Vol. 2 Cap. 471 Acampamento com um Chorão
Na volta, Luke destruiu a maioria dos equipamentos que usou na missão e enfiou os restos num rio do Parque Nacional de Big Bend.
Colocando a roupa de esporte com a qual tinha entrado, ele e Selina entraram no carro no estacionamento e voltaram à Shackelford. Entrando na cidade, Luke deixou Selina em casa. Ela perguntou: — Você não vai ir para casa?
Luke deu de ombros: — Estou planejando passar dois dias nas montanhas perto do rancho do meu avô para relaxar.
Selina entendeu o que ele queria dizer.
Ele matou muitas pessoas no México e não queria que a família notasse algo de errado.
Selina pensou por um momento: — Vou com você. Preciso de um lugar quieto para descansar também. Me deixa avisar minha mãe.
Ela então saiu e entrou em casa antes de voltar um instante depois.
Luke ainda precisava ligar o carro, quando ambos olharam para o banco do passageiro impotentes.
Sandra obviamente não estava preocupada com eles, mas Dollar descido animado da varanda, balançando o rabo e choramingando fora do carro como se fizesse o melhor para ganhar o favor de seu jovem mestre.
Selina hesitou por um momento: — Posso levar ele conosco?
Luke respondeu: — É claro. O Dollar é um bom garoto, certo, Dollar?
Dollar balançou o rabo ainda mais rápido quando Luke falou seu nome e latiu mais freneticamente.
Nenhum deles conseguiu recusar este chorão fofo.
Com um sorriso, Selina se virou e abriu a porta traseira: — Venha aqui, Dollar.
Dollar subiu sem pressa e sentou obedientemente. Selina esfregou sua cabeça afetuosamente: — Bom cachorro.
Luke ligou o carro com um sorriso e saiu.
Embora estivessem indo às montanhas fora do rancho de seu avô, ele não ia vê-lo.
Ele não queria ver sua família ainda e isso incluía seu avô.
Parando o carro no sopé das montanhas perto do rancho, saíram com as coisas e começaram a caminhada.
Os dois estavam familiarizados com o lugar.
Luke passou muitos finais de semana e feriados aqui durante sua infância.
Mario, pai de Selina, trabalhava no rancho do avô de Luke. Ela também cresceu neste lugar.
Porém, Selina estava no ensino médio quando Luke no fundamental, e no momento que Luke entrou no ensino médio, Selina se formou.
Assim, mesmo que se conhecessem, não interagiram muito como crianças.
Voltando ao ambiente mais familiar da cidade natal, os dois relaxaram tranquilamente, a exaustão e estresse sendo substituídas lentamente pela tranquilidade.
Dollar seguiu Selina obediente e simplesmente olhou para os animais que saltavam de vez em quando sem os perseguir. Ele estava velho demais e não era mais tão curioso. Só queria ficar com sua jovem senhorita. Seguindo uma trilha, eles adentraram nas montanhas onde menos pessoas iam.
Shackelford tinha uma população pequena e os trabalhadores e cowboys estavam ocupados no rancho. Após atravessar um ou dois picos, normalmente já não havia sinais de ninguém. A maioria das pessoas normalmente acampava na periferia. Quanto mais fundo fossem nas montanhas, mais perigoso era. Além disso, a vista era similar, então não havia necessidade de ir muito longe.
Meia-hora depois, Luke e Selina chegaram num espaço aberto perto de um riacho.
As árvores estavam distantes e havia até uma fogueira ao ar livre.
Este era um acampamento bem frequentado pelos visitantes.
Tinha água e espaço aberto. Não era longe do mundo externo, mas quieto o bastante.
Além dos pássaros e insetos entre as árvores, não havia sons de pessoas. As pessoas que estavam acostumadas as grandes cidades poderiam se sentir desconfortáveis neste tipo de ambiente; não havia sons de carros ou os gritos ocasionais, nem som de música ou o barulho alto da TV. Mesmo quando o vento soprava, havia apenas o som dos galhos ao invés do barulho dos pedaços atingindo uma janela.
Contudo, Luke e Selina estavam acostumados a este tipo de ambiente e até gostavam da serenidade.
Além disso, tinham Dollar de companhia, então não estavam sozinhos. Após tirar os ingredientes que Selina trouxe de casa, Luke preparou um churrasco e acendeu uma fogueira com a lenha que ela coletou. Ao ajustar para um tamanho adequado, falou com um sorriso: — A comida ficará pronta em uma hora. Você pode ir se divertir um pouco.
Selina espreguiçou: — Não, vou tirar um cochilo.
Ela então abraçou a cabeça de Dollar: — Não me perturbe. Vá seguir o Luke, entendeu?
O cachorro lambeu a mão dela carinhosamente para indicar que entendeu.
Selina então abriu a tenda e entrou. Rapidamente, seu ronco pôde ser ouvido. Ela havia realmente adormecido rápido.
Luke encarou por um momento antes de se virar, acenou para Dólar e esfregou o queixo do cachorro.
Dollar estreitou os olhos confortavelmente e deitou obedientemente perto de Luke.
O único som no espaço aberto próximo ao riacho era o estalar da lenha. Selina só acordou após algumas horas.
Eles não conversaram muito. Após comer, vagaram separadamente pela floresta.
Enquanto caminhava sozinho, Luke pensou no resultado desta missão, bem como o futuro de Selina.
Selina levou Dollar com ela e também parecia ter um pensamento em sua mente.
O dia passou pacificamente.
À meia-noite, Luke, que ainda estava averiguando os arquivos, parou de repente e saiu da tenda.
O fogo riscou o céu noturno e então atingiu a floresta na distância.
Luke ergueu a sobrancelha. Aquilo era… um meteorito?
Ele nunca viu um meteorito cair, mas parecia ser isto.
No entanto, estava longe demais para ele ter certeza.
Não muito longe, Selina sentou na tenda e perguntou: — O que foi?
Luke deu de ombros: — Parece que um meteorito caiu para lá.
Selina murmurou em reconhecimento e não pensou demais. Ela estava prestes a deitar novamente antes de parar: — Não vai ir escavá-lo, vai?
Luke pensou por um momento antes de balançar a cabeça: — Esqueça, não tem necessidade de ir ao meio da noite. Podemos checar após o café da manhã.
Selina bocejou: — Isso serve. — Ela então deitou e dormiu.
Antigamente, ela teria definitivamente feito Luke levá-la para dar uma olhada.
Contudo, como era tarde, ela ficou apática e desinteressada em fazer algo.
Luke balançou a cabeça impotentemente e arrumou as coisas antes de voltar para a tenda para descansar também.
Selina acordou às seis da manhã.
Dormir aqui era muito mais relaxante que na cidade. Como ela foi para a cama cedo, não estava disposta a dormir aqui na natureza.
Após se levantar, viu Luke malhando e cumprimentou. Ela então foi se levar. Dollar se levantou instantaneamente e a seguiu.
Luke começou a fazer o café da manhã.
Mais tarde, poderiam dar uma olhada no meteorito que atingiu a Terra noite passada.
Vol. 2 Cap. 472 Dollar Pega um Peixe e FBI pega um Fugitivo
Alguns meteoritos eram muito valiosos, especialmente aqueles que continham metais que eram raros ou não existiam na Terra. Eles eram mais preciosos que diamantes e ouro.
Porém, é claro, a maioria dos meteoritos não era tão valioso.
De repente, Dollar latiu cautelosamente. Luke virou a cabeça, só para ver o cão parado numa rocha enorme e eriçado num riacho.
Ele achou um pouco engraçado.
Dollar, este cachorro velho ainda podia agir como um filhote às vezes. Estava rosnando para um peixe no rio?
Não havia serpentes d’água ou jacarés no riacho.
O Olfato Aguçado de Luke não detectou nenhuma das duas criaturas perigosas próximas.
Selina também não achou grande coisa. Só parecia que Dollar estava rosnando para um peixe aleatório.
Os cães eram assim; se o vento soprasse uma sacola, eles poderiam brincar e persegui-la por um tempo.
Dollar fez muitas coisas similares, coisas estupidamente fofas quando era mais jovem.
Selina se aproximou após se lavar e comeu com Luke.
De repente, houve um barulho e ambos se viraram para ver que Dollar não estava mais na rocha.
Julgando pelo barulho, o cão deve ter saltado no riacho.
Luke comentou: — Uau, Dollar parece muito animado hoje.
Selina ficou chateada: — Provavelmente é porque não brincamos juntos por um tempo. Ele não tem medo de ficar doente.
Luke: — Não é tão ruim, o clima está ficando quente. Apenas o seque logo após quando voltar.
Enquanto conversavam, ouviram Dollar nadando ao redor do riacho.
Contudo, o cão foi bloqueado pela rocha e eles não conseguiam ver.
Luke não pensou muita coisa disto.
O riacho só tinha vinte centímetros de profundidade e Dollar não podia se afogar.
Com certeza, dois minutos depois, Dollar subiu na rocha com um peixe balançando entre seus dentes.
Luke e Selina ficaram sem palavras. Ainda não era hora do almoço, por que o cão pegou um peixe vivo?
