Vol. 2 Cap. 451 Relutante em Se Separar de Bobby?

Menos de dois minutos após saírem, Luke saiu também.

Olhando para todos, falou: — Está ficando tarde. Vamos deixar a Kris em casa primeiro. Nancy, você…

Nancy e Quentin se entreolharam: — Passaremos a noite na casa da Kris. O sofá está bem.

Luke simplesmente assentiu com um sorriso: — Vamos lá.

Nada aconteceu naquela noite.

Luke e Selina não dormiram para observarem a todos.

Só foi às dez da manhã, quando Luke e Selina estavam tomando café da manhã, que os quatro dorminhocos finalmente acordaram.

Nancy e Quentin agradeceram Luke e se despediram de Kris antes de saírem.

Após irem embora, Luke levou Kris ao supermercado para reabastecer a comida e outras coisas que usaram.

Kris falou que era desnecessário, mas Luke simplesmente explicou: — É melhor mantermos a visita e o incidente da noite passada em segredo. Você só espalhará o pânico e fará a pessoas pensarem que está louca se falar sobre isto. Então, é melhor colocar as coisas de volta aos trilhos.

Kris não tinha nada a dizer.

Colocando desta maneira, realmente não era uma questão de dinheiro.

Após Luke guardar os itens que espalhou pela casa, Kris ficou atordoada ao ver que estava praticamente igual a antes de Luke e os outros virem na noite passada.

— Como conseguiu fazer isso? — ela murmurou.

Luke sorriu: — Somos detetives, treinamos em todos os tipos de aspectos. Lembre-se, não mencione esse nome a ninguém, nem mesmo ao Quentin e a Nancy. Apenas considere um sonho. Se o encontrar de novo, me ligue.

Kris aceitou o cartão com o nome oficial de Luke e guardou cuidadosamente antes de se despedir dos dois.

Observando o carro desaparecer no final da rua, ela suspirou e se sentiu um pouco desamparada.

Talvez devesse pedir a sua mãe para transferi-la para outra escola longe de Springwood? A ideia surgiu em seu coração.

Luke e Selina foram embora, seguido pelo Bobby. Eles foram ao acampamento da Escola 37 e se encontraram com as gêmeas de Jeff de novo.

Luke avisou para não espalhar o rumor sobre Springwood de novo e também para não serem tão paranoicas, mas as gêmeas apenas olharam para ele com suspeita.

Luke e Selina se entreolharam, sem palavras. Esta expressão… era igual a de Karen.

— Algo aconteceu, mas são assuntos policiais. Por que estão tão animadas em espalhar notícias horríveis como essa no acampamento? É para assustar os colegas e enlouquecer os professores? — indagou Luke.

As gêmeas ficaram sem palavras, até Susinna, a irmã mais velha, murmurar: — Nós… só queremos saber a verdade.

Luke assentiu alegremente: — Então podem estudar duro e após se formarem na universidade, venham trabalhar como detetives. Só os antigos casos de homicídio no centro de LA podem ocupar uma sala de duzentos metros quadrados, e continuam a aumentar o ano todo. — Linhas sombrias cobriram as cabeças das gêmeas. Isso tinha algo a ver com elas?

Luke continuou cruelmente: — Além disso, as equipes de investigação policial que se especializam em velhos casos estão sempre com pouca gente. Eles resolveram três casos antigos ano passado, o que é um recorde histórico. Agora, faltam vários milhares de casos, e tenho certeza de que realizará amplamente o desejo de vocês para descobrir a verdade.

As gêmeas: — …

Luke ainda não ficou tranquilo após usar este método para refrear os espíritos fofoqueiros das gêmeas.

Aproveitando de seus estados agitados, Luke ativou Comunicação Mental e instalou uma sugestão mental nelas.

Entretanto, não tinha muita esperança de que esta sugestão seria muito efetiva.

Estas gêmeas eram tão paranoicas quanto sua mãe; era da sua natureza.

A Comunicação Mental não era poderosa o bastante para induzi-las, mas não havia mais nada que Luke pudesse fazer por enquanto.

O ponto crucial era que Freddy ainda não estava morto.

Se as gêmeas espalhassem o rumor e tornassem Freddy “famoso” novamente, aquele sujeito poderia ser invocado mais uma vez. Luke ainda não tinha ideia de como eliminar Freddy, e não estava interessado em picotar este fracote e queimá-lo de novo.

Após terminar com as gêmeas, foi dizer um “oi” a Juliet e descreveu o que aconteceu em Springwood com termos vagos antes de declarar que o caso estava resolvido.

Infelizmente, o pobre Will Rollins ainda não teve permissão para fazer parte do resto do acampamento.

Após deixar seu contato com Juliet, Luke retornou a LA com Selina e Bobby.

Luke caminhou com Bobby até o apartamento em que ele morava. Um momento depois, retornou ao carro e suspirou impotente.

Selina achou isso estranho: — Por que acho que não quer se separar do Bobby?

Após um breve silêncio, Luke balançou a cabeça: — Realmente espero que eles consigam escavar a mina de ouro logo.

As minas em Prosperity ainda estavam fechadas.

Quando Luke perguntou ao Capitão Wales, descobriu que aqueles agentes falsos do FBI sairiam em uma semana, o que era muito mais cedo do que um mês estimado.

Bobby não tinha nada para fazer lá por enquanto, então ficaria em LA por alguns dias.

O que Luke estava relutante era de se separar com a Comunicação Mental de Bobby.

Agora há pouco, jogou mais duas rodadas de blackjack com Bobby e perdeu.

A habilidade de Bobby na lista ficou cinza e se tornou temporariamente indisponível.

Aquele cara foi realmente azarado para ser arrastado duas vezes ao pesadelo de Freddy.

Quem sabia se uma reação entre a Comunicação Mental de Bobby e a Invasão dos Sonhos de Freddy poderia de alguma força trazer o fracote de volta?

Luke não ousou deixar a má sorte do rapaz continuar, o que poderia matá-lo.

Agora, Luke só podia esperar pelas minas de ouro serem escavadas; e torcer para que Bobby se sentisse grato por ajudá-lo a fazer uma fortuna.

Se o rapaz ainda não se sentisse grato, Luke só poderia continuar a apostar com ele. Após resolver rápido o incidente em Springwood, Luke e Selina foram direto ao departamento, e Elsa ficou surpresa ao vê-los: — O que aconteceu?

— Está feito — disse Luke.

Elsa não fez mais perguntas.

Quando estavam em tarefas pessoais, ela só precisava saber onde estavam e não perguntaria por detalhes. Caso contrário, se houvesse problemas, ela não conseguiria fingir ignorância se a Corregedoria viesse.

— Então, por que estão aqui? — perguntou Elsa.

Luke riu: — Casos. Se houver algum urgente, posso trabalhar nele primeiro.

Elsa questionou suspeitosamente: — Você ainda não tem vários casos em mãos?

Luke respondeu: — Sou muito eficiente; posso fazer mais.

Elsa deu uma olhada estranha, mas caçou no monte de arquivos que estava em sua mesa: — Pegue este.

Luke e Selina sempre foram diligentes, mas por que diabos continuavam pedindo por casos?

Luke entregou o arquivo para Selina: — Você pode dar uma olhada primeiro. Preciso conversar com a chefe.

Vol. 2 Cap. 452 Surpresa Triste e Retorno Triunfante

Selina saiu com o arquivo; ela não se incomodou em perguntar o que Luke estava fazendo.

Após sair, Luke fechou a porta e se virou. Se aproximando da mesa de Elsa, falou ousadamente: — Chefe, Selina e eu temos que voltar ao Texas em alguns dias. Estamos nos despedindo.

Com a mente trabalhando, Elsa entendeu instantaneamente.

Ela revirou os olhos, infeliz: — Então é por isso que está trabalhando tanto nos casos agora. Diga-me, quantos dias vai ficar fora?

Luke estendeu a mão: — cinco dias.

Elsa ficou chocada: — Sério? Você vai voltar no fim de semana e ficar três dias além disso?

Luke e Selina nunca pediram uma pausa tão longa antes.

Luke riu: — O fim de semana e mais cinco dias. Então, ficaremos fora a semana toda.

Elsa: — Que diabos?

Luke finalmente explicou: — Vai ser o aniversário da Selina em alguns dias, e quero levá-la para ver a família. Ficamos fora por quase meio ano, sabe. Minha família veio me ver uma vez, mas a da Selina não a veem tem tempo.

Mario, pai de Selina, estava envolvido num trabalho de longo prazo no rancho e passava quase o ano todo lá.

Sandra, sua mãe, precisava cuidar dos irmãos mais novos; era impossível trazer três crianças com ela para Los Angeles.

Selina realmente não viu sua família por quase meio ano após ir trabalhar em Houston.

Elsa franziu os lábios e colocou a mão na testa. Após pensar por quase meio minuto, só pôde acenar com resignação: — Tudo bem.

Luke e Selina eram os detetives mais capazes e dedicados.

Tecnicamente falando, ela e Selina eram até meio que melhores amigas.

Selina não esteve em casa por quase meio ano e era seu aniversário. Elsa foi incapaz de rejeitar o pedido.

