Surviving the Game as a Barbarian – Capítulos 81 ao 90 - Anime Center BR

Surviving the Game as a Barbarian – Capítulos 81 ao 90

Capítulo 81: Esgotos (2/5)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

— Rotmiller, você consegue sentir quem está lá dentro? — Eu perguntei.

— O cheiro de podridão é muito forte para dizer quem é.

— Entendi. Então eu vou descer primeiro, então sigam depois de mim quando eu der o sinal.

O poço tinha cerca de cinco metros de profundidade e lembrava um tanque de água. Com o escudo nas minhas costas, desci rapidamente pela escada rangente. Quando dei o sinal com a mão, o resto do grupo seguiu o exemplo.

— Isso é um pouco sinistro. — Uma vez que nossa linha de visão foi iluminada pela tocha, um corredor que não conseguíamos ver de cima devido ao ângulo se tornou visível. — Daqui para frente, você assume a liderança — murmurei baixinho para não fazer barulho e coloquei o prisioneiro na frente. Então, segurando a corda, segui pelo corredor.

Cerca de um minuto depois, vi corpos empilhados como sacos de roupas.

“Merda…”

As dezenas de cadáveres estavam na forma de múmias, como Hanita 1, que haviam sido drenados de vida. Não é à toa que o cheiro de podridão era especialmente forte aqui.

— U-Uh… o que é isso…? — Considerando a expressão perplexa no rosto do meu guia, parecia que este local foi redecorado.

— Fique quieto e continue andando. — Como ele tinha parado, dei-lhe um empurrão nas costas e continuei caminhando para frente. No entanto, mantive todos os meus sentidos em alerta máximo para poder responder imediatamente a qualquer coisa que viesse em nosso caminho. Foi por isso que fui capaz de reagir a tempo.

Clink.

Houve um clique mecânico logo antes que uma luz fraca começou a vazar através da pilha de cadáveres, e uma voz imponente ecoou pelo túnel.

— Saveum, Bania. Hartia.

Eu não precisava ouvir mais nada. Isso era um dos tipos de habilidades de armadilha dos sacerdotes de Karui. Por causa de seu efeito sonoro único, geralmente era chamado de ‘Sabaha’ para abreviar.

 


 

【Você entrou no raio de Chamado do Deus Malévolo.】

 


 

Merda, ela sabe que estamos aqui?

— Recuem! — Enquanto eu avisava meus companheiros de equipe, eu puxava a corda com a mão e trazia o homem para perto de mim. A razão era simples. Sabaha não era uma habilidade que podia ser bloqueada com resistência física ou um escudo de lithinum.

— Hein, o quê? — O homem que eu estava segurando na mão em vez de um escudo fez um som estúpido.

Naquele exato momento, centenas de fantasmas parecidos com banshees saíram do outro lado do túnel.

— Agh! Aaaah! — Vendo isso, o prisioneiro gritou e começou a se debater, mas eu não afrouxei meu aperto e me escondi o máximo possível atrás do homem. Fiquei feliz por esse cara ser alto. Caso contrário, não teria sido possível escapar com a quantidade de dano que escapei.

 


 

【Você absorveu 102 fantasmas.】

【A Resistência às Trevas está acima do limite especificado.】

【Os efeitos são reduzidos em 30%.】

【A Resistência às Trevas temporariamente diminuiu seu máximo de HP em 29%.】

 


 

A vida se esvaiu do meu corpo como se houvesse um buraco em algum lugar de onde estava vazando. Minha pele ficou seca como a de uma pessoa que não tinha bebido água por vários dias.

Missha foi a primeira a notar as mudanças em mim. — B-Bjorrrn, você está o-okey? — Ela correu imediatamente em minha direção para me examinar. Eu a impedi de tentar me fazer beber uma poção imediatamente e me endireitei do meu agachamento. Meus músculos doíam por me manter tão tenso.

“Caramba, quase morri ali.”

Chamado do Deus Malévolo era uma habilidade do tipo armadilha que fazia centenas de almas correrem em uma direção designada quando ativada. Sua característica chave era que a quantidade máxima de Pontos de Vida da pessoa afetada diminuía pelo número de vezes que sua alma era atingida. Naturalmente, se seu máximo chegasse a zero, você morria instantaneamente, assim como o cara pendurado em meu aperto aqui.

— Vocês estão bem? — perguntei.

— Estamos bem graças a você bloquear o ataque pela frente. De qualquer forma, aquele homem… ele está morto?

Eu não precisei responder. Seria incrivelmente impressionante se ele de alguma forma tivesse sobrevivido com nada além de ossos e pele restantes.

Assim que coloquei o homem que segurava firmemente em minha mão no chão, ouvi Hikurod murmurar fracamente: — …Isso pode não ser a melhor coisa a dizer agora, mas foi uma boa ideia colocar aquele cara na frente.

Concordo, e não me envergonhava desse fato. Éramos aventureiros impiedosos.

— O que vamos fazer? Se houver outro desses ataques, continuar será muito perigoso.

Depois de um momento de consideração, tomei uma decisão. — Vamos continuar.

Havia vários requisitos materiais para acionar o Chamado do Deus Malévolo, principalmente a força vital humana. Havia muitos cadáveres ao redor, mas ainda não eram centenas, então isso devia ter sido uma ativação única.

“Além disso, se não cuidarmos dela agora, só causará problemas depois.”

Eu não tinha nada para respaldar isso além de um pressentimento.

Justo quando estava prestes a me mover, o anão me entregou algo. — Não é nada importante, mas quando vasculhei os pertences dele, encontrei isso. — Era o cartão de identidade do homem que havia sido transformado em múmia. Não sabia por que o fugitivo estava carregando documentos, mas… — Você pode entregá-lo no escritório administrativo quando for buscar o pagamento adicional depois… Espera, por que seu rosto está assim?

Depois de verificar o documento, fiquei atordoado. Hans Marcom. Ele também era um Hans? Droga. Agora eu estava ficando preocupado.

 


 

Após caminhar cerca de vinte passos, cheguei ao esconderijo que Hans E havia mencionado. Estava melhor mobiliado do que eu esperava. Havia uma cama improvisada, uma mesa com pão e café restantes sobre ela, e até mesmo um castiçal pendurado na parede. Exceto…

— Hahaha, ninguém está aqui.

— Hmm, acho que ela pode ter partido completamente deste lugar ou estar ausente por enquanto.

Nenhuma outra presença podia ser sentida lá dentro. Também não era como se houvesse algum lugar para se esconder.

— Fique vigilante. Ela pode estar se escondendo. — Olhei ao redor e vasculhei a área minuciosamente, verificando debaixo da cama, debaixo da mesa e até mesmo a parede em busca de qualquer esconderijo. Fiz uma investigação detalhada por cerca de cinco minutos, mas não fiz ganhos significativos – pelo menos até Dwalkie usar sua magia.

 


 

【Riol Warb Dwalkie lançou o feitiço suplementar de oitavo nível: Detecção de Mana.】

 


 

Detecção de Mana: um feitiço do tipo investigação que tornava aparente qualquer coisa que contivesse mana adicional. — Achou algo? — perguntei.

— É difícil dizer.

— Por que?

— Há algo levemente mágico no chão aqui… mas é muito fraco. Ao ponto de que eu possa até estar enganado.

Eu chequei o pedaço de chão para o qual Dwalkie estava apontando. Como eu não era um mago, não vi nada estranho. Nem mesmo um leve defeito ou algo assim. — Há alguma maneira de usar um feitiço aqui para aprender mais?

— Não. Só posso supor que essa magia esteja escondendo algo por baixo dela.

— Entendo.

Ao receber uma resposta para minha única pergunta, imediatamente ergui minha maça. Vendo isso, Hikurod perguntou. — O que você está fazendo?

— Descendo o cacete.

— …Descendo o cacete?

Não respondi dessa vez. Bem, se nossos meios mágicos estavam esgotados, era hora de usar meios físicos, como um bárbaro.

Bam!

No momento em que minha maça (que era o dobro do preço e do tamanho da anterior) atingiu o chão, a terra tremeu.

No entanto, isso foi tudo.

— Bjorn, dispositivos mágicos não podem ser abertos dessa forma — repreendeu Dwalkie, que me observava, mas continuei silenciosamente a bater.

Bang! Bang! Bang!

Talvez por ser feita de aço, a maça estava completamente intacta após ser batida no chão. O chão estava um pouco amassado, é claro, mas não houve grandes mudanças lá também.

— Isso já é o suficiente, — disse Hikurod. — Dwalkie já te disse. Esse método…

Removi meu peitoral, sapatos e capacete, e até mesmo coloquei a mochila que eu estava carregando no chão. Todos olharam para mim como se dissessem: — O que ele está fazendo de repente?

 


 

【Você lançou Gigantificação. Seu Nível de Ameaça e Atributos Físicos aumentam proporcionalmente ao seu aumento de tamanho.】

 


 

À medida que meu corpo dobrava de tamanho, minha força aumentava em conformidade. O anão continuava a dar conselhos inúteis. — Mesmo que você faça isso, sem magia, é…

Impossível? Como um especialista neste jogo e um bárbaro atualmente ativo, ainda achava difícil aceitar isso. Se eu não pudesse quebrar algo com força, era simplesmente porque eu não tinha o poder para fazê-lo.

Banggg!

Oh, exceto para fantasmas, é claro.

— Uau, então é possível — Missha se espantou.

— Dwalkie, o que aconteceu? Você não disse claramente que não é possível?

— Uh, isso é… Eu também não tenho certeza. Como ele fez isso…?

Ignorando os comentários de todos, eu chequei o chão. Agora que eu o tinha batido algumas vezes, a luz estava vazando pelas rachaduras na superfície. Na terceira batida, fiquei surpreso ao encontrar uma escada embaixo do buraco destruído. — Escadas escondidas, nestes esgotos?

A escadaria era tão longa que mesmo se você segurasse a tocha dentro dela, não seria capaz de ver o fim. Parecia um caminho para o submundo.

— Nós não vamos descer lá, certo…? — Missha me olhou com relutância. Para ser honesto, eu também não gostei. Este bunker 2 estava sendo usado como esconderijo, então imaginei que esta cavidade seria grande o suficiente apenas para esconder um corpo.

“Mas o que é isso?”

Apesar de sentir que tinha me metido em algo problemático, também fiquei um pouco curioso. Isso porque os esgotos em si eram uma zona proibida no jogo. Claro, eu não tinha intenção de arriscar minha vida por curiosidade.

— Bjorn, consigo sentir vagamente o cheiro da mulher vindo lá de baixo — anunciou Brown.

— O quê?

— Está claro que ela passou por este lugar. E não faz muito tempo.

Merda, o que devo fazer? Devo apenas voltar daqui e deixar as autoridades resolverem por conta própria? Minhas preocupações se intensificaram. Portanto, pedi também a opinião de Brown. — Rotmiller, o que você acha? Seria melhor recuar daqui?

— …Apenas uma rápida olhada ao redor deve ser ok. Não consigo captar o cheiro de ninguém além daquela mulher lá embaixo. — Essa foi uma resposta um pouco surpreendente. Será que estava um pouco óbvio demais? Brown riu e acrescentou: — Por alguma razão, tenho a sensação de que não será muito perigoso.

Bem, o atributo de Sexto Sentido estava o apoiando. Então, mesmo sem evidências claras, eu dei ouvidos às suas palavras.

“Quero dizer, a taxa de acerto é maior do que eu pensava.”

Na verdade, Brown sentiu muito precisamente quando Hans E estava escondido. Ele também não estava relutante em vir para este esconderijo? Se ele tivesse sentido o perigo da armadilha antecipadamente, fazia sentido que ele fosse o único a se opor à nossa decisão de vir apesar de uma votação majoritária.

“Sexto Sentido, huh? Esse pode ser um atributo melhor do que eu pensava.”

Logo tomei uma decisão. — Rotmiller, você assume a liderança a partir de agora. Se sentir que algo está errado, voltaremos imediatamente. — Os sentidos de Brown eram bastante confiáveis.

 


 

— Vice-capitão, a porta foi destruída.

O homem franziu o cenho ao relato de seu subordinado. Milhares de anos atrás, antes de Rafdonia, um abrigo subterrâneo havia sido criado. Ele tinha sido o castelo de um simples lorde e foi construído até o que é hoje … a cidade de Noark. A maioria das entradas para este lugar era guardada por membros que estavam de vigia o tempo todo.

— A porta foi destruída? Poderia ser um ataque da família real?

— A probabilidade disso foi determinada como baixa.

— …Me dê detalhes.

A pedido do vice-capitão, o subordinado explicou apressadamente. — Após inspeção, era um portão que havia sido esquecido após o incidente de Karui. Eu revisei o último relatório de reconhecimento, que indicava que estava sendo usado como esconderijo para um único errante. 3

— Hmm. — O homem coçou o queixo. Era um hábito antigo dele que surgia sempre que estava preocupado. — Não há razão para a família real nos incomodar agora, mas… Ainda assim, obviamente é um intruso, então precisaremos verificar isso.

— Sim, senhor. Qual unidade você gostaria de contatar?

— Há alguma razão para enviar tropas? — o vice-capitão perguntou para a mulher ao lado dele. Ela estava conversando com ele até seu subordinado entrar para lhe dar esse relatório, falando sobre um bárbaro que ela deixou ir há algum tempo e que aparentemente se tornou um famoso aventureiro na cidade. Infelizmente, a conversa interessante tinha sido interrompida no meio. — Amelia, se você for, poderá lidar silenciosamente com quem quer que seja, você mesma. Você irá verificar para nós?

O resto da história poderia ser concluído depois.

  1. Cap.55; abreviação de Hans e Irita[↩]
  2. abrigo subterrâneo[↩]
  3. ‘vagrant’; que não tem residência fixa, que vive como nômade; vagabundo[↩]

Capítulo 82: Esgotos (3/5)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Desci as escadas. Mesmo com a tocha e após ativar um feitiço de esfera de luz, não conseguíamos ver um fim para a escuridão. Era como caminhar por um abismo.

— Vamos acelerar um pouco mais. — Seguindo o conselho de Brown, aumentamos a velocidade com que estávamos descendo as escadas. Quanto tempo tinha se passado?

— Ha…

— Em pensar que havia um lugar tão grande sob os esgotos.

— Hahaha! Seres humanos sozinhos não seriam capazes de construir algo assim. Não sei por que foi feito, mas deve ter sido feito pelos meus antepassados — riu Hikurod.

Finalmente, quando pisamos no último degrau, uma cavidade aberta apareceu diante de nós. O teto sozinho tinha mais de seis metros de altura, então parecia incrivelmente expansivo para um porão.

— Daqui, só há um caminho visível. — Brown escaneou nossos arredores e então apontou para um lugar específico. Havia uma passagem atrás de uma estátua de pedra que havia sido desgastada pelo tempo. — O cheiro daquela mulher também continua nessa direção. Se minhas previsões estiverem corretas, provavelmente a encontraremos em breve.

Boa. — Eu assumirei a liderança a partir de agora. — Como era uma passagem reta, decidi ajustar nossa formação. Eu fiquei na frente, e Brown me seguiu para ajudar na navegação. Enviei Hikurod para a retaguarda para se preparar para surpresas repentinas.

— Dwalkie, fique perto de mim — chamou Missha.

— S-Sim.

O papel de Missha era proteger o mago e apoiar ativamente tanto a retaguarda quanto a vanguarda a partir do centro.

— Então vamos lá.

Conforme caminhávamos pelo túnel, logo chegamos a uma bifurcação. Eu não conhecia o caminho, mas isso não era um problema; tínhamos Bloodhound 1 Brown conosco em nossa jornada. — Ela deve ter ido por ali. — Pegamos o caminho à esquerda, que tinha o cheiro dela. Mas o que era isso agora? — …Há outra bifurcação. — Desta vez, tínhamos incríveis cinco opções. — Rotmiller?

— Ah, está um pouco confuso. Ela deve ter se perdido, porque cada rota tem o cheiro dela.

— Isso significa que não podemos mais seguir o rastro dela?

— Não é isso. Vá por ali. Tem o cheiro mais forte, então deve ser o caminho que ela seguiu mais recentemente.

— Entendi. — Rastreamento em caçadas não era minha especialidade, então segui voluntariamente o conselho do especialista.

“Que lugar é esse?”

Logo, uma nova bifurcação apareceu. Lentamente, comecei a ter uma ideia de como era esse lugar. Eu não sabia para que diabos tinha sido projetado, mas era um labirinto.

— Hikurod, você é um anão. Você sabe para que diabos serve esse lugarrr?

— Hahaha! Supor que todos os anões são versados em arquitetura é racista de sua parte. Então… Dwalkie, o que você acha? Afinal, você é um mago.

— Você acha que todos os magos são seres iluminados e sábios? Quanto ao motivo pelo qual as pessoas do passado deliberadamente criaram um espaço como este subterrâneo, não faço ideia.

A confusão se espalhou entre a equipe. Antes que pudesse ficar mais irritante, eu os cortei. — Chega de conversa fiada. Seja para o que for que este lugar foi feito, tudo o que temos que fazer é pegar aquela vadia e voltar.

— Isso é verrrdade, mas…

— Se vocês realmente estão curiosos, podem perguntar ao escritório administrativo. Isso lhes dará informações mais precisas do que qualquer coisa que possamos supor.

Os três calaram a boca com minhas palavras. Por que eu, o bárbaro, tinha que ser o policial? O único em quem eu podia confiar era Brown. Ele era o único que sempre silenciosamente fazia seu trabalho.

— Bjorn, pare — ele disse.

— O que houve?

— O cheiro acaba de ficar mais forte. Não é uma trilha de cheiro, mas… — Brown de repente se calou e cheirou o ar novamente. O olhar em seus olhos mudou. — Tenho certeza disso. Está vindo daquele lado. — Brown apontou para a segunda bifurcação à esquerda.

Em pensar que ela viria nos cumprimentar pessoalmente. Foi um pouco repentino, mas passei pelos pontos importantes primeiro. — Tempo?

— Não tenho certeza, porque não consigo dizer o quão rápido ela está se movendo.

— Mesmo que apenas uma estimativa.

— …Diria que cerca de dois minutos.

— Ela já nos notou?

— Acho que não. Isso é apenas um palpite, mas… Acho que ela pode estar perdida por qualquer motivo.

Hmm, isso definitivamente era uma suposição plausível. Fiz um plano em nome de Hikurod, que parecia apenas ser capaz de arregalar os olhos durante toda essa conversa. — Todos, preparem-se para lutar. Nos esconderemos e então atacaremos quando ela chegar.

Primeiro, nos escondemos na encruzilhada próxima. Brown começou a carregar sua besta e Dwalkie se preparou para lançar um feitiço de ataque surpresa. Assim que terminamos, ouvimos passos à distância.

Thump, thump.

O som estava se aproximando, mas em algum momento, parou.

Tuff.

“O que aconteceu?”

Assim que eu estava dando tapinhas no ombro de Brown e fazendo-lhe essa pergunta com os olhos, o som de passos urgentes ecoou pelo túnel.

— Bjorrrn! — Missha sussurrou com urgência em seu tom e eu fechei os olhos.

Eu estava desorientado porque o eco era tão alto, mas quando foquei minha audição, pude perceber. Ela não estava correndo em nossa direção. — Ela está fugindo.

— Parece que ela nos percebeu — disse Brown urgentemente.

Eu concordei também. Qual outra razão ela teria para fazer um retorno tão repentino e sair correndo depois de caminhar normalmente até agora?

— O que você vai fazer? — Brown perguntou.

— Você está com um pressentimento ruim?

— Não tenho certeza.

Nesse caso… — O que você está esperando? Assuma a liderança. — Na Floresta das Bruxas, nós éramos os perseguidos, mas a situação agora era outra. — Precisamos pegá-la e matá-la antes que ela se afaste ainda mais.