No final, antes que pudessem chamar o Dollar, o cachorro abriu a boca como se quisesse elogios e o peixe voltou para a água e fugiu rapidamente.
Luke caiu na gargalhada: — Okay, não temos que comer a saliva do Dollar no almoço hoje.
Selina balançou a cabeça impotente: — Não gosto de comer esse tipo de peixe.
Tendo perdido o peixe, Dollar só podia voltar até eles com o corpo inteiro encharcado.
Luke recuou alguns metros firmemente.
No momento seguinte, Dollar chacoalhou para se secar.
Água voou por toda parte e atingiu Selina, que não foi rápida o bastante para reagir. Ela gritou com raiva: — Dollar! Venha aqui.
Dollar estava tremendo um pouco enquanto se aproximava.
Selina então o agarrou: — Luke, me traga uma toalha grande. Este cara adoece fácil hoje em dia.
Luke assentiu com um sorriso e achou uma toalha para ela.
Enquanto Selina limpava dólar, ela repreendeu o cachorro baixinho por ser um garoto malvado que fez uma coisa ruim.
Dollar olhou para sua dona inocentemente e choramingou, até estendeu a grande língua para lambê-la.
Selina esmagou este comportamento bajulador: — Como punição, você não pode fazer coisas fofas pelo resto da manhã.
Dollar inclinou a cabeça e mostrou a língua enquanto olhava com queixa para sua dona.
Luke e Selina passaram vinte minutos lidando com o molhado Dollar.
Após terminar o café da manhã e empacotar as coisas, duas pessoas e um cão caminharam despreocupados na direção da colisão do meteorito.
Selina estava muito melhor hoje. Pelo menos, conversou muito com o Dollar.
O cão era um ouvinte leal que simplesmente ouviu sem reclamar.
Luke não interrompeu suas interações. Simplesmente liderou o caminho alguns passos na frente.
Entretanto, caminharam por apenas meia-hora quando fizeram uma curva na trilha e viram dois homens na distância.
Olhando para o que estavam usando, Luke tossiu levemente e gesticulou para Selina com a mão esquerda atrás das costas.
Ela olhou na direção de Luke quando ele tossiu e ao ver o sinal, parou imediatamente.
Olhando para os dois homens, Selina perguntou baixinho: — FBI? Por que estão aqui? Eles não estão perseguindo um fugitivo, estão?
Luke respondeu baixinho: — Vou perguntar. Fique aqui.
Selina assentiu em entendimento.
Considerando a habilidade de combate de Luke, ele obviamente não estava com medo de ir sozinho.
Selina ficando para trás também era um aviso aos alvos, no caso de alguém pensar erroneamente que poderiam matar os dois ao mesmo tempo.
É claro, Luke e Selina não suspeitaram destes dois, que estavam usando coletes táticos do FBI; este era apenas o hábito deles como parceiros.
Os agentes do FBI notaram os dois também. Quando Luke se aproximou, um deles avançou levemente e acenou para ele parar: — Estamos aqui numa missão. Um fugitivo perigoso entrou nesta área e não é seguro. Vocês devem voltar agora. Não fiquem nas montanhas.
Luke parou: — Oh, somos do rancho no sopé das montanhas. O fugitivo não fugirá ao rancho, certo?
O agente não foi impaciente e apenas balançou a cabeça: — Não. Já estamos procurando por ele, não se preocupe, mas saia das montanhas o mais rápido possível para evitar perigos.
Luke assentiu com um sorriso: — Obrigado por avisar. Estamos voltando. — Ele se virou e saiu.
Se juntando a Selina, Luke contou o que o agente falou. Ela ouviu e assentiu. Em seguida, se viraram e voltaram da direção que vieram.
Após várias centenas de metros, Selina deu uma olhada significativa a Luke.
Ele assentiu: — O que é?
Selina perguntou: — Acha que estão aqui por causa do meteorito?
Luke deu um aceno: — Acho. Quanto ao fugitivo ou sei lá o quê, saberemos quando perguntarmos ao Robert.
Como uma cidade com dois mil residentes, Shackelford tinha dez oficiais regulares que cobriam as dezenas de fazendas e ranchos pela cidade.
Cidades normais, como Prosperity no Arizona, normalmente só tinham cerca de doze xerifes para cada mil residentes.
Shackelford era pequena, mas as fazendas e ranchos não eram. Alguns deles até faziam bons negócios, o que era motivo de a cidade ter tantos oficiais.
Os ranchos estavam sob jurisdição de Robert. Se o FBI quisesse caçar um suspeito aqui, teriam que avisar Robert primeiro; caso contrário, mereciam quaisquer problemas que encontrassem.
Enquanto duas pessoas e um cão se aproximada do sopé da montanha, Dollar começou a estremecer e choramingar.
Os dois olharam para o cão, só para vê-lo se deitar lentamente como se estivesse com muita dor. O cão então se contorceu de repente no chão e seus gemidos viraram latidos.
Selina empalideceu de medo: — Dollar, qual é o problema?
Luke franziu a testa e a segurou: — Deixe-me dar uma olhada.
Ele então agachou e colocou a mão no Dollar para impedir o cão de lutar.
Vol. 2 Cap. 473 Doente? Ou Faminto?
Luke não foi rude. Ele simplesmente rolou com a luta de Dollar e o impediu de se contorcer, o que foi fácil de fazer com seu Reflexo Rápido e ampla Destreza.
Tocando em Dollar, percebeu que seu corpo inteiro estava tremendo, ou mais precisamente, estremecendo.
A respiração e batimento do cão também tinham acelerado. Não havia nada além de dor e pânico em seus olhos. Ele olhou subconscientemente para Selina, como se pedisse ajuda a sua dona.
Franzindo a testa, Luke pegou o cão com uma mão e jogou Selina nas costas com a outra: — Vamos ao rancho. Tem um veterinário na casa do meu avô.
Com isso, disparou para o rancho como o vento.
Eles chegaram no rancho em cinco minutos.
Um lavrador deu uma olhada estranha: — Huh, Luke e Selina? O que… estão fazendo?
Luke passou por ele enquanto falava.
A voz de Luke soou: — Bart, onde está o Ferreira? O Dollar está doente.
O lavrador respondeu rapidamente: — No estábulo.
— Obrigado. — A voz de Luke flutuou até Bart enquanto ele desaparecia rapidamente.
Bart coçou a cabeça: — Por que a pressa? — Não prestando mais atenção, voltou ao trabalho.
Apressando até o estabulo, Luke abaixou Selina e gritou: — Ferreira!
Um momento depois, um velho respondeu do estábulo: — Quem é?
Luke: — … Avô, o Dollar da Selina parece estar muito desconfortável. Esperava que o Ferreira pudesse dar uma olhada.
— Ferreira, esqueça aquela bezerra por um momento e venha dar uma olhada — o velho gritou.
Dois homens saíram rápido do estábulo.
O homem na liderança tinha cabelo branco e rosto cheio de rugas.
Suas bochechas estavam rosadas, o que era típico das pessoas daqui. Seu rosto era fino e comprido e seus olhos não muito grandes, mas cheios de espírito: — Luke, o que está acontecendo?
Luke colocou o Dollar no chão e abraçou o velho: — Levamos o Dollar para brincar nas montanhas, quando ele pareceu indisposto de repente e começou a se contorcer. Ele parece estar com muita dor.
O velho deu um abraço forte em Luke e falou ao mesmo tempo: — Ferreira, vá dar uma olhada.
O homem de meia-idade atrás dele emitiu um som de reconhecimento e já estava agachando para examinar o Dollar.
O velho então se virou e beliscou Luke no ombro: — Quanto tempo faz desde a última vez que veio me ver?
Luke respondeu impotente: — Avô, estou aqui agora, não? Vou jantar aqui também. Nada pode derrotar o sabor dos seus bifes.
O velho riu e socou ele de novo: — Então você só veio pelos bifes?
Ele então disse para Selina ao lado: — Tudo bem, Selina, não precisa ficar tão nervoso. O Ferreira é um veterinário experiente.
Enquanto examinava Dollar no chão, Ferreira revirou os olhos: — Drax, o que normalmente examino são gados e cavalos. Cães não estão na minha área de especialização.
Drax, avô de Luke, o repreendeu imediatamente: — Pare de falar e trabalhe.
Luke sorriu estranhamente.
As pessoas no rancho eram diretos assim.
Selina ainda estava aqui quando Ferreira falou que não era especializado em tratar cães. Contudo, avô de Luke foi astuto o bastante para cortar instantaneamente as palavras honestas.
Ferreira, todavia, levantou a cabeça: — Ei, vocês cometeram um erro? O Dollar está um pouco fraco, mas não está doente, certo? Seu batimento está normal. Além disso, vocês deram comida para ele? Eu acho que… ele está com fome.
Luke e Selina: — O quê?
Luke se aproximou e agachou para examinar Dollar de novo, só para descobrir que todos os sintomas anormais sumiram.
Foi como Ferreira disse.
Tirando a leve fraqueza, o Dollar estava absolutamente bem.
Esfregando a cabeça do cachorro enquanto lambia sua mão, Luke ficou embasbacado.
Ele não era um idiota que não tinha nenhum conhecimento médico geral e também aprendeu primeiros socorros.
