Arco 4: Batalha de defesa da Masmorra
Capítulo 9
Os jogos de Tower Defense são divertidos
Tradução: Tinky Winky
“Siga-me! A energia mágica é mais fina aqui!”
Demorou um pouco, mas os humanos finalmente perceberam que uma estranha magia estava no ar. Um de seus membros, um homem que parecia ser um mago, identificou como a fonte da loucura que afligia os membros do exército e começou a afastar seus aliados. Para um humano, sua capacidade de sentir energia mágica era excelente.
“S-senhor, v-você…”
O soldado de infantaria bem na frente dele, no entanto, não o fez. Ele estava claramente em pânico, mas ainda conseguiu balbuciar algumas palavras e chamar a atenção do mago.
“O que?”
O mago moveu seu corpo ligeiramente para olhar o homem que se dirigiu a ele, apenas para encontrá-lo congelado em choque com o dedo apontado diretamente para o centro de massa do mago. Como o outro homem parecia incapaz de falar, o mago decidiu seguir sua linha de visão; ele olhou diretamente para seu próprio corpo.
“H-Huh?”
A visão com a qual ele foi recebido era desconhecida.
Seu intestino se foi. Tudo entre seu estômago e seu plexo solar foi substituído por um grande buraco circular. O momento em que o homem notou seus órgãos ausentes foi o momento em que a luz desapareceu de seus olhos. Ele morreu no local, incapaz de sequer sentir dor.
Somente depois que ele desmaiou, seus aliados finalmente perceberam que seu assassino estava bem atrás dele o tempo todo.
Balançava para a esquerda e para a direita de uma forma quase não natural enquanto procurava por mais presas.
“Isso é… um Ramo de hera?”
Um dos homens estreitou os olhos em confusão enquanto olhava para a estranha planta em movimento. Seus galhos, tingidos de vermelho com sangue, ainda tinham as entranhas do mago penduradas neles. Depois de mais um momento de oscilação, o Ramo de hera atacou mais uma vez, apontando um galho para o crânio de um soldado próximo que estava preso olhando com espanto mudo.
Um som úmido e abafado ressoou pela floresta quando o chicote sangrento de um galho rasgou seu crânio e espirrou suas entranhas por toda a vegetação rasteira.
Só então os outros soldados finalmente reagiram. Eles prontamente se viraram e foram direto para o acampamento.
“M-Merda! Este lugar não é bom, há monstros aqui! Temos que encontrar outro caminho!”
“Porra! Porra! Não deveríamos ter algo que os mantenha longe!? Por que não está funcionando!?”
“P-Para que lado devemos ir!? Como diabos devemos sair daqui!?”
“Parem de entrar em pânico! Se recomponham, seus idiotas!”
Sem o líder, os soldados viram-se reduzidos a uma mera multidão desordenada.
Alguns tentaram assumir a liderança e reunir seus aliados. Outros empurraram seus companheiros de lado na tentativa de fugir e se salvar. Um terceiro grupo entrou em pânico, enlouqueceu e começou a gritar sem sentido enquanto atacava tudo e qualquer coisa que estivesse ao seu alcance.
“P-por que diabos há um pântano aqui!? Merda!”
Um homem gritou quando acidentalmente caiu direto em um pântano sem fundo que aparentemente apareceu do nada. Incapaz de escapar, ele afundou lentamente sob a superfície e se afogou em suas águas lamacentas.
“A-alguém ajuda! Oh Deus, oh Deus, dói! Eu não quero morrer!”
Outro homem se viu na boca de uma grande planta carnívora. Seus fluidos estomacais estavam lenta mas seguramente digerindo seu corpo, ossos e tudo.
“Ngraaaaahhhhhhh!”
Um terceiro soldado estava sendo ‘assaltado’ por uma grande nuvem de veneno. Rapidamente corroeu sua carne como um ácido forte.
Um por um, os soldados tiveram mortes horríveis e miseráveis.
Não havia para onde correr. Dor, sofrimento e morte os esperavam em cada canto. A cena pintada diante de seus olhos era uma verdadeira paisagem infernal.
“Merda! Merda, merda, merda, merda! Não se aproxime! Fique longe!”
O comandante, que deveria ser responsável por manter a ordem e tomar decisões, estava ofegante e gritando em delírio. Ele não estava em condições de assumir o comando. E sem suas instruções, o exército simplesmente não teve escolha a não ser desmoronar lentamente.
Com o passar do tempo, o número de espasmos de morte e gritos cheios de desespero começaram a diminuir, lentamente retornando as profundezas da floresta ao seu estado silencioso habitual.
E não porque os soldados haviam escapado.
Mas sim, porque eles foram silenciados à força.
“Foi melhor do que o esperado.”
Eu coloquei um sorriso forçado enquanto observava a cena se desenrolar na tela da masmorra. Eliminar meus inimigos tinha sido fácil. Eles caíram direto em minhas armadilhas e acabaram sozinhos, um após o outro. Quase parecia que eu estava jogando Tower Defense. A única diferença era que meus inimigos não tinham um destino fixo em mente. Em vez disso, eles simplesmente vagaram até morrer.
