Vol. 1 Cap. 11 Adoção

O domínio do Cavaleiro Harry ficava a 300 milhas a oeste do domínio do Cavaleiro Bennet.

Entre eles havia outro domínio de um senhor honorário. Se não houvesse necessidade de contornar esta região, não havia como a viagem levar seis horas.

Apesar de ser um membro da realeza que recebeu sua própria terra, o Cavaleiro Bennett estava na classe média alta que ainda estava um pouco longe de ser um aristocrata. Além disso, não era bom em socializar com os outros nobres, tentou o seu melhor para manter uma distância educada dos outros veteranos.

Isso se tornou algo bastante difícil já que precisava solicitar que seu próprio exército fizesse uma passagem direta para outro domínio.

O desfile chegou ao feudo do Cavaleiro Harry por volta das três da tarde. De longe, Abel avistou um castelo muito grande à frente, em ambos os lados deste castelo havia bandeiras vermelhas representavam um unicórnio. O símbolo da família do Marshall.

Pelo que Abel podia ver, seu pai não estava feliz em ver isso. O Castelo Bennett tinha sua própria bandeira, mas tinha apenas três metros de altura e dois metros de largura. Era algo que ele havia herdado de seu próprio pai. Na época estava inacabado, então teve que gastar um pouco de dinheiro para adicionar os toques finais. Sempre dizia.

“Ele está fazendo isso de propósito.” O Cavaleiro Bennett rangeu os dentes.

“Já que contei a ele sobre nossa bandeira.” Abel percebeu isso, é claro, e decidiu desacelerar um pouco o cavalo. Por mais chateado que seu pai estivesse, não queria causar nenhum tipo de problema.

No portão da frente do Castelo Harry, um homem de meia-idade usava um conjunto completo de armadura dourada, estava acompanhado por dois de seus guarda-costas que, para esfregar mais sal em sua ferida, também estavam equipados com alguns equipamentos de couro muito requintados.

Tinha uma escultura do deus do sol no peito esquerdo e a crista do unicórnio branco à direita. Para alguém de sua idade, era muito mais robusto do que a maioria esperaria, também era muito alto e havia algumas rugas em seu rosto, mas em vez de fazê-lo parecer velho, de alguma forma exalava uma aura madura e refrescante sobre si.

“Marshall!”

Com um rosnado de um tigre sedento de sangue, o Cavaleiro Bennett saltou de seu cavalo e caminhou rapidamente em direção a Harry. O chão abaixo dele tremia a cada passo que dava.

“Seth!” O Cavaleiro Marshall respondeu com um rugido alto e furioso. Com seu cabelo dourado voando no ar, ele se aproximou do Cavaleiro Bennett com a ameaça de um leão totalmente jubado. Ninguém sabia como reagir a isso. Os dois deveriam ser melhores amigos, mas pareciam prestes a bater um no outro?

Os dois apenas continuaram andando um em direção ao outro, estavam tão próximos que seus punhos estavam perfeitamente ao alcance de um soco nocauteador.

E, claro, não pararam por aí. Em vez disso, quando seus peitos estavam a uma polegada de distância, os dois pularam ao mesmo tempo, e colidiram um no outro, nenhum punho, nem chutes. Apenas dois homens empurrando um contra o outro com o peito blindado. Se Abel fosse descrever essa cena, seria como uma colisão de veículos em alta velocidade.

Era uma forma estranha de competição de força bruta mas, ao mesmo tempo impressionante. Tanto o Cavaleiro Bennett quanto Harry tiveram que dar vários passos para trás.

O Cavaleiro Bennett praguejou enquanto equilibrava as duas pernas.

“Você se tornou um Cavaleiro Intermediário? Por que diabos não mencionou isso na carta?”

“Bem, o mesmo poderia ser dito para você!” Harry respondeu enquanto acariciava o amassado em sua armadura dourada. “Você não me disse que se tornou um Cavaleiro Intermediário!”

O Cavaleiro Bennett também sentiu vontade de olhar para o amassado em seu próprio peitoral. Após descobrir o custo necessário para o reparo, gritou.

“Você quer jogar sujo, não é? Sim, eu me tornei! Caso contrário, eu estaria no chão agora!”

“Jogar sujo? Olha quem está falando?” Harry lançou um olhar de reprovação para o Cavaleiro Bennett. Que fez o mesmo, e os dois continuaram se encarando em silêncio. Justamente quando todos pensavam que haveria uma briga, os dois de repente bateram na armadura um do outro com o punho.

Então começaram a rir e se abraçaram. Aparentemente, nenhuma daquelas bobagens de etiqueta era importante neste momento, os dois irmãos ficaram felizes em se ver, e isso era tudo o que importava. Como alguém que guardava um segredo tão grande que não podia contar a ninguém, Abel só podia esperar ter uma amizade tão próxima.

A cerimônia de adoção foi muito formal, até convidaram um sacerdote do Templo da Deusa da Colheita.

Durante a cerimônia, Abel recebeu um terno do Marshall. O traje estava marcado com o símbolo do brasão do unicórnio, o que significava que havia sido aceito na família. O banquete de boas-vindas começou após o término da cerimônia de adoção.

Se um Lorde não tivesse herdeiro em seu nome, sua propriedade seria reivindicada pelo Ducado assim que morresse, tal mudança seria devastadora para todos que dependiam de seu sustento sob o nome da família. Dito isto, embora tenha sido bastante trágico para Abel deixar sua casa, também foi algo digno de celebração para aqueles que o acolheram.

O Cavaleiro Bennett não participou do banquete de boas-vindas, não estava interessado em comemorar a partida de seu filho. Depois que a cerimônia de adoção terminou, foi para casa às pressas com seus homens. Por entender como o Cavaleiro Bennett estava se sentindo, Harry não se esforçou para tentar fazê-lo ficar.

Depois que o dia acabou, Harry levou Abel para um prédio de dois andares no lado esquerdo do Castelo.

“Este será o seu quarto a partir de agora.” Harry abriu a porta e deu as boas-vindas a Abel.

“Espero que você se sinta em casa aqui.”

Havia muito espaço no primeiro andar. O chão era feito de algumas pedras muito duras. Na ponta havia uma mesa e algumas cadeiras para os convidados, mas essa era a única mobília regular ali. A parede estava empilhada com uma prateleira cheia de armas. Havia espadas pesadas, escudos, arcos e lanças, até mesmo um machado pesado que deveria ser usado apenas pelos orcs.

Para ser honesto, este lugar parecia mais uma mini-sala de treinamento do que um quarto. Como base para um cavaleiro novato como Abel, praticamente todas as suas necessidades diárias poderiam ser satisfeitas aqui, créditos podiam ser dados a Harry. Ele o tinha colocado em seus pensamentos quando decorou este edifício.

O quarto ficava no segundo andar, havia uma cama de plumas muito grande que era quase limpa demais. Fosse a parede de carvalho ou o tapete de lã no chão, tudo tinha um glorioso tom de branco, como se isso não fosse grandioso o suficiente, a janela se estendia do chão ao teto. Se alguém fosse olhar para fora, a vista era muito mais bonita do que as que se teriam em casas comuns.

O Cavaleiro Harry gostava da cor branca. Deveria ter algo a ver com o unicórnio no brasão de sua família, até o grande armário do quarto era feito de madeira de carvalho-branco.

“Não se preocupe com o que vestir aqui.” Harry abriu o armário, que tinha todos os tipos de roupas novas dentro.