Além disso, Luke e Selina estavam tirando licença remunerada; informar Elsa foi apenas por respeito.

Vendo que Luke estava prestes a sair, uma expressão agradável apareceu no seu rosto e não pôde deixar de perguntar: — Você contou a ela?

Luke se virou e sorriu amplamente: — É uma surpresa de aniversário! É claro que é segredo!

Elsa bufou e abaixou a cabeça para olhar os arquivos enquanto apontava com um dedo: — Saia daqui.

Droga, por que nenhum dos parceiros dela foi tão atencioso? A dama de ferro sentiu uma tristeza e coração partido de repente.

Espera! Luke também costumava ser seu parceiro, mas eles pararam de trabalhar pouco antes de seu aniversário, então ela nunca teve este tratamento.

Caso contrário, como seria maravilhoso ter tido um parceiro capaz e atencioso voltando para Miami para aproveitar o sol em seu aniversário?

Assim, Elsa, esta mulher capaz, se afundou num momento raro de tristeza.

Luke começou a fazer preparações e passou os próximos dias trabalhando muito nos casos, o que poderia ser considerado como terminar antecipadamente o trabalho que de outra forma teria sido feito durante o tempo da licença.

Se a situação permitisse, poderia conseguir checar outro lugar nesta viagem para casa.

Selina só podia tirar uma semana de folga para o aniversário e família. Não foi Luke a pessoa celebrando o aniversário; três dias em Shackelford era o bastante para si.

Selina esteve tão ocupada nos próximos dias que não percebeu que seu aniversário de 26 anos estava chegando.

Na tarde de 21 de abril, Luke e Selina saíram do trabalho mais cedo: — Vamos arrumar as coisas e ir para casa.

Selina: — Hã?

Eles já não estavam em casa?

Luke falou: — Para Shackelford. Estou com saudades da Claire e do Joseph. Você não sente saudades da Talia, da Andrea e do Julio?

Selina: — O quê?

Ela ainda estava se sentindo atordoada quando Luke a empurrou para o seu quarto.

Atordoada por um instante, soltou uma comemoração alta e começou rapidamente a empacotar.

Ela basicamente não precisava trazer nada pessoal; pois ainda tinha muitas coisas em casa.

Ao invés disso, finalmente poderia levar os vários presentes que esteve comprando para sua família. Diferente de Luke, que preferia enviar seus presentes pelo Fedex, Selina gostava de dar pessoalmente.

Assim, muitos presentes foram empilhados no seu quarto, incluindo, sapatos, cintos, chapéus e óculos de sol para Mario; maquiagem, roupas, acessórios e bolsas para Sandra; e brinquedos e artesanato para seus irmãos. Tudo isto encheu duas grandes malas.

Felizmente, Luke só tinha uma mochila praticamente vazia e Selina só tinha uma pequena mochila com ela, então a bagagem não ficou mais pesada que o normal.

Eles foram ao aeroporto e pegaram um voo pré-reservado direto para Dallas.

Na luz do pôr do sol, eles finalmente chegaram em Shackelford após alugar um carro em Dallas.

Eles mal entraram na cidade quando um carro de polícia os alcançou. Um oficial branco de meia-idade virou a cabeça; ao ver Luke e Selina, que rolaram a janela para baixo, cumprimentou com uma surpresa agradável: — Haha, Selina, Luke, são vocês! Pensei que fosse um carro desconhecido!

Luke e Selina cumprimentaram sorridentes: — Ei, Bob. Você está no turno da noite de novo?

Bob imediatamente fez uma careta: — Acabei de sair do trabalho, tá? Como posso ficar no turno da noite o tempo todo?

Luke e Selina riram: — Tudo bem. Você pode relaxar e dormir no turno da noite de qualquer forma.

Bob não sabia o que dizer.

Após se despedir, os dois foram à casa de Selina. Talia, Andrea e Julio estavam brincando no jardim frontal e não notaram o carro vindo.

Seu golden retriever, Dollar, estava deitado na varanda, mas ergueu a cabeça de repente e balançou o rabo, seus olhos focados no carro.

Ele sentiu um cheiro familiar; era sua dona, cujo cresceram juntos.

Soltando alguns latidos, o cachorro se levantou lentamente; seu andar não era mais tão ágil e apressou para o carro.

As três crianças finalmente notaram o carro estranho e pararam de brincar.

Talia gritou de repente: — É a Selina! A Selina voltou!

Com isso, ela perseguiu Dollar.

Luke parou o carro para deixar a animada Selina sair primeiro. Ele a viu abraçar o Dollar e rir feliz enquanto esfregava a cabeça do cachorro: — Você sentiu minha falta, Dollar?

Com um sorriso, Luke fechou a porta e continuou dirigindo.

Quando viu Julio, o irmãozinho de Selina, cumprimentou: — Ei, abra o portão para mim. Você quer seus presentes ou não?

Julio parou: — Ah, Luke, você trouxe presentes?

Luke balançou a cabeça com um sorriso: — Não, mas a Selina trouxe um monte!

Julio se virou rápido e correu para abrir o portão para o jardim frontal.

No momento que Luke estacionou, os irmãos e Dollar já estavam fazendo barulho.

Ele saiu com um sorriso e aconteceu de encontrar Sandra, que saiu para ver o motivo da comoção.

Ele abraçou a linda mãe com um sorriso: — Sandra, faz muito tempo, mas você continua elegante e charmosa como sempre.

Vol. 2 Cap. 453 Lar Doce Lar

Sandra aceitou o elogio com um sorriso e os dois se abraçaram.

Ela deu um tapinha nas costas dele: — Este garoto, você ficou maior que antes.

Luke assentiu com um sorriso: — Isso mesmo, ainda estou crescendo.

Sandra ficou sem palavras.

Dando um olhar significativo, eles entraram na casa e após sussurrarem juntos por um tempo, Sandra bateu nele algumas vezes com um sorriso: — Seu espertinho.

Ela não pôde deixar de suspirar: — Isto parece mais adequado para uma proposta.

Luke suou quando ouviu isto e riu de maneira vazia: — Bem, vamos arrumar as coisas primeiro. A Selina preparou muitos presentes para vocês, mas nunca teve tempo para enviar.

Alguns minutos depois, Luke voltou ao carro.

Sandra perguntou novamente: — Você realmente não vai ficar? Pelo menos jante antes de voltar.

Luke balançou a cabeça: — Haha, isso deixaria a Catherine louca. Estou saindo; vejo você amanhã à noite, Sandra.

Após isso, ele se despediu dos irmãos que se aproximaram e saiu no carro.

Estacionando na frente da casa, suspirou de forma nostálgica: — Lar doce lar.

Ele saiu com uma mala que tinha presentes para sua família.

Abrindo a porta com a chave que não usava há muito tempo, entrou e aconteceu de encontrar o olhar da pessoa que estava agachada para trocar de sapato.

Com um sorriso, estendeu a mão para esfregar a cabeça dela: — Haha, surpresa?

Atordoada por um momento, ela gritou de repente: — Luke, por que está de volta? Ahhhhhhhh! — Dizendo isso, se jogou nele.

Abraçando-a com um sorriso, Luke fechou a porta com o pé e carregou a ursinha enquanto caminhava: — Não posso voltar? Não é como se eu fosse te impedir de sair para brincar.

— Tsk, acabei de ligar e falei que não vou. É apenas uma festa de pré-formatura chata. — Ela fez o melhor para subir nas costas dele enquanto falava.

— Claire, sua melhor amiga ficará devastada quando ouvir isso. — Luke sorriu e a apoiou com a mão no caso dela cair.

Esta grande ursinha naturalmente era sua irmã, Claire.

Com preguiça demais para responder o comentário chato, Claire simplesmente perguntou animada: — Por que voltou? Você vai dançar comigo? Uau, olha para os seus músculos. Como você malhou para conseguir isto?

Impotente, Luke só podia deixá-la tocar suas costas.

Claire era uma fã de músculos, e, além disso, tinha um requisito muito alto.

Para usar uma descrição da vida anterior de Luke, seu tipo supremo era — Barbie King Kong.

Ela gostava de um tipo de boa aparência mais gentil, com músculos distintos que não eram exagerados.

Este naturalmente era um requisito muito severo. Infelizmente, Luke estava muito perto desta descrição.

Houve passos da cozinha, e Catherine ficou surpresa e animada quando parou na porta: — Luke, você voltou?

Luke sorriu e deu um grande abraço: — Haha, surpresa! Senti sua falta.

Catherine o abraçou com força e soltou só após algum tempo: — Parece que sua vida está muito boa. Você pelo menos não ganhou peso.

Luke exibiu uma pose adequada: — Malhei muito. Ei, Claire, por quanto tempo vai ficar nas minhas costas?

Claire fingiu não ouvir.

Ela não tinha muitas chances de escalar nas costas de Luke com um bom motivo.

Alguém desceu as escadas correndo: — Luke, Luke, você voltou?

Com um sorriso, Luke se virou e pegou o garotinho com uma mão: — Joseph, como é o ensino fundamental? A Molly e a Scarlett ainda te dão lanches?

