Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 – Volume 21 - Anime Center BR

Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 – Volume 21

Capítulo 4

Espada e punho

— … Ajudar…?

Manato ficou parado, surpreso, sem perceber. Não tinha certeza, mas isso significava que ela iria dar uma mão? Haru também parou.

— Você disse Arabakia?!

— É o sobrenome do meu pai! — A mulher que se apresentou como Yori ficou inexplicavelmente irritada quando Haru mencionou Arabakia.

— Lumiaris…! — Um soldado divino que havia perdido os braços tentou se lançar sobre Yori.

— Ah?! — Yori pareceu surpresa por um momento, mas foi só um instante. Rapidamente, moveu a espada e, dessa vez, decapitou facilmente o soldado divino.

— Não é ruim estar tão animado. Justo quando meu corpo está frio depois de atravessar a montanha. Deixe-me me aquecer com você!

Além do soldado divino decapitado, o comandante e os soldados divinos que foram lançados pelo dragão já estavam se levantando. Provavelmente havia cerca de dez soldados divinos que não foram arremessados pelo dragão. Ou talvez até mais.

— Luz! Sob a luz! Lumiaris, dê-nos a proteção da luz…! — O sacerdote apontou a ponta de sua lança para Yori. Imediatamente, o comandante se lançou contra Yori. À primeira vista, o sacerdote parecia estar em um nível superior ao do comandante divino e dos soldados. Talvez fosse ele quem dava as ordens.

— Espere! — Haru tentou dizer algo a Yori.

— Ahá! — Yori não ouviu. Enfrentou bravamente o comandante e os soldados que se lançavam contra ela. Mas, isso estava certo? Era bravura, imprudência ou temeridade? Manato estava tremendo.

Yori. Quem era ela?

Não tinha ideia, mas tinha a sensação de que ela iria fazer algo incrível. Afinal, apareceu montada em um dragão.  Yori chegou voando de algum lugar. Naquele momento, já era impressionante.

— Espada de Fogo…! — Yori levantou sua espada. Aquela espada. Era vermelha. A lâmina era vermelha. Definitivamente era sua cor base. Agora tinha ficado ainda mais vermelha. Como se estivesse em chamas. A espada estava ardendo intensamente em vermelho.

— O quê…?! — Haru ficou sem palavras. Manato não conseguia emitir som algum.

Explosão…! — Não estava claro se Yori havia jogado a espada em chamas no chão ou se algo aconteceu antes de tocar o chão. Um som tremendo ressoou, e Manato quase caiu de costas.

— O quê?! — Uma vez, ele viu em Tsunomiya um yakuza destruir um prédio antigo com uma explosão. Os espectadores lhe explicaram que havia algo chamado bomba. Ao acendê-la, explodia e algo assim acontecia. Os yakuza em Tsunomiya tinham bombas capazes de destruir prédios.

Será que Yori também as tinha? Ela acabou de usar uma bomba? Mas Yori apenas gritou e baixou a espada. Ela provocou uma explosão apenas com isso? 

O comandante e os soldados foram lançados para o ar. Algumas partes de seus corpos pareciam ter sido arrancadas. Mais de dez soldados que tentavam atacar Yori foram lançados longe pela explosão, e acabaram caindo ou sentados.

— Magia…? — Haru também estava agachado.

— Não é magia. — Yori se virou e deslizou os óculos para a testa. — É Cinco Chamas dos Seis Anéis. Explosão da Espada de Chamas.

— Yori…! — Uma voz caiu do céu.

Um dragão. Outro dragão. Seria um dragão diferente do anterior? Um dragão voava sobre Manato e os outros, embora não estivesse muito alto. O dragão não se movia. Batia as asas e se mantinha no lugar. Parecia que havia alguém montado. Ou melhor, estava montado. Seus cabelos eram longos. Seria uma mulher também?

— Ainda não acabou! Não baixe a guarda!

— Eu sei! Mas Riyo, você está falando sério…?! — gritou Yori em resposta.

Enquanto isso, a mulher de cabelos longos saltou das costas do dragão. Ela realmente fez isso? Embora não estivesse tão alto, era mais alto que a muralha de Altana. A essa altura, até mesmo Manato hesitaria. Provavelmente, ele não saltaria.

Seu nome era Riyo? A mulher que montava o dragão lançou-se com o corpo para baixo, estendendo os braços e as pernas enquanto caía.

Manato sentiu um arrepio e começou a rir.

— O quê…?

Medo, dava medo, muito medo.

