Circle of Inevitability – Capítulos 321 ao 330 - Anime Center BR

Circle of Inevitability – Capítulos 321 ao 330

Capítulo 321: Compensação

Combo 16/50


No corredor escuro, apesar da temperatura inalterada, uma rajada de vento gelado passou, causando arrepios na espinha.

Seu impulso inicial foi colocar a mão no bolso e agarrar o dedo do Sr. K. No entanto, ele se conteve, consciente do território desconhecido que era o Continente Sul. O Sr. K pode não sentir o uso de seu dedo, então Lumian suprimiu seu instinto.

Franca reagiu rapidamente também. Um pequeno espelho se materializou em sua palma. Jenna, menos experiente, não entendeu o significado da situação, mas seus instintos lhe disseram que não era um desenvolvimento positivo.

Era semelhante às histórias assustadoras contadas em salões de dança para assustar garotas!

Sallent, evitando o olhar fraco da lamparina a óleo, passou rapidamente por Jenna e Franca, indo direto para a porta de madeira escura como breu para o porão. Ele não deu atenção a Lumian.

Bang! Bang! Bang!

Sons de impacto ecoaram das tumbas de ambos os lados. Não estava claro se as tampas dos sarcófagos foram atingidas ou se pesadas portas de pedra foram batidas.

A expressão de Sallent mudou e ele saiu correndo.

No porão silencioso, os ecos das pancadas permaneciam. Lumian e os outros correram atrás do dono da loja de poções místicas, ultrapassando-o facilmente.

Naquele exato momento, a porta de madeira escura como breu fechou-se abruptamente.

Ao ver isso, Franca correu para frente e jogou o espelho pela porta.

Um estalo ressonante marcou a colisão do espelho com a porta de madeira, espalhando fragmentos pelo chão.

Lumian e Franca pararam simultaneamente, com a atenção voltada para Sallent. Jenna, ainda em movimento, compreendeu e fez a mesma escolha.

No corredor assustadoramente escuro, Sallent, vestindo um casaco azul com detalhes dourados, estava paralisado, seu rosto pálido tingido com um tom verde doentio.

As batidas nos túmulos persistiam, e suas reverberações abalavam profundamente todos os presentes.

Sallent tremeu visivelmente, murmurando para si mesmo, — Estamos acabados. Estamos todos acabados…

Franca perguntou rápida, mas calmamente: — O que está acontecendo?

Somente entendendo a questão central era possível elaborar uma estratégia rápida e eficaz!

Aparentemente desligado de seus próprios sentidos, Sallent não respondeu. Ele meio que murmurou, — Estamos acabados. Estamos todos acabados…

Antes que ele pudesse completar seu pensamento, o porão inteiro tremeu.

As chamas verde-escuras que haviam encolhido até o tamanho de grãos de arroz tremeluziam visivelmente na mesma direção.

— Está acordado! Está acordado!

Sallent permaneceu sem resposta, repetindo seu grito de pânico, — Está acordado! Está acordado!

Vendo que o dono da loja de poções místicas estava claramente em um estado de extremo horror e não em seu perfeito juízo, Franca abandonou decisivamente suas tentativas de pedir informações a ele e pegou um espelho.

O plano dela era usar a Adivinhação por Espelho Mágico para avaliar rapidamente a situação atual.

Mesmo que a resposta da adivinhação não fosse totalmente clara e exigisse interpretação, ainda era melhor do que ficar completamente sem direção!

Em questão de instantes, Franca completou o encantamento e testemunhou uma luz aquosa emanando do espelho.

Assim que estava se preparando para reunir seus pensamentos e formular perguntas apropriadas para obter respostas correspondentes, Lumian, que estava em pé silenciosamente ao lado dela, de repente falou. — Funcionou?

— Sim. Eu posso executar a adivinhação, — Franca respondeu cooperativamente, embora estivesse intrigada com as ações de Lumian.

Lumian imediatamente abriu um sorriso.

— Não há necessidade de perguntas.

Hum… Franca foi pega de surpresa antes de entender a intenção de Lumian.

Nesse momento, o porão tremeu mais uma vez. Sallent, o dono da loja de poções místicas, estava tão tomado pelo medo que sua voz ficou aguda.

— Está aqui! Está aqui!

— Nós vamos morrer!

No instante seguinte, Lumian agarrou seu ombro.

Ao mesmo tempo, Lumian segurou firmemente o braço de Jenna com a outra mão, enquanto Franca colocou o braço em volta do ombro dele como um irmão.

Uma luz misteriosa brilhou através das fendas de suas roupas, e os quatro se materializaram do lado de fora do porão, parados diante da porta de madeira escura adornada com símbolos intrincados e enigmáticos.

— Está aqui! Está aqui!

— Nós vamos morrer!

Os gritos de desespero de Sallent ainda ecoavam no ar.

Lumian lançou um olhar avaliador para o dono da loja de poções místicas, pensando se deveria utilizar o Rosto de Niese para se transformar em uma múmia e assustá-lo.

A provocação terapêutica também teve seus méritos!

No entanto, considerando sua espiritualidade em declínio e a prudência de revelar muitas habilidades a um estranho, Lumian acabou desistindo da ideia da brincadeira.

Jenna balançou a palma direita, dando um tapa retumbante no rosto de Sallent, deixando-o perplexo. Ele olhou para a mulher diante dele, completamente perplexo.

Franca e Lumian trocaram olhares sem palavras, sem saber como reagir a essa reviravolta inesperada.

Enquanto a porta escura como breu e as paredes do porão balançavam suavemente, a cacofonia lá fora diminuiu abruptamente.

Jenna sentiu o peso dos olhares deles e murmurou: — Não é assim que eles os acordam? É assim que eles fazem com minha vizinha quando ela perde o controle de suas emoções.

Não era loucura. No distrito das fábricas, as pessoas tinham seus próprios remédios práticos. Na maioria das vezes, eles funcionavam, embora ocasionalmente se mostrassem ineficazes.

Claro, se ele fosse parte da família dela, ela não ousaria tentar. Ela procuraria assistência profissional em vez disso.

Franca saiu de seu devaneio e elogiou sinceramente: — Muito bem.

Vários momentos se passaram, e o olhar de Sallent clareou.

Instintivamente, ele examinou os arredores e exclamou surpreso: — Estamos fora? Quando saímos?

— Quando você gritava ‘nós vamos morrer’, ‘nós vamos morrer’, — Lumian retrucou com um tom irritante.

Ele então levantou uma sobrancelha e perguntou com uma entonação profunda: — Quem você estava dizendo que estava prestes a acordar?

A expressão de Sallent mudou várias vezes antes de ele gaguejar: — Uma múmia antiga genuína. Ela dorme profundamente dentro da tumba e ocasionalmente se agita. Ela só acordou há alguns dias. Por que ela acordou tão rápido°…

Normalmente, havia um prazo aproximado para o tempo que a múmia permanecia acordada. De acordo com a experiência de Sallent, levaria pelo menos mais um mês até que ela acordasse novamente. Foi por isso que ele ousou levar Lumian e os outros para o porão.

Inesperadamente, ocorreu um acidente!

“O que fez a múmia antiga despertar prematuramente?” Lumian dirigiu um olhar pensativo para Franca, como se silenciosamente perguntasse se ela desejava considerar obter a múmia antiga genuína.

Franca compreendeu a pergunta e balançou a cabeça, indicando que não era necessário.

As cinzas de múmia eram meramente ingredientes suplementares. As formadas no ano anterior ainda eram utilizáveis. Não havia necessidade de arriscar lidar com o que parecia ser uma entidade perigosa.

Lumian desviou o olhar e ignorou a dor de cabeça que roía suas têmporas. Ele se virou para Sallent e sorriu.

— Não me importa se é a múmia do ano passado ou uma antiga despertando. Há duas coisas que eu sei com certeza.

— Primeiro, eu salvei sua vida. Segundo, nós estávamos morrendo de medo e quase encontramos nosso fim lá embaixo.

— Então, você me deve um presente de agradecimento e uma compensação pelo esforço mental. Quanto você acha que é justo? Tenha em mente que eu só quero ouro.

Com a lembrança de que devia à Sombra de Armadura e ao Sr. Tolo um total de 100.000 verl d’or em ouro, Lumian estava ansioso para aproveitar todas as oportunidades para acumular fundos.

À medida que o tumulto atrás da porta de madeira escura como breu gradualmente se acalmava, Sallent soltou um suspiro de alívio e respondeu: — Que tal 1.000 verl d’or? É todo o ouro que tenho em mãos.

Seu coração doeu ao pensar em se separar do dinheiro, mas ele reconheceu o ponto de Lumian. Sem a intervenção deles, ele teria encontrado seu fim naquele porão, se tornando forragem para a múmia.

Além disso, o grupo havia demonstrado proeza significativa. Rejeitar o pedido deles de cara parecia uma proposta arriscada.

— Concordo. — Lumian não insistiu nem tentou pechinchar.

Enquanto o quarteto se dirigia para as escadas que levavam ao armazém, Franca abaixou a mão esquerda e furtivamente deixou algo escorregar para o canto escuro.

Depois de obter 1.000 verl d’or em moedas de ouro, pepitas de ouro e joias, Lumian, Franca e Jenna saíram da Loja de Poções Místicas das Terras Altas.

Franca olhou de volta para a loja e soltou uma risada irônica. — Tsk, todo esse problema, e nós acabamos com uma mão de múmia e 500 verl d’or adicionais.

Sem esperar pela resposta de Lumian, ela perguntou com um sorriso, — Você está ficando sem fundos de novo? Você costumava salvar pessoas sem esperar pagamento. Elas podiam dar ou não.

— Você mudou para o Caminho do Espectador? — Lumian provocou, concordando com a cabeça. — O contrato especial que mencionei envolve sacrificar 100.000 verl d’or em ouro dentro de um prazo definido após o pacto ser feito.

“100.000 verl d’or?” A compreensão de Jenna sobre questões monetárias passou por uma grande transformação desde que entrou no mundo do misticismo.

Com base no que ela sabia, mesmo alguém como Ciel não possuía tanta riqueza líquida quanto ela. No entanto, ele ousou acumular uma dívida de 100.000 verl d’or apenas por um contrato que concedia acesso a essas habilidades especiais.

Franca estalou a língua e perguntou: — Por que você não nos ‘teletransportou’ direto para a porta desde o começo? A porta do porão não estava fechada, então nenhum acidente teria ocorrido.

— Você não acha que é mais dramático fazer isso no último momento? — Lumian retrucou com uma pergunta.

Naturalmente, a razão real era que ele havia recentemente adquirido a habilidade de atravessar o mundo espiritual e não era proficiente em usá-la. Quando a porta de madeira escura como breu no porão se fechou, ele hesitou em tentar se teletransportar por medo de falhar.

Mais tarde, Franca completou com sucesso sua Adivinhação por Espelho Mágico. Por meio dela, Lumian confirmou sua capacidade de permanecer conectado ao mundo exterior dentro do selo, o que lhe permitiu fazer o teletransporte definitivo.

Em meio às expressões perplexas de Franca e Jenna, Lumian massageou sua cabeça dolorida e anunciou: — Vamos encontrar uma pousada. Preciso descansar e restaurar minha espiritualidade.

— Okay. — Franca não estava com pressa de encontrar uma pousada. Em vez disso, ela virou em um beco vazio e tirou um espelho de maquiagem ornamentado.

— Por que você está usando adivinhação? — Jenna perguntou curiosamente.

Os lábios de Franca se curvaram em um sorriso.

— Estou usando isso para adivinhar o reflexo no meu outro espelho.

Vendo a perplexidade de Jenna, ela esclareceu: — Deixei um pequeno espelho que parece um caco do lado de fora daquele porão.

Com isso, Franca acariciou o espelho e entoou um encantamento.

Em pouco tempo, o espelho projetou uma imagem: Sallent, o proprietário da loja de poções místicas, estava diante da porta de madeira escura como breu, sua postura curvada enquanto ele recitava: — Só a morte dura para sempre!

Capítulo 322 – Prazer

Combo 17/50


— Só a morte dura para sempre?

Lumian e Jenna lutaram para compreender a gravidade da situação que se desenrolava diante delas. A atenção deles se voltou para Franca.

Franca observou enquanto Sallent se curvava e oferecia suas preces antes de sair do porão mal iluminado. A exibição enigmática do espelho se dissolveu na escuridão, marcando o fim da adivinhação. Ela falou contemplativamente: — Ele parece ser do Episcopado Numinoso.

“Episcopado Numinoso?” Lumian, que havia encontrado referências a essa organização secreta nos cadernos de Aurore, sabia que ela se originou da linhagem real do Império Balam no Continente Sul e dos antigos crentes da Morte. A missão da organização parecia envolver despertar ou reviver a Morte enquanto expulsava colonos para restaurar o Império Balam à sua antiga glória.

O conhecimento de Aurore sobre o Episcopado Numinoso era um tanto superficial, carecendo de detalhes sobre figuras proeminentes, rituais ou práticas específicas.

— O Episcopado Numinoso? — A falta de familiaridade de Jenna era aparente em sua voz.

Franca passou a fornecer uma visão geral sucinta do histórico do Episcopado Numinoso, alinhando-se com o entendimento de Lumian.

Ela concluiu: — No Continente Sul, o Episcopado Numinoso detém um status comparável à Escola de Pensamento Rosa. Embora eles não recorram a sacrifícios de sangue ou terrorismo como algumas organizações secretas baseadas na fé, os rituais são inerentes à sua natureza. A busca do Episcopado Numinoso pelo renascimento da morte necessita de rituais de sacrifício.

— Certo, a líder do Episcopado Numinoso é uma semideusa apelidada de Imperatriz Pálida.

“Imperatriz Pálida? Dada a similaridade em força do Episcopado Numinoso com a Escola de Pensamento Rosa, é plausível que Imperatriz Pálida seja um anjo…” Lumian esfregou a cabeça, sem energia para analisar mais.

O olhar de Jenna se voltou para a loja de Poções Místicas das Terras Altas, sua confusão era evidente.

— Por que o dono da loja, um Intisiano, se juntaria ao Episcopado Numinoso?

O objetivo do Episcopado Numinoso era erradicar os colonos e reconstruir o Império Balam. Intis era uma das potências coloniais estabelecidas em Balam Oeste.

Sallent, embora tenha vivido no Continente Sul por mais de uma década e colhido as recompensas de ser um Intisiano, se viu em uma situação intrigante. Sua lealdade ao Episcopado Numinoso, apesar desses benefícios, levantou questões. Sallent não era um dos habitantes de classe mais baixa de Trier como Jenna, que não tinha um conceito claro de interesses coloniais.

Franca murmurou, — Quem sabe? Existem inúmeras possibilidades. Conversão forçada após ser capturado, manipulação por forças misteriosas, sedução gradual com benefícios crescentes levando à crença devota, ou uma experiência transformadora graças a ser resgatado por um gentil crente na Morte.

— Em todo caso, o Episcopado Numinoso demonstra astúcia ao empregar um nativo genuíno do Continente do Norte para operar uma loja de poções místicas, vender múmias e agir como um espião discreto. A estratégia deles parece bem orquestrada, desafiando suspeitas fáceis.

Observando o cansaço de Lumian, Franca decidiu não se aprofundar mais. Ela localizou uma pousada próxima e garantiu alojamento para eles.

Ao despertar de Lumian, a luz do sol entrou pela janela de vidro, lançando um brilho quente sobre Franca e Jenna, que estavam sentadas à mesa. O céu estava sereno, adornado com nuvens fofas que lembravam fios de algodão.

Franca e Jenna saborearam um burrito temperado com especiarias, envolvendo carne bovina e carneiro suculentos, enquanto Lumian se deliciou com um prato de cebolas assadas, batatas, milho e carnes variadas. Uma bebida doce à base de milho enfeitou a mesa deles, emanando um aroma delicioso.

Quando Lumian se sentou, uma risada escapou de seus lábios. — Parece que vocês duas se divertiram bastante.

Mastigando sua comida, Franca murmurou: — Eu não costumo me aventurar nas Terras Altas das Estrelas, e eu consegui o que eu tinha planejado fazer. Naturalmente, é hora de relaxar.

