Capítulo 102
Tragédia de Kollon (1)
Uma descoberta inesperada.
‘Um espelho… A Fonte de Mana… quem iria imaginar que um mapa de um torneio organizado por piratas levaria a tal artefato?’
Um antigo artefato que foi revelado ao mundo por um corajoso jornalista antes da regressão de Jin.
Naquele período, o jornalista revelou meticulosamente a existência do espelho juntamente com as atrocidades que o clã Zipfel cometeu contra os nativos de Kollon.
Naturalmente, esta notícia foi fatal para os Zipfels, que simbolizavam e protegiam a paz e a justiça.
No entanto, o jornalista não conseguiu enfrentar o enorme Clã sozinho.
Os Zipfels rapidamente silenciaram aqueles que falavam negativamente do Clã.
E a tragédia dos nativos de Kollon nunca mais foi mencionada.
Logo depois, o primeiro jornalista desapareceu. Não demorou muito para que as pessoas esquecessem os feitos corajosos do jornalista.
Os nativos de Kollon continuaram sua civilização como se fossem invisíveis.
‘Então este mapa deve ter sido feito pelos nativos. E como o seu valor não foi descoberto, este mapa foi jogado por todo canto. Assim como a Runa de Myulta.’
Era possível que os nativos de Kollon, oprimidos pelos Zipfels, quisessem que alguém prestasse atenção no mapa e esperassem que um aventureiro viesse libertá-los.
Bem, o Jin planejava visitar as Ruínas de Kollon de qualquer jeito.
Ele precisava encontrar o espelho antes dos Zipfels e impedi-los de criar um poderoso exército de magos. Além disso, precisava investigar a experimentação ilegal de magia na área.
Particularmente, para Jin, havia mais razões para ir.
Ao contrário do jornalista, eu não tenho coragem de salvar essas pessoas… mas estaria ajudando um pouco se fosse pra trocar alguns socos com o clã Zipfel.’
Mas havia um problema.
“Ei, garoto. Por que a cara fechada? Sabe o que o Lathry desenhou?”
Eles não sabiam que Jin sabia da tragédia de Kollon e do espelho.
‘Esse que é o problema em ser regressor.’
No entanto, era um problema fácil de resolver.
“Hm, eu não sei. Mas tenho um mau pressentimento… Sir Kashimir, acho que deveria investigar o conteúdo deste mapa.”
Era por isso que ele tinha se estabelecido em Tikan.
“Sim, concordo. Também estou preocupado com a história que a minha filha visualizou. É como se… eu acho que este mapa chegou às suas mãos por uma razão.”
“Isso mesmo, Jovem Mestre Jin. Primeiro, procurarei por toda a parte alguém para ler estes textos antigos. Então poderemos encontrar a nossa primeira pista.”
“Sir Kashimir, isso é apenas um palpite, mas não acho que o Pavão das Sete Cores deva investigar abertamente este caso. Com tanto ressentimento armazenado no objeto, podemos não saber se as atrocidades ainda estão ocorrendo.”
“Esse é um bom ponto. Hmmm, magos que massacraram os nativos… espero que não esteja relacionado com os Zipfels.”
* * *
O Pavão de Sete Cores imediatamente começou sua investigação, mas não conseguiu muito em duas semanas.
Era esperado.
Os nativos de Kollon faziam parte do Reino de Peylon, que fazia parte da Federação Mágica de Lutero. E séculos atrás, a maioria deles foi massacrada pelos Zipfels. Devido a isso, poucos permaneceram na terra.
Além disso, uma vez que os poucos que restaram permaneceram presos nas Ruínas de Kollon, era extremamente difícil encontrar alguém que pudesse ler o mapa.
No entanto, a primeira pista foi encontrada num local inesperadamente próximo.
17 de fevereiro de 1796.
Depois de terminar seu treinamento matinal, Jin procurou a Força Central de Defesa de Tikan com Euria e Lathry para encontrar Alisa.
“Jin. A mamãe vai gostar se ganhar isto, né?”
“É claro. Tenho a certeza de que ela vai te jogar pro ar e rir.”
Euria queria dar a sua mãe um desenho de família, então ela pediu a Jin para ir com ela.
“Bem-vindo à Força Centr—Oh, Euria. Olá.”
“Olá! Onde está a mamãe?”
“Oh, minha filha! A mamãe está aqui! Vejo que vocês dois também estão aqui. Ah, o que é isso?”
“Presente!”
Euria sorriu e mostrou o desenho à mãe.
Alisa não conseguiu conter seu orgulho materno.
“Minha nossa, você sabe desenhar tão bem! Vejamos… este deve ser o papai. Este é o Jin e você também desenhou a Enya.”
Gilly, Murakan, Quikantel e Lathry também foram desenhados no pequeno papel. Alisa pegou Euria enquanto olhava por toda a página.
“Hahaha, você deveria ser uma pintora quando crescer. Muito bem, esperem um momento. A mamãe tem que lutar com alguns papéis e documentos, e depois vamos almoçar. Querem comer ensopado de marisco?”
“Oh! Oh! Marisco! Sim!”
Depois de ver a mãe tão feliz e ouvir a palavra ‘marisco’, Euria começou a cantar uma canção contendo apenas a palavra ‘marisco’.
Jin e Lathry também não conseguiram conter seus sorrisos.
Sons de canetas em movimento aqui e ali podiam ser ouvidos. Eram as forças de defesa que lidavam com documentos legais e os criminosos que escreviam autorreflexões.
Autorreflexões.
Depois que Alisa foi promovida a Chefe da Força de Defesa, a já baixa taxa de criminalidade de Tikan estava despencando.