Joseph riu muito enquanto Luke fazia cocegas: — Haha, pare de fazer cocegas. Haha, troquei de namoradas. Agora é a Jessica e a Daisy que me dão lanches.

Luke: — …

Claire: — …

Catherine: — …

Após descer Joseph, que parecia ter tudo desde jovem, Catherine retornou à cozinha para continuar a janta.

— Este perfume é para a Catherine, e esta loção de pele e brincos… — Enquanto tirava os presentes, Luke falou: — Claire, leve ao quarto dela depois.

Claire ficou chateada: — Não tem nada para mim?

Ela não ficou com raiva que Catherine conseguiu muitos presentes.

Catherine sempre amou muito Luke. Claire ficou com inveja dele quando era pequena.

Era uma coisa boa que Luke cresceu antes que Joseph pudesse entender as coisas, ou ele também teria ficado com inveja.

Balançando a mão com um sorriso, Luke a sentou perto dele antes de tirar algumas caixas da mala e abriu uma por uma.

Claire ia gritar após as caixas serem abertas, mas Luke percebeu isto e cobriu a boca dela: — Você pode usar de vez em quando, mas não use tudo de uma vez, ou a Catherine vai de repreender.

Claire assentiu rapidamente e fechou as caixas antes de voltar ao quarto com tudo.

— Volte depois que encontrar um lugar seguro para eles. Os presentes da Catherine ainda estão aqui — Luke gritou, nada surpreso pela reação dela.

Seus presentes para Claire não eram considerados caros. Eram os últimos relógios produzidos pela Swatch, que custava de 100 e 200 dólares cada. Mesmo combinados, não eram tão caros quanto o conjunto de skincare que comprou para Catherine.

Aqueles relógios eram coloridos e inovadores, e mais elegantes que práticos.

Comparado com os relógios famosos que custavam vários milhares de dólares, estes eram mais adequados para garotas porque não eram muito baratos e muito lindos. Eles podiam ser trocados facilmente por modelos mais novos após saírem da moda em um ou dois anos.

Luke trouxe várias versões para Claire, que se adequava a esta garota versátil; ela podia escolher qual cor e padrão quisesse para usar, dependendo do seu humor.

Não que ele não conseguisse comprar relógios caros, mas era desnecessário.

Claire não tinha uma visão apropriada para dinheiro ainda, e nem suas amigas.

Ela poderia ser uma fonte de admiração se saísse com um relógio que custava centenas de dólares, mas as outras garotas a xingariam pelas costas.

Joseph observou desdenhosamente sua irmã idiota sair antes de olhar para Luke.

Luke riu e tirou um livro embrulhado em papel kraft: — Este é um guia de estudo que comprei de uma escola primaria famosa em Los Angeles. É seu agora.

Era como se Joseph fosse atingido por um relâmpago: — O quê?!

Olhando para a expressão horrorizada, Luke caiu na gargalhada: — Estou brincando. Este é o novo livro que ficou popular recentemente, Academia de Magia. Você não gostou sempre… daquela linda feiticeira?

— Ida Vincent — Joseph disse com firmeza ao agarrar o livro.

Olhando para Joseph, que estava examinando o novo livro afetuosamente após arrancar o papel kraft, Luke disse com um sorriso: Ei, ler não é tudo. Também tem isto…

Ele tirou uma bola de futebol americano: — É a bola de futebol americano usada oficialmente pelo Los Angeles Rams, mas não está autografada.

Vol. 2 Cap. 454 Presentes para Todos e Contrato de Transferência

Os olhos de Joseph iluminaram e jogou o livro no sofá antes de abraçar a bola de futebol americano: — Oh, é linda.

Luke achou engraçado: — Uma linda feiticeira não pode se comparar a uma bola de futebol americano? Cuidado. Você pode não conseguir uma namorada no futuro.

— Consigo encontrar uma namorada a qualquer momento. É fácil. — Além desta resposta apressada, Joseph não tinha tempo para se incomodar com Luke enquanto brincava animado com a bola de futebol americano.

Meia hora depois, as duas crianças animadas ainda foram chamadas para jantar, mas olhavam para a escada de vez em quando.

No andar de cima estava seus novos tesouros — em seus quartos.

Infelizmente, era tarde para Claire mostrar seus relógios glamorosos e da moda para suas amigas e Joseph não podia brincar com a bola fora de casa.

Catherine foi a mais calma de todos. Quando Claire tagarelou sobre os presentes de Luke, ela simplesmente sorriu e disse a sua filha para ter cuidado e não espalhar o pão que estava comendo pela mesa.

Porém, Robert não estava aqui. Ele estava vendo futebol americano na casa de um colega.

Com Luke trabalhando em outra cidade, Claire prestes a se formar no ensino médio e Joseph no ensino fundamental, a vida ficou mais tranquila para Robert e Catherine.

Embora Luke nunca tenha enviado dinheiro para casa, enviaria algumas coisas de vez em quando, de roupas a eletrodomésticos práticos, ou sapatos, chapéus e até maquiagem. Robert e Catherine nunca foram muito de compras em primeiro lugar. Com as coisas que Luke enviou, mal precisavam gastar um centavo.

O dinheiro que estavam poupando para a faculdade de Luke agora era para Claire, então Robert não teve que trabalhar muito para poupar dinheiro e seus dias foram mais tranquilos.

Quanto a Joseph? Ele só tinha seis anos. Robert tinha uma década ou mais para guardar dinheiro para a faculdade dele.

Desde que seus dias eram mais tranquilos, Robert passava mais tempo vendo futebol americano na casa de seu colega.

Até Catherine pegou as ferramentas de arte que abandonou há tempos e de vez em quando fazia uma pintura a óleo, que foi o seu maior amor no passado.

Embora fosse uma professora de biologia do ensino médio, ela tinha o coração de uma artista.

Após o jantar, Luke e Catherine conversaram enquanto lavavam os pratos na cozinha.

Ouvindo que Luke tinha a dizer, Catherine franziu a testa: — Você precisa falar com o Robert sobre isso.

Luke revirou os olhos: — Com o humor dele, definitivamente gritará comigo se eu falar.

Catherine sabia que era verdade, mas ainda balançou a cabeça: — Este é um negócio que você montou e deveria gerenciar. Não precisa dar para nós.

Luke suspirou: — Ninguém sabe o que acontecerá. Você e o Robert são as únicas pessoas que posso confiar. Por vários motivos, não posso deixar nada no meu nome.

— … Você está em perigo? — Catherine perguntou preocupada.

Luke sorriu: — Não é nada sério. É só que algumas pessoas podem usar truques mesquinhos para se tornar um incômodo. Só estou fazendo precauções.

Ele conversou com Catherine na cozinha por um tempo enquanto listava os motivos que considerou e explicou em detalhes. Por fim, ela assentiu relutante.

Após, Catherine assinou o contrato que Luke tirou, suas ações na empresa da mina de ouro em Prosperity, Arizona foram transferidos para Catherine e Robert.

No futuro, Luke só conseguiria transferir fundos da empresa por contas online e não seria mais o proprietário.

Se algo acontecesse com ele, a empresa pertenceria a Robert e Catherine.

É claro, esse não era um futuro que Luke queria ver, não porque estava indisposto a desistir dos dividendos da mina de ouro, mas porque queria ter uma vida longa e rica.

Ele não contou a Robert porque o homem era muito rabugento.

Se Luke oferecesse suas ações na empresa para Robert, ele absolutamente iria explodir.

Luke presumiu que não era que Robert nunca teve chance de fazer uma fortuna, mas que nunca quis.

Caso contrário, com as conexões de Robert, como o Diretor Thomas em Houston, ele poderia ter feito uma bolada.

Mesmo antes disso, as experiências de Robert quando serviu no exterior por anos não poderia ser tão simples.

Não havia como Luke acreditar que este homem nunca teve oportunidade para fazer algum dinheiro sujo.

Robert provavelmente odiava esse tipo de vida e não queria esse tipo de dinheiro em sua consciência, que era o motivo de ter retornado à Shackelford como xerife

As despesas aqui não eram caras, e nem ele ou Catherine eram gastadores, então suas vidas não eram difíceis.

Agora, sem precisar criar três crianças ao mesmo tempo e guardar dinheiro para a faculdade de Luke e Claire, suas vidas ficaram ainda mais fáceis.

Quando o futebol americano terminou, Robert foi para casa em alto astral.

Os Dallas Cowboys devem ter ganhado o jogo hoje.

Quando Robert entrou, não fedia a álcool.

Ele era um bebedor moderado; só tomava cerveja e nunca passava da conta.

Quando entrou, guardou a chave e perguntou: — Querida, quem está aqui?

Naturalmente, ele viu o carro alugado de Luke estacionado fora.

Luke virou a cabeça de onde estava sentado no sofá: — Surpresa, Robert!

Atordoado, Robert perguntou com os olhos arregalados: — Por que você está aqui, pirralho? Não me diga que a LAPD te chutou?

Catherine e Luke reviraram os olhos.

A boca deste sujeito sempre foi podre quando estava com Luke.