— Como isso se chama? Se chama… Droga, esquece. Você entendeu a ideia!

Apesar de uma tentativa prolongada, Franca lutou para articular seus pensamentos na linguagem apropriada. Eventualmente, abandonou o esforço, priorizando sua refeição.

Jenna gesticulou para a direita. — Trouxemos um almoço para você.

Uma tira de carne frita, coberta com um molho vermelho que exalava um sutil aroma alcoólico, estava diante de Lumian.

— Imaginei que você pudesse hesitar em se aventurar devido à barreira da língua, — Lumian admitiu, prontamente saciando sua fome.

Ele já havia percebido que apenas uma minoria dos moradores locais entendia intisiano e, mesmo assim, apenas em um nível básico para comunicação rudimentar.

Franca, engolindo um pedaço de burrito, tomou um gole de uma xícara de suco de milho fumegante.

— A linguagem corporal é universal.

Jenna acrescentou com um sorriso, — Os gestos de Franca são realmente notáveis. Ela até imita guinchos de porco, mugidos de vaca e balidos de ovelha para comunicar suas preferências de carne a vendedores não familiarizados com Intisiano. No entanto, os nobres aqui são um desvio das minhas expectativas. Eles parecem mais semelhantes aos do Continente Norte do que seus pares do Continente Sul.

Nesse ambiente descontraído, o trio desfrutou de um almoço tranquilo, contando suas aventuras como se estivessem em férias autênticas.

Sob a cobertura da noite, no distrito de Le Marché du Quartier du Gentleman, aninhado nas docas de Rist, havia um prédio abandonado — um local que Lumian havia incendiado anteriormente.

Ciente dos potenciais distúrbios que as melhorias em um apartamento poderiam causar entre os moradores próximos, Franca acatou o conselho de Lumian e selecionou este local vago.

Imediatamente erguendo uma parede de espiritualidade, Franca coletou as cinzas da múmia — graças a Lumian — junto com os outros ingredientes necessários.

Enquanto isso, Lumian e Jenna mantiveram uma distância cuidadosa, observando atentamente enquanto Franca habilmente misturava os ingredientes e consumia a poção.

Um breve silêncio envolveu a cena, então o rosto de Franca se contorceu em angústia.

Quase instantaneamente, seu cabelo louro, antes preso em um rabo de cavalo, se libertou de suas amarras. Impulsionado por uma força invisível, o cabelo flutuou e se estendeu, parecendo uma teia radiante se expandindo em todas as direções.

Mais fios etéreos emergiram, densos e alongados. Rapidamente, eles povoaram o espaço protegido pela parede de espiritualidade, moldando uma floresta espectral de filamentos.

Mais uma vez, Jenna testemunhou os atributos misteriosos e surreais da poção, enquanto obscurecida pelo cabelo crescente. Ao lado de Lumian, ela pacientemente esperou que a anomalia diminuísse.

Quer essa passagem de tempo tenha durado dezenas de segundos ou se estendido por mais de dois minutos, o cabelo louro etéreo finalmente se retirou, retornando à forma de Franca.

Com um semblante alegre, Franca girou para encarar seus companheiros, seus olhos límpidos irradiando contentamento.

— Tudo ocorreu perfeitamente. Estou prevendo que os avanços futuros serão bem trabalhosos e desafiadores.

Curiosamente, Jenna encontrou a blusa florida de Franca e as calças brancas harmonizando impecavelmente com seu comportamento pela primeira vez. O traje parecia acentuar um fascínio inefável, evocando um rubor e um calor nos ouvidos de Jenna, apesar de sua própria feminilidade. Por outro lado, Lumian experimentou um calor e uma reação desconhecidos e indesejados.

À medida que Franca se acostumava aos poderes como Demônia do Prazer, os corações acelerados de Lumian e Jenna finalmente se estabilizaram, restaurando uma aparência de normalidade.

Concluindo sua tarefa e desfazendo a barreira espiritual, Franca se juntou a eles, ostentando um sorriso radiante. Seus olhos brilhavam como um lago brilhando com luz refletida.

— De quanta melhoria estamos falando? — Lumian fez uma pergunta direta.

Uma compreensão aproximada da situação facilitaria um melhor trabalho em equipe!

Os olhos de Franca dançaram alegremente enquanto ela respondia, um sorriso adornando seu rosto. — Dê um palpite.

— Eu não sou uma Demônia. Como posso adivinhar? — A resposta de Lumian mal saiu de seus lábios antes que ele franzisse a testa.

Uma força intangível envolveu suas pernas e corpo!

Então, com um impulso repentino, a forma de Lumian foi envolvida em chamas vermelhas que irromperam de dentro dele, engolindo os fios enigmáticos.

Só então Lumian e Jenna perceberam os tentáculos intangíveis, tingidos em tons de fogo, lembrando seda de aranha translúcida.

Em meio à sua diversão, Franca perguntou a Lumian e Jenna com um brilho travesso: — Vocês entenderam agora? Talvez vocês queiram explorar outro poder?

— Não!

— Não há necessidade.

Em uníssono, Jenna e Lumian responderam, suas vozes ecoando sua apreensão.

Franca manteve o sorriso, sugerindo: — Você tem certeza de que não quer tentar? Eu lhe asseguro, um simples toque pode envolvê-la em verdadeiro prazer.

— Droga! — Jenna instintivamente recuou um passo, seu palavrão pontuando sua reação.

Lumian olhou para Franca, tentando descobrir se ela estava realmente brincando com ele ou se tinha alguma intenção genuína.

“Sim, o alvo deve ser Jenna… Não posso descartar a possibilidade de usar um simples contato para me envergonhar…” Enquanto os pensamentos de Lumian corriam, Franca de repente se recompôs e disse seriamente: — Além dos dois que mencionei antes, minha proficiência em magia de Fogo Negro, Gelo, Maldição e Espelho foi elevada. A integração deles também se expandiu. Por exemplo, posso utilizar um espelho para focar em um alvo e empregar Fogo Negro para promulgar uma maldição. Outro cenário envolve minha utilização de Substituição de Espelho e Substituição de Cajado para neutralizar danos fatais enquanto ganho alguma medida de recuperação.

— Minhas capacidades como Assassina e Instigadora também foram aprimoradas.

Ela resumiu sucintamente seus avanços sem entrar em detalhes.

Lumian assentiu, refletindo sobre as capacidades de Franca. Ele perguntou pensativamente: — Você também possui uma habilidade parecida com um encanto?

O sorriso de Franca sugeria uma resposta, mas ela preferiu permanecer em silêncio.

Jenna observou Franca por um momento e então notou outra coisa, apontando para ela e comentando: — Você ficou ainda mais bonita!

As características individuais e a aparência geral de Franca transcendiam quaisquer imperfeições. Seu comportamento irradiava um brilho inegável — uma beleza marcante e extravagante que não exigia disfarce.

— É mesmo? — Franca respondeu, sua surpresa evidente.

Lumian não conseguiu resistir e coçou o queixo, pensando se a Madame Lâmina Oculta1 realmente mudaria para Cavaleira de Ferro e Sangue ao passar da Sequência 5 para a Sequência 4 do caminho do Caçador.

Enquanto Lumian se despedia de Franca e Jenna e embarcava em seu retorno ao Auberge du Coq Doré, uma percepção repentina o atingiu. Ele abaixou a voz e perguntou: — Temiboros, qual é a próxima bênção depois de Contratado?

No entanto, Termiboros permaneceu em silêncio, sem oferecer nenhuma resposta.

Lumian soltou um escárnio.

— Está tudo bem. Assim que eu localizar o padre, ele divulgará a informação.

Embora sua confiança pudesse vacilar internamente, manter uma aparência externa de segurança era essencial em momentos como estes.

O dia do evento profetizado chegou rapidamente.

No Quartier de la Princesse Rouge, no cruzamento da Rue de la Muraille com a Rue du Cheval Blanc, Lumian desembarcou de uma carruagem pública com uma graça casual. Vestido com uma camisa branca, um colete preto, calças marrons e sapatos de couro elegantes, ele lançou seu olhar para o bairro adormecido que estava à frente.

  1. pra quem nao lembra, é o apelido de franca[↩]

Capítulo 323 – Perfil Psicológico

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Lumian estava parado em um cruzamento, com as mãos casualmente enfiadas nos bolsos, enquanto caminhava calmamente em direção à Rue de la Muraille.

Esta rua tinha mais significado para o povo de Trier do que até mesmo a renomada Avenue du Boulevard. Era a aspiração deles.

Nos dias antes do Imperador Roselle iniciar a Revolução Industrial, a paisagem urbana de Trier não se espalhava tanto quanto agora. Ela se aninhava no canto mais oriental, fortificada por fortes muralhas da cidade e vigilantemente guardada por soldados. Seu acampamento militar não era distante, o que levou ao surgimento de vários bordéis e prostitutas nas proximidades.

À medida que as areias do tempo passavam, a Rue de la Muraille ganhou reputação, e a população de Trier cresceu. Um mercado modesto cresceu em um reino de prestígio e extravagância que se estendia pelos continentes Norte e Sul.

Lumian passou sob a copa protetora das árvores de Intis, seu olhar observou estruturas opulentas semelhantes a palácios ao lado de apartamentos modestos. Todos eles compartilhavam uma característica comum — janelas adornadas com vidro fosco e uma ocasional veneziana verde.

A Rue de la Muraille parecia estar despertando de seu sono do meio-dia. A rua recebia poucos pedestres, mas cada um tinha um ar distinto. Alguns passavam correndo em trajes de trabalho cinza-azulados sombrios, movidos pela pressa, enquanto outros vestiam roupas elegantes e antiquadas. Eles olhavam ao redor antes de entrarem em complexos de apartamentos. Câmeras penduradas no pescoço capturavam momentos espontâneos antes que esses andarilhos desaparecessem em edifícios ornamentados. Tentativas de projetar uma fachada intisiana não conseguiam mascarar identidades verdadeiras, traídas por linhas finas e alturas exageradas.

Além disso, o olhar atento de Lumian avistou uma máquina cinza-ferro, com dois metros de altura. Uma saída de vapor expelindo adornava suas costas, acompanhada de engrenagens, molas de torção, parafusos e canos dobrados — uma sinfonia de mecânica decorativa.

Empoleirado na esquerda da máquina, um homem luxuosamente vestido ostentava uma maquiagem intrincada. Sua observação vagarosa abrangeu pedestres, dignitários envoltos em máscaras de ouro ou prata e homens grogues cambaleando para a vigília.

Aqui, os comuns e a elite se entrelaçam em uma harmonia peculiar.

Conforme Lumian avançava, examinava metodicamente os arredores, seu olhar implacável na busca por seu alvo.

Num piscar de olhos, ele avistou Albus se aproximando de um beco lateral.

O membro da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, ostentando cabelos ruivos escuros, reconheceu Lumian com um sorriso malicioso. Ele levantou a mão direita, apontou para a própria cabeça — uma provocação.

Sob a diretiva de Gardner Martin, Albus foi encarregado de rastrear o Padre Guillaume Bénet. Parecia que Albus estava insinuando uma espécie de competição, colocando Lumian contra si mesmo para ver quem descobriria a “presa” primeiro.

Além de Albus, a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue provavelmente mobilizou vários afiliados oficiais ou periféricos. Nisso, Gardner Martin manteve suas promessas.

Sem se deixar intimidar pelo gesto de Albus, Lumian seguiu em frente, aprofundando-se na Rue de la Muraille.

Guiado pelas revelações da Adivinhação por Espelho Mágico da Demônia do Prazer Franca, o domínio da profecia se estreitou:

A presença de Guillaume Bénet era esperada em cinco ruas, incluindo a Rue de la Muraille e a Rue du Cheval Blanc, durante a semana.

No entanto, o comprimento da Rue de la Muraille, sua extensão e a população aglomerada criaram uma paisagem nebulosa para a busca de Lumian. Buscas em tapetes e lançamentos generalizados de redes eram virtualmente impossíveis. O sucesso dependia da possibilidade de alistar ajuda das autoridades e reunir um exército para selar este lugar, protegendo vigilantemente cada entrada para o Submundo de Trier.

Anteriormente, Lumian só podia esperar que a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, uma organização secreta repleta de Caçadores formidáveis, ostentasse técnicas superiores de rastreamento e caça ao homem. Ou talvez, Termiboros — um anjo da Inevitabilidade — pudesse levá-los a se encontrar. Enquanto a distância entre Lumian e Guillaume Bénet fosse moderada, eles se “reuniriam” como se estivessem predestinados.

Entretanto, uma nova possibilidade surgiu.

Esse avanço foi predominantemente fruto do conhecimento místico que ele adquiriu como Contratado!

Dentro desse tesouro de conhecimento, havia uma coleção de criaturas misteriosas, convocáveis ​​ou recrutáveis, completas com os custos necessários para forjar contratos. O compêndio detalhava as habilidades obtidas e as penalidades subsequentes incorridas após o contrato.

Fundindo a exposição das capacidades contratuais de Guillaume Bénet com sua memória e sonho, Lumian percebeu algumas coisas:

Invocar Flores Demoníacas do Abismo requer um sacrifício de sangue humano fresco. A desvantagem — um desejo aumentado por sexo.

A invisibilidade exige treze porções de carne preparada. O lado ruim — uma suscetibilidade intensificada à fome.

Voo Lento sacrifica a paixão romântica de alguém perpetuamente. O lado ruim — uma vontade de se exibir.

Maldição dos Ossos prevê o sacrifício de uma pessoa viva. O lado ruim — sonolência.

O Feitiço Místico de Assimilação de Almas exige nada menos que três almas humanas. O lado ruim — ataques aleatórios de tontura, totalizando quatro a cinco diariamente.

Explosão Interna exigia o sacrifício de qualquer característica de Beyonder. O lado negativo — drenagem implacável da espiritualidade, equivalente à redução permanente da capacidade espiritual.

A partir da descrição detalhada do Feitiço Místico de Assimilação de Almas, Lumian conjeturou que o padre inadvertidamente havia adquirido um custo adicional.

Esse era o nome dele!

O Feitiço Místico de Assimilação de Almas afetava o Corpo Espiritual do alvo ao invocar seu verdadeiro nome, fazendo-o sentir tonturas e outras reações, amplificadas pela compreensão mais profunda do alvo e pelo emprego de verborragia ecoando o mundo espiritual.

Ao contratar uma entidade do mundo espiritual armada com o Feitiço Místico de Assimilação de Almas, Guillaume Bénet inadvertidamente revelou seu verdadeiro nome. Entidades dotadas de tais poderes poderiam usar o verdadeiro nome de uma pessoa para múltiplos efeitos — um risco latente potencialmente profundo.

Este perigo era apenas um entre vários enigmas semelhantes abrigados dentro da sabedoria mística de um Contratado. Portanto, Lumian optou por uma tela extensa de criaturas do mundo espiritual, interação pessoal seguida de engajamento experimental.

Com base nas desvantagens conhecidas que acompanham as habilidades contratadas, Lumian elaborou uma hipótese fundamentada.

Depois que Guillaume Bénet, um homem movido por desejos insaciáveis, percebeu que seu apetite por sexo estava aumentando, ele definitivamente procurou mulheres. O alinhamento da profecia com Quartier de la Princesse Rouge harmonizou-se com os resultados desenterrados da Adivinhação por Espelho Mágico sobre as cinco ruas próximas.

Além disso, ele percebeu que sua fome estava mais voraz do que nunca, e o ato de intimidade o deixou sem vigor. Assim, a probabilidade era alta de que ele iria em direção a um bordel que atendesse às necessidades carnais e culinárias ou convidaria uma mulher para casa.

Guillaume Bénet não era apenas um homem de desejos fervorosos, mas também uma alma ambiciosa, sedenta por poder. Estando confinado na aldeia e antes que as habilidades contratuais imbuíssem sua vida de efeitos adversos, sua luxúria refletia uma expressão de poder. De outra forma, era impossível explicar como seus desejos se espalhavam por todas as mulheres, uma inclinação abrangendo o espectro entre amantes estimadas e aquelas de menor estatura.

Para ele, apropriar-se das companheiras de outros homens tornou-se uma prova de sua posição, poder e fascínio.

