!”

Nephis ela mesma não seguiu seus soldados. Em vez disso, ela se virou e correu na direção oposta.

…Para o distante pilar de coral que eles haviam deixado no início dessa confusão.

O coração de Sunny pulou um pouco quando percebeu que ela estava voltando por Cassie.

Mas não havia nada que ele pudesse fazer para ajudar, não mais.

“Boa sorte…”

Saltando do monte, ele rolou no chão e correu em direção à escuridão da porta do Pináculo sem olhar para trás.

…No entanto, antes que Sunny pudesse alcançá-la, ele viu algo caindo do céu.

“O que diabos…”

Uma figura humana esfarrapada bateu no coral carmesim e rolou várias vezes antes de parar, ficando imóvel. Sunny correu em direção a ela, reconhecendo rapidamente as cores brilhantes da armadura de Kai.

Para seu alívio, o jovem charmoso ainda estava vivo, embora mal consciente. Uma graciosa espada estava voando no ar ao redor dele, o aço de sua lâmina sombrio e desprovido do brilho habitual.

Os dois devem ter estado bem alto no céu quando o apagamento de alma começou, muito mais perto de sua fonte, e por isso sofreram mais do que aqueles que estavam no chão.

Sem perder tempo, Sunny agarrou Kai pela gola e o arrastou em direção às portas abertas do Pináculo. A Dançarina Silenciosa os seguiu.

Em breve, os três alcançaram a fronteira entre a luz e a escuridão. Sem hesitar nem por um segundo, Sunny mergulhou na sombra fresca, deu alguns passos para se aprofundar em seu abrigo e caiu no chão.

“Ah…”

Somente agora, protegido da luz solar aniquiladora pela massa sólida da antiga torre, ele percebeu quão terrível havia sido sua condição. Mas não mais. Sua alma finalmente estava em paz novamente, com quaisquer feridas que tenham sido infligidas a ela já estavam curadas.

Kai também ainda estava vivo.

“Sortudo desgraçado.”

“Obrigado aos deuses… quer dizer… aquele tolo me deve uma grande agora!”

Ofegando, ele checou o arqueiro inconsciente, sentou-se e encarou a paisagem ofuscantemente brilhante do lado de fora.

Será que… Será que os outros iriam conseguir?

Alguns segundos depois, algo de repente passou pelo ar. Era o Caster: caindo de joelhos perto deles, ele olhou para Sunny com olhos cansados e, em seguida, gentilmente colocou um adormecido que ele carregava no chão.

Sem dizer nada, ambos então se voltaram para os portões da Torre e olharam para a luz.

Segundos passaram em silêncio torturante.

… E então, uma silhueta humana apareceu na claridade. E depois outra, e outra.

Os sobreviventes do Exército Sonhador haviam chegado à ilha e se precipitaram em direção à escuridão salvadora da torre gigantesca. Em breve, eles cruzaram a distância que os separava dos portões e mergulharam em sua sombra.

Sunny assistiu, algo afiado se movendo em seu peito.

Uma eternidade tortuosa depois, ele finalmente viu a figura familiar em armadura branca aparecer na soleira da estrutura colossal.

Carregando Cassie, Nephis entrou nas sombras.

Ela era a última a chegar.

Olhando para eles e para a pequena multidão de Adormecidos reunidos na fronteira entre a escuridão e a luz, Sunny finalmente foi capaz de soltar o ar. Eles conseguiram.

A batalha pela Torre Carmesim havia terminado.

Agora, tudo o que tinham que fazer era encontrar o Portal escondido em algum lugar dentro da antiga torre.

… E sobreviver à ira de seu mestre.

No Ventre Da Besta

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Sentado no chão frio de pedra, Sunny inspirou profundamente e olhou para as pessoas que o cercavam.

Todos estavam exaustos, feridos, cobertos de sangue, sujeira, mal conscientes. Suas armaduras estavam quebradas e rasgadas, e seus rostos eram mortalmente pálidos. Eles estavam sentados no chão, cansados demais para se mover ou falar, respirando pesadamente e olhando para baixo com olhos vazios.