É claro, Luke não era nada legal e revidou instantaneamente: — Olhe para você, é como se os Dallas Cowboys tivessem finalmente derrotado os Green Bay Packers hoje!

— Eles vão, mais cedo ou mais tarde — Robert retrucou subconscientemente.

Então, após um breve silêncio, ambos riram.

Esta briga diária era exatamente igual a de meio ano atrás. Na sala de estar, todos conversaram sobre o que esteve acontecendo ultimamente.

Luke e Catherine conversavam pelo celular a cada poucos dias, principalmente antes de Catherine ir dormir. Robert também se intrometia ocasionalmente, então sabiam o que estava acontecendo entre si.

Era só que antes disto, nunca falaram sobre coisas insignificantes como a cidade ter mudado, ou como Claire e Joseph estavam indo à escola.

Este tópico terrível que os três adultos estavam discutindo espantou rapidamente as duas crianças.

Os três riram alto enquanto olhavam os dois indo dormir.

Só então Luke mencionou o aniversário de Selina, e pediu a Catherine para ajudar no dia seguinte.

Robert era apenas um homem rude que não conseguia realizar este tipo de tarefa delicada.

Após ouvir Luke, Robert olhou para ele suspeitosamente: — Você não está planejando um pedido surpresa para a Selina, não é?

Catherine bateu em Robert com um sorriso: — O que você está pensando? Ele só tem dezoito.

Robert deu um tapinha na testa: — Esqueci. Não, espera, e se ele engravidasse alguém? … Tudo bem, eu estava errado, querida.

Este homem grosseiro, que fez um lembrete grosseiro, foi atingido levemente pela Catherine de novo.

Vol. 2 Cap. 455 Um Dia Tranquilo e uma Selina Perplexa

Luke revirou os olhos para o PDA* de seus padrastos e disse: — Tudo bem, é isso. Vocês deveriam viajar quando as férias de verão chegarem. Quando foi a última vez que viajaram? Cinco anos atrás? Dez? Não vivam como velhos. Vocês só têm um pouco mais de quarenta, ainda são jovens.

Robert e Catherine trocaram olhares e ficaram um pouco tentados.

Robert falou: — Mas o Joseph e a Claire…

Luke sugeriu: — Envie-os ao Avô. Deixe-os passar algumas semanas no rancho dele. Isto fortalecerá eles e vão treinar para trabalhar com as mãos. Será matar três pássaros com uma pedra.

Robert e Catherine não falaram nada, mas das suas expressões, eles claramente foram tentados.

Claire se formaria no verão. Ela poderia se inscrever para a faculdade um pouco mais cedo ou mais tarde.

Além disso, ela agora era tecnicamente uma adulta, e esta casa a ensinou a como se controlar.

Assim, o avô de Luke só precisava ficar de olho em Joseph, que ainda era pequeno.

O rancho dele não tinha falta de mão de obra e havia várias mulheres que tinham filhos. Não deveria ser um problema.

Robert e Catherine nunca consideraram isto antes. Era como se Luke tivesse aberto uma porta para um mundo novo para eles.

Luke era o sobrinho de Catherine e Claire era a sua filha com seu ex-marido. Apenas Joseph era filho biológico de Robert e Catherine.

Os dois precisavam trabalhar mais para cuidar desta família única. Após cuidar da casa e de três crianças por muito tempo, esqueceram que mereciam ter a própria vida.

Luke também só pensou nisto por causa de Jeff e Karen.

Suas filhas gêmeas ainda estavam na escola, mas o casal poderia ir ao Marrocos para aproveitar o esplendor do Deserto do Saara. Não havia motivo para Robert e Catherine não viajarem quando não tinham falta de dinheiro ou tempo.

Já era tarde quando discutiram este assunto e foram dormir. No dia seguinte, Selina não acordou até o sol estar alto no céu, o que era um privilégio que não teve por vários dias. Talvez fosse porque era uma rara visita em casa, mas Luke disse especificamente que ela poderia dormir mais durante estas férias.

Na realidade, Selina acordou às nove, mas estava com preguiça de se levantar.

Assim como a época que morava em casa, ela saiu do quarto com uma camiseta larga e chinelos.

Ouvindo passos, Sandra nem mesmo olhou para ela: — O café da manhã está na cozinha, sirva-se. Preciso preparar algumas coisas.

Selina bocejou: — Você precisa que eu dirija?

Sandra já havia aberto a porta: — Não, não é longe.

Selina terminou tranquilamente o café da manhã e viu um pouco de televisão, mas estava inesperadamente entediada.

Se fosse Los Angeles, ela poderia passar o dia deitada não fazendo nada.

Porém, agora que poderia voltar e ficar deitada, sentiu que faltava algo.

Pensando por um momento, ela deu um tapinha impotente na testa: — Porra, sinto que aquele cara vai surgir do nada e gritar para eu ir treinar.

Ela não pôde deixar de rir para as suas palavras.

Embora Luke muitas vezes gritasse para ela ir treinar, também havia benefícios. Pelo menos, ela nunca teve falta de comidas deliciosas e se concluísse o cronograma, poderia relaxar um pouco durante o horário de trabalho.

Seus dias em Los Angeles eram ocupados e confortáveis.

Se fosse outra pessoa, como Sonia e Elizabeth, seus dias seriam definitivamente ocupados, mas não tão confortáveis.

Elizabeth, em particular, estava sob muita pressão como uma detetive novata. Ela não podia relaxar mesmo que quisesse.

Relaxando até meio-dia, Selina almoçou alegremente menos de duas horas após o café da manhã. Seus irmãos então a arrastaram para procurar pelo Joseph para brincarem.

Após Selina e Luke saírem como parceiros para trabalhar na grande cidade, suas famílias ficaram mais próximas e as crianças saíam muito juntas.

O clima no Texas estava esquentando com a chegada de maio, então Selina saiu de camiseta e shorts com seus irmãos. Ela não esqueceu de levar o Dollar.

Dollar era muito bem-comportado e ficou perto dela o tempo todo, nem muito perto e nem longe.

Aos doze anos, ele já era um cão velho e não mais tão barulhento. Seu temperamento agora era muito mais gentil enquanto seguia seus donos silenciosamente.

Quando os irmãos dela brincavam com Joseph, Selina perguntou a Luke preguiçosamente: — O que está fazendo hoje?

Rindo internamente, Luke respondeu: — Nada. Você pode levar o Dollar para passear.

Selina suspirou com indiferença e acariciou a cabeça do cachorro: — Ele está velho. Para um cão, já tem setenta anos humanos. Uma longa caminhada seria difícil.

Dollar balançou levemente a cabeça e esfregou contra a mão de sua dona enquanto aproveitava o carinho.

Luke ficou com um pouco de inveja.

Sua família nunca teve cães. Parecia que Robert era um pouco sensível e acordaria facilmente para o latido ou algum outro movimento.

Luke teve uma ideia do motivo, então nunca pediu por um cachorro, mesmo que os amasse.

Porém, ficou um pouco feliz naquele momento.

Se cuidado apropriadamente, Dollar provavelmente poderia viver mais alguns anos, mas seria isto.

Luke só esperava que Selina não chorasse muito quando Dollar se fosse.

Selina e seus irmãos passaram a tarde na casa de Luke.

Quando estava perto da hora do jantar, Selina viu Catherine sair numa roupa nova.

Embora não pudesse ser considerada glamourosa, ainda era uma roupa formal que não era nada como uma roupa caseira.

Selina perguntou com um sorriso: — Luke comprou para você? Eu vi antes.

Catherine sorriu: — Sim, mas você também precisa se trocar.

Selina ficou confusa.

Claire saiu numa roupa que também era nova e semiformal.

Naturalmente, foi Luke que comprou.

A mãe e filha sorriram e empurraram Selina ao andar de cima.

Vinte minutos depois, uma Selina perplexa saiu com roupas diferentes.

Diferente das duas mulheres, sua roupa era muito bonita e algo que com certeza não usava no dia a dia.

Pelo menos, poucas mulheres fariam tarefas doméstica num vestido lindo e novo.

Era um vestido branco num design similar ao que Natalie tinha usado antes.

Selina olhou para Luke no momento que saiu: — Quando comprou isto?

Ela não precisava adivinhar para saber que Luke estava por trás disto.

Sua expressão ficou invejosa quando viu os vários vestidos brancos que Natalie tinha e Luke obviamente não esqueceu.

Luke disse com um sorriso: — Pouco antes de voltarmos.

Selina perguntou suspeitosamente: — Tem algum problema? Por que sinto que está agindo estranho… como se estivesse mantendo algo escondido de mim?

Todos suaram.

Como esperado de uma detetive experiente da Divisão de Crimes Graves, ela tinha instintos afiados.

Mesmo nesta atmosfera relaxante, ela ainda sentiu que algo estava acontecendo.

Vol. 2 Cap. 456 Um Presente de Aniversário que Jamais Sairá da Moda

Luke sorriu e estendeu a mão: — Vamos lá, tem que uma coisa que precisamos comparecer hoje.

Selina bufou em resposta e não pensou em nada de estranho.