“Estas são todas suas. Vai demorar um pouco até a sua festa de boas-vindas. Tome um banho agora. Depois que descansar um pouco, uma empregada virá para ajudá-lo a vestir seu traje formal.”

Harry era um homem gentil. Quando sorriu para Abel, havia um certo calor que parecia genuíno e reconfortante.

“Há mais alguma coisa que você queira?” Perguntou mais uma vez antes de descer.

“Não se segure. Esta é a sua casa a partir de agora.”

“Não senhor. Isso já é mais do que eu poderia pedir.” Disse Abel em um tom levemente ansioso. Por mais que apreciasse a generosidade de todos neste castelo, era difícil se acostumar a ser tão cuidado por muitas pessoas ao mesmo tempo.

Enquanto estava sozinho em seu novo quarto, deu uma olhada para fora da janela que ia do chão ao teto para observar o cenário noturno. Havia vários pontos de luz piscando à distância, a maioria dos quais pertencia aos convidados que vieram para o banquete de boas-vindas.

Em suma, o Castelo Harry ficava muito perto da Cidade da Colheita, que tinha uma escala muito maior do que uma pequena cidade como Fort Lee.

Esta era a nova casa de Abel a partir de agora, quando tinha apenas começado a reconhecer sua nova família, o destino decidiu tirá-lo de sua casa, e aqui estava ele. Uma nova família, uma nova vida. Não pôde deixar de balançar a cabeça e soltar um suspiro profundo.

Quando for forte o suficiente, jurou que faria tudo o que pudesse para ajudar seus pais e irmão.

Houve sons de passos vindo pelas escadas. Era uma empregada que tinha acabado de abrir a porta do quarto. Tinha cerca de vinte anos, e seu rosto era redondo como um pão.

“Sua água do banho está pronta.” Disse humildemente como se não quisesse incomodá-lo

“Você quer se lavar agora?”

Com a empregada na frente, Abel chegou a um banheiro que era destinado apenas aos mestres do Castelo. Estranhamente, tudo era feito de madeira, e isso exalava uma fragrância única como a que se encontraria em uma sauna. A banheira era feita de mármore, e havia pétalas de flores secas espalhadas em cima da água quente fumegante.

Justamente quando a empregada estava prestes a entrar com Abel, ela foi ordenada a ficar onde estava. Abel pode não parecer, mas foi criado para seguir os costumes da era moderna. Ter uma mulher lavando seu corpo não era algo adequado.

Após se lavar, pediu à empregada que o ajudasse a vestir o traje formal.

Vol. 1 Cap. 12 Banquete

Em frente ao portão do castelo, os servos estavam ocupados dando as boas-vindas aos convidados. Os senhores das terras vizinhas e da realeza que viviam dentro da Cidade da Colheita, todos que fizeram sua visita esta noite tinham algum tipo de reputação. Isso só mostrou o quão engenhoso o Cavaleiro Marschall realmente era.

O banquete seria realizado no salão principal do castelo. Havia centenas de velas gigantes que não dispersavam sequer um traço de fumaça acesas em todo o prédio. Para o jantar desta noite, havia um bom vinho transportado da cidade de Bakong e alguns animais recém-cozidos que acabaram de ser caçados na floresta.

À medida que a noite se aproximava, quase todos os convidados haviam entrado no salão de baile. Ninguém se atrasaria para um evento como esse, é claro. Enquanto o entretenimento noturno era abundante no planeta Terra, as coisas ficam bem monótonas neste mundo à noite.

Os pobres não podiam comprar lanternas, então apenas dormiam quando a lua aparecia. Os ricos, por outro lado, não tinham mais nada a fazer senão ler livros em seus porões.

O teatro era uma opção caso se morasse na cidade, mas os shows não eram exibidos todas as noites.

Era muito caro realizar um banquete tão grande como este. A maioria dos nobres só podiam pagar um ou dois em um ano, suas carteiras estariam vazias se decidissem ir mais longe.

Pensando bem, não houve banquete nos domínios do Cavaleiro Bennett, Abel não sabia como o Cavaleiro Marshall administrava suas finanças, mas provavelmente havia muito que o Cavaleiro Bennett poderia aprender com ele.

Como Abel era a estrela desta noite, ele e o Cavaleiro Marshall tiveram que esperar no segundo andar antes de fazer sua entrada. Só sairiam depois que o mordomo Lindsay os apresentasse aos convidados.

“Obrigado a todos por virem.” Lindsay gritou em seu terno preto chique.

“Por favor, vamos dar as boas-vindas ao honrado proprietário desta propriedade, o Cavaleiro Marshall Harry. E a Abel, que é nosso novo jovem mestre.”

Todos os convidados começaram a aplaudir quando os dois desceram as escadas. Abel não parava de balançar a cabeça para cumprimentá-los, o Cavaleiro Marshall parecia muito mais calmo, manteve a cabeça erguida, e tinha um sorriso largo e confiante no rosto. Em seguida, ergueu a xícara para um brinde comemorativo com todos.

O Cavaleiro Marshall Harry foi o único que Abel reconheceu. Além disso, como um menino de treze anos, não era como se fosse convidado para dançar com uma garota. Os convidados iriam cumprimentá-lo, mas era só isso. O máximo que podia fazer era cumprimentá-los de volta e continuar.

“Olhe, aquele garoto de cabelo escuro é sortudo.”

“Sim. Ele é realmente sortudo, não é?”

“Ei, por que é ele e não eu?”

“Você? Deveria ter sido eu. Eu sou melhor do que você em todos os aspectos.”

Ao se voltar para a fonte do barulho, Abel viu um bando de jovens brincando entre si. Não pareciam notá-lo, porém, chegaram um pouco mais perto. E as coisas começaram a ficar estranhas naquele momento.

Um jovem de terno branco se curvou e se desculpou.

“Desculpe, não notamos que você estava aqui.”

“Não há necessidade de desculpas.” Abel cumprimentou de volta com uma reverência.

“Fui eu que interrompi sua conversa.”

Abel era tecnicamente um homem de meia-idade. Ao chegar ao Castelo, se preparou para qualquer tipo de fofoca que pudesse passar pelas suas costas. Além disso, esses garotos estavam apenas conversando. Não havia nada de mais sobre isso.

Pelo que parecia, esses poucos jovens gostavam do comportamento frio de Abel. Eles começaram a arrastá-lo para seu pequeno grupo e começaram a fofocar juntos. Em um ponto, discutiram como um senhor encontrou uma nova amante. Outro, era sobre alguém que pegou algum tipo de presa.

O garoto de terno branco era Isaac, o filho mais velho do Barão Victor. Foi ele quem o criticou naquela hora. Ser adotado por um cavaleiro sem herdeiros era considerado extremamente sortudo, e Abel foi o privilegiado.

Barão Victor era um dos muitos barões que viviam na Cidade da Colheita. Em geral, os barões viviam uma vida confortável onde quer que estivessem, mas a maioria deles ainda tinha que trabalhar para suas despesas luxuosas.

Para ser um nobre, era preciso gastar bastante ouro para todo tipo de coisa, era por isso que os nobres tendiam a se envolver no comércio. Por mais que tais práticas fossem consideradas humildes aos olhos dos aristocratas, não tinham outra escolha a não ser aprender a conviver com isso, pois não tinham terras próprias.