Ao pisar no solo de Trier, um lugar onde seu sotaque provinciano atraiu o desdém dos cidadãos, ele, sem dúvida, buscou vingança, manifestando suas reivindicações de uma maneira única.

Fundido com sua busca incansável por força e seu estilo passado, Guillaume Bénet muito provavelmente foi atrás de cortesãs procuradas, atiçando o fogo da inveja entre os moradores locais. Ele pode até mesmo roubar uma ou duas dessas mulheres cobiçadas para enfeitar sua casa.

Esta análise abrangente do caráter e da psique do padre não foi um empreendimento solitário de Lumian. Em vez disso, surgiu da expertise de Anthony Reid, um Psiquiatra. Armado com o retrato intrincado de Guillaume Bénet feito por Lumian, Reid elaborou um perfil psicológico, um retrato vívido do funcionamento mental deste herege.

Assim, dois caminhos distintos se desenrolaram para enredar sua presa. O primeiro envolvia vigiar bordéis de luxo, onde tanto refeições quanto cortesãs famosas o aguardavam. O outro caminho se desviava para investigações em torno de cortesãs que haviam se casado, assumido papéis de amantes ou até mesmo desaparecido nos últimos dois meses.

Para a busca anterior, a responsabilidade repousava sobre os ombros da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue. A tarefa atual de Lumian girava em torno de desenterrar um canal para a inteligência sobre os contos clandestinos de Rue de la Muraille.

Anthony Reid, um corretor de inteligência habilidoso, tinha uma chave. Ele conhecia bem Bühler, um colunista do Rosto Fantasma, famoso por expor escândalos e sussurros que circulavam pela Rue de la Muraille.

Bühler, um apreciador de bebidas e escrita, frequentava a Cafeteria Hope, de onde podia observar a entrada antes de se aventurar nos bordéis.

Com seu objetivo claro, Lumian embarcou em um passo firme em direção à cafeteria situada no meio da Rue de la Muraille.

No caminho, ele revisitou toda a tarefa em questão, movido por uma emoção indescritível.

Suas habilidades de adivinhação empalideciam em comparação às de Franca. Um Feitiço de Profecia solitário descansava em seu arsenal, uma ferramenta que ele não ousava usar de forma imprudente. A sutileza da perícia psicológica de Anthony Reid em criar perfis e coletar informações ofuscava a de Lumian. No entanto, mobilizar esses aliados permitiu que ele aproveitasse essas forças, semelhante a ganhar posse dessas habilidades.

Lumian não conseguia prever as ramificações da ascensão à divindade. No entanto, uma coisa era certa: abaixo da Sequência 4, a proeza de alguém encontrava restrições. Esquadrões cooperativos aproveitavam o potencial de sinergia, permitindo que confrontassem Sequências ainda mais altas sem divindade.

Logo, Lumian avistou a Cafeteria Hope, cuja entrada era adornada com um verniz branco leitoso.

Depois de abrir a pesada porta, lançou seu olhar para o canto, permitindo que qualquer um tivesse um ponto de vista privilegiado.

Um homem de rosto esguio, na faixa dos trinta anos, cabelos cor de ébano emoldurando olhos azuis, barba aparada meticulosamente e encerada com precisão, encontrou o olhar de Lumian — sua atenção fixada na entrada.

Sentindo o escrutínio de Lumian, o rosto do homem se transformou. Ele pegou o caderno de capa mole e a caneta tinteiro carmesim sobre a mesa, prestes a desaparecer pela porta dos fundos.

Em resposta, Lumian sacou seu revólver e disparou em direção à saída dos fundos da cafeteria.

Com um estrondo retumbante, a bala penetrou na madeira.

Os clientes ficaram alarmados, suas reações oscilando entre se esconder e saber o que estava acontecendo, gerando caos.

O homem barbudo ficou imóvel, sem saber se deveria correr ou ficar.

Sob o olhar coletivo do barman, clientes e funcionários, Lumian avançou em direção ao seu alvo, revólver na mão e diversão estampada em seu rosto.

— Você é o senhor Bühler?

— Sim, sou eu. — Bühler forçou um sorriso.

Lumian gesticulou em direção ao assento original de Bühler e falou com indiferença:

— Sente-se. Vim comprar informações.

Um suspiro de alívio escapou de Bühler enquanto ele se curvava e voltava para se acomodar na cadeira.

Lumian ocupou o assento oposto, abaixando seu revólver. Com um traço de brincadeira, ele questionou: — Por que a preferência por um canto tão escuro?

Bühler suspirou e disse: — Na minha linha de trabalho, represálias são uma preocupação constante. Você está bem ciente de que alguns indivíduos detestam ver seus nomes ou imagens enredados na rede de escândalos em jornais e periódicos.

— Este canto me garante uma visão desobstruída da entrada, permitindo a detecção antecipada de qualquer encrenqueiro em potencial. E, se necessário, posso efetuar uma fuga rápida pelos fundos.

Capítulo 324 – Qual é o verdadeiro e qual é o falso

Combo 19/50


Após uma breve menção ao motivo da escolha de seu assento, Bühler olhou para Lumian, com um sorriso autodepreciativo nos lábios.

— Eu não esperava que você abrisse fogo tão rápido.

A mão de Lumian pousou casualmente no revólver ao seu lado enquanto ele lhe ofereceu um leve sorriso em troca.

— Parece que as pessoas que você conheceu antes são cidadãos cumpridores da lei.

Os instintos de Bühler, afiados por experiências passadas de espancamento, o incitaram a retrucar. Mas, ao comparar o comportamento de Lumian com aqueles de seus encontros anteriores, ele encontrou uma lógica estranha nas palavras do homem.

Graças ao abrigo da lei, ele, colunista do Rosto Fantasma, conseguiu sobreviver até aquele momento!

— Você não tem medo de atrair a polícia? — Bühler se virou para olhar o garçom, que não ousou se aproximar com o cardápio e a lista de bebidas. — Disparar uma arma em um lugar como este não é um incidente menor. Alguém já deveria ter alertado as autoridades.

Lumian riu.

— É por isso que temos que nos apressar.

Com suas palavras pontuadas por ações deliberadas, Lumian pegou seu revólver, girou o cilindro e colocou um cartucho amarelo na câmara vazia, bem diante dos olhos de Bühler.

— Quero saber quais cortesãs deixaram a Rue de la Muraille, esse refúgio de extravagância, nos últimos dois meses, — Lumian perguntou com calma e determinação.

Instintivamente, Bühler balançou a cabeça. — Elas não são verdadeiras cortesãs. Essas mulheres possuem suas luxuosas residências e amantes permanentes. Elas frequentam a alta sociedade, exercendo influência sobre indústrias e políticas apenas com suas palavras. Este lugar age meramente como uma reserva para cortesãs.

— Só estou interessado naquelas que se encaixam na minha descrição. — Lumian descartou os detalhes.

O olhar de Bühler oscilou entre o revólver na mão de Lumian e disse, lembrando-se:

— Quatro delas. Lil’ Jort se casou com um comerciante de Loen e se mudou para Backlund. ‘Vaso Branco’ Sophie se tornou amante do Membro do Parlamento Batis, participando de banquetes e salões da alta sociedade. Ela teve a chance de se tornar uma verdadeira cortesã. ‘Rosa Serena’ Mary foi vítima de doença mental e mutilou seu rosto com uma tesoura uma manhã. Ela está confinada em um asilo. ‘Beleza Temperada’ Paulina desapareceu da Rue de la Muraille sem deixar vestígios, como se tivesse sido levada por alguém de status.

Conforme Bühler relatou, ele notou a figura arrojada à sua frente, pronta para atirar à menor provocação, pegando um post-it e uma caneta-tinteiro, e anotando meticulosamente.

Engolindo o desconforto, ele continuou, — Eu encontrei Paulina na Rue Vincent há pouco tempo. Ela parecia bem de vida, com uma carruagem de quatro rodas, uma empregada, um criado e até um mordomo.

— Infelizmente, eu tinha assuntos urgentes naquela época e não consegui determinar seu local de residência.

“Rue Vincent…” a memória de Lumian agitou-se. Era uma das cinco ruas que Franca havia adivinhado. Mais distante da Rue de la Muraille, exalava uma aura mais tranquila e luxuosa.

Com base no relato de Bühler, ele suspeitava que Paulina havia se tornado amante de Guillaume Bénet.

Para um fugitivo, uma cortesã em potencial provou ser uma escolha mais segura do que frequentar a Rue de la Muraille. Guillaume Bénet era inteligente e capaz. Seus anseios atuais por sexo e sua fome voraz não o tornaram um imbecil irracional. Ele certamente optaria por uma estratégia menos arriscada.

Nesse momento, passos apressados ​​ressoaram do lado de fora da cafeteria enquanto três policiais se aproximavam da entrada.

Friamente, Lumian vestiu seu boné azul-escuro, guardou seu papel e caneta e colocou 50 verl d’or na mesa diante de Bühler.

Com essas tarefas cumpridas, recuperou seu revólver, levantou-se e foi até a porta dos fundos. Rapidamente, ele a abriu e partiu.

Estrondo!

Os policiais invadiram a cafeteria pela entrada principal.

Na elegante rua Rue Vincent, casas imponentes semelhantes a vilas adornavam ambos os lados da rua. A rua era larga e bem conservada, com apenas pedestres e carruagens ocasionais passando.

Depois que Lumian virou na rua, ele se viu perdido.

Ele não poderia se infiltrar em todas as casas e revistar todos os cômodos, poderia?

Além disso, não era o candidato mais adequado para esse tipo de investigação. Franca seria mais adequada para isso, mas envolvê-la era arriscado.

Após uma breve contemplação, Lumian permitiu que um sorriso enfeitasse suas feições. Ele caminhou em direção a uma das casas e apertou a campainha.

Um jovem criado abriu a porta marrom-escura. Sua aparência não sugeria nenhum traço de linhagem do Continente Sul, e ele olhou para Lumian com espanto. Com um claro sotaque de Trier, ele perguntou:

— Senhor, em que posso ajudá-lo?

Com um sorriso amável, Lumian respondeu: — Estou aqui para perguntar sobre a mais esplêndida senhora que reside nesta rua.

— … — O criado ficou momentaneamente sem palavras. Essa foi a primeira vez que ele encontrou alguém buscando informações tão peculiares.

Ou talvez não. Enquanto tais assuntos eram sussurrados a portas fechadas e alardeados em tavernas, ocasionalmente havia indivíduos que demonstravam curiosidade sobre tais assuntos. No entanto, quem se aproximaria da porta de um estranho no sol escaldante para perguntar?

O que essa pessoa estava fazendo?

Antes que o criado pudesse reagir, Lumian pegou uma nota de 10 verl d’or e a ofereceu com uma atitude cordial.

As pálpebras do criado tremeram. Ele hesitou por um momento antes de aceitar o pagamento.

Ele suspeitava que esse jovem fosse um falso Dandy1, especializado em enganar mulheres ricas sobre seus corpos e riquezas. A aparência e a conduta combinavam com as descrições encontradas nos jornais.

Entretanto, se a senhora não era amante ou dama do criado, por que recusar a recompensa?

Quando o estranho adquiria o que procurava, uma certa senhora também recebia alguma gratificação!

O criado lançou um olhar furtivo ao redor antes de baixar a voz.

— A moça do nº 50 é primorosamente linda. Uma genuína Triernense, ela se casou com um estrangeiro das terras do sul. Esse sotaque…

Enquanto o criado falava, ele balançou a cabeça com uma mistura de indignação e desprezo, como se alimentasse esse sentimento há algum tempo.

O sorriso de Lumian se alargou.

De fato, sob o domínio de seus impulsos crescentes, o padre não conseguiu resistir a compartilhar seu prêmio com os vizinhos: uma deslumbrante cortesã de Trier.

Ele talvez não organizasse grandes banquetes ou dançasse uma valsa para proclamar sua conquista, nem acompanharia sua amante para uma aparição pública. No entanto, inevitavelmente encontraria maneiras sutis de fazer seus vizinhos saberem que até mesmo estrangeiros poderiam possuir resplandecentes cortesãs como amantes.

Em momentos como esse, Guillaume Bénet tinha que exercer prudência ao se disfarçar. No entanto, a beleza de sua amante não era algo facilmente escondido. Ela podia até se vestir meticulosamente para exibir sua presença notável.

Claro, Lumian não podia ter certeza se a moça era Paulina, a suposta amante. No entanto, a coleta gradual de informações antecipadas por meio de suposições ousadas e confirmação cuidadosa o fez sentir que estava se aproximando de Guillaume Bénet.

Além dos portões da Rue Vincent, nº 50, Lumian olhou para a fachada como um transeunte comum faria.

A estrutura bege de três andares estava diante dele, cercada por um gramado verdejante e um jardim vibrante com cores. Um jardineiro cuidava da vegetação, oferecendo uma vista parcial.

Lumian imediatamente desviou o olhar do pilar do edifício, temendo que uma observação prolongada pudesse levantar suspeitas.

Quanto a qualquer possibilidade de ser reconhecido pelo padre, Lumian não se preocupou. Antes de partir, havia empregado o Rosto de Niese para alterar sua aparência e comunicou aos seus companheiros que era devido a cosméticos.

A aparência marcante de Lumian — uma fusão de cabelos dourados e pretos — poderia ser de qualquer um. Enquanto Guillaume Bénet não tivesse a habilidade de ver através da ilusão ou empregá-la ativamente, era improvável que ele percebesse que seu perseguidor havia se infiltrado na vizinhança.

O plano atual de Lumian era deixar a Rue Vincent e trocar de lugar com Jenna ou Franca. Ele então se esconderia nas sombras em frente à casa, observando pacientemente até que toda suspeita em torno do alvo fosse dissipada.

Ele se absteve de adotar o disfarce de vagabundo dessa vez, dada a escassez de tais indivíduos nessa rua refinada. Embora uma aparição rara pudesse ocorrer, esses transeuntes eram prontamente espantados pela equipe da casa.

Assim que ele se preparava para sair do edifício bege, Lumian virou a cabeça de forma casual. Seu olhar pousou em uma figura visível através da janela da sala de estar.

A figura tinha uma altura modesta, mal alcançando 1,7 metros. Vestida com uma camisa escura e calças pretas, a pessoa possuía uma constituição um pouco atarracada. Seu nariz tinha uma curva suave, e seus cabelos pretos caíam em uma cascata de comprimento médio.

As pupilas de Lumian dilataram por um breve momento antes de retornarem rapidamente ao seu estado normal.

Um leve sorriso surgiu nos cantos de seus lábios, e um fogo invisível pareceu acender-se em seus olhos.

Apesar do disfarce habilidoso, Lumian o reconheceria mesmo se ele fosse reduzido a cinzas!

Era Guillaume Bénet, o padre de Cordu!

As feições se contorceram em uma mistura de perplexidade e intriga.

Lumian lutou para conter sua surpresa, seu olhar se voltou para a frente.

Ao mesmo tempo, sua mente acelerava enquanto ele avaliava o próximo passo a tomar.

Em pouco tempo, ele chegou ao fim da Rue Vincent.

Naquele exato momento, um papagaio adornado com penas verdes e brancas levantou voo da Rue de la Muraille e pousou no ombro de Lumian. Ele gorjeou animadamente: — Localizamos o alvo!

“Localizou o alvo? Então quem eu acabei de ver? Outro padre?” Lumian ficou momentaneamente pasmo e perplexo.

Qual deles era o verdadeiro Guillaume Bénet? Ele havia errado no julgamento, ou a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue e o “Rato” Christo foram enganados?

Quinze minutos antes, no Bordel de Endro, na Rue de la Muraille.

No bar anexo no primeiro andar, Albus saboreava seu Lanti Proof enquanto observava discretamente os atendentes, os trabalhadores e o supervisor que administrava o estabelecimento.

Sua avaliação abrangeu a clientela também, mas não produziu nada de notável. Muitos esconderam suas identidades usando máscaras variadas, tornando quase impossível revelar seus verdadeiros eus.

Tendo obtido uma visão preliminar do funcionamento interno do Bordel de Endro, Albus aproveitou a chance para ir em direção ao banheiro. Ele desviou para o caminho que levava à cozinha quando um atendente se aproximou, carregando uma coleção de post-its.