Embora os cães fossem diferentes dos seres humanos, não estava errado no seu diagnóstico básico.
Havia algo de muito errado com Dollar momentos atrás.
Contudo, tirando pelo estômago faminto, Dollar agora estava absolutamente normal.
Luke ficou intrigado, mas não refutou as palavras de Ferreira.
Quanto a condição anterior de Dollar, Luke poderia averiguar pessoalmente.
— Tudo bem, talvez tenhamos esquecido de dar o café da manhã — ele cedeu prontamente: — Avô, parece que precisamos dar algo para ele comer primeiro.
Drax riu e passou o braço em volta do ombro de Luke: — Vamos lá. Tratarei vocês com um churrasco de luxo hoje.
Luke não tinha nada a dizer.
O que era um churrasco de luxo? Era… carne, muita carne! E de todos os tipos, de bacon a carne assada e linguiça.
E foi tudo servido ao mesmo tempo, o que era o céu absoluto para os carnívoros.
Chamando Selina, todos foram à casa de Drax.
Embora ele não fosse um rancheiro rico, sua casa não era pequena.
A casa de madeira espaçosa foi construída com as costas para a montanha e recebia muita luz. O amplo quintal era tão grande quanto uma sala de estar.
Luke seguiu Drax pela casa e achou um pouco de comida para o Dollar primeiro.
O cão era velho e não podia comer muita comida que não era fácil de digerir. Luke só poderia dar um pouco de leite de cabra primeiro.
Enquanto conversava com seu avô na casa, ele pegou um pouco de bife ferveu na água para transformar em algo como uma pasta de carne.
Usando a água para esfriar a pasta rapidamente, levou para fora.
No quintal, Dollar já estava lambendo a tigela.
Luke perguntou impotente: — Realmente demos pouca comida para ele no café da manhã?
Olhando para Dollar, que parecia animado, Selina também ficou intrigada: — Não, perguntei a minha mãe antes. Aquela é a quantidade que ele come normalmente e não come mais que isso.
Luke não ia se deixar preocupar demais sobre isto. Colocando a cabeça de Dollar para o lado, despejou um terço da pasta de carne na tigela.
Com o rabo balançando freneticamente, Dollar comeu a refeição.
Luke e Selina se entreolharam atordoados. Fazia anos desde que viram Dollar tão faminto.
Golden Retrievers eram comedores rápidos e podiam terminar uma tigela de macarrão em cinco segundos.
Porém, como Dollar ficou velho, seu apetite diminuiu e comia devagar.
A maneira que estava comendo agora fazia parecer que ele tinha ficado oito anos mais novo.
Dollar lambeu a tigela em menos de dois minutos e levantou a cabeça para olhar impacientemente para a pasta de carne que Luke estava segurando.
Luke entregou para Selina: — Vou checar se ele está cheio primeiro. — Ele então abraçou Dollar e sentiu sua barriga.
Vol. 2 Cap. 474 Não Vá Longe Demais
Um momento depois, Luke se levantou com uma expressão estranha: — Okay, Selina, dê o resto.
Quando falou isso, Dollar balançou a cauda ainda mais.
Estreitando os olhos, Luke recuou e observou o cão.
O animal enterrou sua cabeça na tigela de novo e aproveitou a comida extra da sua dona.
Luke e Selina passaram o resto do dia no rancho.
Era raro ele vir e Drax já estava preparando um churrasco de luxo.
Mario, pai de Selina, também apareceu. Ele cumprimentou Luke e depois checou Dollar.
Sabia que sua filha amava este cachorro velho que cresceu com ela.
Porém, olhando para Dollar todo animado, Mario estranhou: — Ele está muito… animado, mais que o normal. Ele não parece nada doente.
Luke estava ajudando Drax a preparar o churrasco na churrasqueira. Para as palavras de Mario, ele simplesmente deu de ombros enquanto Selina estava atordoada.
À tarde, Luke e Selina retornaram para casa com as sobras.
Eles não ficaram tanto tempo no rancho e Drax ficou muito feliz em cozinhar.
O velho simplesmente os fez levar a comida para suas famílias aproveitarem também.
Luke deixou Selina em casa primeiro e deu a maioria das sobras.
Ela tinha uma grande família que poderia comer tudo facilmente.
Na família de Luke, Robert era o único com um apetite especialmente bom. Catherine e Claire não eram fanáticas com comida e Joseph não podia comer muito por causa do sistema digestivo ruim. Era o bastante levar um pouco como um pequeno símbolo.
— Fique de olho no Dollar. Me ligue se algo acontecer — Luke lembrou Selina.
Selina olhou para ele atordoada: — Ele está realmente doente? — Sua voz tinha um pouco de preocupação.
Luke balançou a cabeça: — Não, ele deve estar bem; apenas fique de olho.
Ele está bem demais! Luke acrescentou mentalmente enquanto ia embora.
Ele levou a carne do churrasco para casa. Sem surpresa alguma, ninguém ficou empolgado.
Eles tinham acabado de terminar o jantar e as duas mulheres e criança só comeram um pouco da carne.
Robert e Luke, então, foram os únicos que comeram felizes a carne e beberam cerveja enquanto assistiam ao jogo de futebol americano na TV.
Luke perguntou sobre a busca do FBI por um fugitivo e acabou que Robert não recebeu um aviso.
Era um fugitivo solitário, no entanto, e o apoio da polícia da cidade não era necessário. Como um xerife velho e sem ambição, Robert deixou decisivamente o assunto de lado.
Embora nada de importante tenha acontecido na cidadezinha, eles muitas vezes resolviam problemas chatos dos vários ranchos e fazendas. Não era problemático, mas consumia muito tempo; brigar com proprietários de rancho e fazenda sob o sol quente por quase uma hora era algo comum.
Robert, assim, não estava interessado em enviar seus homens para procurar nas montanhas, o que seria perigoso e nada gratificante.
Luke não ficou surpreso.
Aqueles dois agentes do FBI pareciam legítimos. Ele só estava confirmando por hábito e no caso de algo acontecer no rancho de seu avô.
Aproveitando esta oportunidade, Luke sugeriu: — O que acha de fazer o avô vender o rancho, ou contratar alguém para ajudar na administração para que ele não se canse demais?
Robert não concordou: — Drax é um homem que não consegue ficar parado. A coisa que mais despreza na vida são vagabundos preguiçosos. Você sabe por que ele não negou que eu e a Catherine ficássemos juntos naquela época? Foi só porque viu como eu era diligente quando gerenciava uma fazenda. É melhor não falar com ele sobre isto. Ele te mima, mas definitivamente não será gentil com este assunto.
Perplexo por um momento, Luke então disse: — Não é que esteja dizendo para ele ficar sem nada para fazer; só quero que ele desacelere um pouco, já que tem quase setenta.
Estreitando os olhos para Luke, Robert ponderou por um instante antes de falar baixinho: — Ouvi que o Mario está planejando comprar um pequeno rancho.
Luke ficou atordoado: — Ele é… — Ele ia dizer, “ele é rico o bastante?”, mas engoliu as palavras.
Após investir 200 mil na sua empresa. Selina ainda tinha quase 400 mil restantes.
Sua família sempre foi cuidadosa com dinheiro e deveria ter algumas economias. Se juntassem o dinheiro, não seria impossível comprarem uma fazenda como uma empresa familiar.
Pensando por um momento, Luke perguntou: — Mas o dinheiro deles não seria o bastante para comprar o rancho do avô, certo?
Robert riu: — O que está pensando? Mario quer comprar o rancho perto da propriedade do seu avô. Ele quer que ele tenha uma parte nisto.
— Isso não deixaria o avô mais ocupado? — Luke não entendeu.
Robert riu: — Então por que não sugere a ele para encontrar alguém bom em administrar um rancho para ficar no rancho do Mario?
Luke pensou por um instante: — Está dizendo que se o avô quiser fazer uma pausa, pode entregar o próprio rancho para esta pessoa cuidar?
Robert deu um tapinha no ombro dele: — Você falou isso, não eu.
Luke: — …
Então esta era a armadilha.
Robert não estava com medo de Drax. Na verdade, este homem grande e rude estava muito orgulhoso do que realizou.
Ele até poupou fundos para as faculdades de Luke e Claire sem pedir ajuda de Drax.
Mesmo que Drax continuasse dizendo que poderia cobrir as despesas da faculdade de Luke, Robert nunca pegou.
Assim, não queria meter o nariz nos negócios de seu sogro quando se tratava do rancho e não queria que Catherine se envolvesse também.
É claro, Claire e Joseph também eram netos biológicos de Drax, mas claramente não estavam equipados para persuadir este velho teimoso.
Robert sentiu que Luke era o único que teria como convencer Drax, aquele velhote.
Luke esfregou o queixo e ponderou por um momento: — Você tem alguém em mente para a posição?
O pai de Selina definitivamente não era uma opção. Embora o homem tenha sido um lavrador por mais de dez anos e era diligente e honesto, não era realmente um supervisor.
Robert então deu de ombros: — Se acha que este plano pode funcionar, diga ao Drax e encontre um. Ele sempre esteve interessado em “expandir seu território”.