 


 

Karui… um ser chamado de deus maligno, ou até mesmo um deus sombrio. Ele era tão racional quanto imprevisível. A fé cega nele sempre vinha com uma recompensa.

— Eu ofereço este sangue, carne e alma… por favor, me mostre o caminho!

Foi tudo graças à natureza divina do deus que Elisa foi capaz de sobreviver na Floresta das Bruxas. Depois de oferecer os três aventureiros que encontrou por acaso na Cabana da Bruxa como sacrifícios, ela recebeu o conselho de que queimar os corpos aumentaria seu tempo de descanso e aprendeu uma nova habilidade chamada Mortificação. Quando ela a usou, ela não podia ser atacada por nenhum monstro, e até concedia imunidade aos efeitos do campo na Floresta das Bruxas.

— Oh! Aquela mulher é…!

— O que vocês estão fazendo? Corram, corram!

Foi por isso que, quando ela encontrou o grupo de Hikurod na floresta novamente, ela foi capaz de persegui-los implacavelmente. Sem os efeitos do campo, a Floresta das Bruxas era apenas uma floresta. Infelizmente, a perseguição terminou em fracasso. Quando seus alvos avançaram para o quarto andar, ela os seguiu rapidamente, mas a cor do portal mudou um momento depois e ela acabou sendo enviada para um local diferente.

Por dez dias, ela lidou com os monstros na frente do portal usando a Mortificação. Então ela retornou à cidade.

— Sacerdotisa Behenk, para onde você está indo com toda essa bagagem?

Ela imediatamente pegou tudo o que precisava e saiu correndo. Ela tinha visto o destino dos apóstolos muitas vezes antes. Agora a cidade era um lugar mais perigoso para ela do que o labirinto. Mas mesmo quando o céu desabava, sempre havia maneiras de sobreviver.

É claro, também havia conselhos de um deus malicioso e caprichoso e um esgoto cheio de imundície e fugitivos vis. E a cidade que ficava abaixo dele a aceitaria.

— Que diabos! Este é o meu lugar! Suma daqui!

Com a orientação do deus maligno, encontrar a porta escondida no esgoto não foi difícil. O errante que havia se estabelecido lá primeiro também não foi um grande problema.

— Ofereça um sacrifício.

O deus malicioso e caprichoso nem mesmo lhe disse como abrir a porta. Portanto, ela vagou pelos esgotos, coletando e oferecendo dezenas de sacrifícios. Em troca, aprendeu como abrir a porta e desceu as escadas.

“Que diabos é isso?”

No entanto, os caminhos eram muito complexos. Ela vagou por horas no escuro. O deus malicioso e mal-humorado não tinha intenção de lhe mostrar o caminho até que outro sacrifício fosse feito.

Ao mesmo tempo, o feitiço Chamado do Deus Malévolo que ela havia lançado como precaução usando a força vital restante dos sacrifícios foi ativado. Ela começou a sentir uma estranha sensação de desconforto. Poderia ser um rastreador enviado pelo templo. Ela vagou pelo labirinto, examinando seus arredores, agora mais cuidadosa.

— Kehehehe!

De repente, o deus maligno começou a rir. Com um mau pressentimento, ela parou de andar. Em situações como essa, perigo e dificuldades geralmente estavam à frente.

“Seria um perseguidor?”

Ela pausou por um momento, concentrando sua audição. Ela podia ouvir uma respiração fraca no silêncio vindo do outro lado do caminho que estava seguindo. Assim que detectou isso, correu na direção oposta. O que provavelmente não era uma má ideia, pois logo depois, ouviu o som de alguém a perseguindo.

— O que você está esperando? Assuma a liderança. Precisamos pegá-la e matá-la antes que ela se afaste ainda mais. — Palavras curtas, cortadas, uma voz de alguma forma familiar…

— Bjorrrn! Tenha cuidado! Aquela vadia nojenta pode ter preparado uma armadilha!

Ela logo percebeu quem eram essas pessoas: Bjorn Yandel, aquele bárbaro insensato que a atacou com uma maça mesmo depois de ela revelar que era uma sacerdotisa, e seus membros de grupo.

“Não é um rastreador do templo?”

Ao descobrir suas identidades, ela diminuiu inconscientemente a velocidade. Ela não sabia como eles descobriram que ela estava aqui e a seguiram até aqui.

“Mas isso é uma coisa boa.”

Logo, ela parou de andar. Da última vez, ela havia sido derrotada e foi forçada a fugir, mas isso foi depois de já ter gasto muita energia se ressuscitando.

 


 

【Elisa Behenk invocou o Portal do Espelho do Demoníaco】

 


 

Se ambos os lados estivessem em perfeitas condições, não havia como ela perder.

 


 

Assim que a distância entre nós começou a se estreitar, o som de passos correndo pela escuridão parou.

Huf, Huf!

Um som estranho ecoou pelo corredor e rapidamente se aproximou.

— Kyaaah!

— Kekekekekeke!

De repente, seja lá o que estava fazendo o som entrou no alcance da tocha, e dezenas de monstros de quatro patas apareceram.

“É o Portal dos Mortos.”

Honestamente, fiquei impressionado. Isso definitivamente era diferente de quando ela não conseguia usar seus poderes depois de ressuscitar.

 


 

【Elisa Behenk invocou um Guarda Sombrio】

 


 

Você quase poderia descrever como uma diferença quantitativa. Além do Portal dos Mortos, que cuspiu monstros por alguns minutos, ela invocou Guardiões Sombrios aleatoriamente, e o ímpeto era verdadeiramente como um tsunami. Mas…

— O que vocês estão fazendo? Vão destruí-la. — Não havia motivo para ter medo. Isso não mudava nada.

Elisa riu. — Hahaha! Bárbaro! Foi uma pena deixar você para trás, mas pensar que você viria rastejando até mim voluntariamente! Não vou deixar você escapar desta vez!

“Escapar, meu rabo. Eu sou quem deveria estar dizendo isso.”

— Desta vez, vou esmagar sua cabeça!

A batalha começou prontamente após um intercâmbio de objetivos. Isso era diferente de nossa última luta, que teve que ser travada ao longo de algumas horas.

Chhim!

Seus guardiões sombrios tinham uma resistência física bastante alta. Mas cada vez que Missha balançava suas espadas duplas como uma maníaca, eles eram cortados impotentes. — …Sempre foi tão fácil assim?

Isso se devia ao bônus de um atributo de gelo que ela tinha agora. Além disso, as maldições que a assolavam de volta à floresta não se aplicavam mais.

 


 

【Elisa Behenk lançou Decomposição de Baixo Nível】

【Elisa Behenk lançou Redução de Força】

【Riol Warb Dwalkie lançou o feitiço de suporte de sétimo nível Esplendor. Todos os efeitos de atributo maligno concedidos aos membros do grupo são removidos】

 


 

Graças a ter acertado o jackpot 2 da última vez e seguido minhas ordens para aprender um feitiço de remoção de maldição, Dwalkie voltou com o feitiço de purificação de amplo alcance Esplendor. — Haha, o que vocês acham?

— Está ótimo. — Lancei um elogio para o agora metido a besta Dwalkie. Por algum motivo, parecia que ele tinha levado para o lado pessoal o que eu disse outro dia.

De qualquer forma, gradualmente me juntei à batalha. Seria suficiente para uma pessoa apenas construir uma parede de escudos e proteger as linhas de frente, mas isso não era eficiente.

— Behelahhh! — Com um grito para meu deus ancestral, eu realmente senti a energia fluindo através de mim.

 


 

【Você lançou Explosão Selvagem. Seu nível de ameaça aumentou três vezes, e seus Atributos Físicos aumentam proporcionalmente a esse valor.】

 


 

O corredor era estreito e era impossível seguir a Explosão Selvagem com a Gigantificação, mas esse efeito era suficiente.

— Grrr. — As bestas invocadas sentiram uma ameaça e começaram a correr imprudentemente em minha direção.

“Isso é como jogar algum tipo de hack-and-slash.” 3

Como se estivesse desabafando minha frustração passada, eu balancei a maça ampliada como um louco.

Smack! Smack! Punch!

Guardas explodiram a cada balanço apesar de sua resistência física. Um estranho senso de prazer surgiu em mim enquanto de repente me lembrei dos bons tempos de luta contra apenas alguns goblins. Sim, esse sentimento era a razão pela qual eu jogava RPGs.

Swish!

— Aaagh!

Enquanto o aggro estava focado em mim e os guardas estavam dispersos, Brown disparou uma seta de besta e Hikurod fez uma abertura temporária usando sua combinação Liberação de Relâmpagos. Eu avancei pela brecha.

— Bjorn, é perigoso ir sozinho…

— Behelaaah!

Apesar das bestas convocadas bloquearem o corredor, rapidamente estreitei a distância. Finalmente, pude ver o rosto da vadia Elisa adequadamente.

— Isso não é possível… — Ela parecia estar testemunhando algo inacreditável acontecendo. Por que, nunca imaginou uma derrota tão unilateral?

— Dwalkie, agora! — gritei.

— Agora? — Dwalkie perguntou confuso.

Sabe, eu era um bárbaro que não repetia os erros do passado. — Anda logo!

— T-Tudo bem!

Enquanto Missha e Hikurod vieram ao meu lado para me ajudar, continuei avançando, trinta metros, quinze, dez… a distância rapidamente encurtava. Saltei para frente na direção de Elisa enquanto deslizava, mas no momento em que me estendi para agarrá-la, o corpo de Elisa se tornou translúcido e começou a flutuar no ar.

 


 

【Elisa Behenk conjurou Espiritualização.】

 


 

Este era um feitiço de movimento avançado que concedia bônus de imunidade física.

— Seus bastardos! Nunca esquecerei esta vergonha!

“Nunca esquecer o quê, exatamente? Se você pensa que somos os mesmos de quando só podíamos assistir impotentemente enquanto você escapava, está enganada.”

— Dwalkie!

Assim que chamei atrás de mim, ouvi — Está pronto! — O feitiço preparado foi concluído e lançado, um feitiço pelo qual Dwalkie pagou uma quantia absurda de 1,3 milhão de pedras para aprender na Torre Mágica.

 


 

【Riol Warb Dwalkie conjurou o feitiço de maldição de oitavo nível Materialização.】

 


 

Quando acertava, a Materialização anulava as imunidades físicas do inimigo. Em outras palavras, fazia com que até mesmo um guerreiro desarmado pudesse espancar um monstro do tipo espiritual… É claro que, se errasse, era inútil.

 


 

【Riol Warb Dwalkie conjurou o feitiço de suporte de oitavo nível Suporte de Precisão】

 


 

Mas o nosso Dwalkie estava lentamente saindo da sua fase de mago meio-lesado.

— Uh… ah! Kyaaa!

No exato momento em que a Espiritualização foi desativada, uma sensação inundou minhas pontas dos dedos estendidos. Era semelhante à primeira vez que lutei contra um goblin. Não importava se era o pulso, o tornozelo ou o pescoço; eu simplesmente segurei a gola ou o que quer que pudesse o mais firmemente possível e a derrubei no chão com toda a força.

Bam!

Imediatamente, subi em cima de seu tronco. Parecia que o dano a deixou em um estado atordoado, tremendo e furiosa.

— Argh! Uh, ah, argh, mm…! — Parecia que ela estava xingando algumas obscenidades, mas eu imaginava que ainda não tinha consertado suas cordas vocais. Claro, eu não tinha a intenção de baixar minha guarda só porque minha oponente agora estava incapacitada. Esta era a mesma pessoa que se levantou do chão como um zumbi mesmo depois de ter sua cabeça esmagada.

Swip!

Imediatamente, levantei a maça, mas bem quando estava prestes a golpeá-la com toda a minha força, Dwalkie rapidamente me deteve.

— E-Espera! Se você quer uma recompensa maior, não seria melhor levá-la viva?

Hmm, os cartazes de procurado definitivamente diziam isso, mas não pensei que esse garoto se preocuparia com algo assim. Foi resultado de ter provado o gosto pelo dinheiro? Ele era um verdadeiro aventureiro agora.

— Verdade, seria um desperdício matá-la. — Levantei-me de cima de Elisa. Então fiz Dwalkie lançar um feitiço de Paralisia Venenosa e, sem ressentimentos, golpeei os braços e as pernas da Elisa com a maça.

Punch! Punch! Punch!

Esmaguei seus ossos e carne de maneira limpa.

— …Isso é necessário? — Hikurod franziu o cenho.

— Ela poderia fugir. — Nesse aspecto, minha filosofia geral era que era melhor fazer demais do que de menos. Então, depois de amarrar a Elisa incapacitada com uma corda, a carreguei nos ombros como bagagem.

— Estamos realmente fortes agora. Não pensei que a venceríamos tão facilmente… — Murmurou Missha depois de cuidar dos últimos monstros invocados.

Concordei. A batalha tinha durado menos de três minutos do início ao fim. Tendo lutado contra esse inimigo no passado relativamente recente, tivemos uma boa ideia de quanto crescemos. No entanto, poderíamos elogiar e agradecer uns aos outros mais tarde no bar.

— Rotmiller, lidere o caminho, — disse, batendo no ombro de Brown. Eu tinha alcançado todos os meus objetivos. Era hora de deixar esta área subterrânea assustadora.

“Hmm? Mas o que diabos é isso? Por que ele não está se mexendo?”

Chamei Brown novamente. — …Rotmiller? — Novamente, não houve resposta. Foi só então que percebi que algo estava errado e verifiquei apressadamente os outros membros do meu grupo. — Missha? Dwalkie? Hikurod?

Nenhum deles respondeu. Eu queria que eles dissessem ‘Surpresa!’ ou que era apenas uma piada, mas eu tinha certeza de que isso não ia acontecer.

O silêncio repentino ao meu redor era sufocante. — Estamos ferrados — murmurei baixinho.

Não é de se admirar que as coisas tenham corrido tão bem até agora.

  1. Cão de caça[↩]
  2. ‘Jackpot’ é o prêmio máximo em um jogo de azar ou qualquer grande prêmio ou conquista.[↩]
  3. ‘Hack-and-slash’ é um estilo de jogo de ação com combate rápido e frenético, onde os jogadores enfrentam hordas de inimigos sem muita estratégia.[↩]

Capítulo 83: Esgotos (4/5)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Eu não sabia exatamente quando aquilo tinha acontecido, mas no momento em que percebi, todos já estavam congelados com os olhos abertos como estátuas de pedra. — …Missha? Dwalkie? Hikurod?

“O que está acontecendo?”

Assim que comecei a questionar isso, algo que eu havia negligenciado antes chamou minha atenção. Agulhas muito longas e finas estavam saindo do pescoço de cada um dos meus camaradas.

“Provavelmente eu também tenho uma no pescoço.”

O importante aqui era que os músculos do meu pescoço estavam rígidos e aquela sensação de formigamento estava se espalhando para baixo.

 


 

【Você foi envenenado pelo Veneno Paralisante do Basilisco. Seu atributo de Físico é maior que 300. O efeito do veneno é reduzido pela metade.】

 


 

Processando a ameaça, meu coração batia como louco. Minha mente, por outro lado, emitia calmamente ordens, me dizendo o que eu tinha que fazer agora.

Swip.

Meus braços grossos levantaram o escudo e cobriram meu tronco. Minhas pernas estavam ligeiramente flexionadas, baixando meu centro de gravidade para que eu pudesse reagir a qualquer momento. A quietude apertava minha garganta. Eu evitava até mesmo respirar para me concentrar nos sons ao meu redor.

Tec, tec, tec.

Eu ouvia o som de água pingando ao longe. Era isso, não restavam mais dúvidas. Assim como quando pisei naquela armadilha de goblin, o inimigo devia estar por perto. Um silêncio trêmulo seguiu por alguns segundos. Eu sentia como se cada nervo do meu corpo estivesse em alerta.

Tap.

Então, ouvi um som fraco. Era difícil chamá-lo de passo… Era mais como uma pedra rolando no vento.

“…Isso é uma habilidade de furtividade?”

Rapidamente tomei uma decisão. Eu não sabia o que era aquilo, mas o veneno estava se espalhando lentamente pelo meu corpo. Então seria melhor ver o fim desta batalha antes que o veneno terminasse comigo.

 


 

【Você usou Explosão Selvagem.】

 


 

Isso tornaria a sobrevivência um pouco mais provável.

— Behelahhh! — gritei com todas as minhas forças. Claro, ao contrário dos monstros, o atributo de Nível de Ameaça nem sempre funcionava em humanos, mas eu havia investigado isso antes.

— Ummm… e-era uma sensação muito estranha. Era como se minha mente soubesse que não havia nada perigoso, mas meu corpo estava me dizendo que eu deveria correr… — Dwalkie me disse.

Quando expostos à Explosão Selvagem, aqueles com força de vontade fraca sentiam medo. Portanto, esses oponentes poderiam fugir antes mesmo que eu pudesse provocá-los adequadamente.

— Prrr alguma razão, senti que tinha que me livrar de você rapidamente. Claro, isso foi antes de você se transformar num gigante. Depois disso, me senti como o Dwalkie.

Por outro lado, se o alvo fosse mais agressivo, algum grau de provocação era possível. Então, e quanto ao meu inimigo misterioso que estava se escondendo no escuro?

— Esta é uma situação estranha, Bárbaro.

Eu sabia. Eu que deveria ser quem estava dizendo que era estranho. Não estava certo do que ela estava fazendo, mas de alguma forma conseguia ouvir sua voz tanto na minha frente quanto atrás de mim.

“Espera, essa voz me parece familiar…”

Eu me arrepiei. Além da questão de não saber onde o inimigo estava, a voz que acabara de ouvir era de uma mulher. Era um pouco abafada, mas não consegui identificar.

“Quem poderia ser?”

Meu cérebro inquisitivo combinou várias palavras-chave: uma mulher que se escondia como uma assassina e atira agulhas paralisantes. Lembrei-me. — É você. — A vadia que encontramos na Terra dos Mortos. Tinha que ser ela.

Ela possivelmente não estava interessada em esconder sua identidade. — …Não pensei que você seria capaz de me reconhecer apenas pela minha voz.

Logo, ela apareceu na minha frente. Um corpo esguio com pouco mais de 1,65m, cabelos ruivos flamejantes e a orelha direita cortada pela metade, tudo era igual ao que era antes, exceto que as roupas que ela vestia eram casuais.

Tff.

A mulher deu um passo à frente e estreitou a distância entre nós. Para ser honesto, eu estava suando copiosamente. Recentemente, eu tinha crescido exponencialmente e até ganhado o epíteto de Pequeno Balkan, mas ainda assim, eu não era nada diante dessa vadia.

— Você ficou forte, Bárbaro. Em pensar que você ainda pode se mover depois de ser atingido.

“Uma aventureira ativa no oitavo andar e até sabe como usar aura…”

Não importa como eu pensasse sobre isso, não poderia fazer nada sozinho. Mas isso não significava que eu iria desistir sem lutar. Colocando força na mão que segurava meu escudo e maça, eu reorientava minha mente assustada.

A mulher me observou fazer isso. — É por causa dos seus companheiros que você não está fugindo? — ela perguntou.

É claro, ela era uma vadia perturbada. O fato de ela perguntar isso me deu calafrios. — Vou fazer as perguntas primeiro. Mantive minha promessa. Por que você veio me matar? — eu perguntei, engolindo em seco. Eu estava curioso sobre seus motivos. Se eu soubesse quais eram, talvez pudesse encontrar outra maneira de sair dessa.

— Te matar? — Ela franziu a testa e virou a cabeça. — Foi você quem abriu a porta e invadiu, Bárbaro.

— …Porta?

— Diga-me. Quem lhe contou sobre este lugar?

“Que diabos ela está falando?”

