Vol. 2 Cap. 431 20 de Força Mental
Isto também provava que não era como se monstros problemáticos como Bruce não podiam ser mantidos sob controle; pelo contrário, havia vários departamentos que estavam interessados neles.
As duas equipes do FBI e aquela dupla fizeram ser três grupos esta noite.
Era só que a dupla queria descartar Bruce, enquanto as duas equipes do FBI queriam pegá-lo vivo.
Considerando a situação atual, sua aparência não fazia diferença para Luke; pelo menos, as duas equipes do FBI precisavam limpar a bagunça
Luke checou as notificações do sistema.
Impeça Bruce o tiranossauro de roubar informação importante. Concluído
Experiência Total: 1.000
Crédito Total: 1.000
Taxa de Contribuição: 50%
EXP +500
Crédito +500
Resgate Jeff, Karen, Tim e Natalie. Completo
Experiência Total: 200
Crédito Total: 200
Taxa de Contribuição: 100%
EXP +200
Crédito +200
Após toda a bagunça, Luke ganhou 700 pontos de experiência e crédito. Ele ficou muito satisfeito.
Porém, Bruce era bastante curioso.
Luke visivelmente o espancou, mas o sistema não reconheceu esta vitória.
O mesmo ocorreu com a loira baleada nas pernas e traseiro por Luke.
A loira não mentiu. Ataques físicos não funcionavam na sua espécie; balas não podiam causar ferimentos fatais.
Algo também claramente não estava certo com a banana de brinquedo da loira, mas infelizmente, Luke não sabia o que era, nem podia usar.
Caso contrário, poderia ter atacado Bruce com a banana de brinquedo, e após matá-lo, ele saberia definitivamente o que estes sujeitos eram e quais habilidades tinham.
Ele também deveria aprender as habilidades de Bruce? Lembrando deste Sr. Tiranossauro em toda sua glória, Luke sentiu que ele absolutamente não aprenderia.
Porque o sistema nunca o deixaria aprender este tipo de habilidade desfigurante!
Não havia motivo em pensar sobre isto. Luke decidiu apenas esperar pela atualização de Wales.
Neste assunto, ele, como um lobo solitário, não estava tão bem-informado quanto a 17ª Divisão do FBI.
Nos próximos dois dias, a vida de Luke se tornou pacífica mais uma vez.
Foi só que o Agente Flegg veio ver Luke no segundo dia.
Flegg nem mesmo entrou na casa. Simplesmente olhou para Luke na porta por um momento antes de falar: — Detetive Luke, pode me chamar se algo assim acontecer de novo.
Luke balançou a cabeça com um sorriso: — Isto não acontece comigo com frequência.
Ignorando a tentativa de Luke na divisão, Flegg expressou de novo: — Acredito que seja um homem de convicção, e que protegerá este país numa crise.
Luke franziu a testa, mas não falou nada.
Flegg disse num tom baixo: — Acredito nos Estados Unidos da Amárica; te darei um sinal para provar isto. Porém, quanto ao Wales e seus homens… Hehe.
Luke percebeu o desdém em seu rosto.
Flegg saiu após deixar aquelas palavras enigmáticas. Contudo, quando Luke foi trabalhar no dia seguinte, recebeu uma ordem de louvor do Departamento de Defesa.
É claro, foi puramente um louvor verbal, e não havia uma medalha.
Luke sabia que isto era provavelmente o sinal que Flegg mencionou.
Flegg estava claramente demonstrando que tinha ligações com o DOD, enquanto indicava ao mesmo tempo que Wales e os outros… não pertenciam à América. Luke ficou sem palavras. É claro que sabia que a SHIELD, não pertencia à América!
A agência de Flegg, por outro lado, provavelmente era um produto americano puro.
Não era à toa que os dois lados se movessem para pegar a criatura sobrenatural; sem falar que Flegg e Wales não se viram cara a cara!
Luke ponderou por um momento e sentiu que realmente poderia inclinar mais ao Flegg a partir de agora.
Não era nada pessoal, só acontecia que os problemas internos da SHIELD eram sérios demais — a “Hidra” SHIELD em seu último mundo não era brincadeira.
Mas isso era apenas se encontrasse novamente criaturas sobrenaturais que não podia lidar sozinho.
Neste caso, Luke sentiu… que era inevitável.
Por outro lado, Tim e Natalie se despediram e saíram na noite do incidente.
Eles concluíram a missão e seu chefe não tinha que lidar com o que vinha depois, então ainda precisavam trabalhar duro para o plano de aposentadoria.
Por causa do choque extremo que Jeff e Karen sofreram, Tim os ajudou a solicitar licença do MBI.
As filhas de Jeff estavam fora num acampamento de primavera e só voltariam após dez dias.
O casal assim decidiu passar umas férias em Marraquexe, um lugar que Tim mencionou antes, parcialmente para evitar uma possível retaliação por parte do que restou dos subordinados de Bruce, e também para relaxar.
Selina sentiu inveja: — Eles podem sair de férias quando quiserem. Isso que é vida boa.
Luke tossiu: — Não esqueça que Jeff esteve estacionando na Seção D há doze anos.
Selina fez um barulho e assentiu impotente: — Isso é verdade. Como Bruce falou, ele é um daqueles funcionários de nível médio não essencial. Não faz diferença para a empresa se ele sai de férias ou não, certo?
Luke concordou: — Nós, por outro lado, definitivamente não somos substituíveis.
Selina só podia reconhecer este fato. Ela e Luke eram o esquadrão mais capaz na Divisão de Crimes Graves de Westside, e era tão eficiente quanto os dois esquadrões juntos.
Eles foram promovidos a detetives de nível três recentemente.
Levou mais de oito anos para Elsa subir de uma oficial novata ao nível três antes de ser finalmente promovida a sargento.
Como oficiais de uma cidade pequena, Luke e Selina realizaram a mesma coisa em apenas dez meses.
Como estudantes de meio período, só conseguiriam seus diplomas em dois anos, e detetives de nível três também precisavam servir por pelo menos dois anos antes de poderem solicitar uma promoção.
Assim, era impossível serem promovidos agora.
A maioria das pessoas tinha experiência o bastante, mas não contribuições — foi só estes dois que tinham contribuições excessivas, mas não experiência de trabalho o bastante.
Dustin sentiu que as coisas eram muito mais fáceis com subordinados como estes.
Houve apenas uma grande coisa que aconteceu nestes dois dias, Luke finalmente usou o último ponto de atributo restante.
Força Mental: 20
Ele fez as preparações antecipadas. Ao pular o trabalho da tarde, disse a Selina que tinha algo que precisava resolver, antes de descer ao porão sozinho.
Comparado a primeira vez que subiu de nível numa grande escala, agora havia montado um conjunto completo de equipamento médico e de monitoramento.
Eles registrariam as mudanças em seu corpo enquanto estava subindo de nível, e convenientemente invejariam nutrição para que ele não precisasse se empanturrar de comida.
O processo de aumento de nível ocorreu praticamente da maneira que Luke antecipava. Embora a dor estivesse além da sua imaginação, o resto estava num alcance tolerável. Com um sorriso amargo, Luke se levantou da cama especial e tirou os remendos e agulhas. Depois, soltou um longo suspiro: — Droga, você realmente não pode melhorar tão fácil o cérebro.
Da experiência pessoal, a dor de nivelar a Força Mental para 20 era pior que quando alcançou 20 em Destreza, que em troca era pior que quando alcançou 20 em Força.
Felizmente, a Autocura Elementar lhe deu muita confiança e não se desesperou independente de quão doloroso fosse.
Caso contrário, ficou com medo genuíno de que sua cabeça explodisse durante o aumento de nível.
Várias horas passaram, e o estágio inicial e mais severo da transformação terminou. Entretanto, sua cabeça ainda estava inchada de dor e coceira.
Vol. 2 Cap. 432 Olhos Cintilantes
Isso porque a transformação ainda estava acontecendo, e a Autocura Elementar estava reparando diligentemente qualquer dano em seu cérebro.
Luke limpou o porão e destruiu as coisas que usou num incinerador que havia preparado.
Não queria que ninguém conseguissem aquelas coisas para estudá-las.
Após sair, Luke cumprimentou Selina, que estava na sala de estar, então foi tomar banho.
Após o banho, sentou no sofá. Vendo Selina olhar de cima a baixo, ele perguntou: — O que é?
Franzindo a testa, Selina se levantou de repente e caminhou para agarrar sua cabeça: — Fique parado, especialmente seus olhos. Desse jeito.
Ela segurou a cabeça dele entre suas mãos e o encarou.
Um momento depois, Selina corou e soltou sua cabeça de repente. Ela virou o rosto para o lado e gritou: — Porra, o que você fez? Por que seus olhos parecem estarem cintilando de repente?
