Vol. 2 Cap. 441 Covarde, e Terceiro Intruso

De alguma forma, isto encheu Kris com coragem, e ela fez o seu melhor para abrir os olhos e observar o estranho se aproximando: — Você não é real.

O peito do homem pareceu tremer com sua risada baixa: — Hehehe! Isso mesmo, então ninguém sabe que estou aqui…

Quando falou, inclinou para perto do cabelo de Kris e respirou fundo. As garras de ferro na sua mão direita arranharam lentamente a parede com um guincho metálico perfurante: — Cough, cough! — Uma tosse suave interrompeu a performance do homem.

Ambos viraram a cabeça.

Luke saiu da escuridão e ficou sob uma lâmpada.

Ele tossiu de novo com vergonha: — Desculpe, mas alguém sabe.

Os dois na parede encararam atordoados, sem compreender por um momento.

Luke suspirou: — Como você já é um homem senil com quase sessenta, deixe-me falar de novo: Estou aqui, então alguém sabe que você veio. Entendeu?

Ele falou gentilmente e com um sorriso suave, como um professor do ensino fundamental instruindo pacientemente uma criança.

— Quem é você? — O homem se endireitou e se virou para encarar Luke.

Luke se aproximou no mesmo ritmo que o homem usou para abordar Kris: — Não lembra? Não, você definitivamente lembra.

O homem ficou sem palavras e só podia balançar as garras na mão direita.

Luke parou na frente dele naquele momento: — Eu era Skywalker, seu pequeno favorito quando criança!

O homem ficou em silêncio por um instante, antes de falar de repente: — Não, não havia Skywalker quando eu era criança.

Luke assentiu: — Verdade, você já tinha quase trinta quando Skywalker ficou popular. Porém, homens sempre são crianças no coração. Como você; você é velho, mas ainda prega estes jogos infantis de assustar garotas.

O estranho riu roucamente: — ISTO é infantil? Bem, gosto de coisas jovens e lindas.

Ouvindo isto, Luke suspirou: — Tudo bem. Acho que você escolheu o passatempo errado e deveria pagar pelas coisas que fez, não acha? Freddy Krueger!

Com isso, Luke chutou o homem bem na virilha.

— AU- — O homem cobriu a virilha e saltou um pouco. De repente, parou e ergueu a cabeça, uma risada maliciosa surgiu em seu rosto hediondo que estava coberta por cicatrizes de queimadura: — Hahahaha! Não dói nada. Você está surpreso?

Luke curvou os lábios: — Tudo bem, sabia que era um maldito eunuco. Não admira que seja pervertido assim.

Ele disse a palavra “eunuco” em chinês, então Freddy não entendeu.

Porém, sabia o que “pervertido” significava.

Freddy não ficou com raiva e apenas riu: — Faz muito tempo desde que encontrei uma criança tão interessante. Deixe-me ver quão corajoso é! — Ele avançou.

Bia!

No momento seguinte, Freddy foi chutado bem no rosto e enviado voando.

Seu corpo de repente virou fumaça e desapareceu, ao mesmo tempo, sua voz bizarra ressoou na escuridão: — Uau, incrível! Você é o Bruce Lee? Estou com tanto medo. Hahahaha!

Luke já tinha se acostumado. A sua provocação mais cedo foi apenas para ganhar tempo de observar este sujeito chamado Freddy.

Ele já havia calculado quando começar e encerrar a luta.

Quando seus olhos observaram à frente, uma sombra surgiu silenciosamente na parede atrás dele, e as garras de Freddy estenderam para o pescoço de Luke enquanto zombava.

— Cuidado! Ele está atrás de você! — No momento que Kris gritou, a mão do Freddy foi pega num aperto forte.

Seu sorriso congelou. No momento seguinte, foi golpeado no chão com um arremesso de ombro.

Havia um sorriso de escárnio no rosto de Luke: — Ataque surpresa? Que truque infantil, Sr. Freddy.

Após falar, pisou no ombro de Freddy, agarrou o braço com as duas mãos e deu uma chave-inglesa.

A mão direita de Freddy quebrou no cotovelo, de modo que Luke segurava o antebraço direito que tinha a mão com a garra.

Examinando as garras de ferro, Luke estalou a língua: — Criativo, mas a mão de obra é terrível e o material é horrível. Você deve ter falhado na aula de artesanato quando criança.

Largando as garras no chão, ele olhou para Freddy: — Vamos, me embosque de novo.

Freddy estava gritando de pânico enquanto sangue jorrava de seu braço.

Porém, caiu na gargalhada no instante seguinte quando outro antebraço cresceu do cotovelo quebrado: — Aqui está outra surpresa, pequeno Skywalker! A arma do seu Tio Freddy está de volta.

Luke ergueu a sobrancelha: — Você é realmente um pervertido. Você é um híbrido de lagarto e lagartixa? Credo.

A risada de Freddy parou completamente e ele desapareceu de novo: — Você tem uma língua desagradável. Eu vou…

Bang!

Freddy foi enviado voando de novo e Luke retraiu a perna de onde chutou Freddy atrás de Kris. Ele disse: — Pervertidos são realmente sem vergonha. Você falou que ia atrás de mim, mas atacou a garotinha. Você realmente se considera um homem?

Freddy sorriu e ficou de pé na neve na rua. Ele abriu a boca, quando Luke bateu na testa: — Ah, foi mal.

Freddy: — Hã?

Luke se curvou um pouco solenemente: — Foi mal, é culpa minha. Você é apenas um cuzão covarde de merda!

Freddy: — …

— Luke? — Um homem chamou de repente de longe. Atordoado, as três pessoas viraram.

No momento que ouviu aquela voz familiar, percebeu que as coisas não pareciam boas. Era Bobby.

O homem correu da escuridão: — Luke, é você? — A lâmpada iluminou o rosto de Bobby.

Freddy soltou uma risada agradável de repente: — Luke? Pequeno Skywalker? Então é você. Você consegue se clonar com a Força então?

Luke estreitou os olhos enquanto sua mente girava em pensamentos.

— Agora, pergunta de múltipla escolha do Tio Freddy para o Skywalker, que tal? Você escolherá a pequena Kris aqui ou… Eh? — O presunçoso Freddy ficou perplexo de repente.

Num instante, Luke e Kris desapareceram de repente.

O rosto feio de Freddy ficou cheio de descrença: — Não, por que ela acordou neste momento?

Do outro lado, um aterrorizado Bobby olhou para Freddy e já estava recuando.

Este lugar era assustador demais e quando encontrou Luke e aquela garota, ambos desapareceram, deixando-o sozinho com este esquisito, hediondo e nojento.

Vol. 2 Cap. 442 Um Bando de Bastardos Azarados

No entanto, o olhar de Freddy, agora estava voltado para ele.

O rosto feio do homem estava coberto de pedaços dispares de pele derretida e carne apodrecida vermelha. Seus olhos, verde e amarelo, eram como de uma cobra enquanto encaravam Bobby.

Bobby sorriu estranhamente: — Sinto muito, parece que peguei o caminho errado. Tchau, tchau. — Ele se virou e correu. Freddy riu maliciosamente: — Não, como já está aqui, por que não fica e brinca com o Tio Freddy… Hã?

Bobby também desapareceu de repente, e a cena inteira ficou mortalmente quieta mais uma vez.

Atordoado, Freddy finalmente rugiu de raiva: — Nãoooooo!

Na cozinha de Kris, um atordoado Bobby olhou para Luke na sua frente. Luke puxou bruscamente o balde de vinho que estava segurando sobre a cabeça de Bobby e entregou uma toalha: — Seque-se, ou você pode pegar um resfriado.

Bobby aceitou a toalha atordoado. Quando limpou o cabelo, pedaços de gelo caíram no chão.

Luke ficou um pouco envergonhado: — Haha. Eu estava com pressa e posso ter usado um pouco de força demais.

Olhando para o balde de gelo que agora estava completamente vazio, Bobby não sabia o que sentir.

Vários minutos depois, Luke levou Bobby até a sala de estar.

No momento que Kris os viu, ela se levantou rapidamente do sofá: — Luke, agora há pouco… Hm, quem é este?

Luke sorriu para ela: — Meu amigo. Ele é um profissional e o melhor para lidar com situações assim.

Bobby ficou sem palavras. Que profissional? Sou um domesticador, e aquela coisa não parecia nenhum pouco com um animal!

Kris ficou suspeita: — Acho que vi ele no meu sonho.

A expressão de Luke não mudou: — É claro. É uma habilidade necessária para um profissional.

Vendo a confusão de Kris, Luke acrescentou: — Ele é um psíquico.