Havia tão poucos deles sobrando…

Mas também muito mais do que ele esperava.

Cerca de cem Adormecidos haviam sobrevivido à batalha do Pináculo Carmesim. Eles eram os mais fortes, os mais corajosos… mas principalmente, os guerreiros mais sortudos do Exército do Sonhador. Quatro quintos dele haviam sido eviscerados no massacre.

Sem mencionar os outros quinhentos ou mais que haviam morrido durante a sangrenta luta pelo trono do Castelo Luminoso.

Este centena era tudo o que restava de mais de mil humanos que estavam sobrevivendo na Costa Esquecida antes que Estrela da Mudança chegasse à Cidade Sombria como um brilhante presságio de desastre. Como um arauto de mudança ruim.

Mas Sunny estava horrorizado e chocado tanto quanto estava surpreso e exultante. Ele sinceramente achava que o número de pessoas que chegariam tão longe seria de apenas um dígito.

… Olhando ao redor, ele procurou por rostos familiares.

Nephis e Cassie estavam lá, é claro. Assim como Kai. Effie estava encostada contra uma parede, vestindo apenas seu chiton branco, que agora estava rasgado e completamente pintado de vermelho com sangue. Sua armadura parecia ter sido completamente destruída.

Caster também estava lá, fazendo um curativo em uma ferida superficial no ombro. Em comparação com os outros sobreviventes, ele parecia estranhamente limpo. No entanto, sua armadura também estava seriamente danificada. Parecia que mesmo a incrível velocidade não tinha sido suficiente para evitar a fúria da horda do pesadelo.

Seishan ficou um pouco afastada do resto deles, cercada por uma dúzia de Donzelas Sobreviventes. A bela mulher estava gravemente ferida, o brilho de sua pele e olhos cintilantes ficando opacos e sem brilho. Pelo que Sunny pôde ver, ela mal estava viva.

Ele também notou Aiko, que estava sentada no chão, enxugando as lágrimas do rosto delicado.

Mas também havia muitas pessoas que ele não via.

O caçador cicatrizado que os havia recebido no assentamento externo após sua longa expedição estava morto. Park também estava morto, seu amigo despojado que havia transformado Effie em uma heroína popular com suas histórias.

Os guardas tagarelas que haviam perguntado a Sunny sua opinião sobre quem poderia ter matado Harus agora estavam mortos também. O jovem que achava uma dor de cabeça falar com Sunny também estava morto.

Stev, o gigante robusto que estava encarregado do Mercado da Memória durante o reinado de Gunlaug, não estava presente. Talvez seja por isso que Aiko, sua amiga, agora derramava lágrimas silenciosamente.

Até mesmo Gemma, o destemido líder dos Caçadores da Cidade Sombria, havia perecido. Sunny não sabia o que poderia ter matado o homem aparentemente imortal, mas suspeitava que sua última caçada havia sido um verdadeiro terror para testemunhar. A maioria das pessoas que Gemma havia trazido para a facção de Estrela da Mudança com ele agora estavam mortas também.

E muitos outros.

Sua ausência pesava sobre os sobreviventes como um peso invisível.

Mas aqueles que sobreviveram não tinham tempo para a tristeza, pelo menos não agora. Eles ainda não estavam livres desse pesadelo.

De fato, eles acabaram de entrar no ventre da besta.

Virando-se para longe dos cem Adormecidos, Sunny olhou para as profundezas do Pináculo Carmesim.

Uma vez, toda a torre devia estar oca, mas agora havia crescimentos de coral por toda parte dentro. Eles se assemelhavam a cascatas congeladas de sangue, como se rios dele tivessem fluído do topo do Pináculo e de repente se solidificado. Por causa disso, era difícil ver o que se escondia nas profundezas da construção ciclópica. Mais distante, o interior da torre estava envolto na escuridão fria.

Demorando alguns momentos, Sunny decidiu não enviar sua sombra para explorar. O Terror Carmesim já havia provado sua capacidade de machucá-la, então ele não estava disposto a arriscar o bem-estar de seu valioso ajudante.