A responsabilidade desse atendente envolvia registrar as necessidades de cada cômodo e repassar os pedidos para a cozinha.

Albus, marcado por seu cabelo ruivo escuro, avançou e pegou um punhado de moedas brilhantes junto com um maço substancial de notas do bolso.

As feições do atendente se contorceram em uma mistura de perplexidade e intriga.

Albus sorriu e disse: — Estou à caça de um canalha. Incerto sobre seu disfarce, estou apenas ciente de que ele compartilha sua constituição e possui uma propensão a se associar com as mulheres mais famosas. Após o ato, ele busca comida para saciar sua fome imediatamente.

— Se você puder me fornecer os detalhes relevantes, tudo isso é seu.

  1. é o homem moderno perfeito, que opta por viver a vida intensamente, que dá um enorme valor e atenção ao esteticismo e à beleza dos pormenores, quer exteriores quer interiores.[↩]

Capítulo 325: Visita

Combo 20/50


O olhar do atendente se fixou no punhado de moedas de ouro e nas notas, sua fragrância única de tinta cativando seus sentidos. Ele não conseguiu evitar prender a respiração, preso no fascínio do tesouro diante dele.

Depois de alguns momentos de tirar o fôlego, ele rapidamente examinou a área, certificando-se de que não havia olhares curiosos por perto. Gradualmente, uma sensação de alívio tomou conta dele.

— T-tudo isso? — A voz do atendente tremeu enquanto ele engolia com dificuldade.

Com um movimento preciso do pulso, Albus jogou uma moeda de ouro que valia 5 verl d’or na palma da mão do atendente. Um sorriso confiante puxou seus lábios enquanto ele falava, — Isso depende do valor da informação que você fornecer. Fique tranquilo, você receberá outros 20 verl d’or, não importa o que aconteça.

O atendente mordeu cautelosamente a moeda de ouro, lançando um olhar furtivo para o caminho que eles tinham percorrido. Sua voz caiu para um tom abafado enquanto ele compartilhava: — Assim como você supôs, o homem do sul, no quarto 602 no sexto andar, tem a companhia das cortesãs mais renomadas. Ele possui uma propensão a pré-encomendar suas refeições, que nós obedientemente entregamos em seus aposentos a cada meia hora.

“Um sulista com uma queda por cortesãs famosas e um hábito de refeições pré-encomendadas. Quarto 602…” Albus não era de economizar em apreciação. Ele jogou duas moedas de 10 verl d’or, gravadas com a imagem de um navio de guerra, para o atendente.

Aproveitando a calma da Rue de la Muraille, Albus subiu secretamente ao sexto andar, escondendo-se na sacada no final do corredor.

Em poucos minutos, o atendente encarregado das entregas de refeições chegou ao quarto 602, carregado por um elevador mecânico movido a vapor. Um carrinho de serviço de metal branco-prateado o acompanhava. Cuidadosamente, ele apertou a campainha.

Albus se endireitou, alinhando sua visão com a entrada do quarto 602. Seu olhar se intensificou.

A porta se abriu, revelando um homem de pequena estatura, não excedendo 1,7 metros. Seu traje era composto por uma meia-máscara preta como breu, uma camisa branca impecável e uma cueca boxer de tom claro.

“Tirando as calças, mas deixando a parte de cima do traje… Escondendo tatuagens, talvez?” Quanto mais Albus observava, mais forte ficava sua convicção de que o ocupante do quarto 602 combinava com a aparência de Guillaume Bénet dos cartazes de procurados.

Abstendo-se de “perturbar” sua presa, Albus se acomodou em uma poltrona de painéis brancos na sacada. De seu bolso surgiu um rato de pelo cinza — um dos animais de estimação do Domador de Bestas Christo.

Lumian contratou os serviços de “Rato”, cujas habilidades permitiam uma comunicação fácil e uma coordenação eficiente entre os membros da equipe.

Naturalmente, Christo serviu como intermediário e “tradutor”.

Albus acariciou carinhosamente a cabeça do rato, sinalizando-o com um gesto — o polegar e o indicador formando um anel, com os dedos restantes levantados.

Isso significava a descoberta do principal suspeito.

Com um guincho agudo, o rato escapou das mãos de Albus e foi encontrar seu dono em uma taverna próxima.

Ao saber pelo papagaio de estimação de Christo que membros da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue haviam localizado o padre, Lumian se viu mergulhado em um turbilhão momentâneo de choque e confusão.

“Eles realmente encontraram Guillaume Bénet? Então, quem eu vi? Se o ocupante da Rue Vincent nº 50 é Guillaume Bénet, de onde veio o falso que eles viram?”

No turbilhão de seus pensamentos, uma percepção atingiu Lumian com a força de um raio.

“Feitiço de Substituição!”

Guillaume Bénet deve ter realizado o ritual do Feitiço de Substituição!

Era uma das cinco magias ritualísticas especializadas que Lumian havia adquirido como um Monge da Esmola. O padre, agora um Sequência 5: Apropriador do Destino, estava evidentemente familiarizado com ele.

Este ritual permitia que o usuário escolhesse outra pessoa para usar sua identidade por um período ao sentir um perigo iminente. Ao ganhar a aprovação genuína ou falsa daqueles ao seu redor e estabelecer uma forte conexão mística, um ritual poderia então finalizar a troca.

Se o Feitiço de Substituição tivesse sucesso, o substituto seria indistinguível do original aos olhos dos outros, embora sua autoconsciência e desempenho pudessem ser comprometidos até certo ponto. No entanto, sua identidade central permaneceria.

Quando o substituto enfrentava um desastre iminente, aquele que lançava o Feitiço de Substituição podia alterar seu próprio destino, evitando assim a calamidade iminente.

Claro, isso dependia de o substituto não ter conhecimento do perigo iminente.

Embora esse estratagema pudesse ser eficaz em outros Beyonders, Lumian estava bem familiarizado com as circunstâncias que cercavam o Feitiço de Substituição. Assim, ele não poderia ser facilmente enganado.

Para Lumian, a questão primordial era esta: qual indivíduo era o verdadeiro Guillaume Bénet e qual era o substituto?

Para dar um golpe decisivo no padre e prendê-lo com o mínimo de baixas, Lumian precisava consolidar suas forças e fazer uma escolha. Ele não podia atacar as duas entidades simultaneamente.

Gardner Martin tinha apenas concordado em ajudar a localizar a “presa”, sem estender mais suporte. Consequentemente, a maioria dos indivíduos despachados pela Ordem da Cruz de Ferro e Sangue eram Beyonders de Baixa Sequência ou mesmo pessoas comuns.

Se Lumian optasse por solicitar a ajuda de Gardner Martin, a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue poderia levar horas para reunir reforços suficientes. Guillaume Bénet não possuía resistência ilimitada, e a cortesã não era uma Demônia do Prazer que poderia permitir um encontro prolongado. Ele definitivamente já teria ido embora até lá.

A questão permanece: Que decisão Guillaume Bénet tomaria? Ele faria o substituto permanecer na residência para desviar o perigo enquanto ele se aventurava em buscas pessoais? Alternativamente, despacharia o substituto para exibir seu comportamento característico, afastando o perigo de si mesmo? Lumian achou ambos os cenários desafiadores de descartar.

Após deliberação, seu olhar se voltou para o papagaio verde e branco. Ele se dirigiu a ele, — Localize ‘Botas Vermelhas’ Franca e peça a ela para adivinhar a autenticidade do Guillaume Bénet na Rue Vincent nº 50.

O papagaio olhou para Lumian como se questionasse sua sanidade. — Eu sou apenas um papagaio.

“O que eu disse é muito complicado. Ele não consegue entender ou memorizar tudo?” Lumian rapidamente chegou a uma decisão.

— Guie-me até ‘Botas Vermelhas’ Franca. Na verdade, primeiro me leve até Christo.

O tempo permaneceu do lado deles. O indivíduo na Rue Vincent, nº 50, não conseguia escapar deles. A equipe responsável pela missão poderia se reunir brevemente, trocando informações essenciais.

Eles permaneceram nas sombras, enquanto seus inimigos vagavam à vista de todos. Contanto que não assustassem os alvos, eles podiam se dar ao luxo de esperar. Claro, eles tinham que concluir antes que o feito de Guillaume Bénet com a cortesã chegasse ao fim. Afinal, seguir um indivíduo apresentava riscos inerentes, especialmente ao lidar com o padre e sua gama de habilidades bizarras e desconhecidas.

Num beco estreito perto da Rue de la Muraille.

O sol da tarde lançava seu toque radiante sobre a barricada quase destruída, enquanto até a brisa parecia fazer uma pausa momentânea.

Franca, agora vestida com um traje de Assassina, e Jenna, disfarçada de mercenária, encontraram-se com Anthony Reid, ainda vestido com seu traje verde militar, e Lumian, usando um boné, um colete preto e uma camisa branca.

Lumian resumiu as informações, omitindo detalhes sobre o Feitiço de Substituição devido a restrições de tempo, referindo-se a ele apenas como uma forma de bruxaria capaz de gerar substitutos realistas.

Antes que Lumian pudesse perguntar mais, Franca pegou um espelho de sua posse. Enquanto seus dedos roçavam a superfície, ela entoou um encantamento.

Logo, uma luminescência aquosa irradiou do espelho, acompanhada por uma voz envelhecida.

— Ambos são reais.

“Ambos reais…” Franca se virou para Lumian surpresa.

A bruxaria responsável por criar o substituto se mostra potente — assemelhando-se ao original até na aparência e no destino. Métodos convencionais de adivinhação são impotentes contra tal engano!

“Ambos reais…” Lumian havia previsto essa resposta e já havia elaborado um curso de ação alternativo.

Percebendo seu silêncio, Franca respirou fundo e sugeriu hesitantemente: — V-Você precisa que eu consulte outra fonte?

Ela pretendia buscar a confirmação da entidade renomada pela adivinhação infalível.

No entanto, essa abordagem corria o risco de revelar uma pergunta que poderia torná-la socialmente morta diante de Jenna, Lumian e Anthony Reid.

Ela imaginou a outra parte perguntando: — Você costuma pensar em fazer isso com Jenna?

Como ela lidaria com suas futuras interações com Jenna?

Lumian balançou a cabeça, afirmando: — Não precisa. Eu tenho um plano.

Voltando sua atenção para Jenna, ele ordenou: — Esconda-se nas sombras diagonalmente em frente ao quarto 602 do bordel. Mantenha uma vigilância sobre as atividades daquele Guillaume Bénet.

— Se ele concluir seus negócios e se preparar para partir, mas ainda não chegamos, evite a perseguição impulsiva. Em vez disso, monitore discretamente seus movimentos à distância e deduza o caminho escolhido.

— Entendido. — Jenna assentiu, ensaiando mentalmente sua próxima tarefa.

Lumian mudou seu foco para Franca e Anthony Reid.

— Vamos prosseguir para a Rue Vincent nº 50 juntos. Eu confrontarei Guillaume Bénet diretamente. Franca, mantenha a invisibilidade e siga-me de perto. Não devemos lançar um ataque até termos certeza de sua autenticidade.

— Anthony, proteja o perímetro externo. Se o Guillaume Bénet na Rue Vincent for o falso e nos apressarmos para o bordel, monitore secretamente a madame lá, rastreando seus movimentos. Caso Guillaume Bénet consiga escapar, ela pode servir como uma pista essencial para uma perseguição subsequente.

— Se aquele na Rue Vincent for o verdadeiro e ocorrer uma batalha, aproxime-se discretamente e forneça reforços.

Franca não tinha objeções a esse plano. Ciente das habilidades de teletransporte de Lumian, ela percebeu que, uma vez que ele confirmasse o Guillaume da Rue Vincent como falso, ele poderia facilitar a transição rápida dos combatentes primários para o local oposto, impedindo os dois Guillaumes de “trocar informações”.

Avaliando os riscos calculados, Anthony endossou o plano, confirmando sua disposição de executar sua função designada.

Rue Vincent nº 50, perto do prédio bege de três andares.

Observando a invisibilidade perfeita de Franca, Lumian levantou a mão direita e passou-a pelo rosto dele.

Num instante, ele se transformou em um homem na faixa dos trinta anos, vestido com um uniforme preto e uma dragona de inspetor.

Rosto de Niese!

Satisfeito com sua condição, Lumian dirigiu-se ao prédio designado e apertou a campainha.

A porta se abriu, revelando um homem vestido de mordomo. Seu olhar pousou em Lumian enquanto ele perguntava com um toque de confusão, — Oficial, como posso ajudá-lo?

— Estou aqui por causa de um caso de vagabundo desaparecido ligado a esta rua. Eu apreciaria uma conversa com seu mestre, — Lumian inventou despreocupadamente.

Uma mudança sutil ocorreu na expressão do mordomo.

— Por favor, espere um momento, Oficial. Vou perguntar ao nosso mestre.

Após uma breve pausa, o mordomo retornou à porta e disse a Lumian: — Oficial, nosso mestre o convida para a pequena sala no andar térreo.

Lumian assentiu levemente e seguiu o mordomo para dentro.

A área de estar exalava amplitude, hospedando um gato cinza-azulado encolhido em um canto, sua presença acompanhada pelo chilrear incessante de pássaros engaiolados. Posicionado no corredor, um cachorro preto, que lembrava um cão de caça, permanecia sentado, seu olhar firmemente fixado no visitante desconhecido.

Contornando um sofá elegante, o mordomo levou Lumian para uma sala de estar nos fundos. Lá, um homem com cabelos cor de meia-noite, olhos azuis e um nariz ligeiramente adunco estava reclinado em uma poltrona. Ele usava uma camisa escura e calças pretas, seu comportamento era de arrogância relaxada enquanto ele gentilmente acariciava a cabeça de um cão de pelo marrom de tamanho considerável.

— Oficial, em que posso ajudar? — O homem perguntou, levantando-se com deliberada languidez.

“É ele Guillaume Bénet! Padre Guillaume Bénet!” As pupilas de Lumian se contraíram, fechando a distância para meros cinco metros.

Então, ele abriu os lábios e disse: — Ha!

A ação era o único caminho para distinguir o genuíno do impostor!

Capítulo 326 – Substituto

Combo 21/50


— Há!

Imediatamente, Guillaume Bénet, vestido com uma camisa escura e calças pretas, sentiu-se tomado pelo choque e pela confusão.

Feitiço de Harrumph!

“Ele é o falso!” Os olhos de Lumian se estreitaram enquanto ele avaliava a situação. Ele não ficou muito surpreso com o resultado.

Era evidente que este não era o verdadeiro Guillaume Bénet — um Sequência 5: Apropriador do Destino. A maneira como o homem reagiu ao ataque, juntamente com sua falta de familiaridade com os poderes e misticismo dos Beyonders, fez Lumian acreditar que o substituto era uma pessoa comum lançada em um mundo desconhecido.

Ignorando o mordomo perplexo, Lumian rapidamente se virou e saiu correndo da compacta sala de estar.

Enquanto corria, ele sussurrou: — Para o bordel!

Franca, envolta em seu manto preto com capuz e armadura de couro, materializou-se na frente de Lumian.

Lumian agarrou o ombro dela, permitindo que a marca preta em seu ombro direito brilhasse com uma luz escura.

Em meio ao turbilhão de tons vibrantes, a dupla se viu na sacada do sexto andar do bordel.

Tendo enviado Jenna para informar Albus anteriormente, Lumian já havia memorizado as coordenadas.

Ao ver sua companheira chegar, Jenna, vestida como uma mercenária, emergiu das sombras. Ela apontou para o Quarto 602 e abaixou a voz.

— Ainda não acabou.

— Droga, ele está prolongando isso!

— A segunda rodada, talvez? — Lumian riu.

De acordo com Albus, o ocupante do quarto 602 já tinha gozado uma vez antes de tomar chá da tarde. Agora, tinha começado de novo.

— O isolamento acústico aqui é impressionante, — comentou Franca, inclinando a cabeça enquanto ouvia qualquer sinal de atividade dentro do quarto 602.