Até mesmo alguém como o Cavaleiro Bennett era considerado melhor do que eles porque possuía sua própria terra.

Sem terra e sem castelo. Era por isso que os barões só podiam viver na cidade. A vida era conveniente aqui, mas nada poderia ser mais livre do que viver em seu próprio castelo; possuir um pedaço de terra era o mesmo que ter uma fonte segura de renda. Isso significaria garantir o financiamento de suas próprias tropas e ser capaz de cultivar suas colheitas.

Não admirava que Isaac soasse tão azedo naquele momento. Desde que não houvesse más intenções por trás disso, Abel não se importaria de ser alvo de inveja.

Enquanto bebia seu vinho, escutou a conversa entre esses jovens. Ocasionalmente dizia para não serem hostis com ele, mas também tentava não ser muito invasivo.

Tudo estava aparentemente bem até que sentiu um olhar ameaçador. Abel não tinha certeza do que estava acontecendo, então apenas fingiu não ter notado. Porém, seus olhos estavam varrendo a multidão e suas mãos ainda balançando na taça de vinho que estava segurando.

Era um jovem. Tinha uma estatura ereta, um rosto bonito e cabelos loiros penteados com o máximo de cuidado possível. Seus olhos eram um tanto oblíquos, no entanto, isso de alguma forma o fazia parecer mais feminino do que deveria ser.

Abel bateu levemente no braço de Isaac.

“Quem é esse”

“Eh?” Issac lançou um olhar rápido para o menino, mas rapidamente virou a cabeça para trás com desgosto.

“Ah, o nome dele é Daniel. Ele é uma pessoa desprezível.”

“Por que diz isso?” Abel perguntou curioso.

“Bem, seu pai é um comerciante, mas sua irmã mais velha se casou com Lorde Walker, e faz dela meio nobre. Você pensaria que ele ficaria satisfeito com isso, mas não. Após ouvir sobre que o Cavaleiro Marshall não tinha um herdeiro, começou a implorar à irmã para ajudá-lo a ser adotado. Sua irmã não podia fazer nada sobre isso, então ela pediu ao Lorde Walker que falasse diretamente com o Cavaleiro Marshall. Ele o fez, mas o Marshall o rejeitou.

Isaac parecia ansioso para falar sobre esse tipo de coisa, então naturalmente continuou.

“Você sabe o que os outros nobres dizem sobre isso? Tem sido um assunto muito quente entre eles ultimamente.”

Isaac fez uma pausa em seu vinho, queria ver a reação de Abel, mas ficou um pouco decepcionado com a calma desse menino.

“Eles andam dizendo que o pobre rapaz não sabe o seu lugar. Você pode acreditar nisso? Não apenas ele, todos estão tirando sarro do Lorde Walker. Mas foi merecido, para ser honesto. Que tipo de cavaleiro aceitaria o filho de um mercador? Mesmo que o Cavaleiro Marshall dissesse sim, toda a sua família não seria a favor!”

Isaac contou a Abel tudo o que sabia sobre Daniel. Estava começando a entender por que Daniel tinha tanta antipatia por ele desde o início.

Mas ainda. Abel não gostava de falar pelas costas dos outros, achava isso chato e, para ser justo, a maioria das informações que circulavam não passavam de rumores. Após passar mais alguns minutos com esses jovens, se despediu deles e foi ao banheiro.

Curiosamente, Daniel viu isso e foi ao banheiro também.

Abel não foi ao banheiro. Em vez disso, foi até uma janela próxima para tomar ar fresco. Seu corpo de doze anos ainda não estava acostumado a beber. Enquanto o vento frio da noite soprava em seu rosto, se lembrou de que não iria beber mais álcool a partir de agora.

Como um ex-treinador de fisiculturismo, sabia que tinha que beber menos.

Como anfitrião do evento de hoje, seria rude ficar ausente por muito tempo. Mas assim que estava prestes a voltar para o corredor, alguém de repente começou a correr em sua direção. Abel foi rápido o suficiente para reagir a isso, então começou a ativar seu poder de Cavaleiro Iniciante de nível quatro.

Quem quer que fosse esse tolo, ele não fez Abel vacilar, depois de correr em sua direção, foi jogado para trás a três metros de onde veio. Seu corpo voou no ar por um tempo, e começou a deslizar por mais dois metros até parar.

Percebendo que algo estava acontecendo, as pessoas começaram a vir para dar uma olhada.

“É o Daniel!” Um cavaleiro veio e virou o corpo do atacante.

Uma jovem de saias fofas começou a correr.

“Oh meu Deus! Caro Daniel, o que aconteceu com você?”

“Abel! O que aconteceu? O Cavaleiro Marshall veio e exigiu uma explicação.

“Eu também não tenho certeza.” Abel abriu os braços para fingir ignorância.

“Ele começou a me atacar, depois todo o seu corpo começou a voar para longe.”

O Cavaleiro Marshall não tinha presenciado a cena, mas não foi difícil descobrir o que realmente aconteceu. Abel era um recém-chegado a este castelo. Mal conhecia as pessoas aqui, o que significava que não tinha motivos para machucar ninguém. E mesmo que estivesse tentando mostrar a Daniel quem mandava, era improvável que o fizesse no dia do banquete de boas-vindas.

Quanto a Daniel, Harry sabia quem era. Após rejeitar o pedido imprudente desse jovem, se lembrou que foi ridicularizado por seus amigos por ele rejeitá-lo tão rapidamente. Se não fosse pelo Lorde Walker, gostaria muito de ensinar a esse jovem uma lição de etiqueta adequada.

E aqui estavam eles. O Cavaleiro Marshall não queria causar nenhum tumulto, mas o que Daniel tinha feito era imperdoável. Em um banquete oferecido por ele próprio, decidiu agredir o futuro herdeiro da Família. Abel já era um nobre agora, o que tornava o crime duas vezes mais grave do que já era.

Sem prestar atenção à jovem chorando nas proximidades, chamou o Lorde Walker, que ainda estava de pé no meio da multidão.

“Senhor Walker. Então, qual é o propósito de você trazer Daniel para o meu castelo? Você esta zombando de mim? Ou está tentando marcar um duelo comigo em seu nome?”

Lorde Walker tinha um olhar bastante descontente em seu rosto quando viu Daniel no chão. Honestamente, nunca teria trazido Daniel aqui se soubesse o quão selvagem o menino seria. Daniel estava implorando para o deixar dar uma olhada no próximo herdeiro da Família Harry. Essa foi a única razão pela qual foi autorizado a acompanhá-lo.

Vol. 1 Cap. 13 Manhã

Lorde Walker fez uma profunda reverência ao Cavaleiro Marshall.

“Sinto muito por isso, senhor, alguém como ele nunca deveria ter sido autorizado a participar de um evento como este. Por favor, resolva isso da maneira que achar melhor.”

Embora reconhecesse o pedido de desculpas com um aceno de cabeça, o Cavaleiro Marechal apontou o dedo para Daniel e disse.

“Guardas! Mande-o para a prisão. Quero que ele seja julgado na Cidade Bakong até amanhã.”

“Não! Você não pode fazer isso!” A mulher chorou ainda mais, mas foi rapidamente arrastada pelo Lorde Walker. Os dois deixaram o castelo antes mesmo do banquete terminar.

Observando de lado, o mordomo Lindsay esfregou o queixo com a mão, testemunhou o confronto do início ao fim, havia uma boa chance dele ter descoberto alguma coisa.