Kris exclamou de surpresa e olhou para Bobby em admiração: — Você é realmente bom, até consegue entrar no sonho de alguém.

 Bobby ainda não sabia o que estava acontecendo. Sou apenas um domesticador! Que porra de psíquico?!

Ignorando-o, Luke olhou para os dois visitantes inesperados: — Nancy, e você; por que você está aqui?

Após Nancy ir para casa, ela ligou para Kris e contou que sua mãe não a deixaria sair.

Kris precisava avisar Luke, então ele não incluiu Nancy no seu plano.

Nancy ficou aterrorizada.

Ela teria ido à sala de jantar procurar por Luke se Selina não tivesse a impedido.

Agora que finalmente teve chance de falar, ela disse apressadamente: — A-Aquele cara veio de novo! Ele matou o Jessie há pouco tempo e entrou no meu sonho.

Luke assentiu: — Primeiro de tudo, quem é Jessie? Além disso, você se machucou?

— Jessie é o garoto que estávamos conversando de tarde. Ele é da nossa sala de aula. — Nancy balançou a cabeça: — Eu configurei o alarme quando estava tomando banho e acordei na hora.

Luke balançou a cabeça internamente.

Do que reuniu até agora, Freddy não queria matar rápido estes alunos do ensino médio, mas aproveitou o processo de brincar com a presa e saborear o medo.

Nancy assim sobreviveu não porque acordou, mas porque Freddy não planejava matá-la ainda.

Ele olhou para o garoto com ela: — E este é…

O garoto estendeu a mão: — Quentin Smith. Você pode me chamar de Quentin.

Luke apertou a mão dele: — Você também está sendo assombrado pelos pesadelos?

Quentin assentiu com um sorriso amargo: — Sim.

Olhando para seu rosto, Luke perguntou: — Quanto tempo faz desde a última vez que dormiu?

A expressão de Quentin ficou mais em pânico: — Não sei. Dois dias, talvez três.

Luke preguntou: — Você veio aqui procurar pela Kris, por quê?

Foi a chegada inesperada deles que acordou Kris.

Selina os parou na porta e falou para não perturbar o sono de Kris.

No momento que Quentin ouviu que ela estava dormindo, ele ficou assustado e rapidamente correu para o lado para atingir com força a janela.

Luke não ficou com raiva pelo que fizeram.

Eles tinham boas intenções e nada de ruim aconteceu com isto — pelo contrário, eles chegaram na hora correta e tiraram Luke e Kris do sonho.

No momento que Luke acordou, rapidamente entrou na sala de jantar com o balde de gelo… e despejou tudo na cabeça de Bobby, acordando instantaneamente o homem.

Quanto à como o gerente de relações-públicas se enfiou naquele pesadelo, Luka já tinha uma ideia.

Após receber a ligação de Luke, Bobby dirigiu por mais de seis horas para chegar tarde.

Ele estava ocupado com a nova empresa de mineração durante o dia, então estava obviamente exausto após a longa viagem.

Se fosse só isso, Bobby talvez não entrasse no pesadelo.

Contudo, Luke teve que apostar com Bobby para aprender a sua habilidade, então era inevitável que o rapaz ficasse meio azarado.

Além disso, Bobby também tinha a Comunicação Mental, e pode ser sensível à energia mental.

Com estes três fatores combinados, ele de alguma forma conseguiu entrar no pesadelo.

Felizmente, a sorte dele não se tornou ruim ao ponto de ameaçar a vida. Luke o tirou do pesadelo antes que Freddy pudesse matá-lo.

Luke ficou um pouco envergonhado com isso.

Ele foi descuidado e Bobby quase sofreu por isto. Luke só esperava que Bobby não ficasse traumatizado demais pelo Freddy.

Contudo, Luke não tinha outra escolha.

O Sistema Daddy claramente não sabia nada sobre tecnologia cibernética.

Luke tentou aposta remota e blackjack online, mas não conseguiu adquirir as qualificações para aprender a habilidade de Bobby dessa maneira, então só poderia fazê-lo vir.

Todavia, Bobby só perdeu duas vezes antes de ser puxado para o pesadelo de Freddy; Luke sentiu que este cara nasceu azarado.

Isso explicaria por que ele acabou como um vagabundo sem teto quando costumava ter um bom emprego. Se a sorte pudesse ser colocada em números, Bobby teria 0 ou -1.

Para a pergunta de Luke, Nancy e Quentin se entreolharam antes do último falar: — A Nancy acha que sua mãe está escondendo algo dela sobre o pesadelo e o homem.

Luke assentiu: — E…

— E queremos descobrir a verdade e acabar com isto de uma vez por todas — falou Quentin.

Ponderando por um instante, Luke balançou a cabeça: — Não é tão difícil. Acho que sei o que ele está querendo.

— O quê? — Kris, Nancy e Quentin perguntaram quase ao mesmo tempo.

Luke ligou o laptop que estava na mesa e averiguou as informações que estava investigando aquela tarde. Ele então virou a tela: — Conhecem este lugar?

Os três olharam para a tela. Nela estava uma foto antiga que mostrava uma escola primaria com uma placa enorme no telhado — Escola Primaria de Badham.

Vol. 2 Cap. 443 Há Somente Uma Verdade

As expressões dos três mudaram quando exclamaram ao mesmo tempo: — Esse é o lugar!

Luke olhou para eles: — Parece que vocês foram neste lugar em seus sonhos?

Eles assentiram.

Luke continuou: — Algo aconteceu nesta escola primaria doze anos atrás e estava relacionada as crianças. Se eu estiver certo, vocês têm por volta de dezessete agora, ou um pouco mais jovens?

Eles assentiram e não falaram nada; estavam claramente nesta faixa etária.

Luke continuou: — Esta escola primeira fica em Springwood, então vocês podem ter estudado lá doze anos atrás. Além disso, olhe para isto…

Luke deu zoom e mostrou outra foto. Colocando as duas fotos juntas, perguntou: — Notaram algo?

Franzindo a testa, olharam para as fotos por um momento, e a expressão de Nancy mudou: — Este é… o mesmo lugar?

Luke assentiu em resposta: — Então, Dean e Kris pelo menos estavam nesta escola primaria quando eram crianças.

O escorregador que Dean estava brincando, a cerca branca atrás de Kris e os bangalôs próximos eram idênticos ao que estava na velha foto da Escola Primaria de Badham.

— Independente de seus pais estarem escondendo algo ou não, não é o ponto importante. — Luke continuou: — Porque aquele homem está levando vocês passo a passo para o que ele quer que saibam.

Os três tinham olhares perplexos.

Luke sorriu de repente: — Não fiquem com medo. Pelo menos vocês nos tem como apoio. Como forasteiros e detetives, somos mais lúcidos; aquele homem é realmente complicado, mas não é invencível, ou não teria esperado doze anos para vir atrás de vocês.

Além disso, o homem era realmente ineficiente quando se tratava de assassinato!

Ele ainda não tinha se vingado dos adultos que o queimaram vivo na época.

Luke não acreditava que o homem era magnânimo o bastante para poupá-los.

Vendo como Dean e Jessie foram mortos, o homem era um assassino de verdade, mas não estava os matando de uma vez por algum motivo.

Os três alunos acharam inacreditável. Como você pode descrever uma pessoa aterrorizante assim com tanta leveza? Realmente estamos falando da mesma coisa?

Luke não prestou atenção alguma as suas expressões: — Então, não é difícil se queremos respostas ou a verdade; visitar este lugar deve ser o bastante.

Todos olharam para as fotos no laptop.

— Vamos… agora? — Kris perguntou com dificuldade.

Luke deu de ombros: — Se vamos ou não é com vocês, só que vocês parecem querer respostas.

Tudo bem; na realidade, ele estava muito curioso sobre o que diabos este Freddy Krueger estava pensando ou o que estava tramando.

Ele simplesmente estava brincando de massacre? Luke sentiu que era mais complicado que isso.

Kris, Nancy e Quentin trocaram olhares e começaram a discutir.

Kris não queria ir, mas Nancy e Quentin queriam.

No final, foi derrotada pela maioria.

Luke e Selina apenas observaram ao lado e não os interromperam.

Somente após chegarem numa decisão unanime que ele falou: — Vamos lá.

Os lábios de Kris moveram, mas não falou nada. Após Luke se levantar, ela o seguiu subconscientemente.

Nancy escapou pela janela e veio no carro de Quentin. Os dois foram no carro dele de novo.

Bobby. Sou apenas um domesticador. Por que tenho que ir também?

Luke ignorou a expressão raivosa de Bobby porque não podia explicar.

Ele podia dizer que a sorte de Bobby estava podre, que poderia ser inexplicavelmente puxado num pesadelo por Freddy se adormecesse novamente?