Jenna observou enquanto Lumian limpava o rosto, disfarçando-se como um típico atendente do bordel. Ela estalou a língua e expressou seus pensamentos.

— Aquela mulher ali grita de vez em quando. Droga, aquele padre pervertido está envolvido em alguma coisa abusiva?

Jenna, uma cantora que frequentava bares e casas de dança, havia cultivado uma imagem aberta e apaixonada. Seu relacionamento próximo com Franca, que administrava as dançarinas, a expôs a um mundo além do comum. Ela não tinha experiência nenhuma, mas seus insights eram substanciais.

Lumian, com seu Rosto de Niese o transformando, olhou para Franca, silenciosamente pedindo que ela espalhasse pó fluorescente no corredor do lado de fora do Quarto 602.

Lumian sabia que a invisibilidade não apagava rastros ou cheiros. Caso Guillaume Bénet escapasse para o corredor durante o combate, o pó fluorescente criaria um rastro luminoso, guiando a perseguição de Lumian.

No entanto, Lumian reconsiderou e decidiu que o uso de pó fluorescente poderia ser muito chamativo. Guillaume Bénet poderia facilmente detectar a anormalidade e escapar usando suas habilidades bizarras antes que Lumian pudesse lançar um ataque surpresa.

Após um momento de reflexão, Lumian se inclinou para sussurrar para Franca, — Use Invisibilidade para se esconder no corredor. Use seda de aranha invisível para criar uma teia que cubra a porta do alvo do chão ao teto.

Essa abordagem neutralizaria a eficácia da Invisibilidade, ao mesmo tempo em que enredaria Guillaume Bénet se ele tentasse empregar o Voo Lento.

— Sem problemas. — Franca ajustou seu capuz preto e entrou no corredor.

Num piscar de olhos, sua forma se dissolveu, como se um boneco de neve tivesse derretido ao sol.

Sete a oito segundos depois, uma brisa suave roçou as pernas de Lumian.

Ele ficou surpreso por um momento antes de compreender.

“Franca está usando a seda de aranha invisível para dizer que está pronta.”

“Desde que ela avançou para uma Demônia do Prazer, tudo o que faz carrega uma sensação de provocação… Sim, ela apenas avançou e pode não ter controle total sobre o poder da poção. Ela pode ser afetada involuntariamente…”

Murmurando internamente, Lumian mudou sua atenção para Jenna e instruiu: — Esconda-se nas sombras aqui. Se Guillaume Bénet fugir por aqui, você pode atirar ou executar um assassinato. Se isso falhar, retire-se imediatamente. Se ele for em outra direção, não o persiga.

— Entendido. — Jenna, bem versada nessas situações, não insistiu por mais envolvimento.

Ela entendeu que suas capacidades só poderiam ser efetivamente utilizadas em circunstâncias específicas.

Com sua equipe organizada, Lumian girou e dirigiu seu olhar para a porta de madeira do quarto 602.

Ele inspirou profundamente e expirou lentamente para acalmar os nervos.

Com isso, pegou uma poltrona na sacada e a posicionou no corredor.

A teia de aranha invisível o evitou enquanto ele se afastava um pouco do quarto 602 e colocava a cadeira no chão.

No momento seguinte, deu um leve tapinha no encosto da cadeira. Chamas carmesins fluíram de sua palma, deslizando sobre a cadeira como serpentes.

Enquanto a poltrona pegava fogo, Lumian correu em direção ao quarto 602 sem tentar esconder seus movimentos. Ele bateu os nós dos dedos contra a porta de madeira.

— O que é?

Uma voz cheia de raiva contida reverberou de dentro do quarto 602, indicando um momento crucial.

— Fogo! Há um incêndio! — Lumian gritou em pânico fingido.

Simultaneamente, o Caçador Lumian detectou um movimento distinto: alguém saindo da cama.

Dois ou três segundos depois, a porta se abriu, revelando um homem nu usando uma meia-máscara cor de ferro e uma camisa branca, com a metade inferior exposta.

Uma morena, vestida com uma camisola de rede, ainda estava deitada em seus ombros.

“Puta merda, você não consegue nem soltá-la?” O comentário divertido de Franca ecoou na mente de Lumian de sua posição invisível na diagonal.

No entanto, o foco de Lumian era inabalável. Quando o suspeito Guillaume Bénet apareceu, seu olhar vacilando em direção à cadeira esfumaçada e flamejante, Lumian agiu rapidamente.

— Há!

Outro raio amarelado disparou, atravessando tanto o homem da meia-máscara cor de ferro quanto a mulher da camisola de rede, envolvendo-os.

Um lampejo de choque e pânico passou pelos olhos do suposto Guillaume Bénet, revelando seu domínio dos poderes Beyonder.

Então, seus olhos ficaram opacos e ele caiu, um pouco depois da mulher.

Enquanto o som de algo pesado caindo no chão ecoava, Lumian pareceu entrar em um transe surreal.

“Impossível. Um Apropriadora do Destino como Guillaume Bénet não poderia ser nocauteado pelo Feitiço de Harrumph de um Contratado…”

“Ele é uma isca?”

“O da Rue Vincent, nº 50, também era falso!”

“Onde está o verdadeiro Guillaume Bénet?”

Livrando-se do torpor momentâneo, Lumian se ajoelhou e retirou a máscara cor de ferro do homem inconsciente.

O rosto abaixo era assustadoramente familiar: era o semblante de nariz adunco de Guillaume Bénet.

Escurecendo de preocupação, Lumian empurrou a mulher seminua para longe de seu alvo e rasgou a camisa branca.

No instante seguinte, seus olhos caíram sobre três marcas pretas parecidas com assinaturas na parte superior do corpo do homem inconsciente: uma no peito esquerdo, uma no peito direito e outra no abdômen.

Este não era Guilherme Bénet!

Guillaume Bénet tinha mais de três contratos — provavelmente uma dúzia ou mais!

“Todos falsos? Todos substitutos?” Lumian cerrou os punhos, seus olhos se acendendo com uma chama invisível.

Ele se levantou e arrastou o homem, um sósia idêntico de Guillaume Bénet, de volta para o quarto 602. Então, encontrou um cobertor, envolveu a mulher inconsciente e a colocou no corredor.

No ínterim, Franca discerniu a falsidade da presa mais uma vez, retirando sua invisibilidade. Ela convocou geada e apagou as chamas que consumiam a poltrona.

Enquanto ela transferia a mulher do corredor para um quarto vazio, Lumian estendeu a mão direita, fechando os dedos em volta da garganta do Abençoado da Inevitabilidade.

Com um estalo decisivo, ele quebrou o pescoço do homem, deixando-o inconsciente e sem vida.

Depois disso, ele fechou a porta de madeira, sacou a adaga de prata ritualística e a santificou. Uma parede de espiritualidade envolveu o quarto 602.

Posteriormente, Lumian iniciou a Dança de Invocação, optando por se envolver em uma canalização espiritual preliminar e orientada por um propósito por meio desse método.

Ele havia escolhido não alistar a ajuda de Franca por um motivo: ele estava incerto sobre as criaturas peculiares que o falecido havia contratado. Era possível que elas induzissem a corrupção correspondente. Apenas Lumian, sendo um Abençoado da Inevitabilidade por muito tempo, permaneceu inalterado pelo processo de canalização espiritual.

Os sedativos e os últimos resquícios do soro da verdade da Sociedade da Felicidade foram reservados para uso no verdadeiro padre.

Na diagonal oposta à Rue Vincent, nº 50.

Empoleirado no segundo andar do prédio e abrigado em cobertura, Anthony Reid, observando firmemente o alvo, avistou uma graciosa dama em um vestido verde-claro saindo apressadamente, acompanhada por seu criado, empregada e mordomo. O grupo entrou em uma carruagem, habilmente realocada da parte traseira para a entrada da frente, antes de embarcar em direção ao extremo da Rue Vincent.

Sem sair correndo atrás, Anthony memorizou meticulosamente detalhes específicos sobre a carruagem e os cavalos.

Em meio à dança fervorosa e contorcida, o espírito que partiu se separou de seu recipiente corpóreo, pairando no ar. Ele lançou um olhar carregado de animosidade e perplexidade sobre Lumian.

Tirando seu próprio sangue, Lumian deu um comando, obrigando o espírito a se conectar a ele.

Embora o desejo e a voracidade se acendessem dentro dele, Lumian permaneceu resoluto, detectando uma presença adicional.

“Invocar Flores Demoníacas do Abismo…”

“Invisibilidade…”

“Transfiguração… Droga!”

Uma maldição involuntária escapou dos lábios de Lumian.

Ele começou a entender a situação que se desenrolava!

O indivíduo na Rue Vincent, nº 50, possivelmente era um produto do Feitiço de Substituição. O do Bordel de Endro, por outro lado, foi criado como um substituto por Guillaume Bénet, utilizando a Transfiguração, explorando seus efeitos negativos.

Ele estava vigilante contra qualquer um que explorasse seus efeitos negativos para rastreá-lo!

Transfiguração era uma habilidade contratual capaz de alterar a aparência, o físico e a disposição de uma pessoa. Ela também possuía uma medida de resistência contra adivinhação. O preço exigido era o próprio rosto, com o efeito colateral prejudicial se manifestando como um desejo de exploração dos outros.

Lumian se firmou, convocando à mente o genuíno Guillaume Bénet — seu semblante, seus feitos. Essa ressonância se uniu às memórias que deixaram a marca mais indelével no espírito do falecido, permitindo que Lumian caçasse pistas.

No devido tempo, um conjunto de sete ou oito memórias estremeceu levemente. Lumian selecionou uma, esforçando-se para ampliá-la para uma compreensão mais profunda.

Capítulo 327: O verdadeiro Guillaume Bénet

Combo 22/50


As lembranças do falso Guillaume Bénet surgiram, e Lumian se viu imerso nos confins familiares da aconchegante sala de estar da Rue Vincent, nº 50.

Envolto em um ar de submissão, o falso Guillaume Bénet estava diante da poltrona, dirigindo-se ao destinatário dessas memórias com palavras calculadas: — Pegue este dinheiro e aventure-se na Rue de la Muraille. Lá, procure a renomada cortesã de máxima reputação. Mas você deve assumir minha aparência, velada por uma máscara.

Com humildade e deferência, o dono da memória curvou-se. — Entendido, Arcebispo.

E assim, essa memória concluiu. Lumian tinha uma firme convicção de que o Abençoado da Inevitabilidade diante dele tinha um plano meticulosamente elaborado, uma construção idealizada por ninguém menos que o próprio Guillaume Bénet.

Parecia que ele provavelmente havia reunido uma coorte de adeptos da Inevitabilidade. Dentre eles, ele havia destacado um candidato do sul de Intis, um que rapidamente obteve três bênçãos sucessivas. Este candidato era meticulosamente dotado das mesmas habilidades que ele: a Invocar Flores Demoníacas do Abismo e a Invisibilidade. Isso lhe garantiu um disfarce impecável, espelhando perfeitamente o verdadeiro ele graças aos efeitos negativos dos contratos.

É claro que a Transfiguração continuou sendo uma habilidade essencial e indispensável.

Dessa perspectiva, ficou evidente que Guillaume Bénet não havia negligenciado as ramificações adversas do contrato especializado. Ele pode ter contemplado isso desde o início ou talvez obtido insight subsequente a uma profecia terrível, revisando seus empreendimentos recentes. Independentemente disso, esse Guillaume Bénet falso — proficiente em Transfiguração — parecia ser um estratagema deliberado.

Lumian suspeitava da presença de outros devotos da Inevitabilidade que monitoravam clandestinamente o Bordel de Endro. Eles seguiam clandestinamente o falso Guillaume Bénet, preparados para repassar uma notificação rápida ao verdadeiro padre caso o perigo caísse sobre seu sósia.

Em tal cenário, Guillaume Bénet desfrutava de uma vantagem distinta, quer optasse por fugir, deixando o produto deste Feitiço de Substituição lidar com o perigo iminente, quer optasse por enredar seus antagonistas usando o falso como isca.

Sintetizado com os fragmentos das lembranças do falso Guillaume Bénet, Lumian supôs que o verdadeiro Guillaume Bénet residia principalmente na Rue Vincent nº 50. No entanto, ele permitiu que o substituto operasse abertamente, efetivamente ofuscando seu verdadeiro paradeiro.

Ao perceber isso, Lumian sentiu uma pontada de aborrecimento.

Se Albus não tivesse descoberto o falso Guillaume Bénet dentro dos limites do bordel, Lumian não teria sido atraído para longe da isca; ele teria sido afixado no Guillaume na Rue Vincent nº 50. Isso o teria poupado do teletransporte frenético causado após a incapacitação do subproduto do Feitiço de Substituição. Lumian teria vasculhado o prédio, possivelmente encontrando o genuíno Guillaume Bénet.

Sem a “aparição” síncrona de outro Guillaume Bénet, Lumian não teria notado o Feitiço de Substituição. Ele provavelmente teria sido vítima de engano, desviando-se muito do caminho que levava ao verdadeiro padre.

Com essa epifania em primeiro plano, Lumian deixou de lado sua intenção de buscar os Abençoados da Inevitabilidade à espreita. Reconhecendo que o genuíno Guillaume Bénet havia sido alertado, Lumian encerrou sua Dança de Invocação e dissolveu a parede de espiritualidade. Virando-se para Franca e Jenna, envoltas em sombras separadas, ele entoou: — Vamos para a Rue Vincent, nº 50, agora.

Atualmente, Lumian se agarrava à esperança de que vestígios de pistas permanecessem ou que Anthony Reid, encarregado de supervisionar o local, tivesse obtido informações pertinentes…

Franca e Jenna emergiram das sombras uma após a outra, sem perder tempo para perguntar sobre a situação atual. Lumian agarrou seus ombros e ativou a travessia do mundo espiritual mais uma vez.

Num piscar de olhos, suas formas se solidificaram dentro dos modestos limites da sala de estar da Rue Vincent, nº 50.

Estavam ausentes o mordomo, os criados e as criadas, deixando uma figura desacompanhada — inconsciente, resultado do Feitiço de Substituição — deitada no carpete.

Uma análise meticulosa dos arredores confirmou a hipótese de Lumian. Ele se ajoelhou ao lado do falso, empregando uma variedade de técnicas para tirá-lo de seu estupor.

Quando os olhos do falso Guillaume Bénet se abriram, eles encontraram um rosto desconhecido.

Assustado, ele se levantou bruscamente, o medo tingindo seu tom. — Quem é você? Por que invadiu minha casa? Saia! Vou chamar a polícia! Vou chamar a polícia!

Ele se lembrou do ataque recente — um ataque que parecia uma maldição!

Lumian sacou seu revólver e o pressionou contra a testa do falso Guillaume Bénet.

O substituto ficou em silêncio.

— Onde está o verdadeiro mestre desta residência? — A voz de Lumian ressoou, profunda e firme.

Como se tivesse sido atingido por uma percepção repentina, o impostor Guillaume Bénet disse: — Eu sou o verdadeiro mestre!

— Eu sou o mestre aqui!

Os lábios de Lumian se curvaram em um sorriso.

— Nesse caso, ofereço minhas condolências. Sua esposa, ao que parece, fugiu com o mordomo com seus objetos de valor. Os criados e criadas, enquanto isso, parecem ter adotado uma abordagem oportunista… essencialmente livrando você de qualquer coisa tangível, exceto esta casa.

— Em breve, a polícia irá prendê-lo, citando seu envolvimento no assassinato de um vagabundo e na perpetração de rituais de culto e extensas fraudes.

Um mosaico de fatos e conjecturas, as palavras de Lumian surgiram com a intenção de intimidar o substituto, desmantelando quaisquer ilusões de fuga.

Considerando a retirada da madame, mordomo, criados, criadas, cocheiro e jardineiro da Rue Vincent, nº 50, Lumian inferiu sua conversão em crentes da Inevitabilidade, orquestrada pelo verdadeiro padre. Essa manobra intrincada camuflou uma multidão de práticas de culto e observâncias excêntricas, todas harmonizadas por meio do Feitiço de Substituição.