Luke franziu a testa e pegou um espelho da mesa para examinar bem seus olhos.
Selina abriu a boca, mas não falou nada e apenas assentiu no final: — Okay. Estou cansada, estou indo dormir.
Ela então se levantou e fugiu rapidamente para o quarto, e bateu a porta com força.
Luke sorriu amargamente e pegou o espelho mais uma vez para olhar seus olhos.
A cor não mudou e não ficou maior, mas qualquer um sentiria algo estranho após encará-los um tempo.
Selina falou que estavam cintilando, mas Luke sentiu que era como a chamada luz divina.
O oposto disto provavelmente era algo como um olhar sem vida ou olhos de peixe morto. Luke sabia que era o resultado de sua mente passando pela primeira mudança qualitativa.
A diferença entre a Força Mental anterior, era duas vezes, e quatro vezes ao de uma pessoa normal, que era uma diferença gigantesca.
Não deveria haver nada de incomum em seus olhos, mas até Selina notou.
Na verdade, Selina estava muito familiarizada com ele, que era motivo de ser tão sensitiva.
Porém, também conhecia muitas pessoas no departamento e todos eram profissionais. Assim, ia faltar o trabalho sob o pretexto de investigação de campo para evitar ir ao departamento pelos próximos dois dias.
Se algo realmente surgisse, poderia fazer Selina lidar, e se ele realmente tivesse que ir, poderia usar óculos de sol.
Após pensar em vários detalhes, respirou fundo e convocou o Sistema Daddy.
No momento seguinte, instantaneamente gastou 12.000 pontos de crédito.
Ao mesmo tempo, Penetração Elementar, Explosão Física Básica e Curvar Balas foram adicionados a sua lista de habilidades.
Perfeito!
Animado, Luke se levantou e foi ao porão para se vestir antes de sair de casa silenciosamente.
Na manhã seguinte, Selina abriu os olhos preguiçosamente, bocejou e espreguiçou.
Olhando para a luz brilhante que reluzia pela lacuna da cortina, ficou atordoada. Ela se virou para o relógio na cabeceira: 10:37
Ela sentou abruptamente e saiu da cama. Quando abriu a porta, ouviu barulhos vagos da cozinha.
Aliviada, colocou os chinelos preguiçosamente e foi até a cozinha: — Por que não me acordou cedo? — Houve vezes que não precisavam bater cartão para trabalhar antes, mas Luke sempre a acordava antes das nove para treinar.
Fazia bastante tempo desde que aproveitava o luxo de dormir até as dez e meia.
Luke falou sem se virar: — Não há nada de importante hoje. Você pode fazer uma pausa de vez em quando.
A verdade era que, quando retornou perto das quatro da manhã, ouviu Selina se revirando na cama.
Selina, todavia, o encarou suspeitosamente: — Vire-se, deixe-me dar uma olhada.
Luke se virou.
Selina franziu a testa: — Por que está usando óculos? Eles são horríveis.
Luke achou engraçado: — Não viu meus olhos noite passada? Posso cobri-los com estes óculos.
Selina não ficou feliz e arrancou os óculos de aro preto do rosto dele: — Eles são feios demais, você não tem permissão para usá-los.
Luke ficou sem palavras: — Ei! Se encontrarmos alguém que conhecemos quando sairmos, será muito fácil para eles notarem que tem algo errado, OK?
Selina revirou os olhos e retrucou rapidamente: — Então você pode usá-los só quando sairmos. Não, espera, lembrei que comprei um par de óculos de sol.
Dizendo isso, ela voltou ao quarto e procurou por um tempo, antes de retornar à cozinha e colocar os óculos de sol em Luke. Ela então segurou um espelho e perguntou: — Que tal?
Luke olhou para o espelho e assentiu: — Nada mal.
As lentes cinza-claro tinham um ar refinado e elegante.
Selina assentiu satisfeita: — Use isto quando sair; não tire.
Ela comprou estes óculos de sol da Gucci quando foi as compras com Natalie e Karen alguns dias atrás. Eles valiam quase mil pratas.
Porém, ela conseguiu um aumento e mal gastava, então não hesitou em cobrar os óculos de sol após pegá-los.
A coisa com os dois casais havia acabado de terminar e esqueceu sobre os óculos de sol até agora.
Luke assentiu com um sorriso: — Okay, mas você não pode tirá-los agora?
Selina ajudou apressadamente a tirar porque ele estava ocupado preparando o café da manhã e suas mãos estavam ocupadas.
Luke então a lembrou: — Você não vai se lavar antes do café? E não esqueça de colocar calças.
Selina emitiu um “Oh” e saiu obedientemente.
Luke ficou atordoado por um momento antes de sorrir ironicamente para ela. Os efeitos do aprimoramento mental não eram exagerados demais? Selina sempre brincaria com ele antes, mas ela saiu sem dizer nada hoje.
Parecia que ele precisava manter os óculos em casa; Selina não era divertida quando não estava brincando com ele. Após o café, saíram de casa em roupas casuais.
Eles não iam ao departamento hoje, e Luke não planejava trabalhar em nenhum caso, então Selina poderia usar o que quisesse.
Assim, ela colocou uma saia até o joelho azul-claro.
Quando foi combinado com uma blusa branca transparente, Selina parecia completamente diferente do ar normal e experiente.
Eles foram ver vitrines ao meio-dia, e Luke comprou um par de óculos de sol da Gucci da moda e lindos para Selina.
Estes óculos de sol laranja-escuro eram muito adequados para a ousada e apaixonada Selina. Ela experimentou feliz na frente do espelho.
À tarde, foram a Praia de Santa Monica para nadar e tomar banho de sol.
À noite, foram ao Restaurante Hungry Cat, e Luke provou pessoalmente os rolinhos de lagosta Maine, recomendado fortemente por Selina e o peixe amarelo frito com casca de limão e gengibre.
Vol. 2 Cap. 433 Assassino Profissional e Pedido de Ajuda de Jeff
Na festa da vizinhança anterior, o prato distinto de Natalie foi a joia da mesa, então Luke não tocou.
Agora que teve chance de finalmente provar, balançou a cabeça arrependido e falou: — Prefiro peixe poché picante.
Ouvindo o nome do prato, Selina cobriu a barriga subconscientemente: — É muito picante?
Luke achou engraçado: — Relaxa, não farei isso para você.
Ele havia feito uma bandeja enorme de carne fatiada poché da última vez, e Selina aproveitou muito, até lutando com ele pela carne. Entretanto, ela passou o dia seguinte agarrando a barriga com desconforto.
Desde então, ela se lembrava que “poché” na culinária chinesa não significava necessariamente poché propriamente dito.
No dia seguinte, Luke e Selina bateram ponto no departamento antes de sair.
Porém, Elsa ainda notou os óculos de sol de Luke, e perguntou casualmente: — Óculos legal. Por que não usou antes?
Luke respondeu com um sorriso: — Presente da Selina.
Elsa olhou para Selina duvidosamente, só para ver um par de óculos de sol amarelo brilhante no nariz dela: — Você deu isso para ela?
Luke assentiu com um sorriso.
O canto dos olhos de Elsa tremeu.
Ela não se importava com o que Luke usava, mas realmente gostou do estilo retro que Selina estava usando.
No entanto, o preço de 1.200 dólares complicava, então Elsa estava relutante em comprar.
E agora, aqueles óculos estavam no nariz de Selina.
Para policiais, gastar algumas centenas de pratas em óculos de sol já era muito, e a maioria não estaria disposto a gastar mais de 1000 dólares num item de luxo.
Porém, lembrando da riqueza de Luke, Elsa não se incomodou em falar algo.
Se tem dinheiro, gaste — isso era o que a maioria das pessoas pensava.
Luke era jovem — não havia como simplesmente poupar para sua aposentadoria, certo? Chateada, Elsa os expulsou apressadamente, embora ainda se sentisse em conflito. Estes dois não poderiam exercer um pouco mais de restrição? Mesmo que ninguém estivesse fazendo grande caso agora, muitas pessoas ficariam definitivamente com inveja se continuassem assim.
Entretanto, quando Elsa lembrou dos outros detetives capazes, como aquele que era especialmente azarado e o soldado aposentado que era um grande encrenqueiro, sentiu que o assunto de Luke e Selina era apenas algo minúsculo.
Após saírem, os dois foram investigar um homicídio.
Olhando para os corpos de um bando de homens de aparência feroz num prédio precário, Luke se perguntou se Damon e sua filha estavam na cidade.
Contudo, após examinar a cena, soube que estava errado.
Alguém realmente usou uma arma branca aqui e foi até algum tipo de lâmina, mas esta pessoa não era tão pequena quanto Mindy.