Era melhor não dizer algo tão doloroso.

Seis pessoas em dois carros percorreram pela cidade no meio da noite e chegaram ao bosque no final da cidade após alguns minutos.

Eles estacionaram fora. Luke levou todos pelo bosque até chegarem numa trilha velha e desolada, cercada pelo milharal até onde os olhos conseguiam ver.

Após caminhar por dezenas de metros pela trilha, viram uma construção próxima da estrada.

Era um bangalô.

A laca no teto estava danificada e quebrada, e as únicas letras restantes eram “Es”.

Na frente do bangalô e próximo ao meio-fio estava um pilar de madeira com uma placa de metal pendurada com as palavras, “Escola Primaria de Badham”.

As expressões das três crianças ficaram pálidas.

Mesmo que fosse tarde e não houvesse luzes, mesmo que a construção há muito tenha se tornado em ruínas, souberam instintivamente que este era o lugar certo.

Vendo todos atordoados na frente da casa, Luke cutucou: — Devemos entrar?

Ficar parado fora da casa não faria nada além de desperdiçar energia.

Numa situação destas, era melhor entrar logo, ou dar meia volta e ir embora, e encontrar outra maneira. A hesitação era a escolha menos útil.

Luke também não poderia ficar por muito tempo.

Voltando a si com o empurrão, os três trocaram olhares, antes de Nancy e Quentin entrarem no lugar.

Kris, todavia, seguiu um passo atrás de Luke novamente.

Todos entraram menos Selina, que ficou fora e monitorou as coisas no tablet.

Isto foi algo que Luke conversou com ela mais cedo. Falou para todos que Selina era o plano B.

Quanto a exatamente o que era o plano B, obviamente não falou. Se a sorte de Bobby já não fosse ruim o bastante para ser puxado no pesadelo de Freddy, Luke teria o deixado de fora também.

Isto poderia ser considerado uma tarefa privada e não havia necessidade de se envolverem. Eles não conseguiriam ajudar, sem falar do perigo. Os cinco entraram no lugar, com Luke e Bobby segurando duas lanternas de LED.

A luz brilhante atravessou a casa escura.

Havia poeira por toda parte. Claramente, fazia muito tempo desde que alguém esteve aqui.

Após caminhar pela casa, nenhuma das crianças parecia bem.

Embora houvesse muitas diferenças quando comparados com seus pesadelos, o ambiente principal era o mesmo.

Eles já haviam entrado neste lugar várias vezes em seus sonhos antes de Freddy os assustar até acordarem.

Vendo como estavam meio apavorados, Luke falou de novo: — Vamos lá. Não parece que as respostas que querem estão aqui.

Nancy e Quentin trocaram olhares, então seguiram Luke pelo corredor. Quando viraram a esquina, viram uma porta no final que tinha a palavra “Manutenção”.

Luke abriu a porta e desceu as escadas.

Este era o porão, bem como a sala de manutenção, que também estava velha e empoeirada.

Vol. 2 Cap. 444 Verdade, Resposta e Armadilha

Kris ainda seguiu Luke de perto e Bobby estava atrás deles, enquanto Nancy e Quentin já estavam procurando no porão.

Comparado a Kris, que já foi salva por Luke duas vezes, eles estavam bem mais desesperados para descobrir exatamente o que Freddy queria.

Pegando algo de uma mesa velha, Quentin murmurou: — É isto, está é definitivamente a casa dele.

Quentin estava segurando uma lâmina de dedo, que era parte da arma de garra na mão de Freddy.

Após olhar em volta por um tempo, Nancy encarou uma mesinha: — Acho… que tem algo ali atrás.

Luke já havia detectado isto com o Olfato Aguçado: — Deixe comigo.

Pendurando a luz na parede, ele arrastou a mesinha de criança para revelar uma pequena porta no fundo.

Ele desmontou a porta cuidadosamente e colocou num lado. Agachando para olhar, percebeu que havia uma sala secreta.

Ele pegou a luz e iluminou o interior da pequena sala secreta: — Querem entrar para dar uma olhada?

Nancy e Quentin assentiram, enquanto Kris simplesmente olhou para Luke em silêncio.

Um momento depois, Bobby permaneceu fora enquanto o resto rastejou para a sala.

Era muito menor que a sala fora e era um espaço criado ao adicionar duas paredes extras num canto da sala original.

Não havia mobília além de uma cama coberta com uma colcha empoeirada.

Porém, todas as paredes estavam cobertas com rabiscos de tinta.

Após tanto tempo, a tinta ficou cinza e preta, então olhando bem, os rabiscos não eram fofos, pelo contrário, eram bem aterrorizantes.

Olhando para os rabiscos, Nancy tocou e murmurou: — Acho… que desenhei isto quando era criança.

Luke não pensou demais nisto. Olhou em volta e encontrou um álbum velho numa caixa de papel empoeirada na mesa de cabeceira.

Abrindo, encontrou algumas fotos laminadas velhas.

Ele folheou algumas páginas e analisou rapidamente o resto das fotos.

Alguns segundos depois, fechou o álbum e franziu a testa.

Notando a expressão, Quentin não pôde deixar de perguntar: — O que tem aí?

Kris e Nancy olharam para o álbum na mão de Luke.

Ele balançou a cabeça e não respondeu à pergunta.

Olhou para Nancy e depois para Kris: — Isto provavelmente é o que ele quer que se lembrem.

As garotas se aproximaram subconscientemente. Nancy então perguntou: — O que é?

Após um breve silêncio, Luke respondeu: — As respostas que estavam procurando para: o que aconteceu nesta escola primaria naquela época.

Nancy se aproximou mais com a mão estendida: — Posso dar uma olhada?

Franzindo a testa por um instante, Luke olhou para Kris e perguntou: — Acho que sei por que ele quer que vocês venham aqui, mas esta coisa é uma armadilha. Então, vou perguntar de novo: vocês realmente querem olhar para isto?

Após uma breve hesitação, Nancy assentiu: — Quero.

Olhando para o rosto de Luke, Kris balançou a cabeça: — Não, não quero.

Luke deu um aceno: — Tudo bem. Nancy, espere um pouco.

Dizendo isso, Luke tirou rapidamente a maioria das fotos antes de jogar o álbum para Nancy.

Ele então acendeu o isqueiro e queimou as fotos em sua mão até virarem cinzas.

Enquanto fazia isso, usou o corpo para bloquear a linha de visão de todos para que não conseguissem ver as fotos. Por outro lado, Nancy corou abruptamente quando olhou para as fotos antes de ficar pálida: — Não, isso é impossível.

Quentin se moveu, prestes a passar e dar uma olhada nas fotos.

Luke disparou para o lado dele e pressionou seu ombro: — É assunto dela.

Quentin ficou em silêncio.

Ele não podia ir lá mesmo que quisesse, porque a força no seu ombro o manteve no lugar.

Olhando para Nancy prestes a chorar, Luke não sentiu muita culpa.

Considerando a curiosidade de Quentin e Nancy, ambos suspeitariam muito se ele queimasse todas as fotos.

Felizmente, Kris confiava nele e era menos curiosa.

Luke se aproximou de Nancy e entregou o isqueiro: — Acho que você precisa disto.

Encarando atordoada o isqueiro por um instante, Nancy voltou finalmente a si e o pegou.

Entretanto, suas mãos estavam tremendo tanto que não tinha força alguma. Foram necessárias várias tentativas até conseguir acender.

Luke apenas ajudou ao simplesmente se virar para bloqueara linha de visão de todos.

Um momento depois, sentiu cheiro das fotos queimando e ouviu os soluços iminentes de Nancy.

Após um tempo, finalmente se moveu para ficar próximo de Kris.

Quanto a Nancy? Ela tinha Quentin para consolá-la. Claramente havia algo entre os dois e Luke não tinha que meter a mão pelos pés.

Vendo a perplexidade no olhar de Kris, expressou: — Como decidiu deixar o passado de lado, não precisa se sentir em conflito. Nem todas as memórias são lindas.

Vendo como Nancy estava chorando com tanta miséria, Kris ficou completamente aliviada internamente.

Ela teve a sensação de que teria ficado tão devastada quanto Nancy se tivesse escolhido ver as fotos.

Mesmo que tivesse um palpite sobre o que as fotos continham, não foi um grande golpe porque não viu com os próprios olhos.

Os seres humanos sempre foram bons em se enganar.

Após um longo tempo, Nancy finalmente se acalmou.

Somente então Luke disse: — Tudo bem, Nancy, sei que está chateada, mas isso se torna em mais um motivo para resolver isto de uma vez por todas, certo?

Nancy ergueu a cabeça e olhou para ele por um momento antes de assentir lentamente.