Luke suou. Seu avô não estava um pouco empolgado demais? Ele era ainda mais trabalhador que o próprio Luke.
— Então encontrarei algum tempo para ligar para o avô — disse Luke.
Robert perguntou: — Não vai vê-lo pessoalmente?
Luke suspirou: — Ainda tem coisas a considerar antes disto ser finalizado. Não acho que possa fazer durante esta pausa.
Robert deu um tapinha na sua testa: — Tudo bem, você sempre foi muito meticuloso.
Com a discussão do assunto encerrada, ele hesitou por um momento antes de perguntar baixinho: — Está tudo bem em Los Angeles?
Luke deu de ombros: — Mesmo de sempre. Na verdade, é praticamente igual a Houston. Não estou na DEA. Não precisa se preocupar comigo.
Robert zombou: — Não tente me enganar, pirralho… Não vá longe demais.
Vol. 2 Cap. 475 O Cachorro Reservado
Dizendo isso, Robert deu uma olhada em Catherine e nas crianças não muito longe antes de se calar.
Num acordo tácito, Luke também não continuou neste tópico.
Na manhã seguinte, o celular de Luke vibrou.
Ele olhou para o número, guardou as ferramentas e o equipamento meio terminado e atendeu a ligação: — O que é?
Selina falou baixinho: — Tem algo de errado com o Dollar.
Luke: — Hm?
— Após irmos dormir noite passada, ele comeu as sobras que trouxe. Ele até abriu a geladeira e comeu tudo que tinha dentro e até caçou na lixeira — Selina explicou rapidamente.
Luke estreitou os olhos: — Como ele está agora?
Selina sorriu amargamente: — Não sei. Ele parece bem para mim, além do cheiro de comida nele.
Após um breve silêncio, Luke expressou: — Por que não levamos ele para LA? Se algo acontecer, podemos enviá-lo ao hospital veterinário grande.
Selina ficou surpresa: — O quê? — Ela jamais pensou nisso.
Luke riu: — Não seria bom tê-lo para te fazer companhia em LA?
Selina hesitou: — Estou preocupada de que um voo seja demais para ele; ele está velho.
Luke respondeu: — Então vamos voltar de carro. Ele pode ficar no banco de trás.
Selina assentiu: — Okay.
Luke: — Fique de olho nele pelos próximos dois dias.
Após isso, os dois últimos dias de férias terminaram pacificamente.
Na manhã do último dia, Luke guardou a mochila e desceu as escadas para se despedir da família, que tinha acabado de acordar.
Nem Robert ou Catherine falaram algo, mas Claire e Joseph estavam relutantes em vê-lo ir embora.
A visita de Luke desta vez foi muito curta. Nenhuma das crianças brincaram o bastante com ele.
Sorrindo enquanto consolava eles com algumas palavras, Luke aceitou o café da manhã que Catherine fez e saiu.
Pegando Selina, ele se despediu de Sandra, que estava na varanda.
De manhã, duas pessoas e um cão saíram da cidade.
Na estrada, Luke olhou para Dollar, que estava deitado obedientemente no banco de trás e perguntou: — Dollar comeu muito. Não me diga que ele não cagou?
Atordoada, Selina pensou por um instante antes de responder: — Eu… não notei.
Pensando bem, ela falou incerta: — Não acho que ele urinou muito também.
Os ouvidos de Dollar tremeram, mas ele permaneceu quieto.
Luke assentiu e não falou mais.
Eles seguiram a noroeste e chegaram em casa antes do anoitecer.
Luke levou Dollar ao porão no momento que chegaram em casa.
O equipamento que usava para monitorar sua saúde física e de Selina estava no porão. Isto também poderia ser usado em Dollar.
Ele não era veterinário, mas ainda poderia coletar dados básicos de Dollar e comparar com os parâmetros normais.
A checagem total em Dollar terminou rápido e o cachorro lambeu a mão de Selina, um sinal de que estava com fome de novo.
— Tem algum problema com ele? — Selina perguntou preocupada.
Dollar se tornou um comilão maluco nos últimos dois dias.
Para o lembrete de Luke, Selina comprou muito leite de carneiro e comida de cachorro para mantê-lo alimentado.
No caminho para Los Angeles, Dollar tinha limpado um enorme tambor de leite e um saco de comida de cachorro. Olhando para os dados, Luke balançou a cabeça: — Alguns arquivos são meio anormais, mas seus sinais vitais estão normais.
Ou melhor, normais demais!
Dollar era um cachorro de doze anos, que tinha setenta anos na idade humana; era realmente esquisito ele ser tão brincalhão.
Luke fez algumas ligações e pegou os arquivos dos cães policiais da base de dados da polícia. Comparado os dados de Dollar com aqueles arquivos, ele disse: — Leve-o ao andar de cima. Ainda tenho algumas coisas para fazer aqui embaixo.
Selina fez um som em reconhecimento e levou Dollar consigo, deixando Luke continuar o trabalho no porão.
Selina o lembrou pelo dispositivo de comunicação para ir dormir cedo. Luke respondeu de acordo, mas continuou trabalhando.
No meio da noite, ele esfregou a testa.
Algo estava errado com Dollar.
O cachorro não estava doente; estava muito saudável. Olhando para os dados novamente, chamou Bobby e pediu o homem para vir amanhã.
Desde a última vez que retornou à LA, Bobby ainda estava em Prosperity.
Este domesticador de animal poderia checar o que estava acontecendo com Dollar.
Afinal, Bobby havia sido um domador por mais de dez anos e os animais que estava mais familiarizado eram os cães e chimpanzés.
Ele estava muito familiarizado com a criação deles, já que precisava treiná-los e sabia bastante sobre cães.
Luke retornou à sala de estar e foi até a porta de Selina.
No caminho, Dollar abriu os olhos e olhou para ele, antes de fechar e voltar a dormir.
Olhando para o sujeito por um momento, Luke suspirou e torceu para não ser nada de ruim.
Ele então voltou ao próprio quarto para se lavar e descansar um pouco.
Dollar olhou na sua direção de novo antes de mudar para uma posição mais confortável e continuou dormindo. Bobby chegou de cedinho de manhã.
Luke, que estava o esperando, o levou até o quintal e chamou o Dollar.
— Dê uma olhada nele — disse Luke.
Bobby não fez perguntas.
Ele já estava acostumado aos pensamentos estranhos de seu chefe.
Comparado a encontrar fantasmas, examinar um cachorro não era nada. Esta era sua antiga profissão para começar.
Após inspecionar um obediente Dollar da cabeça aos pés, ele olhou para Luke e balançou a cabeça impotente: — Não vejo nenhum problema. É muito saudável para um cachorro na sua idade e pode viver facilmente por vários anos.
Estreitando os olhos, Luke ponderou por um instante: — Tente se comunicar com ele, assim como fez com o Doctor.
O rosto de Bobby mudou levemente: — Sobre isso…
Luke respondeu: — Tente.
Após hesitar por um instante, Bobby agachou e segurou a cabeçona do cachorro para que pudesse fazer contato visual.
Um momento depois, exclamou surpreso.
Após balançar a cabeça, olhou para Dollar de novo e se levantou um momento depois: — Chefe, não consigo me comunicar com seu cachorro.
Luke ergueu a sobrancelha: — Hm?
Escolhendo as palavras com cuidado, Bobby explicou: — Consigo sentir um pouco de suas emoções pelos movimentos, mas tem algo bloqueando a “ligação”.
Luke entendeu o que Bobby estava dizendo: Dollar tinha emoções, mas Bobby não conseguia entender o que eram com sua Comunicação Mental.
Ele assentiu lentamente: — Okay, tudo bem. Obrigado por vir aqui.
Bobby balançou a cabeça rapidamente: — Sem problemas. Não tinha nada para fazer mesmo.
Luke pensou por um instante antes de perguntar: — O Chris está prestes a retornar as operações?
Bobby assentiu: — Sim. Estive querendo te ligar nestes últimos dias. O FBI já avisou o Chris que as minas podem ser reabertas em três dias.
Luke olhou para ele e indagou: — Então pode ir amanhã para ficar de olho. Você está bem com isso, certo?
Bobby sorriu após um momento de atordoo: — Ficaria feliz.
Aquela era uma mina de ouro, afinal de contas.
Luke o mandou lá e disse que seu trabalho era para alertar contra qualquer um com ideias sobre a mina.
Seu salário anual era de quase 200 mil dólares e Luke obviamente estava o enviando lá para que Bobby não estivesse ganhando este salário por nada.
Pensando sobre suas partes na mina de ouro, mesmo que fosse apenas uma fração, o coração de Bobby acelerou.
Vol. 2 Cap. 476 Anemia e Desnutrição de Selina
Ouro e dinheiro eram as formas mais tangíveis de riqueza.
Poucas pessoas poderiam resistir a sua tentação.
Após ver Bobby ir embora, Luke retornou ao quintal: — Hora de ir, Dollar. Acorde a Selina.
Dollar o seguiu obedientemente para a casa. Para o gesto de Luke, ele colocou a cabeça na cama de Selina e lavou o rosto dela com saliva.
— Dollar! — Selina gritou com raiva.