Por alguma razão, essa conversa estava unilateral. — Eu não entendo, então fale claramente. Invadir? O que é este lugar? — perguntei diretamente.

A mulher franziu a testa novamente. Parecia que ela tinha percebido que havia algo muito errado com essa interação. — …Como você abriu a porta?

— Se você está falando da coisa mágica no esgoto, eu a destruí com uma maça.

— Você… quebrou?

— Há algum problema?

A mulher fechou os olhos por um momento diante da minha pergunta confiante, então balançou a cabeça como se tivesse entendido. — Não, não há. — Como uma aventureira de alto nível, ela não parecia acreditar cegamente em magia como Dwalkie ou Hikurod. Mas, ainda curiosa, ela perguntou — Mas por que você a quebrou?

— Porque essa vadia escapou por ali.

Naquele momento, aproveitei para abaixar Elisa no chão. Na verdade, ela estava me incomodando há um tempo. Não parecia haver sinais de uma batalha acontecendo agora, mas ela certamente atrapalharia se uma batalha começasse.

— …Essa é a sacerdotisa de Karui que estava sendo procurada algum tempo atrás.

— Fico feliz que você saiba disso. Então estamos na mesma página agora? — perguntei.

— Claro.

— Bom. Foi bom te ver. Estaremos indo agora. Ah, não precisa nos dar poções. Eu cuidarei do resto…

— Pare. Agora que você sabe sobre este lugar, não posso simplesmente deixar vocês irem.

— …Mesmo se eu destruir o gravador de vídeo e jurar manter tudo o que aconteceu hoje em segredo?

— A situação é diferente daquela época.

“Maldição… então é um não, né?”

Limpei minha mente de todas as fraquezas. Tendo ouvido uma resposta afirmativa da própria boca da vadia, só me restava uma opção. Portanto, tirei a armadura que estava vestindo.

Clique.

— …Por que você está fazendo isso assim de repente?

Ignorando sua pergunta, tirei minhas perneiras, capacete e calçados e os joguei de lado. — Ei — eu disse.

Felizmente, a outra parte decidiu me entreter com a conversa. Seus olhos estavam dizendo, “se você tem algo a dizer, diga”.

Rapidamente continuei. — Você conhece as duas principais maneiras de deixar alguém com raiva?

— …Não, quais?

— A primeira é parar de falar no meio de uma frase. E a outra é…

— É…?

Eu também não sabia. Ninguém me contou o resto.

— Behelahhh! — Avancei com toda a minha força, esperando que isso tivesse desviado um pouco a atenção da vadia. Recuei o braço que segurava a maça.

A mulher, que se assustou por um momento, sorriu como se tivesse descoberto meu truque. — Que engraçado.

“Afinal, correr em sua direção dessa distância não seria surpreendente para você. Mas e isso?”

Voom!

Balancei meu braço para frente e joguei a maça.

Whip!

Como esperado, ela também evitou aquilo. Ela virou o corpo bruscamente para desviar da maça e me olhou interrogativamente. Parecia que ela não esperava que um bárbaro jogasse uma arma logo no início de uma luta. Joguei o escudo da minha outra mão sem nenhum arrependimento.

Whip!

O escudo girou no ar e voou como um disco, fazendo todo o meu treinamento valer a pena. A velocidade, incomparável à de uma maça. No entanto, aquela vadia desnecessariamente flexível facilmente esquivou-se do escudo ao se curvar para trás. Mas, isso não foi decepcionante, porque eu esperava isso.

Huff!

Aproveitando a abertura criada pela maça e pelo escudo, irrompi do chão mais uma vez e continuei a correr. A distância se estreitou em um instante, já que meu atributo físico agora superava o das pessoas comuns.

“Agora.”

Estendi a mão como fiz ao deslizar em direção a Elisa. A expressão da vadia ainda estava relaxada, como se dissesse, “Esse idiota?”

Huff!

Para provar isso, ela evitou o ataque dando exatamente três passos para trás. Mas eu tinha estendido a mão para que ela pudesse vê-la claramente em primeiro lugar.

“Exatamente como eu pensei.”

Estávamos em um corredor reto que não poderia ser exatamente chamado de largo. Se um bárbaro grande corresse na sua direção pela frente, o único lugar para onde você poderia escapar era para trás. Claro, se meu oponente conseguisse se afastar muito mais, eu não poderia fazer nada sobre isso. Mesmo assim, ela só se moveria o suficiente para evitar o ataque. Mais do que uma questão de personalidade, isso devia ser um sintoma de ser um obcecado pela eficiência, um que se desenvolveu naturalmente como resultado de sempre buscar posições de vantagem.

“Acho que posso prosseguir com o Plano A.”

E assim, lancei a Gigantificação no momento exato. Foi um movimento de ligação inspirado pela minha dramática sobrevivência contra Riakis. Meu corpo cresceu e meus braços se alongaram de acordo. A distância que deveria ter ficado fora de meu alcance imediatamente encolheu.

Pela primeira vez, vi um pouco de surpresa em seu rosto. Eu nem tinha começado ainda. Imediatamente agarrei seus ombros e a puxei para mim, sentindo uma resistência significativa.

— Você… — Era diferente do nosso último encontro, quando eu tinha sido empurrado para trás pela força bruta. Isso porque naquela época eu era um bárbaro novato no primeiro nível que não tinha essências. — …precisa construir um pouco de força.

Com o poder de um Golem Cadáver, um vampiro e um Orc Herói, arrastei minha oponente indefesa para perto de mim. Agarrando-a firmemente pelo pescoço para que ela não pudesse escapar, dei-lhe um soco bem no rosto.

Smack!

Tanto o som quanto o golpe foram poderosos. Mas mais uma vez, um nocaute em um só golpe provou ser impossível.

“Mais uma vez.”

Recuperei-me rapidamente e desferi outro soco. Justo naquele momento, senti movimento em minha visão periférica aguçada. Ela havia recobrado os sentidos e estava empunhando sua adaga.

“Ela está planejando cortar todo o meu pulso?”

Rapidamente tomei uma decisão. A vadia era uma usuária de aura. Portanto, nem resistência física, força óssea, nem resistência a mana realmente importavam contra ela. Aquela adaga definitivamente cortaria meu braço antes que eu pudesse tocá-la.

“Vou seguir para o Plano B.”

Interrompi meu punho estendido. Não estava pensando em minha segurança no último minuto. Apenas achei irrazoável sofrer danos unilaterais. Não tinha medo de me machucar se fosse isso que precisava fazer para sobreviver.

“Explosão de Carne.”

No momento em que terminei de pensar as palavras em minha cabeça, uma forte explosão irrompeu da mão que segurava minha oponente, uma explosão de carne e sangue ácido.

Pop! Chhh!

A vadia teimosa apenas franziu a testa, não gemendo de dor nem uma vez. Mas parecia que ela talvez não tivesse Resistência à Dor; ela pode ter suportado a dor, mas por um breve momento, seus movimentos ficaram rígidos.

“Ok, então Plano A novamente.”

Desviando da adaga que ela brandia, acertei um soco em seu abdômen. Sabendo que esta era uma oportunidade que nunca mais viria, continuei.

Smack! Pow! Pow!

Como qualquer causador de danos com um corpo franzino, os resultados dos meus esforços logo apareceram nela. Sangue vazava de sua boca como se seus intestinos tivessem sido mastigados. Ao ver isso, um sentimento imenso de exaltação percorreu minha cabeça e até senti pressão nos olhos. Droga, a única coisa que poderia vencer essa vadia era…

 


 

【Amelia Rainwales lançou Autorreplicação】

 


 

Justo quando meu cérebro sentiu esperança, o instinto soou o alarme e me enviou um aviso. O motivo disso era simples.

— …Bárbaro.

Por que eu estava ouvindo uma voz de trás de mim? Ela estava claramente presa em minha mão, bem na minha frente.

Tap, tap!

Sentindo a presença de outra pessoa, instintivamente parei de socar e olhei para trás. Uma mulher que era exatamente igual àquela que eu estava segurando estava correndo em minha direção.

“Droga.”

Eu nem mesmo me perguntei como algo assim poderia acontecer. Autorreplicação era um poder super raro que só podia ser obtido a partir da essência do Guardião da Fenda do quarto andar, a Floresta dos Doppelgängers. 1

— Já que você tem a essência de um vampiro, isso deve ser o suficiente — murmurou a mulher em meu aperto.

 


 

【Amelia Rainwales lançou Chute de Asura.】

 


 

O clone da Amelia deu um grande salto para frente, girou no ar e me chutou no rosto.

Bam!

O impacto que senti foi como se minha cabeça estivesse explodindo. Espere, ela realmente explodiu?

Tap.

O som de um baque pesado encheu meus ouvidos. Minha visão escureceu. Minha consciência desvaneceu como um celular sem bateria.

— Droga…

 


 

【Devido à habilidade passiva Fonte das Trevas, você não morrerá até que seu coração seja destruído. Sua velocidade de regeneração é aumentada drasticamente pelo efeito Vida Eterna.】

 


 

  1. “Doppelgänger” refere-se a uma cópia idêntica de uma pessoa, um clone, muitas vezes associada a presságios ou ao fenômeno de ver sua própria imagem refletida de maneira sobrenatural ou psicológica.[↩]

Capítulo 84: Esgotos (5/5)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Thud.

Assim que o bárbaro caiu, espalhando poeira no ar, Amelia cerrou os dentes e se dobrou ao meio.

“É este o preço de meus descuidos?”

Suas costelas estavam quebradas. Sua pele, coberta de sangue, estava além de machucada e apenas dolorida. Parecia que seus órgãos também haviam sido danificados de alguma forma.

“Não sei nem mesmo quanto tempo se passou desde que estive em uma situação como esta.”

Seu corpo se recuperaria por si só em breve, mas a dor que ela havia esquecido há muito tempo estava vívida demais no momento. Se havia algo com que ela estava acostumada, ela se orgulhava do fato de ser a dor. Ela não sabia por que o pensamento a fez rir. Independentemente de isso ser resultado de sua arrogância, era absurdo pensar que um bárbaro de três meses havia sido aquele a colocá-la nessa situação.

“Ele é fascinante.”

Ela não estava apenas pensando em suas habilidades, mas em sua capacidade de ler situações, a audácia e determinação que ele tinha para colocar seus planos em ação e, acima de tudo, sua vontade de viver.

Ela teve um pensamento repentino. “Se nos encontrássemos novamente um pouco mais adiante… os resultados poderiam ter sido diferentes.”

Claro, na realidade, isso não era plausível. Ela cresceu ouvindo que tinha o maior talento de todos, e esteve dentro e fora do labirinto por vinte anos.

“O fato de eu ter começado a pensar assim é um problema. Isso mostra o quão perigoso ele é.”

Seu primeiro encontro foi apenas um mês atrás. Nesse tempo, ele teria conseguido entrar no labirinto apenas uma vez. Como esse bárbaro se transformou assim? O homem que nem sequer conseguia tocá-la antes havia conseguido fazer tanto progresso desde então.

Czzzzz!

Seu corpo não morreu mesmo depois de ter a cabeça completamente destruída, e sua carne começou a se restaurar. Amelia caminhou lentamente em sua direção.

Assim como a Fonte das Trevas, haviam várias habilidades cujos efeitos permitiam ao usuário superar a morte, mas isso ainda não tornava uma pessoa invencível. Basta olhar para este bárbaro.

Sua cabeça foi completamente destruída e agora ele estava indefeso. Ele pode ter ativado a Vida Eterna e estar se recuperando rapidamente, mas leva um tempo tremendo para se recuperar de um ferimento como este, e até isso se torna impossível quando o Poder da Alma acabar. Isso significava que ela poderia matá-lo a qualquer momento. Mas, sem hesitação alguma, ela guardou sua adaga e tirou uma poção.

“Está claro que eles não foram enviados pela família real, então não há necessidade de matá-los.”

Não importa o que os outros dissessem, ela não era uma assassina impiedosa.

 


 

Haviam indícios… vozes vindo da frente e de trás ao mesmo tempo. Se eu tivesse sido mais inteligente e calmo, talvez tivesse percebido o uso da Autorreplicação. Se tivesse, os Planos A e B teriam sido ligeiramente alterados também.

“Bem, mesmo assim, o resultado teria sido o mesmo.”

Sentindo uma sensação estranha semelhante a uma mente fragmentada sendo costurada de volta, abri os olhos lentamente.

— Que fator de cura monstruoso você tem. — A primeira coisa que vi foi aquela desgraçada. — Uma garrafa de poção, e você está novo em folha.

— Poção…? — perguntei, com a voz falhando, e ergui meu tronco. Foi apenas então que notei que meu pescoço estava muito molhado. Não parecia apenas sangue… Será que essa mulher derramou uma poção em mim? — Por quê…

— Por que não te matei?

Assenti. Bem, eu estava feliz por ainda estar vivo, mas, para ser honesto, tinha certeza de que a morte estava chegando no momento em que perdi a consciência.

A mulher me estudou com um olhar irritado. — Você… é exatamente o mesmo de antes.

— O quê?

— Por que você sempre corre para cima de mim sempre que me vê? Nunca pensei que diria isso, mas as pessoas geralmente não pensam em conversar primeiro?

Bem, eu não tinha nada a dizer sobre isso. Era tudo graças ao meu hábito de sempre presumir o pior. — Enquanto você planejasse me matar, pensei que fosse a única maneira — respondi calmamente. Enquanto ainda havia a menor chance antes que o veneno de paralisia se espalhasse ainda mais, decidi que precisava ver o fim dessa batalha.

A mulher apenas soltou um suspiro agudo. — Por quê? Eu te deixei ir da última vez, não deixei? — Sua voz ainda era direta, mas ao mesmo tempo um pouco aborrecida.

Mas na verdade era eu quem deveria estar aborrecido. — Você mesma disse: enquanto eu souber sobre este lugar, você não pode me deixar ir. — Se ela não tivesse dito isso, o Plano C, que era implorar pela minha vida, teria permanecido como Plano A.

“Você acha que quero lutar contra um monstro como você?”

— Acredito que eu tenha dito que não posso ‘simplesmente’ te deixar ir.

Trocando seis por meia dúzia. Por algum motivo, ela tinha sido estranhamente paciente comigo até agora, então decidi ficar mais ousado. — Então, o que você vai fazer comigo agora? — perguntei.

— Não tenho intenção de te matar. Então pare de mover essas mãos suas.

Parei de mover o braço que estava deslizando sorrateiramente em direção à maça e anunciei, — Isso é um mal-entendido.

— Mal-entendido?

— Eu não queria te atacar de surpresa com isso. É só que…

— Você queria estar preparado para quando eu mudasse de ideia?

…Hmm, é, isso mesmo. A melhor defesa era um bom ataque.

Quando nem confirmei nem neguei isso, a mulher me encarou em branco como se estivesse perguntando que tipo de lunático eu era. — Você realmente não mudou nada — disse Amelia, então cuspiu no chão. Por um momento, me perguntei se ela era uma gangster 1, mas quando olhei mais de perto, era sangue, não saliva. Parecia que a defesa ativa que eu tinha lançado antes de desmaiar causou algum dano.

— …Você não tomou uma poção?

— É por causa do meu tipo físico.

— Entendi. — Aquela breve explicação não foi suficiente, mas me contive. Algumas essências infligiam uma penalidade quando misturadas com poções.

De qualquer forma, voltando ao ponto principal da história. — Bárbaro, pegue isso. — Ela tirou algo parecido com uma pelota mágica de suas roupas. Era de cor escura e parecia algo que um gato vomitaria.

— O que… é isso?

— É um remédio feito por um alquimista em Noark. Se você tomar, vai apagar sua memória da última hora.

— Apagar… minha memória? Então por que você não me deu isso quando nos encontramos na Terra dos Mortos?

— Não é algo que possa ser obtido facilmente. Se eles não tivessem me dado isso apenas por precaução, eu também não o teria comigo.

Então era um item raro. Mas isso levou a outra pergunta. Isso não era algo que alguém na minha situação deveria estar dizendo agora, mas… — Seria muito mais fácil para você simplesmente me matar. Por que você escolheria voluntariamente um método tão problemático?

Dizem que não há nada mais precioso do que a vida humana, mas isso só se aplicava no meu mundo natal. Aqui, havia inúmeras coisas mais valiosas do que a vida humana. Por exemplo, na superfície, muitas pessoas ainda perdiam suas vidas apenas porque não podiam pagar seus impostos.

“Mas apesar de tudo isso, ela usaria um consumível raro como esse apenas para nos manter vivos?”

— Deve haver algum motivo — disse com confiança.

— …O que te faz pensar isso?

— Se você matasse os cinco de nós, nosso equipamento sozinho valeria dezenas de milhões de pedras. —

Com minha observação perspicaz, Amelia permaneceu em silêncio por um tempo. Pensei que fosse porque eu tinha acertado em cheio. No entanto, as palavras que seguiram o silêncio foram inesperadas. — O que exatamente você pensa de mim?

— Bem…

Enquanto eu estava contemplando se deveria ou não responder honestamente, ela me interrompeu. — Você não precisa dizer. Acho que já sei. — Parecia que ela também se sentia um pouco culpada por isso, mas acho que ela não queria dar desculpas. — De qualquer forma. Seja o que for, pense como quiser. Isso não muda nada.

Amelia se inclinou e abriu minha boca à força, então empurrou a pelota garganta abaixo.

O remédio se dissolveu rapidamente, deixando nada para vomitar depois.

Whoosh!

Sentia como se algo estivesse queimando em minha mente. Era uma sensação diferente da dor. — …Ei, você tem certeza de que isso só apaga memórias?

— Caso contrário, você tem outra opção? — Eu realmente não tinha muito a dizer sobre isso. Percebendo meu silêncio, ela sorriu. — Não ouvi falar de nenhum efeito colateral. Então, fique tranquilo, Bárbaro.

Bem, nesse caso… Para ser honesto, eu não estava aliviado de jeito nenhum, mas fechei os olhos.

Justo então, Amelia abriu a boca como se tivesse lembrado de algo. — Ah, então, qual era a outra coisa?

— Hein? Outra coisa?

— As duas maneiras de deixar alguém irritado.

Ah, isso. — É…

Apaguei completamente depois disso.

 


 

【A benção de Lethe permeou sua alma. 2

【Sua alma não pode ser abençoada. A benção permeando sua alma foi removida.】

 


 

 


 

Quando acordei, estava nos esgotos. Meu equipamento estava espalhado pelo chão e era o mesmo para os outros.

Thud.

Usando minhas mãos como apoio, levantei lentamente meu corpo sujo do chão. Enquanto estava vestindo meu equipamento novamente, meus companheiros de equipe foram recobrando os sentidos um por um. Todos eles pareciam confusos.

— Uh, isso é o esgoto…?

— O-O que é isso? Devíamos estar perseguindo aquela vilã malvada agora!

— Gravador de vídeo! Se verificarmos o gravador de vídeo… Droga, está quebrado!

As palavras da desgraçada devem ter sido verdadeiras porque os outros não lembravam de nada. Parecia que a última lembrança deles era de seguir Hans E até seu esconderijo.

“…Por que estou completamente bem?”

Embora minha memória estivesse um pouco lenta agora, eu conseguia lembrar claramente o que tinha acontecido antes de perder a consciência. Por quê?

“Espera, então o que aconteceu com aquela desgraçada?”

Tardiamente, Elisa veio à mente, e eu voltei à realidade.

“…Será que Amelia a reviveu e a levou de volta com ela?” 3

Neste momento, pelo menos, não vi Elisa em lugar nenhum. Droga, se soubesse que isso ia acontecer, teria apenas a matado naquele momento.

— Todos, olhem para lá!

— Hein? Aquela não é aquela mulher?