Em vez disso, ele olhou para Neph.

Estrela da Mudança estava observando o brilho crescente que afogava a Costa Esquecida. Nesse ponto, a luz do dia lá fora era quase cegante. Em seu rosto, havia uma expressão estranhamente pensativa.

Enquanto Sunny observava, ela se virou e ergueu a cabeça, olhando na direção do topo do Pináculo.

Depois de um tempo, ela franziu a testa e depois encarou os humanos sobreviventes. Sua voz calma ecoou na escuridão da torre antiga:

“É hora de irmos. Reúnam suas forças. Estamos quase lá!”

Os Adormecidos olharam para ela com olhos cansados, a luz da esperança se acendendo neles com força renovada. Lentamente, eles se levantaram. Aqueles que estavam relativamente bem apoiaram aqueles que estavam seriamente feridos. Aqueles que perderam a consciência estavam sendo carregados por seus amigos ou guerreiros companheiros.

Em breve, a procissão de humanos se dirigiu mais profundamente na torre. Nephis estava caminhando na frente, segurando Cassie pela mão. De alguma forma, Sunny acabou ao lado deles.

Olhando para as duas jovens, ele queria dizer algo, mas nenhuma palavra veio à sua mente. Em vez disso, foi Neph quem falou.

Olhando para Sunny, ela hesitou por um tempo e depois disse:

“Obrigada. Por tocar aquele sino. E … por tudo.”

Ele a olhou por um longo tempo e depois deu de ombros.

“Não há necessidade de me agradecer. Somos aliados. Não somos?”

Ela sorriu levemente e ficou em silêncio depois disso.

Em breve, eles passaram pela barreira de coral e se aproximaram do centro da torre.

Lá, o mar escuro estava preso sob um selo indomável.

Em frente a eles havia uma vasta piscina de água negra. Sua superfície era perfeitamente quieta e plana, como a de um espelho horripilante feito de pura escuridão. Embora a água fosse opaca e ninguém pudesse ver até que profundidade aquele poço gigantesco ia, Sunny sentiu como se fosse imensamente profundo. Ele sentiu que chegava a profundidades tão profundas que o mero pensamento de luz seria impossível lá.

Enquanto observavam em silêncio solene, uma sutil ondulação se espalhou pela superfície do mar preso. Era como se estivesse se esforçando para derramar sobre as bordas da piscina e escapar. No entanto, os poderes invisíveis que o mantinham eram poderosos demais para superar, mesmo para essa criatura vasta, ilimitada e inconcebível.

Virando-se do espelho preto arrepiante, Sunny olhou para a escuridão e franziu a testa.

Escondidos nas sombras, longe da luz das lanternas humanas, inúmeras figuras estavam paradas imóveis, encarando-os.

Espada De Prata

Atenção: A tradução carece de revisão, tenha isso em mente ao ler este conteúdo.

No início, Sunny queria gritar para avisar a todos, mas depois de observar as figuras silenciosas por alguns momentos, ele mudou de ideia.

Escondidos na escuridão, inúmeros golems de coral estavam encarando sem mente em direção ao horizonte. Eles eram muito semelhantes às criaturas que ele havia lutado para chegar ao Símbolo Estelar, mas também eram diferentes.

Porque eles não eram cópias de heróis antigos… apenas de pessoas mundanas.

Assim, eles não seriam muito perigosos. Um único Adormecido poderia lutar contra dezenas com facilidade, quanto mais os experientes e poderosos guerreiros do Exército Sonhador. Além disso, os golems não pareciam hostis.

Alguns deles ficavam imóveis, enquanto outros vagavam sem rumo. Essas coisas tristes e vazias eram ainda mais sem vida do que os Ecos. Ele sentiu que eles não eram realmente criaturas. Apenas manifestações físicas da loucura do Terror Carmesim, talvez. Uma representação da psique quebrada e dos pensamentos dispersos dele.