O que ela estava fazendo? Se ela batesse no chão daquela forma, o que iria acontecer? Ela não se machucaria? Não era provável que ela saísse ilesa. Com certeza, não seria só um arranhão.

No entanto, Riyo pousou sem problemas. Como ela fez isso? Do ponto de vista de Manato, parecia que Riyo se encolheu pouco antes de pousar e depois girou.

Não, de jeito nenhum. Isso não pode ser feito. Será que ela vai conseguir se levantar bem depois disso?

Riyo se levantou e começou a correr.

Correr. 

Aquilo era correr? Não parecia que ela estava caminhando, e ela se movia incrivelmente rápido, então devia estar correndo. Ele nunca tinha visto uma forma de correr assim. Riyo era alta. Mais alta que Haru e Manato. Não um pouco, mas muito. Mas ao correr, a posição da cabeça de Riyo se inclinou consideravelmente. Corria muito agachada, quase como se estivesse se arrastando. Seu corpo devia ser extremamente flexível. Ou melhor, não era flexível demais? Era possível que as articulações humanas se dobrassem assim? Os músculos humanos poderiam suportar essa postura? Manato provavelmente cairia de lado ou para frente.

Mas Riyo não.

Ela estava bastante inclinada.

Ela não estava apenas inclinada para frente, mas também para os lados.

Riyo não corria em linha reta. Ela traçava uma curva ampla e se aproximava dos soldados que tentavam atacar Yori.

Parecia que Riyo estava esmagando a cabeça dos soldados com as mãos. Foi assim que Manato viu. Riyo não estava desarmada. Ela usava luvas resistentes que protegiam até os cotovelos. Essas luvas eram duras? Mas, seriam capazes de fazer aquilo?

Boom! — A cabeça de um soldado explodiu.

Os crânios deveriam ser bem duros, não?

Então, Riyo se aproximou com passos extremamente largos de outro soldado e o chutou. Bem, não é que ela apenas o tenha chutado, mas sim que com ambos os pés esmagou a cabeça do soldado. As botas longas que Riyo usava também deviam ser bastante resistentes, mas ainda assim, boom!, a cabeça do soldado voou pelos ares, o que sugeria que algo completamente fora do comum estava acontecendo.

Em primeiro lugar, desde que acordou em Grimgar, quase tudo era anormal, mas isso não significa que ele deixasse de se surpreender.

— Riyo! Não faça coisas desnecessárias…! — gritou Yori.

Mas Riyo não se virou. Tampouco parou.

— São fortes. Talvez isso possa dar certo…? — murmurou Haru, olhando para Manato através de sua máscara. — Manato, fique para trás! Eu vou lidar com o sacerdote!

— Ah, okay!

Após responder, ele pensou que não queria ficar para trás. Por outro lado, parecia que seguir o conselho seria a melhor opção. Ele não tinha uma espada e também havia sido ferido. A dor era suportável, mas mesmo se Manato estivesse em perfeito estado, ele realmente seria útil? Era uma questão incerta.

Yori se aproximou do inimigo mais próximo e brandiu a espada vermelha com precisão. A técnica de fogo que usou antes parecia ser um trunfo, pois não a mostrou novamente. Talvez não fosse necessário para um confronto um contra um; apenas um simples movimento da espada era suficiente. Talvez também se devesse a Riyo.

Riyo avançava e derrotava os inimigos que tentavam atacar Yori com as mãos ou os pés. Literalmente, Riyo estava pressionando. Ao contrário de Yori, Riyo não seguia em linha reta. Ela fazia um desvio. Sua trajetória era curva. Não apenas seu andar. Ao usar as mãos e os pés para atingir o inimigo, mesmo o movimento de seus braços e pernas não era reto. Riyo estava constantemente traçando grandes e pequenos círculos com alguma parte de seu corpo ou com o corpo inteiro. E estava apoiando Yori com precisão. Embora Yori não parecesse prestar atenção a Riyo, Riyo observava Yori, adaptava-se a ela e agia antecipando seus movimentos.

Haru mirava o sacerdote da lança com uma bandeira. Deixou os outros inimigos para Riyo e Yori e lançou-se para atacar o sacerdote coberto com um material brilhante.

Manato encontrou uma espada, pegou-a e se escondeu entre os arbustos. De lá, pôde ver Haru e o sacerdote.

O sacerdote manuseava uma lança com uma bandeira que tinha uma altura de uma e meia do seu tamanho, segurando-a com ambas as mãos, enquanto Haru empunhava uma adaga curta na mão direita e uma adaga não extensível na mão esquerda. Apesar de Haru atacar com a adaga extensível, o sacerdote bloqueava habilmente com a lança e, às vezes, contra-atacava. Aparentemente, a lança do sacerdote não alcançava Haru, mas, talvez devido à distância, Haru também não conseguia alcançar o sacerdote.