O falso Guillaume Bénet no bordel, tendo alcançado o status de Sequência 7: Contratado, era indicativo de múltiplas instâncias de rituais de solicitação de bênçãos em Trier. Inocentes, sem dúvida, se tornariam sacrifícios, e os melhores candidatos eram, sem dúvida, vagabundos.

Diante da declaração de Lumian, a imitação de Guillaume Bénet olhou ao redor, perplexo e em pânico, sua voz implorando penetrantemente: — Paulina! Paulina!

“Paulina… É de fato a Beleza Temperada. Infelizmente, ela agora é uma herege…” Lumian observou o falso Guillaume Bénet ficar em silêncio, seus olhos cheios de desespero.

— Alguma palavra final? — Lumian perguntou mais uma vez.

O falso Guillaume Bénet estremeceu e disse: — Eu sou real. Eu sou realmente o mestre deste lugar!

— No entanto, aquela mulher… aquela mulher é uma súcubo. Ela atraiu alguém secretamente e o escondeu dentro do porão!

— E-ela está tendo um caso com um demônio!

“Caso com um demônio… No porão… Ela estava secretamente se encontrando com o verdadeiro padre em particular? Sim, os efeitos negativos do desejo de Guillaume Bénet por coito sempre existirão. Eles não desaparecerão só porque ele tem dois substitutos…” Lumian examinou o falso Guillaume Bénet, que tenazmente se agarrou à sua atuação como o verdadeiro mestre da Rue Vincent nº 50. Com a mão esquerda equilibrada, ele controlou sua força e, com precisão, desferiu um golpe calculado atrás da orelha do impostor.

O falso Guillaume Bénet desmaiou novamente.

A estratégia de Lumian envolvia uma rápida exploração da residência, pois deixar o impostor agir descontroladamente poderia inadvertidamente desencadear uma calamidade.

Ele se levantou, massageando suas têmporas latejantes, e se virou para Franca e Jenna para uma atualização. — Alguma notícia de Anthony Reid?

— Não. — Franca balançou a cabeça gentilmente. — Parece que ele seguiu sua ordem de seguir Madame Paulina.

Lumian acenou sucintamente.

— Então vamos vasculhar este lugar e aguardar o feedback dele.

Franca ajustou seu capuz preto e enfatizou: — Uma equipe de três. Não se separem.

Este era o “território” dos hereges. Mesmo que já tivessem escapado, vestígios residuais ainda poderiam permanecer. Se eles dividissem seus esforços e encontrassem contratempos, o resgate oportuno seria comprometido.

Quando as autoridades realizavam tais operações, tinham que estar pelo menos em grupos de três ou dentro do campo de visão uns dos outros se quisessem se separar.

Lumian fez um gesto incisivo em direção à escada adjacente à sala de estar: — Vamos para o porão.

O trio desceu e, quando o fizeram, Franca se inclinou para Jenna, seu tom baixo,

— A conversa de Ciel com o falso Bènet foi um livro didático de instigação. Quando retornar, relembre a intenção por trás de cada frase.

— Certo. — Jenna absorveu o conselho como uma esponja seca.

No devido tempo, eles chegaram à porta do porão. Lumian se virou para suas companheiras,

— Vamos nos preparar antes de nos aventurarmos lá dentro.

Para frustrar os ecos persistentes dos poderes da Inevitabilidade ou de criaturas não convencionais, a precaução era primordial.

Prontamente, Lumian, agora adornado com um rosto alterado e cabelos parcialmente alongados, empurrou a porta, revelando os recantos escuros do porão.

Lá dentro, uma variedade banal de itens diversos entulhava o espaço. Nenhuma anomalia notável era aparente.

Assim que Franca se preparava para a Adivinhação por Espelho Mágico, Lumian, com sua perspicácia de Caçador, percebeu traços sutis.

Com ruídos metálicos, ele revelou uma porta escondida.

Mais adiante, havia uma escada que descia ainda mais para as profundezas subterrâneas.

O trio desceu cautelosamente, chegando depois de alguns instantes a uma câmara vasta, porém rudimentar, banhada pela luz de uma lamparina a gás.

Não se sabia se Guillaume Bénet o havia criado ou se ele havia isolado uma parte do subterrâneo de Trier e o modificado em um “território” privado.

No centro da câmara com piso de pedra havia um altar, cercado por ossos humanos brancos e medonhos, pele de carneiro, couro de vaca e pele de cachorro gigante.

Ao ver isso, Lumian ficou surpreso ao se lembrar de uma das cinco magias ritualísticas especiais que um Monge da Esmola tinha:

Feitiço de Criação Animal!

Simultaneamente, lembranças dos felinos, pássaros e cães que habitavam o andar de cima, e do cão de pelo marrom aninhado ao lado do falso Guillaume Bénet, surgiram.

“Cachorro… Cachorro… Feitiço de Criação Animal…” Com uma epifania, Lumian reconstituiu o verdadeiro disfarce de Guillaume Bénet.

Ele invocou o Feitiço de Criação Animal para se transmutar no cachorro descomunal de pelo marrom. Nessa forma, ele desfilou descaradamente diante de sua isca e dos espectadores ao redor.

Com a recitação do encantamento predestinado, o verdadeiro Guillaume Bénet poderia rapidamente mudar sua aparência, retomando seu disfarce humano.

Nos confins da sala de estar, o falso Guillaume Bénet permanecia envolto em um devaneio inconsciente, completamente alheio à gritante dualidade entre realidade e ilusão.

Cautelosamente, ele abriu a porta do quarto de hóspedes, saudado por um quadro chocante. Diante dele, estava esparramada sua linda esposa, Paulina, acomodada na cama suntuosa, sem roupa, enquanto um enorme cão de pelo marrom pairava ao lado dela. Ao lado da cama, um prato com um bife malpassado estava posicionado…

Entre dentes cerrados, Lumian comunicou o enigma do Feitiço de Criação Animal e sua hipótese especulativa para Franca e Jenna, suas palavras ressoando, — Espero que encontremos aquele maldito cachorro. Não, ele já deveria ter trocado sua aparência.

“Feitiço de Criação Animal… Humanos se transformando em cães…” Jenna ficou alarmada.

“O mundo do misticismo é tão bizarro e assustador!”

Os três trabalharam juntos e rapidamente procuraram por vestígios.

Em pouco tempo, Jenna pegou algo de uma fenda na laje de pedra e exclamou surpresa: — Encontrei algo!

Franca correu e percebeu que era pelo de cachorro marrom.

Ambos abordaram Lumian, que continuou seu fervor investigativo, apresentando sua descoberta.

A alegria de Lumian era palpável. Ele postulou a evasão de Guillaume Bénet por uma rota secreta subterrânea, separando-o de Paulina e do resto.

Então, eles descobriram alguns fios de pelo marrom de cachorro. Seguindo o pelo, eles encontraram outra porta escondida.

Após abrir a porta escondida na parede de pedra, Franca realizou uma simples Adivinhação por Espelho Mágico e recebeu uma revelação de que nada estava errado. Então, ela orientou Lumian e Jenna para dentro.

Naquele momento, Jenna, que estava no meio do grupo, perdeu Lumian de vista. Franca ainda a seguia.

Sem esperar que Jenna falasse, Franca examinou a sala e franziu a testa.

— Voltamos para o salão de sacrifícios.

Emergindo pela porta secreta, Lumian entrou em uma extensão que lembrava a caverna de uma pedreira.

Com a ausência gritante de lampiões a gás, Lumian invocou uma chama carmesim para perfurar as sombras.

Quase simultaneamente, ele sentiu que Jenna e Franca não o haviam seguido.

“Nós nos separamos assim, do nada?” A perplexidade rodou na mente de Lumian, substituída por uma voz baixa que ecoou das profundezas da mina abandonada: — Lumian Lee!

Capítulo 328 – Garrafa da Ficção

Combo 23/50


— Lumian Lee!

Lumian ficou paralisado no lugar, com o olhar distante enquanto reagia ao rosnado ameaçador.

Em um canto sombrio da pedreira abandonada, uma figura se delineou.

Vestido com uma camada completa de pele de cachorro marrom, o tronco e o abdômen da figura se abriram, revelando uma forma humana adornada com uma túnica branca, enfeitada com intrincados fios prateados e pretos.

Sem fazer barulho, a pele canina caiu no chão, revelando um homem de pequena estatura, com apenas 1,7 metro de altura.

Seu cabelo preto e fino emoldurava um rosto com olhos azuis intensamente afiados, e um nariz levemente arrebitado acrescentava ao seu ar de autoridade. Este era ninguém menos que Guillaume Bénet, o padre da vila de Cordu!

Naquele exato momento, um sorriso enfeitou os lábios de Guillaume Bénet. Ele segurava um osso humano branco em suas mãos, seus olhos flamejando com um zelo fanático que sugeria que ele estava prestes a receber uma nova benção da Inevitabilidade, uma que poderia remodelar seu destino.

O instinto inicial de Guillaume Bénet foi fugir da Rue Vincent, nº 50, no momento em que viu seu substituto incapacitado pelo estranho feitiço e seu adversário desaparecendo com a ajuda da travessia do mundo espiritual.

Ao fazer isso, o substituto poderia cumprir seu potencial total de evitar desastres. Ele escaparia da catástrofe iminente, embarcando em um novo começo em um novo local, sem o fardo das circunstâncias presentes.

No entanto, em um instante, suas habilidades como Apropriador do Destino o alertaram sobre a anomalia no destino do agressor e os vestígios persistentes de uma entidade formidável alinhada ao caminho da Inevitabilidade.

A partir dessa revelação, ele deduziu que o indivíduo responsável era Lumian Lee, a mesma pessoa que abrigava o anjo que ele invocava incansavelmente!

Pensamentos rápidos correram pela mente de Guillaume Bénet. Como um devoto adepto do poder da Inevitabilidade, ele foi instantaneamente consumido por fervor zeloso.

Ele tentou capturar ou eliminar Lumian Lee!

Ele aspirava quebrar o selo, permitindo que o anjo da Inevitabilidade realmente descesse sobre a terra!

Ele ansiava por obter uma benção de divindade, libertando-se das restrições da mortalidade. Ansiava por se posicionar como o representante escolhido da Inevitabilidade, guiando os tesouros da tola humanidade.

Tendo avaliado rapidamente a situação em ambas as frentes, Guillaume Bénet ordenou que Paulina e os outros fugissem, atraindo quaisquer aliados em potencial de Lumian Lee para longe da cena. Enquanto isso, deixou para trás o “substituto”, criando uma trilha de pistas para Lumian Lee seguir — levando-o ao porão para revelar uma porta escondida.

Com seus preparativos em andamento, Guillaume Bénet entrou na câmara sacrificial, preservando deliberadamente a pele de carneiro, couro de vaca e pele de cachorro. Isso permitiria que Lumian Lee, já versado no Feitiço de Criação Animal, rapidamente descobrisse a verdade.

Simultaneamente, ele deixou cair um tufo de pelo de cachorro, revelando inadvertidamente sua rota de fuga. Ele entoou o encantamento que havia pré-arranjado, dissipando o Feitiço de Criação Animal. Usando seu poder oculto, Guillaume Bénet destrancou a porta que levava ao subsolo de Trier — um poder contratual conhecido como a Garrafa da Ficção.

Essa habilidade, uma fonte de avareza pessoal, permitiu que Guillaume Bénet convertesse espaços designados de tamanho modesto — aqueles que abrigam elementos simbólicos como portas e janelas — em reinos encapsulados dentro da Garrafa da Ficção. Ele podia impor condições simples de entrada, permitindo que apenas aqueles que atendessem aos pré-requisitos entrassem, enquanto outros seriam prontamente devolvidos às suas posições originais.

A condição de entrada de Guillaume Bénet era “aquele que tivesse o poder da Inevitabilidade”.

Esse critério era compartilhado por ele com Lumian Lee. Independentemente de Lumian ter abraçado a bênção da Inevitabilidade, como um portador do anjo da Inevitabilidade, enredado nos fios do destino, inegavelmente possuía o poder da Inevitabilidade. Esse plano garantiu que os aliados de Lumian não pudessem romper a barreira da Garrafa da Ficção sem uma bênção da Inevitabilidade. Isso deixou apenas Lumian Lee e ele mesmo isolados lá dentro. E se eles realmente tivessem abraçado a Inevitabilidade, ambos permaneceriam influenciados pela grande existência — transformando-os em companheiros equivalentes durante momentos cruciais.

Guillaume Bénet evitou a utilização de indivíduos vindos de Cordu como critérios de entrada na Garrafa da Ficção, pois representava um desafio irritante confirmar tais origens. Tal determinação exigia consulta ao mundo espiritual, diferente da avaliação mais direta de alguém que possuía um poder distinto.

Além disso, se Paulina e os outros conseguissem escapar dos perseguidores e retornarem a este mesmo local, eles poderiam fornecer ajuda essencial abrindo a garrafa.

Tendo orquestrado meticulosamente seu plano, Guillaume Bénet se escondeu, pronto para a entrada de Lumian Lee na Garrafa da Ficção.

Como previsto, ao ver Lumian Lee, agora sob um disfarce alterado, mas sem qualquer traço da influência do anjo da Inevitabilidade, Guillaume Bénet agiu rapidamente, invocando o Feitiço Místico de Assimilação de Almas.

Entendendo que Lumian Lee não era o nome original do indivíduo, mas que havia sido assumido por quase seis anos, reconhecido por todos ao seu redor, Guillaume Bénet tinha certeza de que essa identidade continha uma conexão mística que poderia servir como o nome verdadeiro.

Dotado do conhecimento de Cordu como seu padre, ele possuía uma certa percepção sobre as circunstâncias de Lumian Lee. Com convicção na eficácia do Feitiço Místico de Assimilação de Almas, ele antecipou que isso desorientaria gravemente Lumian Lee.

Observando a figura de Lumian Lee, congelada no limiar da Garrafa da Ficção, com a cabeça baixa e o corpo balançando com instabilidade, o sorriso de Guillaume Bénet se alargou.

Agindo sem hesitação ou fala, ele arremessou o osso humano branco que segurava, com a intenção de empregar uma maldição capaz de deixar o alvo em coma indefinidamente.

Com isso alcançado e Lumian Lee sob seu controle, sua intenção era recuperar a pele de carneiro ritual pré-preparada, envolvê-lo e entoar o encantamento, transformando-o em uma ovelha sem voz e quase sem poderes.

Nesse momento, Guillaume Bénet poderia levar as ovelhas para outro lugar, tentando quebrar o selo e libertar o anjo aprisionado.

Uma vez bem-sucedido, ele ascenderia à santidade, tornando-se uma poderosa figura humana dotada de poderes divinos!

Thud!

Quando o osso caiu, Guillaume Bénet avançou, rapidamente enunciando um encantamento de Hermes.

— Cego, d…

No meio da conjuração, o padre — tendo feito de toda a vila de Cordu uma oferenda de sacrifício — de repente sentiu um aperto no peito, uma premonição incomum anunciada pelo destino.

Para ele, tais premonições ocorriam raramente. Incluindo esta vez, foi a segunda ocorrência. A ocasião anterior o levou a reavaliar suas ações ao chegar em Trier, estimulando-o a executar o Feitiço de Substituição e Transfiguração, gerando um substituto.

Com fé absoluta na Inevitabilidade, Guillaume Bénet interrompeu seu canto e se lançou para o lado.

No segundo seguinte, ele ouviu a voz de Lumian.

— Humpf!

Um raio branco quase imperceptível disparou das narinas de Lumian, atingindo o ponto preciso onde Guillaume Bénet estivera. O raio riscou o ar, desaparecendo ao entrar em contato com o terreno irregular cinza-escuro.

O olhar de Lumian se ergueu, seus olhos extraordinariamente claros, aparentemente intocados pelo Feitiço Místico de Assimilação de Almas.

Escondidas sob seu cabelo comprido, suas orelhas estavam confortavelmente cheias de bolas de papel macio!

Prevendo os efeitos residuais ao entrar no porão, ele tomou medidas de precaução, bloqueando os ouvidos e alterando sua aparência para se defender da influência do Feitiço Místico de Assimilação de Almas.

“Como eu poderia ser afetado se não consigo nem ouvir você chamar meu nome?”

