Capítulo 94 – Espanto

Li Huowang perseguiu qualquer coisa que encontrou na rua. Ele sentiu constantemente o Décimo Oitavo Lunar mudando de localização enquanto era perseguido. Algumas vezes assumia a forma de um chapéu vermelho, enquanto outras era uma placa vermelha de loja. Porém, independente de quantas vezes mudasse, Li Huowang ainda perseguiu fervorosamente e nunca o perdeu de vista. Ele finalmente teve uma chance de matá-lo, então não desistiria tão facilmente. Afinal, se ele seria liberado ou não do aperto de Dan Yangzi dependeria se conseguiria obter os olhos do Décimo Oitavo Lunar.

Ele também percebeu algo bizarro enquanto perseguia o Décimo Oitavo Lunar. A coisa de alguma forma não tinha pálpebras. Ele não teve escolha além de olhar para tudo no seu campo de visão, até si mesmo.

Que ser estranho. Me pergunto como se parece na realidade.

Li Huowang pensou silenciosamente enquanto perseguia.

Graças a perseguição intensa, Li Huowang estava se aproximando cada vez mais do Décimo Oitavo Lunar. Cinco metros… três metros… um metro!

Ele levantou a mão direita e saltou de repente, atacando a bolha vermelha na sua frente.

No entanto, quando estava prestes a capturá-lo, uma mão agarrou seu pulso e o impediu: — Li… Li Huowang? Você é o Li Huowang da classe quatro do segundo ano?

Li Huowang olhou para aquele segurando seu pulso. A pessoa que o impediu era um careca em seus cinquenta.

O homem arrumou os óculos quadrados e continuou perguntando: — Você se esqueceu de mim? Sou o professor da sua classe. Onde estão seus sapatos?

Li Huowang olhou para o rosto familiar e murmurou inconscientemente: — Professor Tong?

— Lembro que sua mãe encaminhou um aviso de encerramento de estudos devido a sua doença. Por que está correndo de bata hospitalar aqui fora? Você está bem? — O Professor Tong ficou muito preocupado enquanto arrumava o colarinho de Li Huowang que estava dentro da bata hospitalar.

Olhando para o professor que ajudou muito durante sua vida escolar, Li Huowang se sentiu em conflito. Contudo, se acalmou rápido, afastou a mão do professor e correu na direção do objeto vermelho que havia se distanciado.

— Falso! É tudo uma alucinação! Não pense que pode me enganar! É tudo falso! — gritou Li Huowang.

Olhando para Li Huowang correndo para longe, o Professor Tong ficou preocupado e pegou o celular: — Alô, é a mãe do Li Huowang? Sou o professor de matemática da escola dele. Sim, isso mesmo. Também fico feliz em falar com você. Acabei de ver seu filho na Rua Lótus; ele estava correndo sem sapatos. Sim, é, tenho certeza. Eu ensinei por muito tempo e nunca confundi meus alunos. Mm hmm.

Enquanto isso, os olhos de Li Huowang fiaram injetados enquanto analisava os lados da rua, tentando encontrar o Décimo Oitavo Lunar. Ele atualmente estava segurando um pedaço quebrado de vidro que pegou de algum lugar: — Droga! Onde está?

Ele ignorou completamente as sirenes policiais. Sabia que eles também eram falsos.

Ele estava procurando pelo Décimo Oitavo Lunar loucamente quando parou na frente de um prédio com a imagem de um cervo desenhado nele. As crianças estavam fazendo seus exercícios matinais na área. Quando viu uma pequena faixa vermelha entre as roupas das crianças, Li Huowang riu como um louco: — Hahaha! Encontrei você!

A cerca de metal parecia com um brinquedo não impediu Li Huowang de saltar com facilidade.

Uma professora correu para tentar impedi-lo, mas foi socada no rosto, fazendo gritos horrorizados ressoarem ao seu redor.

No entanto, Li Huowang ignorou tudo e apenas agarrou uma garota enquanto olhava intensamente para a presilha de sakura vermelho no cabelo dela.

Por outro lado, a menina estava visivelmente morrendo de medo enquanto seus lábios tremiam e lágrimas acumulavam em seus olhos.

— Ainda tentando me enganar? Você nunca conseguirá me enganar! — Li Huowang gritou de raiva.

As sirenes então se aproximaram. O som das rodas sendo freadas ressoaram na frente do prédio: — Pare! Polícia, levante as mãos!

Li Huowang se virou e viu duas viaturas. Havia vários policiais agachados com suas armas miradas nele!

Li Huowang olhou para o Décimo Oitavo Lunar em sua mão depois olhou para eles. Ele sorriu friamente: — Tentando me enganar de novo? Isto é falso! É tudo falso!

A garota na mão de Li Huowang começou a chorar ainda mais alto.

Assim que ele estava prestes a acabar com o Décimo Oitavo Lunar, uma figura disparou da multidão e ficou entre ele e a arma: — Parem! Não atirem! Não atirem! Ele é meu filho! Ele… ele é um bom garoto. Só está assim por causa de uma doença. Por favor… por favor, deixe-me falar com ele! Ele me ouvirá… ele ouvirá com certeza… Ele é meu bom filho.

Ao ouvir a voz familiar, Li Huowang parou. Então, viu a figura com cabelo grisalho se virar lentamente. Era ninguém menos que sua mãe, Sun Xiaoqin. Todavia… seu rosto parecia muito desgrenhado. Comparado a última vez que a viu, ela parecia ter envelhecido muito.

Olhando para seu filho atrás da cerca de ferro, Sun Xiaoqin tentou forçar um sorriso, mas falhou. Suas lágrimas fluíram enquanto implorava: — Meu bom filho, por favor, ouça sua mãe. Solte a garotinha, tá? Vamos para casa. Você pode jogar videogames o quanto quiser. Não vou te impedir.

Li Huowang se sentiu em conflito novamente. Ele olhou para sua mãe, que parecia muito real e depois olhou para o Décimo Lunar em sua mão.

No momento que Sun Xiaoqin caminhou cautelosamente na direção de Li Huowang, ele recuou um passo com o rosto contorcendo de dor: — Não, não, isto é falso! É tudo falso! Estas coisas são apenas alucinações criadas pelo Décimo Oitavo Lunar! O mundo lá é o real! Não vou deixar as alucinações me controlarem de novo!

Li Huowang tentou se persuadir, mas não conseguiu mover o vidro afiado em sua mão. Sua respiração ficou rápida enquanto suas pupilas dilatavam e encolhiam cada vez mais.

Enquanto isso, Sun Xiaoqin se aproximou lentamente da cerca, ao ponto que quase conseguia tocá-la e ajoelhou lentamente: — Filho, por favor… por favor, pare. Vendemos nossa casa por sua causa. Não temos mais dinheiro para compensações.

Suas palavras quebraram Li Huowang. Ele abraçou a garota na sua frente e chorou, fazendo lágrimas escorrerem por seu rosto.

— Mãe! — Veias começaram a inchar no seu rosto quando abriu a boca e gritou. Saliva e lágrimas pingaram no chão com a imagem de um desenho de crianças.

Então, olhando para sua mãe, respirou fundo e gritou tudo que manteve no coração, incluindo sua luta e confusão.

— MÃE! EU NÃO CONSIGO! EU REALMENTE NÃO CONSIGO DETERMINAR QUAL LADO É REAL!