Porém, um momento depois, estava brincando feliz com o cachorro.
Parado na porta, Luke perguntou: — Tenho que lembrar que o café da manhã está quase pronto?
Após dizer isso, a pessoa e o cachorro na cama pararam e viraram as cabeças.
— Vamos lá, Dollar. Hora do café da manhã! — Luke assobiou e levou o cachorro.
Selina gritou ansiosamente do quarto: — Esperem por mim! Não roube minha comida!
Alguns minutos depois, Luke soube que as coisas não estavam certas mesmas enquanto observava Selina devorando a comida e o cachorro nenhum pouco atrás.
Ao terminar a comida toda, Selina ainda estava insatisfeita: — Ei, não estou cheia ainda.
No chão, Dollar já estava lambendo a tigela vazia. Luke falou: — Espere um pouco.
Ele então fatiou o mil-folhas que havia feito de manhã para Selina.
Dollar olhou para ele com impaciência ao lado.
— Espere um pouco para o seu. Comida de cachorro ainda é melhor para você.
Luke foi até o depósito onde mantinham a comida de cachorro.
Quando voltaram ontem, ele comprou um enorme saco de comida de cachorro e leite de ovelha do supermercado.
Mesmo que Dollar parecesse saudável no momento, Luke não queria que nada acontecesse se ele não comesse direito.
A comida de cachorro suavizado com leite de ovelha era a escolha perfeita.
Selina estava comendo feliz o mil-folhas quando alguém sussurrou de repente ao lado: — Eu gosto dele.
Surpresa, ela virou a cabeça, mas tirando Dollar, que ainda estava olhando impaciente para Luke, não havia mais ninguém.
Selina ficou intrigada: — Eu estava alucinando?
Isto foi porque a voz soou um pouco como a sua, só que mais rouca e profunda.
Balançando a cabeça, ela continuou aproveitando a comida deliciosa.
Por algum motivo, ela estava com bastante fome essa manhã.
Mesmo que ela estivesse comendo mil-folhas agora, seu estômago ainda estava roncando, como se tivesse virado um buraco negro. No final, Luke teve que arrastar Selina pela porta.
Ela ainda estava segurando o mil-folhas e não tinha parado de comer: — Ainda estou com fome. — Luke já tinha dado um breve checkup nela.
Estava tudo normal.
Seus sinais vitais estavam num ritmo normal, mesmo ela tendo falado que estava com fome.
Enquanto dirigia, Luke falou: — Mais uma razão para sairmos cedo; você ainda pode ir num restaurante ao meio-dia, mas ficaríamos sem leite de ovelha e comida de cachorro para o Dollar.
Selina estava ocupada demais comendo para reclamar.
Luke dirigiu direto para uma loja de bolo.
Puxando Selina para a loja, ele apontou para os bolos: — Pegue seu favorito.
Selina apontou para os bolos sem parar: — Este, este e este…
Luke a interrompeu: — Nem pense nisto. Escolha aquele que te encherá.
O dedo de Selina saltou prontamente os bolos pequenos e apontou para uma estante nos fundos: — Aquele.
Luke assentiu decisivamente e falou para a atendente: — Aquele; por favor, empacote tudo para mim.
A atendente ficou perplexa: — Tem certeza?
Luke assentiu de novo: — Sim, mas corte em pedaços pequenos, por favor.
Somente então a atendente suspirou de alívio; eles provavelmente iam compartilhar com muitas pessoas.
Ela ficou ocupada por vários minutos antes do bolo gigante ser cortado em doze pedaços e empacotados em caixas de papel individuais.
Aquele enorme tiramissu, que estava em exibição, tinha mais de trinta centímetros de diâmetro. Eles iam vendê-lo por fatia, mas Luke comprou o bolo todo.
Saindo da loja com uma pilha de caixas, Luke nem se incomodou em colocá-los na mini geladeira do carro. Considerando o apetite de Selina hoje, ele sabia que o bolo não sobreviveria até o meio-dia.
Ele conversou sozinho com Elsa hoje para mostrar que estava de volta ao trabalho e pegou alguns casos acumulados.
Guardando as duas caixas do tiramissu que comprou na mesa, Luke a convenceu rapidamente.
Eles podem ter ficado cinco dias foras, mas adicionando os dois finais de semana, foram quase dez dias; Elsa definitivamente deve ter estado sob muita pressão.
Agora que estava de volta, ele tinha que sair logo para investigar os casos; seria muito melhor que ver a cara azeda de Elsa.
Olhando para uma certa pessoa ainda comendo, Luke ligou o carro e foi para casa.
Dollar ainda estava sentado no banco traseiro obedientemente; ele abanou o rabo feliz quando viu Luke, mas seus olhos estavam fixos no tiramissu na mão de Selina.
— Você não pode comer isso, você é velho demais — Luke falou casualmente a Dollar. A cabeça do cachorro abaixou decepcionado, mas seus grandes olhos não saíram do tiramissu.
Suspirando impotente, Luke foi para casa.
Ao invés de trabalhar nos casos, ele precisava observar um pouco mais Selina. Era melhor mantê-la em casa e fazê-la ler os arquivos hoje.
No caminho, ele comprou dois sacos da melhor ração e uma enorme quantidade de leite de ovelha para Dollar do supermercado.
Por um momento, Luke se sentiu deprimido; ter dois gulosos em casa era uma dor de cabeça real.
Em casa, Luke levou Selina ao porão. Ele examinou Dollar na noite anterior e agora era a vez de sua dona.
Após uma avaliação detalhada, Luke olhou para os dados de Selina. Só levou um momento para confirmar que realmente tinha algo de errado.
Ela não tinha uma doença oculta, nem havia indícios iniciais de uma doença grave. Entretanto, ela estava inesperadamente sofrendo de anemia leve e desnutrição. Seu percentual de gordura corporal também tinha caído.
As mulheres tinham um percentual de gordura corporal maior que os homens. O normal ficava entre 25 e 28%. Selina manteve a sua entre 15 e 17%, o que lhe dava linhas musculares muito distintas.
Isto era algo que sempre deixou Luke intrigado.
Embora Selina fizesse muito exercício, ela também comia um monte. Falando logicamente, não havia como ela conseguir manter esse tipo de percentual. Seu sistema digestivo também estava funcionando normalmente. Ela não era o tipo de pessoa que jamais ganhava peso, independente do quanto comesse só porque seu corpo não conseguia absorver a nutrição apropriadamente.
Então não importa como olhasse, Selina não deveria estar sofrendo anemia, desnutrição e uma queda do percentual da gordura corporal.
Ela era uma gulosa; era muito estranho não ter ficado gorda de toda a nutrição excedente.
Luke só podia dizer para ela se deitar para aplicar uma injeção.
Selina franziu a testa: — Uma intravenosa? Sério?
Luke ajustou a dosagem do soro e explicou: — Você está sofrendo de anemia e desnutrição. Comer não ajudará a compensar isto em pouco tempo.
Selina: — Oi?
Ela achou que Luke estava brincando.
Porém, ele assentiu: — Também acho isto estranho, mas é o que os resultados dizem. Portanto, seja boazinha e fique aqui até a bolsa esvaziar. Após isso, você pode ler os arquivos. Não treinaremos hoje.
Vol. 2 Cap. 477 Dollar, a Ração é Gostosa?
Selina perguntou com uma expressão amarga: — Vou ficar deitada aqui?
Luke respondeu: — Que tal o Dólar ficar para te fazer companhia?
Selina: — …
Achando engraçado, Luke saiu e depois retornou com o tablet e o tiramissu que comprou: — Deve ficar tudo bem agora, certo?
Selina ficou radiante: — Querido, você é o melhor.
Luke puxou um pequeno carrinho e colocou as coisas ao lado dela. Ele então chamou Dollar, que estava aguardando ansiosamente: — vamos lá, Dollar, farei algo para você comer.
Dollar imediatamente se levantou e correu atrás de Luke.
Este porão era onde eles faziam os check-ups, então precisava ser muito higiênico.
Luke não ia alimentar Dollar aqui. O cachorro comia tão vorazmente estes dias que esparramaria comida para todo lado. Os restos não eram um problema; o problema era que Dollar lamberia o chão inteiro, o que era demais.
Luke não queria sentir cheiro da saliva dele todo dia que fosse ao porão.
De volta a cozinha, ele aqueceu o leite de ovelha para Dollar e perguntou: — Dollar, a ração é gostosa?
Dollar latiu uma vez.
Luke indagou: — É boa? Não quer experimentar outra coisa?
Dollar inclinou a cabeça, como se estivesse pensando.
— Pena que você é velho demais; você só pode comer leite de ovelha e ração. Além disso, você é um cão, então não pode comer nada que tenha muito açúcar e sal. — Enquanto falava, despejou o leite quente na tigela de comida.
Ele empurrou a cabeça de Dollar quando chegou perto: — Não coloquei a ração ainda.
Dollar mostrou a língua e aguardou ansiosamente.
Despejando a ração na tigela e vendo Dollar se esbaldar, Luke exibiu uma expressão complicada.
Após terminar com os dois gulosos, Luke saiu para trabalhar num caso.
Era impossível Selina ir; já que não conseguia se separar da comida.
