Vol. 2 Cap. 311 Suprima os Guerreiros e Roubo de Pontos

Após uma pausa, Luke continuou: — Sua família e amigos podem ter sido mortos pelas aranhas. Então, vocês não devem subestimá-las. Elas ainda são monstros que podem matar vocês facilmente com uma mordida.

Ele foi bem contundente, mas era verdade.

Um momento atrás, tinha que manter o moral e não podia deixar os residentes ficarem deprimidos.

Mas agora que o reforço chegou, precisava acalmá-los.

Permanecer centrado e vivo era a coisa mais importante.

Caso contrário, qual era o ponto deles fugiram e lutarem até agora? Para ser morto por nada antes do amanhecer? Isso não valia a pena.

— Agora, chequem suas armas e permaneçam alerta. Posso dizer que as aranhas mortas podem ser somente metade de sua população. Este shopping é a única coisa mantendo vocês vivos para ver o amanhã. Estamos claros? — perguntou Luke, elevando o tom.

— Entendido — respondeu alguns dos moradores.

Luke perguntou: — Não consigo ouvir! Eles são as únicas pessoas que entenderam o que falei?

— Entendido — todos disseram em desordem.

— Vocês estão mortos? Vocês vão usar essa atitude para lidar com as aranhas? Respondam-me alto! — gritou Luke.

— Entendido! — Todos os moradores finalmente gritaram super alto.

A frustração deles pelas críticas severas de Luke também desapareceu.

Luke assentiu e exibiu um sorriso gentil: — Ótimo. Todos, espero que eu possa sair deste lugar em segurança com todos vocês amanhã!

Após isso, se levantou e desceu as escadas. Quando passou por Selina, que tinha um olhar questionador, Luke olhou em volta e falou num tom baixo: — A mentalidade deles foi muito abalada. Impeça-os com aquele seu ar de matança que teve contra a Família Carlos em Shackelford para que ouçam você.

Selina sorriu e bateu no peito: — Não me subestime, irmãozinho.

Divertido, Luke foi ao primeiro andar e viu que, embora Samantha estivesse disparando ansiosamente, a maioria dos moradores não estava a ouvindo. Ao invés disto, estavam animados, como se estivessem prestes a sair do shopping e enfrentar as aranhas de fora.

Luke ergueu a mão e disparou.

Bang!

Todos ficaram quietos. Como ninguém aqui estava lutando, não estavam usando fones de ouvido. Embora os disparos no segundo andar fossem barulhentos, não era totalmente insuportável por causa da distância.

Os ouvidos de todos zuniram para o barulho alto da M500.

Quando terminou no segundo andar, Luke repreendeu todos os moradores no primeiro andar.

Então, declarou que poderiam ajudar os guerreiros que não temiam a morte, e que planejavam enfrentar as aranhas.

Como exatamente? Ao jogá-los na rua pela janela do segundo andar, é claro.

Luke até prometeu dar aqueles guerreiros determinados uma arma esplendida, como uma lança ou faca, para que pudessem demonstrar sua coragem na frente de seus companheiros.

Todos no saguão ficaram quietos.

Era da natureza humana seguir a multidão, particularmente numa crise como esta.

Quando alguém propôs o ataque, todos ficaram ousados.

Mas se alguns idiotas fossem pegos e comandando para agir sozinho, se acovardariam imediatamente.

Olhando para os moradores, Luke falou: — Se estiverem realmente dispostos a ajudar, vão ao segundo andar. As pessoas lá ainda estão lutando para proteger a si e suas famílias, mesmo que mal consigam segurar suas armas. Vocês podem se provar lá, ao invés de encorajar os outros a fazer coisas idiotas com você.

Ele então elevou o tom: — Samantha, substitua os defensores na escadaria com alguém que está disposto a ajudar. Lembre-se, não deixe ninguém ruim de mira ou covarde subir.

Samantha assentiu, mas sabia que a maioria das pessoas no primeiro andar não cumpriam os requisitos, além de poucos como si.

Mas seus filhos estavam aqui, e ela tinha que manter os moradores calmos como a xerife. Assim, não podia ir ao segundo andar também.

Luke retornou ao segundo andar e observou a situação.

A área fora da entrada do shopping era bem espaçosa, que facilitou para as aranhas reunirem, só que também facilitou para o helicóptero do FBI disparar sem parar.

Após a rajada, a maioria das aranhas foi eliminada, deixando para trás poucas que não eram ameaça.

Então, Luke enviou rapidamente algumas pessoas a escadaria do porão para ajudar Chris com a defesa.

Embora a entrada do estacionamento subterrâneo estivesse bloqueada pela van, ele não sabia quantas viúvas negras ainda havia lá fora, então precisava haver uma linha de defesa ali.

Após completar os arranjos, Luke falou algumas palavras para Selina antes de sair rapidamente pela janela.

Todos os moradores no segundo andar ficaram intrigados, se perguntando o que o jovem detetive estava fazendo.

Na parede externa, onde não podia ser visto, Luke escalou até o terraço com a ajuda dos tijolos salientes.

Com seu Olfato Aguçado, podia dizer que não havia mais aranhas lá em cima.

Após chegar na área, os dois helicópteros gradualmente alargaram o alcance de ataque. Sob as luzes de busca, as aranhas não conseguiram escapar de sua ruína, mesmo que saltassem para longe e tentassem esconder.

Luke chamou Charles: — Charles, vou começar a resgatar os moradores nas áreas que vocês já limparam. Peça aos atiradores para prestarem atenção e não atirarem em mim.

Atordoado por um momento, Agente Charles falou: — Luke, isso é perigoso demais. Por que não age conosco quando terminarmos com a limpeza?

Luke respondeu: — Não se preocupe, ficarei longe dos seus helicópteros. Começarei com locais perto do shopping. — Ele então encerrou a ligação.

Ele murmurou consigo: — Se você matar todas as aranhas, posso não conseguir pontos por resgatar os sobreviventes!

Agora que os agentes falsos do FBI eliminaram o volume do exército de aranhas, Luke podia aproveitar esta oportunidade para resgatar os moradores nas casas em volta do shopping.

Com o Olfato Aguçado, podia detectar facilmente as aranhas que estavam escondidas e os moradores, e seria muito mais eficiente que a equipe de Cheney.

Salvar uma pessoa significava 20 pontos de crédito e experiência. Isso era lucro fácil.

Nas próximas duas horas, Luke realizou uma busca e operação de resgate sozinho.

Meia-hora depois, após os helicópteros pulverizarem as aranhas que ainda estavam visíveis no chão com balas, se tornou menos perigoso e os agentes se juntaram a busca e resgate.

Luke pediu a Charles por quatro agentes para cooperar com ele.

Dessa maneira, só precisava localizar os sobreviventes e matar as aranhas, e a tarefa cansativa de levar os sobreviventes a um lugar seguro seria entregue aos agentes com ele.

Charles se moveu com outra equipe, enquanto os agentes restantes foram ao terraço do shopping, onde eliminaram as aranhas ocasionais na rua com rifles de precisão e protegeram os sobreviventes que correram ao shopping.

Vol. 2 Cap. 312 Bem Recompensa o Bem

O shopping tinha uma boa altura, e uma rua reta levava a ele. Assim, quatro rifles de precisão e quatro drones eram o bastante para os agentes controlarem o que acontecia numa área de várias centenas de metros em volta do shopping.

A operação de busca e resgate não parou até a meia-noite. Após todos os sobreviventes serem resgatados, um exausto Luke finalmente retornou ao shopping.

Antes de retornar, deu ao Agente Charles o mapa das minas e marcou um local: — Aqui, esta é a caverna onde aquela substância desconhecida está armazenada. Segundo o gerente das minas que salvei, há um grandalhão na caverna e várias aranhas menores.

Agente Charles ficou revigorado pela informação, já que era o motivo pelo qual estava aqui.

Ele não perguntou mais cedo, parcialmente porque não podia vasculhar as minas antes de todas as aranhas serem mortas, e parcialmente porque não achou que Luke sabia a localização especifica da substância desconhecida. Afinal, Luke só estava aqui por dois dias.

Quem diria que ele verificaria diretamente a localização exata.

Após Luke contar sobre Gladys, seu sobrinho Chris e o proprietário anterior das minas, Agente Charles teve uma mistura de sentimentos. Quase sentiu ser destino.

Gladys recusou entregar os mapas das minas porque eram o trabalho de vida do seu irmão.

No entanto, Chris deu os mapas, que o possibilitou resgatar Gladys.