O quê? Virei imediatamente a cabeça para ver uma mulher deitada a uma curta distância. Cabelos loiros cobertos de sujeira, um rosto belo que me fazia querer esmagá-la… Tinha que ser a Elisa.

Hikurod correu para verificar o pulso dela. — E-Ela está morta! — Isso aumentou a confusão.

— N-Nós fomos amaldiçoados. Por que não conseguimos nos lembrar de nada, e aquela mulher está morta?

— D-Dwalkie, talvez o monstro que você falou tenha realmente aparecido! Nyah!

Eles fizeram todo tipo de especulações em tons perplexos. Mas Brown, que conseguiu manter a calma, chegou a uma hipótese plausível. — …Acho que tudo foi obra dessa mulher.

— O quê? Elisa?

— Talvez a encontramos depois de persegui-la, e provavelmente vencemos. — Brown apontou para os membros de Elisa como base para sua afirmação. Provavelmente ele pensou que nada além da minha maça poderia ter esmagado seus braços e pernas com tanta precisão.

Logo, Dwalkie também notou vestígios de Veneno Paralisante no corpo e solidificou essa hipótese. — P-Pensando bem, consigo sentir vestígios da minha magia vindo dessa mulher.

Agora, uma pergunta permanecia para eles. — Então por que não conseguimos nos lembrarrr de nada?

— Se minha teoria estiver correta, teríamos tentado levá-la de volta para a cidade viva. No entanto… talvez ela tenha voltado a si e usado algum tipo de truque em nós.

Esta era uma teoria bastante convincente. Se eu tivesse perdido minha memória também, provavelmente teria analisado a situação da mesma forma.

— Definitivamente… pode ser possível com uma habilidade pouco conhecida do deus maligno.

— Hahaha! Mas considerando que ela está morta, parece que fizemos um bom trabalho!

— …Bjorrrn, o que você acha?

— Bem… — Pensei sobre isso por um tempo. A conclusão a que tinham chegado e concordado estava bastante longe da verdade que eu lembrava, mas não havia necessidade de contar a eles. — Acho que Rotmiller está certo. — Se ficasse conhecido que eu não tinha perdido minha memória, não dava para saber quando aquela desgraçada me faria outra visita.

— Vamos sair daqui e visitar o templo. Algo além da perda de memória pode ter acontecido com nossos corpos.

Com a sugestão preocupada do Brown, todos rapidamente se prepararam para sair. Abandonei minhas reflexões. Algo escondido sob os esgotos, huh? Uma parte secreta deste mundo que eu não conhecia. Estaria mentindo se dissesse que minha curiosidade não estava se agitando como um jogador de longa data deste jogo, mas…

“É melhor eu nunca mais colocar meus pés nos esgotos de novo.”

Minha vida era mais importante do que a curiosidade.

  1. bandida[↩]
  2. Na Grécia Antiga, Lete ou Léthê literalmente significa “esquecimento”. Na mitologia grega, é o nome de um rio de Hades, o qual, ao ser bebido, causa perda de memória.[↩]
  3. N.T. Não faço ideia de porque ele pensa o nome dela, reli múltiplas vezes, tanto o inglês quanto o coreano e não achei ela se apresentando a ele[↩]

Capítulo 85: Barão Martoin (1/4)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Quando saí do esgoto, fui recebido por um céu escuro e dois rostos familiares.

— Sr. Yandel! Você está seguro!

— Shavin? O que você está fazendo aqui?

— Como assim? Eu vim porque você desapareceu sem dar notícias por horas! Eu estava preocupada!

Hmm, entendo. Eu meio que estava grato por ela ter vindo pessoalmente. — Mas, vocês duas? — Se realmente algo tivesse acontecido conosco, não faria mais sentido enviar outro aventureiro de manhã? Não organizar um grupo com uma funcionária administrativa e uma bibliotecária.

— O quê? Por que essa cara? Ragna é uma maga muito talentosa, muito obrigada!

Foi só então que olhei para a bibliotecária. Ela definitivamente parecia diferente do que costumava ser na biblioteca. — Hmm. — Ela usava túnicas reluzentes, tinha vários pergaminhos e poções pendurados no cinto, e segurava uma varinha de aparência cara na mão. Eu não sabia quão habilidosa ela era, mas esse definitivamente não era o equipamento que uma bibliotecária comum poderia pagar com seu salário. Talvez ela viesse de uma família rica?

— Bjorrrn, quem são essas pessoas?

— Shavin Emoor, a funcionária administrativa que me confiou este pedido. E esta é… Ragna Litanel Peprok.

— É Litaniel, não Litanel!

— De qualquer forma, ela é a bibliotecária na biblioteca que vou.

— Ahh, entendi. — Missha disse com um aceno.

Depois de fazer uma breve introdução para todos os outros, ofereci algumas palavras de cortesia para a bibliotecária. — Desculpe por fazê-la vir até aqui durante a noite.

— Não precisa se desculpar.

— Então, obrigado. Eu nunca pensei que você viria.

— …Você deveria agradecer a Shavin. Eu fui apenas obrigada. — Depois disso, a bibliotecária virou a cabeça bruscamente. Por que ela parecia mais fria do que o habitual?

Estava me perguntando se estava sendo sensível quando Shavin sorriu e se aproximou de Ragna. — Ragna, o que você quer dizer com obrigada? Você também estava super preocupada, lembra?

— P-Preocupada? Eu não estava!

— Você não disse que ele poderia ter se perdido porque os caminhos no sistema de esgoto são complicados?

— Shavin, pare de inventar mentiras. Eu estava apenas especulando sobre o que aconteceu. E eu só disse isso para depois dizer que tenho certeza de que não era nada.

— Hmm, é mesmo? — Shavin sorriu para a bibliotecária irritada. Só isso já me deu uma ideia do tipo de relacionamento que as duas tinham. Bem, isso não era importante agora.

— Chega de papo furado. Aqui está meu relatório. — Se eu quisesse poder voltar para a estalagem antes do fim do dia e conseguir dormir um pouco, precisava me mexer rapidamente.

Os resultados da nossa patrulha nos esgotos foram simples: encontramos e matamos um vagabundo, e isso foi tudo. Não havia evidências de que completamos adequadamente a missão porque o gravador de vídeo foi quebrado, mas salvar a identidade do cara acabou sendo útil.

— Hans Marcom. Já ouvi falar dele. Ele é um criminoso procurado que estava fugindo por roubo e assassinato. Incluindo a taxa de comissão e pagamento adicional, isso será 180.000 pedras. Se você visitar o escritório administrativo amanhã, eu pagarei a você imediatamente.

— Não preciso pagar pela quebra do gravador de vídeo?

— Bem… vou explicar para os superiores. Tenho certeza de que vão entender, já que são circunstâncias um tanto especiais.

— Circunstâncias especiais, huh?

Ela não estava errada, mas eu não tinha pensado que ela sequer levaria isso em consideração. No entanto, ao invés de assumir que a agência administrativa era uma organização flexível ao contrário da Guilda, provavelmente seria mais preciso dizer que Shavin apenas me fez um favor.

— Que a bênção da estrela do crepúsculo esteja com você. — Depois de um tempo, a pessoa que Shavin chamou do templo chegou. Este não era um sacerdote comum, mas um paladino com uma baioneta assustadora em suas costas. O paladino inspecionou minuciosamente o cadáver que trouxemos conosco e assentiu. — Esta é a traidora Elisa Behenk. Nosso culto não esquecerá deste feito.

Sua voz era gentil, sem nenhum indício de arrogância, e até havia algum respeito por nós ali. Mas o que ele quis dizer com ‘não esquecerá’? Não era um pouco vago?

— Por feito, você quer dizer que há uma recompensa em dinheiro? — Perguntei sem rodeios, como um bárbaro que não conhecia vergonha.

O paladino apenas sorriu gentilmente. — Vejo que houve um mal-entendido. A recompensa será paga pela Guilda de Aventureiros.

— Isso significa que se eu entregar o corpo para vocês, não receberei o dinheiro?

— Haha, enviarei uma carta oficial para a Guilda assim que o sol nascer amanhã, então não precisa se preocupar com isso.

— …Entendi.

“Você podia ter começado com isso.”

— Ei, Sr. Paladino? — perguntou Missha. — Quando estávamos lutando com aquela mulher antes, todos perdemos nossa memória… Você pode verificarrr se isso causou algum outro problema?

— Claro. — Depois disso, o paladino lançou Purificação Avançada em cada um de nós e saiu. Aparentemente, ele precisava levar o cadáver para o templo rapidamente.

— Nós também vamos embora. Tenho muito o que incluir no relatório amanhã. Você deveria descansar um pouco. — Shavin e Ragna seguiram o exemplo do paladino. Como já estava tarde, eles se viraram e desapareceram assim que o assunto foi resolvido.

Hmm, então terminamos com o trabalho mais urgente, certo? — Vamos nos encontrar novamente amanhã para falar sobre a recompensa.

— Ah, finalmente vou para casa!

— Acho que estou cheirando pior do que quando voltei do labirinto! Hahaha!

Nós também nos dispersamos e fomos para nossas respectivas estalagens. Eram onze horas da noite quando entrei. Queria dormir imediatamente, mas entrei no banheiro e esfreguei meu corpo por um tempo para lavar toda a sujeira. Foi só quando estava deitado na cama que percebi.

“Este foi um dia difícil.”

Não sabia por que estava sendo forçado a sentir assim por uma missão de 150.000 pedras, mas… Voltei vivo desta vez também.

 


 

Na manhã seguinte, todos se reuniram e passaram pela Guilda para aceitar a recompensa. Felizmente, o paladino cuidou rapidamente da parte dele, então pude recebê-la simplesmente apresentando minha identidade.

— Dez milhões de pedras, não consigo acreditar. Hahaha!

Mesmo dividido por cinco, era um pagamento enorme de dois milhões de pedras para cada um. Quando nos encontramos naquela manhã, sorrisos floresceram nos rostos daqueles que antes estavam reclamando do cheiro de esgoto, que ainda não tinha desaparecido.

— Agora entendo. Bjorn, você é um amuleto da sorte. Por alguma razão, desde que te conheci, parece que o dinheiro está apenas chovendo do céu!

“Sim, tenho certeza de que você se sente assim. Fui eu quem teve o cérebro explodido por aquela desgraçada.”

Até Brown deu sua opinião. — …Não acredito em superstições, mas a essa altura, não tenho escolha. Bjorn, está claro que a deusa da fortuna está com você em sua jornada.

Eu sabia que aquilo era para ser um elogio, mas não me sentia tão bem ao ouvir. Por que os feitos que consegui trabalhando feito um cão agora eram graças a uma deusa que nem conhecia?

— Então vou indo — eu disse.

— Hã? Para onde você vai? Devíamos beber juntos!

— Ainda tenho que visitar o escritório administrativo.

— Ah, certo. Eles te disseram para pegar a taxa de comissão. Vai lá fazer isso. Nós vamos tomar uma bebida.

“Nossa, nem mesmo uma oferta vazia de ‘Vou com você.’”

Bem, eu recebi uma da Missha. — Bjorrrn! Quer que eu vá com você?

— Está tudo bem. Depois de ontem, você deveria descansar.

— Hmm, tudo bem.

Depois de distribuir a recompensa, segui diretamente para o escritório administrativo, um prédio de cinco andares que lembrava o antigo prédio da Estação de Seul. Quando subi as escadas para o departamento de gerenciamento de instalações no terceiro andar, encontrei Shavin sem dificuldades.

— Sr. Yandel! Você está aqui!

Como sempre, ela estava uniformizada. No entanto, como todos estavam vestidos da mesma forma, ela não se destacava muito. Em vez disso, eu era quem estava fora de lugar.

— Ehh, é o Pequeno Balkan?

— Ouvi dizer que ele tem um poder onde fica super grande!

— Do que vocês estão falando? Ai, meu Deus, que vergonha…

Será que só haviam trabalhadoras femininas aqui? Assim que entrei no departamento de gerenciamento de instalações, sussurros agitados surgiram ao meu redor. Era como ser um macaco em uma gaiola. Decidi sair logo depois de terminar meu trabalho.

— Agora você só precisa assinar aqui para aceitar o pagamento. Se você não tiver uma assinatura registrada, pode simplesmente escrever seu nome.

— Claro.

Logo depois, o dinheiro foi pago e os documentos foram assinados. No entanto, assim que estava prestes a sair, Shavin me deteve. — Ah! Certo! Se você tiver tempo, por favor, visite a biblioteca.

— Biblioteca?

— Ragna tem algo preparado para você.

Ela tinha? O olhar brincalhão em seus olhos me fez suspeitar que eu poderia simplesmente ignorar o pedido dela, mas em vez disso respondi: — Certo. Vou passar por lá se tiver tempo.

— Está bem! Você tem que ir, okay?

Sentindo que definitivamente havia algo acontecendo lá, decidi que teria que passar por lá.

 


 

Depois de deixar o escritório administrativo, voltei para o bar onde minha equipe estava. Desnecessário dizer que era uma bagunça. Ainda estavam em plena luz do dia, então pensei que seriam um pouco mais discretos.

— Não, é verdade! Hahahahahaha!

— Nyah! Não minta, seu anãozinho! Como alguém pode se chamar Beijamin A. Rolla?! Ahahaha!

Hikurod e Missha estavam conversando bêbados. Dwalkie tinha a cabeça colada na mesa e estava rindo sozinho. — Keke, eu sou o grande mago Riol Warb Dwalkie…

Brown suspirou ao ver a cena e me cumprimentou como um cavalheiro. — Ah, você está aqui? Houve algum problema?

— Parece que eu deveria estar fazendo essa pergunta para você. Por que eles já estão assim?

— Eles fizeram um bom dinheiro. Tenho certeza de que todos estavam de bom humor.

— …Entendi. — Com isso, me aproximei de Missha. Depois de pegar o copo de cerveja que ela estava segurando, segurei a nuca dela e a levantei.

— Ahh! Q-Quem…?! Bjorrrn? Quando você chegou aqui?

— Agora mesmo. E pare de beber.

— ….Nyaah! V-Você é meu pai? — Missha protestou, me lançando um olhar indignado. Estava prestes a dizer algo antes que ela ficasse mais rebelde, mas então ela começou a rir. — Ah! Certo! Meu pai não liga prrra nada disso! Hahaha!

Essa criança não estava indo muito bem hoje. Ufa… Eu pensei que iria descansar aqui. — Chega. Se está entediada, beba isso aqui.

— Está bem.

Não podia deixá-la ficar mais bêbada, então pedi suco de tomate, empurrei na frente da Missha e me sentei ao lado dela. O anão não era meu problema, mas se essa criança ficasse muito bêbada para sequer se mover, eu seria o único a ter que levá-la para casa, já que era o único que morava naquela direção.

— Haha! Vocês dois são realmente estranhos! — Hikurod provocou. — Tem alguma coisa! Tem alguma coisa aí!

— Não seja bobo e beba um pouco de água se estiver bêbado.

— Kahaha, você ainda é jovem, eu acho. Isso parece cerveja para você? Estou apenas bebendo água! Água!

— …Faça o que quiser. — Decidi ignorá-lo e pedi vários pratos para saciar minha fome. Missha se animou um pouco, me estudando atentamente enquanto se contorcia na cadeira. — …Você tem algo a dizer?

A resposta foi imediata. — Tenho!

Isso me deixou um pouco ansioso, mas apenas assenti por enquanto. — …Diga.

Missha deu dois tapas em suas bochechas coradas, respirou fundo e abriu a boca. — Meu pai quer te ver…

— Wow! Quem é esse? Se não é Bjorn, filho de Yandel!

— Nyah? Quem é essa pessoa?

O homem que interrompeu Missha e me chamou em voz alta era alguém que eu reconhecia. — Você é…

— Já esqueceu meu nome? Sou eu, Hans! Hans Hodge!

— …Certo. — Lembrei-me imediatamente de seu nome, mas seu lugar na lista estava um pouco confuso. Caracterizado por um corpo magro e sardas, esse cara, cujo Código Hans era B. Nos conhecemos em um bar depois que Ainar saiu do meu grupo. Ele até me aconselhou a ir à Guilda para encontrar um companheiro.

“Mas que negócio esse bastardo tem comigo?”

Pode ser que fosse apenas porque eu tinha encontrado muitos Hanses desde então, mas assim que esse cara começou a falar comigo, comecei a me preocupar. Por alguma razão, parecia que algo horrível estava prestes a acontecer.

— Posso me sentar? — perguntou Hans.

— Não, não tenho nada para falar com você.

— Hmm, ainda assim, é uma coincidência nos encontrarmos a…

— Vou me levantar em breve. Então, saia.

— E-Entendo. Só estava feliz em te ver novamente… — Enquanto o afastava para não me envolver com ele, Hans B se virou, parecendo todo melancólico. Não tinha base para isso, mas por alguma razão, senti como se tivesse acabado de escapar de uma bala.

Wham!

A porta do primeiro andar se abriu, e um grupo de cavaleiros com o mesmo brasão de família gravado no peito entrou no bar.

— São os Mozlan!

— Por que eles estão em um bar simples como este?

Os Mozlan: um dos grupos armados mais poderosos da cidade, que apenas cavaleiros de origem nobre podiam se juntar. Eles eram notórios por não deixar nada além de sangue e morte para trás quando capturavam alguém. No momento em que os Mozlan entraram no bar, a atenção de todos se voltou para eles, e o bar de repente ficou completamente em silêncio.

— Por ali. — Por ordem do comandante, os cavaleiros se moveram em uníssono. Infelizmente, foi na direção em que eu estava sentado.

“Filho duma égua.”

O que foi dessa vez? Enquanto eu refletia sobre meu progresso recente para ver se tinha cometido algum erro, de repente me lembrei do que o xamã do clã tinha dito enquanto lia minha sorte.

— Cuidado com aqueles que nutrem ressentimento por você a qualquer momento, em qualquer lugar.

Também avistei Hans B a caminho de sua cadeira original, pressionado contra a parede para abrir caminho para os Mozlan.

“Espera aí, alguém que está ressentido… Poderia estar se referindo ao Hans?”

A verdade era que nunca tinha tido nada de bom ao me envolver com esses caras, mas assim que meus pensamentos chegaram a essa conclusão, o grupo de cavaleiros parou em frente à nossa mesa.

Clique.

Eles nos olharam, e um deles falou com voz profunda e autoritária. Eu congelei no lugar, ainda segurando meu garfo. — Riol Warb Dwalkie, você está sendo preso por desacato à nobreza.

Surpreendentemente, não era eu desta vez.

Capítulo 86: Barão Martoin (2/4)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Os Mozlan eram rápidos e eficientes.

— Keke, eu sou… o grande mago… hmm? Quem são vocês…?

— É ele. Levem-no. — Depois de erguer a cabeça do Dwalkie pelo cabelo para verificar seu rosto, os cavaleiros rapidamente contiveram seus braços.

— Um, c-com licença, há algum problema…? — Somente então o anão bêbado recobrou os sentidos e tentou entender o que estava acontecendo, mas em vão.

— Vocês não precisam saber.

— M-Mas…

— Estão insatisfeitos com nossa maneira de lidar com a situação?

Pareceu-me que se ele balançasse a cabeça, eles levariam Hikurod também. Eu cobri sua boca e respondi por ele. — Não.

— …Você é o Pequeno Balkan? Você é sábio para um bárbaro. — O tom de voz e o olhar do cavaleiro tornaram difícil aceitar isso como um elogio.

Assim que saíram do bar com o bêbado Dwalkie, o anão começou a se agitar. — Bjorn! Deve haver um mal-entendido. Aq-Aquele cara nunca faria uma coisa dessas!

Ele definitivamente não estava errado. Desacato à nobreza? Talvez roubo de identidade, mas desacato? Isso até para mim era difícil de aceitar.

— Devemos ajuda-lo!