Quentin não pôde deixar de questionar: — Como vamos nos livrar dele?

Luke os observou e perguntou: — Faz um longo tempo desde que dormiram, certo?

Ambos assentiram amargamente.

Luke: — Agora, deitem-se na cama e vão dormir.

Eles olharam para a cama gasta e imunda e estremeceram.

Todavia, Luke já estava caminhando para puxar a cama de solteiro. Ele envolveu cuidadosamente a roupa de cama e a colcha antes de jogar num canto: — Deve servir agora. — Tudo que restava agora era a cama de solteiro e o estrado, e ele assentiu satisfeito.

Nancy e Quentin suspirou de alívio.

Embora as tábuas fossem duras, pelo menos estavam limpos.

 Naquele momento, Luke continuou: — Kris, Nancy, deitem-se.

Vendo isso, ele puxou um banquinho de madeira do lado. Confirmando que era robusta o bastante, colocou ao lado da cama.

Atordoado, Quentin perguntou: — E… eu?

As duas garotas olharam para ele e depois para a cama de solteiro.

Luke sentou no banquinho. Ouvindo a pergunta, olhou subconscientemente para… o chão.

Vol. 2 Cap. 445 Um, Dois, Freddy Vem Te Pegar!

Seguindo o olhar de Luke, Quentin exclamou involuntariamente: — Não me diga que você quer que eu me deite no chão?

Luke sorriu estranhamente.

Ele precisava admitir que Quentin estava correto.

Luke estava pensando em fazer Quentin deitar sob seu pé para que pudesse ativar a Comunicação Mental através daquele contato.

Suas mãos estavam naturalmente reservadas para as senhoras; ele não podia colocar o pé nas testas de Kris e Nancy.

O ponto principal era que ao invés de deixar alguém tocá-lo, era mais conveniente tratar seus próprios membros como “conduítes” para ativar a habilidade. Era como se muitos arqueiros tivessem o hábito de esticar os dedos para guiar suas flechas quando segurava os arcos. Com o pé? Bem, era possível com alguma dificuldade.

Por um momento, houve silêncio no quarto.

No final, foi Kris quem rompeu o impasse: — Luke, eu… não acho que consiga adormecer.

Luke ficou atordoado, e Kris abaixou a cabeça om vergonha: — Dormi demais de tarde. Não consigo adormecer.

Luke ficou sem palavras. Ele tinha esquecido completamente disso.

Kris dormiu das cinco da tarde até dez da noite; ela estava acordada fazia uma hora.

Não seria fácil dormir agora.

Luke só podia dizer: — Okay, Quentin e Nancy ficarão na cama. Você pode encontrar um lugar para se sentar.

Quentin ficou muito aliviado.

Um momento depois, Nancy e Quentin deitaram na cama de solteiro e Kris sentou perto de Luke em outro banco.

Quentin finalmente não conseguiu se conter: — O que vai fazer?

Luke olhou solenemente para Bobby fora e abaixou o tom: — Mais tarde, farei aquele psíquico profissional ajudar a conectar minha mente com a de vocês para entrar em seus olhos.

Quentin ficou atordoado: — Que psíquico?

Kris rapidamente apontou para Bobby: — Aquele. Ele foi quem ajudou o Luke a entrar no meu sonho e me salvar de tarde.

Quentin e Nancy se entreolharam em descrença, mas olhando para Kris, só podiam acreditar.

Caso contrário, não fazia sentido Kris confiar tanto neste detetive após uma tarde.

Olhando para Nancy e Quentin, que estavam um pouco nervosos, Luke sorriu: — Não precisam ficar com tanto medo; ele não é tão aterrorizante quanto pensam. Kris e eu nos encontramos com ele de tarde e ainda estamos vivos, não é?

É claro, se encontrarem ele sozinhos, provavelmente morrerão bem rápido, Luke acrescentou secretamente em seu coração.

Isto não era ele os desprezando.

Nancy e Quentin eram estudantes comuns que nunca passaram por algum tipo de treinamento relevante.

Se ele podia ou não derrotar Freddy, dependeria de sua sorte.

Felizmente, Luke nunca contou com a sorte, mesmo que sempre tenha sido sortudo.

Nancy e Quentin assentiu e finalmente fecharam os olhos.

Houve tensão no primeiro momento e tentaram permanecer acordados subconscientemente, mas após deitar por um tempo num ambiente silencioso, relaxaram lentamente.

Eles não dormiram há dias. Além disso, Luke usou um pouco da Comunicação Mental quando estava os confortando mais cedo, então agora confiavam mais nele.

Assim, dormiram após vários minutos.

Luke não entrou nos sonhos imediatamente. Ao invés disso, bateu no seu fone duas vezes e recebeu imediatamente o mesmo em resposta.

Aquilo era Selina deixando-o saber que já estava pronto.

Luke tinha seus próprios trunfos, mas ainda preferiu ficar um pouco mais preparado. Selina agora estava observando a atividade no cômodo pela câmera de vigilância que Luke montou.

Selina cochilou por uma hora de tarde e estava em alerta total, diferente de um gerente de relações-públicas azarado.

Recebendo a resposta de seu apoio fiel, a atenção de Luke retornou para Nancy e Quentin e notou leves mudanças em suas condições físicas.

Sua respiração e batimento cardíaco aceleraram um pouco, mas nada muito intenso.

Freddy provavelmente já havia os arrastado para o pesadelo, mas este era apenas o prelúdio para o ato principal.

Ele se virou para o lado e sorriu para Kris: — Confie em mim. Todos vocês sairão daqui seguros.

Ele então fechou os olhos e colocou as mãos nas cabeças de Nancy e Quentin, ativando a Comunicação Mental.

No momento seguinte, a cena mudou.

Luke se encontrou em algum tipo de sala de aula.

Estava completamente escuro fora da janela, e havia apenas uma luz pálida e sombria na sala. Somente alguns brinquedos e itens estavam espalhados; não havia ninguém aqui.

Luke não ficou por mais tempo e saiu.

No corredor, ouviu o eco de uma leve música. Várias garotinhas pareciam estar cantando uma canção de ninar e havia o bater rítmico de uma corda.

Luke caminhou pelo corredor para uma sala no final. A porta estava aberta e ele viu três garotas usando vestidos brancos.

Elas estavam brincando de pular corda enquanto uma das garotas saltava no meio e cantavam a canção de ninar juntos.

— Um, dois, Freddy vem te pegar… Três, quatro, feche bem o quarto… — Elas pareciam tê-lo notado, mas nada mudou em suas expressões enquanto continuavam a cantar e pular. Na sombra da fraca luz fluorescente, seus olhos eram como buracos negros enquanto o encaravam.

Luke inclinou a cabeça, após averiguar a cena, riu de repente: — Este cara é realmente um pervertido, mas é criativo. Pena que está usando isto para algo assim.

Balançando a cabeça, continuou pelo outro lado.

Na sala atrás dele, as três garotas viraram as cabeças e o observaram sair enquanto continuavam balançando a corda e cantando. Suas vozes monótonas ecoaram no corredor.

— Cinco, seis, pegue seu crucifixo…

— Sete, oito, fique acordado…

Luke chegou no corredor e abriu a porta que tinha a palavra “Manutenção” nela para revelar um espaço cheio com vários tipos de canos de metal. Atrás dele, as garotas continuaram cantando: — Nove, dez, não durma nenhuma vez…

Quando Luke entrou na sala, a música chegou num fim abrupto.

Ele virou a cabeça, só para ver que não havia uma porta atrás dele, apenas uma parede escura. A luz vermelha fraca neste espaço era como uma camada de sangue nauseante de olhar.

— A habilidade deste cara… Eu realmente a quero! — Luke murmurou.

A habilidade de entrar nos sonhos não era apenas útil numa luta.

Se ele quisesse, poderia criar um sonho numa praia ensolarada e uma quantidade infinita de comida deliciosa para satisfazer uma gulosa em particular. Ele poderia inventar a comida que ela quisesse e ela nunca engordaria ou perderia peso.

Similarmente, poderia fazer os suspeitos acreditarem que estavam num lugar seguro e conversar para uma parte segura. Seria muito mais fácil que usar algum tipo de interrogatório para contornar suas barreiras psicológicas.

E isto era apenas considerando o uso da habilidade em trabalho ou batalha legitima.

Vol. 2 Cap. 446 Afogando em Sangue e Tirando o Máximo de Proveito

Pensando fora da caixa, esta habilidade de entrar nos sonhos era particularmente onipotente e, além disso, não envolvia custos extras.

Se Freddy quisesse construir um parquinho como este na realidade, primeiro teria que pensar em tentar manter segredo, depois considerar a renovação, instrutura e assim por diante.