Pelo contrário, esta pessoa devia ter quase a mesma altura de Luke.
Ele até conseguiu adivinhar o comprimento do braço e velocidade que empunhava a arma, pelos respingos de sangue nas paredes e chão.
Em suma, o homem era muito mais aterrorizante que Mindy.
Por causa de sua altura e força, Mindy só podia usar uma katana e mais truques em vez da força.
Quem matou os membros da gangue neste cômodo, por outro lado, tinha força física extraordinária.
Talvez o assassino não entendesse de ciência forense, ou talvez só fosse preguiçoso demais para ocultar os detalhes. Luke, assim, conseguiu chegar a muitas conclusões pelos sangues respingados em todo canto.
Este também foi o motivo pelo qual Luke dificilmente matava alguém com uma arma branca; no máximo, era apenas o Dardo de Corda ou as bolas de metal, que não derramariam sangue ou deixariam manchas de sangue para trás.
Quando ele precisava matar alguém com as mãos nuas, usaria a quantidade certa de força para que ninguém pudesse estimar sua estrutura corporal ou quanta força poderia ter.
Saindo pela porta, Luke disse algumas palavras aos caras do departamento forense e foi embora.
Selina já tinha verificado os corpos e descoberto que todos pertenciam a mesma gangue de droga.
Vendo que não havia muito dinheiro ou produtos no apartamento, Luke já tinha tratado isto como uma luta de gangue; só que a pessoa que fez o trabalho era um mercenário contratado ou um assassino profissional.
No máximo, deixaria o caso de lado e voltaria se houvesse mais pistas.
Se não houvesse mais pistas? Então, esqueça.
Ele não podia se importar menos com quando ou como vários gângsters morreram.
No carro, falou sua análise a Selina: — Será muito perigoso para você se encontrar esta pessoa; ele pode ser igual o Mercenário.
Selina ficou surpresa: — Tão bom assim? — Ela lembrava das habilidades de disparo e arremesso de faca inacreditáveis do Mercenário.
Luke assentiu: — Mesmo que só tenha lidado com um bando de ninguém, ainda os emboscou e explodiu as cabeças de dois com uma arma num curto alcance. Isso significa que não é obcecado em usar apenas armas brancas em batalha, mas que é um profissional que usará cada vantagem possível. Ele não tem limite, e muito menos misericórdia. Se eu pudesse escolher, mataria ele de longe com uma metralhadora pesada.
Selina achou isso estranho: — Uma metralhadora pesada? Um rifle sniper não funcionaria melhor?
Luke balançou a cabeça: — Ele pode ser rápido o bastante para evitar disparos de um rifle sniper. Por outro lado, tem a chance dele ser baleado e morto por acidente em tiros densos de uma metralhadora pesada.
Selina ficou sem palavras. Após tudo isso, o rifle sniper não era confiável, mas nem a metralhadora pesada era? Enquanto conversavam, o celular de Luke tocou. Ele ficou surpreso ao ver o número. Colocando no viva-voz, falou: — Ei, Jeff, está se divertindo no Marraquexe?
Jeff respondeu: —Ah, é que… Ei, Karen, se acalme…
— Pare de falar besteira! Susinna e Susanna estão em perigo! Luke, você tem que nos ajudar! — implorou Karen no celular.
Luke virou o volante e gesticulou para Selina.
Ele estava no meio da rua, e seria melhor parar o carro primeiro. Além disso, Selina e Karen ficaram mais próximas após o incidente do Tiranossauro.
Considerando como Karen estava nervosa, Selina seria melhor que Luke para acalmá-la.
Susinna e Susanna eram as gêmeas que estavam no primeiro ano.
Um dia antes de Tim e Natalie se mudarem para a vizinhança, Jeff e Karen enviaram as garotas para o acampamento de primavera da escola.
O acampamento ocorreria por duas semanas e ainda faltava uma semana para voltarem.
Suas filhas não eram mais crianças e nada aconteceu nos acampamentos de primavera anteriores, que era motivo do casal decidir ir viajar.
No final, as garotas ligaram para Karen recentemente e disseram que um rumor aterrorizante surgiu no acampamento de que havia um assassino em série na cidade próxima.
É claro, a escola negou e falou que era apenas um rumor.
Entretanto, um aluno daquela cidade falou que pessoas morreram de verdade e que as visitas eram estudantes do ensino médio.
Vol. 2 Cap. 434 Irmãs Argumentativas e História de Terror
Este aluno imprudente, transformou este incidente numa história de terror para assustar as garotas. No final, ele foi chamado pelo orientador e nunca mais apareceu no campo.
O jovem foi provavelmente enviado de volta para casa por espalhar os rumores. No entanto, a história de terror continuou a se espalhar pelo acampamento, e as filhas do casal estavam com medo.
Luke ficou sem palavras quando ouviu a situação.
Entre os alunos, estes tipos de coisa eram principalmente pegadinhas.
Era possível que o garoto inventou a história por causa de um filme de terror que assistiu ou alguma história de terror que ouviu
Infelizmente, Karen não pensou igual. Ela acreditava veemente que suas filhas estavam certas de que havia um assassino em série na cidade.
Luke já tinha estacionado. Ele falou: — Que tal isto: Karen, diga-me o endereço e Selina e eu vamos averiguar. Se tiver algo errado, posso trazer suas filhas para casa mais cedo.
Karen deu o endereço apressadamente, deixando Luke supresso porque o nome da cidade parecia muito familiar.
— Springwood? — ele murmurou.
Após sua Força Mental alcançar 20, seu cérebro ficou mais ativo que nunca. Lembrando da localização, ele perguntou: — Essa cidade não é meio próxima do Crystal State Park?
Karen respondeu rapidamente: — Sim, é essa. Susinna e Susanna estão em um acampamento próximo.
— Qual acampamento? — perguntou Luke.
— Aquele que pertence à Escola Nº 37. É bem perto de um lago chamado, qual era o nome… isso mesmo, Moon Lake — respondeu Karen.
Luke questionou: — Então, suas filhas estudam na Escola Nº 37?
Karen respondeu: — Sim. Jeff nunca mencionou para você?
Luke: — …
Ele e Jeff conversaram sobre muitas coisas, mas Luke só tinha 18. Jeff era muito bom em bater papo e com certeza não falaria sobre os estudos de suas filhas.
Ele poderia mencionar isto agora que eram próximos, mas o casal havia saído de férias.
Ponderando por um instante, Luke comentou: — Então não é um problema. Conheço alguém da Escola Nº 37. Fui um instrutor de segurança naquele acampamento. Springwood fica a pelo menos trinta quilômetros do acampamento, sem estradas retas entre elas. Você não precisa se preocupar. Avisarei se algo acontecer e trarei a Susinna e a Susanna comigo.
Karen: — Ah? Sério? Muito obrigada!
Após trocarem mais algumas palavras, Luke desligou.
Pensando por um momento, ligou para Elsa e avisou que estavam indo ao Crystal State Park.
Ouvindo que foi a pedido de um amigo, Elsa deu permissão, mas avisou para não ficar muito tempo fora.
Trabalhos privados eram inevitáveis e até necessários para detetives da polícia.
Nenhum trabalho privado significava nenhuma conexão, que era a diferença entre os veteranos e novatos.
Um aumento gradual de trabalhos privados significava que Luke e Selina estavam se juntando as classificações de detetives veteranos.
Após a ligação, Luke e Selina foram direto ao Crystal State Park.
No caminho, Luke ligou para Juliet, a conselheira da Escola Nº 37.
Juliet ficou muito feliz em receber a ligação.
Quando perguntou sobre a história de terror, no entanto, ela ficou em silêncio por um instante: — Estou no acampamento agora. Este assunto… não é completamente falso. Por que a pergunta?
Luke respondeu com um sorriso: — Você e nosso departamento de Westside não colaboraram anteriormente? Desde que tem um problema com isto, vou dar uma olhada, no caso de as crianças ficarem com medo por imaginarem coisas demais.
Juliet ficou perplexa por um momento: — Você está vindo?
Luke respondeu: — Sim. Provavelmente chegarei em uma hora. Você tem tempo para discutir os detalhes?
Juliet: — Sem problema. Me sinto mais aliviada agora que está vindo.
Ela realmente não sabia quão bom Luke era.
Entretanto, Luke resgatou dois completos estranhos na montanha durante uma tempestade da última vez, o que significava que era confiável.
Além disso, Juliet ouviu mais tarde que os dois turistas estavam cobertos de sangue quando estavam fora. Um deles até foi gravemente ferido.
Mesmo naquela situação, Luke permaneceu calmo quando falou com ela, que mostrava que tinha coragem e conseguia manter a mente calma — esta era uma qualidade importante para um policial.