Então, este era bom sendo recompensado com o bom? Ao ouvir o Agente Charles suspirar, Luke sussurrou internamente, Você está certo, mas não sabe qual é minha verdadeira recompensa.

Após isso, Luke foi ao shopping procurar por Selina e a encontrou berrando com os residentes e dizendo para encontrar um lugar para descansar no segundo andar.

A cidade não foi completamente limpa das aranhas, então os moradores não podiam ir para casa.

Mesmo que estivessem num lugar seguro, precisavam fazer turnos no caso de uma aranha invadir e matá-los.

Luke observou silenciosamente por um momento, antes de descer com um sorriso. Ele se limpou num banheiro e encontrou seu carro.

Graças a sua previsão, fez Selina estacionar o carro no lado do shopping e estava basicamente intacto, tirando alguns arranhões.

Os carros estacionados num pânico na entrada do shopping foram enterrados sob os corpos das aranhas e seus fluidos nojentos.

Luke nem mesmo precisou olhar para saber que havia muitos buracos de balas nos carros. Custaria uma fortuna consertar, se é que os habitantes pudessem ter seus carros de volta.

Se houvesse algo de errado com aquelas aranhas, era possível que todos os carros tivessem que ser destruídos.

Luke aprendeu isto da maneira difícil quando perdeu seu carro em Laquin.

Luke tirou o bolo de mil-folhas da mini geladeira no carro e retornou ao shopping.

Cutucando as costas de Selina, Luke mostrou a caixa em suas mãos e falou: — Por favor, faça uma pausa, Detetive Selina.

Selina se virou. Ao ver a grande caixa nas mãos de Luke, sorriu imediatamente.

Esta era sua caixa de comida exclusiva, que continha comida deliciosa toda vez que fazia uma aparição. Ela começaria a babar automaticamente sempre que via.

Ela estava prestes a abrir a caixa, quando Luke tirou do alcance: — Lave as mãos, tá? Lavei as minhas várias vezes antes de pegar seu bolo.

Selina olhou para ele com raiva, mas ainda foi lavar as mãos.

Seguindo-a e certificando que ela limpou as mãos e o rosto, Luke finalmente entregou a caixa: — Deixe o FBI cuidar do resto. Já falei com o Charles. Devemos descansar agora porque seremos provavelmente questionados por um tempo amanhã.

Selina assentiu e perguntou: — Onde vamos dormir?

Luke já havia vasculhado a área: — Tem uma despensa não utilizada no primeiro andar. É absolutamente segura e fica longe do saguão. Podemos dormir um pouco lá.

Selina falou: — Haha, isso é bom…

Enquanto conversavam, foram a despensa.

Ao ver que uma tenda de acampamento inflável foi montada na despensa, Selina ficou ainda mais satisfeita: — Não temos que dormir no chão? Ótimo! Verdade, onde achou isto?

Luke falou triste: — É uma oferenda do querido defunto ex-prefeito Wade, que tinha um equipamento de acampamento guardado aqui.

Selina deu de ombros: — Que pena. Vou rezar por ele amanhã.

Luke assentiu: — Sim, devemos agradecer a generosidade, se não houver nada de errado com ele.

Selina ficou curiosa: — Tem algum problema com ele?

Luke respondeu: — Estas aranhas gigantes estão provavelmente relacionadas ao Prefeito Wade. No entanto, como sua atuação é terrível, direi os detalhes quando sairmos daqui. Agora, seja boazinha e termine o bolo, escove os dentes e vá dormir.

Selina assentiu. Ela não estava com pressa agora que tinha um entendimento básico da situação.

Ela bocejou, escovou os dentes rapidamente com um pouco de água mineral e se deitou na tenda.

Com um sorriso, Luke endireitou o corpo de Selina e se deitou num cobertor na porta e também adormecendo.

Luke acordou após duas horas de sono, que era todo o sono necessário agora.

Autocura elemental definitivamente era uma habilidade valiosa para alguém que fez esforço à noite.

Após se levantar, chamou o Agente Charles, mas ninguém atendeu.

Montando uma câmera na despensa, fechou a porta e foi procurar por um agente do FBI. Ele então aprendeu que os reforços que chegaram depois e o Agente Charles foram as minas.

Luke imediatamente perdeu o interesse no assunto.

Isto era algo que só os agentes SHIELD fingindo ser do FBI podiam fazer. Ele seria uma peste se ficasse animado demais sobre isto.

Havia cada vez mais moradores no shopping. Os quatrocentos sobreviventes no começo se juntaram a mais algumas centenas resgatados por Luke e os agentes e agora somava cerca de seiscentas pessoas aqui.

Segundo Elizabeth, cerca de mil pessoas viviam na cidade; parecia que o resto deles foram mortos. Já era meia-noite, mas o shopping ainda estava barulhento.

Algumas pessoas estavam roncando e alguns chorando silenciosamente, enquanto alguns estavam devastados e outros vagavam sem rumo.

A bela xerife ainda estava ocupada.

Ela manteve os moradores ansiosos calmos, garantindo que a situação não saísse de controle, e lidar com os problemas de comida e um lugar para dormir.

Isto devia ser o trabalho do prefeito, mas Wade se matou, então a xerife não tinha escolha além de cuidar dos membros restantes do conselho da cidade para lidar com este assunto.

Porém, com a ajuda de Chris, ela não estava sozinha.

Luke se aproximou e a cumprimentou: — Samantha, você pode fazer uma pausa. Chris pode te ajudar a cuidar das coisas. Não é mesmo, Chris?

Chris sorriu: — Não consigo fazer nem metade do que a Samantha faz.”

Vol. 2 Cap. 313 Um Convite do Bom Luke

Luke balançou a cabeça com um sorriso. Então, sinalizou para Samantha, e falaram no privado a alguns passos de distância: — Samantha, você ligou para a Elizabeth?

Atordoada por um instante, Samantha bateu na testa: — Esqueci.

Luke a confortou: — Está tudo bem. Ligarei para ela e falarei o que aconteceu, mas ela ficará mais aliviada ao ouvir você. Então, descanse um pouco e ligue para ela depois, okay?

Samantha assentiu: — Obrigada, Luke.

Ela se sentiu grata, afortunada, assustada e feliz ao mesmo tempo. Se sua filha não tivesse a persuadido para deixar Luke e Selina ajudarem no caso, teria sido difícil dizer se sua família podia sobreviver ao desastre da última noite.

Olhando para os seiscentos moradores, Samantha soube que quase metade da população se foi.

Porém, era uma coisa boa que nada aconteceu com seus filhos, ou ela teria quebrado.

Luke assentiu com um sorriso: — De nada, mas você realmente deveria agradecer a Elizabeth, que pediu por nossa ajuda, mesmo que pudesse ter sido repreendida. Você tem uma boa filha! — E então foi embora.

Era três da manhã, não era a melhor hora para fazer ligações. Ele faria Selina ligar para Los Angeles de manhã.

Já era hábito deixar os longos relatórios com Selina.

Após falar com Samantha, vagou pelo shopping mais uma vez e pegou todos os seus equipamentos.

Não havia como deixar os agentes falsos do FBI pegaram seus fios de aço ou câmeras.

Aqueles agentes agora estavam ocupados vasculhando as minas e resgatando residentes para examinar o shopping; este era o melhor momento para cobrir seus rastros.

Após isso, Luke caminhou até a frente do shopping e assentiu aos dois agentes que estavam protegendo a entrada: — Não se incomode comigo, só estou olhando em volta.

Os agentes simplesmente assentiram e permaneceram alerta contra atividades externas.

A porta foi levantada e muitas coisas podiam ser vistas pelas portas de vidro do shopping.

Um helicóptero pairou no céu e ocasionalmente miravam nas aranhas gigantes que surgiam ocasionalmente.

As equipes de agentes estavam procurando pelo resto da cidade para ver se conseguiam encontrar mais sobreviventes que ainda podiam estar escondidos. Luke balançou a cabeça levemente e parou de olhar em volta. Esta cidade estava prestes a fechar em primeiro lugar. Após este incidente, a maioria dos moradores provavelmente se mudaria.

Entretanto, ainda pode haver uma maneira das coisas mudarem. Enquanto ponderava isto, Luke retornou a despensa. Selina ainda dormindo na tenda.

Luke sentou no cobertor e examinou a colheita da noite.

Para cada residente que salvou, recebeu 20 pontos de experiência e crédito. Após uma noite de trabalho duro, obteve 4200 pontos de experiência e crédito.