Ele tinha certeza de que cada um desses golems representava uma das almas que haviam sido sacrificadas para o sol artificial e que uma vez fluíram por meio de seu recipiente, tornando-se parte dele. Para sempre.

…Havia milhares deles, e ainda mais deviam estar escondidos em algum lugar fora da vista.

Depois de um tempo, Sunny informou Nephis de sua descoberta. Ela franziu a testa e olhou para a escuridão, depois assentiu.

“Nós vamos ter cuidado.”

Agora que eles tinham uma compreensão melhor do nível do solo do Pináculo Carmesim, ficou claro que o Portal não estava lá. Para encontrá-lo, os restos do Exército Sonhador teriam que subir mais alto.

Não havia escadas ou mecanismos de elevação à vista, mas felizmente muitos dos pilares de coral retorcidos eram largos o suficiente para várias pessoas andarem sobre eles e não eram íngremes o suficiente para tornar as coisas muito difíceis. Os Adormecidos poderiam usá-los para chegar facilmente ao próximo nível.

…No entanto, assim que Sunny deu um passo à frente, Neph de repente o puxou para trás e gritou:

“Todo mundo, recuem!”

Apenas um momento depois, um amplo raio de luz ofuscante caiu de algum lugar acima e varreu o interior do Pináculo Carmesim, aniquilando a escuridão tranquila.

Não era preciso ser um gênio para perceber que o raio estava impregnado com a mesma propriedade destruidora de almas dos raios mortais de luz solar lá fora… apenas este parecia muito mais poderoso.

Ele também era diferente. Embora seus movimentos fossem erráticos e estranhos, eles eram inconfundivelmente direcionados para a massa exausta de invasores humanos e cheios de intenção.

“Escondam-se nas sombras!”

Rapidamente, os Adormecidos se jogaram atrás dos crescimentos de coral e se pressionaram contra eles. Alguns infelizes demoraram demais e foram expostos à luz. Eles não gritaram nem lutaram, apenas caíram no chão, suas vidas se extinguindo em um instante.

O restante congelou, consumido pelo medo tenso.

Sunny se viu apoiado em uma coluna de coral ligeiramente inclinada, com Nephis e Cassie ao seu lado. Olhando cuidadosamente, ele viu o raio mortal de luz enfraquecer e dissipar. Um momento depois, porém, vários outros caíram de cima, rasgando a escuridão.

Mas isso não era tudo.

Guiados pela luz, a massa de gólems de coral de repente avançou, movendo-se em direção ao local onde o Exército dos Sonhadores estava escondido. Seus movimentos, antes sem rumo e sem mente, agora estavam cheios de vontade malévola.

“…Merda.”

Virando-se para Nephis, ele convocou o Fragmento da Meia-Noite e perguntou:

“E agora?”

Ela hesitou por um momento e então disse com calma:

“Alguém terá que atacar o Terror Carmesim diretamente para desviar sua atenção.”

Sunny sorriu, sentindo uma forte sensação de déjà vu.

“E quem seria?”

Estrela da Mudança suspirou e deu um passo para trás, convocando sua espada prateada.

“…Eu. Tem que ser eu.”

Ele franziu a testa, sentindo-se muito relutante em dizer suas próximas palavras. Mas no final, ele não pôde deixar de dizê-las:

“Você está louca? Estamos falando de um Terror Caído!”

Nephis não respondeu, em vez disso olhando para cima, como se estivesse tentando discernir a origem dos raios cegantes de luz aniquiladora.

Sunny rangeu os dentes e disse:

“Tudo bem, o que quer que seja. Digamos que alguém realmente precise distrair essa coisa. Mas por que tem que ser só você? Porque é a grande filha do clã da Chama Imortal? Não me diga que você começou a acreditar na sua própria besteira!”

Neph o olhou estranhamente e depois balançou a cabeça.

“Não. Só pode ser eu por causa da minha espada.”