Este rumor horrível não acabou quando o instigador foi enviado para casa, ao invés disso, continuou a espalhar silenciosamente pelo acampamento. Foi uma enorme dor de cabeça para Juliet.
Ela vinha se sentindo tensa. Se algo acontecesse com as crianças por causa do rumor, se tornaria muito problemático, independentemente de ser culpa da escola ou não.
Após a ligação, Luke pisou no acelerador e disparou para o acampamento da Escola Nº 37.
Ele encontrou Juliet e conversou com ela brevemente para compreender a situação básica.
Juliet então levou Luke e Selina para ver as preciosas filhas de Jeff e Karen e confirmaram que as duas estavam bem.
Após conversar com as gêmeas, os dois ficaram sem palavras.
Como se resultou, a coisa toda realmente tinha algo a ver com as gêmeas.
Baixas e bonitas, as gêmeas se pareciam com seus pais e eram populares na escola.
Porém, ao mesmo tempo, herdaram a tagarelice de Jeff e paranoia de Karen.
Quando todos estavam contando histórias de terror uma noite, as gêmeas encontraram falhas em uma história de terror que ouviram de um garoto da sua classe. Elas pegaram várias partes que não fazia sentido e declararam que ele só estava falando baboseira.
O garoto foi incapaz de se defender e no final jurou que não inventou nada. Falou que aconteceu com uma família não muito longe da sua casa e que aprendeu sobre isto há pouco tempo por um amigo que contou que outro amigo tinha morrido.
As gêmeas, que herdaram a paranoia de Karen, não foram convencidas e discutiram com o garoto na frente dos outros alunos.
No final, ninguém conseguiu confirmar se a história de terror era verdade.
Entretanto, após aquela noite, as gêmeas usaram a habilidade que herdaram de sua mãe para analisar a história por duas noites seguidas. Quanto mais pensavam no assunto, mais se convenciam que alguém realmente morreu.
A história de terror então começou a se espalhar pelo acampamento e Juliet enviou o garoto para casa para refletir sobre o assunto.
Isto deu a história de terror um ar mais misterioso.
Luke simplesmente ouviu em silêncio inexpressivo e não retrucou as garotas. Quem nunca discutiu por discutir antes?
No ensino fundamental, as pessoas discutiam sobre qual herói ou vilão dos quadrinhos era mais forte; no ensino médio, discutiam sobre qual garoto ou garota tinha melhor aparência; e quando começavam a trabalhar, discutiam sobre quem fazia o melhor trabalho. Acontecia em todo estágio da vida.
O tópico sob debate pode ser diferente, mas a essência jamais mudou.
Vol. 2 Cap. 435 Cidadezinha, Velhas Notícias e um Funeral
Após questionar as irmãs de suas experiências e os detalhes da história de terror, Luke e Selina partiram de novo.
Eles primeiro deram uma volta pela Rota 1, antes de seguir pela Rota 73 e ir a sudeste.
Finalmente, entraram numa estrada rural e dirigiram por 40 minutos antes de chegarem na cidade chamada Springwood. Quando entraram na cidade, conseguiram sentir vagamente que estava cercada por uma atmosfera inquieta. Todos os transeuntes tinham expressões atormentadas e pareciam completamente indiferentes as redondezas.
Eles ocasionalmente faziam contato visual com alguns moradores pelas janelas abertas do carro, mas, estas pessoas viravam rapidamente as cabeças como se eles tivessem uma praga.
Eles nem ficaram na cidade por muito tempo até seu carro ser parado.
Um xerife, num uniforme amarelo empoeirado, abaixou para olhar para eles pela janela do motorista: — Quem são vocês? O que estão fazendo aqui?
Com ambas as mãos no volante, Luke gesticulou calmamente para Selina: — Somos funcionários da Escola Nº 37, e gostaríamos de falar com Will Rollins.
O xerife franziu a testa: — Sobre o quê?
Luke continuou sorrindo: — Will fez algo não muito legal no acampamento dois dias atrás, e a conselheira o mandou se acalmar em casa. Isto, no entanto, não foi uma punição. Afinal, o acampamento são as férias para as crianças, e não seria decente excluí-lo, por isso estamos aqui.
A expressão do xerife relaxou: — Entendo, pode ir direto à casa do Will.
Luke assentiu e perguntou casualmente: — Aconteceu algo? Não vimos muitas pessoas quando entramos na cidade.
A expressão do xerife enrijeceu e respondeu friamente: — Não temos muitos moradores aqui.
Com isso, ele se virou e foi embora.
Observando o xerife sair no carro, Luke ligou o seu e suspirou: — Parece que vamos lidar com bastantes problemas.
O xerife não estaria tão ansioso se fosse um problema pequeno.
Selina estava lendo sobre Springwood: — Não tem nada de especial aqui. A população e a economia são levemente estáveis, e segundo os dados, a lei e ordem aqui estão no padrão. Eles não têm grandes casos criminais, exceto este…
Ela olhou o tablet no painel central e continuou: — Houve um caso de assassinato em série há mais de dez anos, que recebeu muita atenção em LA…
Luke deu uma olhada na imagem na manchete de um velho jornal no tablet: — Um assassino em série que alvejava crianças? Ele não foi pego?
Selina apontou para o tablet: — Não. Não havia evidências o bastante na época para condenar o suspeito, então…
Luke indagou: — Ele foi solto e agora está cometendo crimes de novo?
Selina balançou a cabeça, e outra manchete surgiu no tablet: — Então, o suspeito foi preso numa igreja abandonada fora da cidade e queimado até as cinzas pelos pais raivosos.
Luke não foi convencido: — Queimado até as cinzas? Sério? — Não era fácil queimar um homem até as cinzas, não sem um incinerador especial.
Queimar um corpo com lenha só enegreceria no máximo. Quando os ossos fossem queimados, cristalizariam e era improvável que decompusessem mais.
Selina assentiu: — A polícia nunca encontrou o cadáver do suspeito, então nenhum dos pais foi preso pelo ato. No entanto, o suspeito esteve desaparecido desde então.
Luke falou: — Tudo bem, quem foi a pessoa azarada que foi queimado até as cinzas?
Selina respondeu: — Ele era um homem branco, nascido em mil e novecentos e quarenta e oito, data desconhecida, um metro e setenta e oito de altura. Ele costumava ser um faxineiro no jardim de infância local até desaparecer em mil e novecentos e noventa. Não existe evidência que sugira que ainda esteja vivo.
Luke sentiu vontade de coçar a cabeça: — Nascido em quarenta e oito? Isso não significa que tem quase sessenta?
Este cara não envelheceu? Ou ele foi anormalmente dotado e poderia seguir num abate aos sessenta anos?
Luke não descartaria isso ainda.
Afinal, nada que acontecia neste mundo seria estranho.
Enquanto conversavam no carro, Luke dirigiu até a casa de Will Rollins.
A casa parecia boa e sugeria que a família estava indo bem de vida; foi provavelmente por isso que Will podia ir a uma escola em Los Angeles.
Luke e Selina bateram na porta e conversaram com o pai de Will e o próprio garoto por meia hora antes de saírem.
Quando o pai de Will os acompanhou até a porta, Luke falou baixinho: — Deixarei a Juliet saber da situação do Will, mas é improvável que ele consiga voltar. Você sabe que as crianças do acampamento não estão em seu melhor estado mental agora, e o Will… está um pouco encrencado também.
O pai de Will assentiu com um sorriso amargo: — Okay. Meu pedido também é muito presunçoso.
Luke suspirou: — Se possível, o melhor seria você mudar de ambiente; ficar nesta cidade não fará bem a ele, seja agora ou no futuro.
O pai de Will assentiu silenciosamente e se despediu.
No carro, Selina franziu a testa e perguntou: — O Will já está sofrendo de problemas mentais? Sinto que algo não está certo com ele. É como… se não dormisse há dias.
Luke balançou a cabeça: — Vai saber.
— Aonde agora? — Selina perguntou enquanto olhava para a frente.
Luke respondeu: — Vamos conversar com Kris Fowles. Ela é a primeira testemunha no caso de suicídio.
Eles dirigiram até o outro lado da cidade, onde todos os tipos de tábuas de pedra estavam numa colina.
Vinte a trinta pessoas estavam sentadas na sombra de uma árvore. Na frente deles estava um caixão, e um padre estava realizando um louvor.
Este era o cemitério da cidade.
Segundo a informação que receberam do departamento, o estudante no caixão era Dean Russell, que morreu alguns dias atrás.
Ele usou uma faca de mesa para cortar a própria garganta num restaurante fast food.
Várias pessoas testemunharam esta cena trágica, mas o estranho foi que disseram que seu amigo na cidade falou que um demônio matou Dean.
Também foi esse o motivo das gêmeas de Jeff criticarem a história.