O banquete voltou ao normal depois do ocorrido. Ninguém deu muita importância ao desgraçado que ofendeu um cavaleiro, especialmente quando aquele bastardo nem era um nobre.

Terminado o banquete, todos os convidados foram conduzidos aos quartos de hóspedes. O mordomo Lindsay então veio até o Cavaleiro Marshall Harry, que estava ocupado limpando sua armadura.

“O quê!?” Deixou cair sua preciosa armadura no chão.

“Abel é um Cavaleiro Novato de nível 4? Você tem certeza disso?”

“Sim, senhor.” O mordomo Lindsay afirmou. “Embora eu seja apenas um guerreiro novato de nível 5, a energia que o senhor Abel liberou naquela hora, sem dúvida, era algo que pertenceria apenas a um cavaleiro novato de nível quatro.

“Hahaha!” O Cavaleiro Marshall riu freneticamente, e começou a bater na mesa com a mão.

“Seth vai ficar tão chateado com isso! Se soubesse que seu filho era um gênio! Ah, mas ele não sabe, não é? Por que mais ele me daria Abel?”

“Pelo que ouvi.” Lindsay baixou sua voz para um lembrete.

“O filho mais velho da Família Bennet ainda é um Cavaleiro Aprendiz de nível 4, e ele tem dezoito anos agora.”

“Sim.” Apesar de estar errado sobre as intenções de Abel, sentiu-se comovido com a decisão dele esconder seu verdadeiro poder.

“Abel é um bom filho.” Ele não queria desencorajar seu irmão mais velho, então escondeu seu verdadeiro potencial esse tempo todo.

“Envie uma carta para os velhos da cidade de Bakong. Eu quero que saibam sobre isso.” Cavaleiro Marshall ordenou, então deu uma olhada na armadura que tinha acabado de deixar cair.

“E Outra coisa. Quero um conjunto completo da armadura Sol Flamejante. Quando saí de lá agora anos atrás, me deram um conjunto falsificado. Agora eu trouxe um super gênio para a família. Eles deveriam fazer mais para me recompensar desta vez, não acha?

“Sim, mestre.” O mordomo Lindsay respondeu. Não se importava se seu mestre fosse um pouco pretensioso. Para Harry, sua paixão por essa armadura é tão intensa quanto seu amor por sua falecida esposa.

A armadura Sol Flamejante é o equipamento militar padrão do Império Sol Flamejante, um antigo império conhecido por seu exército espetacular.

Sempre que o sol brilhava em um pedaço da armadura, sua superfície brilhava com um vermelho idêntico ao sangue, não só era lindo de se ver, mas seu poder defensivo era, em todos os sentidos prático, algo que todo cavaleiro gostaria de colocar as mãos.

Depois que o Império perdeu sua antiga glória, a maioria das armaduras foram perdidas. Os poucos que restaram foram colecionados pelos nobres como antiguidades são raramente encontrados como itens para serem vendidos.

Já era a segunda manhã desde a chegada de Abel.

Tendo se limpado com a ajuda de uma criada, ele foi à sala de jantar tomar o café da manhã. Após ver que o Cavaleiro Marshall já estava esperando por ele, rapidamente veio se desculpar.

“Desculpe por fazê-lo esperar, senhor.”

“Tudo bem. Você teve uma boa noite de sono?” Perguntou casualmente.

“Sim. A cama estava muito confortável quando dormi nela.”

“É bom ouvir isso.” O Cavaleiro Marshall fez um gesto para que Abel se aproximasse.

“Aqui, sente-se.”

Os servos começaram a distribuir os pratos após terem dito sua graça. Havia muitas coisas diferentes no prato de Abel: ovos, salsichas, bacon e vegetais verdes. Na verdade, não deveria haver vegetais verdes nesta temporada. Como eles conseguiram isso?

Percebendo a surpresa no rosto de Abel, Harry explicou.

“É o trabalho dos druidas. Eles usaram seus poderes especiais para cultivar esses vegetais. Os preços pelos quais os venderam são, bem, muito condizentes com seu status.”

O coração de Abel começou a se agitar quando ouviu isso.

“Existem outros conjuradores além dos druidas?”

Vendo o quanto Abel estava interessado nesse assunto, o Cavaleiro Marshall largou a faca. “Você está falando dos magos, não é?”

Feiticeiros! Então talvez seja por isso que não pôde usar o Pergaminho do Portal da Cidade. Talvez os pergaminhos mágicos fossem limitados para os magos, se quisesse voltar para casa, deveria encontrar uma oportunidade de aprender sobre os magos.

Assim que o café da manhã terminou, Harry disse a Abel para ir ao seu escritório. O serviu uma xícara de café e falou quando tomou um gole.

“Abel, você já é um membro da família Harry.”

“Mn.”

O Cavaleiro Marshall parou um pouco para encontrar as palavras certas.

“Acho que devo ser honesto com você. O poder que você liberou ontem pertence a um Cavaleiro Novato de nível 4.”

Abel levantou a cabeça em choque, não esperava ser descoberto tão rápido. Em sua defesa, usou seu poder real por apenas alguns segundos.

“Está tudo bem.” Harry segurou o ombro de Abel.

“Sei que você estava cuidando de seu irmão mais velho. Você não queria fazê-lo se sentir mal consigo mesmo, certo?”

Enquanto esse palpite se tornou um fato aos olhos de Harry, Abel não se preocupou em esclarecer, essa era uma explicação mais razoável do que falar sobre o Cubo Horádrico e todas essas outras bobagens.

“Eu vou ser direto com você. Eu não sei como você está fazendo isso, mas não é uma boa ideia suprimir seus poderes. Cavaleiros devem ser ardentes e explosivos, se decidir se conter, você começara a perder sua unidade primitiva. Você entende?”

Pelo que Harry estava dizendo, “poder” parecia ser definido de forma diferente neste mundo. De volta ao planeta Terra, alguém seria considerado poderoso se pudesse controlar sua força, mas aqui, apenas poderes indomáveis são considerados os mais fortes.

O que Abel aprendeu na Terra foi sobre relaxamento, e conservar as forças vitais. Tratava-se de sobreviver e viver o mais longo e saudável possível.

Como as armas ainda não haviam sido inventadas neste mundo, ninguém queria viver o máximo possível, a única coisa em que pensavam era sobreviver a seus inimigos, o que significava ser melhor em matar do que qualquer outra pessoa.

“Como devo controlar meu poder, então?” Perguntou Abel.

“Eu estava no mesmo lugar que você há muitos anos. Felizmente, já encontrei uma solução.”

O Cavaleiro Marshall colocou uma longa espada sobre a mesa.

“Olhe para esta lâmina aqui. Como você sabe, as espadas são as armas mais importantes para um cavaleiro. O quanto você sabe sobre essa lâmina?”

Abel respondeu após manusear a espada um pouco.

“Esta espada tem um metro e meio, seu peso é de cerca de vinte quilos.”

O Cavaleiro Marshall balançou a espada um pouco.

“Esta espada longa é projetada para um cavaleiro. Foi forjado centenas de vezes antes de estar na forma em que está agora. O comprimento desta peça é precisamente 1,58 metros e seu peso é de 21,2 libras. Você sabe por que eu sei tanto sobre isso?”

“Porque é sua.” Abel disse baixinho, mas Harry pôde ouvir com muita clareza. Vendo como Abel não estava convencido, acabou soltando uma risada suave.