Dirigindo para a cena do crime, Luke olhou para o ambiente e balançou a cabeça.
Era outro local pobre.
Os moradores aqui não cooperariam com a investigação mesmo que soubessem de algo.
Levantando a faixa amarela da porta, Luke entrou na casa. Ele sentiu um déjà vu quando observou a situação.
Quando tentou pensar no motivo, percebeu que era quase idêntico a um caso onde traficantes foram eliminados.
Os produtos e dinheiro foram saqueados e os cinco traficantes mortos.
Dois foram baleados e três cortados em vários pedaços por uma arma branca.
É claro, isto não era obra de Damon e sua filha, mas feito pela mesma pessoa da última vez. Coincidentemente, Luke esteve acompanhando a “Black Bones”, a gangue que este bando de traficantes pertencia. Black Bones era uma das duas gangues que estavam trabalhando juntas para tentar eliminar o Açougueiro Fantasma.
Soltando um suspiro, ele se virou e saiu.
Seria muito difícil de encontrar o assassino neste caso sem um pouco de sorte.
Contudo, mesmo que o encontrasse, e depois? Se não fosse um arqui-inimigo dos traficantes, então era um rival.
Não havia necessidade de Luke buscar justiça para este bando.
Ele fez um desvio na volta e comprou montes de comida de uma loja de siu mei antes de ir para casa.
Selina estava lendo os arquivos a sala de estar quando ele entrou.
Dollar estava deitado no pé dela obedientemente e comendo a pipoca que ela jogava de vez em quando.
A pipoca era sem açúcar e estava tudo bem para Dollar comer, mas não enchia.
Isso não impediu Selina e Dollar de comerem.
Ao ouvir a porta abrir, Selina se viril e saltou de animação: — Isso é siu mei? Tem leitão? E char siu?
Luke respondeu: — É praticamente isso. — Estas eram as duas coisas que esta glutona mais gostava.
Eles lavaram as mãos e Luke ferveu alguns vegetais antes de começarem a comer.
Dollar observou triste os dois comerem enquanto lambia os lábios freneticamente.
Vendo isso, Luke deu de ombros: — Infelizmente, você não pode comer isto. É ruim para a sua saúde. Te darei um pouco de ração depois.
Emoções conflitantes brilharam nos olhos de Dollar e choramingou.
Não havia nada que Selina pudesse fazer também: — Bom garoto, você não pode comer isto. Tem açúcar e sal demais. Daremos um pouco de pasta de carne depois, okay?
Dollar ficou desesperado.
Após o jantar, Luke e Selina estudaram os casos na sala de estar.
Selina finalmente não estava mais com fome. Embora não parasse de comer, não reclamou mais que estava faminta.
Após aproveitar uma refeição enorme, Dollar finalmente se deitou perto dos pés dela e dormiu silenciosamente.
— Pedi a Sonia para averiguar isto. Houve dois casos similares recentemente — Luke falou. — Então, incluindo o primeiro caso e este, são quatro em um mês.
Selina perguntou: — O FBI não agiu?
Luke respondeu: — Parece o mesmo modus operandi, mas as armas são diferentes e não tem como confirmar que a mesma arma branca foi usada. O departamento então não juntou os casos e estão sendo resolvidos por diferentes detetives, que não fizeram nenhum progresso.
Selina perguntou: — Então, o que planeja fazer?
Luke respondeu: — Nada, deixa assim. Este homem é muito eficiente. Não tem sobreviventes ou testemunhas e nenhuma câmera nas cenas dos crimes. Encontrá-lo é praticamente impossível.
Ao ouvir isso, Selina não prestou mais atenção no caso.
Luke expressou: — Okay, não tem treinamento hoje, pode se divertir sozinha. — Com isso, ele se levantou para sair.
Por outro lado, Dollar levantou imediatamente a cabeça e olhou para as costas de Luke.
Ele se virou de repente: — Não dê petiscos ao Dólar. Seu sistema digestivo não é muito bom.
Selina riu baixinho e não discutiu com ele.
Ela alimentou Dollar com alguns petiscos por acidente de dia. Se Luke não a lembrasse, ela não teria percebido.
Era principalmente porque Dollar tinha a observado comer com uma expressão lamentável o tempo todo. Incapaz de aguentar, ela jogou a comida que tinha ao cachorro, que comeu tudo.
No porão, Luke hesitou por um momento antes de finalmente pegar uma imagem de vigilância no seu celular falso.
Era o quarto de Selina.
Ele nunca montou nada no quarto de Selina porque nunca houve necessidade.
Contudo, o comportamento incomum de Selina e Dollar hoje, junto de várias outras pequenas dicas, o obrigou a montar uma câmera de vigilância no quarto dela. Colocando o celular falso ao lado, ele voltou ao trabalho.
À meia-noite, Selina falou que estava indo dormir.
Luke olhou para a tela e desviou imediatamente o olhar.
Nela, Selina estava se trocando.
Luke deu outra olhada minutos depois e viu que Selina já estava na cama e Dollar estava na casinha de cachorro ao lado.
Ele parou o que estava fazendo e guardou tudo. Ele então começou a ler os arquivos no laptop.
Seu celular falso permaneceu ao lado do laptop para que pudesse ver o que estava acontecendo.
O tempo passou e já era duas da madrugada. O celular falso vibrou de repente e Luke olhou rapidamente. Ele desapareceu instantaneamente do porão como um feixe escuro. Segundos depois, a porta do quarto de Selina abriu e Luke tinha uma expressão indiferente enquanto olhava… para o Dollar: — Saia, ainda quer se esconder?
Vol. 2 Cap. 478 Cabeça de Cachorro Dourado: — Peça Desculpa!
Dollar abriu os olhos para olhar para Luke, antes de fechar de novo.
Luke estreitou os olhos para o cão: — Tudo bem, parece que quer fazer da maneira difícil.
Selina já tinha sentado com uma expressão estranha no rosto: — Qual é o problema?
Ela sabia que Luke era um pessoa educada. No tempo que viveram juntos, ele nunca entrou no seu quarto sem permissão. Mesmo quando ele a acordava de manhã, era da porta. Ele nunca abriu a porta no meio da noite.
— Coloque as roupas e venha para a sala de estar — Luke falou: — Traga o Dollar com você.
Selina se levantou imediatamente.
Ela podia dizer pelo rosto de Luke que era um assunto sério, caso contrário, não pareceria tão calmo.
Menos de um minuto depois, ela saiu numa camiseta grande com Dollar.
Luke acenou para ela e a fez sentar perto dele. Então, ele entregou o celular falso.
Numa primeira olhada, Selina ficou horrorizada e virou a cabeça abruptamente: — Você, você esteve tirando fotos minha em segredo?
Luke colocou a mão na testa: — Olhe para o ângulo. Você deve saber onde a câmera está, certo?
Atordoada por um momento, Selina examinou o ângulo e entendeu instantaneamente.
Foi tirada da porta. Ela sabia bem quais itens estavam lá e a câmera com certeza não era uma delas.
Assim, havia acabado de ser instalada.
O vídeo agora estava mostrando o momento principal — algo que parecia semifluido estendeu das costas de Dollar para cobrir a mão de Selina.
De repente, a coisa retraiu e a voz de Luke ressoou: — Saia, ainda quer se esconder?
Selina ficou boquiaberta enquanto olhava para a tela: — O que diabos é aquilo?
Luke resmungou: — Você terá que perguntar a ele.
Olhando para Dollar, que estava deitado perto dela, Selina retraiu o pé subconscientemente: — Dollar, sente-se lá.
Dollar obedeceu imediatamente e sentou imediatamente a vários metros no centro da sala de estar.
Vendo como Dollar foi dócil, Selina suspirou. Este cachorro talvez não fosse obediente por muito tempo.
Selina se virou e olhou para Luke: — Como fazemos sair?
Luke deu de ombros: — Você acha que ficará assustado se falar que o enviarei a um laboratório secreto para ser dissecado se não sair?
Selina arregalou os olhos: — E quanto ao Dollar?
Luke abriu os braços. Que tal você tentar?
Mordendo o lábio, Selina se virou e disse: — Seja lá o que for, saia agora.
Ela mal falou aquelas palavras quando algo elevou de repente das costas de Dollar.
Era como um líquido semi espesso que subiu da cabeça de Dollar e finalmente virou uma… cabeça de cachorro?
Luke foi incapaz de tirar os olhos disto.
Selina ficou ainda mais perplexa.
Um momento depois, Luke cutucou Selina com seu cotovelo.
Selina finalmente acordou e murmurou subconscientemente: — Na verdade, parece muito fofo.
Esta bola de líquido brilhava com uma luz dourada. Uma dúzia de coisas rechonchudas e macias parecida com tentáculos estenderam das costas de Dollar para formar uma cabeça de cachorro brilhante acima da de Dollar.
Porém, esta cabeça era muito mais redonda e gorda que a de um cão normal.
Tinha uma testa particularmente grande e bochechas longas e caídas que dava um olhar cômico. Seus olhos eram um branco lustroso e não tinha nenhuma pupila ou globo ocular; eles eram apenas dois triângulos com cantos redondos.