Afinal, era muito difícil de alguém encontrar evidências para demônios.
Vinte minutos depois, o funeral terminou. Vendo a multidão dispersar, Luke e Selina se aproximaram.
Naquele momento, um garoto caminhou até uma garota à frente e ficaram diante de uma barraca com fotos de Dean.
Quando se aproximaram, a audição aguçada de Luke capturou a conversa.
O garoto perguntou: — Kris, você conhecia Dean desde que eram pequenos?
Vol. 2 Cap. 436 Pesadelo e o Homem Nele
A garota chamada Kris ficou chocada: — Deus, sou realmente eu, mas não lembro de tirar esta foto. Até onde consigo lembrar, só o conheci no ensino médio.
O garoto parecia infeliz quando ouviu isso e insistiu: — Qual é.
Kris, no entanto, continuou: — Dean falou algo antes de morrer.
— Pare — disse o garoto num tom baixo.
Kris simplesmente prosseguiu: — Ele disse: “Você não é real.” Dean usava muitas drogas, do tipo psicotrópica. Você sabe o que quero dizer?
Os olhos de Kris encheram de lágrimas: — Jessie, é como se alguém o forçasse a fazer isso, mas não tinha ninguém por perto. Você tem que acreditar em mim.
— Kris, você provavelmente estava vendo coisas. — O garoto balançou a cabeça.
— Não, eu acredito nela. — Outra garota se intrometeu de repente na conversa quando ficou entre eles.
Eles olharam para a garota.
Kris havia encontrado uma apoiadora: — Você acredita em mim?
A garota assentiu e falou de forma afirmativa: — Acredito porque também vi…
O garoto as interrompeu: — Não, vocês duas não viram nada. Você também estava lá, mas estava assustada, então pode parar de assustar a Kris?
Dizendo isso, o garoto se virou e saiu, deixando as garotas ali paradas, inexpressivas.
Naquele momento, Luke estava parado no suporte para fotos não muito longe atrás delas, enquanto tirava fotos com seu celular falso, especialmente daquela que tinha Kris e Dean.
Na foto, um garoto de cinco anos estava escalando um escorregador, e não muito longe, uma garota fofa num vestido azul estava olhando para a câmera.
Selina falou: — O garoto foi embora.
Luke assentiu levemente: — Vamos lá.
— Kris, e você que não sei o nome, podemos conversar? — Luke tirou os óculos de sol e perguntou com um sorriso.
Olhando para o lindo rosto e olhos cintilantes, as garotas assentiram subconscientemente, apesar do humor sombrio: — Sim, é claro.
Logo, todavia, Kris voltou a si: — Espera, sobre o que vocês dois querem falar?
Luke as levou até uma grande árvore.
Somente então falou: — Sinto muito pelo Dean, mas o que quero perguntar é, vocês têm algum suspeito em mente?
As expressões de Kris e da garota congelaram: — O-O quê?
Luke sorriu apologeticamente: — Ouvi a conversa agora há pouco. Tem alguém… incomodando vocês?
As garotas ficaram em silêncio.
Um momento depois, a outra garota perguntou: — Quem são vocês?
Luke mostrou o distintivo: — LAPD. Me enviaram para averiguar este assunto; vocês não são as únicas que acham este caso esquisito.
As garotas se entreolharam, e a segunda garota falou: — Vamos conversar em outro lugar. É inconveniente aqui.
Kris concordou: — Vamos para minha casa. Minha mãe foi para a Europa ontem.
Elas entraram no carro de Luke. Exceto por quando Kris falou o endereço, ninguém conversou no caminho.
Quando chegaram na casa de Kris, todos saíram e foram para a sala de estar.
Kris estava claramente distraída. Ela nem mesmo ofereceu algo para beber, apenas sentou-se atordoada.
Foi Luke que rompeu o silêncio desconfortável quando perguntou a outra garota: — Ainda não sei seu nome; qual seu nome?
A garota respondeu: — Apenas me chame de Nancy. O que quer saber?
Luke expressou: — Vocês têm um suspeito. E acho que sabem quem é.
Nancy ficou em silêncio e olhou para Kris, que ficou tensa de repente.
Rangendo os dentes, Kris respondeu: — Conte; quero saber o que exatamente ele é.
Quando ela falou aquilo, Luke e Selina viram que não havia raiva no seu rosto, apenas um medo profundo.
Nancy falou: — Tem alguém que sempre aparece em nossos sonhos.
Ela olhou para Luke e Selina, e descobriram que estavam ouvindo calmamente sem impaciência ou desdém.
Somente então ela continuou: — Não sei quem ele é, porém, recentemente, sempre o vejo quando adormeço. É como…
Kris interferiu de repente: — É como se ele fosse real.
Todos viraram as cabeças para ela. Com uma expressão vazia, Kris continuou: — Ele parece ter sido todo queimado e sua pele ter derretido. Sua mão direita, em particular, tem uma…
— Uma garra. — Nancy retomou a conversa de novo: — Há lâminas afiadas nos dedos da mão, como uma garra.
Kris parecia estar lembrando dos sonhos. Tremeu e não conseguiu falar, e só podia assentir em acordo.
Luke e Selina se entreolharam.
Nancy não pareceu notar: — Ele usa um Borsalino preto e um suéter esfarrapado listrado de vermelho e preto. Quando aparece, sempre vem lentamente e diz algo.
Luke aguardou por um momento e quando não conseguiu, ele perguntou: — O que ele fala?
— Você lembra de mim? — Nancy e Kris disseram ao mesmo tempo.
Luke ergueu a sobrancelha: — E então?
As garotas balançaram as cabeças e Kris respondeu: — Sempre acordo após esta parte.
Luke ponderou por um momento: — Em outras palavras, ele não feriu vocês ainda. Por que disso?
As garotas encararam atordoadas; não esperavam que Luke fizesse esta pergunta.
Até elas acharam a coisa toda bizarra.
Se Dean não tivesse morrido na frente delas, elas não estariam tão perturbadas pelo pesadelo, nem reagiriam com tanto exagero.
Entretanto, parecia que Luke acreditava e estava até analisando o assunto com seriedade.
— Mas… Mas Dean morreu, bem na minha frente. — Kris não se conteve.
Luke assentiu levemente enquanto seu dedo tamborilava sem pressa no braço do sofá: — Então, ele tem seu próprio objetivo.
É por isso que ele está entrando nos seus sonhos e assustando vocês sem parar. Porém, Luke não falou isso alto.
Considerando por um momento, Luke indagou: — Quando seus pesadelos começaram? Com quanta frequência tem eles? Uma vez por mês? Uma por semana? Ou todo dia?
Nancy respondeu: — Começou um mês atrás, mas acho que houve uma semana que ele não apareceu. Contudo, ele esteve aparecendo quase todo dia nos últimos dias.
Kris balançou a cabeça: — Não. Mal dormi depois que o Dean morreu. Quando tirei um cochilo hoje ao meio-dia, acho que vi ele de novo.
Luke assentiu: — E quanto a recentemente? Ele esteve aparecendo com mais frequência?
As garotas se entreolharam e assentiram.
Luke tinha um palpite, mas preferiria manter para si.
Vol. 2 Cap. 437 Ele Está Aqui de Novo
As duas garotas claramente estavam muito assustadas. Se falassem por muito tempo, poderiam ter um colapso.
Ponderando por um momento, Luke perguntou: — Kris, podemos ficar aqui esta noite?
Kris ficou confusa: — Hã?
Luke explicou: — Você o encontrou nos seus sonhos toda vez, então precisamos estar alerta se quisermos descobrir mais sobre ele. Além disso, Nancy, se for possível, pode fazer companhia a Kris?
As duas garotas hesitaram.
Luke tirou o distintivo e o colocou na frente de Kris: — Aqui está meu distintivo. Você pode ligar para a LAPD de Westside para checar.
As duas garotas hesitaram por um instante antes de Kris finalmente assentir: — O-Okay, vocês podem dormir aqui esta noite.
Luke assentiu com um sorriso: — Obrigado, mas não dormiremos; vamos observar você. Você disse mais cedo que esteve adormecendo com bastante frequência nos últimos dias, certo?
Kris assentiu atordoada: — Sim.
Luke explicou: — Observaremos você daqui. Saberemos imediatamente se algo acontecer e conseguiremos te ajudar.
Aturdida, Kris assentiu.
Luke se virou: — E quanto a você, Nancy? Pode ficar aqui?
Incerta, Nancy balançou a cabeça: — Tenho que ligar para minha mãe primeiro.
Luke respondeu: — Okay, mas por favor, não mencione que estamos aqui, ou o fato que somos policiais.
Nancy olhou para ele com suspeita: — Por que não?