O que eu deveria fazer para salvar um companheiro que havia sido levado pelas autoridades? Eu fechei os olhos.

— Hikurod, s-se acalma. Quando Bjorrrn está assim, significa que ele tem uma solução!

Uff, e eu pensando que teria um descanso hoje. Por que algo assim sempre acontecia? Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, precisava entender melhor a situação. Não tínhamos nenhuma informação ainda. Nem mesmo sabia se o Dwalkie tinha insultado um nobre real, se eles apenas haviam entendido mal, ou se ele tinha sido incriminado. Então, saí do bar e segui para a sede dos Mozlan.

— Espere até que a investigação seja oficialmente encerrada.

Mesmo no jogo, os Mozlan de mente fechada e arrogantes nunca divulgaram qualquer informação. Então, fui para Shavin.

— Ele foi levado pelos Mozlan? Vou investigar. No entanto, não posso garantir que descobrirei algo…

— Isso é o suficiente. Obrigado.

— Não é nada.

Como Shavin era uma funcionária pública, decidi que ela teria mais facilidade para acessar informações do que um aventureiro no local.

— …Ele ainda estará vivo, certo?

— Hikurod! Eu entendo que você está prrreocupado, mas pare de dizer coisas que trarão má sorte e fique quieto!

— T-Tudo bem.

Todos estávamos esperando por notícias de Shavin e passamos o dia inteiro fora da sede dos Mozlan.

— Hein? Aquele não é o Dwalkie?

— Parece que sim.

Dwalkie saiu pela porta da frente com os ombros caídos. Apesar do que o anão estava preocupado, não pareciam haver sinais de tortura nele, ou mesmo de ferimentos.

Hikurod avançou. — Você! Você está bem? Como foi a investigação? S-Se eles te soltaram, significa que houve um mal-entendido, certo? Eu sabia!

— Ah, bem… — Por algum motivo, Dwalkie apenas baixou a cabeça, nem mesmo feliz em nos ver. — …Vamos nos mudar para outro lugar. Vou contar tudo lá. — Por enquanto, obedecemos aos desejos de Dwalkle e nos relocamos para uma taverna que costumávamos visitar quando realizávamos reuniões relacionadas ao labirinto. Depois de alguns petiscos e a cerveja que pedimos chegou, Dwalkie começou, com tom triste. — Parece… que terei que deixar o grupo.

Depois de Erwen e Ainar, esta foi a terceira vez que ouvi algo assim. O anão ofegou. — Não, do que você está falando?! Explique em detalhes!

— Bem… — Dwalkie começou, e então soltou um longo suspiro. — Seria ridículo tentar esconder agora. Para ser honesto, há algo que eu mantive escondido de todos vocês.

— Escondido?

— Meu irmão mais velho… é o Barão Martoin.

— O quê? — Missha arfou.

— E-então você está dizendo que você realmente é da nobreza?

As bocas de todos se abriram em choque, mas Dwalkie fechou os olhos e continuou a falar. — Isso é meio verdadeiro. Sou filho do último Barão Martoin e de uma de suas criadas.

Um filho ilegítimo de uma família nobre. Esta história não era desconhecida para mim, já que tinha sido exposto a muitas novelas modernas. A história que se seguiu não foi muito diferente dessas.

— Porque eu era a desgraça da família, fui adotado pelo terceiro irmão mais novo da baronesa assim que nasci…meu pai adotivo, Tirva. Claro, isso foi apenas uma formalidade, e foi minha mãe quem realmente me criou. — Mesmo assim, o barão regularmente enviava-lhe dinheiro, e graças a isso, ele pôde aprender magia e crescer confortavelmente. Era uma história familiar complicada só de ouvir.

No entanto, o anão não parecia ter tempo para esperar pacientemente. — Então, o que isso tem a ver com deixar o grupo?

— Há um ano, meu pai, o Barão Martoin, faleceu. E meu segundo irmão assumiu seu lugar.

— Hmm, não o primeiro? — Brown interrompeu com uma pergunta.

— É isso mesmo — Dwalkie continuou francamente. — O segundo filho. Esse é o problema.

— Não entendo, prrr que isso é um problema?

— Após a morte do barão, muitas outras pessoas morreram, desde o primeiro filho até muitos outros na linha de sucessão… — Aquelas palavras foram explicação suficiente para determinar que a causa desse incidente foi uma luta pelo poder sangrenta por parte do Barão Martoin. — Foi meu segundo irmão quem enviou os Mozlan.

— Faz sentido. Talvez como um aviso: viva uma vida tranquila como sempre viveu — sugeri.

— Mas por que agora?

— Acho que meu envolvimento como explorador o incomodou. Tenho aprendido muita magia ultimamente também… Ele deve ter ficado preocupado porque há até uma pessoa famosa em minha equipe.

“Ah, uh… hum… Você está me culpando agora?”

Honestamente, aquilo era meio exagerado, mas resumi a história de Dwalkie. — De qualquer forma, isso significa que você não pode mais entrar no labirinto porque tem medo do seu segundo irmão?

— Você realmente… não sabe ser sutil. Você não está errado. Mas não importa o que eu queira, as coisas seriam as mesmas de qualquer maneira.

— O que você quer dizer com isso?

— Em vez de me punir por insultar um nobre, eles me retiraram o acesso ao labirinto. — Em outras palavras, mesmo que ele quisesse trabalhar conosco, não havia mais como fazer isso.

— Bjorn, não há outro jeito? — Os olhos sinceros de Hikurod e Missha se voltaram para mim.

Fechei os olhos silenciosamente. Em vez de procurar a resposta para um problema que não podia ser resolvido, pensei em que dia era hoje.

“Que dor de cabeça.”

Nove dias até que o labirinto abrisse novamente. Será que eu conseguiria encontrar um novo membro para o grupo até então? Honestamente, nada na minha vida era fácil. — Por enquanto, vamos refletir sobre este problema individualmente, e então nos encontraremos novamente amanhã para discuti-lo.

— Sim, tenho certeza de que nem mesmo você conseguirá elaborar um plano de ação imediatamente. Vamos fazer isso.

Depois de marcar nossa próxima reunião, nos separamos. Hikurod e Dwalkie decidiram tomar uma bebida em um lugar tranquilo, e Rotmiller foi para casa. Decidi ir para a biblioteca.

— Hein? Você vai para a biblioteca? — perguntou Missha.

— Tenho negócios com a bibliotecária de ontem.

— …A essa hora?

— Se eu me apressar, chegarei antes de fechar.

— Entendi… q-quer que eu vá com você?

O que essa criança está falando? — Está tudo bem. Vá descansar.

— Não é como se eu tivesse algo para fazer em casa…

— O que você quer dizer? Se tem tempo livre, treine com suas espadas mais uma vez. Você enrolou o dia todo hoje.

Depois de dispensar Missha, que tentou insistir em me seguir, fui apressadamente para a biblioteca. Originalmente, eu havia planejado descansar bem hoje e ir amanhã, mas houve uma mudança de planos.

 


 

— Parsyt… — Quando cheguei à biblioteca, a bibliotecária estava prestes a lançar mecanicamente seu feitiço em mim quando ela recuou. — Você é…

— Já que estamos nesse assunto, nunca me apresentei formalmente. Sou Bjorn, filho de Yandel.

— …É claro que sei seu nome.

Isso era justo. De qualquer forma, depois dessa pequena conversa, houve silêncio. Eu sempre me sentia desconfortável perto dela.

— …Estamos fechando em breve. Você vai entrar?

— Não, não vim para ler hoje.

— Então…?

Como eu deveria explicar minha situação? Depois de pensar por um tempo, fui direto ao ponto, como um bárbaro. — Ragna Litaniel Peprok.

— Você não precisa me chamar pelo meu nome completo.

— Ragna, em que nível você está como maga? — Perguntei casualmente, mas não houve resposta por um tempo. A expressão em seu rosto parecia perguntar: ‘Que tipo de grosseria é essa?’ Na verdade, a Raven também ficou irritada com essa pergunta.

— Deixe-me perguntar primeiro: por que a curiosidade repentina sobre isso? — Ragna perguntou calmamente, aparentemente sendo um tipo mais brando que a Raven.

Respondi honestamente. — Aconteceu algo e o mago da minha equipe não pode entrar no labirinto. Quero saber se você poderia interromper seu trabalho aqui e ir para o labirinto comi…

— Eu recuso.

“Uh-huh, então é uma rejeição.” Com sua recusa resoluta, eu deixei de lado minhas inibições. — Entendi. Se seu nível é tão baixo que você não pode entrar no labirinto, não há nada que possa fazer.

— …Quando eu disse isso?

— Então você é habilidosa o suficiente.

Percebendo que eu estava testando-a, Ragna parou no meio de ficar zangada e colocou uma expressão neutra no rosto. — Porque… você está curioso sobre minhas habilidades?

— …Do que você está falando? De qualquer forma, essa conversa termina aqui. Se você não quer, não posso fazer nada. — Mudei de assunto. — Então, o que é? Shavin Emoor me disse que você teria algo preparado para mim.

— …Como é? Algo preparado para você? — Ragna franziu o cenho como se fosse a primeira vez que ouvia isso, depois colocou uma mão na testa enquanto tentava entender o que estava acontecendo. — Ha… é isso que ela disse?

— Fale de uma maneira que eu possa entender.

— Estou te avisando antecipadamente para não interpretar errado. — Ragna confessou sua situação real apenas depois que prometi não entendê-la mal. — Shavin disse que sua posição no departamento aumentou graças a você. Então ela pediu meu conselho sobre uma maneira de retribuir a você, e… eu disse a ela que você gosta de ler livros.

— E?

— Foi só isso. De repente, ela mencionou que eu devia algo a ela e me pediu para pagar a você em vez disso. Então isso não vem de mim, mas da Shavin. Você entende?

— …Entendi.

Em resumo, ela tinha algo para mim, embora eu não soubesse por que ela estava se esforçando tanto para enfatizar que não vinha dela. Se fosse comigo, eu me daria mais crédito.

— Você realmente me entendeu corretamente?

— Entendi. Então, qual é o presente?

— É um livro.

— …Um livro?

Quando eu inclinei a cabeça, Ragna fechou os olhos e recitou um feitiço. — Bierdo Parsytiev.

Quando o feitiço foi concluído, meu corpo brilhou com uma luz dourada deslumbrante. O encanto era até um pouco diferente do habitual. — O que é isso?

Diante da minha pergunta, Ragna explicou detalhadamente, algo incomum para ela. — Há livros de alta segurança nesta biblioteca que não respondem à magia de reconhecimento normal de livros.

— …Eu não sabia que algo assim estava escondido aqui.

— Originalmente, acessá-los era um privilégio concedido apenas a nobres ou a alguns poucos com permissão.

Um tipo de biblioteca secreta para o estabelecimento. Senti como se tivesse recebido um presente inesperado e fiquei atordoado. — Está tudo bem para você me conceder acesso a algo assim?

— Enquanto você não sair contando para todo mundo, não será um problema. De qualquer forma, desde… que assumi como bibliotecária, só usei este feitiço algumas vezes. — Quando Ragna continuou, sua voz estava ligeiramente melancólica. — Quem se interessaria por este lugar?

Eu estava começando a ficar curioso sobre a história dela também.

 


 

Click, clac.

Na biblioteca vazia, com apenas o som dos sapatos ecoando pelo silêncio, eu estava lendo um livro graças ao gesto atencioso da Ragna.

— …Nesse caso. por que você veio tão tarde? Hah. tudo bem. Vou permitir apenas por hoje.

Quando era hora de fechar, todos os visitantes eram expulsos, mas Ragna permitiu que eu permanecesse até que os livros fossem todos organizados. Isso parecia um pouco estranho, como se eu tivesse entrado em uma área apenas para pessoas autorizadas.

Click, clac.

Deixei o livro que estava lendo de lado por um momento e olhei para Ragna.

“Estava me perguntando como ela organizava esse lugar. Acho que tudo é feito por magia.”

Os livros se encaixavam nos espaços vazios das estantes sempre que ela movia sua varinha um pouquinho. De repente, me perguntei se eles estavam indo para os lugares certos, mas… Pensando bem, os livros nesta biblioteca não precisavam estar em um lugar específico, já que a magia permitia encontrar os livros que você queria.

Espera. — Ragna?

— Diga.

— Quando nos conhecemos, você não me disse para colocar todos os livros que eu lia em seus lugares originais?

— Eu costumo dizer isso quando estou com preguiça de dar uma explicação detalhada. Já que é mágica, há muitas pessoas que fazem perguntas desnecessárias.

— …Entendi.

Aquelas foram palavras muito cruéis para um bárbaro, mas não deixei transparecer e continuei lendo. O alto nível de segurança dos livros era óbvio apenas pelo conteúdo.

“Gráfico Organizacional de Rafdonia”

Havia livros tratando das instituições públicas nesta cidade, descrevendo grupos que incluíam o Ministério de Segurança… ou seja, caçadores de espíritos malignos.

“Mundo dos Espíritos Malignos”

Alguns livros até tratavam dos Caça-Fantasmas em profundidade. Este livro falava de um agente que havia entrado em sua dimensão espiritual e voltado meio-morto.

“Com um sistema assim em vigor, eu não estaria em perigo.”

Graças a isso, agora estava convencido de que poderia tomar a pílula em minha posse quando o momento certo chegasse. Mudei meu foco para outro livro. Mas assim que terminei um e estava prestes a começar o próximo, minhas mãos congelaram ao ler o título.

“O Livro Completo das Fendas II”

Não era esse o nome do livro que a Raven havia mencionado? Abri rapidamente a primeira página para verificar o conteúdo e logo entendi por que ela havia agido daquela maneira.

“…Entendo por que ela estava tão obcecada.”

Era uma espécie de livro de estratégia. Todas as informações ocultas que eu havia descoberto através de inúmeras experiências e truques enquanto jogava o jogo estavam escritas ali, embora apenas quatro fendas fossem descritas devido às limitações físicas do livro.

“Isso deve ser um tesouro para as pessoas aqui.”

O conteúdo estava tão perfeitamente delineado que nem mesmo eu conseguia ver lacunas a serem preenchidas. E como essa cópia estava tão bem conservada, ao contrário da suposição de Raven de que o livro havia sido escrito por uma fonte anônima, o nome do autor também estava escrito na última página.

— Auril Gavis…? — Sem perceber, li o nome em voz alta e imediatamente congelei como uma estátua.

“Merda. Por que o nome desse bastardo está aqui?”

Auril Gavis era o nome do criador de Dungeon and Stone.

Capítulo 87: Barão Martoin (3/4)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

Auril Gavis era o pseudônimo do criador, que sempre aparecia no rodapé da janela de carregamento. Bem, eu não sabia se era um pseudônimo ou um nome real, mas de qualquer forma.

“Por que esse nome…”

Foi um pouco inesperado, mas havia duas possibilidades para isso. O ‘Livro Completo das Fendas II’ havia sido escrito por um jogador, ou pelo próprio Auril. A ideia de que poderia ser este último me deixou inquieto. No mínimo, isso significava que os criadores do jogo estavam intimamente ligados aos eventos que levaram ao despertar neste corpo.

“Esse bastardo realmente é algum tipo de ser divino?”

De qualquer forma, obter essa pista foi um bom sinal. Auril Gavis. Se eu seguir esse nome cuidadosamente, um dia conseguirei descobrir um caminho de volta para casa. Embora, novamente, eu ainda não soubesse de nada. Nem mesmo sabia se alcançar o último andar e abrir a porta para o Abismo novamente era a chave para retornar.

“Perguntar descuidadamente por aí terminará em derramamento de sangue, então devo investigar isso cuidadosamente.”

Com esse pensamento em mente, li o livro atentamente. Não consegui nenhum resultado concreto com isso. A única coisa na página de trás era a assinatura do suposto autor … nem mesmo o ano em que o livro foi escrito estava lá. Depois de confirmar que Ragna não estava por perto, arranquei apenas o canto de uma folha e o coloquei na minha bolsa.

“Se eu conseguir descobrir em que ano este livro foi feito, será uma grande…”

Espera, já é de manhã? Cortei meus pensamentos ali e me levantei da minha cadeira. Quando me dirigi à mesa, vi Ragna cochilando. Assim que estava prestes a cobri-la com o cobertor ao lado dela, ela acordou com o som. — Mm.

— Por que você não me disse? Se eu soubesse que tanto tempo havia passado, teria saído mais cedo.

— Não entenda errado. Eu só estava fazendo uma pausa porque estava demorando um pouco mais para organizar os livros do que o esperado.

Um pouco mais? Já estava quase na hora de abrir.

— É verdade. Não entenda mal.

— …Tudo bem.

Como ela insistiu, apenas assenti e saí da biblioteca. Antes de abrir a porta, olhei para trás e a vi se esticando com uma expressão cansada no rosto.

— O que você está fazendo? Não vai embora? — ela perguntou.

Talvez ela fosse realmente uma pessoa legal?

 


 

Já era de manhã, então apenas comecei o dia. Eu era um bárbaro no fim das contas, então não fazia diferença se eu lavasse o rosto ou não.

“Mas ainda preciso comer primeiro.”

Fui para qualquer restaurante próximo que estivesse aberto, fiz uma refeição rápida e segui direto para a Torre Mágica.

— O que você está fazendo aqui tão cedo, Sr. Yandel? — Raven perguntou.

— Vim te perguntar algo.

— Bem, apresse-se. Estou cansada.

— Há uma vaga para um mago em nossa equipe, e eu queria saber se você poderia se juntar…

Clique.

Ela fechou a porta.

“Merda, se você não quiser, é só dizer.”

Outro fracasso. De qualquer forma, eu não esperava que ela concordasse. — Espera! Eu tenho outro favor a pedir! — gritei apressadamente.

Enquanto batia na porta, ela se abriu com um rangido. — Outro favor?

— Eu quero saber quando este papel foi feito.

— Hmm? Deixe-me ver. — Raven inspecionou cuidadosamente o pedaço de papel que eu entreguei com evidente curiosidade, mas não encontrou nada interessante nele. — Não seria impossível, mas por que você quer saber?

— Você não pode simplesmente fazer isso?

— Bem, tudo bem. Mas não farei isso de graça … terei que receber algo em troca… — Raven parou e continuou quando pensou em algo apropriado. — Meus superiores estão muito interessados em você, então vá ajudá-los com suas pesquisas. Eles vêm me incomodando com isso há um tempo.

“Você está me dizendo para confiar meu corpo àqueles pervertidos agora?”

— …Apenas uma vez?

— Sim, não é um favor tão difícil. Terei a análise deste papel feita até sua visita na próxima semana. Ah! Certo. E não venha me procurar tão cedo se puder evitar.

— …Tudo bem.

Quando terminei meus negócios e saí da torre, já eram 9 horas da manhã. Era um pouco cedo, mas não havia nada a fazer, então fui para o local de encontro, um bar. Para minha surpresa, alguém já havia chegado antes de mim.

— Bjorrrn! Nyah! Fui até a sua pousada e você não estava lá! — exclamou Missha.

— Oh, eu estava na biblioteca.

— N-Nyah? A noite toda…? Foi isso que você quis dizer com ‘negócios’?

— Do que você está falando? Eu estava lendo graças à generosidade da Ragna. — Eu só falei a verdade, mas Missha me lançou um olhar duvidoso. Não era como se ela fosse minha mãe…

— Isso é verrrdade…?

— Por que eu mentiria para você?

— Isso é… Tá certo, ok. — Surpreendentemente, quando olhei diretamente nos olhos dela e disse isso, ela aceitou prontamente minha explicação. Um bom filho não mentiria … era essa a impressão que ela estava tendo? De qualquer forma, quando me sentei ao lado dela, Missha me entregou a bebida que estava tomando. — Beba um pouco disso. É feito de uma fruta chamada tomate e tem um saborrr muito interessante!