O Cavaleiro Marshall sorriu.

“Que tal aquela espada leve que você tem? O quão longo e pesado é?”

Por um momento, Abel não soube o que dizer, ele apenas esfregou o nariz um pouco.

“Estimativa à vista. Se você trabalha para um armeiro por cerca de um ano, pode se sair tão bom quanto eu, terá uma melhor aderência em sua arma do que a maioria dos treinadores. Ao mesmo tempo, será capaz de liberar todo esse poder e frenesi dentro de si, enquanto mantém o mesmo equilíbrio de controle.”

“Tudo bem, você me convenceu. Então, onde devo aprender forja espadas?

O Cavaleiro Marshall levantou o queixo.

“Você já se perguntou como eu fiquei tão rico?”

Pelo que Abel podia ver, o domínio do Cavaleiro Harry não era maior do que o domínio do Cavaleiro Bennet. Francamente, o padrão de vida entre os dois estava a quilômetros de distância um do outro. Dito isto, queria perguntar sobre isso desde o primeiro dia.

“Você vê, há uma mina de ferro na minha propriedade.” O Cavaleiro Marshall disse com orgulho.

“Eu a encontrei logo depois que me foi dado este pedaço de terra. Se não fosse por isso, eu não teria construído este castelo do jeito que Emma queria.”

O Cavaleiro Marshall parecia bastante triste quando falava sobre sua esposa.

“Quando Emma ainda estava comigo, ela desenhou o plano de construção deste castelo, mas nossas economias não foram suficientes para o trabalho. Tínhamos muita fé, então começamos a construí-lo de qualquer maneira. E justamente quando estávamos com pouco dinheiro, encontramos a mina, graças a Deus, conseguimos realizar nossos sonhos juntos.”

Vol. 1 Cap. 14 Mestre Bentham

O ferreiro não estava atualmente dentro do castelo. Estava bem ao lado da mina de ferro, que levou vinte minutos para Abel e Harry chegarem de carruagem.

Mesmo de longe, Abel podia ouvir minério de ferro esmagado por martelos. Havia uma pilha de casas de pedra, todas feitas por alguns pedregulhos bem esculpidos, com chaminés em cima de cada uma delas. Quatro em cada seis tinham fumaça escura saindo de suas lareiras.

Só de olhar para essas casas de pedra, percebeu que o Cavaleiro Marshall dava muita importância ao seu negócio, essas pedras são as mesmas que usavam para fazer castelos.

Deixando o custo real de lado, a mão de obra vale muito mais apenas por carregá-las desde as montanhas.

Harry instruiu Abel cuidadosamente.

“Vamos fazer uma visita ao Mestre Bentham hoje. Lembre-se de ser respeitoso quando o vir. Eu o convidei porque ele é o melhor ferreiro que já encontrei na Cidade da Colheita. Se não estivesse tentando deixar seu filho assumir o negócio de sua loja, não teríamos a chance de vê-lo hoje.”

“É bom vê-lo aqui, Marshall.” Mestre Betham cumprimentou Harry com um simples aceno de cabeça. Era um homem grande, com 2 metros de altura, tinha uma constituição muito sólida, mesmo com cinquenta e poucos anos.

“E aí.” O Cavaleiro Marshall sorriu sem ser muito formal.

“Eu trouxe um jovem para você hoje. Ele está interessado em se tornar seu discípulo.

Mestre Bentham parecia bastante perplexo quando pôs os olhos em Abel.

“Você está falando dessa criança, Marshall? Por favor, eu sei a diferença entre um jovem e uma criança. Este menino não tem nem quatorze anos, e você quer que ele seja um dos meus discípulos?”

De repente, muitas pessoas começaram se aproximar para ver o que estava acontecendo.

“Mestre Bentham, este é Abel, meu novo filho adotivo. Ele é atualmente um Cavaleiro Novato e quer que você o ensine a controlar seu poder.”

“Desculpe, mas eu não posso aceitá-lo.” Mestre Bentham disse severamente.

“Meu treinamento não é algo que um jovem nobre possa suportar. Além disso, não acho que um garoto tão jovem quanto ele tenha resistência o suficiente para bater um martelo.”

Abel estendeu o braço e flexionou um pouco. “Não se preocupe, Mestre Bentham. Posso trabalhar muito se quiser, você não é o único musculoso aqui.”

“Haha!”

Abel tinha cerca de 1,6 metros, tinha alguns músculos, sim, mas isso não era nada comparado ao Mestre Bentham, que tinha uma altura de dois metros como um urso, o forte contraste por si só foi suficiente para fazer todos ao redor rirem.

“Mais dois anos, Abel. Quando você for um pouco mais alto e mais forte, prometo que vou ensiná-lo a forjar.” Mestre Bentham disse pacientemente em respeito ao Cavaleiro Marshall.

“Quão forte eu preciso ser para treinar com você?” Abel insistiu teimosamente.

Mestre Bentham voltou-se para o quintal. “Venha comigo.” Disse. O Cavaleiro Marshall conduziu Abel com o mestre Bentham até o pátio atrás da casa de pedra. Os outros espectadores também entraram para ver se Abel estava pronto para o desafio à frente.

“Quantas vezes você acha que esta criança pode levantar o martelo?”

“Eu ficaria impressionado com uma.”

“Não, duas. Ele é um Cavaleiro Iniciante. Eu aposto duas.”

“Eu aposto uma.”

“Aposto duas.”

Por mais barulhenta que a multidão estivesse ficando, tanto o Cavaleiro Marshall quanto Abel não prestaram atenção neles. Quando chegaram ao quintal, viram um monte de peças de ferro alinhadas no chão, havia uma barra de ferro no meio, e pedaços de ferro de tamanhos variados de cada lado, pequenos e grandes.

Eram essencialmente barras de supino.1

 Não eram muito refinadas em comparação com as que Abel conhecia, mas o design era o mesmo. Como se viu, a base cultural não tinha nada a ver com a compreensão de como o corpo humano funcionava.

“Eu uso essas barras para treinar a força dos meus discípulos. Você vê, eles vêm em tamanhos diferentes. As menores pesam 50 libras, as maiores pesam 500. Cada vez que escolhe um maior, a carga aumenta mais 50 libras.”

Mestre Bentham apontou para um homem na multidão.

“Venha aqui, Gedon.”

Embora ele mesmo fosse bastante forte, esse sujeito em particular não era muito diferente em termos de estatura.

“Mestre!” Gedon se explicou ansiosamente enquanto o suor escorria pelo rosto cheio de sujeira.

“Eu não estava sendo preguiçoso! Eu estava jogando fora os resíduos de metal!”

Todos começaram a rir. Gedon era bem conhecido na ferraria, foi recrutado depois que o Mestre Bentham chegou ao Castelo Harry. Embora fosse um aprendiz, rapidamente se tornou um discípulo pela sua dedicação.

Havia muita diferença entre um aprendiz e um discípulo. Os aprendizes tinham um trabalho mais pesado, que se concentrava no seu físico.

Normalmente, envolvia cortar e queimar madeira durante todos os dias. Pior ainda, não havia pagamento.

Os discípulos, por outro lado, tinham o privilégio de aprender diretamente com seu mestre. No final do mês, recebiam um salário equivalente à qualidade de seu trabalho.