É verdade que as bolas de papel não conseguiam abafar totalmente o som. Um grito fraco chegou a Lumian, embora ele não tenha conseguido discerni-lo como seu nome. O impacto foi apenas uma vertigem leve, dissipando-se rapidamente.

Capitalizando essa oportunidade, ele deduziu que a aflição que ele havia enfrentado era o Feitiço Místico de Assimilação de Almas. Com seriedade fingida, ele atraiu seu adversário à espreita para se revelar, lançando um contra-ataque surpresa com o Feitiço de Harrumph.

No entanto, Lumian não havia previsto Guillaume Bénet como seu agressor.

Não querendo fugir ainda, ele se agarrou à sua determinação de confrontar o inimigo e libertar o anjo aprisionado!

Tal determinação aumentou a intensidade de Lumian, uma fusão de ansiedade e exultação, uma corrente oculta de loucura ressaltando sua exaltação.

Instantaneamente, Guillaume Bénet desapareceu ao pousar ao lado dele. Gavinhas de madeira, contorcidas como formas serpentinas, desceram do ápice da mina, envolvendo a Garrafa da Ficção em um abraço envolvente, florescendo em flores colossais tão carmesins quanto sangue.

Circulando pela entrada, Lumian pegou o frasco de álcool militar cinza-ferro, destampou-o e retirou o broche Decência.

Swoosh! Swoosh! Swoosh! Flechas verde-esmeralda exalando uma brancura saíram da parte traseira da videira negra, perfurando o espaço que Lumian acabara de desocupar.

Onde essas flechas se conectavam, as rochas e a terra pareciam sofrer o ataque do ácido concentrado, manifestando sinais gritantes e exagerados de corrosão.

Após colocar o broche Decência, a forma de Lumian agilmente evitou as Flechas Verdes Medonhas, mirando em seu crânio. Simultaneamente, ele se ajoelhou e se inclinou para frente, com as palmas das mãos pressionadas no cascalho e na terra.

De repente, chamas vermelhas surgiram, formando uma barreira em forma de crescente.

Essa barricada de fogo se estendia em todas as direções, incendiando as videiras de obsidiana em seu caminho e incitando as flores vívidas, com suas mandíbulas ferozes escancaradas.

Um aroma discreto e açucarado impregnava o ar, induzindo uma névoa sonolenta, uma inclinação para o sono.

Guillaume Bénet, revelando-se após lançar as Flechas Verdes Medonhas, mudou agilmente de posição. Inalando o gás anestésico gerado pelas ardentes Flores Demoníacas do Abismo, ele contemplou a parede carmesim pronta para transmutar toda a mina abandonada em um inferno.

“Por que Lumian Lee acenderia as Flores Demoníacas do Abismo, sabendo que elas induzem ao sono?” Um espanto momentâneo passou por Guillaume Bénet.

Num piscar de olhos, sua percepção convergiu com o estratagema de Lumian.

Lumian tinha como objetivo cultivar um ambiente saturado com gás anestésico, um ambiente imparcial tanto para aliados quanto para adversários!

Em essência, isso induziria o sono em Lumian Lee, assim como em Guillaume Bénet. Os companheiros de Lumian estavam de sentinela do lado de fora da Garrafa de Ficção. Era concebível que eles logo decifrariam um meio de quebrar o domínio do feitiço!

Compreendendo isso, Guillaume Bénet emitiu um bufo desdenhoso, seu rosto adornado com um brilho metálico.

Corpo de Aço!

Essa também era uma habilidade contratual que ele nunca havia demonstrado na frente de Lumian Lee.

Transformando-o temporariamente em uma entidade metálica, tornou Guillaume Bénet imune aos efeitos do gás anestésico!

Naturalmente, metamorfosear-se em uma entidade metálica reduziria sua capacidade de exercer a maioria de suas habilidades.

Fora da Garrafa da Ficção.

Ao perceber que ela e Jenna haviam retornado à câmara de sacrifício enquanto Lumian havia desaparecido misteriosamente, Franca rapidamente pegou um espelho.

Manchas de sangue e manchas pretas sujavam a superfície do espelho.

Confusa, Jenna perguntou: — Por que você está empregando a Substituição de Espelho?

“Não seria mais sensato fazer outra tentativa de atravessar a porta escondida?”

Com um ar de solenidade, Franca explicou: — Este espelho carrega o feitiço que preparei para Ciel antes da nossa missão. Ele me permite lançar uma maldição reversa em Ciel.

— Agora, usarei um feitiço mais brando para avaliar se consigo estabelecer uma conexão com ele.

Se ela conseguisse lançar uma maldição sobre Lumian, isso implicaria que a conexão permaneceria intacta. Se o vínculo não tivesse sido rompido, uma resolução alternativa teria que ser buscada!

Capítulo 329 – Criatura Metálica

Combo 24/50


Simultaneamente à explicação de Franca, chamas negras emanaram de sua mão direita, fundindo-se com o espelho que pertencia à Lumian.

Jenna observou com uma mistura de apreensão, prendendo a respiração involuntariamente.

Dentro da Garrafa da Ficção.

Assim que a parede de chamas surgiu, acendendo as Flores Demoníacas do Abismo, uma pontada de agonia consumiu o coração de Lumian, gerando uma tênue mortalha de chamas negras em seu peito.

Em resposta, seu Corpo Espiritual diminuiu gradualmente, atraído para uma escuridão abissal, um vazio obliterando a luz.

“Maldição?” Lumian, abrigado no berço de chamas vermelhas, foi pego de surpresa.

As razões por trás dessa maldição inesperada não lhe eram claras.

Por um lado, ele havia tampado os ouvidos preventivamente, amortecendo o impacto do Feitiço Místico de Assimilação de Almas. Por outro, Guillaume Bénet estava escondido entre as Flores Demoníacas do Abismo adormecidas, sem oferecer indicações evidentes de invocar habilidades de contrato. Além disso, ele permaneceu ileso, não deixando para trás nem carne nem sangue. Cada fio de seu cabelo descartado havia sido consumido pelas chamas invasoras.

Conforme as chamas negras emergiam, a maldição permanecia em um nível subjugado, manifestando-se como uma leve aflição que se abstinha de impedir seus movimentos. Instantaneamente, Lumian formulou uma hipótese.

Essa maldição veio de Franca!

Usando a Substituição por Espelho, ela tentou alcançá-lo!

Com determinação renovada, Lumian estendeu as mãos na direção do local secreto do padre.

Ressoando com estalos, outra barreira de chamas carmesim se materializou, o fogo envolveu as Flores Demoníacas do Abismo.

Aproveitando o véu para obscurecer a linha de visão de Guillaume Bénet, Lumian girou e correu em direção à entrada da Garrafa da Ficção.

Suas ações e sua escolha aberta ressoaram com clareza inconfundível, transmitindo a Guillaume Bénet: Por que eu deveria lutar com você dentro do seu campo de batalha escolhido? Se meus camaradas forem impedidos de entrar, eu me aventurarei para fora e me unirei a eles!

Emergindo de seu esconderijo atrás de um aglomerado de Flores Demoníacas do Abismo, Guillaume Bénet irradiou um brilho metálico sobre sua pele exposta.

Línguas de fogo flamejantes avançaram em sua direção, mas só conseguiram “arrancar” uma fração da pele, incapazes de queimar sua carne.

Através do véu de fogo, o padre de Cordu concedeu um sorriso à figura indistinta de Lumian.

Dada a capacidade de atravessar livremente a Garrafa da Ficção com as condições necessárias cumpridas, ele engenhosamente colocou uma armadilha na entrada, esperando a captura involuntária de Lumian!

Tendo assumido uma forma metálica, sua utilidade estava confinada a bênçãos envolvendo seu corpo, destino e três habilidades distintas de contrato intocadas por sua transformação. Entre as últimas estavam:

Enterro nas Sombras!

Uma marca negra no torso de Guillaume Bénet oscilou, invocando braços brancos pálidos e negros abissais que se estendiam das sombras invasoras, enredando Lumian, que corria em direção à entrada.

Lumian, com um forte pisão, pulou no ar, aparentemente com o objetivo de saltar sobre os braços assustadores que emergiam das sombras, buscando refúgio na saída silenciosa e escura.

Atrás dele, uma bola de fogo carmesim se materializou, pronta para detonar a qualquer momento, transmutando-se em um recipiente de obliteração.

Simultaneamente, bolas de fogo ferozes dispararam à sua esquerda e direita, como se estivessem prontas para neutralizar o aperto dos braços.

O rosto metálico de Guillaume Bénet exibia um sorriso mais perceptível do que antes, embora permanecesse privado de vitalidade — severo e sem emoção.

Ele antecipou o salto iminente de Lumian para a saída da Garrafa da Ficção.

As armas estranhas que acompanhavam o Enterro das Sombras serviam como uma tática de distração, evitando que qualquer suspeita surgisse!

“É uma pena que eu não possa usar Maldição dos Ossos no meu estado metálico. Caso contrário, esta seria uma boa oportunidade…” Guillaume Bénet hesitou em dissipar seu Corpo de Aço e dar outro golpe em Lumian.

Dessa forma, ele não seria capaz de se transformar em uma criatura metálica novamente tão cedo. A pedreira abandonada, agora permeada com gás anestésico, logo se transformaria em um inferno. Para humanos fracos sem divindade, esse terreno hostil era inóspito. Até mesmo os Monges da Esmola poderiam aguentar apenas por um breve intervalo a mais.

Em meio à hesitação, Guillaume Bénet finalmente optou por persistir com o Enterro das Sombras, permitindo que os braços horrendos continuassem sua invasão implacável em Lumian.

Com um salto vigoroso, Lumian se aproximou da saída da Garrafa da Ficção, quase ao seu alcance.

Naquele momento, a saída escura como breu — um orifício sombrio desprovido de chamas — de repente se contorceu levemente, semelhante a uma boca sombria ansiando por sustento.

Sem ser detectada, uma aura difusa de “sombra” envolveu a superfície da porta secreta, uma profundidade aparentemente imbuída de vida!

Esta era uma armadilha que Guillaume Bénet havia meticulosamente preparado. O mecanismo ficou adormecido durante a entrada inicial de Lumian, ativando-se somente quando Lumian tentava sair. Esta precaução foi criada para impedir que Lumian tivesse quaisquer premonições de perigo ao entrar inicialmente na Garrafa da Ficção, impedindo-o de desafiar seus confins.

Lumian sentiu a sensação de estar caindo em um abismo, com a última tábua de salvação escapando de suas mãos.

O véu enganosamente fino de escuridão se enrolou, um amálgama de sombras infinitas convergiram em uma bocarra abissal, uma abertura prestes a engoli-lo.

No meio do voo, Lumian estendeu a palma da mão direita, mas, pouco antes de fazer contato com a boca sombria que envolvia a porta escondida, ele a retirou abruptamente, imitando o gesto de quem está abrindo uma porta.

Ao mesmo tempo, o broche Decência aninhado em seu peito direito emitia um brilho dourado suave.

Distorção!

Lumian distorceu a ação de abrir a porta com o conceito de “liberar este espaço confinado!”

Desde o início, sua intenção de deixar a Garrafa da Ficção estava ausente. Em vez disso, procurou encontrar uma maneira de seus companheiros se infiltrarem, fornecendo assim reforço.

Esta pedreira carregada de recursos inflamáveis era um lar para um Piromaníaco!

Estrondo!

Com uma detonação retumbante, a bola de fogo carmesim posicionada à esquerda de Lumian irrompeu, emitindo um impulso horizontal que cobrou um preço substancial. Seu traje estava rasgado, e sua carne tinha marcas carbonizadas, infligidas pelo ataque de fogo. Gradualmente se aproximando do vórtice sombrio, a explosão forte o impulsionou para longe da saída da Garrafa da Ficção e além da região envolta, transbordando de apêndices envoltos em branco-pálido e preto-abissal.

Ressoando com um baque, Lumian caiu, abrigando-se atrás de uma muralha de chamas crescentes. Essa manobra evitou a invasão adicional das sombras, obrigando os braços estranhos a lutarem contra o incêndio devastador.

Fora da Garrafa da Ficção.

Uma brisa gelada roçou Franca e Jenna, vindo do interior da porta escondida.

Rapidamente, o frio se metamorfoseou em um fervor escaldante. Atrás da porta escondida, havia uma pedreira abandonada envolta em um mar de chamas carmesim, o inferno ardente pontuado pela descida de dragões de fogo distorcidos, sua incandescência desenfreada.

As videiras negras restantes, as flores vermelhas e os braços estranhos sucumbiram ao ataque de fogo, perseguidos implacavelmente pela conflagração furiosa.

Fazendo um sinal para Jenna, Franca recuou para as sombras enquanto se aproximava da porta escondida.

Jenna entendeu as intenções de Franca e racionalmente recuou para as sombras do lado de fora da porta escondida, escondendo-se.

Ela sabia que seria difícil para ela participar da batalha com sua força. Assim, ela escolheu esperar o momento certo, esperando o inimigo emergir através do limiar, pronta para explorar uma oportunidade fugaz para desferir um golpe decisivo e letal.

Dentro da Garrafa de Ficção entreaberta, Lumian, tendo concluído sua cambalhota, apoiou-se em uma única mão.

Fixando seu olhar no distante Guillaume Bénet — sua forma semelhante à de uma marionete metálica — os lábios de Lumian se curvaram sem palavras, produzindo uma erupção de chamas vermelhas que engolfaram sua carne e vestimenta.

Uma pontada familiar de tormento reverberou pela mente de Lumian, despertando-o do estupor letárgico.

“Já faz algum tempo!” O sorriso de Lumian estava tingido de distorção enquanto ele se lançava em direção ao Guillaume Bénet envolto em metal. Seu impulso para frente agitou as chamas carmesim envolventes, alongando-se atrás dele como uma capa brilhante e desenrolada.

Desconfiado da utilização anterior do Feitiço de Harrumph por Lumian, Guillaume Bénet, parecendo uma marionete forjada em aço, evitou o confronto direto, executando mudanças engenhosas de posição.

Percebendo a estratégia de Lumian de aproveitar as chamas para afastar o gás anestésico induzido pelas Flores Demoníacas do Abismo, Guillaume Bénet percebeu que esse esforço seria passageiro. Na melhor das hipóteses, a proteção de fogo de Lumian atrasaria sua descida à inconsciência. Certos assuntos não poderiam ser resolvidos por automutilação!

Tendo adotado a forma de uma entidade metálica via o Corpo de Aço, Guillaume Bénet permaneceu imune aos efeitos do gás anestésico, até mesmo renunciando à necessidade de respirar. Esta forma também minimizou o impacto do fogo sobre ele. Guillaume Bénet estava convencido de que a eficácia do Corpo de Aço persistiria até que Lumian Lee sucumbisse à inconsciência.

Além disso, sua avaliação revelou o gasto substancial de espiritualidade de Lumian, juntamente com sua evidente abstenção de travessia do mundo espiritual.

Essa dedução levou Guillaume Bénet a supor que o feitiço de harrumph provavelmente tinha limitações em sua frequência de uso.

Claro, a fuga era insustentável. As ações de Lumian Lee sugeriram que ele estava usando alguns meios não convencionais para abrir a Garrafa da Ficção, sugerindo que seus companheiros provavelmente se infiltraram secretamente através da invisibilidade. Guillaume Bénet não podia permitir que essa dupla demonstrasse a potência de seu trabalho em equipe.

Manobrando agilmente em torno dos tentáculos de videiras em chamas, Guillaume Bénet executou um giro repentino, encarando Lumian com intenção inabalável.

Seu semblante metálico refletia a luminosidade flamejante, refratando uma iridescência caleidoscópica.

Miríades de pequenos “arco-íris” se uniram, cortando Guillaume Bénet como se ele olhasse para sua imagem no espelho.

Encarnação da Luz!

Uma das três habilidades contratuais acessíveis em seu estado de Corpo de Aço.

Sua premissa era aproveitar a luz para forjar uma encarnação fugaz, capaz de canalizar as capacidades de um indivíduo.

Dois Guillaume Bénets metálicos avançaram em direção a Lumian simultaneamente.

Thud! Thud! Thud! Cada passo que eles deram fomentou a expansão corpórea, culminando na metamorfose em titãs metálicos, que rasgaram suas vestes brancas adornadas com fios preto-prateados.