Você nem lembra quem te deu esse suco ontem? Mas isso me lembrou de algo. — Antes disso, o que você queria me dizer ontem? — Julgando pelo tom dela, parecia que ela ia dizer algo importante, mas porque Hans B interrompeu, eu não consegui ouvir o resto.

— Huh? Do que você está falando?

— Você não se lembra?

— Uh, uh… Será que eu falei alguma besteira? — Dada a expressão inocente nos olhos dela, parecia que ela realmente estava tão bêbada a ponto de não se lembrar. Eu até perguntei se havia algo que ela tinha a intenção de me dizer, mas nada veio disso também.

— Huh? Eu não tenho nada assim.

— Entendi.

— …Você está bravo?

— Não. — Havia duas maneiras de deixar alguém com raiva, mas eu não ficava bravo com coisas assim. Não era como se fosse culpa dela. Depois disso, enquanto estava passando o tempo usando o bar tranquilo como um café, os outros chegaram.

— Oh, vocês chegaram aqui primeiro?

— Desculpe, todos vocês tiveram que vir aqui tão cedo por minha causa…

Como sempre, Hikurod e Dwalkie apareceram juntos. Esperamos por um tempo, e então Rotmiller chegou pontualmente. A reunião começou. O tópico era, é claro, como se livrar da proibição de Dwalkie de entrar no labirinto.

— Então me avisem se tiverem alguma ideia. Primeiro… Sim, Bjorn, vamos começar com você.

Uh, eu primeiro? Isso era bastante angustiante, mas fiz minha apresentação francamente e de forma concisa. — Acho que seria melhor encontrar um novo membro para o grupo.

— …O quê?

— É claro, encontrar um mago parece irrealista. Eu sugeri para outros dois magos, mas eles recusaram a oferta.

— …O-O que você está dizendo? Você já falou com outros magos?

— Há algum problema? — Perguntei confiante. Hikurod pode ter ficado triste por eu estar tentando encontrar qualquer solução possível, mas a diferença entre egoísmo e altruísmo era sempre uma linha tênue. Eu só estava presumindo o pior e tentando encontrar uma alternativa realista para o time. — Um de nós tinha que dizer. Não é assim, Rotmiller?

— Isso… é verdade. — Quando o chamei para dar uma opinião, Rotmiller assentiu com uma expressão bastante desconfortável.

Com isso, o anão ficou mais calmo.

— M-Murad! Estou bem, então não fique assim. Bjorn não disse nada de errado, né? — Quando até Dwalkie concordou, Hikurod fechou a boca.

Missha levantou a mão animadamente como se quisesse dissipar a tensão. — E-Então eu vou a seguir!

— V-Vá em frente, Senhorita Karlstein.

É claro, não era nada que eu precisasse ouvir genuinamente. — Eu pesquisei e ouvi dizerrr que os Mozlan são fracos contra subornos. E se arrecadarmos algum dinheiro e tentarmos?

Solicitando subornos com esse tom inocente. Não havia dúvida de que o Barão Martoin ou seja lá qual fosse o nome dele deveria ter oferecido dinheiro aos Mozlan para cuidar de Dwalkie também.

— Senhorita Karlstein, os Mozlan nunca fazem negócios com pessoas que não são nobres — explicou Brown.

Os Mozlan excluíam completamente os plebeus. Embora a maioria deles não tivesse títulos… Não, ao contrário, isso provavelmente era o motivo pelo qual isso era o último ponto de orgulho deles.

— É sério…? Eu não sabia disso. Então, Rotmiller, você vai a seguir. — Missha passou, envergonhada.

Como era a opinião de Rotmiller desta vez, eu também esperei ouvi-lo. — Para ser honesto, não sei como conseguir o que você quer de um nobre… especialmente um com título. Me desculpe… — Parecia que Rotmiller também não tinha encontrado uma solução adequada.

Entretanto, ao contrário do que aconteceu comigo antes, Hikurod suspirou e consolou-o. — Como poderia isso ser sua culpa? Na verdade… é apenas natural.

“Então por que você me olhou com raiva?”

Enquanto eu resmungava internamente, o anão abriu a boca para dar sua própria sugestão. — Então eu queria perguntar… Na noite passada, Dwalkie e eu nos reunimos.

— Vá direto ao ponto.

— Eu me pergunto se devemos ir falar com o Barão Martoin pessoalmente.

Em outras palavras, um confronto cara a cara. Mas havia um problema sério aqui. — Como vocês vão se encontrar com ele?

A maioria dos nobres vivia no Setor Um, a capital de Karnon. Essa área nem mesmo era acessível para aventureiros de baixo nível como nós. Uma conversa? Nós vivíamos em dois mundos diferentes para começar.

No entanto, parecia que Hikurod já havia elaborado um plano detalhado. — Há uma casa de chá que o Barão Martoin visita regularmente. Se esperarmos por ele lá, com certeza poderemos encontrá-lo.

Bem, nesse caso, isso definitivamente não era uma má ideia. O problema era que o barão provavelmente não mudaria de ideia. Mas não havia nada a perder em tentar. — Então não há problema com isso. Vocês dois vão.

— Q-Que tipo de reação fria é essa! Venha conosco! — insistiu Hikurod.

Do que ele estava falando? — Vocês estão indo lá apenas para implorar, na melhor das hipóteses. Por que todos nós deveríamos ir?

— …Precisamos de coragem! O oponente é um homem da nobreza!

Diante do meu comando para resolverem sozinhos, o anão começou a resmungar. Eu já estava suspirando com essa reação sem esperança, mas considerando tudo pelo que passamos juntos, comecei a avaliar os benefícios práticos disso.

“Encontrar um novo mago com apenas nove dias restantes seria irracional…”

Mesmo que fôssemos capazes de encontrar alguém, independentemente de seu trabalho na cidade, se não fosse alguém com a cabeça no lugar, isso só nos traria problemas. Ainda era melhor para Dwalkie permanecer neste time.

“E se enviarmos apenas os dois, eles não conseguirão dizer nada e causarão mais problemas. Não importa como eu olhe para isso, parece que só temos uma chance se eu for eu mesmo. Mas… Eu realmente não quero ir encontrar um nobre.”

A regra de ouro no jogo sempre foi evitar se envolver com nobres o máximo possível, já que nenhum deles era são.

— Não importa como isso terminar, eu darei trezentas mil pedras a vocês três! Por pessoa! — ofereceu Hikurod.

Hmmm, isso era um pouco tentador. Se houvesse motivações além de lealdade em jogo, não haveria ninguém que eu não pudesse encontrar, mesmo um nobre. — Se for esse o caso, não faria mal encontrá-lo.

— Mesmo? — Com minha aceitação, o rosto de Hikurod notavelmente se iluminou.

No entanto, em vez de ser arrastado por suas táticas, eu calmamente perguntei o que precisava saber. — Então, quando podemos ir?

Este homem pode ser nobre, mas este não é um mundo onde você pode simplesmente matar alguém por capricho, especialmente um respeitado aventureiro. De qualquer forma, este encontro não representaria uma ameaça séria, mas ainda seria a primeira vez que veria um verdadeiro nobre desde que acordei neste corpo. Também queria tempo para me preparar.

— H-Hoje.

— Quê…?

— S-Se não for hoje, ele não visitará essa casa de chá novamente até o próximo mês.

Ah, não é de se admirar que eu quisesse recusar. Ainda assim, eu tinha concordado em fazer isso, então perguntei sobre as outras coisas uma a uma: qual era a idade do barão, se ele era realmente um homem, se havia algo que ele não gostasse e qualquer outra coisa que eu precisasse saber. O tempo passou rapidamente enquanto eu me familiarizava com tudo isso.

— V-Vamos — disse Hikurod. — Se queremos fingir que nos encontramos com ele por coincidência como você disse, devemos estar lá antecipadamente!

As visitas do barão à casa de chá geralmente aconteciam entre três e quatro da tarde, então chegamos à casa de chá às duas e esperamos por sua chegada. Quanto tempo havia passado desde então?

Dwalkie apontou de repente. — A-Aquele homem é meu segundo irmão mais velho.

O Barão Martoin apareceu com seus assistentes. Aparentemente, ele visitava a loja pessoalmente para saborear chá feito diretamente pelo proprietário. Se ele entrasse nas salas privadas, não haveria tempo para conversar, então rapidamente me levantei e assumi a liderança.

— Quem vem lá? — Quando me aproximei, um gigantesco cavaleiro bloqueou meu caminho.

Conforme planejado, Dwalkie deu um passo à frente. — B-Barão Martoin! Sou eu! Riol Warb Dwalkie! Por favor, ouça-me apenas desta vez! — Dwalkie se prostrou no chão para mostrar submissão, como eu havia aconselhado.

Com isso, o interesse do barão se desviou do dono da casa de chá para o Dwalkie. Sua reação foi completamente diferente do que esperávamos. — Dwalkie…? Este nome me é familiar. — Seus murmúrios sugeriam que ele nem sequer conseguia se lembrar de quem era Dwalkie.

Um homem que parecia um mordomo sussurrou em seu ouvido. — A família Dwalkie é a família da terceira esposa do antigo barão, Karlina.

— Ahh, é verdade! Então, qual é o negócio dele comigo?

— E-Eu… é-é só que… — Ao contrário do que eu havia planejado, Dwalkie lutava para pronunciar as palavras desde o início.

Era mais cedo do que eu esperava, mas era minha vez de avançar. — Prazer em conhecê-lo. Sou Bjorn, filho de Yandel.

Nobre ou não, falei com orgulho. Se eu fosse de uma raça diferente, só isso já resultaria em uma acusação de desprezo pela nobreza, mas um bárbaro grande e valioso era uma exceção. No passado, meus ancestrais haviam realizado algo muito impressionante e haviam recebido tais concessões do rei.

Felizmente, o barão pareceu interessado. — Faz um tempo desde que falei com um bárbaro. É sempre um sentimento estranho. — Verdade, quando alguém como ele encontraria um bárbaro que falaria tão casualmente? — Então, qual é o seu negócio comigo?

— Depois que ele foi arrastado pelos Mozlan ontem, esse cara foi banido de entrar no labirinto.

— Que infeliz. Mas por que você está me dizendo isso?

“Porque você foi quem os ordenou fazer isso. O que é isso? Por que você parece não ter ideia do que estou falando?”

No começo, pensei que ele estava apenas fingindo, mas nesse ponto, eu também estava começando a duvidar. Nesse momento, o mordomo sussurrou no ouvido do barão novamente.

— Hmm, um bastardo? Havia uma coisa dessas? Entendo. Foi você quem fez isso…

— Sim, meu senhor. Não achei que fosse algo para te incomodar.

— Bom trabalho. Algo tão trivial seria uma perda de tempo para aprender.

Agora eu estava vendo que o barão não sabia de nada disso. Parecia que o mordomo tinha cuidado de tudo.

— Algo… tão trivial? — murmurou Dwalkie. Apesar de seu choque, se você olhasse apenas para o resultado, isso não era tão ruim. Significava que a possibilidade de alcançarmos nosso objetivo havia aumentado, desde que a outra parte considerasse esse assunto como insignificante.

— Poderia você possivelmente retirar o banimento de entrada no labirinto? — perguntei.

— Hmm, por que eu faria isso? — O barão inclinou a cabeça como se não entendesse. O que era irritante aqui era que eu não sentia nenhuma malícia vinda dele. Sua forma de pensar era apenas completamente diferente da nossa.

“Este maldito nobre esnobe…”

Enquanto eu estava amaldiçoando internamente o barão e pensando no que fazer em seguida, o mordomo sussurrou em seu ouvido mais uma vez. Não tinha certeza de como ele estava fazendo isso, mas mais uma vez, eu não conseguia ouvir uma única coisa. Ainda assim, eu tinha uma ideia aproximada do que ele estava dizendo.

— Huh? O que você disse? Esse é aquele bárbaro?

— Sim, meu senhor.

— Huh, Pequeno Balkan… ouvi falar desse nome. Em um banquete dois dias atrás, o conde mencionou que um aventureiro interessante havia aparecido. — O barão me olhou de uma maneira completamente diferente da anterior. Como se tivesse descoberto um brinquedo interessante, seus olhos estavam cheios de vida. — Você disse que seu nome é Bjorn? Se eu conceder seu pedido, você pode me fazer um favor?

“Ah, uh… hm… Eu não esperava que isso acontecesse…”

— Não é um grande favor. Além disso, oferecerei uma recompensa adequada por isso! O que acha?

De alguma forma, recebi minha segunda missão.

Capítulo 88: Barão Martoin (4/4)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

A essência do pedido do barão era simples. Em dois meses, algum conde estava organizando um grande banquete. Tudo o que eu tinha que fazer era acompanhá-lo lá.

— É só isso…?

— Hmm, e também quero que você faça alguns truques na frente das pessoas. Algo como dobrar aço com as suas próprias mãos. — Em resumo, ele ia me usar como adorno para se destacar no banquete. — Você consegue fazer isso?

“Bem, o que você acha que um bárbaro diria?”

— Consigo, claro — concordei.

— Tudo bem, então.

A recompensa era de um milhão de pedras e o fim da proibição de Dwalkie. Uau, os nobres eram assim mesmo? Só de imaginar que ele gastaria tanto dinheiro só para me exibir para as pessoas.

“Bem, tudo o que tenho que fazer é coletar as migalhas.”

Mesmo que não fosse pelo problema de Dwalkie, era um bom negócio. Um milhão de pedras para entretê-lo por um único dia? O pedido fedorento dos esgotos tinha sido de 150.000 pedras.

— Hmm, ótimo. Então vou resolver o problema do seu amigo imediatamente. Pense nisso como um favor a você. — O barão até foi caridoso o suficiente para resolver o problema de Dwalkie primeiro. Fiquei imaginando o que ele planejava fazer se eu não cumprisse minha promessa.

“Nobres são entidades que não precisam se preocupar com coisas assim.”

Mais uma vez, senti que ainda tinha muito a percorrer. Eu havia criado uma certa proteção para mim mesmo e até ganhado uma reputação decente.

“Mas terei que elaborar um plano para isso em breve também.”

Eu precisava de poder, assim como no jogo. Desde que acordei neste lugar, descobri que os eventos que ameaçavam minha vida não aconteciam apenas no labirinto.

 


 

Na manhã seguinte, nos reunimos no nosso ponto de encontro novamente para verificar se o Dwalkie havia recebido permissão para entrar no labirinto.

— Como foi? O barão cumpriu a prrromessa?

— Quando verifiquei hoje, disseram que não havia problema — respondeu Dwalkie.

— Mas por que você não parece feliz?

— Haha, não é nada…

Nada, minha bunda. Será que foi um choque tão grande que seu meio-irmão, o Barão Martoin, nem sequer conseguia se lembrar dele direito, quanto mais prestar atenção nele? Desde ontem, Dwalkie estava completamente fora de si, embora tentasse não mostrar.

— Whew… — Ele ficava perdido em pensamentos várias vezes ao dia e suspirava profundamente. Esperava que ele voltasse à razão antes que o labirinto se abrisse novamente.

— Oh, antes que eu me esqueça, pegue isso. É a recompensa que eu prometi. — Hikurod me ofereceu trezentas mil pedras.

— Recompensa?

— Vocês vieram conosco enfrentar o barão.

— Nyah! Está tudo bem, somos uma equipe.

— Eu não fui lá procurando uma recompensa — acrescentou Rotmiller. — Além disso, enfrentamos o barão pelo bem do grupo.

Decidi não aceitar. Os outros dois haviam recusado o dinheiro, então seria estranho aceitá-lo.

“Não é como se eu precisasse de trezentas mil pedras com urgência de qualquer maneira.”

Seria melhor guardar isso como um ‘favor’ para depois. Se continuássemos entrando no labirinto juntos, haveriam mais trocas e também momentos em que cada um teria que ceder.

— De qualquer forma, obrigado — disse Hikurod para mim. — Não deve ter sido fácil abandonar seu orgulho como guerreiro.

Uh, bem… Para ser honesto, ouvir isso só me deixou constrangido. Um milhão de pedras era dinheiro demais para se preocupar com autoestima.

— Nunca esquecerei disso e vou pagar todos vocês de volta — prometeu Dwalkie.

— Por que você pagaria de volta? Bjorn, certamente pagarei essa dívida em dez vezes. — interrompeu Hikurod.

— Qualquer um de vocês está bom, então vocês podem resolver isso — eu disse.

— Hehe, Bjorrrn está com vergonha! — riu Missha.

“Não, estou falando sério.”

 


 

Faltavam oito dias para o labirinto abrir. O que eu tinha feito até agora era simples. Além das rotinas diárias, como ajudar Missha a treinar e ler os livros escondidos na biblioteca, descobri o ano em que O Livro Completo de Presentes II foi impresso.

— O papel foi feito há 150 anos. — Era apenas uma folha de papel simples que tinha sido o padrão para impressão naquela época.

“Hã, o que diabos aconteceu há 150 anos?”

Foi o mesmo ano em que o jogo começou, o ano em que o primeiro rei de uma dinastia morreu, e até o ano em que este livro foi feito. Muitos pontos de interrogação surgiram exatamente há 150 anos.

“Tenho certeza de que isso não é uma coincidência.”

Os eventos acima estavam de alguma forma relacionados. Isso era tudo o que eu tinha descoberto até agora, mas ainda eram motivação suficiente para seguir em frente.

“Terei que pesquisar os eventos históricos de 150 anos atrás.”

Quem trouxe os jogadores aqui? Qual era o objetivo deles, e quem diabos era Auril Gavis? Se eu continuar coletando pistas, talvez consiga descobrir a verdade um dia. De qualquer forma, vamos para o próximo.

— Uh, uh… você quer fazer aquilo? Não que eu não queira, é só um pouco repentino…

Abri uma conta no Banco Alminus com a Missha e designamos um ao outro como beneficiários em caso de morte. No futuro, planejava colocar parte do dinheiro que ganhássemos juntos nesta conta e usá-lo como fundos compartilhados.

— Nesse caso, vou colocar os dois milhões de pedras que ganhamos este mês aqui.

— Ehh? Tudo isso?

— Não estamos usando agora, certo?

— Ugh… Você tem certeza de que não está tentando usarrr para algo estranho sem que eu saiba?

— Que tipo de pessoa você acha que eu sou?

Decidi colocar dois milhões de pedras na conta e manter as novecentas mil restantes em dinheiro. Não tinha um lugar para usá-las agora. Além disso, os dias de malabarismo para sobreviver a cada mês tinham acabado. Já era hora de começar a economizar.

— Você… Bjorn, filho de Yandel?!

Ah, e isso aconteceu. Enquanto caminhava pela rua, reencontrei por acaso um dos meus colegas bárbaros. Seu nome era Karak, o terceiro filho de Fanun. Não fizemos nada, apenas nos cumprimentamos e perguntamos o que estava acontecendo, e cada um seguiu seu caminho. Aparentemente, ele se tornou um aventureiro de oitavo nível e estava trabalhando como tanque em um grupo de humanos.

— O que os outros estão fazendo? A maioria morreu. Além de você, Ainar e eu, não há muitos sobrando. Como você sabe, o labirinto não é um parquinho de diversões. — Desde que se uniu a esses humanos, sua personalidade mudou bastante. Tenho quase certeza de que ele costumava ser mais simplório. — Se eles tivessem nos contado mais sobre o lugar em vez de se apegar às antigas tradições, não teríamos perdido tantos…

Enquanto o observava expressar amargura em relação aos costumes da nossa raça, até mesmo momentaneamente me perguntei se ele era verdadeiramente um guerreiro bárbaro. Para ser honesto, fiquei triste em ouvir tudo isso. Muitas coisas devem ter acontecido para que um cara que costumava ser um guerreiro até o núcleo mudasse assim.