Gedon era um aluno muito simpático do Mestre Bentham, era honesto, trabalhador e estava disposto a aprender. Quando o Mestre Bentham fosse se aposentar, seria a pessoa certa para continuar servindo ao Cavaleiro Marshall.

“Não, Gedon, estou lhe dizendo para vir aqui para mostrar a Abel como usar as barras. Vá em frente e ensine a ele o que é preciso para ser meu discípulo.”

“Sim, senhor.” Gedon sorriu modestamente enquanto esfregava as mãos, caminhou até o terceiro supino e virou a cabeça para Abel.

‘Observe-me atentamente, Abel.’

Com as mãos agarrando ambas as extremidades da barra de ferro, Gedon soltou um grande grito e levantou o supino de 150 libras do chão. Devido á facilidade com que passou por cima de sua cabeça, quase parecia que estava pegando um canudo ou algo assim.

“Boa, rapaz!”

Com todos torcendo por ele, Gedon deixou cair o supino de ferro no chão.

Enquanto Gedon se voltava para seu mestre para alguns comentários, Mestre Bentham acenou com a cabeça em aprovação e disse.

“Continue, Gedon.”

“Sim senhor.” Gedon prosseguiu para o quarto supino, que tinha 200 libras de peso total. No entanto, não foi tão difícil para ele levantá-lo. Ele se preparou, agarrou e o pegou sem nenhum drama, mas não foi tão fácil quando experimentou o quinto.

Ainda assim, conseguiu levantá-lo sobre a cabeça depois de um pouco de hesitação.

As coisas ficaram tensas quando foi até o sexto supino, seu peso era de 300 libras. A maioria das pessoas não conseguia erguer sequer um lado por mais de três segundos, quanto mais pegá-lo do chão.

Gedon não começou imediatamente desta vez. Por alguns segundos, fechou os olhos e ajustou um pouco a respiração. Quando se sentiu pronto, soltou um rugido e as veias começaram a saltar em seu pescoço. Seu rosto estava vermelho como um tomate, exceto que parecia que estava prestes a explodir por dentro.

Mesmo assim, o supino passou por cima de sua cabeça. Todo mundo estava gritando em comemoração.

“Muito bem, Gedon.” Mestre Bentham o olhou com orgulho.

“Mesmo com a força que tem agora, está progredindo a cada dia. Não vai demorar para superar meus limites.

“Sério?” Gedon coçou a cabeça enquanto se esquivava do elogio.

“Ah, você está sendo muito gentil, senhor! Ainda há muito que preciso fazer antes de chegar onde você está.”

“Agora é a sua vez, Abel.” Mestre Betham virou a cabeça para o menino que ousou desafiá-lo. Ao contrário do que esperava, não recuou depois de ver a atuação de Gedon, caminhou em direção ao terceiro supino.

Para ser claro, aprovou a força de Gedon. Dito isto, não havia nenhuma habilidade na maneira como levantou esses pesos. Pela milionésima vez, Abel era um ex-treinador de fisiculturismo, e o supino era um de seus equipamentos favoritos na Terra. Era seu trabalho.

Se o máximo de Gedon fosse cerca de 300 libras, poderia levantar até 350 libras se conhecesse as técnicas corretas.

Havia muitas coisas erradas em sua forma, se já não fosse tão forte, estaria gravemente ferido agora. Mesmo que não estivesse ferido, haveria muitos danos a longo prazo.

“Ele está indo para o de 150?”

“Bela piada. Ele não vai fazer isso.”

“Ele está louco?”

A multidão voltou a fazer barulho quando foi a vez de Abel. Ele franziu um pouco a testa por causa disso, não gostava de ser observado como se fosse um palhaço de circo.

“Todos para fora, obrigado.” Mestre Bentham enxotou a multidão para longe, pois notou que Abel não gostava de ser observado.

Quanto ao motivo disso, bem, apenas pensou que ele não queria ser motivo de chacota.

Percebendo que eles irritaram Mestre Bentham, a multidão começou a sair correndo do quintal.

“Dê o seu melhor, mas não se esforce demais.” Disse Mestre Bentham.


Nota:

[1] O supino é um exercício físico em forma de levantamento de peso.

Vol. 1 Cap. 15 Forjar

Como aqui não havia pó branco de magnésio para secar as mãos, as esfregou com um pouco de poeira que encontrou no chão.

Sua mente podia ser velha, mas seu corpo ainda pertencia ao de uma criança. Sendo esse o caso, era muito importante cuidar de si de todas as formas possíveis

Parado na frente do enorme supino de 150 libras, estava com as pernas paralelas ao meio da barra. Quando apertou suas mãos, seus polegares estavam separados de seus outros dedos, pegando-a acima de sua cabeça, fez isso em um movimento e manteve os braços completamente retos ao fazê-lo.

Foi um belo levantamento suave e bem coordenado. Os dois discos de ferro nas extremidades da barra pesavam apenas 150 libras, aos olhos do Mestre Bentham, Abel claramente se mostrou muito melhor do que Gedon, não apenas era mais rápido, mas também fez parecer que era mais fácil.

O Cavaleiro Marshall, por outro lado, focou na maneira como Abel usava seus músculos. Ele havia posto os pés para cima como uma base, canalizou seu poder através de suas coxas, cintura e parte superior das costas, e executou o movimento com todo o seu corpo se movendo em um com os braços.

Abel pode não saber ainda, mas o que ele fez foi o mesmo que conservar sua força, que era uma técnica avançada dos cavaleiros. Para uma criança ter uma compreensão tão boa do movimento muscular, Abel foi realmente abençoado com bastante talento.

Após largar as 150 libras, caminhou em direção às 200 libras e a levantou com facilidade. Sua forma e velocidade eram a mesma que da última vez.

250. Fácil. É assim mesmo, enquanto Mestre Bentham e Gedon observavam em total choque, Abel já estava de pé na frente do supino com 300 libras.

Desta vez, estava com as mãos no meio. Depois de fazer alguns aquecimentos de preparação sem peso, a ergueu perto do ombro, enquanto levantava com as pernas levemente dobradas. Seus antebraços estavam dobrados enquanto apontavam para frente, e seu queixo estava paralelo à barra. Então, lenta e firmemente, endireitou os braços e a levantou ao topo da cabeça.

Como se tivesse acordado de um sonho, Mestre Bentham virou-se para o Cavaleiro Marshall.

“Onde você encontrou esse monstro?”

Harry não ficou muito satisfeito com o que Mestre Bentham estava dizendo e respondeu.

“Ei, quem você está chamando de monstro aqui? Ele é um Cavaleiro Novato de nível 4, caramba! Se não conseguisse nem levantar 300 libras do chão, que tipo de cavaleiro novato de nível 4 seria?

“Oh, pelos deuses!” Mestre Bentham exclamou enquanto olhava para Abel:

“Um Cavaleiro Novato de nível 4? Quantos anos você tem, criança?”

“Farei treze anos em breve, senhor.” Respondeu Abel.

“Você tem doze anos? Você é um Cavaleiro Novato com 12 anos de idade, nível 4?” Mestre Bentham lançou um olhar de reprovação para Harry.

 Marshall? Que tipo de louco enviaria um gênio como ele para ser seu filho?

“Por que você está me olhando assim?! Harry gritou alto.

“Eu mesmo sou um Cavaleiro Intermediário!”

“Sim, mas você não acabou de se tornar um? Não é melhor mandá-lo para um comandante? Na verdade, para alguém tão talentoso como ele, você não acha que podemos mandá-lo para o comandante-chefe?”