Embora a adaga de Haru se estendesse, ainda era apenas um pouco mais longa que a espada de Manato. Haru precisava se aproximar mais para que seus ataques atingissem o sacerdote.

Não, na verdade, o sacerdote estava se movendo de maneira a não permitir que Haru se aproximasse. Toda vez que Haru tentava contornar seu oponente pela direita ou pela esquerda, o sacerdote desviava a lança para aquela direção para mantê-lo afastado. Embora sua aparência fosse estranha e extravagante, o sacerdote era um adversário sólido.

— Lumiarus, Betectos, Edem’os, Tem’os desiz—

O sacerdote. Originalmente era humano. Na verdade, falava a língua humana, então provavelmente teve uma aparência semelhante à de Manato. Antes de ser devoto do deus chamado Lumiaris. Haru disse que ele não era mais humano, que era algo completamente diferente.

— Tem’os redez, Lumiaris eua shen qu’aix—

Enquanto o sacerdote lidava com os ataques de Haru, murmurava algo.

De repente, cravou a ponta da lança com bandeira no chão.

— Fraw’ou qu’betecra’jis Lumiaris.

— Hã…?  — Manato arregalou os olhos, surpreso. Embora o sacerdote não tivesse uma aparência áspera, ele não era completamente liso, e era possível distinguir padrões em seu corpo. De repente, esses padrões começaram a brilhar intensamente em azul.

Haru provavelmente não ficou tão surpreso quanto Manato. No entanto, ele pulou de repente e adotou uma postura defensiva.

— Lumiaris addecza qu’devain.

O sacerdote voltou a recitar algo.

— Ah! — exclamou Manato involuntariamente.

O sacerdote brilhou. Era tão ofuscante que não só Manato, mas também Haru foram afetados. Isso era compreensível. Haru estava muito mais perto do sacerdote do que Manato e deve ter sido banhado diretamente por aquela luz intensa.

— Lumiaris torez’es duec eskalys.

O sacerdote disse algo mais e ergueu a ponta da lança com bandeira em direção ao céu. Desta vez, não brilhou, mas o sacerdote parecia ter crescido um pouco. O que estava acontecendo? O contorno do sacerdote parecia borrado e azul.

— …

Manato prendeu a respiração.

O sacerdote começou a se mover.

Não. Já havia iniciado as estocadas. Não uma, mas diversas vezes. O sacerdote realizou as estocadas em rápida sucessão. Manato escutou o som da lança do sacerdote cortando o ar.

O que aconteceu com Haru? 

Ele não estava lá. Tinha desaparecido.

Haru desviou os golpes rápidos do sacerdote.

Estava por trás. 

Atrás do sacerdote. 

Como ele se moveu? Não entendo.

Manato não pôde ver absolutamente nada.

No entanto, Haru devia ter antecipado o que o sacerdote faria. Caso contrário, teria sido inevitavelmente estocado. Não poderia ser uma reação impulsiva. Além disso, não havia como considerar de outra maneira, pois o sacerdote estava se movendo com uma rapidez impressionante. O contorno azul, indistinto, parecia estar se acelerando de forma considerável.

Mas, assim que Manato pensou que Haru havia pegado o sacerdote pelas costas, percebeu que não era mais o caso.

Quando o sacerdote havia girado?

De qualquer forma, o sacerdote estava de frente para Haru e estava prestes a lançar um novo ataque com a lança.

Provavelmente não seria apenas uma estocada. Seria uma série de estocadas.

— Haru…!

— Tsc…!

Haru inclinou-se para a esquerda para evitar as estocadas contínuas do sacerdote. Daquela posição, reorientou-se num instante e, no momento seguinte, estava atrás do sacerdote.

Haru é incrível. 

Mesmo assim, o sacerdote, com seu contorno borrado e azul, acompanhava os movimentos de Haru. Num instante, o sacerdote girou o corpo e novamente se posicionou diante de Haru. Ele se preparava para atingir Haru uma vez mais com a lança, e Haru não teve outra opção senão se esquivar.

Não pode ser. Parece que não tem fim.

Manato tentou sair dos arbustos. Pensou se poderia fazer algo. Qualquer coisa. Queria fazer algo. No entanto, quem realmente fez algo não foi Manato, mas Riyo.