Erguendo a mão direita, Lumian invocou uma horda de Corvos de Fogo vermelhos que giravam ao seu redor.

Os Corvos de Fogo imediatamente avançaram em direção aos dois Guillaume Bénets, sem demonstrar clemência.

Dado o desafio inerente de distinguir o verdadeiro do falso em um curto espaço de tempo, Lumian adotou uma estratégia de desencadear um ataque indiscriminadamente — abrangendo os dois!

Pois o verdadeiro não pode ser falso, nem o falso pode ser verdadeiro!

Numa detonação abrupta, o Guillaume Bénet à sua frente se desintegrou.

Estrondo!

Acompanhado pela explosão, em meio à qual uma multidão de Corvos de Fogo foram prematuramente engolidos pela combustão, um Canhão de Água esculpido em um líquido verde-escuro surgiu dos restos fragmentados do falso Guillaume Bénet.

O Canhão de Água, de espantosa rapidez e proximidade, penetrou a mortalha de fogo de Lumian, afetando sua forma. Como consequência, o físico de Lumian começou a exibir sinais reveladores de liquefação.

Veneno da Glândula Draynere!

Uma das três habilidades contratuais que ele poderia usar como durante o Corpo de Aço!

Com um estalo frágil, a estrutura corpórea de Lumian se fraturou, metamorfoseando-se em espelhos.

A apenas dez metros de Guillaume Bénet, Franca, devido à ativação da Substituição do Espelho, escapou involuntariamente de seu estado de Invisibilidade.

Observando seu surgimento, as íris azuis de Guillaume Bénet assumiram uma palidez beirando a translucidez. Um hábil empurrão de sua palma direita propagou o surgimento de um rio expansivo de símbolos prateados circundando Franca.

Colocar-se diretamente contra Lumian Lee provou ser um engajamento desconcertante para Guillaume Bénet. Sua habilidade suprema e mais formidável de Apropriador do Destino permaneceu inacessível, pois sua utilização catalisaria uma reação consequente da Inevitabilidade.

Como não poderia ser usado em Lumian Lee, poderia ser usado em sua companheira!

Capítulo 330 – Melhor prevenir do que remediar

Combo 25/50


Um Apropriador do Destino possuía duas habilidades principais:

Primeiro, a capacidade de acelerar um destino correspondente, definindo assim um destino iminente para o alvo. Esse processo poderia ser rápido, mas sua influência futura duraria apenas dez segundos. A eficácia resultante dependia da compatibilidade ambiental; um cenário mais congruente aumentava a probabilidade do evento se materializar no futuro próximo.

Segundo, a habilidade de trocar um destino acumulado por um fragmento do próprio destino do alvo. Na ausência de um plano premeditado, era preciso matar o adversário para acessar seu destino ou empregar seu destino pessoal como um substituto. Relativamente mais demorado na execução do que acelerar um destino iminente, esse método proibia alguém de atacar o alvo ou induzir dano no meio do processo.

Neste momento, Guillaume Bénet, que não estava lutando um contra um, claramente não queria se envolver em uma troca de destino. Seu plano era utilizar o ambiente atual e acelerar o destino da companheira de Lumian Lee de ser afetada pelo gás anestésico da Flor Demoníaca do Abismo para torná-lo realidade.

Claro, como a mulher do capuz preto não havia adormecido e não ficaria paralisada ou inconsciente por dez segundos, o único recurso era acelerar o processo e conduzi-lo para o resultado mais terrível.

Na mesma linha, isso elucidou uma das justificativas por trás da abstenção de Guillaume Bénet de interferir no destino de Lumian Lee.

O que ele se absteve de tentar foi a troca do destino do adversário ou a inversão de pontos-chave no curso principal, para não sofrer a reação da Inevitabilidade. Ele não teria problemas se apenas fizesse Lumian Lee escorregar e cair, alcançando futuros que não teriam impacto significativo.

O rio de mercúrio1 que circundava Franca refletia-se nos olhos iluminados de Guillaume Bénet. Após algum discernimento, ele agarrou-se a um dos destinos formados pelo símbolo de mercúrio que se enrolava em si mesmo.

Ao mesmo tempo, Franca arqueou o pescoço, revelando assim seu pescoço flexível e lábios vermelhos e úmidos sob as sombras do capuz.

Peculiarmente, uma vibração palpável agitou-se no peito de Guillaume Bénet, reverberando para suas regiões inferiores enquanto ele relembrava cenas de seus atos com cortesãs ao longo da Rue de la Muraille. No entanto, essas lembranças empalideciam em fascínio comparadas à figura oposta a ele, apesar de seu rosto permanecer parcialmente velado.

Apesar do lapso momentâneo, Guillaume Bénet prontamente restabeleceu seu foco.

Aproveitando esse breve momento, Franca — informada sobre o escopo geral das habilidades de um Apropriador do Destino, cortesia de Lumian — acendeu chamas negras latentes, gerando gelo que envolveu sua forma.

Filamentos opacos convergiram, manifestando um invólucro palpável em meio à mortalha gélida, semelhante a um casulo.

Imperturbável, os lábios de Guillaume Bénet se curvaram em um sorriso malicioso, sem se abalar com a situação que se desenrolava.

Se as habilidades de um Apropriador do Destino fossem tão facilmente tornadas ineficazes, eles não seriam chamados de Apropriadores do Destino!

Além disso, enquanto o destino do alvo fosse ampliado ou passasse por uma troca de destino, ele não conseguiria se libertar, mesmo se usasse um substituto.

Com ponderação, Guillaume Bénet estendeu a palma da mão direita e executou uma leve rotação do pulso, acelerando um destino específico que havia escolhido.

No entanto, naquele preciso instante, ele percebeu que o destino da mulher encapuzada estava assumindo uma estranha aparência de ambiguidade ilusória, uma eterealidade tão pronunciada que beirava a falsificação.

Uma isca!

O esforço de Guillaume Bénet para acelerar o destino foi abruptamente frustrado. O casulo se desintegrou, o gelo se fragmentou e as chamas negras se metamorfosearam em raios de luz.

Mas o foco da proteção não era a própria Franca, mas sim um espelho!

Capitalizando a perplexidade momentânea de Guillaume Bénet, uma vítima do fascínio da Demônia do Prazer e seus efeitos adversos autoimpostos, Franca tomou a iniciativa. Empregando a Substituição do Espelho, ela se protegeu em camadas de chamas negras, gelo e seda de aranha, confundindo o adversário enquanto ocultava o real perigo letal.

Assim, ela se livrou do ataque, evitando a mira do adversário.

Simultaneamente ao fracasso da tentativa de Guillaume Bénet de acelerar o destino, uma figura vestida com trajes de Assassino se manifestou atrás dele, seu rosto parcialmente obscurecido por um revólver de latão clássico, apontado firmemente para o crânio do inimigo antes de puxar o gatilho.

Bang!

A bala preta como ferro colidiu com a cabeça de Guillaume Bénet, mas foi desviada, emitindo um distinto ruído metálico.

A cabeça de Guillaume Bénet, coberta por um brilho metálico, cedeu ao impacto, embora sua integridade estrutural tenha permanecido, desviando um golpe potencialmente letal.

Quase em conjunto, Lumian, tendo usado a Substituição de Espelho para escapar dos efeitos do Veneno de Glândula Draynere, e envolto em roupas flamejantes, surgiu por perto. Ajoelhado em um joelho só, ele pressionou as palmas das mãos no chão.

Em resposta, serpentes gêmeas de fogo vermelho surgiram, consumindo as videiras enquanto espalhavam as chamas ao longo de sua trajetória, convergindo finalmente para formar um par colossal de dragões de fogo.

Ambas as entidades surgiram em direção a Guillaume Bénet. No entanto, seu propósito não era ingerir sua presa, mas entrelaçar-se e coalescer, dando origem a uma flor ostentosa e brilhante que floresce em conflagração.

Enquanto a flor de fogo se desabrochava diante dele, Guillaume Bénet lutava para compreender as intenções de Lumian Lee.

Com seu Corpo de Aço, sua resistência às chamas era firme por enquanto, mas a outra parte não iria tão longe a ponto de desperdiçar uma oportunidade e não fazer nada além de executar magia de fogo, certo?

Isso era Suborno!

Lumian tinha — presenteado Guillaume Bénet com uma flor flamejante — um emblema que significa incineração e obliteração. Capitalizando o broche Decência, ele tinha completado um Suborno, atenuando assim as defesas do adversário.

Embora os verdadeiros motivos de Lumian Lee permanecessem obscuros, a intuição de Guillaume Bénet se acendeu com a convicção de que isso era um mau presságio.

Em rápida sucessão, Guillaume Bénet invocou Encarnação da Luz novamente, fragmentando-se em três versões enquanto avançava em direção a Lumian. Quando o ataque de Franca errou, ela desapareceu novamente.

Testemunhando as três versões do metalizado Guillaume Bénet rapidamente se aproximando, Lumian conjurou uma nova coorte de Corvos de Fogo e os distribuiu uniformemente entre o trio de adversários.

Então, mudando de forma e diminuindo o ritmo, ele se preparou para uma possível evasão do Canhão de Água conjurado pelo Veneno da Glândula Draynere.

Swoosh! Swoosh! Swoosh! Os Corvos de Fogo carmesins pousaram precisamente nos três Guillaume Bénets metalizados.

Estrondo, estrondo, estrondo!

Eles explodiram simultaneamente!

Uma torrente de líquido verde-escuro surgiu de uma das formas de Guillaume Bénet — Canhão de Água. Lumian, preparado para o ataque, habilmente evitou, seu olhar fixo na colisão do impacto aquoso contra a parede rochosa, um tremor ondulou através da Garrafa de Ficção.

No entanto, quando a evasão de Lumian foi concluída, ele detectou uma sombra colossal envolvendo seus pés. Então, uma mistura de braços branco-pálidos e negros-obsidiana se estenderam dessa obscuridade.

Em contraste, a outra escolha de direção de Lumian estava envolta em uma sombra escura.

Na Sequência 5, a Encarnação da Luz permitiu que Guillaume Bénet criasse até três encarnações, cada uma falsa. Uma tinha Veneno da Glândula Draynere, enquanto o outro par empunhava Enterro das Sombras, com a intenção de enredar Lumian em seu alcance.

Membros curvos e grotescos prenderam os tornozelos de Lumian, tentando puxá-lo para as profundezas.

Em meio a esse perigo, uma figura emergiu das profundezas escuras: um Guillaume Bénet seminu e com acabamento metálico.

Enterro das Sombras era uma forma de ocultação para ele!

Ao capitalizar três Encarnações de Luz — que consumiam uma grande quantidade de espiritualidade — para ocultar sua posição, detendo Lumian temporariamente, Guillaume Bénet planejou sua abordagem furtiva através das sombras, orquestrando um ataque decisivo.

Seu corpo se expandiu de repente quando ele deu um soco atrás da orelha de Lumian.

Um estrondo ressoou quando a forma de Lumian se fragmentou como um painel de vidro, quebrando-se em uma miríade de fragmentos minúsculos posteriormente reivindicados pelos braços branco-pálido e negro-obsidiana.

Substituição de Espelho!

Foi precisamente devido à implementação da Substituição do Espelho que Franca se absteve de intervir em nome de Lumian quando o viu contido pelos braços estranhos que se estendiam da sombra. Em vez disso, ela esperou o momento certo, antecipando o advento de Guillaume Bénet para administrar um golpe fatal.

Em meio aos sons de estalos, a figura encapuzada e vestida de preto de Franca apareceu involuntariamente mais uma vez, rapidamente avistada pelo padre.

Guillaume Bénet esperava por esta oportunidade para não ser afetado pelo encanto e tornar seus olhos azuis novamente claros.

Ele viu o rio do destino e começou a escolher o destino de ser paralisado pelos gases das Flores Demoníacas do Abismo.

No entanto, uma onda repentina de perigo tomou conta da consciência de Guillaume Bénet, forçando-o a uma dura percepção: interferir no destino do adversário sem dúvida produziria repercussões cataclísmicas.

“Impossível! Momentos antes, tais consequências não tinham surgido!” No entanto, enquanto ele examinava a figura diante dele, Guillaume Bénet, que tinha sido capaz de interferir no destino de seu alvo normalmente antes de quase ter sucesso, viu uma mulher encapuzada se escondendo atrás da mulher encapuzada. A mulher atrás dela segurava um espelho do tamanho da palma da mão que iluminava sua figura.

Num instante, Guillaume Bénet entendeu o que estava acontecendo.

A mulher encapuzada parada na frente dele, revelando o rio do destino, era Lumian Lee!

Após ativar a Substituição de Espelho, ele tomou a iniciativa de aparecer na frente de sua companheira. Aproveitando a oportunidade, ele usou uma habilidade parecida com Transfiguração para mudar sua aparência e se disfarçar!

“Você percebe que usar o mesmo truque não funciona duas vezes?” Franca, que estava escondida atrás de Lumian, riu quando viu isso.

Vendo Lumian sob ataque, ela pegou a Substituição de Espelho de sua companheira de equipe e jogou na frente dela. Aproveitando a cobertura e a atenção do inimigo, ela mirou outro espelho em Guillaume Bénet.

Sem hesitar, a palma da mão de Franca foi envolvida em chamas negras enquanto ela limpava a superfície do espelho.

Maldição!

Maldição da Demônia!

Em uma erupção simultânea, uma chama negra e silenciosa surgiu de dentro da forma metálica de Guillaume Bénet.

Exultante porque seu Corpo de Aço o tornou imune à conflagração, causando apenas ferimentos leves, ele logo percebeu um esgotamento anômalo em seu espírito, juntamente com indícios de severa queimadura etérea.

Num piscar de olhos, o padre da aldeia Cordu emitiu um grito atormentado.

Instantaneamente, seu corpo metálico caiu no chão com um barulho cacofônico, reconstituindo-se em uma forma sem adornos de metal, completamente nu e manifestamente carnudo.

Ao mesmo tempo, Franca também sentiu um tremor visceral e seu semblante assumiu uma tonalidade pálida.

— Renascimento!

A habilidade contratual em questão facilitou a ressurreição de Guillaume Bénet dentro do corpo do agressor!

O espírito de Guillaume Bénet sorriu e apressou-se a substituir a mulher que segurava o espelho e assumir o controle de seu corpo.

No entanto, ele se deparou com uma realidade desconcertante: diante dele estava uma mulher envolta em véus, brandindo um espelho, expondo a parte inferior do rosto de uma forma que lembrava um encanto malévolo.

“Ela está na frente… Então em qual corpo eu renasci?” Uma confusão desorientadora inundou Guillaume Bénet.

Enquanto isso, Lumian, usando na aparência de Franca, exibia um sorriso malicioso, gradualmente retirando a palma da mão direita do cadáver sem vida do padre, o broche da Decência brilhando com uma luminescência dourada escura.

Distorção!

Como ele poderia não se proteger da habilidade de Renascimento de Guillaume Bénet quando ele já sabia que a amante de Guillaume Bénet havia escolhido tal habilidade?

Lumian não podia comandar abertamente o Renascimento de Guillaume Bénet apenas com seu selo e corrupção. No entanto, Lumian, assemelhando-se a Franca com precisão sobrenatural, já havia instruído Franca a trazer o minério de Sangue da Terra.

Inatamente repelente até mesmo ao fantasma Montsouris, o minério Sangue da Terra impôs um campo de força invisível, obrigando Guillaume Bénet a contornar o Corpo Espiritual.

Aproveitando a Distorção proporcionada pelo broche Decência, juntamente com a eficácia obstrutiva do minério Sangue da Terra e a transformação do Rosto de Niese, Lumian orquestrou o Renascimento de Guillaume Bénet dentro de seu próprio corpo!

Embora o rosto de Lumian empalidecesse e seu corpo tremesse levemente, um sorriso enfeitou seus lábios enquanto ele estendia a mão em direção ao peito esquerdo, declarando gentilmente: — Padre, todos estão esperando por você.


Nota do tradudor: Caralho, essa foi de cair o cu da bunda, maluco lutou igual o klein.

  1. aqueles simbolos prateados[↩]
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