“Apenas… Ugh! Não se preocupe com isso, deixe-o ficar com você e ensine-o a forjar, ok amigo?”

O Cavaleiro Marshall era um bom amigo do Mestre Bentham. Se não fosse por isso, nunca o teria trazido para suas terras. Dito isto, Mestre Bentham era um grande falastrão. Sua “simplicidade” causou muitas dores de cabeça no passado.

“Que assim seja então.” Mestre Bentham concordou, mas decidiu continuar falando.

“Vou deixar Abel ficar, mas você tem certeza de que é o homem certo para ensinar Abel como ser um cavaleiro, Marshall? Só estou dizendo isso porque o garoto tem um futuro brilhante pela frente.*

“Abel, seja um bom menino. Fique aqui e aprenda com o Mestre Bentham durante o dia. À noite você aprenderá as técnicas de um cavaleiro dentro do castelo.”

Dito isso, Harry saiu correndo da ferraria. Por um segundo, parecia estar tentando escapar da cena.

Mestre Bentham também começou a caminhar de volta para sua oficina.

“Você deve ensinar o básico a ele primeiro, Gedon.” Disse antes de sair.

Gedon disse a Abel, pois eram apenas os dois agora.

“Uau, Abel. Você é muito forte!”

“Você também é muito forte, Gedon.” Abel respondeu. Mesmo sem ser treinado como cavaleiro, Gedon já era forte o suficiente como um ser humano normal.

Gedon rejeitou o elogio.

“Mas eu sou muito mais velho que você. Eu já tenho dezenove anos, e você tem apenas doze, parecia tão fácil levantar aquelas barras de 300 libras! Sua confiança é incrível. Tenho certeza que pode levantar mais se quiser.”

“Sabe, você pode levantar mais se souber usar toda a sua força. Se quiser, posso te ensinar como eu faço.”

“Uau. Tem certeza?” Gedon quase pulou de onde estava.

“Você acha que posso aprender essas técnicas? Que tal compartilharmos o que sabemos um com o outro? Você me ensina a levantar e eu te ensino tudo o que sei sobre forjar. Não apenas sobre forjamento. Sinta-se à vontade para me perguntar sobre qualquer coisa que queira saber.”

……

Fazia cerca de um mês desde a chegada de Abel ao Castelo. Faltavam cerca de três dias para a véspera de Ano Novo. Durante todo o tempo que esteve aqui, passou praticamente todo o tempo aprendendo na ferraria.

Graças a Gedon, não foi difícil para Abel aprender os fundamentos do forjamento. Na verdade, estava no meio da criação de uma espada para Zach, seu amado irmão mais velho. Era um presente de ano novo para ele.

Enquanto segurava um bloco incandescente com um par de pinças, a esmagou em uma bigorna com um martelo de 10 libras. Depois de martelar por um tempinho a peça começou a esfriar, tinha que aquecê-la no fogo ocasionalmente.

Como este mundo ainda não era industrializado, os ferreiros tiveram que recorrer a técnicas muito primitivas para forjar seus metais. Simplificando, seu trabalho nada mais era do que aquecer metais, esmagá-los com um martelo, deixá-los esfriar e repetir todo o processo. Por mais chato que isso soasse, não era algo que qualquer um pudesse fazer.

A espada longa do Cavaleiro Marshall havia sido forjada 100 vezes antes de ser finalizada. Na melhor das hipóteses, um ferreiro médio só poderia forjar uma peça por cerca de 30 a 40 vezes. Gedon era discípulo do Mestre Bentham, então poderia fazer cerca de 60 forjas. Só um mestre poderia forjar uma peça 100 vezes.

Tendo lido alguns catálogos científicos, não foi difícil entender a teoria por trás desses métodos de forjamento.

Ao martelar repetidamente a peça, é eliminada a quantidade de carbono no interior, isso significava que quanto mais fosse forjada, mais puro seria o metal resultante.

Tendo usado um martelo por cerca de um mês, já era bastante habilidoso com a arte da forja. Para uma criança tão inteligente, agora podia identificar o ponto exato que precisava acertar.

Por destacar esse ponto, a peça em que trabalhava já havia sido forjada 50 vezes. Nessa fase, tornou-se muito difícil moldar a peça na forma desejada. Não apenas seria densa para moldar, mas o ferreiro também estaria cansado demais para balançar seu martelo.

Mas não Abel, depois de forjar 50 vezes, ainda estava balançando os braços constantemente e Mestre Bentham sabia disso, é claro. Mesmo sem ter ensinado nada diretamente a ele, esteve atento o tempo todo.

O Mestre Bentham não o ensinou porque não havia necessidade. Abel estava destinado a ser um cavaleiro, então o máximo que deveria aprender sobre forjamento era o básico. Além disso, Gedon já vinha aprendendo com Mestre Bentham há cerca de cinco anos. Nesse sentido, estava qualificado para supervisionar um jovem aprendiz como Abel.

Sempre que Mestre Bentham via Abel forjando uma peça, havia uma sensação bizarra de harmonia pairando no ar. Abel não era rápido, a cada segundo que acertava parecia fácil.

Tecnicamente, isso não era muito difícil de fazer. Qualquer um poderia balançar um martelo de 10 libras por algumas centenas de vezes, mas para forjar uma peça 50 vezes? Isso levaria cerca de dezenas de milhares de balanços contínuos da manhã ao meio-dia. Ele teria que continuar fazendo isso sem descanso.

Verdade seja dita, Abel usou a forma de socar do boxe para martelar. Para dar um soco forte, não se podia confiar apenas no poder de seus braços, tratava-se de usar cada parte do seu corpo e concentrar todo esse poder em um ponto.

Era exatamente isso que estava fazendo. Para cada golpe, canalizava sua força dos pés para os braços, e quando o martelo atingisse a peça, usaria a força de reação a seu favor e levaria o martelo de volta à sua altura original. Por mais eficiente que essa técnica fosse, era difícil realizá-la.

No entanto, tinha tempo mais do que suficiente em suas mãos. Com a quantidade certa de prática e conhecimento, logo encontrou a forma ideal de forjar a peça de metal.

“Por que essa criança tem que ser um cavaleiro?” Mestre Bentham muitas vezes se perguntava.

Alguém tão talentoso quanto Abel nunca deveria ter aprendido a lutar na linha de frente em uma batalha. Com a sua capacidade de aprendizado e o nível que estava atualmente, seria um mestre ferreiro se passasse mais alguns anos na oficina. Era triste, sim, mas era assim que as coisas eram.

Tendo esquecido de almoçar, Abel finalmente conseguiu forjar a peça em um total de 80 vezes antes das duas da tarde. Então decidiu parar.

Após forjar 80 vezes uma peça, não conseguia mais martelar com toda a sua força.

Vol. 1 Cap. 16 Condição Certa

Mestre Bentham pegou um martelo de 30 libras da mesa. Enquanto jogava uma peça de aço na forja, olhou para as chamas e disse.

“Abel, você é a criança mais talentosa que eu já vi, observe o que estou prestes a fazer, pois só farei uma vez. Então veja o quanto pode aprender com isso.”

Após dizer isso, Mestre Bentham tirou a peça e a colocou em uma bigorna, erguendo o martelo por alguns segundos, deu uma olhada cuidadosa na peça antes de bater o martelo sobre ela.