Ele também foi recompensado com mais de 300 pontos de experiência e crédito pelas tarefas diversas que realizou.

Então, obteve mais 4500 pontos de experiência e crédito numa noite. O trabalho duro valeu a pena.

Boas recompensas para uma boa pessoa! Luke sorriu de deleite. Ao amanhecer, os moradores foram escoltados em ônibus e transferidos para um abrigo temporário na cidade vizinha de Wintersburg. Eles não podiam retornar até a Cidade de Prosperity ser completamente limpa.

No abrigo de Wintersburg, os investigadores que já estavam aguardando questionaram os sobreviventes um por um sobre o que aconteceu noite passada.

Luke e Selina foram os primeiros a seres questionados e também levaram mais tempo.

Luke basicamente disse a verdade. Afinal, este assunto estava foi arquivado na LAPD, assim como o local de nascimento de Elizabeth.

Os dois agentes encarregados do interrogatório também foram educados.

Eles viram pessoalmente Luke arriscar a vida para resgatar os outros quando os agentes ainda estavam eliminando as aranhas na cidade.

Após horas de trabalho árduo, Luke resgatou dezenas de moradores.

Todos gostavam de um herói.

Entretanto, é claro, se o herói morresse no momento que aparecesse, só teriam acabado como um nome no relatório de casualidade e teriam sido facilmente esquecidos. O questionamento finalmente terminou ao meio-dia. Luke perguntou aos agentes se podia sair.

Os agentes fizeram uma ligação e retornaram logo: — Detetive Luke, você e a Detetive Selina estão livres para ir, mas receio que tenhamos que incomodar você de novo durante nossa investigação no futuro.

Luke agradeceu com um sorriso: — Está tudo bem. Estamos em Los Angeles mesmo, e você pode procurar por nós a qualquer momento.

Eles esbarraram em Samantha na saída.

Após pensar um pouco, Luke a cumprimentou: — Samantha, seu interrogatório terminou?

Samantha respondeu com uma expressão cansada: — Sim, terminou.

Luke falou: — Isso é bom. Estamos voltando para Los Angeles hoje.

Samantha ficou surpresa: — Tão cedo assim?

Luke assentiu: — Como vocês estão bem e seguros, podemos relatar a Elizabeth agora que completamos nossa missão.

Samantha ficou um pouco envergonhada: — Muito obrigada por tudo.

Luke riu: — Você já falou isso. Agora, por que não vem a Los Angeles conosco?

Samantha balançou a cabeça: — Mas há muitas coisas que precisam ser feitas aqui.

Luke balançou a mão: — Samantha, o incidente aqui não é simples. A Cidade de Prosperity será provavelmente fechada por um tempo para investigação. Você pode muito bem-fazer uma viagem a Los Angeles por alguns dias ao invés de ficar sem fazer nada aqui. Após o que aconteceu noite passada, não acha que a Elizabeth ficará aliviada ao ver você pessoalmente? Ela quase pediu para sair para voar até aqui quando liguei esta manhã.

Samantha hesitou: — Mas… — Ela então olhou para Chris.

Luke notou isso e sorriu: — Que tal isto? Acho que o Chris é um cara legal. Traga-o a Los Angeles com você. Por acaso, tem algo que quero discutir com ele.

Samantha achou isso estranho: — Sobre o que é?

Luke respondeu simplesmente: — É sobre as minas.

Samantha não perguntou mais, e foi falar com Chris.

Quando os dois retornaram, Luke falou para Chris no privado: — Chris, suas minas ainda podem operar?

Chris balançou a cabeça com um sorriso amargo: — O FBI me falou que eles precisam limpar o ninho das aranhas nas minas antes de eu poder enviar trabalhadores. Isso levará pelo menos dois meses.

Luke assentiu: — Nesse caso, por que não vem a Los Angeles com a Samantha? Quero falar com você sobre as minas.

Chris pensou que Luke só estava sendo educado, e rapidamente balançou a cabeça: — Obrigado, mas ficarei bem aqui.

Luke deu um tapinha no ombro dele: — Chris, mesmo que o FBI limpe as minas para poderem operar, elas ainda farão dinheiro? Até onde sei, o negócio nas minas não está indo muito bem.

Chris sorriu amargamente.

— Não muito bem. — Isso era eufemismo. A verdade era que a empresa estava prestes a falir.

Vol. 2 Cap. 314 Convidados num Piquenique

Chris não declarou falência ainda porque a empresa era o trabalho da vida de seu pai, e se sentiu muito culpado por ele.

Luke falou: — Venha à Los Angeles. Tenho alguns pensamentos sobre suas minas. Farei minha secretaria conversar com você.

Chris ficou surpreso: — O quê? Por que um detetive teria uma secretaria? Por que você está falando como um chefão? Você está falando sério?

Luke simplesmente deu um tapinha no ombro dele: — Chris, a oportunidade está diante de você; é com você se vai aproveitar ou não. Não decepcione a Samantha.

Chris olhou para Samantha, que estava conversando com Selina não muito longe. Aquele charme maduro e familiar não era algo que ele podia desistir: — Tudo bem, vou falar com minha tia.

Luke balançou a mão: — Leve a Gladys com você, e o Bruce também. Vou arranjar seu quarto e passagem para Los Angeles.

Chris voltou atordoado, sem ideia do que Luke estava pensando.

Definitivamente não era sobre Samantha. Por mais charmosa que fosse, ela tinha 38 anos.

No entanto…

Chris olhou para Ashley, que estava ao lado de Samantha. Esta parecia ser uma idade mais apropriada.

Porém, lembrando de tudo que Luke demonstrou noite passada, ele balançou a cabeça subconscientemente.

Ashley estava na idade correta, mas seu temperamento e estilo não combinavam.

Então, lembrou que Ashley tinha uma irmã mais velha que era colega de Luke.

Contudo, ainda não parecia certo, pois Luke já tinha uma detetive gostosa chamada Selina com ele.

Por um momento, Chris ficou ainda mais confuso enquanto pensava demais nas coisas.

Eventualmente, Luke e Selina foram embora no carro primeiro.

No entanto, Samantha e Chris prometeram que visitariam Los Angeles em um ou dois dias após resolverem as coisas na cidade.

Eles não estavam com pressa de voltar, e Selina tirou um cochilo no banco traseiro após conversar com Luke por um tempo.

Ele ligou o rádio, certificando de deixar o volume baixo.

— … Deus, alienígenas estão atacando a Terra. Eles têm oito grandes garras e saltam e matam seres humanos…

Luke ficou sem palavras. Ele reconheceu como a estação de rádio da Cidade de Prosperity. O radialista estava bem? A SHIELD não tinha feito nada sobre ele?

Porém, percebeu ser impossível fechar a boca de centenas de pessoas para sempre. Eles provavelmente só foram ditos para não exagerar a história.

Contudo, do que este cara estava falando? Alienígenas? Oito garras? Aqueles que não sabiam podem pensar que os monstros eram polvos.

Os alienígenas como estes apareciam todo tempo nas estações de rádio local por todo o país o dia inteiro. Ninguém acreditaria nisto.

Luke mudou o canal para música country. Ele assentiu satisfeito e então… mudou de canal de novo.

Algumas pessoas diziam que ouvir música country demais causaria depressão.

Embora não acreditasse nisto, queria ouvir algo mais relaxante. Um momento depois, o som prazeroso do violino soou. Com as mãos de volta no volante, Luke ouviu um tom enquanto dirigia.

Ele dirigiu do Arizona até Califórnia.

À tarde, após dar uma volta, Luke parou o carro.

Ele observou a terra plana que tinha mais grama que árvore. Estava brilhante sob o brilho do sol da tarde. As flores selvagens em forme de rosa e roxo entre a grama acrescentava cor a vista.

Luke se virou para Selina, que ainda estava dormindo. Com um sorriso girou e volante e dirigiu na grama. Um momento depois, acordou Selina: — Ei, hora de comer.

Selina abriu os olhos confusa: — Hã? Estamos em Los Angeles?

Ela sentou e se virou na direção do barulho.

Luke estava parado de fora. Atrás dele estava o sol brilhante, bem como um lençol e caixas de comida na grama. Selina sorriu. — Um piquenique?

Luke a tirou do carro e mostrou o que estava escondendo na mão esquerda.

Era um pequeno buquê de flores numa mistura de rosa, roxo e branco. Não era espetacular, mas era fofo.

— Meu anjo, você gostou? — perguntou Luke com um sorriso.

Ao aceitar as flores dele, Selina observou satisfeita e sorriu brilhantemente. — Sim, amei.