Foi precisamente por estes motivos que Luke nunca montou a base secreta que visava.

Numa terra dos sonhos, no entanto, não havia fim para o que poderia criar.

Era uma pena que este psicopata do Freddy tivesse desperdiçado sua habilidade em criar este parquinho assassino.

Então de novo, ele não precisava de dinheiro ou comida, e seu único passatempo era torturar e matar pessoas.

Sua mente girou com estes pensamentos, Luke avançou.

Várias fornalhas ligadas brilharam e luz vermelho-escuro cintilou; o espaço inteiro estava quente, seco e aterrorizante. Alguém riu sinceramente na distância e havia um clangor de metal.

Era ninguém menos que Freddy.

— Minha Nancyzinha, você realmente acha que seu namorado pode te salvar? — Sua voz baixa soou antes de seu tom mudar abruptamente: — Então ele também pode morrer com você! Ele é um covarde, ele não pode te salvar! Ele nem consegue se salvar! Deste jeito…

— Ah! — Quentin gritou de dor. Freddy provavelmente o feriu de alguma forma.

Luke, todavia, manteve o ritmo despreocupado.

Após tudo isso acontecer, ele começou gradualmente a entender melhor o personagem de Freddy.

Este sujeito com certeza não mataria a presa até ter se divertido o bastante.

Ele estava se exibindo, ou era apenas um interesse doentio? Luke não tinha certeza; pode haver outros motivos.

Era como um gato brincando com um rato.

— Ahhhh! — Quentin soltou um grito de novo.

— Pequena Nancy, olha, você tem um namorado péssimo. Ele tropeçou nos próprios pés e desmaiou. Como ele pode te proteger? — O tom de Freddy ficou brincalhão: — Venha para o Tio Freddy. Você é minha favorita, hahaha!

Naquele momento, Luke saiu e viu Quentin deitado no espaço entre duas caldeiras.

Uma Nancy em pânico recuou numa escadaria de metal não muito longe e começou a correr.

Freddy a seguiu sem pressa. As garras de ferro na mão direita arranharam no corrimão e o barulho irritante ecoou pela sala da caldeira.

Luke suspirou. Que cara pretensioso! 

Ele realmente queria espancá-lo.

Freddy desapareceu nas escadas enquanto perseguia sua “pequena Nancy”.

Luke caminhou até Quentin e o puxou.

Quentin estava bem. Freddy achou ele um incômodo, mas não queria matá-lo ainda, então nocauteou o sujeito e o deixou aqui.

Pegando Quentin, Luke se moveu mais rápido.

Luke ainda queria ver o que mais Freddy ia fazer, mas não podia deixá-lo concluir seu show e então matar Nancy. Seguindo a risada prazerosa de Freddy, Luke saiu em outra passarela, só para descobrir que a cena havia mudado.

Ele se viu de repente num prédio comum.

Este prédio parecia especialmente silencioso comparado a tempestade afora.

É claro, não contava com a correria e gritos de cima enquanto Freddy brincava com Nancy.

A voz de Freddy ecoou de novo no prédio: — Haha, vamos brincar de pique-esconde, que tal? Se eu te pegar… Hehehe. Okay, Tio Freddy vai começar a contar! Dez, nove, oito… — Luke revirou os olhos. Claramente não havia limites para os interesses doentios deste sujeito.

Naquele momento, uma Nancy medrosa estava escondida num armário em um dos quartos do andar de cima.

Quanto ao motivo dela estar escondida aqui? Não sabia; era só que havia um senso de pavor aumentando constantemente em sua cabeça que estava a mandando se esconder. Ela não percebeu que sua mente estava ficando lenta e difusa. Até tinha esquecido de Quentin, que veio com ela.

Quanto a Luke? Nunca se lembrou do cara para começar.

Nancy olhou nervosamente pela porta fechada, que estava entreaberta, mas congelou de repente.

Um momento depois, virou lentamente a cabeça, e um rosto queimado estava bem ao lado.

Eles se encararam, e o homem hediondo sorriu brilhantemente: — Buu!

Nancy gritou histericamente, abriu a porta e voltou a fugir.

Ela só deu alguns passos num corredor quando o chão virou lama preta. Ela ficou presa e começou a afundar lentamente.

Freddy ainda estava parado no chão de madeira não muito longe: — Hehe. Você não pode fugir, pequena Nancy.

Nancy lutou com tudo que tinha, mas afundou cada vez mais no atoleiro.

Aquele líquido preto espesso que cheirava a sangue e podridão encheu sua boca e nariz.

Este era um pântano de sangue apodrecido.

— Ahhh! — Com o último grito desesperado, ela foi completamente submersa no pântano de sangue.

Luke chegou bem a tempo de ouvir as palavras de Freddy e ficou perplexo. Isso é tudo que quer fazer com uma garota fofa? Você realmente consegue se conter!

Se aproximando da beira do atoleiro de sangue, olhou para a sujeira pútrida e nauseante que estava a um passo de distância de onde estava no chão de madeira.

Luke já havia analisado o sangue com Olfato Aguçado.

Sua conclusão foi simples: era real e falso.

Similar a neve no sonho de Kris, tinha a maioria dos componentes do sangue real, mas carecia de sua complexidade.

Não havia flocos de neve idênticos no mundo. Pela mesma lógica, não era possível duplicar o mesmo sangue.

Talvez a habilidade de Freddy não fosse forte o bastante, ou talvez nunca tivesse considerado um assunto complicado destes. Poucas pessoas arrastadas para o seu pesadelo analisariam o sonho de maneira tão meticulosa quanto a Luke.

Ponderando por um instante, Luke suspirou: — Esqueça. Terei que experienciar mais cedo ou mais tarde.

Ele deu um passo com o inconsciente Quentin no pântano de sangue e afundou lentamente.

— Então essa é a sensação de afogar em sangue. — Ele tentou tirar proveito disto.

Graças a Freddy e o Olfato Aguçado, Luke confirmou que este era apenas uma ilusão incrivelmente vivida.

Caso contrário, se fosse real, poderia não ter tido coragem de saltar, porque… era realmente fedorento e nojento.

Luke sentiu que a temperatura do fluido pegajoso e fedorento não foi distribuída igualmente.

Algumas partes estavam mornas enquanto outras geladas. Era como a diferença entre o sangue que foi jorrado e o sangue que já estava frio.

Vol. 2 Cap. 447 Monstro, Libere a Garota! Eu Farei Isto!

Luke não estava familiarizado com a sensação, exceto que estava sentindo por todo seu corpo ao invés de apenas as mãos.

Ele não sabia como descrever.

Ele também observou a reação de Quentin.

Na verdade, Quentin já deveria ter acordado engasgado com o líquido nojento, mas ainda estava inconsciente.

Poderia ser que o pesadelo não poderia afetar Quentin porque estava inconsciente, ou o sinal aqui era ruim, então o ataque de Freddy não tinha efeito?

Vários pensamentos passaram pela mente de Luke enquanto os dois continuavam afundando no atoleiro infinito de sangue e fedor.

Por outro lado, Nancy se sentiu sufocada no momento que afundou.

O sangue espesso e gosmento preencheu sua boca e nariz, e o fedor horrível a fez sentir como se estivesse caindo no inferno.

Era como uma pessoa comum caindo num poço cheio de merda.

Após o que parecia um longo, mas também curto momento, ela caiu de repente do pântano, e a escuridão diante de seus olhos iluminou um pouco.

Seus olhos arregalaram quando se sentiu pousar numa cama macia. Acima dela, o sangue vermelho-escuro encolheu rapidamente até o teto retornar a sua cor original.

Este era… seu quarto?

Nancy encarou atordoada. Quando abaixou a cabeça, descobriu que sua camisa e jeans foram substituídos com um vestido branco.

Sua expressão mudou.

Ela estava muito familiarizada com o estilo e cor do vestido.

Este era o vestido usado pela garotinha em seu sonho, que não era outro senão o que usava quando estava na Escola Primaria de Badham.

— Três! Dois! Um! — Uma voz baixa soou e a porta do quarto abriu.

Inclinado contra a porta, Freddy tamborilou as garras nela: — Estou entrando, Nancyzinha.

— Não! Não venha aqui! — Nancy murmurou de medo.

Freddy simplesmente riu enquanto se aproximava: — Seus olhos dizem, não, não, mas sua boca diz sim, sim!

Enquanto falava, estalou as garras e Nancy foi imediatamente restringida pelas cordas invisíveis, seus ombros estenderam na cama.

— P-Por favor, não! — Nancy caiu em desespero.