Luke pregava pequenas peças de vez em quando, mas nunca passou do ponto e foi muito atencioso.

Eles pegaram dois carros. O carro de Robert e Catherine liderou o caminho e os irmãos de Selina estavam com eles, enquanto Luke foi com Selina, Claire e Joseph em seu carro.

Robert pegou um walkie-talkie e disse: — Okay, estamos saindo. Limpe o terreno.

Houve uma resposta do walkie-talkie: — Entendido, chefe.

Catherine caiu na gargalhada: — Não estamos indo pegar ladrões. Isto não é um pouco demais? Limpe o terreno?

Robert deu de ombro: — Como aquele pirralho quer brincar, vamos brincar junto. Ei, quando você acha que devemos sair de férias?

Catherine olhou para ele: — Por que não pode aprender com o Luke? Você não deveria planejar tudo e me fazer uma surpresa?

Robert ficou perdido: — Hã? Mas como saberei quando você estará livre se não perguntar?

Catherine levantou a mão em desespero e quis perguntar a Deus se seu marido havia batido a cabeça no granito. Porém, ela então sorriu.

Foi precisamente a honestidade e sinceridade de Robert que a comoveu.

Ela só decidiu se casar após ele jurar pessoalmente que trataria Luke e Claire como seus filhos e não a forçaria a ter um filho seu.

Quão sincero era Robert?

Eles não tiveram Joseph até discutirem oficialmente e Robert até pedir permissão de Luke e Claire.

Desde que ela o escolheu pela honestidade, não podia culpá-lo por ser denso.

Sua experiência a ensinou como a honestidade era valiosa no casamento.

No carro, Selina olhou para Luke e perguntou: — O que está fazendo?

Luke ficou perdido: — Quê?

Selina falou: — Sinto que está tramando algo, mas não quer que eu saiba.

Luke suou: — Hã? Você pegou a paranoia da Karen?

Selina franziu a testa antes de afastar o olhar: — Tudo bem, pode ser.

Ela viu recentemente como a paranoia de Karen desmascarou um casal de agentes especiais e como as gêmeas dela pegaram pistas de Freddy invadindo sonhos e matando pessoas até quando não estavam procurando por nada.

Selina sentiu que ela havia pegado um pouco do inseto da paranoia.

Esta era Shackelford e Luke estava com ela. Como algo poderia acontecer? Ela não notou Joseph e Claire rindo por trás das mãos no assento traseiro.

O carro chegou na casa de Selina. Ela saiu e olhou surpresa.

Estava completamente escuro e as luzes não estavam acesas, como se não houvesse ninguém.

Sandra estava fora? Porém, Robert acabou de voltar com seus irmãos. Onde eles foram?

Intrigada, encarou sua casa.

Atrás dela, Luke, Joseph e Claire também saíram.

As duas crianças correram no jardim da frente, rindo e Luke colocou a mão no ombro de Selina: — Vamos lá. Por que parou?

Selina emitiu um “oh” e não pensou muito.

Um momento depois, ela perguntou confusa: — Não vamos entrar? Aqui… leva para o quintal. O que está acontecendo?

Luke respondeu com um sorriso: — Vamos ver se a Sandra está no quintal.

— Ela não estaria, não tem luz na casa — Selina falou, mas deixou Luke a puxar na direção do quintal.

Enquanto conversavam, as duas crianças na frente já haviam ido para o quintal.

Luke também arrastou Selina ao redor da casa para chegar no quintal.

Olhando para o quintal escuro, Selina sentiu que havia algo aqui e achou mais arrumado e espaçoso que o normal. Ela disse: — Não tem ninguém, vamos entrar…

— Surpresa! — As redondezas se iluminaram de repente com luzes coloridas, e uma multidão enorme saiu de vários cantos enquanto gritavam a mesma palavra.

Selina ficou perplexa: — Hã?

Foi mais um choque que surpresa.

Se Luke não tivesse segurado a mão, ela teria puxado a arma.

Qualquer um ficaria preocupado com um bando de pessoas surgindo do nada em seu quintal quieto.

Naquele momento, o quintal inteiro foi iluminado.

Fios de luzes de fadas coloridas desenhavam linhas brilhantes pelo quintal. Algumas luzes de LED reluzentes também acenderam e Selina conseguiu ver o rosto de todos claramente.

Seu pai Mario, sua mãe Sandra e seus irmãos estavam radiantes enquanto olhavam para ela.

Então havia a família de Robert e alguns colegas do departamento da cidade. O resto eram os vizinhos e primos.

Parado perto dela, Luke falou com um sorriso: — Feliz aniversário, Selina.

Selina: — Hã? — Ela não reagiu por um instante.

Então, lembrou da data e ficou esclarecida: — Meu aniversário? Droga, esqueci completamente.

Todos riram. Quando Luke ergueu a mão, eles disseram ao mesmo tempo: — Feliz aniversário!

Olhando para tudo ao seu redor, Selina de repente abraço Luke e o beijou na bochecha: — Obrigada.

Todos comemoraram de novo.

Vendo isso, Catherine não pôde deixar de murmurar para Robert: — Tem realmente algo acontecendo entre os dois?

Robert: — Hã? Você não me falou para não pensar demais na noite passada?.

É claro, ninguém atribuiu um significado mais profundo a ação de Selina.

Aqui, não era estranho um homem beijar outro homem quando estava animado, embora ainda não se soubesse se ele seria espancado por isto.

Foi muito animado o churrasco. Além da família e colegas, vários vizinhos próximos também vieram.

As crianças que estavam livres no fim de semana também se divertiram.

Porém, Selina foi a mais brilhante.

Ela e seu vestido branco eram excepcionalmente cativantes.

Quando ficou tarde, todos se despediram um após o outro.

Luke então puxou Selina para a casa e deu uma pequena caixa: — Este é o seu presente.

Selina ficou animada: — Outro? — Ela pensou que o vestido era o presente de Luke para ela.

Luke achou engraçado: — Roupas sairão da moda, mas esta coisa que estou dando nunca sairá.

Selina abriu ansiosa a caixa, só para ficar atordoada pelo que viu: — Que diabos?

Havia um pequeno e fofo porco dourado deitado silenciosamente na caixa de joias.

— Um porco dourado dura para sempre — Luke enunciou com um sorriso: — Okay, tenha bons sonhos.

Com isso, ele saiu antes da glutona em particular voltar aos sentidos.

Um momento depois, Selina rangeu os dentes: — Seu canalha, você está zombando pelo fato que eu como demais?

Agarrando aquele porco adorável e exótico, ela apertou: — Hm, é agradável ao toque.

Encarando o porco dourado por um momento, ela soltou um suspiro: — Tudo bem. Admito que você é fofo. Muito mais fofo que aquele cara.

Vol. 2 Cap. 457 Chega, Hora de Te Mostrar Como se Faz

Naquela noite, Selina segurou aquele porquinho dourado e não dormiu por um longo tempo.

Pela janela, estava uma noite fria e estrelada.

O terceiro dia foi o verdadeiro dia de folga.

A festa de aniversário terminou e Luke não tinha mais nada com que se preocupar.

Robert propôs um concurso de disparo rápido, o que Luke rejeitou firmemente.

Ele não queria que Robert ou mais ninguém fosse assombrado pela má sorte, então teria perdido deliberadamente, o que tornaria numa perda de tempo.

Entediado, terminou o café da manhã antes de sentar no sofá e ler arquivos no laptop.

As duas crianças estavam gritando enquanto jogavam na sala de estar.

Após ler os arquivos por um tempo, Luke jogou finalmente o laptop ao lado com raiva e se levantou: — Chega.

Os dois se viraram e o encararam atordoados: — Hã?

Ele se aproximou e pediu o controle das mãos de Claire: — Vocês são barulhentos demais para dois novatos de terceira. Deixe-me mostrar como se faz.

Alguns minutos depois, Luke caiu na gargalhada: — Hahaha, deem uma olhada no meu combo de dezoito hits. Pegue isto… — O controle pendia frouxamente nas mãos de Joseph, cheio de desespero, vendo seu personagem ser enviado voando sem ter chance de pousar.

Na tela, as palavras surgiram quando seu personagem foi atingido uma, duas, três vezes… dezoito vezes. Finalmente, com um grito prolongado, o personagem de Joseph morreu.

Olhando para Luke, que estava rindo loucamente igual seu personagem no jogo, Joseph revirou os olhos e entregou o controle para Claire: — Vai você.

Dois minutos depois, o grito miserável e triste de uma garota soou da TV: — Ahhhh…

A garota do ensino médio na tela também caiu.

Claire olhou intensamente para seu irmão satisfeito ao lado: — Isso é trapaça!

Luke perguntou: — Como isso é trapaça? Não usei trapaça nenhuma.

Claire falou: — Como consegue vencer me mantendo no ar o tempo todo? Isso não é justo.

Luke retrucou: — Isso é um combo criado pelo jogo, como você pode me culpar?!

Naquela manhã, Luke trucidou eles em cada jogo que jogaram.

Luke estava lendo no laptop na sala de estar quando Catherine retornou ao meio-dia e achou estranho que não havia sinais das outras duas crianças.