Sunny olhou para a longa espada de prata, confuso. Há uma vida atrás, depois de seu primeiro encontro na Costa Esquecida, Nephis e Cassie haviam falado para ele sobre suas Memórias. A espada, em particular, tinha um aprimoramento extremamente raro…

“Eu sou a única humana na Costa Esquecida que possui uma Memória que lhes concede uma medida de proteção contra ataques à alma. Então sou a única que pode se aproximar do Terror e sobreviver.”

Era difícil debater contra a lógica. Ainda assim, Sunny não havia terminado de expressar suas objeções… mas Estrela da Mudança não lhe deu a chance.

Virando-se para Cassie, ela pegou a garota cega pela mão e disse:

“Cas. Me dê sua capa de asas.”

Alguns segundos depois, o tecido transparente de Asa Sombria apareceu em seu ombro. Sem perder tempo, ela então olhou para Sunny.

“Quando eu partir, guie as pessoas até o Portal. Certifique-se de que todos escapem.”

Com isso, Nephis dobrou os joelhos e, em seguida, pulou com toda a sua força. Apoiada pela capa encantada, ela subiu com considerável velocidade, então se empurrou do pilar de coral e voou para a escuridão.

O raio de luz passou em sua direção, mas Estrela da Mudança conseguiu de alguma forma desviar, bateu em outro crescimento de coral e lançou-se dele um momento antes de outro raio aniquilador de luz alcançá-la.

Com a maioria dos raios agora perseguindo Nephis enquanto ela pulava de um pilar de coral para outro, subindo cada vez mais alto, o Exército dos Sonhadores podia novamente se mover.

Rangendo os dentes, Sunny olhou para as cem pessoas assustadas e gritou:

“Sigam-me!”

Ascensão

Atenção: A tradução carece de revisão, tenha isso em mente ao ler este conteúdo.

Sunny nunca esperou se tornar líder de alguém, muito menos de cem pessoas desesperadas. Mas agora, essa era exatamente a situação em que se encontrava.

Para piorar a situação, ele era realmente a melhor pessoa para o trabalho.

Não por causa de quaisquer qualidades de liderança, mas simplesmente pelo fato de que ele podia ver no escuro. Agora que os raios de luz destruidores de almas eram afastados por Nephis, ele também podia liberar sua sombra e enviá-la para frente para explorar e procurar a Entrada.

Então, se alguém pudesse guiar os restos do Exército Sonhador até lá, seria ele.

“Como diabos…”

Escondendo sua inquietação profundamente, Sunny projetou nada além de confiança absoluta e gritou para todos seguirem ele. Surpreendentemente, os Adormecidos fizeram exatamente isso sem expressar objeções.

“A confiança é facilmente confundida com competência, eu acho.”

É claro que o fato de ele estar afiliado à Estrela da Mudança de alguma forma ajudava muito, mesmo que a maioria das pessoas não estivesse completamente certa de como e em que medida.

Segurando a mão de Cassie, Sunny pulou para fora de sua cobertura e correu em direção a uma raiz de coral espiral ampla que se estendia alto na escuridão acima. Ele podia ouvir o som de passos o seguindo por trás.

O Exército do Sonhador estava em movimento novamente.

Saltando na raiz, Sunny enviou a sombra à frente e olhou para o mar de golems de coral se aproximando. Ainda havia tempo.

Ele correu para a frente, usando o crescimento de coral como escadas. Um segundo depois, ele gritou:

“Aqueles que estão atrás! Preparem suas armas!”

Eles o fizeram enquanto as primeiras fileiras de Adormecidos seguiam Sunny para cima. Quase todos tiveram tempo de subir na raiz quando o primeiro dos golems apareceu.

A figura de coral cambaleou da escuridão, apenas para ser recebida por um golpe de espada. Ele desmoronou instantaneamente, oferecendo quase nenhuma resistência.

Mas um momento depois, vários outros apareceram, e depois mais, e mais.

Os Adormecidos destruíram a primeira onda para ganhar alguns momentos e depois pularam na raiz, depois correram para longe, logo alcançando o resto dos sobreviventes.

À frente deles, Sunny hesitou por um momento. Graças à sombra, ele sabia que o amplo crescimento de coral que estavam subindo logo iria se torcer em um ângulo quase vertical e se estreitar muito.