Ela estava prestes a falar a sua mãe que dois oficiais vieram ajudar; caso contrário, seria muito difícil dela ficar a noite.
Luke respondeu: — A atmosfera na cidade está muito tensa. Chegamos aqui hoje e o xerife já parece querer nos expulsar. Você deve saber que não somos parte da polícia daqui. Se nossas identidades forem reveladas, o xerife pode sentir que estamos pisando nos seus calos.
Nancy entendeu e só podia assentir: — Então vou tentar; só que minha mãe pode não concordar.
Luke falou: — Tente o melhor que puder, mas se não conseguir, esqueça.
Nancy: — Hã?
Ela subconscientemente olhou para Kris. Se não conseguisse persuadir sua mãe, significa que ela teria que ficar em casa e ter pesadelos?
Por outro lado, Kris teria dois policiais da LAPD em observação constante para ajudar… Esta não era uma diferença gigantesca de tratamento?!
Luke não se importou com o que Nancy achava.
Ele já havia dito o que precisava; era com Nancy decidir o que fazer em seguida.
Não era como se Luke pudesse invadir sua casa e apontar uma arma para fazer a mãe de Nancy deixá-la ficar!
Inquieta, Nancy saiu, e Luke e Selina ficaram na casa de Kris.
Não havia mais ninguém na casa. A mãe de Kris era uma comissária de bordo que já tinha partido para Europa a trabalho.
Isto tornava as coisas mais fáceis para Luke e Selina.
Kris ficou perplexa enquanto observava Luke e Selina moverem alguns equipamentos: — O que estão fazendo?
Luke respondeu com um sorriso: — Não sabemos exatamente o que ele é, mas ainda temos que fazer as preparações necessárias. Pelo menos, estes dispositivos de vigilância podem nos ajudar a determinar se é uma pessoa por trás disto ou um pesadelo.
Kris não sabia o que dizer.
Luke e Selina trabalharam rápido e em menos de meia-hora, tudo foi montado.
Olhando para Kris que estava sentada atordoada, Luke comentou: — Se possível, será melhor para você dormir na sala de estar esta noite. É maior aqui.
Kris entendeu e subiu as escadas para agarrar o que precisava para dormir.
Após descer, Luke apontou para o maior sofá: — Você pode descansar lá por enquanto. É claro, seria melhor vestir-se um pouco mais para ficar quente. — Ele piscou.
Kris ficou perplexa por um instante antes de rir.
Era fim de abril, e estava quente e seco na Califórnia; não havia necessidade de permanecer quente.
Luke só estava a lembrando para usar pijamas e não tornar as coisas difíceis para Selina e ele.
No momento que tudo ficou pronto, era quatro da tarde.
A luz dourada do sol cobriu o gramado afora. As três pessoas fizeram suas próprias coisas na sala de estar, e estava muito quieto na casa.
Luke franziu a testa de repente e deu um tapinha em Selina, que estava procurando por informações ao lado.
Selina ergueu a cabeça e olhou na direção que Luke estava apontando. Do outro lado, Kris havia adormecido.
Na tranquila sala de estar, a garota exausta adormeceu antes de perceber.
A audição aguçada de Luke captou que sua respiração tinha se acalmado.
Luke e Selina observaram os movimentos silenciosos sobre as narinas de Kris.
Observando-a por um momento, Selina balançou a cabeça cheia de dúvidas.
Sua ação queria dizer que não havia detectado nada de errado.
Luke assentiu levemente. Não notou nada de incomum também. Kris estava dormindo normalmente.
Contudo, sua expressão mudou no instante seguinte enquanto observava a garota. A respiração dela havia acelerado.
Com o Olfato Aguçado, Luke detectou uma quantidade inodora e repentina de suor nela.
Selina também sentiu que algo estava errado. Ela fixou o olhar em Kris, só para ver que a testa dela já estava coberta por uma camada fina de suor.
Os lábios de Kris tremeram, como se estivesse tentando falar algo, mas sem sucesso.
A condição incomum de Kris rapidamente se tornou ainda mais flagrante. Não foi apenas o suor frio e os lábios, seu corpo também estava tremendo levemente. Sua mão parecia estar tentando agarrar algo, mas não conseguia.
Luke gesticulou para Selina, que assentiu para indicar que ficaria de olho nas redondezas.
Somente então Luke estendeu a mão lentamente para segurar a mão de Kris: — Kris, acorde.
As pálpebras de Kris tremeram, mas não abriram.
Vendo isso, Luke apertou mais a mão e a balançou um pouco: — Acorde, Kris.
Os olhos de Kris abriram e ela gritou: — Ahhhh!
Luke sorriu amargamente e virou a cabeça. Graças a Deus, Kris não tinha mau hálito. Ela cuspiu um pouco de saliva no estado agitado, entretanto, Luke esquivou.
Kris só parou de gritar após alguns segundos: — F-Fique longe.
Luke agarrou as mãos dela com força: — Ei, Kris. Está tudo bem. Você está acordada.
Kris ficou atordoada por um momento. Quando finalmente viu Luke com clareza, saltou de repente para abraçá-lo com força: — Ele está aqui. Ele está aqui de novo.
Luke afagou gentilmente as costas da garota aterrorizada: — Está tudo bem, nós sabemos, é por isso que te acordamos.
O corpo inteiro de Kris tremeu antes de desabar em lágrimas.
Ela chorou por uns bons minutos, até a frente da camisa de Luke ficar completamente molhada. Somente então o choro virou soluços.
Luke finalmente a soltou e ajudou a sentar-se no sofá antes de passar um lenço: — Está tudo bem, Kris. Você está acordada agora e estamos aqui.
Vol. 2 Cap. 438 Conforto e Pedido de Ajuda
Soluçando, Kris aceitou o lenço e assentiu: — É ele, é ele! Também vi o Dean. Ele estava pendurado e queria que eu o salvasse.
Luke balançou a cabeça: — Isso é apenas uma ilusão.
Vendo Kris abrir a boca para falar, ele ergueu a mão: — É uma ilusão que o monstro te deu, não algo que você inventou. Ele está tentando te assustar.
Atordoada, Kris não entendeu o que ele queria dizer: — O quê?
Ponderando por um momento, Luke explicou: — Desde o momento que você dormiu ao instante que acordou, passou cerca de três minutos. Ele não te machucou. Você só estava muito assustada. Então, o propósito dele é plantar o pânico em você.
Kris ficou perdida: — Por quê?
O medo pode ser fé e poder, Luke comentou internamente.
Vários monstros eram adorados no folclore antigo. Foi porque faziam coisas boas?
Não. Era porque as pessoas tinham medo deles.
Quanto mais assustadas as pessoas estavam, mais desenfreados os monstros se tornavam.
Diante da confusa Kris, Luke só podia dizer com um sorriso: — Está tudo bem. Pelo menos sabemos como te acordar. Não se preocupe. Cuidaremos dele.
Kris assentiu aturdida.
Luke olhou significativamente para Selina tranquilizar a garota.
Porém, comparado ao que falou, ele não tinha uma solução.
Quando Kris encontrou o sujeito no pesadelo, Luke não sentiu nada após tocá-la. No máximo, só podia chacoalhar até ela acordar.
Essa era a parte estranha.
Kris ficou com tanto medo do pesadelo que chegou a chorar, mas Luke nem conseguiu localizar o inimigo.
Odeio inimigos intangíveis! Você não pode conseguir um corpo real como do Jason? Luke resmungou em seu coração.
Se levantando e indo até a janela, ele contemplou por um momento antes de discar para um número: — Bobby? Preciso que venha aqui…
Ele desligou um momento depois.
Bobby chegaria em algumas horas. Luke relaxou levemente e começou a analisar o cara no pesadelo.
Primeiro de tudo, independente da coisa caçando Kris e sua amiga, ele não escolheu os adultos da cidade.
Isso pode ser porque não podia, ou era incapaz.
Segundo, a coisa só podia aparecer nos sonhos das vítimas quando estavam dormindo.
Luke e Selina estavam alerta no momento, e ficar acordados por uma ou duas noites não era um problema; era um problema menor ainda para Luke, que só precisava de duas horas de sono por dia. Se tivesse, poderia ficar acordado por três dias sem dormir, embora inevitavelmente ficasse mentalmente cansado.
Se não conseguisse resolver este problema agora, ele e Selina recuariam.
Assim, a noite se aproximou lentamente.
Luke preparou sanduíches e leite na cozinha e deu para Selina e Kris.
Olhando para a surpresa Kris, ele expressou com um sorriso: — Não se preocupe. Reabasteceremos sua geladeira antes de irmos. Sua mãe não saberá.
Kris riu: — Não precisa, só tenho que dizer a minha mãe que comi tudo.