Freddy saltou graciosamente na cama e deitou ao lado. Apoiando a cabeça com a mão esquerda, as garras frias e afiadas na mão direita percorreram a panturrilha macia dela lentamente.

Quando as pontas das garras roçaram em sua pele, Nancy ficou aterrorizada; parecia que suas pernas estavam sangrando quando, na realidade, eram apenas alguns arranhões.

As garras de Freddy continuaram subindo enquanto levantava o final do vestido branco: — Você ainda lembra que este é o meu vestido favorito?

Nancy balançou a cabeça com dificuldade: — Não, não lembro.

 Freddy gargalhou: — Você lembra agora. Sei que viu meu presente. Seu coração está cheio de dor e medo. Eles estão me chamando.

Enquanto falava, as garras moviam para dentro do vestido, passando pelo joelho e coxa.

Nancy fechou os olhos miseravelmente: — Socorro!

Freddy vaiou: — Não tem ninguém aqui, nem seu namoradinho.

Quando falou, suas garras rasgaram a bainha do vestido.

— Abra os olhos e olhe para mim! — Freddy gritou de repente.

Nancy foi incapaz de revidar e abriu os olhos subconscientemente antes de exclamar em choque: — Meu Deus!

Freddy riu: — Não, seu Deus não está aqui. Sou apenas eu, e vou te enviar ao inferno.

Porém, era como se Nancy não o ouvisse quando murmurou: — Quentin? E… Luke?

Freddy encarou atordoado por um instante, antes de se virar de repente.

Naquele momento, no canto do teto, o líquido vermelho-escuro cuspiu duas pessoas antes de encolher rapidamente.

Um estava todo molenga, o que sugeria que estava inconsciente.

A outra pessoa girou no ar e pousou habilmente no chão.

Olhando para as duas pessoas na cama, colocou a mão na testa: — Oh, Freddy, Freddy. Como te falei um milhão de vezes, não faça coisas desprezíveis com uma garota bonita, você é um eunuco miserável!

Surpresa cintilou nos olhos de Freddy. Ele se levantou lentamente: — É você de novo?

Luke respondeu: — Isso mesmo! Sou a personificação viva da justiça, Skywalker!

Atordoado, Freddy riu tanto que mal conseguia ficar de pé: — Haha, haha. Skywalker? Que medo! Ei, onde está seu sabre de luz? Onde está sua capa? E mais importante, onde está sua Força?

Enquanto falava, se virou para deitar perto de Nancy novamente, acariciando a pele suave dele com suas garras: — Gosto do som de quando minhas garras cortam a pele dela, e quando elas choram e gritam…

— Monstro, libere a garota! — Luke rugiu: — Eu farei isto!

Freddy: — Hã?

Nancy: — O quê?!

Luke sorriu envergonhado: — Haha, desculpa, lembrei da fala errada! Deve ser… Não toque nela!

Ouvindo a fala familiar, Freddy sentiu que tudo finalmente estava voltando ao seu controle.

Suas garras continuaram subindo enquanto cortava o vestido branco: — Como posso desistir de algo tão maravilhoso?

Ele parou no busto de Nancy e pressionou com força. As pontas afiadas de suas garras pareciam que apunhalariam o coração dela no instante seguinte.

Vendo esta situação, Luke comentou de repente: — Huh, ela já está crescida, por que não está usando sutiã?

Freddy: — Hã?

Nancy: — O quê?

Quando Luke perguntou isso, já tinha arremessado Quentin.

Olhando para Quentin voando na sua direção, Freddy não conseguiu entender bem o que estava acontecendo e desapareceu instantaneamente, e um Quentin inconsciente atingiu Nancy com força. Incapaz de gritar, só podia ofegar de dor.

Quentin era tão pesado que ela sentiu que seu estômago estava afundando.

Freddy reapareceu próximo da cama: — Uau, parece que tenho dois brinquedos agora.

Luke curvou os lábios: — Claro. O garoto está no topo mesmo. Você pode matá-lo primeiro.

Freddy: — Hã?

Nancy: — O quê?

Luke caminhou lentamente: — Não sou gay. Por que protegeria outro homem? Um homem de verdade deveria contar apenas consigo.

Freddy: — …

Nancy: — …

Nós realmente não sabemos como discutir com isso.

Vol. 2 Cap. 448 Batalha de Papo Furado

Revirando os olhos, Freddy apunhalou de repente a garra no braço de Quentin: — Acorde. Sua namorada está prestes a morrer.

Quentin apenas gemeu e permaneceu inconsciente.

Envergonhado, Freddy puxou a garra, deixando uma pequena ferida no braço de Quentin.

Luke sorriu quando disse: — Não se incomode. Mesmo que o alimente com merda, ele não responderá.

Freddy piscou: — É mesmo? Então e quanto a você?

Luke franziu a testa: — Como eu falei, vou te matar.

Ele atacou com a perna de repente.

Freddy virou para trás e riu: — Hahahaha. Então, sua boca está cheia de merda, não é? Então pegue um pouco mais!

Num piscar, a cena mudou de novo e estavam de volta na sala da caldeira.

Nancy ainda estava amarrada com os membros estendidos, exceto que agora estava suspensa no ar por quatro correntes.

Abaixo dela estava uma fornalha enorme que disparava chamas que lambiam seu vestido rasgado e o incendiava.

Nancy gritou imediatamente de dor; era como se as chamas queimando seu vestido estivesse queimando sua alma, e ela estava em agonia.

Luke olhou para baixo, onde o líquido vermelho-escuro do atoleiro estava o engolindo novamente.

Ele não pôde deixar de murmurar: — Uma experiência destas é mais que o bastante.

Ele pisou no chão.

Bang!

Com o som abafado da explosão, um buraco enorme foi deixado no sangue vermelho-escuro quando Luke saltou na direção de Nancy.

Balançando as mãos, cortou as correntes que a prendiam, fazendo-a cair no chão.

Liberta, Nancy gritou e rolou desesperadamente no chão enquanto batia freneticamente no fogo em seu vestido.

Luke girou e pousou ao lado dela. Sentindo-se resignado, a segurou e apagou o fogo após bater algumas vezes no vestido dela.

Encarando atordoada o vestido arruinado, Nancy não entendeu o que estava acontecendo.

Olhando para um Freddy confuso não muito longe, Luke disse: — Nancy, preciso te lembrar que veio aqui de camisa e jeans?

Nancy ficou confusa: — Hã? O quê?

Luke disse: — Então, seu vestido, o fogo e até sua nudez, é tudo da sua imaginação, entendeu?

Nancy balançou a cabeça atordoada. Sua mente estava chocada demais para pensar em algo assim.

Luke não se incomodou em dizer mais.

Sabia que não era culpa da Nancy.

Não era que ela fosse idiota; foi o pesadelo criado pelo Freddy que estava afetando seu raciocínio e a fazendo ignorar as partes irracionais de seu sonho.

Várias pessoas sonhavam sobre voar, caindo de um penhasco ou sendo mal-assombrados.

Algumas seriam racionais o bastante naquele momento para analisar a situação.

Era quando estavam sonhando que as pessoas estavam mais relaxadas.

Também era quando suas mentes eram fáceis de manipular.

Freddy matou pessoas nos sonhos porque não era tão forte na realidade.

Era apenas em seus sonhos que ele poderia manipular a consciência destes jovens e hipnotizá-los pouco a pouco.

Quando suas mentes estavam uma bagunça, como Nancy gritando e chorando, Freddy conseguiria matá-los facilmente.

A verdade era que não foram mortos só pelo poder de Freddy, mas também através de suas próprias ações.

Algumas vezes, quando uma pessoa pensava que estavam mortos, morreriam de verdade.

A habilidade de pesadelo de Freddy construía este fenômeno e até transformava em sua força.

Freddy encarou Luke com perplexidade: — O que… é você?

Luke revirou os olhos: — Humano.

Freddy bufou: — A habilidade que usou não parece dizer isto.

Luke ficou infeliz: — Como pode me xingar assim? Vou te matar. — Levantando-se, disparou em Freddy.

Freddy atacou Luke com a garra sem hesitação.

Ele não acreditava que braço de Luke poderia aguentar o ataque. Além disso, este era o seu território.

Luke, ergueu a mão e torceu o braço de Freddy para as garras serem miradas nele.

Ao mesmo tempo, chutou Freddy na virilha e pressionou no chão com as mãos.

Freddy soltou alguns gritos antes de desaparecer de repente: — Uau, você é realmente o Bruce Lee, mas é inútil. Hahaha, este é o meu mundo.

Luke retraiu as mãos e riu: — Você é convencido para um homem sem pinto. Além disso, este seu mundo é um lixo. Você deveria ler mais livros.