Eles então aproveitaram o almoço atrasado no prado sob o sol da tarde. A tensão da batalha da noite anterior e a exaustão da longa viagem sumiu gradualmente.

No carro, uma radialista estava falando apaixonadamente na rádio.

— … É a temporada de acampamento de novo! Vamos ver quais locais valem a pena visitar nas proximidades.

— … o Lago Salton é grande o bastante para a maioria das atividades aquáticas… Lago Maxwell está mais perto… Parque Huntington, que está a setenta e três quilômetros ao sudeste de Long Beach também não é ruim…

— … Para evitar os feriados escolares… No entanto, a água em Crestview é límpida e as crianças amam…

Enquanto Luke conversava com Selina, lembrou da fala de abertura famosa de um certo programa de sua vida anterior: — Primavera é a melhor estação para a comunicação física e mental entre criaturas vivas

Eles voltaram a jornada enquanto o sol estava se pondo, e a noite surgiu no momento que chegaram em Los Angeles. Eles foram direto para casa.

Selina foi ao seu quarto e colocou as flores num vaso que nunca usou.

Ela não saiu de novo até Luke preparar o jantar.

Assim que estava prestes a aproveitar a comida, houve uma batida na porta.

Selina abriu: — Ah, Elizabeth, você está aqui pela comida grátis?

Luke achou engraçado. Uma visita durante uma refeição definitivamente era uma das coisas menos favoritas de Selina.

Embora não estivesse feliz, ainda deixou Elizabeth entrar.

Luke olhou para ela e pergunto: — Quer um pouco?

Selina revirou os olhos e soube que diria isso. Ela voltou apressadamente para seu banco e fez o primeiro movimento quando pegou um enorme pedaço de bife e começou a mastigar.

Elizabeth assentiu sem hesitação. Ela aprendeu de Selina e Elsa.

As detetives da Divisão de Crimes Graves não podiam ser tão modestas quanto mulheres normais, ou nunca terminariam seus trabalhos apropriadamente.

Luke não falou sobre a Cidade de Prosperity durante o jantar.

A família de Elizabeth estava segura, então era desnecessário falar das coisas deprimentes na mesa de jantar.

Graças aos seus esforços coletivos, a comida acabou muito rápido.

Selina pegou os pratos para lavá-los na cozinha, deixando a sala de estar para Luke e Elizabeth.

Ela até o elogiou: — Ah, Selina, você fez um jantar maravilhoso. Você precisa me ensinar depois.

Luke riu e Selina não sabia o que dizer.

Vol. 2 Cap. 315 Gratidão

Após Selina sair, Elizabeth finalmente expressou sua gratidão a Luke solenemente.

Samantha já havia contado o que aconteceu, particularmente a parte onde Luke resgatou vários moradores, incluindo sua família.

Sem Luke, a cidade inteira poderia ter acabado como comida de aranha. Luke a interrompeu rapidamente: — Tudo bem, já é o bastante. Ajudei sua família, então é melhor trabalhar duro em troca. Sua mãe mencionou que ela está vindo com seus irmãos?

Elizabeth assentiu: — Ela disse. Vou cuidar deles.

Luke pensou por um momento antes de continuar: — Você lembra do Chris?

Elizabeth sorriu envergonhada: — Lembro. Ele é um… velho colega de classe da minha mãe.

Luke podia dizer pela expressão dela que sabia do relacionamento deles. Ele assentiu com um sorriso: — Bom saber.

Eles conversaram por mais dez minutos. Então, Elizabeth foi à cozinha e também agradeceu Selina.

Alguns minutos depois, Luke a viu sair.

Na porta, Luke perguntou de repente: — Elizabeth, se você se tornar rica um dia, tipo, super rica, vai continuar fazendo este trabalho perigoso?

Elizabeth considerou por um momento antes de responder com um sorriso: — Você já é muito rico. Por que ainda está neste trabalho? — Ela apontou para a casa atrás dele.

Luke deu de ombros: — É mais um hobby. Uma vida sem nada para trabalhar seria entediante demais.

Elizabeth assentiu: — Também acho. Quando ficar mais velho, posso considerar transferência para um posto diferente. Mas agora… amo meu emprego.

Luke deu um tapinha no ombro dela e falou: — Lembre-se disso e tenha um bom descanso. Vejo você amanhã no trabalho.

Elizabeth riu: — Okay, estarei esperando você voltar. Estou indo.

Observando-a entrar no carro, Luke fechou a porta e se virou só para ver Selina olhando divertidamente: — Você está cada vez mais proativo agora, não é?

Luke sentou no sofá: — Proativo no quê?

Selina respondeu: — Sobre garotas, é claro.

Luke revirou os olhos: — Se acha que isso é ser proativo, o Dustin não estaria assediando suas subordinadas todo dia?

Sem palavras, Selina perguntou um momento depois: — Você tem esperanças altas por ela?

Luke assentiu: — Muito. Considerando como ela é esperada e seu diploma e diligência, ela se tornará um sargento em alguns anos com sorte, e meu apoio não será tão valioso quanto é agora.

Selina não estava convencida: — Você está mentindo. Isso definitivamente não é motivo pelo qual perguntou o que ela faria se fosse rica.

Luke admitiu: — Só estou checando a situação antes, no caso de eu perder uma ajudante capaz. Se isso acontecer, haverá muitas coisas para você fazer.

Selina pensou por um momento: — Você está dizendo que ela vai ficar rica logo?

Luke respondeu: — Não tenho certeza. Ela pode não ser quem vai ficar rica, mas não perguntar não mata. Okay. Faça uma pausa. Vamos treinar mais tarde.

Selina ficou sem palavras: — Isto definitivamente é vingança, não é?

Na manhã seguinte, Selina foi acordada pelo alarme de Luke. Ela aproveitou o café da manhã e foi trabalhar de bom humor com a sobremesa feita por Luke.

Eles foram até Elsa, mas viram que Martin e Roger estavam no escritório dela.

Naturalmente, não invadiram. Luke rapidamente se virou e levou Selina de volta para suas mesas, onde ele observou a porta do escritório de Elsa de longe.

Roger envolveu Luke numa tarefa da última vez para dividir os riscos, mas então foram emboscados pelo Mercenário.

Luke decidiu que precisava manter distância daquele cara, ou pode ser pego em outro desastre.

A batalha contra o Mercenário não foi grande coisa, já que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Entretanto, Luke suspeitava que Roger era um precursor do azar. Por que mais seu parceiro, Martin, pareceria tão miserável?

Logo, Roger e Martin saíram do escritório. Eles não notaram as duas pessoas escondidas na distância.

Luke e Selina esgueiraram no escritório e fecharam a porta.

— Chefe, o que há com o Roger e o Martin? — perguntou Luke casualmente.

Elsa suspirou: — O Martin… não esteve de bom humor recentemente. Ele precisa de mais descanso. Então, vieram conversar comigo e transferiu seus casos para nós.

Luke franziu a testa: — O que aconteceu com o Martin?

Elsa balançou a cabeça: — Não pergunte, e não diga a mais ninguém, só que ele não pode pegar nenhum caso num futuro próximo.

Luke entendeu.

Se fosse apenas uma pequena pausa para reajustar, um detetive só transferiria os casos urgentes no máximo para que as investigações não fossem paradas.

Porém, Elsa implicou que aqueles dois transferiram a maioria dos casos, e que era possível que Martin possa parar de ser um policial.

Isso não era sem precedentes.

Problemas familiares, traumas, doenças sérias e vários outros motivos podiam impedir um policial de trabalhar. Eles só podiam fazer uma pausa e após um período, podem se demitir.

Elsa claramente também não estava feliz com isto.

Martin havia sido transferido para a Divisão de Crimes Graves alguns meses atrás, e Elsa não estava muito familiarizada com ele, mas Roger era um detetive experiente no departamento.

Era óbvio que o problema de Martin tinha algo a ver com Roger.

O parceiro de um oficial era como sua esposa. Se tivessem um terrível, trabalhar seria um pesadelo.

Elsa parou a conversa desagradável e falou: — Agora, você precisa pegar os casos importantes deles.

Luke assentiu e perguntou: — Onde estão os arquivos?

Elsa acariciou o queixo ao lado.

Luke e Selina olharam, só para ver uma pilha de arquivos que tinha mais de trinta centímetros de altura.

— Você tá brincando. — Luke se virou e olhou para Elsa com suspeita.