Seu olhar recaiu nos pratos de Luke e Selina enquanto prosseguia: — Desculpe, só fiquei… um pouco surpresa. — A comida nos pratos era mais que o dobro da quantidade dela.
Luke deu de ombros: — Como detetives da Divisão de Crimes Graves, precisamos manter nossos níveis de energia alto o tempo todo; seria ruim se encontrássemos um fugitivo e não tivéssemos forças para persegui-lo.
Kris perguntou: — É mesmo? Mas a maioria dos oficiais que vi são gordos.
Luke assentiu solenemente: — Isso significa que não capturam tantos fugitivos quanto a gente diariamente, e eles precisam de mais exercícios.
Kris encarou atordoada por um momento antes de seus lábios erguerem de novo.
Selina olhou de soslaio para os dois e não disse nada.
Embora possa parecer que um certo alguém estava flertando com Kris, Selina sabia que ganhar a confiança da menina seria útil para a investigação.
Caso contrário, teriam que passar a noite num hotel.
Após os três terminarem de comer, Kris bocejou.
Vendo isso, Luke disse: — Você pode dormir um pouco no sofá.
Kris tremeu abruptamente: — Não.
Luke deu um tapinha nas costas da mão dela: — Não fique com medo. Acordaremos você se algo der errado. Verdade, você vê isso? — Ele apontou numa direção com o queixo.
Kris virou a cabeça e perguntou: — O que é?
Luke respondeu: — Os cubos de gelo naquele balde de vinho estão derretendo lentamente em água gelada. Confie em mim, quando usar isso, você não conseguirá dormir mesmo se quiser.
Kris ficou sem palavras.
Ela viu Luke agarrar o balde de gelo na cozinha um momento atrás e pensou que ele ia colocar cerveja ou vinho nela. Não sabia que este era o seu plano.
Ela não pôde deixar de estremecer quando viu aquele balde de gelo.
Não foi porque estava com medo, foi só que quando imaginou a água e gelo sendo despejada na cabeça, sentiu as costas esfriarem.
Olhando para a expressão de Kris, ele gesticulou para ela, e os dois foram se sentar no sofá na sala de estar novamente.
Ele estendeu a mão lentamente para segurar as mãos dela.
Kris não resistiu e apenas o encarou estranhamente.
Apertando um pouco as mãos dela, Luke expressou solenemente: — Kris, agora que estamos aqui para te ajudar, você deve ter mais coragem para encarar ele, certo?
As mãos de Kris tensionaram, mas no final, assentiu.
Luke então continuou: — Então, quando ele aparecer no seu sonho de novo…
Ele esfregou lentamente as costas das mãos dela com os dedões, que deram um pouco de conforto a ela: — Você tem que fazer o melhor para observar tudo sobre ele. A maneira que ele fala, que se move, tentar perceber o máximo de detalhes possível, mas você não precisa se esforçar. Apenas dê o seu melhor. Okay?
Kris hesitou e não respondeu.
Luke olhou com calma nos olhos dela. Após olhar por um momento, Kris finalmente assentiu: — O-Okay.
Dez minutos depois, Luke e Selina trocaram olhares consternados.
Luke não pôde deixar de revirar os olhos e se perguntar se aquele cara descobriu.
Selina olhou para ele com simpatia e suspirou antes de gesticular, fazendo uma pergunta com o olhar.
Luke pensou por um momento antes de assentir.
Um momento depois, Selina sentou-se ao lado do sofá e fechou os olhos para descansar um pouco.
Ela não era Luke, ficar tensa por tanto tempo a deixou cansada mais rápido, e a exaustão levava facilmente a sonolência.
Ninguém sabia quanto tempo isto duraria, mas eles ficariam provavelmente acordados esta noite, então ela precisava conservar sua força.
Ela não dormiria, mas fechar os olhos para descansar poderia aliviar um pouco do cansaço.
Vol. 2 Cap. 439 Entregando Habilidades
Luke observou antes de abaixar a cabeça para ler a informação no laptop.
O atual ele seria capaz de detectar quaisquer anormalidades nas duas mulheres ao lado mesmo sem olhar para elas.
Desde que estavam muito próximas, suas respirações e batimentos eram audíveis para ele, sem falar que tinha o Olfato Aguçado.
Assim, ficou bem relaxado.
Além disso, a melhoria por alcançar 20 de Força Mental não estava concluída. Enquanto os efeitos diminuíam gradualmente, ele ainda estava numa boa forma mental.
Três dias sem dormir não seria nada; ele estava confiante que poderia enfrentar este cara por uma semana.
Kris não acordou de novo após adormecer.
Desde que não dormiu bem recentemente, provavelmente não acordaria até o dia seguinte, desde que não tivesse o pesadelo. A atmosfera estava tão quieta e confortável que até Selina cochilou.
Ela acordou uma hora depois e espreguiçou confortavelmente. Atordoada, olhou para Luke ao lado.
Ele ainda estava averiguando os arquivos no sofá.
Enquanto Selina estava dormindo, ele pediu a Elizabeth para pegar informações de Springwood e enviar a ele. A maioria era notícia e dados estatísticos básicos.
Estas informações podem não ser necessariamente úteis, mas poderia conter algumas pistas.
Vendo que Selina havia acordado, Luke ergueu a cabeça com uma expressão “E aí?” nos olhos.
Selina sentou ao lado e perguntou baixinho: — Por que não me acordou?
Luke não achou ser grande coisa: — Não tem nada para fazer mesmo se acordar, então pode muito bem tirar um cochilo.
Selina olhou para Kris que ainda estava dormindo: — Sem movimentos?
Luke assentiu levemente e suspirou: — Só espero que este cara não brinque de pique-esconde com a gente.
Selina sabia que eles não podiam ficar por muito tempo; três dias era o máximo.
Afinal, não tinham uma forte conexão com este caso.
Do que viram até agora, o caso envolvia apenas a cidade de Springwood e não estava relacionado ao acampamento ou as gêmeas.
Naturalmente, Luke não estava investigando por causa das filhas de Jeff, era pelo homem criando pesadelos.
Ele realmente queria esta habilidade de entrar nos sonhos das outras pessoas.
Mesmo que não pudesse adquiri-la, ainda poderia obter algo mais.
Pensando nisso, checou a hora. Passava um pouco das dez.
Seu celular vibrou. Ele pegou e colocou o fone. Em seguida, ouviu a voz de Bobby.
Bobby dirigiu até aqui de Prosperity no Arizona em seis horas, tirando apenas meia-hora para descansar.
Ele agora estava na periferia da cidade.
Luke falou baixinho para Selina e ela foi pegar Bobby.
Dez minutos depois, um cansado Bobby seguiu Selina para dentro da casa.
Ele sorriu para Luke e perguntou: — O que é?
Ponderando por um momento e vendo como Bobby estava cansado, Luke decidiu.
Ele levou Bobby até a varanda, fechou a porta e mostrou um baralho: — Vamos jogar blackjack! Um dólar por jogo.
Bobby: — Hã?
Luke deu de ombros: — Isto é para te ajudar a relaxar. Não precisa ficar nervoso. Te chamei porque preciso consolar alguém.
Bobby ficou perplexo, mas o que poderia fazer?
Ele ficou deprimido por encontrar um chefe tão poderoso, mas nada confiável.
Porém, após apenas três rodadas, Luke guardou as cartas: — Okay, você deve estar cansado da viagem. Descanse um pouco.
Bobby: — Hein? — O que era isto? Só fazia um minuto!
Luke não se incomodou em explicar e simplesmente lembrou Bobby para ficar quieto para que não acordasse a garota. Bobby estava com várias perguntas em mente, mas só podia assentir em silêncio.
Quando Luke abriu a porta e entrou na casa, convocou o Sistema Daddy.
Dez mil pontos de crédito desapareceram, e a Comunicação Mental Elementar foi adicionada as suas listas de habilidades.
Isso mesmo, ele chamou Bobby precisamente para adquirir a qualificação de aprender a habilidade.
Das três rodadas de blackjack que Luke jogou, ele perdeu a primeira, mas venceu as outras duas.
Após duas vitorias, notou que o “temporariamente indisponíveis” próximo da Comunicação Mental Elementar de Bobby desapareceu, então naturalmente, era desnecessário continuar o jogo “para relaxar”.
Levando Bobby para dentro e dizendo para descansar na sala de jantar, Luke sentou-se perto de Kris.
Fechando os olhos, examinou cuidadosamente a Comunicação Mental que acabou de obter.
Após sua Força Mental alcançar 20, seu cérebro parecia extremamente ativo, como se contivesse algum poder ilimitado.
Ele conseguia sentir o poder nitidamente, mas só conseguia controlar uma pequena parte. Na maioria do templo, simplesmente operava sozinha.
Após aprender a Comunicação Mental de Bobby, ele estabeleceu uma conexão com seu cérebro.