Freddy expressou: — Haha, está preocupado agora, pequeno Skywalker? Não tenha pressa, o Tio Freddy sempre te fará companhia.

Bia!

Luke, inexpressivo, puxou a perna direita para trás: — Você usou este truque por muitos anos, pode mudar para algo novo? Se não for criativo o bastante nesta época, ficará para trás, Tio Freddy!

Freddy se levantou de onde estava no canto e esfregou o nariz: — Porque eu gosto. Além disso, os clássicos nunca saem da moda.

Luke deu de ombros: — Isso é tudo que tem? Deixe-me dizer algo bom. Tenho dois parceiros que podem nos acordar a qualquer momento. Você não tem muito tempo.

Freddy riu, mas não desceu de onde estava no canto.

Ele percebeu que Luke era muito difícil de lidar.

Primeiro de tudo, ele não estava com medo.

Segundo, por causa de Luke, a mente de Nancy estava começando a clarear e Quentin estava inconsciente.

Como resultado, seu poder no sonho estava diminuindo.

Manter este pesadelo exigia poder, o que não era inesgotável.

Ele também conseguia matar pessoas em seus sonhos com um poder em particular, o que também poderia acabar. Se conseguisse matar à vontade quando entrasse no sonho, já teria massacrado todos em Springwood.

Por fim, Luke tinha uma resistência mental forte e era completamente imune ao efeito do pesadelo.

Por agora, os dois estavam num impasse.

Assim como durante seu papo furado antes de simplesmente trocarem alguns golpes, os dois tinham objetivos mais complicados.

Luke tinha muitos trunfos, mas estava aproveitando a oportunidade para observar a terra dos sonhos no pesadelo de Freddy. Afinal, era raro encontrar alguém que poderia manipular os sonhos assim.

Freddy, por outro lado, estava tentando ganhar tempo para absorver mais medo e dor de Quentin e Nancy e subsequentemente ficar mais poderoso.

Cada um tinha seu motivo e esquema, eles começaram a trocar farpas de novo, enquanto Nancy e Quentin foram pegos no meio.

Quentin estava inconsciente e não estava sofrendo tanto, mas Nancy só podia ficar ali miseravelmente enquanto cobria os peitos com desconforto.

Vol. 2 Cap. 449 Terceiro Intruso Profissional, e Eu Voltarei

Enquanto Luke suprimia lentamente o ar dominador de Freddy, Nancy voltava a si.

O que mais a deixou envergonhada foi o que estava usando.

Freddy a colocou neste vestido de sua infância. Ela naturalmente não precisava de sutiã na época, e Freddy cortou maliciosamente o vestido de baixo para cima.

Para piorar as coisas, metade do vestido foi queimado pelo fogo da fornalha e mal podia cobri-la.

Luke e Freddy estavam ocupados demais trocando farpas para olhar para ela, caso contrário, ela teria se agachado e se coberto.

Naquele momento, Nancy sentiu que sua visão de mundo estava colapsando.

Ela ficou ciente da existência de Freddy alguns dias atrás, e além disso, viu Dean se matar com os próprios olhos.

Só então ela descobriu que um sonho poderia matar alguém.

Mas agora, ocorreu de repente a ela que Freddy, que a deixou completamente aterrorizada, parecia incapaz de fazer algo para uma pessoa que estivesse por volta da idade de Nancy, exceto falar besteira.

Esta reversão drástica a fez se perguntar como Freddy poderia fazê-la quase se mijar.

Enquanto os três estavam contemplando seus próprios pensamentos, a expressão de Freddy mudou e Luke também virou a cabeça de repente.

Uma porta apareceu de repente na parede, e alguém entrou.

— Luke? — A voz trêmula de Bobby soou.

Luke revirou os olhos.

O azar do gerente de Relações Públicas era realmente incrível para caralho para trazê-lo de volta, e bem na hora do conflito.

Freddy exibiu um sorriso agradável: — Ora, ora, olha só quem é? É um rosto familiar. Parece que hoje é meu dia de sorte.

Luke repreendeu: — Bobby, apenas o trate como aquele seu chimpanzé e ensine-o uma boa lição.

Freddy: — Hã?

Bobby: — O quê?

Que porra de chimpanzé?

Bobby gritou reflexivamente: — Ele não se parece nada com o Doutor! O Doutor é muito fofo.

Doutor era o nome do chimpanzé de Bobby.

Bobby sempre torceu para o bichinho se tornar um pouco mais esperto… motivo pelo qual colocou o nome de Médico.

Luke ficou sem palavras: — … Então trate-o como aquelas coisas idiotas que você treina, como um cachorro, ou um urso, ou sei lá.

Bobby queria reclamar. Ele sempre foi bom com cachorros e nunca abusou de nenhum.

Quanto aos ursos… ele nunca os treinou antes.

Freddy não se importou com as bobagens que estavam falando e apareceu na frente de Bobby instantaneamente.

Olhando para esta aberração assustadora, Bobby fez subconscientemente o que Luke mandou.

Ele simplesmente respirou fundo e abriu os olhos para rugir: — Cai fora, ou você vai levar chicotadas! — O corpo inteiro de Freddy congelou de repente. No instante que Bobby rugiu com os olhos arregalados, foi como se Freddy visse um longo chicote o chicoteando de repente. A maneira que assobiava no ar indicava poder massivo, o que poderia absolutamente fazer uma pessoa se mijar.

O medo surgiu de repente no coração de Freddy e ele congelou com a mão ainda erguida.

Este grito foi algo que Bobby aperfeiçoou quando estava treinando tigres e leões no circo.

Ele teve que intimidar estes animais ferozes com a Comunicação Mental e golpes de chicote, ou seriam ainda mais resistentes ao treinamento.

Isto foi algo que fez por mais de dez anos, e basicamente se tornou um instinto.

Sua mente e habilidade eram o conjunto perfeito. Além disso, ele estava num ambiente de sonho único, e Freddy sofreu instantaneamente um golpe severo.

Freddy não era um animal, nem tinha medo de chicotes, mas parou subconscientemente para a intimidação intensa liberada pela mente altamente focada de Bobby.

Isso foi o bastante.

Luke reagiu rapidamente e disparou quase no mesmo instante para agarrar as mãos de Freddy.

Explosão Física, ativada!

Instantaneamente, seu coração começou a bombear mais de 400 vezes por minuto, que era o bastante para acordá-lo do sonho.

De volta a realidade, Luke abriu os olhos.

Rapidamente recuou com as mãos, arrastou uma pessoa de suéter vermelho e preto do nada.

— Bem-vindo ao meu mundo! — Os lábios de Luke se curvaram enquanto olhava para o Freddy em pânico.

Quase ao mesmo tempo, Nancy e Quentin abriram os olhos e sentaram abruptamente onde estavam na cama de solteiro, e Bobby gritou atordoado fora do cômodo.

— Puta merda! O que diabos é isso? — Selina gritou no fone de Luke.

Luke não respondeu. Arrastou instantaneamente Freddy pela porta e seguiu para fora da sala de manutenção enquanto gritava: — Bobby, vá e impeça-os de sair. Tem algo que preciso fazer.

Bobby assentiu atordoado enquanto observava Luke arrastar aquele monstro como um cachorro morto para o lado de uma das fornalhas.

— O que está esperando? Eles estão saindo — Luke gritou.

Bobby estremeceu e correu para a porta do pequeno cômodo para bloquear a visão das três pessoas.

Virando-se para olhar a pessoa que estava segurando, Luke fortaleceu o aperto de repente.

Houve dois sons de estalo e Freddy gritou de dor quando Luke esmagou seus pulsos.

Luke então arrancou sem pressa as garras de metal na mão direita.

Freddy só podia continuar gritando miseravelmente sem chance de escapar. Luke ainda estava segurando a mão direita com força, tornando impossível para ele fugir.

— Fraco, impotente e lamentável! — Luke riu: — Todo-poderoso nos sonhos, mas um covarde na realidade! Esse é você, Sr. Freddy Krueger.

Os olhos de Freddy estremeceram violentamente, mas não conseguiu pensar em nada para dizer.

Ele não era humano há muito tempo, então, na verdade, dificilmente sentiria dor mesmo que virasse picadinho, sem falar numa pequena fratura óssea.

Entretanto, Luke ainda precisava soltar após esmagar os seus pulsos.

Freddy conseguia desaparecer e aparecer nos sonhos a bel-prazer, como teletransporte, mas assim que se materializou no mundo real, se tornou tão impotente quanto um feiticeiro que entrou em um reino onde magia era proibida. Luke arrastou Freddy até a fornalha e abriu casualmente a tampa quadrada de metal: — Últimas palavras?

Freddy retrucou: — Hahahaha. Você não pode me matar.