“Acho que nem todos os bárbaros são iguais.”

Graças a isso, aprendi algo novo: os bárbaros podem crescer psicologicamente. Eles podem ser fracos em palavras e números, mas com uma mudança de ambiente, podem ganhar sabedoria.

“…Podem até haver alguns anciões cujas personalidades são quase como as dos humanos.”

— Bjorrrn, no que você está pensando?

— Nada. — Interrompi meu devaneio com a voz da Missha. O tempo todo, ela estava trabalhando duro no fogão para preparar uma refeição para mim, enquanto eu estava ali pensando sem rumo.

— Ei, Bjorrrn… acho que você ficou mais alto?

— O quê?

— Talvez eu esteja errada. Fique aqui por um segundo!

“…Eu preferia ficar comendo.”

Mas mesmo assim parei no meio da refeição e medi a minha altura. Missha levou a mão da parte de cima da sua cabeça até o meu peito e assentiu. — Eu estava certa, você crrresceu! Mais ou menos isso?

— Você tem certeza de que não está enganada? — Era honestamente difícil de acreditar. Além do fato de eu poder crescer até aqui, a diferença era menor que meio centímetro, então como ela poderia saber disso?

— Hmm, tenho olhos bons para esse tipo de coisa. Você pode confiarrr em mim.

— …Se você diz. — Em vez de discutir, apenas assenti. Talvez eu realmente tenha crescido. Eu estava comendo muitos pratos de carne ultimamente.

“…Se eu realmente cresci, isso significa que devo comer mais carne no futuro?”

Se for verdade, valerá a pena. Eu era geneticamente mais alto que a média, que era a razão decisiva pela qual eu usava um bárbaro como tanque em vez de um anão. O mecanismo de Gigantificação em si multiplicava a altura base.

“Para ser exato, era algo como 1.771 vezes o tamanho original do personagem.”

Essa era outra razão para comer carne.

— …Não coma só a carne, coma o resto também! Nyah!

Após a refeição, fiz uma inspeção na minha mochila para garantir que não tinha perdido nada, já que logo entraria no labirinto.

— Vamos Bjorrrn, os outros estarão esperando.

Quando nos dirigimos ao local de encontro combinado, pude ver nossos outros membros do grupo vestindo roupas diferentes do habitual. Hikurod não estava usando camisa, mas sim uma armadura pesada, e Dwalkie segurava um bastão longo de duas mãos.

— Oh, Rotmiller! Prrr que você não está com uma arma?

— Não se preocupe. Eu a coloquei no Cofre do Tesouro. Agora que estou acostumado, é mais conveniente retirar as coisas de vez em quando em vez de carregá-las por aí.

— Ah, entendi.

A habilidade do Mímico, Cofre do Tesouro: eu costumava pensar nisso como uma habilidade que substituía os sub-espaços, mas talvez fosse uma essência conveniente de muitas maneiras diferentes para o Rotmiller, que lidava com vários equipamentos como bestas, escudos e espadas.

— Vocês todos podem se juntar a mim? — Dwalkie perguntou. — Quero começar o vínculo.

Quando Dwalkie entoou um feitiço, uma luz verde se espalhou e penetrou em todos os nossos corpos. Era uma espécie de feitiço de formação de grupo. Era com essa magia que várias pessoas podiam entrar no labirinto e começar todas do mesmo local.

“No passado, Ainar e eu tivemos que esperar na frente da Guilda de manhã cedo…”

Percebi que havia uma razão para os aventureiros insistirem em ter um mago na equipe. Se você tivesse um, não precisaria esperar na fila na frente da Guilda logo de manhã cedo. Isso também vinha com vantagens monetárias significativas. Para cinco aventureiros com uma média de nível de 6,5 formarem um Vínculo, teríamos que pagar uma taxa de cem mil pedras.

— Então vamos lá.

Enquanto todos caminhávamos em direção à Praça da Dimensão, havia cada vez mais aventureiros na rua. Este era o tipo de cena que só podia ser vista na última noite de cada mês, já que no caminho de volta, todos sempre pareciam mendigos.

— Pare! Acho que estamos perdidos.

— Inacreditável! Temos que chegar ao labirinto dentro do tempo determinado!

Coincidentemente, encontrei os bárbaros novamente desta vez. Esses jovens guerreiros que acabaram de terminar sua cerimônia de passagem estavam indo para o labirinto, cheios de expectativa e entusiasmo.

— …Nos sigam. — Com o consentimento dos meus companheiros de equipe, eu os ajudei. Não era por um senso de responsabilidade para com a minha raça… apenas senti que deveria.

— Mesmo? Obrigado. Se você me disser o seu n…o quê! Bjorn, filho de Yandel?! Você é o Pequeno Balkan!? Eu te admiro!

Ignorando a reação exagerada dos jovens guerreiros, dei a eles todos os tipos de conselhos enquanto íamos para a Praça da Dimensão. Disse-lhes que o coração de um bárbaro valia um alto preço e que deveriam desconfiar de outros aventureiros… especialmente humanos. Eles deveriam adquirir companheiros de outras raças sempre que possível à noite. Cuidado com armadilhas e pegue os caminhos com luz, etc. … conhecimento que eu gostaria de ter tido em minha primeira viagem ao labirinto.

— Se eu fizer isso, posso me tornar um guerreiro famoso como você? — perguntou o líder.

“Bem, eu não sei sobre isso.”

— Claro que pode! — menti.

— Ohhh! Sério? Ok! Com certeza farei exatamente como você disse! — Seria melhor para eles dessa forma. Eles só podiam entender quando recebiam instruções simples.

O anão falou baixinho enquanto observava os jovens guerreiros indo em direção ao portal com meus conselhos em mente. — Você… é muito gentil com sua própria gente.

— Só fiz o que pude. Não é cruel aprender apenas por experiência?

— Hm, isso é verdade. Hahaha!

Depois de um pouco de conversa fiada, também seguimos para o centro da praça onde o portal havia se aberto.

Shaaaaaa!

Minha visão escureceu, e uma luz forte composta por cinco cores brilhou em meus olhos. De repente, os eventos do passado se desenrolaram diante de mim como um filme.

“Já é a quarta vez?”

Durante minha primeira missão, cheguei ao segundo andar eliminando inúmeros canalhas. Na segunda? Entrei na Fenda com a determinação de me tornar mais forte, mas aconteceu de ser uma Fenda Variante. As coisas só pioraram na minha próxima viagem. Um grupo foi formado, mas se separou no caminho. No final, o Lorde do Andar começou a se descontrolar, então só pude voltar depois de ultrapassar o limite do submundo.

Flash!

Esperava que nada acontecesse desta vez. O que poderia possivelmente acontecer? Descartei esses pensamentos antes mesmo que pudessem se formar completamente.

“Hah. Fico imaginando que filho da mãe vai aparecer desta vez.”

Não havia dúvida de que algo aconteceria desta vez também, então eu precisava estar preparado.

 


 

 


 

【Você entrou na Caverna de Cristal no primeiro andar.】

【DICA! Você atingiu o limite de essências que pode possuir atualmente. Cace novos monstros para evoluir!】

Capítulo 89: Jogador (1/5)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

— Nome. Hansu Lee. Idade. Vinte e nove anos. Após um mês de faltas injustificadas, sua empresa o relatou como desaparecido, hum? Tsk, e a família?

— Só a mãe dele. Quando ela ouviu a notícia, disse que não queria se envolver.

O homem que ouvia o relatório deu um gole em seu café. Este não era um caso particularmente único. Não era incomum as pessoas terem histórias familiares complicadas. — Então, Detetive Park. Por que este caso foi trazido para nossa equipe?

— Isso é porque… as imagens das câmeras de segurança mostram ele entrando na casa, mas não há sinais de que ele tenha saído dela. Todas as janelas estão trancadas também.

— Isso… é definitivamente suspeito.

O homem colocou o café de lado e começou a ler o relatório mais seriamente. Ele tinha visto todos os tipos de casos durante seus quinze anos de carreira como detetive, mas mesmo assim achou este muito incomum. Sem sinais de arrombamento, e nenhum dinheiro ou objetos de valor faltando. Todas as transações com cartão de crédito terminaram há um mês. Mais importante ainda, as roupas usadas pela pessoa desaparecida foram encontradas no quarto. A forma como estavam lá fazia parecer que ele não as havia tirado sozinho, mas como se seu corpo tivesse simplesmente desaparecido.

— Não sei que tipo de bastardo ele é, mas ele está completamente louco. — O detetive já tinha a sensação de que isso não era apenas um simples desaparecimento. Pode até ser um crime violento o suficiente para abalar a República da Coreia. — Você preservou a cena do crime? Faça uma solicitação para a perícia. Vamos ver o que a investigação deles revela primeiro.

Detetive Park hesitou por um momento diante das instruções do homem, então abriu a boca cuidadosamente. — Eu, Chefe… Antes disso, tenho algo que quero lhe mostrar.

“Por que não colocar isso no relatório?” O chefe questionou isso, mas quando ele assentiu, Detetive Park voltou com um monitor.

— Este é o monitor de computador encontrado no quarto da pessoa desaparecida.

— O quê? Por que você tem isso? Você não tirou isso do quarto, tirou? — O chefe levantou a voz, achando isso absurdo, mas quando notou algo, ficou atordoado. — Espere, Detetive Park, como o monitor ainda está ligado?

— …Não faço ideia.

Letras flutuavam no fundo preto do monitor, mesmo que os cabos conectando-o ao console principal, e até mesmo a linha de energia, não estivessem conectados. Ele até estava sendo atualizado com um som enquanto falavam.

Beep, beep, beep.

 


 

【A cerimônia de passagem foi concluída com sucesso】

【Novo equipamento foi equipado】

【Seu Nível Total de Equipamento aumentou em +12.】

【Bjorn Yandel】

 


 

O que eram essas letras que continuavam aparecendo na tela?

— Chefe, eu pesquisei um pouco e… houve casos semelhantes no exterior.

— No exterior?

Ainda não havia como eles saberem com certeza.

 


 

 


 

【O labirinto está fechado. Você foi transportado para Rafdonia】

 


 

A escuridão desapareceu e a luz ficou mais brilhante. Como de costume, inclinei minha cabeça para cima e pude ver o céu nublado. Soltei um longo suspiro.

“…Consegui voltar vivo desta vez também.”

Na verdade, dizer que acabei de voltar vivo não era exatamente verdade. Eu vivi cada dia em um estado de ansiedade, pensando que algo tinha que acontecer em breve, mas, como resultado, nada aconteceu, e duas vezes seguidas ainda por cima.

“Hmm, eu realmente achava que algo ia acontecer desta vez.”

Para ser honesto, eu ainda estava atordoado. Nossa expedição anterior tinha sido muito tranquila. Graças a um bom ponto de partida, chegamos ao Deserto de Pedra através do portal para o segundo andar conectado ao Distrito dos Gnomos em apenas nove horas. Eu não recebi nenhuma conquista de portal porque alguém já tinha passado por ele. No entanto, havia uma variedade de monstros de nono nível, como gnomo mutantes e kobolds na área, e vários de oitavo nível, incluindo golems de pedra.

 


 

【Você derrotou um Gnomo Corrompido. EXP +1】

【Você derrotou um Kobold Soldado de Escudo. EXP +1】

【Você derrotou um Golem de Pedra. EXP +2】

【Você derrotou um Megalith Soldado. EXP +2】

【Você derrotou um Homem-de-Areia…】

 


 

Mesmo que tenhamos caçado todos os tipos de monstros a meu pedido, conseguimos chegar ao terceiro andar no quarto dia.

“Foi a mesma coisa a caminho da Floresta da Bruxa.”

No oitavo dia, sem nenhum problema, chegamos ao centro da Floresta das Bruxas. O número de saqueadores que encontramos pelo caminho? Nem um único. Depois de entrar no quarto andar, A Torre dos Céus, não encontramos nenhum aventureiro.

 


 

【A provação foi concluída. Você escolheu as Escadas da Coragem】

 


 

Hora da caçada oficial. Continuamos subindo as escadas e batalhando contra monstros. Todas as criaturas que apareceram no Caminho do Peregrino do terceiro andar se reuniram em grupos aleatórios aqui em cima, e a cada três dias, encontrávamos um monstro de sexto nível.

 


 

【Você derrotou um Vitol. EXP +3】

【Você derrotou um Batedor Homem-Lagarto. EXP +2】

【Você derrotou um Dullahan. EXP +3】

【Você derrotou a Banshee Rainha. EXP +3】

【Você derrotou um Illatrek. EXP +3】

【Você derrotou um Dragoon. EXP +4】

【Você derrotou uma Armadura Viva…】

 


 

Passamos vinte e três dias no labirinto até o quarto andar se fechar. Os monstros de sexto nível com os quais eu estava tão preocupado? Talvez porque fosse a primeira vez que os enfrentava, houve momentos em que cometi vários erros, mas graças ao meu aumento repentino de poder de combate, consegui derrotá-los todos sem grandes problemas. Os pontos de experiência começaram a se acumular dessa forma.

“Não é à toa que é apelidada de Torre de Treinamento.”

Todos os monstros que apareceram no terceiro andar também apareceram lá. Também havia monstros de nível seis, mas apenas os que apareciam naquela área. No entanto, essas batalhas não foram suficientes para eu chegar ao quarto nível. De qualquer forma, como resultado de me concentrar apenas na caçada…

— Dwalkie?

— E-Então… se dividirmos igualmente, isso dará cerca de 720.000 pedras.

— São 780.000 pedras.

— Hã? Bjorn, do que você está falando?

— Uh, uh… agora que eu revisei meus cálculos, Bjorn está certo.

— O quê!?

Cada pessoa foi alocada com 780.000 pedras. Isso foi graças à habilidade passiva do Mímico, Ganância, que aumentou a taxa de queda de pedras de mana em trinta por cento. Caso contrário, nosso pagamento teria sido em torno de seiscentas mil pedras.

— Uh, definitivamente não é um número pequeno… mas ainda parece um pouco insuficiente. Sou só eu?

— De alguma forma… sinto o mesmo.

— Hahaha! Isso é natural, já que estamos ganhando muito mais ultimamente! Agora que penso nisso, Bjorn, parece que sua sorte ridícula chegou ao fim.

Eu não sabia sobre sorte, mas como não enfrentamos nenhum contratempo nesta missão, nossa renda também foi baixa. Mesmo que os saqueadores fossem irritantes, cada um deles usava equipamento. No final, isso dava muito mais dinheiro do que minerar pedras de mana.

“…De alguma forma, ganhei menos dinheiro do que quando entrei pela primeira vez no labirinto.”

Achei que podia entender por que esses bastardos saqueadores não acabavam. Era mais fácil pegar pessoas do que monstros de nível seis, e eles valiam muito mais dinheiro também. Então eles não tinham escolha a não ser seguir as pessoas como traças … ainda mais se fossem obcecados pela eficiência.

“Melhor não ficar muito decepcionado. Na verdade, tudo até agora tem sido apenas circunstâncias excepcionais, e isso é normal.”

Enquanto pensava no jogo, mal consegui me livrar da minha decepção. Com o custo dos consumíveis e vários outros custos de vida na cidade, era natural não ver uma renda considerável no início. Essa era a razão pela qual a maioria dos novatos nem sequer tinha um milhão de pedras e não conseguia sobreviver além do primeiro ou segundo ano, sendo executados por não pagarem impostos.

“…Mesmo chegar ao quarto andar em poucos meses é absurdamente rápido em primeiro lugar.”

Foi isso que me disse enquanto me ocupava de volta à cidade. Encontrei ocasionalmente os outros membros do meu grupo para planejar a próxima missão e visitei a torre todas as semanas para cumprir o meu acordo de pesquisa com a Raven.

Desta vez, ela disse: — Hmm, só faltam mais quatro.

— Então, quando posso encontrar esses seus superiores?

— Ah, houve um pequeno problema. Se estiver tudo bem para você, gostaria de adiar isso até o próximo mês…

— …Claro.

Treinamento, biblioteca, socialização e coleta de informações. Esses realmente foram os primeiros dias pacíficos que já tive. Como resultado, eu estava tão nervoso que minhas mãos e pés tremiam, mas até o momento em que entrei novamente no labirinto, nenhum caçador de espíritos malignos, nenhum Hans ou qualquer outra pessoa se aproximou de mim. Então pensei que algo poderia acontecer no labirinto desta vez.

“No entanto, no final, nada aconteceu.”

Passando pela Floresta dos Goblins a caminho do terceiro andar, capturando alguns monstros extras que não conseguimos antes graças a isso, e finalmente subindo de nível enquanto passava tempo no quarto andar… essas foram as únicas diferenças em relação à nossa última expedição.

— Bjorrrn! No que você está pensando tão profundamente? Vamos lá. — Fui tirado de meus pensamentos pela Missha puxando minha cintura. — Volte para a realidade. Se nos atrasarmos, teremos que esperarrr muito tempo.

Não, não teríamos. Talvez se ainda fôssemos zés-ninguém de nono nível, mas aventureiros de sexto nível tinham um posto de controle de pedras de mana completamente diferente e nosso tempo de espera era menos da metade do deles. Os funcionários lá também eram muito mais educados.

— Bem, então, vamos lá! Hahaha!

Logo depois, passamos pelo posto de controle e nos reunimos em um só lugar. Em seguida, rapidamente terminamos de distribuir o saque.

— Cada pessoa deve pegar 790.000 pedras.

— Bjorrrn? Isso está certo? — À pergunta da Missha, as pupilas de Dwalkie piscaram. Que tipo de mago era aquele fraco com números?

— Eu também não sei. Se ele diz que está certo, tenho certeza de que está — eu respondi.

Desta vez, os cálculos estavam corretos, então seguimos sem problemas. Como resultado, 790.000 pedras foram depositadas no meu bolso. Será que este é realmente um mundo onde o mais esperto se dá bem? Por mais fácil que tenha sido esta aventura, nosso pagamento foi o mesmo da última vez.

— Todo mundo vá para casa e descanse hoje, e vamos tomar uma bebida juntos amanhã para comemorar o nosso retorno! — sugeriu Hikurod.

— Claro.

Assim que terminamos de distribuir o saque, nos dispersamos e fomos para casa. Mas o que era isso? Hoje, meu quarto parecia sujo e apertado. Parece que foi ontem que fiquei encantado por meus alojamentos terem ficado maiores e haver uma janela.

Ploft.

Mesmo depois de me lavar e deitar na cama, as coisas não pareciam reais. Normalmente, eu sentia que cada parte do meu corpo estava viva. Um pensamento repentino veio à minha mente. Quanto tempo levaria para me mudar para um lugar como aquele outro alojamento com ganhos como esses?

“Meu progresso também tem estagnado bastante recentemente.”

À medida que este período pacífico continuava, a impaciência dentro de mim aumentava também. Eu só podia rir.

“Estou esquecendo o quão sortudo sou.”

No primeiro dia em que acordei neste corpo, tracei um plano para os próximos anos, talvez até uma vida inteira. No entanto, graças a várias coincidências, agora era possível avançar essa linha do tempo pelo menos dois ou três anos.

“Não fique impaciente. As coisas estão indo bem o suficiente… Merda. O que estou pensando agora mesmo?”

Dei um tapa na minha bochecha, com força.

Pa!

Bem o suficiente? Quanto mais verdadeira fosse essa afirmação, mais perigosa a situação ficava para mim. Não havia como as coisas continuarem indo bem na minha vida para sempre.

“Não se esqueça. As piores coisas sempre vêm atrás de você quando você baixa a guarda. Caçadores de espíritos malignos? A Guilda? Mozlan? Nobres? Quem será desta vez? Ou talvez eu esteja bem até a próxima vez que entrar no labirinto?”

Recordei as experiências traumáticas gravadas na minha mente e apertei os parafusos soltos.