No entanto, ainda havia aqueles que foram pegos pisotearam algumas flores no jardim público ou agiram mal enquanto estavam bêbados, por isso apenas escreveram uma autorreflexão e fizeram uma breve visita a uma instituição correcional.
‘A cidade não é tão grande, mas ela a administra tão bem. Lady Alisa é incrível. A Aliança Huphester é gerida pelos Runcandels e mesmo assim continuam a ter muitos crimes graves.’
Enquanto Jin aplaudia mentalmente o trabalho de Alisa, Lathry olhou em volta para os criminosos.
“Os humanos são criaturas tão misteriosas. Por que eles cometem o mesmo erro se sabem que infringir a lei os fariam ser punidos?”
“Não tenho certeza. Os dragões não são assim?”
“Hmm… Não. Pensando bem, os dragões também são bastante tolos. Haha, o que estou dizendo? Por favor, não diga a Sir Murakan que eu manchei a reputação da raça dos Dragões.”
“Parece que você é muito cauteloso com Murakan. Ele te intimidou ou algo do tipo?”
“Não, isso não. Você sabe o que os meus pais já botaram na minha cabeça? ‘Cuidado com os dragões negros. Especialmente os irmãos Murakan e Misha’…”
Lathry definitivamente caiu nos truques do Dragão do Vento Vyuretta enquanto evitava dragões negros.
“E entre os meus companheiros dragões, Sir Murakan é um ser lendário. Há algumas razões más e boas… Oh?”
Enquanto explicava, Lathry parou e fixou os olhos em algo.
Era alguém que estava sendo interrogado por um agente de defesa. Jin naturalmente também olhou. A fala lenta e arrastada do homem gaguejou.
“Ontem… eu… bebi… demais. Eu… peço desculpa.”
“Ei, não fale assim. Não está refletindo coisa nenhuma. Se você está bêbado, então vá para dentro e durma. Por que cantar no meio da noite e acordar todos?”
“Porque… eu estou tiste*. Ah, me dixculpe.*”
“Você já fez isso várias vezes antes. Se continuar, o bar não o aceitará mais. Sabe o quanto pedi aos donos dos bares locais para não o expulsarem?”
“Obegado.Ah, quer um chauto?”
“Ha! Merda, vou morrer cedo por sua causa. Tudo bem, vamos torrar um, e você vai prometer que vai beber sem causar confusão. Por favor.”
“Eu intedo. Mas não tenho chauto.”
“Maldito inferno.”
Parecia um alcoólatra que vinha com frequência. Ele não causava nada sério, mas criava laços com as forças de defesa toda vez que ele vinha.
E o homem tinha a pele vermelha escura.
“Uma pessoa carmesim? Sua pele é muito vermelha para ser uma.”
Nada muito fora do comum para uma cidade diversa como Tikan.
No entanto, vendo aquele homem, a expressão de Lathry não era boa.
“Lorde Jin… esse homem se parece com os nativos que vi na visão quando ressoei com Euria.”
“Oh, sério?”
“Sim, e essa fala arrastada… significa que ele não está acostumado a falar a língua desta terra.”
Só havia uma maneira de descobrir.
“Por que não lhe mostramos o mapa? Vamos levá-lo para almoçar também.”
Quando o homem e o agente de defesa foram fumar, Jin os seguiu. O homem acendeu um charuto. O oficial também deu um baforada, reclamou um pouco, depois voltou ao trabalho.
“Olá.”
“Rapaz… quem é ochê?”
“Por que não vamos comer alguma coisa? Também bebi bastante.”
“Oh, parrece bom. Mas eu nau tenho dinheio.”
“É por minha conta.”
* * *
Os olhos do homem disparavam de um lugar para outro. O nome da pessoa carmesim era Alopan Tupan Meipan.
‘Pan’ para abreviar.
‘Garoto… por que não me disse que o chefe vinha? O chefe é assustador.’
Alisa não estava realmente olhando para Pan. Ela já tinha ouvido a história de Jin e Lathry.
“Sirva-se, Pan. E pare de ser pego. Você é muito inocente.”
“Vejo esse homem demais. Ele está sempre lá quando vou ver a mamãe.”
“Nem… sempre.”
O delicioso ensopado de frutos do mar foi servido quente fumegante. Os olhos de Euria e Pan brilhavam.
“Obrigado pela refeição!”
A pessoa carmesim não se sentia mais desajeitado e começou a encher a barriga. Parecia que ele tinha alguns problemas de bolso.
Depois de uma hora comendo…
“Uh… rapaz.”
“Sim?”
“Posxo levar um poco pra viagem? Minha irmã tá com foume.”
“Pegue o quanto precisar. Mas antes de ir —Oh, eles chegaram. Aqui!”
Jin acenou com a mão para um homem muito zangado que abriu a porta.
Murakan, o homem irritado, correu até Jin depois de receber a mensagem “traga o mapa”.
“Agora isso… isso é longe demais! Sou o Murakan! Murakan! Você pode mandar o pirralho fazer isso em vez disso!”
“Sir Kashimir está sempre ocupado com o seu trabalho e Gilly faz muitas coisas. Enya tem que estudar, e tudo o que você faz é brincar pra cima e pra baixo. Isso é o mínimo que você podia fazer.”
“E Quikantel?!”
“Excluindo ela.”
Lathry ficou inquieto ao ver Jin repreender Murakan. O jovem Runcandel arrancou o mapa das mãos do dragão das sombras e mostrou-o a Pan.
“Pan, você… sabe o que é isso?”
E assim que viu o mapa…
“Is-isso… onde você conseguiu isso?”
Ele parecia muito chocado.