Elizabeth suspirou impotente: — Infelizmente, não estou. É a ordem do chefe. Os seus são os mais importantes. Na verdade, a maioria dos casos já foi entregue a Elizabeth e o Billy. Até trabalhei em alguns deles.

Luke riu: — Realmente aprecio seus esforços, chefe.

Não havia nada que ele pudesse dizer agora; ele não podia evitar porque até a própria Elsa foi designada a alguns casos. Luke pegou os arquivos e Selina colocou a sobremesa na mesa como de costume, antes de retornarem as suas mesas.

Elizabeth e Billy os cumprimentaram: — Bom ter vocês de volta.

Luke jogou os arquivos na mesa: — Ganhamos muito trabalho para fazer.

Elizabeth riu: — É por isso que falei que estamos esperando vocês.

Selina falou: — Muito obrigado Elizabeth. Você nos deixou ter uma boa noite de sono, pelo menos.

Elizabeth: — De nada, só fiz o que devia.

Naturalmente, Luke e Selina não culparam Elizabeth por não os informar mais cedo, já que já havia sido designado aos casos.

Havia ainda mais casos nas mesas de Elizabeth e Billy. Empilhados, a pilha teria mais de cinquenta centímetros.

Vol. 2 Cap. 316 Velhos Casos e Intrometer

Embora Elizabeth e Billy tinham mais casos, isso não significava que seu fardo era mais pesado que Luke e Selina.

Martin era novo na Divisão de Crimes Graves, mesmo que fosse um grande atirador que se aposentou da marinha. Roger, por outro lado, era um verdadeiro veterano.

Cinco anos atrás, o parceiro de Roger era Dustin Hammond, que agora era o chefe da Divisão de Crimes Graves.

Ele trabalhou com Dustin por três anos antes, antes de Elsa trabalhar com Dustin no outro ano.

Roger definitivamente era um dos detetives mais experientes da Divisão de Crimes Graves.

Entretanto, não tinha resistência mental para posições mais importantes, nem queria suportar ainda mais pressão. Assim, nunca perseguiu uma promoção e ficou na Divisão de Crimes Graves.

Ele era uma das pessoas que Dustin mais confiava.

Luke encontrou o mercenário no caso que Roger pediu ajuda de Luke da última vez, que mostrou quão perigoso os casos que trabalhava eram.

Luke e Selina parou de conversar com Elizabeth e Billy porque estavam ocupados.

Selina analisou rapidamente os arquivos e jogou três para Luke: — Cheque estes, especialmente o primeiro. — Ela então continuou lendo outros arquivos.

Após ler o primeiro arquivo por um momento, Luke franziu a testa: — Este caso… não foi fechado ainda?

Havia muitos casos não resolvidos na Divisão de Crimes Graves, mas este caso em particular tinha a ver com o tiroteio na loja de donut, o que estava relacionado ao Mercenário.

Luke não investigou mais o caso após expulsar o Mercenário.

Afinal, este caso pertencia a Roger e seu parceiro, e sua intervenção pode não ser apreciada, exceto se pedisse pela sua ajuda.

Agora, segundo o arquivo, Mercenário só vinha seguindo ordens, enquanto o mentor neste caso não foi encontrado.

Portanto, o caso não foi resolvido, mesmo que Mercenário tenha fugido para Nova York.

Palmer, a linda agente da DEA, que tinha algo rolando com Martin, esteve em outro tiroteio recentemente, mas felizmente, não foi ferida. Então, era fácil para Luke chegar numa conclusão: era Palmer, e não seu parceiro infeliz, que era o verdadeiro alvo no tiroteio da loja de donut. O Mercenário agiu devido ao Rei do Crime. Entretanto, Palmer não estava procurando pelo Rei do Crime, sim, pelo chefe de uma gangue de drogas locais que tinha negócios importantes com o Rei do Crime.

Luke não aprofundou nos detalhes, mas analisou os outros dois casos primeiro, somente para descobrir que eram tão complicados quanto. Um era o assassinato de um policial, e o outro era sobre uma garota de pijamas que foi atingida por um carro na estrada.

Estes dois casos não eram nenhum pouco mais fáceis que o caso de Palmer, mas não havia limite para eles por enquanto, então poderiam trabalhar em um por vez.

Luke ergueu a cabeça: — Há algo mais? Só estes três casos?

Selina assentiu: — Os outros casos não são tão importantes. Os três que está com você podem virar algo enorme se não forem resolvidos. Bem, tudo bem, eles já são bem grandes agora.

Luke agarrou o casaco e falou: — Vamos lá conversar com a quase namorada do Martin.

Selina não brincou sobre Palmer com Luke desta vez.

Qualquer um com um pingo de inteligência poderia ver as faíscas entre Martin e Palmer.

Além disso, Luke e Selina ainda estavam no departamento. Havia olhos e ouvidos por todo canto, então piadas assim eram inapropriadas.

Elizabeth ergueu a cabeça: — Precisa de ajuda?

Luke apontou para os arquivos na frente dela: — Somente venha ajudar após lidar com seus casos. Além disso, não esqueça da Samantha. Posso organizar a acomodação para eles.

Elizabeth: — Tudo bem.

Enquanto caminhavam até o estacionamento, Luke murmurou consigo: — Este é um caso com psicopatas como Mercenário. Se você se envolvesse, pode morrer como a equipe da SWAT.

Ele tinha altas expectativas em Elizabeth e Billy, e não queria que se envolvessem.

Embora cada caso pudesse ser perigoso por um detetive, os oponentes neste caso eram cruéis demais.

Los Angeles agora tinha uma taxa de crime ainda maior que Nova York, mas casos em que alguém dispararia num agente o DEA com uma arma automática ainda era raro.

Isso era loucura!

O FBI havia alvejado a Família Carlos antes quando o último matou vários policiais e agentes do FBI.

O DEA era tão poderoso quanto o FBI, e ainda mais resistente, já que era impossível lidar com traficantes sem ser feroz.

Muitas pessoas de lá eram veteranos aposentados das forças especiais.

Luke não estaria interessado em se envolver se Roger e Martin não tivessem entregado o caso. Era possível que o DEA estivesse prestes a eliminar alguma gangue; eles não precisavam de Luke indo lá para roubar o crédito.

Pelo bem da possível namorada de Martin, no entanto, Luke decidiu trabalhar neste caso primeiro.

Ele nunca se sentiu culpado em eliminar traficantes de drogas. Ele ligou para Palmer, só para descobrir que ela estava no departamento, e estava com Martin.

Selina piscou e perguntou: — Estamos realmente indo lá? Não estaríamos interrompendo-os?

Ponderando por um momento, Luke respondeu: — Vamos ver qual é a situação. Se tiverem terminado, vamos nos intrometer. Se ainda estiverem no carinho, bem… esperamos cinco minutos.

Enquanto sussurravam entre si sobre o romance de Martin e Palmer, chegaram no saguão. Eles encontraram Roger parado desesperadamente fora do saguão e viu que Martin e Palmer estavam conversando lá, que tinha parede de vidro temperado.

Luke não teve escolha além de respirar fundo e caminhar até Roger: — Como eles estão?

Roger sorriu amargamente: — Graças a Deus, a Palmer está aqui. Uma mulher é muito melhor em confortar alguém que eu.

Olhando para a expressão sombria e cabeça careca de Roger, Luke não podia concordar mais.

Um homem com uma expressão sombria e cabeça careca tendia a deixar a impressão de ser um vilão, mesmo que defendesse a paz no mundo.

Vol. 2 Cap. 317 Seguindo a Beldade

Luke só podia mudar de tópico: — Li o caso da Palmer. Você descobriu algo na investigação?

Roger respondeu: — Um pouco. É possível que a Palmer tenha descoberto uma ou duas coisas sobre um cara chamado “O Criador”, que é por isso que o cara está tentando matá-la.

Luke perguntou: — O que exatamente ela descobriu?

— Não sei — respondeu Roger decisivamente: — A Palmer esteve procurando por ele, mas não pode compartilhar todas as informações conosco. Sabe, ela está investigando muitos alvos. Se ela nos dá toda a informação, teríamos pelo menos trinta suspeitos.

Luke suspirou e não perguntou quem eram os suspeitos.

Os sujeitos que a DEA investigava eram vermes ardilosos que enganavam e corrompiam pessoas.

Não era incomum investigar um suspeito e então desenterrar um bando deles.

Luke olhou para dentro e perguntou num tom ainda mais baixo: — O que há com o Martin?

Roger falou amargamente: — Espero que ele possa se recuperar mais ou menos em um mês.