— Onde eles estão? — Catherine sabia que os dois estavam muito apegados a Luke, especialmente porque não o viram por muito tempo.

Luke riu: — Espanquei eles nos jogos, então pegaram o console e foram para a casa da Talia.

Catherine achou engraçado: — Você tem que pegar tão pesado assim?

Luke gargalhou: — Só estava com vontade. Esqueci de pegar leve.

Balançando a cabeça, Catherine não se incomodou em responder e foi para a cozinha.

Um estava disposto a espancar os outros, e os outros dois estavam dispostos a sofrer. Ninguém podia ser culpado.

O dia passou tranquilamente, até Luke receber uma ligação à tarde.

Olhando para o número, ele atendeu com um sorriso: — Palmer, você não me liga com frequência.

Palmer ficou em silêncio por um instante antes de suspirar: — Isso mesmo, então… preciso da sua ajuda.

Luke bateu na testa silenciosamente e murmurou: — Estou ouvindo.

Sabendo que Luke não gostava de perder tempo com baboseira, Palmer simplesmente foi direto ao ponto: — Martim fugiu da casa de repouso.

Luke não disse nada e apenas continuou ouvindo.

Fugir não era grande coisa, e não era como se Luke pudesse encontrá-lo, não quando estava no Texas.

Claro, se Martin não tivesse fugido para El Paso, que estava perto de Shackelford.

Palmer ficou em silêncio de novo.

Sem pressa, Luke tomou um gole de chá.

— Martin foi procurar Dito Flores — Palmer finalmente falou.

Luke pensou por um momento e lembrou vagamente deste nome: — Líder da Família Flores no México?

Palmer: — Sim.

— Por quê? Martin não está com o DEA? — Luke perguntou.

Palmer suspirou de novo: — Encontrei algumas pistas por acaso durante minha investigação. A esposa do Martim… foi atropelada por um carro a mando do Dito. Ela estava grávida quando morreu.

Luke esfregou a testa.

Das três principais coisas que garantiam vingança e ódio, matar a esposa ou filho de alguém definitivamente era uma delas.

E Dito Flores fez ambos.

Considerando o temperamento de Martin, Dito provavelmente estava condenado.

— O que quer que eu faça? — Luke perguntou.

Palmer ficou em silêncio de novo; só o leve som da respiração no celular disse a Luke que ela ainda não desligou: — Me ajude a trazer o Martin de volta.

Luke respondeu: — Com as capacidades do Martin, provavelmente precisarei salvar a vida do Dito Flores.

Martin era um veterano da marinha e um atirador de primeira classe.

Contanto que tivesse um rifle sniper e fizesse preparações o bastante, não seria complicado para Martin matar Dito.

Luke achou desnecessário ir ajudar.

O único motivo de Luke não ter matado Dito Flores, este grande traficante de drogas, foi porque o cara estava muito longe. Palmer expressou: — Martin é apenas uma pessoa, mas Dito tem mais de vinte guardas e pode chamar por mais apoio sempre que quiser. Além disso, Martin não tem estado na melhor forma mental recentemente. Você deve saber bem sobre quanto impacto isso pode ter numa luta, certo?

Ponderando por um momento, Luke respondeu: — Te ligo depois.

Encerrando a ligação com a linda agente, Luke imediatamente ligou para Roger: — Mano, como está?

Roger não respondeu imediatamente, mas Luke conseguiu ouvir vagamente os sons de mastigar que indicava que Roger estava comendo.

Um momento depois, a voz indistinta de Roger soou: — Mesmo de sempre. Ainda estou de férias.

No celular, Luke captou trechos de conversa no fundo que estava sendo realizado em espanhol.

Ele não pôde deixar de sorrir: — Férias no México?

Roger: — Tudo bem, Tracy te contou?

Luke riu: — Uau, de jeito nenhum que eu ousaria assediar a grande advogada da sua família. Você é o único que pode ter essa aura dominadora, certo?

Na verdade, Luke sentiu que “aproveitar” era uma palavra mais adequada para descrever a atitude de Roger com sua esposa, Tracy. Nem todo homem gostava de ser subjugado pelo ar dominador de uma esposa advogada durona.

Roger não captou a implicação sutil nas palavras de Luke e sorriu: — Isso mesmo. Então, Dustin te contou?

Luke tossiu: — Não exatamente. Palmer acabou de ligar e me contou que Martin foi para o México.

Roger ficou em silêncio por um momento, antes de finalmente falar: — Tudo bem, é verdade. O que você quer saber?

Luke perguntou sobre a situação. Alguns minutos depois, deslizou e ponderou por um instante.

Após pesar os pros e contras, ligou para Palmer: — Palmer, sinto muito, mas acho que não posso ajudar. Não seria certo eu me intrometer.

Palmer ficou muito decepcionada, mas só podia agradecer o tempo e desligou. Luke, por outro lado, abriu os arquivos e checou as informações do México.

Não muito depois, se levantou: — Catherine, estou pensando em acampar esta noite. O jantar está pronto?

Vol. 2 Cap. 458 Acampamento = Apreciando a Vista da Nossa Pátria?

Catherine achou isso estranho e colocou a cabeça para fora da cozinha: — Acampar? Onde?

Luke respondeu: — Nas montanhas perto da casa do avô. Quero um pouco de paz e tranquilidade.

Catherine emitiu um “oh” surpreso: — Tudo bem, você pode levar a janta com você.

Luke muitas vezes saía para acampar no ensino fundamental, mas na maior parte do tempo, ia com Jimena. Agora que Jimena estava na faculdade, a questão era quem ia acampar com ele.

Porém, Catherine poderia perguntar mais tarde; não havia necessidade de insistir no assunto. Ela simplesmente falou para Luke tomar cuidado. Aceitando o jantar dela, Luke deu um abraço e se despediu antes de sair no carro.

Parado na frente da casa, Catherine observou o carro desaparecer da estrada.

Ela estava prestes a entrar, quando um carro se aproximou e uma cabeça saiu dele: — Olá, Catherine. O Luke está?

Catherine sorriu e balançou a cabeça: — Olá, Selina. Ele acabou de sair para acampar. Ele foi naquela direção.

Selina: — Obrigada. — Ela nem saiu do carro e simplesmente acelerou para alcançar Luke.

Catherine sorriu internamente: — Aqueles dois são muito bons em atuar. Eles estão com vergonha de nos avisar?

Luke converteu os arquivos em formato de áudio e ouviu enquanto dirigia para não perder tempo.

De repente, seu celular tocou. Ele olhou e atendeu: — E Aí? Você está se divertindo?

Selina respondeu: — Você está indo acampar?

Luke ficou surpreso: — Você… foi na minha casa? — Ele percebeu instantaneamente o que aconteceu.

Selina respondeu: — Se for um pouco mais devagar, eu provavelmente te alcançarei em um minuto.

Completamente perplexo, Luke estacionou o carro.

Como Selina disse, ela o alcançou em pouco tempo.

Após sair, ela não fez perguntas: — Palmer me ligou e queria que eu te persuadisse.

Luke sorriu: — Então está aqui para me persuadir?

Selina assentiu: — Isso mesmo, vim especialmente te persuadir a ficar longe desta bagunça gigante. Fiquei com medo de que não conseguiria resistir sendo coagido pela linda agente do DEA.

Luke ficou atordoado por um instante e sorriu: — Então por que veio atrás de mim?

Selina olhou para ele com raiva: — Se não viesse, você provavelmente ia acampar no México hoje, certo?

Ela não se incomodava em declarar o óbvio.

Se Luke realmente saísse para se divertir, teria contado. O fato que saiu sorrateiramente era um problema claro.

Luke coçou a cabeça. Quem sabia que Palmer pediria para Selina persuadi-lo?

Isso era necessário?

Ele só não queria ir ao México com sua identidade real, isso era tudo.

Como esperado, grandes beldades não eram nada confiáveis!

Xingando Palmer em silêncio, ele suspirou: — Bem, Martin é nosso colega na Divisão de Crimes Graves, então quero checar. Contanto que nada aconteça, não agirei.

Sem surpresa, Selina assentiu: — Okay, estou indo com você.

Luke: — … Não acho que seja necessário, certo?

Selina deu uma olhada de soslaio: — Creio que depois de ouvir a súplica da Palmer, você ataque de maneira imprudente com armas em mãos para enfrentar centenas de traficantes.

Luke sorriu ironicamente: — Eu pareço idiota?

Selina estreitou os olhos: — Não achava isso antes, mas agora… hehe.

Luke tentou um último esforço: — Mas é o seu aniversário…

— Isso foi ontem. — Selina o interrompeu.

— Você sempre quis descansar… — Luke continuou caçando motivos.

— Já descansei o bastante; meus ossos agora estão se coçando. — Selina estralou os punhos.

Luke assentiu impotente: — Tudo bem, iremos juntos. Contudo, precisamos levar o carro da Sandra de volta e deixarei a Catherine saber.

Selina assentiu.

Dez minutos depois, Luke foi até a casa de Selina após pegar uma bolsa grande. Sob o olhar complicado de Sandra, eles declararam que iam acampar nas montanhas juntos.