Felizmente, havia outro atravessando-o a apenas alguns metros à frente, separado por uma pequena lacuna.

Pegando Cassie no colo, ele deu um passo à frente e pulou, pousando na outra raiz, depois se virou e seguiu na direção oposta àquela em que estavam indo… mas ainda subindo.

Atrás dele, os Adormecidos repetiram seu salto. E lá embaixo, a onda de gólems já estava escalando as raízes tortuosas para persegui-los.

“Maldição. Acho que eles conseguem escalar!”

Ele correu adiante, lutando contra a inclinação íngreme, então de repente congelou e olhou para cima. Lá, a algumas dezenas de metros de distância, uma ampla galeria circundava a extensão vazia do Pináculo Carmesim.

E sobre ela, outra massa de gólems avançava na direção do Exército dos Sonhadores. Inúmeras figuras distorcidas surgiam da confusão caótica de coral carmesim e avançavam, buscando um caminho para alcançá-los. Muitos caíam da beirada da galeria e despencavam, explodindo em fragmentos ao atingirem o chão.

Mas alguns caíam diretamente na raiz em que ele estava.

Sunny cerrava os dentes, olhava para trás e notava uma figura alta e familiar perto dele. Effie o encarava cansada e forçava um sorriso:

“O que foi agora?”

Ele colocou Cassie no chão e a empurrou gentilmente na direção da caçadora.

“Cuide dela para mim, tudo bem?”

Effie acenou com a mão, mostrando que tinha entendido.

Sunny observou as duas por um momento, então se virou e convocou o Fragmento da Meia-Noite.

Alguns segundos depois, ele alcançou o primeiro gólem e o golpeou com sua espada. O corpo do gólem ofereceu certa resistência, mas não mais do que uma criatura comum. Ele quase se desintegrou sob seu ataque, desmoronando facilmente em um monte de coral quebrado.

“Não tão ruim…”

Curiosamente, o Feitiço não o parabenizou pela morte. Como Sunny suspeitava, essas coisas não eram realmente criaturas vivas.

Isso tornaria as coisas um pouco mais fáceis.

Correndo além do construto destruído, Sunny logo se aproximou de outro e o empurrou para fora da raiz com um golpe do cabo da Lâmina da Meia-Noite. Os golems não eram tão perigosos…

Pelo menos não em pequenos números.

Ele liderou o Exército dos Sonhadores para frente, subindo cada vez mais alto. A cada dois minutos, eles teriam que deixar uma raiz e usar outra, às vezes se movendo por galerias de pedra que estavam situadas aqui e ali nas paredes do Pináculo Carmesim.

Em algum ponto, tanto a vanguarda da procissão humana quanto sua retaguarda se envolveram em um combate corpo a corpo com o mar de golems de coral. Aqueles no meio só precisavam manter os olhos nas camadas de estruturas de coral e pedra acima deles para garantir que nada caísse sobre eles.

Essa batalha não era tão terrível, no entanto. Os construtos eram mais lentos e mais fracos do que até mesmo os humanos mundanos cuja imagem eles deveriam recriar, sem mencionar que eram quase completamente sem mente. Nenhum humano havia caído para seus ataques ainda.

… Isso não quer dizer que sobreviver ao ataque de incontáveis golems fosse fácil.

Enquanto isso, em algum lugar acima, os flashes de luz branca se transformaram lentamente em um halo contínuo e radiante. Nephis provavelmente já estava se aproximando do pico da antiga torre. O fato de que nenhum dos raios aniquiladores havia retornado para atacar os Adormecidos serviu como prova de que ela ainda estava viva, desviando a atenção do Terror deles.

“Onde está você… onde está você…”

Na frente do Exército dos Sonhadores, Sunny cortou outro golem e reprimiu uma maldição.

Onde diabos estava o Portal?!

… E assim que ele pensou nisso, a sombra finalmente encontrou o que procurava todo esse tempo.

O caminho de volta para o mundo real.