Luke hesitou: — E você?

Roger não precisava descansar quando Martin precisava.

Como um detetive experiente, poderia receber um detetive totalmente novo para ajudar com os casos.

Roger roçou a cabeça: — Sou velho. Com o problema do Martin e minha situação familiar…

Após um breve silêncio, Luke deu um tapinha no ombro dele: — Descanse bem, mas é melhor voltar logo, ou receio que o Dustin fique louco.

Roger simplesmente assentiu e não falou nada.

Após cerca de vinte minutos, Palmer e Martin finalmente terminaram a conversa e saíram do saguão.

Roger falou algumas coisas com eles e então levou Martin para casa.

Palmer conseguiu sorrir para Luke e Selina: — Luke, Selina, em que posso ajudar?

Luke apontou para o saguão: — Vamos conversar lá dentro.

Eles conversaram por meia hora no saguão, antes de saírem de novo. Palmer disse: — Luke, você não precisa prestar muita atenção neste caso. Nosso pessoal já está trabalhando nisto; oh, não quero dizer nada com isto.

Luke sabia que ela estava dizendo que não estava tentando tirá-los do caso.

Ele assentiu com um sorriso: — Palmer, entendo, mas temos que fazer o que podemos, pelo bem do Martin. Pelo menos, não podemos deixar aqueles caras vagarem por aí com armas automáticas e descobrir uma oportunidade para disparar em você, certo?

O que Palmer poderia dizer? Naturalmente, ela não queria viver com medo diariamente e com a suspeita que qualquer um a sua volta que não parecesse bem acabasse podendo ser um atirador.

Luke: — Seguiremos no caso por alguns dias e deixaremos você saber de qualquer atualização; não vamos nos intrometer em nenhum dos casos do seu lado.

Palmer assentiu: — Obrigado. Então, estou indo.

Ela sabia que Luke estava fazendo isto pelo bem de Martin.

Luke só ia trabalhar no caso do assalto e não roubaria os casos de drogas que a DEA estava trabalhando.

Vendo Palmer sair, Luke disse: — Vamos segui-la.

Selina ficou surpresa: — O quê?

Era uma violação grave seguir um agente do DEA sem notificação oficial.

Se a situação fosse invertida, a Divisão de Crimes Graves também ficaria infeliz se alguém do DEA estivesse seguindo um detetive de seu departamento.

As duas organizações estavam envolvidas em um trabalho perigoso e era bem sensível este tipo de coisas.

Luke: — Não precisamos segui-la de perto demais. Só quero ver se os atiradores ainda estão por perto dela.

Palmer era a isca perfeita. Ele não seria capaz de rastrear os atiradores sem ela.

Quando ele saiu com o carro, Selina ainda estava perdida: — Você realmente vai segui-la?

Luke riu: — Só você sabe que estamos seguindo ela. Para os outros, só estamos no caminho para investigar um caso.

Selina ficou perplexa.

Ela não conseguia mais ver o carro da Palmer. Como poderiam rastreá-la?

Luke sorriu enquanto dirigia numa velocidade tranquila. Ele captou o cheiro do perfume único que Palmer estava usando.

Era um Jardin d’Interdit Givenchy, que combinava perfeitamente com sua personalidade.

Qualquer mulher, até uma agente do DEA, amava ser linda!

Eles a seguiram o caminho todo até o prédio do DEA e nada aconteceu.

Luke não ficou decepcionado, já que era natural.

Quando os detetives seguiam ou monitoravam suspeitos, eles passavam a maioria do tempo em seus carros, ao invés de perseguindo criminosos. Eles muitas vezes ficavam entediados, mas tinham que permanecer focados.

Era mais fácil para Luke. Ele dirigiu em volta da área do prédio do DEA enquanto procurava por caras incomuns.

As outras pessoas só podiam observar com os olhos, mas Luke tinha Olfato Aguçado, que o deixava saber se alguém estava carregando uma arma.

Afinal, seria bastante suspeito alguém estar passando fora do prédio do DEA com uma arma.

Ele olhou em volta e detectou algumas pessoas armadas, que eram todos guardas do DEA.

Se um atirador estivesse aguardando seu alvo aparecer, eles exibiriam um comportamento mais incomum.

Por exemplo, ficariam ansiosos, ou manteriam as saídas à vista, ou prestariam atenção nas pessoas com características similares — como aquelas mulheres que eram lindas, com cabelos longos e se vestia profissionalmente.

Tudo isto descrevia a Agente Palmer da cabeça aos pés.

Após fazer uma ronda, Luke e Selina simplesmente foram para casa almoçar.

Palmer comprou o almoço de uma barraquinha de cachorro-quente na entrada do prédio e voltou para dentro. Claramente, não sairia tão cedo.

Luke e Selina não sabiam do cronograma dela, e os atiradores provavelmente também não.

Após o segundo ataque, os movimentos de Palmer foram mantidos estritamente confidenciais, e não seria fácil emboscá-la. Então, a única vez que os atiradores provavelmente poderiam atacar era quando estava indo e voltando do trabalho.

Qualquer um que tivesse um trabalho fixo normalmente tinha um cronograma fixo para quando iam ou saíam do trabalho.

Luke perguntou a Roger mais cedo sobre o horário de trabalho da Palmer.

Luke e Selina retornaram ao prédio da DEA antes de passar das quatro e fizeram outra ronda no quarteirão.

Logo, Luke riu e falou: — Selina, fique de olho no Toyota prata à direita com a placa 5AJ****.

Selina nem mesmo ergueu a cabeça. Simplesmente operou o tablet e ajustou os ângulos das câmeras no carro para focar num Toyota que estava meio exposto no canto da rua.

As janelas do carro foram pintadas de preto, mas estava claro que as pessoas dentro não sabiam sobre perseguir alguém, pois faziam turnos para fumar fora do carro.

Embora estivessem fumando atrás do carro e fora da vista da maioria das pessoas, Luke já tinha uma imagem clara deles devido as câmeras modificadas em seu carro.

Vol. 2 Cap. 318 Emboscada e Cantando com a Gata

As tatuagens nos pescoços e braços dos dois homens no Toyota sugeria que provavelmente não eram bons rapazes.

As tatuagens não eram raras. Pessoas de qualquer idade ou gênero podia fazer uma tatuagem se quisesse.

Havia muitas pessoas que tinham tatuagens nos braços e costas.

Mas as tatuagens destes dois eram diferentes.

Ninguém em Los Angeles ousaria fazer uma tatuagem destas, e mesmo que quisessem, os salões de tatuagem normais não fariam isto tão casualmente, já que o design tinha um significado especial.

Era uma tatuagem de um campanário de igreja; o número desenhado na cruz indicava senioridade, e as diferenças sutis na coroa na cruz representava o papel de cada indivíduo no grupo. As gotas de sangue preto que caía da coroa representavam o número de pessoas que mataram.

É claro, alguns jovens imprudentes realmente gostavam de tatuagens assim, mas estes idiotas normalmente não viviam para ver o fim de semana.

Se alguém com esta tatuagem percorresse um bloco em particular, um carro pode parar de repente ao lado e alguém perguntaria, “De onde você é?”

Parecia com uma pergunta normal, mas a pessoa questionada pode ser alvejada como louco.

Isso porque a tatuagem sugeria que a pessoa tinha uma alta posição e que matou várias pessoas, e como transgrediu acidentalmente no território inimigo, eles definitivamente o matariam da maneira mais cruel para defender seu território.

As duas pessoas à espreita aqui podiam ser consideradas bastante cautelosos.

Eles estavam usando camisa de manga longa e até abotoaram os punhos e colarinho. Somente as pontas de suas tatuagens poderiam ser vistos em seus pescoços e pulsos.

Infelizmente para eles, o miniprograma que Luke criou comparou rapidamente aquele pequeno pedaço da tatuagem com os dados criminais, e encontrou uma combinação de 80% com a tatuagem de uma certa gangue. Além disso, por que estavam a um quarteirão do prédio do DEA?

Este pode ser um país livre, mas a verdade era que as pessoas que não deviam aparecer numa determinada área mal apareceriam lá.

Mesmo que aparecessem, normalmente só estariam de passagem; se ficassem no lugar por muito tempo, algo estaria errado.

Numa área relativamente segura, qualquer um vagando vestido como um mendigo seria parado e questionado por um policial em patrulha, mesmo que não tivesse infringido nenhum tipo de lei.

Os contribuintes e os pobres eram espécies completamente diferentes.