Observando o carro partir, Sandra murmurou: — Me pergunto se a Selina levou camisinhas. Eu deveria perguntar.

Ela então achou engraçado: — Esqueça. Ela é velha o bastante para me deixar ser avó. — Por outro lado, Luke entregou os arquivos a Selina.

Fechando os olhos, Selina ouviu e memorizou as informações.

— Há mais de dois milhões de moradores em Tijuana. Como você vai encontrar o Martin? — ela perguntou.

Luke retrucou: — Como você acha?

Selina respondeu: — Procuraremos pelo Dito Flores porque Martin está atrás dele.

Luke murmurou em acordo.

— Você tem o endereço do Dito?

Luke murmurou em acordo de novo.

As informações que ele coletou estavam principalmente focadas na gangue de LA, mas uma parte cobria os grandes sindicatos no México.

Luke já havia planejado ir caçar no México nesta viagem de volta ao Texas.

A Família Carlos de antes tinha sido apenas uma gangue pequena, mas lhe deu muita experiência e pontos de crédito. As grandes gangues significavam grandes recompensas.

Ele partiria na manhã seguinte mesmo que Palmer não tivesse ligado.

Ele não estava fazendo nada mais que adiantando a viagem, então após cuidar do assunto de Martin, até poderia ter tempo para outro trabalho.

Seria inconveniente com Selina por perto? É claro que não.

Com a desculpa de ajudar Martin, não importaria mesmo que ele causasse um abate.

Em todo caso… Havia Martin para levar a culpa! Desta maneira, os dois seguiram rumo ao sudoeste.

Com Selina por perto, Luke não teve que se dar ao trabalho de ouvir os arquivos; só precisava ouvir de Selina os pontos principais.

No meio da noite, Luke parou o carro e Selina abriu os olhos imediatamente: — Onde estamos?

Luke sorriu e saiu: — Vamos lá. Dissemos que íamos acampar.

Selina revirou os olhos: — Não leva sete horas para dirigir até o rancho do seu avô?

Seguindo Luke, ela saiu e olhou ao redor: — Que lugar é este?

A região selvagem quieta ao redor dela estava ainda mais desolada à noite. Não havia luzes até onde os olhos conseguiam ver.

— Parque Nacional de Big Bend — Luke respondeu. Ele pegou a grande bolsa do porta-malas e disse: — Vamos lá. Ainda há um longo caminho pela frente.

Seguindo-o, Selina perguntou: — Nós… realmente vamos acampar?

O Parque Nacional de Big Bend era bem remoto, mas era um ponto cênico famoso pela sua mistura de terra estéril, vegetação, cânions e rios.

Todavia, este local cênico extraordinário não era lotado nem durante os feriados.

Luke respondeu com um sorriso: — É claro. Acamparemos aqui por alguns dias e aproveitaremos as maravilhas naturais majestosas de nossa mãe terra…

Detectando o desprezo nos olhos de Selina, Luke parou com a atuação pomposa: — Tudo bem. Na realidade, faremos uma viagem “secreta” para o México. Desta forma, não haverá registro da gente cruzando a fronteira.

Vol. 2 Cap. 459 Corrida Noturna e “Volta ao Lar” de Selina

Selina revirou os olhos. Sabia que seria desse jeito! Luke só recusou o pedido de Palmer na superfície porque não queria se expor.

Selina fico preocupada que Luke pudesse ser imprudente, mas acabou que estava sendo cauteloso como sempre.

Após isso, simplesmente continuaram em silêncio. Meia hora depois, todavia, Luke checou a localização e balançou a cabeça. Na velocidade atual, não conseguiriam entrar no México antes do amanhecer.

Ele parou e disse: — Estamos devagar demais. Vou carregar você.

Selina: — Hã?

Um momento depois, murmurou nas costas de Luke: — Eu sou tão fraca?

Após um tempo, contudo, ela parou de falar.

Luke ficou inesperadamente mais rápido quando correu com ela nas costas que quando ela estava correndo sozinha.

— Você é um monstro? — ela não pôde deixar de perguntar.

Enquanto corria, Luke respondeu casualmente: — Você já me viu ficar cansado?

Franzindo a testa, Selina pensou por um longo tempo antes de assentir: — Isso é verdade. Você permaneceu cheio de energia mesmo após a conversa de negócios com a Srta. Jenny.

Luke riu.

A conversa de negócio era o ponto importante? O ponto importante eram as horas extras após terminarem a conversa de negócios.

Se ele focasse toda a energia para falar de negócios, a Secretaria Jenny provavelmente se ressentiria. Após conversar um pouco, Selina deitou nas costas solidas e musculosas de Luke e bocejou antes de adormecer, simples assim. Luke naturalmente estava ciente disto, mas não falou nada e simplesmente aproveitou a oportunidade para acelerar.

Com a força e um físico 16 vezes mais forte que de uma pessoa normal, e junto da Autocura Elementar, tudo que precisava fazer era continuar correndo.

Eles logo chegaram numa ravina. Luke jogou seu gancho sem hesitação e voou com Selina.

Cruzando 40 metros num piscar, Luke continuou correndo assim que pousou para contrabalancear o ímpeto enorme. Selina permaneceu dormindo nas suas costas.

Sob a cobertura da noite, apenas dois indivíduos avançando firmemente juntos podia ser visto.

Quando Luke acordou Selina, ela olhou ao redor e perguntou: — Aonde estamos?

Luke respondeu: — México. Temos que nos disfarçar primeiro e procurar por um carro para chegarmos na cidade mais próxima.

Dez minutos depois, pareciam completamente diferentes quando entraram numa pequena cidade.

Luke virou um jovem latino com cabelos longos. Foi muito mais simples para Selina, que simplesmente usou maquiagem para alterar a estrutura facial e características antes de colocar uma peruca loira.

Eles rapidamente compraram um Ford velho que já havia passado pelas mãos de várias pessoas e continuaram rumo ao oeste.

Selina despertou um pouco. Após isso, analisou os arquivos novamente e destacou os pontos principais para Luke.

Eles pararam em Ojinaga após o amanhecer do dia seguinte e compraram uma picape decente e retornaram a jornada.

Enquanto bebia algo, Selina cortou os sanduíches de Catherine em pequenos pedaços e deu para Luke comer.

Eles tinham muita estrada para cobrir hoje e o tempo estava curto, então só podiam prosseguir assim.

Selina só comeu após terminar de alimentar Luke e murmurou enquanto mastigava: — A culinária da Catherine é muito boa. Você aprendeu dela?

Luke assentiu rapidamente: — Isso mesmo. A culinária da Catherine é ótima.

Selina achou isso estranho: — Então por que a Claire não aprendeu nada?

Luke pensou por um instante: — Talvez porque ela e você sejam iguais?

Selina encarou atordoada por um momento antes de ficar indignada: — O quê? É estranho uma mulher não saber cozinhar?

Luke balançou a cabeça: — Nenhum pouco; afinal, conheço vocês duas.

Selina foi incapaz de responder.

Ela sentiu que havia algo de errado no que Luke falou, mas não havia nada que pudesse dizer para se defender.

Afinal, nem Claire ou ela eram boas cozinheiras. Conversando e discutindo as informações ocasionalmente, chegaram à tarde em Tijuana, a maior cidade na fronteira noroeste do México.

Como a quarta maior cidade no México, Tijuana tinha uma população de dois milhões. Todo dia, hordas de turistas americanos cruzavam a fronteira aqui no México.

A oeste da cidade estava o Oceano Pacífico e a Península da Baixa Califórnia com seu cenário encantador ficava no sul, enquanto ao norte da cidade ficava San Diego na Califórnia. Vários americanos até faziam passeios de um dia para Tijuana antes de voltar para descansar em San Diego à noite.

Tijuana, portanto, tinha várias indústrias impulsionadas pelo turismo, incluindo cassinos, distritos da luz vermelha legais e hotéis.

Comparado aos outros locais do México, Tijuana podia ser considerada relativamente segura. Pelo menos, as brigas de gangue ou prender partes de corpos de seus inimigos em público eram menos comuns aqui.

Vários gângsters figurões escolheram esta cidade como base de trabalho e entretenimento. Dito Flores era um deles.

Infelizmente, isso apenas era a aparência da cidade na superfície.

A verdade era que o título “cidade do crime” se adequava mais a este lugar que em Los Angeles.

Olhando para a maior cidade sob o pôr do sol, Selina suspirou com sentimentos mistos: — Minha terra natal.

Seu pai, Mario, se separou da família em termos ruins para se casar com sua mãe, Sandra. Eles atravessaram a fronteira para os Estados Unidos quando tinham apenas 18 e 16 anos respectivamente.

Na época, Sandra já estava grávida de Selina.

Então, embora Selina nasceu e cresceu nos Estados Unidos, ela passou alguns meses no México quando ainda estava no ventre de sua mãe.

Ela sabia muito sobre o México. Afinal, seus pais eram mexicanos e muitas vezes contariam do seu passado no México.

Mais tarde, alguns dos primos de Mario vieram e também encontraram emprego em ranchos fora da cidade e criaram raízes lá também.