Ele agora conseguia controlar como se fosse um membro. Embora fosse difícil e complicado, como aprender a andar, ainda foi um progresso tremendo comparado a antes.
Com certeza, alguém sempre precisava da habilidade certa!
Sua habilidade anterior de controlar coisas estava numa extensão de Explosão Física e Curvar Balas.
Era uma diferença enorme, como entre queimar lenha com gás e encher um motor com gás.
Uma só estava usando gás como intermediário para acender, mas com o outro, o gás explodia diretamente para virar um poder chocante.
Após se ajustar com a habilidade por um momento, Luke abriu os olhos e se virou para Selina no sofá.
Selina estava observando Kris. Sentindo algo, ergueu a cabeça e encontrou o olhar de Luke.
Encarando atordoada por um momento, abriu a boca para dizer algo, mas mesmo que seus lábios movessem, ela esqueceu o que ia fazer.
Alguns segundos depois, murmurou subconscientemente: — Tudo bem, você tem uma consciência.
Após dizer isso, voltou a si de repente e olhou surpresa para Luke: — Você acabou de dizer que vai me preparar uma comida deliciosa após isto acabar?
Luke riu internamente e assentiu: — Sim, feliz?
Selina soltou um “oh” e depois um “Yep”. Sua expressão ainda estava um pouco estranha porque sentia que algo estava errado.
Luke riu internamente e não explicou.
Ele tinha muitas habilidades que não queria que Selina soubesse, não porque não confiava nela, mas porque este mundo era perigoso demais e definitivamente haveria pessoas com superpoderes mentais.
Os segredos de Luke eram protegidos pelo Sistema Daddy, mas Selina não.
Agora há pouco, ele usou a Comunicação Mental nela.
Diferente de Bobby, que era apenas uma galinha fraca, a Força Mental de Luke estava começando a disparar. Usar o desejo particular de uma glutona, enviou o pensamento quase instantaneamente e a fez pensar que ele disse isto.
A verdade foi que Luke não abriu a boca e simplesmente usou os olhos para transmitir o pensamento.
Vol. 2 Cap. 440 Método, Intermediaria e Entrando nos Sonhos
Por que os olhos?
Por enquanto, Luke não tinha certeza.
Era como quando não conseguia explicar a mudança incomum em seus olhos após o aumento na Força Mental.
Entretanto, a maioria das técnicas de hipnose tinha que a ver com visão e audição.
Estes foram os meios mais fáceis pelas qual seres humanos recebiam informação e percebiam o mundo externo.
Foi provavelmente por isso que a Comunicação Mental poderia ser ativada pelos olhos.
Mais tarde, Luke poderia tentar ativar a Comunicação Mental com palavras, ou uma combinação de palavras e olhos; as duas eram possibilidades. Enquanto estava analisando a habilidade que acabou de adquirir, Selina falou de repente: — Está acontecendo.
Quase ao mesmo tempo, Luke focou sua atenção em Kris. Sua respiração e batimento aceleraram de repente.
Luke suspirou internamente de alívio.
Ele estava preocupado de que aquele cara não pudesse apenas entrar nos sonhos, mas que também usasse o sonhador para sentir as redondezas. Se fosse esse o caso, as chances de Luke pegá-lo com sucesso esperando era basicamente zero.
Porém, parecia que as habilidades da outra parte não eram tão exageradas.
É claro, também era possível que este cara do pesadelo fosse capaz o bastante para ser ousado nisto e não considerar Luke grande coisa, como a maioria dos supervilões agiam.
Luke se levantou, caminhou até Selina e rapidamente digitou algo no celular.
Após Selina assentir em resposta, ele sentou no sofá que Kris estava deitada e colocou a mão na sua cabeça.
Desde que era novo na Comunicação Mental, só poderia usar contato físico para se comunicar com o alvo se contato ocular não fosse possível.
Por que a cabeça? Basicamente porque era o mais conveniente.
Seria muito estranho passar o braço pelo pescoço dela, e ainda mais inapropriado tocar no peito, barriga ou pernas.
Ele teve que passar as pernas dela por cima dele também. Embora as pernas de Kris não cheirassem mal, Luke não estava interessado em ativar a habilidade enquanto segurava as pernas de outra pessoa.
Venha, benfeitora! Deixe este velho servo te abençoar e expulsar os espíritos malignos!
Murmurando aquelas palavras extremamente pouco confiáveis para si, Luke ativou a Comunicação Mental.
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Você está tentando estabelecer uma ligação com uma energia negativa desconhecida. Confirmar ligação?
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Luke riu internamente; ele não estava errado.
Se a montanha não viesse até ele, ele sempre poderia ir à montanha.
Desde que não era o alvo da ligação mental da outra parte, também recebeu uma notificação do sistema.
A pessoa que realmente precisava ajudar era Kris e, diferente do homem incorpóreo em seu pesadelo, ela estava presente.
Por isso, Kris naturalmente se tornou a intermediaria de Luke para que pudesse ver o homem em seu pesadelo.
Olhando para esta opção, Luke ponderou por um instante antes de fechar os olhos.
Num piscar de olhos, a escuridão por trás de suas pálpebras mudou completamente e outro mundo surgiu na sua frente.
Este ainda era a sala de estar de Kris, exceto que agora tinha um olhar decadente e abandonado.
Água suja cobria o chão em uma camada rasa. As paredes estavam manchadas e descascando, e tinha uma água marrom-claro feia manchadas nelas. Água pingava sem parar do teto.
Luke suspirou. Este cara era dotado! Ele seria um ótimo diretor de filmes de terror.
O cômodo estava vazio e silencioso. Luke estava sozinho.
Ele não estava com pressa de agir. Ao invés disso, tentou ativar Olfato Aguçado. No final, só as coisas que conseguia sentir eram o odor de uma casa velha, decadente e o fedor da água suja.
Não havia sinal de Kris.
Luke abriu os olhos e riu: — Interessante. Parece ser real, mas ainda é falso.
Qualquer um pode ter ficado com medo nesta situação. Todavia, Luke era um detetive veterano e localizou facilmente várias falhas nesta cena.
Em outras palavras, não era o mundo real.
Ele caminhou até a porta aberta e saiu.
Parando no gramado, ergueu a cabeça. Alguns flocos de neve caíram gentilmente do céu preto, e já havia uma camada fina de neve no chão.
Luke agachou e pegou um pouco de neve. Parecia muito realista, exceto que não derreteu e permaneceu gelado em sua mão.
Largando a neve meio autêntica e fabricada, olhou para o chão abaixo dela.
Não era uma grama, mas lama enegrecida.
Ele se levantou e pisou ali.
Olhando para a pegada profunda deixada na lama, ergueu a sobrancelha: — Isto também é bem real.
Tirando a lama preta do sapato, saiu da neve que estava fora da casa e caminhou pela rua.
A rua também estava coberta de neve, e a cada dezena de metros ou mais havia um poste de luz que mal iluminava o chão.
Dessa forma, a rua foi dividida em pedaços separados de escuridão e luz, como um canal entre os mortos e vivos.
Olhando ao redor, Luke viu uma figura vaga caminhar a dezenas de metros de distância.
Era ninguém menos que Kris.
Ela estava usando camiseta gola V e um boxer azul brilhante; era o pijama que usou para dormir.
A neve caía nela enquanto caminhava descalça, mas ela não parecia sentir nada.
O tamanho das pegadas que deixou na neve parecia pertencer a uma criança de cinco anos.
Olhando para ela silenciosamente, Luke não chamou, apenas a seguiu sem pressa.
Kris parou de repente e se virou para o lado da rua.
Um poste de madeira estava ao lado e uma placa de ferro velha estava pendurada nele.
Kris estendeu a mão para limpar a neve e poeira.
Um nome foi revelado — Escola Primaria de Badham.
Kris abaixou a mão e se aproximou do lugar atrás da placa, como se estivesse sonambula.
— Olá! Krisinha! — alguém falou numa voz rouca baixinho atrás dela. Aterrorizada, ela se virou.
Havia alguém parado ali: — Oh, você já está crescida. — Sua voz estava cheia de nostalgia.
— Você não se lembra de mim? — A pessoa se aproximou lentamente, seu rosto escondido nas sombras.
— Quem é você? — Kris recuou e tentou manter distância entre eles.
A pessoa continuou a caminhar: — Não, você definitivamente se lembra de mim. Você é a minha favorita… Hm, tudo bem, minha segunda favorita, minha Krisinha!
Kris continuou recuando até atingir a parede. Não pôde deixar de fechar os olhos, mas prontamente os abriu de novo.
Ela lembrou de repente de uma voz gentil e calorosa: — A maneira que fala, que se move, lembre-se do máximo de detalhes possível.