Riyo se moveu rapidamente pelo chão, fazendo um movimento elegante. Ela segurou o sacerdote, que estava atacando Haru com estocadas rápidas. Com um movimento certeiro. Na verdade, não só o segurou; usou toda a sua força e o jogou para longe. O sacerdote, ao ser lançado, girou bem e logo se reergueu.

Riyo e Haru não perseguiram o sacerdote.

— Cinco Chamas

Era Yori. Justo quando Riyo lançou o sacerdote, Yori avançou em sua direção.

— Espada da Sombra Negra, Corpo Fantasma…!

A espada vermelha de Yori não era mais vermelha. Era preta. Não era como se brilhasse em preto. Estava coberta por uma espécie de névoa negra. Quando essa névoa negra se dissipou, Manato não podia acreditar no que via. Era Yori. Yori estava lá. Havia outra Yori. Yori tinha se duplicado.

Manato ficou surpreso e riu, mas não era o momento para isso. O sacerdote não hesitou em atacar uma das Yori com a lança. Ela desapareceu. Não completamente. A Yori atingida pela lança se transformou em fumaça negra.

Quando uma Yori se tornou fumaça negra, a outra Yori já estava perto do sacerdote. De fato, a espada vermelha de Yori cortou o sacerdote diagonalmente do ombro esquerdo até o quadril direito.

Quando o sacerdote, dividido em dois, caiu no chão, Yori deu de ombros.

— É isso? Pensar que a bisavó estava tão ansiosa para voltar a Grimgar…

Só restavam Haru, Yori, Riyo e Manato. O sacerdote partido ao meio, junto com os comandantes e os soldados divinos, estavam todos caídos no chão.

— Ainda não…! — gritou Haru.

Não apenas gritou, mas saltou. Algo estava se movendo aos pés de Yori. Não, não era algo. Era o sacerdote. O sacerdote estava tentando alcançar a perna de Yori com a mão direita. Só podia mover o braço direito porque estava cortado ao meio. Mesmo assim, o sacerdote tentava se agarrar a Yori. Haru saltou sobre o sacerdote, o virou de bruços e cravou uma adaga em seu pescoço.

— Os sacerdotes têm três núcleos de luz de seis pontas…

O que Haru estava fazendo? Não era como se estivesse apunhalando sem sentido. Ele estava imobilizando o sacerdote com seus joelhos e, como se estivesse desmontando uma presa com uma faca, estava o abrindo. Estava tentando separar a carne do osso?

— Núcleos de luz de seis pontas? — murmurou Yori, surpresa.

Riyo, ao lado dela, observava atentamente.

— Já destruí dois. O último…

Haru enfiou sua mão esquerda dentro da cabeça do sacerdote e retirou algo. Era um objeto bastante pequeno. Manato correu até lá e o observou de perto.

O que Haru segurava entre o dedo indicador e o polegar da mão esquerda provavelmente era menor que uma unha do dedo mindinho. Era transparente e incolor, arredondado, com uma luz em seu interior. Não era apenas luz. Ao observar de perto, era possível ver seis saliências naquela luz. Aquela forma. Era a mesma que estava pintada na bandeira do sacerdote.

— Núcleos de luz de seis pontas. Esta é a fonte de poder dos devotos de Lumiaris.

Haru se levantou e apertou o núcleo de luz de seis pontas. Estava exercendo bastante pressão. No entanto, ao abrir a mão, o núcleo estava intacto. Na palma enluvada da mão esquerda de Haru, o núcleo ainda brilhava.

— Enquanto existir um núcleo de luz de seis pontas, o corpo dos devotos se recuperará. No passado, fiz um teste e, a partir de uma parte da coluna vertebral onde estava inserido um núcleo de luz de seis pontas, o corpo se regenerou em cerca de dois dias.

— Yori. — Riyo tocou levemente as costas de Yori.

— O quê? — Yori, irritada, afastou a mão de Riyo.

— Eles não estão mortos.

— Hein?

Yori franziu a testa antes de verificar com seus próprios olhos e estalou a língua.

Os comandantes e soldados que estavam caídos tentavam se levantar. Aqueles cujos corpos estavam danificados e não conseguiam se levantar, se arrastavam.

— Eliminar todos será um trabalho difícil, mas… — suspirou Haru levemente sob a máscara. — Parece que não há reforços, então é melhor fazer isso logo. Yori e Riyo, se não quiserem ajudar, eu entendo. Mas, como há um ferido, poderiam cuidar dele?

— Um ferido? — Manato se apontou. — Ah, não se preocupe, estou bem.

— Você não deve estar bem. Cortaram suas costas e parece que você está sangrando muito, não é só um arranhão.