Robert sempre fez vista grossa com eles.

Shackelford era uma cidadezinha com uma pequena população. Após crescerem, a maioria dos jovens sairia para Dallas, Fort Worth, Houston e outras grandes cidades. Alguns permaneceriam na cidade.

Porém, os ranchos e fazendas aqui precisavam de muita mão de obra.

Aqueles que ficaram em Shackelford basicamente eram pessoas honestas e trabalhadoras.

Qualquer um que quisesse fazer uma fortuna por meios desonestos certamente não tolerariam viver numa cidade pequena, e Mario não estava interessado em aturar parentes problemáticos como estes.

Tendo crescido neste ambiente, Selina era fluente no espanhol mexicano.

Ser naturalmente proficiente num segundo idioma era uma vantagem enorme. Além disso, era espanhol, que era o que a polícia americana mais precisava.

Luke deixou Selina com suas reflexões nostálgicas e foi conectar o celular falso ao laptop para discar um número.

Após tocar por um tempo, a ligação foi conectada e veio com a voz suspeita de Roger: — Quem é?

O celular falso de Luke começou a falar em espanhol. Roger ficou atordoado: — Espera, fale devagar, devagar.

Luke revirou os olhos e só podia tocar a voz na metade da velocidade normal.

Ele havia realmente simpatizado com este velho.

Roger estava envelhecendo e tinha um coração ruim. Ele tinha uma esposa durona, seus filhos tinham muita energia e seu parceiro tinha problema de saúde mental. Entretanto, ele correu ao México para lidar com o líder de uma grande gangue.

Parando para pensar, nada de bom aconteceu com Roger recentemente.

Vol. 2 Cap. 460 Imprudente Demais! Eles não Podem ser Mais Cautelosos?

Após dois minutos, o programa de rastreio forneceu um endereço e Luke simplesmente desligou.

Tu…

Roger guardou o celular atordoado: — Filho da puta! Tem algo de errado com você? Você tagarelou por um longo tempo, só para dizer que discou o número errado?

Selina nem virou a cabeça. Olhando para a vista pela janela, ela perguntou preguiçosamente: — Encontrou o lugar?

Luke deu de ombros: — Roger está no Hotel K Tower em Tijuana.

Agora há pouco, ele usou o celular falso para tocar uma voz de uma âncora mexicana e manteve Roger na linha por vários minutos para rastrear a localização do cara.

Roger era um sargento veterano de nível dois na Divisão de Crimes Graves e Luke confiava em suas capacidades.

Onde quer que estivesse, seria onde encontrariam Dito Flores.

Porque ambos sabiam que Martin estaria esperando por Dito lá.

As boas notícias foram que Martin provavelmente não havia agido ainda, ou Roger não estaria livre para falar com uma âncora mexicana no celular.

Luke ligou o carro de novo e dirigiu para o Hotel K Tower.

A cidade estava banhada na luz laranja do sol se pondo, o que dava uma visão calorosa.

Havia alguns prédios altos nos dois lados das ruas; a maioria eram casas separadas e pequenos prédios com dois ou três andares.

Estes prédios foram pintados com todos os tipos de cores esplendidas, que era o estilo que os mexicanos gostavam.

Vários tons de vermelho e amarelo misturados com branco, verde e azul para deixar uma forte impressão a qualquer visitante.

Palmeiras pequenas cresciam ao longo da estrada, com uma ou outra árvore estranha plantada na frente de algumas casas, enquanto videiras verdes exuberantes cresciam em algumas janelas.

Selina murmurou: — Isto parece legal.

Luke assentiu de acordo.

Porém, após passarem por várias mulheres usando saias super curtas e meia-calça de seda branca, Selina foi despertada da sua fantasia infantil e suspirou: — Tudo bem, não é tão legal.

Luke não disse nada.

Ele não precisava do Olfato Aguçado para saber o que aquelas garotas estavam fazendo.

Elas estavam envolvidas numa certa profissão, e as meia-calça de seda branca que estavam usando era uma marca de suas identidades.

Havia ainda mais garotas nas ruas que atuavam como acompanhantes de meio período, mas suas roupas reveladoras e expressões sugestivas indicavam que poderiam fornecer mais que isso.

Este lugar parecia lindo, mas no final, não era o paraíso.

Ou melhor, todo o México nunca foi um paraíso. Pelo contrário, cada vez mais pessoas diziam que parecia o inferno.

O carro de Luke percorreu a Avenida Revolution e passou pelo grande arco de aço inoxidável, que era um ponto de referência em Tijuana.

Sob o grande arco estava um memorial em memória da revolução. Manchado de marrom-escuro, era muito impressionante. Foi só que Luke… sentiu que era um pouco “novo” demais.

Tudo bem, ele até sentiu que se estivesse um pouco mais dilapidado e tivesse mais buracos de bala ou pedaços faltando, poderia passar melhor o ar da revolução.

Como se estivessem a passeio, Luke e Selina percorreram lentamente a Avenida Revolution e viraram numa rua mais estreita que percorreram por outros dois minutos.

Não era uma estrada longa, mas era um pouco mais larga que uma estrada de duas pistas, e havia muitos pedestres que demoravam para desviar do carro, então Luke não podia dirigir rápido.

Luke não estava com pressa e dirigiu lentamente até sair da rua.

Olhando para um prédio adiante que era mais alto que os outros ao redor, Selina falou: — Aquele é o Hotel K Tower. Vamos entrar?

Luke pensou por um momento: — Vamos fazer o reconhecimento primeiro.

Eles deram a volta no Hotel K Tower de carro. Selina soltou o drone no meio do caminho e examinou o ambiente circundante pelo tablet.

— Ei… o Martin agiu? — ela indagou de repente e virou o tablet para mostrar a Luke.

Luke olhou para a tela e disse: — Não sei dizer com certeza, mas parece provável. — Um tiroteio estava acontecendo em algum quarto no quinto andar do Hotel K Tower. O quarto estava uma bagunça completa. Entretanto, um tiroteio não era uma ocorrência rara no México.

Após alguns minutos, uma janela quebrou e um homem foi jogado e atingiu um carro.

Selina falou: — Okay, vejo o Martin.

— Onde está o Dito? — perguntou Luke.

Selina: — Não vejo ele, só sete ou oito guarda-costas enfrentando o Martin.

Quando falou isso, duas SUVs pretas saíram do estacionamento do hotel e seguiram ao leste.

Ponderando por um momento, Luke os seguiu no carro.

Dito pode não necessariamente estar nos carros, mas a chance ainda existia.

Se Martin já tivesse matado Dito no hotel, Luke naturalmente não interviria.

Se Dito estivesse numa das SUVs, Luke não se importava de ajudar.

Selina disse: — O Roger apareceu. Ele e o Martin estão lidando com os guarda-costas.

Luke riu: — O Roger ama o Martin, no final das contas.

Este era o México. Roger e Martin, dois detetives da Divisão de Crimes Graves de Los Angeles, não tinham poder aqui.

Martin estava aqui para se vingar pelo assassinato de sua esposa e o bebê não nascido, e não se importava com as consequências.

Roger tinha uma família feliz e não tinha uma posição baixa no trabalho; as coisas poderiam ficar feias para ele agora que se envolveu numa briga de gangue no México.

Entretanto, não havia nada que Luke pudesse fazer para ajudá-los.

Agora dependia de quão rápido Roger e Martin poderiam fugir. Contanto que a polícia mexicana não os pegasse na cena, sempre haveria a chance de conseguir escapar disto.

Um momento depois, Selina alertou o Luke: — Roger e o Martin estão fora. Eles estão vindo na nossa direção.

Luke deu de ombros: — Parece que estamos seguindo os carros corretos.

Com isso dito, ele manteve o ritmo estável e não perseguiu com pressa.

Ele não planejava começar uma luta enorme na cidade.

Dois minutos depois, um carro passou zunindo pelo carro de Luke.

Selina ficou em silêncio por um instante enquanto olhava para a imagem no tablet antes de dizer: — Luke, parece que era… o carro do Roger.

Luke não pôde deixar de revirar os olhos: — Eu sei. O Martin está com ele.

Dizendo isso, não pôde deixar de dar um tapa no volante: — Droga. Aqueles dois tem mais de setenta anos combinado. Eles não podem ser mais cautelosos?

Mesmo tendo falado isso, as coisas já tinham virado uma bagunça.

Bang! Bang! Bang! Bang! Bang! Bang!

Disparos soaram. Selina ofegou e só conseguiu murmurar um momento depois: — Eles já alcançaram. Os dois lados agora estão disparando na rua.

Naquele momento, ela realmente sentiu que Roger e Martin eram apressados demais.

Esta não era Los Angeles. Estava realmente bem eles trocarem disparos com a gangue de Dito na rua a plena luz do dia?

Luke franziu os lábios. Não sabia o que dizer.

A polícia mexicana em Tijuana não estava morta; eles com certeza apareceriam para ver o que estava acontecendo. E com a bagunça que Roger e Martin fizeram, seria difícil de Luke seguir Dito até seu ninho para eliminá-lo de uma vez.

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