“Não, de jeito nenhum.”

Eu não poderia parar. Eu tinha que ficar mais forte. Só assim eu conseguiria sobreviver. Qualquer um que me visse poderia pensar que eu estava sendo excessivamente paranoico, mas na realidade, eu era assim desde o primeiro dia.

“Sempre pense no pior.”

Se eu tivesse que acabar sendo um louco, queria ser um louco que sobreviveu.

 


 

— Bjorrrn? Algo de ruim aconteceu?

— Não. Por que você acha isso?

— Seus olhos parecem mais malvados do que o normal… — Foi a primeira coisa que Missha disse para mim no dia seguinte.

Decidi afrouxar os parafusos apenas um pouquinho, já que precisaria pelo menos dessa quantidade de espaço livre em minha mente para tomar decisões racionais.

— Querrr tocar minhas orelhas?

— …O quê?

Por um momento, pensei que poderia ter ouvido errado porque não estava prestando atenção, mas não tinha. — Bem… meu irmão uma vez me disse que tocar minhas orelhas o deixava de bom humorrr. Mesmo que isso tenha sido há muito tempo…

O quê? Aquele peste disse isso? Não importa o quão jovem ele fosse na época, eu não conseguia imaginar isso.

— Nyah, eu estava falando do meu irmão mais velho! Meu irmão mais velho ainda cuida bem de mim.

Cuidar bem ou não, que tipo de pervertido ele era? Por isso que o ambiente doméstico quando você é jovem é tão importante. Olhe para ela, com seus olhos genuinamente puros e benevolentes. Provavelmente nem sabia o que tinha de errado no que acabara de dizer.

— Missha, não conte isso para ninguém. Eles podem interpretar mal suas intenções e se aproveitar de você.

Se eu já não soubesse que o tipo ideal de Missha era homens magros, também poderia ter interpretado erroneamente e pensado em algo ridículo, como se ela estivesse flertando comigo.

— Mas você não é apenas qualquerrr um.

“Tsc, você e suas respostas insolentes.”

— Apenas diga okay.

— …Okay. De qualquer forma, se você não quiser fazer isso, quer que eu te faça um churrasco?

— …Se você fizer, eu vou comer com gratidão.

Assim, o café da manhã se transformou em carne de porco grelhada. Mesmo que você a cozinhasse, ainda era carne e, portanto, cara, mas eu estava sendo lógico sobre isso. Se eu comesse essa carne e crescesse pelo menos um pouco, isso não seria uma perda.

— Coma devagar! Deixe-me comer um pouco também!

— …Você não disse que não gosta de carne?

— Seu, bárbaro insensível!

Apesar do pequeno contratempo na mesa do café da manhã, comecei o dia com o estômago cheio. Eu deveria encontrar os outros à noite. — Vou sair por um tempo.

— Oh, então posso tirar uma folga hoje também?

— Se está entediada, vá balançar suas espadas. Visto que você deixou uma delas cair durante nossa última missão, parece que ainda não é proficiente nelas.

— Aquilo foi…! Eu só estava cansada!

— Então você deveria se exercitar.

— Seu idiota musculoso! — De qualquer forma, deixei a Missha e saí. — Tchau! Volte o mais tarde possível!

Bem, eu não achava que ela realmente passaria o tempo praticando como eu disse para ela, mas essa era a escolha dela.

Toff, toff.

Caminhando com firmeza com duas pernas poderosas, rapidamente cheguei ao meu destino, o lugar que sempre visitava quando tinha tempo livre: a biblioteca.

— Parece que nada aconteceu com você. — Agora que eu sabia seu nome e depois de tudo o que tinha acontecido, Ragna até falava comigo. Claro, ela não era tão amigável assim.

— Como você pode ver, nada aconteceu. E com você?

— O mesmo.

— Então, preciso da sua ajuda mais uma vez. — Depois de trocarmos cumprimentos, eu estava prestes a receber o feitiço de Detecção Avançada de Livros quando, por algum motivo, Ragna hesitou. Ela provavelmente não sabia disso, mas era um hábito dela sempre que tinha algo em mente. — Se você tem algo a dizer, diga.

— …Como você poderia possivelmente saber disso?

— Pelos seus olhos.

Minha resposta franca parecia ter ferido o orgulho dela. Ouvir isso de um bárbaro aparentemente a deixou de mau humor. No entanto, como uma intelectual que também valorizava a lógica, ela pulou a conversa desnecessária e foi direto ao ponto. — Estou te dizendo antecipadamente, essa informação não está confirmada. Mas como você é um aventureiro, pensei que deveria te dar um aviso.

— Um aviso? — Essa era uma palavra que eu não esperava ouvir de jeito nenhum e isso me acordou de repente. Mesmo que ela tivesse constatado que essa informação poderia não ser cem por cento precisa, eu estava certo de que alguém com sua personalidade não estaria falando besteira. — O que é? Me conte.

Ao ser instigada por mim, Ragna abriu cuidadosamente a boca. — No futuro próximo, pode haver um colapso dimensional dentro do labirinto.

Assim que ouvi isso, compreensivelmente tive dúvidas. Um colapso dimensional no labirinto seria um verdadeiro desastre que seria extremamente fora do comum.

“Não é de se admirar que tenha sido tão silencioso esses dias…”

Será que essa é a razão?

Capítulo 90: Jogador (2/5)

 


『 Tradutor: MrRody 』


 

O silêncio seguiu.

Depois de tomar um momento para organizar meus pensamentos, soltei um pequeno suspiro por hábito. Vendo isso, Ragna piscou lentamente. — Você está mais calmo do que eu esperava. Eu sabia que você não acreditaria em mim mesmo se eu te contasse.

Na verdade, suspirei porque o que ela acabara de dizer era plausível. — Bem, talvez seja melhor simplesmente não pensar nisso. Um colapso dimensional é uma catástrofe que não pode ser prevista nem evitada.

Isso era definitivamente verdade. Mesmo no jogo, um colapso dimensional sempre acontecia aleatoriamente. Havia mais vezes em que não explodia do que vezes em que explodia.

“Acontecia talvez uma vez a cada cem rodadas.”

Claro, uma vez que explodia, não havia desastre como aquele. Eu não estava certo sobre a segunda metade do labirinto, onde poderia ser lidado até certo ponto, mas na primeira metade, pressionar a tecla ‘esc’ e simplesmente reiniciar o jogo economizava mais tempo.

— Então, de onde veio sua informação? — Investiguei calmamente apenas o que precisava. Eu tinha uma intuição de que essa era a fonte da minha ansiedade, mas ainda não podia ter certeza. — Um mago da escola de Tarutein chamado Shernal Fergang. Aparentemente, eles têm estudado colapsos dimensionais há bastante tempo. — Depois de me dar o nome de um mago, ela disse que não sabia mais nada.

— Entendi. Vou investigar o resto. De qualquer forma, obrigado pelo aviso.

Assim que me virei para a porta, ouvi uma voz vindo de trás de mim. — Você… está apenas indo embora hoje?

Bem, como uma nova missão havia aparecido, eu não deveria começar com isso?

 


 

Como sempre, o bar estava barulhento. A elfa de cabelos prateados que estava sentada no canto batia na mesa com o dedo indicador. Era um hábito dela que aparecia quando ela estava preocupada.

— Hah…

Nos últimos três meses, sua gentil e bonita irmãzinha, Erwen, havia mudado. Não só pediu ajuda com o treinamento que tanto odiava, mas se esforçou ao máximo de uma maneira que parecia sugerir que achava dormir uma perda de tempo. Ela também se tornou mais afiada. Não tanto com Daria, que compartilhava seu sangue, mas a maneira como falava, seus olhos e suas ações ao lidar com outras pessoas eram completamente diferentes de antes.

“Ainda assim, não é uma má mudança, então estou aliviada…”

Ambição excessiva e desconfiança dos outros? Como aventureira cujo destino era entrar no labirinto, esses eram traços de personalidade bem-vindos. Na verdade, graças a isso, Erwen havia sido capaz de alcançar muito crescimento. Ela havia conseguido contratar os Quatro Grandes Espíritos e também havia conseguido construir sua força ao iluminar três deles.

Isso não era tudo. Suas habilidades de arco e flecha, artes marciais e combate corpo a corpo com adagas melhoravam a cada dia. Para ser honesta, estava chegando ao ponto em que Daria se perguntava como esse talento não havia se manifestado até agora. No entanto, o que a fazia suspirar era a causa da mudança.

“Por quanto tempo posso esconder isso?”

Tinha sido a morte de um bárbaro a quem ela chamava de senhor e estava emocionalmente ligada. Na realidade, no entanto, era ridículo chamar isso de morte, já que ele estava realmente vivo e bem, com uma reputação como Pequeno Balkan.

“Devo contar a ela antes que seja tarde demais?”

Quando Daria ouviu a notícia pela primeira vez, ficou pasma. Depois, ansiosa. Agora ela achava que era apenas uma questão de tempo até ser pega. Mas Erwen, que se confinava em seu quarto todos os dias e se dedicava ao treinamento, ainda não tinha ouvido a notícia.

— Vocês ouviram? Ouvi dizer que o Espada Negra pode se tornar discípulo do Mestre da Espada!

— Huh, de onde você ouviu essas notícias estranhas? O Mestre da Espada, aquele homem digno, não aceitaria um mero aventureiro como aprendiz.

Sentada sozinha em um canto do bar, Daria sentiu-se aliviada ao ouvir as conversas dos aventureiros ao seu redor.

“Os rumores estão aos poucos desaparecendo agora.”

As histórias uma vez ouvidas por toda a cidade foram enterradas sob novas. Ela foi um pouco perturbada quando as notícias sobre o bárbaro se espalharam novamente pelas tavernas, como ele tinha exorcizado um espírito maligno e assassinado uma sacerdotisa de Karui, mas mesmo isso estava quase desaparecido agora.

“É, vamos deixar as coisas assim.”

Logo, Daria tomou uma decisão. Na verdade, isso nem era algo para se preocupar. Como alguém que escolheu viver como aventureira, quando haveria outra oportunidade para Erwen crescer assim?

— Ei, elfa. Se você está aqui sozinha…

— Desapareça se não quiser um buraco no meio da testa.

Empurrando um bêbado que se aproximava, Daria saiu da taverna. Ela tinha visitado este lugar imaginando se o bárbaro havia feito algo mais e se tornado um assunto relevante novamente, mas decidiu não voltar mais.

Toc, toc.

Quando voltou para casa, bateu na porta da sua irmã. Não houve resposta. Ela inseriu a chave, imaginando se Erwen havia adormecido no chão.

Clique.

A porta destrancou e abriu com um rangido. Logo, ela viu sua irmã mais nova. Seus olhos estavam fechados em meditação enquanto ela convocava os Quatro Grandes Espíritos.

— Devo… — Julgando pelo leve movimento em seus lábios, parecia que ela estava murmurando algo. Daria se aproximou silenciosamente e ouviu mais claramente. — Devo ficar mais forte. Devo ficar mais forte. Devo ficar mais forte. Então não vou perder nada. Posso ter tudo… — Ela repetia as mesmas palavras repetidas vezes como se estivesse fazendo uma lavagem cerebral em si mesma.

— Erwen? — Daria acordou apressadamente sua irmã de seu transe.

Surpreendentemente, a expressão de Erwen estava calma. — Oh, você está aqui?

— Você… está bem?

— Bem?

— Você… estava murmurando algo para si mesma…

— Huh? Eu estava apenas falando com os espíritos. — Isso obviamente não tinha sido uma conversa que ela teria com os espíritos, mas Daria fechou os lábios quando foi ordenada a sair. — Estou treinando agora, você pode voltar mais tarde?

— Claro…

Daria deixou o quarto impotentemente. Ela voltou para seu quarto e pensou sobre o que acabara de acontecer. Isso era algo que não podia ser considerado zelo ou dedicação. Era quase uma obsessão. Não tinha sido tão ruim depois daquele incidente há dez anos.

“Qual é o problema? Esse bárbaro não poderia ter sido tão importante assim.”

Daria ficou tensa quando se lembrou da maior mudança ultimamente.

“Ah, talvez seja porque ela absorveu aquela essência?”

Daria pegou um livro na prateleira. Ela o havia comprado a um preço bastante alto na guilda algum tempo atrás. ‘A Compilação de Essências de Baixo Nível’ continha informações sobre todas as essências entre os níveis sete e nove. Primeiro, ela leu sobre a essência que Erwen havia absorvido durante a última viagem.

“Onde está Carnivaro?”

Era um monstro que só aparecia na Floresta da Bruxa, mas por sorte, ela havia obtido a essência no processo de salvar um aventureiro que estava sendo perseguido para fora da floresta por um.

“Ah, encontrei.”

Enquanto virava as páginas do livro, ela lia o texto enquanto convocava um espírito de fogo para iluminação.

 


 

Carnivaro: Nível 7

Agilidade (Média), Resistência às Trevas (Baixa), Resistência (Baixa), Precisão (Média), Sexto Sentido (Baixo), Audição (Média), Obsessão (Alta)

* Aumenta a agilidade e a precisão ao se mover

* Mina de Mana (Vermelha)

* Cães de Caça (Azul)

* Flecha Perseguidora (Verde)

 


 

Ao examinar minuciosamente o conteúdo, ela congelou em uma parte específica. — Obsessão… é alta? — Ela de repente sentiu uma sensação de déjà vu e verificou a essência que Erwen havia absorvido três meses atrás.

 


 

Perseguidor Pedra-Ferro: Nível 8

Força (Baixa), Resistência Física (Baixa), Força das Pernas (Baixa), Poder de Salto (Médio), Resistência ao Solo (Baixa), Interferência Cognitiva (Baixa), Agilidade (Média), Obsessão (Média)

* Aumenta a penetração durante um ataque surpresa bem-sucedido

* Flecha Perfurante (Vermelha)

* Erupção de Terreno (Azul)

* Detecção de Fraqueza (Amarelo)

 


 

“O que… é isso?”

Lá estava Obsessão novamente, e de média intensidade.

“Será que este também… ?”

Ela até leu sobre a primeira essência que sua irmã mais nova havia absorvido. Era exatamente o que ela temia.

 


 

Arqueiro Goblin: Nível 9

Flexibilidade (Baixa), Olfato (Baixo), Tolerância a Venenos (Baixa), Cognição (Baixa), Interferência Cognitiva (Baixa), Precisão (Baixa), Visão (Baixa), Agilidade (Baixa), Obsessão (Baixa)

* Aplica um veneno paralisante ao usar um arco

* Passo do Ladrão

 


 

Mesmo aqui, havia Obsessão. Agora Daria conseguia juntar as peças da situação em sua mente. A obsessão de Erwen pelo poder era tudo por causa desse atributo.

“Então o que eu faço?”

Ela não podia simplesmente usar dinheiro para apagar uma das essências que haviam sido absorvidas, mas seu coração estava muito pesado para deixar as coisas assim.

“Se ela consumir outra essência para substituí-la… vou fazer ela apagar então.”

Depois de muita deliberação, ela chegou a uma conclusão. No entanto, depois de se lavar rapidamente e deitar na cama, ela se deparou com uma nova pergunta. Se Erwen descobrisse que o bárbaro estava vivo antes disso, para onde sua obsessão se dirigiria?

 


 

Dez dias haviam se passado desde que ouvi a notícia do colapso dimensional. No entanto, isso era um rumor infundado, um fato ou delírios de alguém que pensava que era verdade? Embora eu me mantivesse ocupado procurando respostas, não consegui muita coisa.

— Shernal Fergang? — Raven, que sempre me ajudava quando eu ia visitá-la com uma pergunta, não tinha nada para me dizer desta vez. — Mesmo que você me peça para encontrá-lo, nunca ouvi esse nome antes. A escola Tarutein não interage com a minha em primeiro lugar.

— …Entendi.

— De qualquer forma, quando você vier na próxima semana, reserve o dia todo. O vencedor foi decidido por sorteio.

— Vencedor?

— Você esqueceu? Em troca de investigar aquele pedaço de papel, você concordou em ajudar os meus superiores com sua pesquisa, certo?

“Não, eu lembro disso. Eu só não sabia que vocês iriam sortear. Caramba, agora estou ficando preocupado…”

Nunca tive sorte com sorteios na minha vida. De qualquer forma, depois disso, tentei várias coisas para encontrar o mago chamado Shemal Fergang, mas todas as minhas tentativas falharam. Enquanto isso, os rumores começaram a circular.

— Bjorrrn! Você ouviu? Eles dizem que vai haver um colapso dimensional em breve! — Depois de se encontrar com alguns de seus antigos membros do grupo, Missha voltou e causou alvoroço. Se ela sabia, significava que a notícia já se espalhara. Na verdade, quando eu ia para a taverna à noite, todos estavam falando sobre o colapso dimensional.

“Mas o problema é que ninguém sabe quem é a fonte.”

De onde estava vindo essa informação? E com base em quê? Sem esses detalhes, todos estavam alimentando a ansiedade e inflando os rumores.

“Isso… é estranho.”

Senti uma estranha sensação de dissonância. Para que uma notícia fosse amplamente conhecida assim, não deveria haver uma base plausível para ela? Até agora, muitas histórias tinham sido oferecidas como evidência por meio de fofocas, mas não havia nada disso no início.

“Alguém está deliberadamente plantando rumores?”

Tendo observado de perto a situação desde o início, cheguei a essa conclusão. Claro, era apenas uma teoria, mas não importa como eu olhasse para isso, a situação atual era estranha.

“Hunf, acho que há realmente algo por trás de tudo isso.”

Estava sufocante. Eu queria aprender sobre a informação que estava circulando de um lugar mais discreto do que um bar, mas a realidade da minha situação era difícil de superar. Como um bárbaro que havia construído uma reputação de lutar sozinho conseguiria informações assim?

Se não fosse pela Ragna em primeiro lugar, eu nem teria ouvido o nome Shemal Fergang.”

Logo, tomei uma decisão. Em minha mão estava a carta dos Caça-Fantasmas e o comprimido acompanhante. Para garantir total anonimato, eu tinha originalmente a intenção de tomá-la depois de pelo menos três meses, mas…

“Posso antecipar um mês ou algo assim.”

Coloquei o comprimido na boca e o engoli.

 


 

【Você consumiu GB-027.】

 


 

Não fui imediatamente sendo arrastado para o mundo espiritual. De acordo com as informações que aprendi com a Raven e encontrei na biblioteca secreta à qual Ragna me deu acesso, a reunião era realizada à meia-noite do dia quinze de cada mês.

“Só tenho que esperar três dias.”

O tempo voou e o momento pelo qual eu estava esperando finalmente chegou. Parecia que minha mente estava se afastando do meu corpo.

 


 

【Sua alma ressoou e está sendo atraída para um mundo específico】

 


 

 


 

Quando acordei, havia um computador na minha frente em um espaço completamente branco, reminiscente do próprio universo. Provavelmente teria sido difícil para mim reconhecer até onde era para cima e para baixo se não fosse pela máquina ali.

“O que é isso aqui?”

Esta era uma introdução completamente diferente do que eu esperava, mas lentamente dei um passo em direção ao computador. A sensação de mover-se era diferente de qualquer coisa que eu já tivesse sentido antes, como se estivesse montando um robô e usando controles para fazê-lo caminhar para frente. Enquanto cambaleava em direção ao computador, verifiquei o monitor, que estava ligado.

 


 

【Por favor, insira a senha】

 


 

Uma frase curta estava definida em uma tela preta do DOS 1. Eu digitei a senha sem pensar muito.

 


 

【Rafdonia’s King, Motherfucker!】

 


 

O P.S. naquela carta não significava apenas pós-escrito.

  1. ‘DOS’, sigla para Disk Operating System ou sistema operacional em disco[↩]
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