A segurança dos contribuintes precisava ser garantida, e fatores incertos deviam ser removidos discretamente dos bons lugares, como retratado no filme Rambo: Programado para Matar.

É claro, Luke não ia de verdade lá questionar os dois gângsters. Ele simplesmente inclinou para olhar a imagem de segurança com Selina.

— Passe-os na base de dados. Comece com as gangues latinas — instruiu Luke.

Selina assentiu e começou a trabalhar.

Menos de cinco minutos depois, ela riu: — Realmente, estes dois não estão limpos.

Havia fotos dos dois sujeitos no Toyota.

Luke agora tinha o suporte dos dois chefes no departamento da polícia, e encontrou uma maneira de copiar certos arquivos no departamento.

É claro, definitivamente estava contra as regras, e realmente não recebeu permissão.

Ele montou uma mina base de dados no carro que continha principalmente informações de figuras locais suspeitas, a maioria destes eram membros de gangue.

No tablet, dois nomes foram exibidos: Domingo Torres e Paladia Mendoza.

Eles eram membros hardcore de uma gangue em particular, que estavam envolvidos em vários casos de lesões corporais graves. Atualmente estavam em liberdade condicional, mas não contataram seu oficial de liberdade condicional fazia meses.

Em outras palavras, não haveria problemas se Luke e Selina os prendesse imediatamente.

Mas é claro, Luke não desperdiçaria esta oportunidade; agora, só podiam ser presos com quebra da liberdade condicional, e só ficariam presos por alguns anos.

Ele os aguardaria agir e então os pegaria no ato, que seria um crime.

Mesmo que a tentativa deles não fosse um sucesso, a maioria dos advogados ficaria relutante em defendê-los porque não queriam acabar na lista negra da polícia.

Uma grande parte do poder do advogado dependia de quão próximo eram da polícia local e a corte. Além disso, o advogado distrital encarregado da acusação teria normalmente passado pelo sistema policial.

Ficar na lista negra da polícia significava ser desligado pela advocacia distrital, o que não era bom para os negócios de um advogado a longo prazo.

Luke falou algo para Selina, que discou o número da Palmer: — Palmer, sou eu, Selina. Você vai sair do trabalho logo? Queremos falar algo com você. Por que não jantamos juntos? Espero que não estejamos perturbando você! Okay. Estamos esperando na saída do estacionamento.

Após desligar, Selina fez um gesto de okay: — Feito. Ela sairá em vinte minutos.

Luke assentiu com um sorriso: — O carro é seu. Deixe-me saber se algo acontecer. — Quando falou, tirou os fones de ouvido sem fio e saiu.

Selina se moveu para o banco do motorista. Olhando para o sistema de segurança, dirigiu o carro até a saída do estacionamento do DEA.

Após sair, Luke caminhou tranquilamente na direção do prédio do DEA.

Ele observou as redondezas enquanto caminhava, parecendo com uma jovem ansiosa com muita energia e tempo.

Uma jovem com roupa esportiva apertada, uma toalha branca em volta do pescoço e um pedômetro no pulso, passou correndo por ele.

Luke assobiou quando olhou para ela.

Ela não ouviu porque estava com fones, e continuou a corrida. Luke riu e também correu atrás dela.

Ele ficou cinco metros de distância dela, seus olhos pousavam nas calças de exército da garota às vezes.

— Bem, definitivamente são nádegas apertadas —ele murmurou consigo.

Ele a seguiu pela rua, antes de finalmente parar num canto da rua.

Vendo aquela figura extraordinária sumindo aos poucos, ele tirou duas moedas com uma expressão arrependida, e comprou um Dr. Pepper de uma máquina de vendas. Sentando nos degraus, abriu a lata e beber.

Arrotando confortavelmente, começou a assobiar Baby Got Back: — I like big butts and i cannot lie,

— You other brothers can’t deny,

— That when a girl walks in with an itty bitty waist,

— And a round thing in your face…

Naquele momento, outra garota passou por ele.

Ela era uma latina curvilínea num top esportivo de decote no pescoço e shorts, e com uma personalidade ardente: — Que safado!

Luke não sabia o que dizer.

A garota até olhou para trás e riu.

Vol. 2 Cap. 319 Cuidado e Franco-atirador

Luke se perguntou se tinha acabado de levar uma cantada. No entanto, esta não era a melhor hora.

Tristemente, olhou para o Toyota no beco da rua pelo canto dos olhos. Selina falou: — Luke, você mudou! Você agora expressa seu interesse em músicas ao invés de manter para si!

Luke murmurou: — Atuação! É tudo atuação, tá?

O sarcasmo de Selina parou ali e não continuou a provocá-lo.

Eles iam pegar um grande e usar o comunicador para fofocar seria demais.

Alguns minutos depois, Selina alertou Luke: — O carro da Palmer saiu. Está na saída B2.

Luke se levantou e caminhou apressadamente até a saída do estacionamento.

Quase ao mesmo tempo, o Toyota também se moveu.

Luke estreitou os olhos.

A saída do estacionamento não podia ser vista daqui, então… alguém no DEA deixou estes dois gângsters saberem, ou era alguém observando de perto?

Um traidor no DEA seria problema do DEA; não era incomum ter infiltrados lá.

Mas se houvesse um olheiro, Luke tinha que ter cuidado extra.

Sem falar no Mercenário, um veterano ou alguém das forças especiais já seria muito perigoso.

— Selina, mova as câmeras do topo do carro e cheque os prédios circundantes por possíveis olheiros — falou Luke baixinho.

— Entendido. Já ajustei. Também estou monitorando as ruas com as câmeras de vigilância próximas — respondeu Selina.

Luke murmurou em resposta e pressionou.

Ele caminhou reto entre as árvores na beira de uma pequena praça.

O Toyota, por outro lado, virou uma esquina para chegar no estacionamento.

Luke estava caminhando ao longo da hipotenusa de um triangulo retângulo, enquanto os gângsters estavam pegando a rota em L; estavam estranhamente coordenados.

No momento que o Toyota chegou no B2, Luke já estava em posição.

— Ao nordeste, há uma atividade incomum na terceira janela do décimo andar daquele prédio de apartamentos cinza — falou Selina. Luke balançou a cabeça para limpar a mente e enquanto percorria o caminho, olhou para a janela.

Com sua visão afiada, viu a algo brilhar fracamente.

Lentes? Era binóculos ou uma mira?

— Selina, chame a Palmer e diga para esperar cinco minutos antes de sair. Checarei o cara no décimo andar — pediu Luke.

O prédio de apartamento ao nordeste não estava longe do B2, mas uma fileira de árvores bloqueava a linha de visão.

Somente quando Palmer saísse da saída que aqueles plantando a emboscada teriam chance de disparar nela.

Ninguém sabia quanto tempo levava para uma mulher sair do trabalho e não seria incomum Palmer retocar a maquiagem no estacionamento. Um atraso de cinco minutos não deveria alarmar os atacantes.

É claro, Palmer teria que ter permissão para ser parte do interrogatório.

Ela foi usada de isca, então tinha o direito de ganhar algum crédito.

Luke passou pelo 2B e se moveu ao nordeste.

Seus movimentos foram ocultos pelas árvores e colocou o colete à prova de balas justo de liga antes de sair ao dever.

Em dois minutos, correu até o prédio de apartamento a duzentos metros de distância. Ao invés de esperar pelo elevador, simplesmente correu para as escadas e ativou a função de vigilância em seu celular falso.

Se o inimigo fosse um bom franco-atirador, era possível que tivesse um equipamento de alta tecnologia também. Luke tinha que ter cuidado.

Este era um prédio de apartamento antigo. Naturalmente, não havia câmeras de segurança no corredor. Graças a sua Força e Destreza extraordinária, chegou no décimo andar em apenas trinta segundos.

Levaria apenas dez segundos se não tivesse preocupado sobre os pisos deste prédio velho fazerem barulho demais. No décimo andar, respirou fundo e captou um cheiro misturado de pólvora e óleo de arma.

Mesmo que o homem tivesse tomado banho, não conseguiu se livrar completamente do cheiro.

Luke se aproximou silenciosamente da unidade e parou por alguns segundos para garantir que não havia armadilhas na porta e para encontrar a localização do homem dentro.

Com uma mão, bateu na fechadura.

A fechadura foi enviada voando no apartamento com uma explosão, como se tivesse sido atingido por um aríete, e a porta foi aberta abruptamente.

Uma bola de beisebol apareceu de repente na mão de Luke e ele a arremessou na cabeça do homem a três metros de distância que estava se virando.