Além disso, não tinha uma boca; onde deveria estar tinha uma linha decorativa.
No geral, esta cabeça de cachorro dourado parecia… com um cartoon.
Para o elogio de Selina, esta cabeça de cachorro liquida e redondo parecia inesperadamente feliz e balançou animado, assim como Dollar quando era elogiado.
Luke e Selina se entreolharam atordoados. O que era isto? Um cachorro líquido dourado? Ou apenas uma cabeça de cachorro idiota com uma testa grande?
Luke, cujos nervos eram menos frágeis, tossiu e perguntou: — Quem é você? Ou melhor, o que é você?
Uma voz que parecia similar a de Selina, só que mais profunda e rouca, soou: — Sem comentários.
A cabeça afastou o olhar arrogantemente e nem mesmo olharia para Luke.
Olhando para esta cabeça arrogante por um momento, Luke deu um tapinha em Selina: — Você pergunta.
Selina: — Hã? Perguntar o quê?
Luke respondeu: — A pergunta que acabei de fazer.
Selina repetiu imediatamente a pergunta.
Em conflito, a cabeça se virou e olhou com tristeza para Dollar: — Sou Devourer…
Ele pausou por um instante e então balançou a cabeça indisposto: — Tudo bem, Devourer não é meu nome. Sou Voracious, uma criatura de um planeta distante.
Selina arregalou os olhos: — Um alienígena?
Voracious balançou sua cabeça de cachorro: — Para entendimento, posso ser considerado uma forma de vida extraterrestre no máximo. Afinal, não pareço com uma pessoa.
Olhando para a cabeça de cachorro dourado, Luke e Selina assentiram subconscientemente de acordo.
Selina virou a cabeça e Luke falou: — Pergunte por que está escondido no Dollar e por que você e o Dollar estão comendo tanto.
Selina repetiu imediatamente as perguntas.
Luke olhou para Voracious, que parecia muito relutante, mas começou a responder imediatamente: — Fugi de uma espaçonave em um peixe. Então encontrei o Dollar. Somos muito compatíveis, por isso escolhi ele. — Após uma pausa, Voracious continuou: — Está comendo muito porque estou ajudando a digerir sua comida e fortalecer seu corpo.
Luke franziu a sobrancelha:
Ele não acreditava que tal coisa boa não tinha pegadinha: — As criaturas que você parasita sofrem algum dano?
Selina nem precisou repetir a pergunta antes de Voracious falar de novo: — Ei! Não sou um parasita! Peça Desculpas!
Luke deu de ombros: — Mas o que está fazendo é muito parecido com os parasitas no nosso planeta.
Voracious: — Peça desculpas!
Luke comentou: — Por que não pensa nisto como um apelido?
— Peça desculpas! — A cabeça de cachorro olhou para Luke com ferocidade.
Luke: — … Ok. Desculpa. O que é você se não um parasita?
Voracious respondeu: — Para o seu entendimento, sou um simbionte.
Luke perguntou: — Existe uma diferença?
Voracious: — Posso tornar meu hospedeiro simbiótico mais forte e potencializar sua estamina e vitalidade. Um parasita pode fazer isso?
Luke assentiu, pensativo: — Então por que o Dollar e a Selina estão com tanta fome? Não me diga que pode ter vários hospedeiros simbióticos ao mesmo tempo?
Voracious assentiu orgulhoso: — Não sou como o resto da minha espécie. Eles são muito exigentes sobre seus requisitos de energia e se não tiverem o bastante para comer, engolirão seus hospedeiros simbióticos. Sou o único que tem um bom apetite; posso absorver todos os tipos de nutrição dos meus hospedeiros para garantir minha sobrevivência e aprimorar a força deles ao mesmo tempo.
Vol. 2 Cap. 479 Você Está Com Problemas?
Quando falou, parte de um tentáculo líquido saiu da cabeça de cachorro de Voracious e saltou algumas vezes no chão antes de voltar e se fundir: — Viu isso? Ter dois hospedeiros simbióticos ao mesmo tempo é uma habilidade que só eu consigo. Ninguém do meu povo consegue.
Luke estreitou os olhos: — Você tornou a Selina num hospedeiro simbiótico porque vocês dois também eram muito compatíveis?
Voracious parou antes de responder hesitante: — Não, nossa compatibilidade não é muito alta e apenas passável, mas tem algum tipo de energia nela que se adequa muito bem a mim.
— Energia? — Luke franziu a testa: — Não é gordura, é?
Voracious falou: — Não é gordura. A energia vem de todo o seu corpo. Não sei o que é, mas após torná-la num hospedeiro simbiótico, consigo absorver esta energia, que é muito melhor que comida normal.
— Então, você não tocou na gordura no corpo dela e só absorveu essa energia? — indagou Luke.
Voracious assentiu: — Isso mesmo.
Pensando por um momento, Luke questionou: — Então você está dizendo que a energia no corpo dela é… mais deliciosa?
Voracious assentiu: — Isso mesmo. A energia no corpo dela é como char siu e leitão, e a ração que me alimentou é como pipoca.
Luke virou a cabeça: — Você deu char siu e leitão ao Dollar?
Selina abaixou a cabeça em vergonha: — Quando não estava prestando atenção, ele agarrou o pedaço que eu estava segurando… ele também apanhou os ossos do leitão.
Luke ficou sem palavras, mas não perseguiu o assunto e continuou a interrogar Voracious.
Isto durou por quase uma hora.
Voracious já estava um pouco impaciente para começar, até que Luke tirou o resto do char siu e leitão da geladeira e colocou num prato. — Se me responder direito, terá boa comida. Se não, não terá nada. Feito?
— Feito! — Voracious assentiu sem hesitação e sua forma líquida voltou ao corpo de Dollar.
Dollar falou de repente no tom profundo de Voracious: — Ainda preciso depender deste cachorro para comer, mas posso ajudá-lo a digerir tudo, então não se preocupe com indigestão.
Ao ouvir isso, Luke olhou para Selina. Estes três estavam destinados e se juntarem? Por que ficavam tão animados sempre que se tratava de comida?
Após terminar as perguntas, Luke colocou o resto na tigela de comida de Dollar. Ele puxou Selina para o lado e rapidamente digitou uma mensagem no celular falso.
Quando ela deu uma olhada na mensagem, apontou para si duvidosamente e ficou boquiaberta: — Eu? Perguntar isto de novo?
Luke assentiu: — Em todo caso, isto vai morar conosco. Não machucará tentar.
Quando Selina pensou sobre isto, percebeu que ele estava certo e assentiu de acordo.
No dia seguinte, os dois não foram ao departamento. Eles apenas ligaram para Elsa e falaram que estavam trabalhando num caso.
Luke saiu para trabalhar no caso e fazer algumas compras. Voracious, como seu nome sugeria, era o melhor em compulsão alimentar.
Após revelar sua verdadeira forma, exigiu loucamente que Luke desse comida boa e recebia coisas doces e salgadas.
Luke estava com preguiça demais, então enfiou toda a carne em casa no forno e falou para Selina dar ao cachorro quando estivesse pronto.
Voracious não era exigente com comida e comeu tudo feliz. Na metade de um dia, esvaziou a geladeira.
Quando recebeu a ligação de Selina, Luke teve que voltar mais cedo e fazer compras no supermercado.
Ele sorriu amargamente quando viu a conta; três glutões em casa eram realmente irritantes, especialmente quando um deles era um extraterrestre insaciável de outro planeta.
A coisa boa era que ele tinha dinheiro. Após empurrar os dois carrinhos cheios de ingredientes e comida, ele guardou no carro e considerou comprar um freezer, um que fosse grande o bastante para guardar uma vaca.
Selina não conseguiu sair nos últimos dias.
Luke teve que confiar nela a responsabilidade pesada de ensinar Voracious, esta cabeça de cachorro alienígena, o conhecimento geral básico.
Aquele cara foi cauteloso antes, mas não o bastante.
Ele não estava familiarizado com tecnologia moderna e foi pego facilmente pela câmera de Luke.
Segundo, Luke ficou tentado pela explicação de algumas de suas habilidades.
Antes de decidir o que fazer, não daria a ninguém, então precisava garantir que aquilo não fosse exposto.
Parando para pensar, os agentes do FBI na montanha provavelmente não estavam procurando um fugitivo, estavam era atrás desta cabeça de cachorro alienígena.
Era compreensível estarem interessados neste alienígena misterioso.
Eles talvez nem fossem agentes reais, mas provavelmente eram membros das filiais especiais de Wales e Flegg.
Desde que sua parceira estava ocupada pelo Voracious e não podia sair, Luke teve muito menos tempo para realizar investigação de campo; na maioria do tempo, só poderia checar as coisas durante seu trabalho noturno.
Porém, dois dias depois, Elsa ligou e os convocou ao departamento de polícia.
Após Luke entrar no escritório, Elsa olhou para ele e abaixou a caneta: — Você encontrou algum tipo de problema recentemente?
Luke ficou surpreso: — Não?
Olhando de soslaio por um momento, Elsa falou: — Se você ou a Selina estiverem com problemas, pode me dizer.
Luke ficou ainda mais confuso: — Hã?