Luke assentiu: — Você não está errado sobre isso.

Freddy sorriu maliciosamente: — Eu voltarei.

Luke disse: — … Esquece, chega de conversa. Depois de ouvir você, acho que você é mentalmente deficiente. Não admira que só assuste crianças.

Freddy: — Hã?

Com preguiça para conversar mais, Luke socou Freddy uma dezena de vezes com o punho esquerdo.

Ouvindo os estalos ecoarem, Bobby virou a cabeça reflexivamente para olhar e suou frio instantaneamente.

— O que está olhando? Nunca viu um chefe tão incrível antes? — A mão esquerda de Luke não parou enquanto repreendia Bobby, até os ossos de Freddy serem estilhaçados e ocorrer um sangramento interno interminável.

Somente então Luke parou enquanto murmurava: — Seus ossos e músculos são mais fortes que os de uma pessoa normal, e você não parece sentir dor, então você não é fraco no mundo real.

Vol. 2 Cap. 450 Pesquisa e Ciência Confiável

Freddy cuspiu bocados de sangue vermelho-escuro e perguntou fracamente: — Cough, cough, o que você quer?

Luke respondeu: — Não se incomode comigo. Em todo caso, você estará morto logo e falou que voltará, então só estou aproveitando o material.

Ele rasgou casualmente as orelhas do cara e tentou armazená-las no inventário, mas não houve resposta.

Luke soltou um “oh” surpreso.

Parte do corpo do sujeito ainda poderia ser considerado vivo e não podia ser armazenado no inventário.

Luke simplesmente jogou as orelhas na fornalha e agarrou a pá de metal ao lado para coletar as cinzas antes de usar para forçar o rosto de Freddy na fornalha: — Você pensou nas falas da próxima vez? Precisa de ajuda?

Freddy: — Eu voltar-

Clang!

— Nada criativo. Polegar para baixo! — Com um corte da pá de ferro, Luke decapitou Freddy.

Clang! Clang! Clang! Clang! Clang! Clang!

Após vários golpes seguidos, Luke franziu a testa: — Você realmente não é mais humano.

As orelhas de Freddy, que Luke rasgou mais cedo, rapidamente apodreceram em vermes nojentos se contorcendo. A cabeça de Freddy, todavia, exibiu um sorriso sinistro: — Eu volt…

Duang!

Luke bateu na cabeça com a pá e calou a boca. Ele então agarrou uma lata de óleo e despejou gasolina sobre o corpo de Freddy.

Ele acendeu o isqueiro e jogou casualmente na fornalha, criando fogo instantaneamente.

O corpo de Freddy estalou e se transformou em vermes no fogo, e houve leves uivos e lamurias.

Freddy não era uma ameaça tão grande para Luke quanto um atirador armado.

Ele era um super fracote quando não estava no mundo dos sonhos.

E no mundo dos sonhos, Luke poderia subjugar todas as habilidades de Freddy.

Porém, a habilidade de Freddy para entrar nos sonhos e matar era letal demais para pessoas comuns.

Preocupado com Nancy e Quentin, Luke estava ganhando tempo esse tempo todo no sonho, enquanto procurava por várias fraquezas para que pudesse derrotar Freddy de uma vez sem dar chance de contra-ataque.

Caso contrário, se usasse seus trunfos no momento que entrou no sonho e não acabasse com Freddy para sempre, Nancy e Quentin poderiam morrer.

Além disso, não havia espécime melhor para estudar poderes mentais que Freddy, este fracote completamente inofensivo; como Luke poderia ter uma oportunidade tão boa quando encontrasse outros especialistas no futuro?

Olhando para as notificações do sistema, descobriu que, com certeza, Freddy não morreu.

Ele balançou a cabeça. No final, ele não era um exorcista profissional.

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Impeça Freddy Krueger de matar pessoas. Concluído.

Experiência Total: 200

Crédito Total: 200

Taxa de Contribuição: 95%

EXP +190

Crédito +190

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Você derrotou Freddy Krueger e recebeu uma lista de suas habilidades

Habilidades de Freddy Krueger: Invasão dos Sonhos (Concedido pelo Mal, indisponível), Horror dos Sonhos (Concedido pelo Mal, indisponível), Ressurreição (Concedido pelo Mal, indisponível)

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O sistema falou que Freddy foi derrotado e não morto.

Olhando para esta habilidade Ressurreição, Luke percebeu o que estava acontecendo.

Freddy era um monstro similar ao Jason Voorhees e poderia reviver. Eles não podiam ser considerados humanos, então não era fácil de matá-los.

O mais estranho foi como as habilidades de Freddy eram esquisitas.

Luke ficou muito curioso sobre este título “Concedido pelo Mal, Indisponível”.

Além disso, verificou alguns dos mecanismos do sistema de novo.

Por exemplo, o Sistema Daddy não reconhecia coisas consideradas não humanas.

Luke matou uma horda de aranhas gigantes mutantes em Prosperity, por exemplo, mas a experiência e pontos de crédito que obteve foram apenas por salvar os moradores, e o sistema nem deu a habilidade para produzir fios ou teias de aranha.

Ele só tinha uma pergunta: Como diabos o sistema classificaria os alienígenas?

Enquanto ponderava, Luke observou Freddy virar cinzas na fornalha antes de raspar tudo com a pá e despejar gasolina na pilha para queimar de novo.

Apenas por precaução de alguma parte de Freddy permanecer, ele não morreria.

Infelizmente, após o corpo de Freddy virar pó e Luke reunir novamente com a pá e queimar de novo, ainda não houve nenhuma notificação da morte de Freddy.

Luke só podia balançar a cabeça: — Isto ainda não acabou. Precisamos trabalhar duro.

Ele então olhou para Bobby, que estava tremendo de costas para Luke: — Okay, deixe-os sair.

Bobby tremeu: — O-Okay. Vocês podem sair agora.

Um Bobby já obediente se tornou ainda mais dócil — o barulho e cheiro atrás dele foi assustador demais. Kris, Nancy e Quentin rastejaram da pequena abertura. Eles ainda estavam um pouco curiosos no começo e queriam dar uma olhada.

Entretanto, as sombras na parede e os sons vagos de barulho, como um porco sendo cortado, os aquietou imediatamente.

Agora que estavam fora, olharam para Luke.

Porém, no momento que Luke se virou para eles, estes desviaram o olhar.

Luke não sabia se ria ou chorava: — O que estão pensando? Aquele cara não era humano. Se não acreditam em mim, vejam vocês mesmos.

Kris foi a primeira a balançar a cabeça decisivamente: — Não, obrigada.

Nancy parou por um momento antes de também abalançar a cabeça: — Também não.

Luke olhou para Quentin.

Quentin falou: — Eu também n-

Luke o interrompeu: — Você é homem, como pode não dar uma olhada? Venha aqui.

Quentin só podia ir com uma expressão magoada.

Ele não podia ofender a pessoa que cortou Freddy em pedaços.

Luke: — Você tem algum senso comum? Ossos humanos não podem ser completamente queimados até as cinzas, nem mesmo em crematórios profissionais. Só usei um pouco de gasolina.

Quentin encarou atordoado: — Isso é verdade?

Kris interveio: — Vi um drama de lei antes que mencionou isto.

Luke assentiu: — Então, dê uma olhada na fornalha. Vê algum osso?

Quentin ficou em conflito e deu uma olhada rápida na fornalha antes de se afastar, com medo de ver algo de um filme de terror.

Entretanto, o que viu o fez virar a cabeça de novo. Após examinar cuidadosamente a cena por um instante, perguntou a Luke: — Você… realmente o queimou ali?

Luke assentiu e depois balançou a cabeça: — Não posso dizer os detalhes, mas ele não era humano, então o que deixou para trás não foi um corpo humano. Portanto, não olhe para mim como um assassino. Sou um detetive, não um criminoso.

Todos sorriram estranhamente, incluindo Bobby.

 Dos sons que Luke estava fazendo instantes atrás, era basicamente igual a um filme clássico de psicopata. Quem não ficaria aterrorizado?

No final, Bobby era um adulto e tinha muito mais coragem. Vendo que Quentin não ficou amedrontado, também olhou para a fornalha e seu rosto se encheu de dúvidas: — É isso? Por que só parece com uma pequena pilha de cinzas?

Luke assentiu: — É isso.

Kris e Nancy também não se aguentaram e deram uma olhada antes de dizer a mesma coisa: — É isso?

Luke apenas assentiu e então falou para Bobby: — Leve-os para fora; vou empacotar isto.

Todos deram uma olhada estranha.

Luke deu de ombros: — Confio mais na ciência que nos meus olhos. Gosto de estudar coisas estranhas assim.

Todos: — …

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