Bang!

O homem estava na metade do movimento quando foi atingido e caiu na mesa.

Luke o algemou rapidamente e encontrou um walkie-talkie quando fez uma busca corporal.

Ele tirou uma foto do rosto do homem e enviou a Selina: — Apaguei o cara no décimo andar. Procure por ele. Pode ser do exército.

Era fácil Luke adivinhar a origem do homem.

Seu aparelho era todo de padrão militar. Ele parecia exatamente com um soldado das forças especiais sem distintivo.

Olhando para o layout no apartamento, Luke podia dizer que o homem era bem-treinado.

A longa mesa de jantar foi empurrada para a janela e foi elevada para criar uma inclinação natural.

A cortina foi aberta só um pouco e foi presa para que não se movesse com o vento e afetasse o disparo.

Este homem era nitidamente mais profissional que os atiradores que colocavam as armas casualmente no peitoril.

Naturalmente, um franco-atirador nem sempre tem o ambiente mais confortável para disparar, mas a melhor situação que poderiam criar aumentaria significativamente a precisão do disparo. Luke examinou o rifle de precisão.

Era um M24. Este obviamente fora modificado e definitivamente não era uma arma nova.

Mas para sua surpresa, o brilho de momentos atrás não era da luz refletindo a mira da arma; este profissional havia coberto bem com uma capa.

O que refletiu foi um objeto de vidro no topo de um armário.

Este franco-atirador indesejado obviamente não esperava que o dono usasse o topo do armário como depósito.

Luke arrastou o homem para o quarto e o amarrou com a corda do inventário. O Trabalho de Corda Básico o tornou hábil com uso da corda.

Finalmente, tapou a boca do homem.

Fechando a porta do apartamento, Luke desceu as escadas rapidamente e fez uma ligação: — Elsa, peguei um franco-atirador que estava prestes a alvejar a Palmer. Enviarei o endereço. Envie alguém para pegá-lo, rápido. Há outros dois atiradores que preciso pegar, não tenho tempo para este cara.

Vol. 2 Cap. 320 Cativos, Médico e Texanos

Elsa respondeu sem hesitação: — Entendido. Tenha cuidado.

Luke acrescentou rapidamente: — O franco-atirador provavelmente é do exército. Diga aos reforços para serem cautelosos.

Elsa murmurou uma resposta e encerrou a conversa.

Após terminar a ligação, Luke saiu do prédio e percorreu a rua na frente do estacionamento num ritmo rápido, mas não urgente.

O Toyota já estava estacionado em um lado da rua.

Luke falou: — Selina, pode pedir a Palmer para sair agora. Diga para prestar atenção no Toyota.

— Entendido — respondeu Selina. Ela então contatou Palmer. Um momento depois, avisou: — Palmer está a caminho. Ela acabou de me falar que seu carro é modificado, e as portas e janelas são à prova de balas contra rifles comuns.

— Isso é um alívio. — Luke se aproximou do Toyota de um lado.

— Ela está na saída. Acabei de vê-la — falou Selina.

Luke também viu o Chevrolet SUV preto na saída B2. Era a cor e modelo favorito dos agentes.

O SUB saiu do estacionamento numa velocidade normal e virou à direita na rua.

No entanto, não houve resposta do Toyota.

— O que está acontecendo? — perguntou Selina.

Luke respondeu: — Não tenha pressa. Mesmo que não façam nada, podemos prendê-los mais tarde. — Em todo caso, ele pegou o franco-atirador no prédio, que pode saber mais que estes dois.

Não havia nada de incomum sobre o carro da Palmer. Como a maioria das pessoas, acelerou lentamente após entrar na rua e trocou para a pista do meio.

Naquele momento, o Toyota se moveu. Dirigindo diretamente contra o tráfego, colidiu com o lado esquerdo da SUV.

Pego desprevenido, a SUV sambou e parou num lado da estrada.

O Toyota também acelerou.

Antes mesmo do carro parar, o atirador no assento do passageiro já tinha saído e começado a disparar a Uzi no banco do motorista da SUV.

O motorista do Toyota também saiu e estava prestes a abrir fogo com a própria Uzi.

Luke não se preocupou no momento que viu as Uzis. Ele sabia que esta arma não conseguiria penetrar nas portas à prova de balas tão rápido.

Ele começou a correr no momento que o Toyota virou. Quando o primeiro abriu fogo, Luke estava a vinte metros de distância.

Ele abriu foco com a Glock em sua mão quase ao mesmo tempo que o gângster.

Bang! Bang! Bang! Bang!

Os dois atiradores gritaram e desabaram.

Luke não gritou um aviso porque o devido procedimento não importava neste ponto. Ele poderia matar diretamente os dois gângsters por tentativa de assassinato a um agente governamental.

Buracos sangrentos de balas apareceram nas pernas dos dois atiradores, e Luke colocou a arma de volta no coldre. Ele correu e pisou na mão direita do motorista, que ainda segurava a Uzi.

Crack!

O motorista gritou loucamente.

Luke chutou a Uzi da mão do motorista com um movimento do pé. Os dedos do motorista foram esmagados pela força do golpe.

Empurrando o chão com o outro pé, saltou e deslizou sobre o Toyota. Pousando do outro lado, chutou a pessoa do assento do passageiro e também afastou a Uzi.

Selina dirigiu o carro naquele momento e empurrou o Toyota para cobrir Luke.

Luke pegou as algemas que Selina jogou e algemou os dois atiradores.

Os homens estavam gritando que suas mãos foram quebradas porque foram algemados, mas Luke e Selina simplesmente fingiram não ouvir.

Por outro lado, Palmer endireitou no banco do motorista na SUV e estava prestes a sair.

Luke levantou a mão para impedi-la: — Não saia. Vamos levá-los de volta à sua agência agora e interrogá-los lá. Alguém deve saber primeiros socorros, certo?

Palmer zombou: — É claro, temos médicos lá.

Ela acenou para Luke, então a SUV virou. Após Luke enfiar os dois homens no carro, levou Luke e Selina de volta ao prédio do DEA.

Os dois atiradores infelizes estavam pálidos, não só porque estavam sangrando pelos buracos nas pernas, mas também porque foram pegos tentando matar um agente da DEA.

Os agentes do DEA não eram policiais comuns; seus métodos de interrogatório eram muito cruéis.

Naturalmente, os atiradores que aceitaram esta missão não eram covardes, mas havia um limite para resistência humana, enquanto não havia fim para truques para extorquir uma confissão.

Além disso, em vários casos, o DEA não condenaria os gângsters que os irritavam, só os liberariam após o interrogatório.

Da próxima vez que fossem pegos, aqueles gângsters que não cooperaram, junto dos outros em seu ninho, seriam mortos como traficantes de drogas.

A reputação dura do DEA não era apenas balela.

Quando Luke e Selina entraram, cinco pessoas chegaram no estacionamento.

Quatro eram agentes, mas o último usava um jaleco branco e reclamou: — Ei, sou um doutor em farmacologia e biologia, não um médico, okay?

Palmer permaneceu calma na frente dele: — Morris, quero estes dois vivos pelas próximas duas horas. Tenho certeza de que consegue isso, certo?

O doutor chamado Morris ficou desconfortável instantaneamente sob o olhar de Palmer: — Mas… não sou um profissional em salvar vidas.

Palmer exibiu um sorriso charmoso de repente e deu um tapinha no ombro do homem: — Estes dois dispararam em mim mais cedo. Tenho certeza de que entende como me sinto, certo, Morris?

Morris estremeceu e recuou um passo abruptamente: — Okay! Okay! Entendi. Carregue-os até meu laboratório. Não consigo fazer cirurgias aqui.

Luke e Selina observaram quando os dois atiradores foram levados calmamente, como se nada tivesse acontecido.

Após os cinco levarem os atiradores até o elevador, Palmer se virou para os dois e agradeceu: — Obrigada.

Luke deu de ombros: — Está tudo bem, contanto que não nos culpe por te usar de isca.

Palmer riu e passou a mão no cabelo: — Eu concordei, não?

Luke falou: — Precisamos estar lá durante o interrogatório. Não nos importamos com mais nada, mas queremos saber quem está atrás de você.

Após um longo momento, Palmer finalmente suspirou: — Vocês do Texas são tão persistentes.

Luke abriu os braços para indicar que não havia nada que podia fazer para mudar isso. Ele e Selina nasceram e cresceram no Texas.

Martin também era do Texas. Ele foi um soldado em sua juventude e se juntou a polícia após se aposentar.

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