Elsa expressou: — Só espero que estejam sendo cautelosos. Não vejo ela pessoalmente faz dez dias. O que acha que parece?
Luke ficou sem palavras.
Elsa continuou: — Vocês dois ainda são jovens, mas proteção ainda é necessária. Posso fingir não ver, mas e se alguém mais ver?
Luke explicou: — Chefe, obrigado pela preocupação, mas você está pensando demais. A Selina está bem. É só que ela trouxe o cachorro da sua cidade natal. O animal cresceu com ela e não está numa boa forma, então ela esteve passando mais tempo para cuidar dele.
Elsa ficou atordoada: — É mesmo?
Luke deu de ombros: — Falarei para ela informar você amanhã e poderá ver pessoalmente.
Olhando para o rosto de Luke, Elsa percebeu que realmente poderia estar pensando demais. Tossindo com vergonha, falou: — Okay, tenho um trabalho para você.
Luke agiu como se estivesse ouvindo.
— Lembra da Margares, viúva do William Johnson? — perguntou Elsa.
Luke pensou por um momento antes de lembrar.
William Johnson foi um gângster figurão e um empresário imobiliário, mas chamou a atenção de Rebecca, uma assassina da Fraternidade e explodiu sua cabeça pelo teto solar do carro.
Ela era uma assassina extraordinária que quase explodiu a cabeça de Luke também.
A memória dele sobre ela era muito profunda.
Ele assentiu: — A estudante de arte de UCS?
Elsa deu um aceno: — Ela encontrou alguns problemas ultimamente. Vá checá-la.
Luke perguntou: — É muito problemático?
Não podia ser fácil de resolver se Elsa estava o enviando.
Ela suspirou: — O que mais pode ser? Alguém está de olho no legado do William e alvejou ela. Por enquanto, todavia, ela só suspeita de que alguém esteja a seguindo, o que não é o bastante para abrir um caso oficialmente. Assim, ela veio até mim.
Vol. 2 Cap. 480 Uma Perseguição a Três no Mar
Luke assentiu e não fez mais perguntas.
Elsa mantinha relações pessoais com várias mulheres, como Sheerah e Margaret.
Como mulher, era fácil dela conquistar a confiança daquelas mulheres lindas e ricas e sua identidade como policial, além do temperamento decisivo, reforçava mais esta confiança.
Considerando seu bom relacionamento, elas muitas vezes a procuravam para acordos privados.
Sheerah, por exemplo, veio até ela e Luke com um caso antes, tudo por causa da sua amizade pessoal com Elsa. Luke se levantou e falou: — Não tenho os dados de contato dela. Envie-os para mim, chefe.
Elsa pegou um cartão e entregou a ele: — Já avisei ela. Ela está livre a qualquer momento e está esperando você ligar.
Por que ela nunca ficou preocupada com Luke? Este era um dos motivos.
Seja Sheerah ou Margaret, Luke nunca as contatou em particular fora de um trabalho.
Os outros detetives poderiam ter feito diferente.
Luke assentiu com um sorriso: — Sem problemas, chefe.
Se uma gangue estivesse por trás disto, ele realmente precisava agradecer por se entregarem e oferecer experiência e crédito.
Embora tenha feito uma fortuna no México, jamais poderia ter experiência e créditos o bastante.
Após sair da delegacia, Luke discou o número no carro.
Após uma breve conversa, sua expressão ficou estranha: — Você está sendo seguida, mas, na realidade, foi ao mar?
Quando pensou mais nisto, todavia, entendeu.
Diferente da terra, era fácil de notar uma abordagem no oceano.
Provavelmente foi isto que Margaret estava pensando.
Revirando os olhos, Luke ligou para Selina: — Ei, traga o Dollar e suas coisas para banho de sol. Estamos indo para o mar.
Selina ficou atordoada por um momento: — Você está chapado? — Ele não falou para ficar em casa e ensinar Voracious o conhecimento de vida comum?
Luke respondeu: — É uma tarefa privada. Elas estão no oceano e já falei que iriamos encontrá-los.
— Elas? — Selina ficou curiosa.
— A viúva do William Johnson. Ela morava no apartamento daquele caso que Donald foi enviado ao hospital, lembra? Ela está com sua prima agora — explicou Luke.
Selina falou: — Oh, ela. Vou arrumar as coisas agora.
Vinte minutos depois, Luke, Selina e Dollar embarcaram num barco que alugaram por celular e partiram.
Não era um barco grande. Em todo caso, era apenas duas pessoas e um cachorro, e Luke poderia dirigi-lo.
A Navegação Básica de Pequenas Embarcações estava na sua lista de habilidades e só custou 100 créditos para aprender.
Observando-o operar habilmente o barco, Selina achou suspeito: — Você veleja muito?
Luke respondeu: — Você pode me considerar excepcionalmente talentoso.
Selina revirou imediatamente os olhos para ele. Ela se virou e olhou para o vasto mar, que melhorou significativamente seu humor.
Embora estivessem em Los Angeles por bastante tempo e a Praia de Santa Monica fosse mundialmente famosa, eles dificilmente saíam para o mar.
Se não fosse pelo trabalho hoje, Luke nem teria considerado isto.
Foi a primeira vez de Dollar num barco, mas ficou bem relaxado.
Ninguém sabia como Voracious estava mantendo o cachorro calmo.
Segundo Voracious, ele e Dollar poderiam influenciar os sentimentos um do outro por causa do relacionamento simbiótico.
Quando necessário, ele poderia até ajudar a controlar o corpo de Dollar.
Luke repreendeu quando ouviu isso. Isso não era possessão? Era uma divisão de cinquenta-cinquenta em uma empresa no máximo, não uma propriedade total.
Porém, é claro, não era uma coisa ruim para Dollar, que agora estava velho; isto poderia alongar significativamente a vida do cão.
Além disso, os cães não exigiam muito.
Na maioria do tempo, eles estavam livres para brincar, não fazem nada ou apenas dormem. O tempo não era tão importante para eles.
Por outro lado, se fosse um ser humano preso com um cara que podia controlar seu corpo a qualquer momento, com certeza não pareceria ótimo.
Ainda mais assustador era que este cara conseguia ler a mente dos hospedeiros e se comunicar com eles telepaticamente.
Embora Voracious tenha dito que era simbiose, Luke achou que era muito mais como possessão.
Não havia como ele deixar este cara o possuir.
O barco percorreu a água e logo chegaram nas coordenadas que Luke recebeu.
Selina olhou ao redor e perguntou: — Onde elas estão?
Luke respondeu: — Ela só me deu as coordenadas de encontro; ela não me deu sua posição.
Selina estalou a língua: — Esta Margaret é realmente cautelosa. Espera, não acho que isso seja da personalidade dela, né?
Luke deu de ombros: — Não. Não tem como ela pensar num plano tão cauteloso para um encontro. Deve ser coisa da prima dela.
Selina finalmente ficou curiosa: — Quem é a prima dela?
Luke respondeu: — Não sei, mas veremos ela logo. As duas estiveram juntas nos últimos dias.
Enquanto conversavam, viram um iate emergir de uma baía na distância.
Luke gesticulou: — Bem ali. Elas chegaram. — Ele já conseguia ver Margaret; esta estudante de arte ainda estava linda como sempre.
Porém, sua expressão mudou imediatamente; pois ouviu disparos esporádicos: — Alguém está perseguindo elas. Leve o Dollar para baixo e não deixe o garoto sair. — Por garoto, ele naturalmente queria dizer a cabeça de cachorro alienígena, Voracious.
Selina rapidamente desceu e Dollar a seguiu obedientemente.
Antes de descer, todavia, deu um olhar insatisfeito para a fala “o garoto” de Luke.
Selina afagou a cabeça do cachorro e sinalizou para ele ficar quieto antes de tirar sua arma e observar a atividade na distância pela janela.
Luke estreitou os olhos.
Com sua visão aguçada, conseguiu ver claramente o que estava acontecendo e ficou surpreso.
Isso porque não era apenas um barco perseguindo o outro.
Uma pequena lancha vinha logo atrás dos dois barcos.
Havia o som incessante de disparos da lancha no meio. Porém, não estavam sendo disparos em Margares que estavam perseguindo, mas na lancha atrás.
Luke não ouviu os disparos antes por causa da distância e porque foi bloqueado pelas montanhas ao redor da baía.
Das três partes nesta perseguição, o iate de Margaret era o maior e mais lento.
A lancha atrás dela era menor e muito mais rápida e aquela na retaguarda, contudo, estava assediando como louco para que não pudesse perseguir o iate de Margaret a toda velocidade.
— Uma batalha real de três vias? — Luke murmurou consigo.
No entanto, olhando para o iate que estava fugindo, ele sentiu que só poderia ser considerada uma luta entre duas partes porque a terceira estava fugindo em pânico.
Não era Margaret que estava conduzindo o iate, era uma jovem.
Se Luke estivesse correto, esta era a prima.
Luke ligou o barco e acelerou lentamente.
Se não fizesse isto, seria provavelmente deixado para trás.
Acelerando na direção dos três barcos, Luke fez uma curva fechada quando se aproximou, para que assim o barco ficasse na mesma direção.