Desde que o abate ocorreu em uma floresta, a maioria das minhas armadilhas foram baseadas em plantas e outras coisas que poderiam ser encontradas na natureza. Eu evitei as típicas armas de arco e armadilhas de espiga porque eram muito fáceis de descobrir em um ambiente florestal.
O melhor lugar para armadilhas como aquelas eram as cavernas. Mas dito isso, não coloquei nada potencialmente prejudicial na caverna que levava à sala do trono. Embora eu estivesse bastante certo de que não funcionariam mal, eu não queria arriscar machucar Illuna e as empregadas.
Eu também não queria que minha porta da frente estivesse coberta de sangue. As cenas que tinham acabado de se desenrolar na tela da minha masmorra eram tão explícitas que eu meio que esperava que um aviso de discrição do espectador aparecesse periodicamente e me lembrasse que eu estava assistindo algo que as crianças nunca deveriam ver. Fiquei grato que a invasão aconteceu enquanto Illuna estava dormindo. Eu definitivamente não queria deixá-la ver a projeção indutora de náuseas diante de mim.
Pessoalmente, eu não era fã de gore. Eu não gostava de assistir, e também não estava muito interessado na ideia de imaginá-lo. Mas porque eu tinha acabado de assistir a um massacre se desenrolar, a visão de pessoas sendo digeridas por plantas estava completamente incorporada em minha consciência. Eu não podia desver. As imagens eram tão impressionantes e vívidas que quase não quis usar as armadilhas que acabei de testar, embora tivesse tido o trabalho de verificar sua praticidade.
“Isso foi o suficiente para reduzi-los a meros cadáveres? Quão fracos. Eu esperava mais”, disse Lefi, indiferente. Ao contrário de mim, ela não parecia se importar nem um pouco com o sangue. Sendo o Dragão Supremo, ela provavelmente estava totalmente acostumada a isso. De qualquer forma, eu tinha que admitir, eu respeitava sua força mental.
“Bem, o líder era mais ou menos incompetente. E como tenho certeza que você viu, o exército não tinha coesão. Seu equipamento era semelhante, mas não idêntico. Tenho certeza que eles eram apenas um bando de unidades unidas ou algo assim.”
Minha estratégia não tinha sido nada de especial. Era apenas mais uma aplicação do método testado em batalha conhecido como “dividir e conquistar”. Tudo o que fiz foi confundir o inimigo e destruir suas tropas enquanto elas eram divididas em grupos menores e menos organizados.
Para ser honesto, eu não tinha pensado que o massacre seria tão bom quanto foi. O erro nos meus cálculos resultou da falta de coesão dos inimigos. A desarmonia deles me permitiu criar mais confusão do que o previsto, o que, por sua vez, me permitiu reduzir suas forças com maior facilidade.
Cara, os efeitos da incompetência com certeza podem ser aterrorizantes, né? Eu não teria sido capaz de acabar com o exército tão facilmente se a pessoa no comando realmente tivesse usado seu cérebro. Mas cara, tirando isso, masmorras com certeza são aterrorizantes.
Embora meus inimigos tivessem sido incompetentes, ainda havia cerca de 400 deles, mesmo depois que o único cara que eu ameacei pegou suas tropas e partiu. E apesar disso, eu eliminei todo o exército com facilidade. A experiência de hoje me permitiu entender o quanto uma masmorra poderia causar estragos. E como um Lorde Demônio, aprender esse pouco de conhecimento aumenta minha confiança. Nada mais poderia ter me feito sentir mais confortável ou empoderado.
Na verdade, eu estava tão satisfeito com as habilidades da masmorra que senti vontade de dar um high five.
“Devo admitir, estou bastante impressionado com a colocação de suas armadilhas. Parece que elas foram montadas exatamente onde elas pertencem”, disse Lefi. Ela finalmente tirou os olhos da tela e os dirigiu de volta para mim.
“Bem, isso seria apenas porque eu sabia que os humanos provavelmente viriam da cidade que atacamos. confirmou que minhas suspeitas estavam corretas.”
“Uma escolha bastante lógica, isso é.” Lefi assentiu. “Esplêndido. Uma nova porta se abriu para mim em termos de tática.”
Eu não tinha muita certeza do que ela estava falando, então apenas balancei a cabeça e deixei que ela continuasse falando.
“Vou tentar implementar a estratégia eu mesma. Agora, Yuki, é hora de fazer o que você prometeu. Vamos continuar de onde paramos e trazer uma conclusão ao nosso choque de inteligência.”
“Espere, você quer fazer isso agora!?”
“É claro que não adiantaria adiar ainda mais.”
“Você sabe que o sol está prestes a nascer em apenas algumas horas, certo?”
“Bem… eu admito que tirei muitas sonecas à tarde ultimamente. Ainda estou bem acordada, e duvido que logo comece a cochilar.”
Maldito “Dragão Supremo…”
E assim, Lefi e eu decidimos jogar mais alguns jogos antes de dormir. Naturalmente, acabei ganhando todos eles com facilidade.