— sagrando? Sim, dói, mas uma ferida assim vai cicatrizar por conta própria.

— Não finja que está bem. Se não se cuidar, pode ser uma questão de vida ou morte.

— Não, estou realmente bem. Sério. Junza mencionou algo uma vez. O que era mesmo? Constituição? Sou resistente. Minhas feridas cicatrizam rapidamente. Será que nasci assim? Não sei.

— Ah…

Alguém atrás deles murmurou baixinho.

— Hein?

Manato virou a cabeça apenas com o pescoço. Era Riyo, que se agachou e estava aproximando seu rosto das costas de Manato. Manato não tinha ideia de quando ela havia se movido. Haru e Yori eram ágeis, mas Riyo não era apenas ágil; seu jeito de se mover era único. Era como se ela deslizasse.

Riyo também usava óculos semelhantes aos de Yori, mas por baixo do queixo.

Apesar de seu cabelo ser bastante longo, sua franja era bem curta.

Para não cair nos olhos? Mas, mesmo assim, estava curta demais.

— Está se fechando… — disse Riyo enquanto olhava para Manato com a cabeça inclinada para cima.

Se Riyo não tivesse se agachado, Manato estaria olhando para ela de baixo para cima. Ela era realmente alta. Mas sua cabeça era pequena.

— Por quê?

— … Está perguntando sobre minha ferida?

— Sim.

A voz de Riyo era muito mais baixa. Embora durante a batalha não parecesse assim, provavelmente era assim que Riyo normalmente falava. Não fazia esforço para produzir som; simplesmente soltava o ar ao falar. Era assim que ela emitia sua voz.

— Não sei. Meus pais não eram desse jeito. E Junza também não. Ah, Junza era meu companheiro. Ele não está aqui. Parece que vim sozinho para Grimgar.

Riyo franziu a testa. — Precisamos organizar as informações.

— Antes disso, aqueles caras! — Yori apontou para os comandantes e soldados com a ponta de sua espada vermelha. — Se não acabarmos com eles, estaremos na mesma! Se o ferimento do garoto não é nada, vamos fazer isso, Riyo.

— Okay.

Riyo se levantou com um salto. Como esperado, não era apenas um pouco mais alta que Manato, mas tinha uma boa estatura.

— Me mostra como fazer isso!

Pressionado por Yori, Haru correu rapidamente em direção a um dos soldados próximos.

— A posição do núcleo de luz de seis pontas é mais ou menos fixa…

— Por sinal, por que você está usando uma máscara? É suspeito.

— Ah… desculpe. Bom…

— Agora não é o momento. Vamos falar disso depois de fazer a limpeza.

— Sim, bem, o núcleo de luz de seis pontas está localizado na parte mais interna do cérebro, especificamente, em uma região chamada tálamo…

— Cérebro? Dentro da cabeça? Então, não basta apenas decapitar. Você disse que os sacerdotes têm três núcleos, não é?

— Dizem que eles se multiplicam ao longo da coluna vertebral. O segundo fica perto do bulbo raquidiano.

— Quando se multiplicam, a aparência deles muda?

— Sim. O segundo núcleo de luz de seis pontas parece fornecer receptores aos devotos…

— Aquele que cobre a cabeça é o receptor?

— Que bom que você entende rápido…

— Então, com dois núcleos de luz de seis pontas, a cabeça está coberta de receptores, e com três, eles se estendem por todo o corpo. Entendi. Riyo, você está ouvindo? Decorou?

— Sim.

— Vamos fazer isso imediatamente. Ali! — Yori quebrou a cabeça de um soldado com sua espada vermelha e depois olhou para Manato. — Se você conseguir se mover, dê uma mão também. Só de encontrar os que parecem perigosos e me avisar, já ajuda.

— Manato, não se esforce demais — disse Haru.

No entanto, Manato podia fazer o que Yori pediu. Embora o ferimento eventualmente se curasse, ainda levaria tempo, e, enquanto isso, a dor não desapareceria. Ficar sentado em silêncio também era entediante. Contanto que ele não se movesse de forma tão violenta a ponto de abrir o ferimento que estava começando a cicatrizar, provavelmente não haveria problema.

— Entendido!

Imediatamente, Manato começou a procurar os soldados que pareciam estar prestes a se levantar, com os olhos bem abertos.

— …Manato? — murmurou Yori.

Manato assentiu sem olhar para Yori.

— Sim. O que foi?

— Manato… — repetiu Yori em voz baixa. Não parecia que ela estava chamando Manato. — Acho que na história da minha bisavó tinha algo sobre… um Manato…

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