Sua maneira de forjar era muito lenta, mas a força colocada foi mais intensa do que a maioria dos homens poderia produzir. Foi tão forte que fez a oficina estremeceu um pouco.

“Após forjar a peça por cerca de 80 vezes, ficou dura ao ponto de não conseguir moldá-la.”

Mesmo que consiga, isso só destruiria sua estrutura interior. Então com isso em mente, vamos usar um grande martelo a partir de agora. Tenha cuidado. Você precisará ter muita precisão nos pontos alvos, e manter um alto nível de força.

Mestre Bentham o instruiu ao demonstrar.

“Você é um menino forte, Abel. Se você se esforçar, tenho certeza de que aprenderá corretamente.”

Abel estava prestando muita atenção na peça. Quando o Mestre Bentham soltava o martelo, era sempre em direção aos pontos onde havia manchas de aparência macia, quase imperceptíveis.

Mal podia vê-los porque a peça estava com um brilho vermelho-escuro. De alguma forma, o Mestre Bentham foi capaz de amassar essas áreas sem falhar uma única vez.

O mais impressionante de tudo era que, cada um de seus golpes mudava a forma da peça, e toda vez que isso acontecia, teria que reposicionar o martelo para atingir as mesmas áreas macias.

Após forjar a peça pela 81ª vez, Mestre Bentham a jogou de volta no fogo e disse a Abel.

“Sua vez.” E lhe deu o martelo.

Abel tirou a peça e começou a procurar as mesmas áreas nela. Foi difícil encontrá-la no início, então olhou mais intensamente para sua superfície.

Quanto mais olhava, menos se tornava consciente de seus arredores. Era uma sensação estranha de se ter. Tudo em sua volta desapareceu de sua linha de visão, o que restou foi a própria peça, que se tornou cada vez maior aos olhos de Abel. Até os detalhes mais minuciosos estavam se enraizando em suas células cerebrais fotorreceptoras.

‘Ah-ha, aí está você.’

Comemorou em sua mente e começou a descer o martelo de 30 libras. O barulho das batidas eram altos, mas isso não o afetou nem um pouco.

Assim que encontrou o próximo ponto de aparência macia, levantou o martelo e continuou a forjar.

Era como se entreter com um brinquedo novo. Sempre que a peça ganhava uma nova forma, as áreas macias reapareciam em pontos completamente diferentes. Ele estava ficando cada vez mais apto a cada tentativa. Eventualmente, a esmagou no mesmo ritmo que Mestre Bentham.

Mestre Bentham ficou pasmo com isso. Embora não fosse intencional, Abel o fez sentir ciúmes. Sim, um mestre acabou de ficar com ciúmes de uma criança que não passou mais de um mês aprendendo a forjar.

É o Poder Espiritual. Mestre Bentham gritou em sua mente. Sabia exatamente o que levou Abel a ter tanto sucesso em sua forja. Seu próprio professor, Robin, era um mestre de forja abençoado com o mesmo tipo de habilidade. Ao contrário de Mestre Bentham, que só recebeu seu título por sua reputação na Cidade da Colheita, Mestre Robin era um mestre genuíno conhecido por todo o continente.

Pela sua falta de poder espiritual, Mestre Bentham teve que voltar para casa após aprender com Mestre Robin por dez anos.

Por mais lamentável que tenha sido, ele melhorou suas habilidades com muito trabalho e experiência. Era por isso que podia continuar a forjar uma peça por mais de oitenta vezes.

Quando Mestre Bentham começou sua busca para ser o melhor ferreiro, viu como o Mestre Robin usou seu poder espiritual para localizar as áreas macias de uma peça. Era o mesmo método que Abel usava. Ele sabia disso muito bem.

Mestre Bentham não parou Abel. Ao sair lentamente da oficina, decidiu em sua mente que o deixaria ajudá-lo a realizar um sonho que não pôde cumprir sozinho.

Abel estava muito focado para notar qualquer coisa. Continuou colocando a peça no fogo, tirando-a, e repetindo todo o processo por mais algumas horas.

82, 83, 84… 98, 99, 100.

Voltou a si após forjar a peça pela centésima vez. De repente, se sentiu doente e cansado. Sua mente estava extremamente esgotada. Era como se seu cérebro tivesse sido arrancado, o que não era uma sensação boa de se ter.

Quando a vontade de vomitar veio a ele, o martelo escorregou de sua mão e caiu sobre a mesa da oficina. Depois disso, sua mão direita estava tendo espasmos como um patinho em uma noite de inverno.

Tentou se lembrar de como era estar naquela “zona” poucos instantes atrás. Por um lado, parecia que não tinha controle sobre seu próprio corpo.

Por outro lado, sentiu como se estivesse agindo puramente por instinto. Qualquer que fosse o caso, era uma condição extrema para ele lidar.

Ativou seus sentidos por um tempo. Para sua surpresa, havia uma enorme quantidade de Qi circulando perto de seu meridiano, não havia nada de diferente desde a última vez.

Sem prestar atenção à sujeira do chão, Abel rapidamente se sentou para uma sessão de respiração de cavaleiro, pois já estava a caminho de formar o quinto meridiano.

“O que você está fazendo, Abel?” Gedon entrou e perguntou. Justo quando estava prestes a levantar, Mestre Bentham o parou no caminho e lançou um olhar para ele.

“Não o chame.” Mestre Bentham zombou de Gedon.

“Por que você é tão desajeitado com tudo o que faz?”

Quando os outros aprendizes estavam prestes a entrar, Mestre Bentham rapidamente os enxotou com as mãos.

“Diga ao Cavaleiro Marshall para vir aqui.” Mestre Bentham virou-se para Gedon.

“Sim, senhor.” Gedon obedeceu e saiu correndo da ferraria.

“Maldito Harry e sua sorte de merda.” Mestre Bentham amaldiçoou baixinho, já que eram apenas ele e Abel agora.

“Você pode olhar para isso. Seu filho adotivo acabou de subir de posto.”

Em defesa de Mestre Bentham, ele tinha todos os motivos para estar aborrecido com o progresso que Abel estava fazendo. Era raro se tornar um Cavaleiro Novato de nível 5 em apenas meia hora.

Dito isto, mesmo Abel não sabia o porquê de seu sucesso desta vez. Ele não tomou nenhuma poção, e foi há apenas um mês desde sua última subida de nível.

Com tantas perguntas na cabeça, Abel levantou-se do chão e descobriu que todos estavam distantes dele. Bem, exceto Mestre Bentham.

Pelo menos teve a decência de não fazer uma criança se sentir isolada. Por mais despreocupado que estivesse, apreciava isso.

*Bang!

Uma grande sombra apareceu e a porta da frente foi aberta.

“O que aconteceu com Abel!” Perguntou com um rugido alto.

Era o Cavaleiro Marshall. Após correr por alguns minutos, seu longo cabelo dourado estava meio encharcado com seu próprio suor. E ver o quão bem Abel estava, gritou alto para todos à sua vista.

Gedan! Como aquele rapaz ousa me enganar! Saia agora, eu vou te ensinar uma lição!

Mestre Bentham rangeu os dentes para o sortudo que acolheu Abel.

“Quem está tentando mexer com meu discípulo?”

“Hum, tio Harry.” Disse Abel timidamente. “Acabei de subir de nível.”

“Um avanço? Apenas espere, garoto. Deixe-me ter uma palavra com Bentham prime…. Espere, você teve outro avanço?”

Harry estava prestes a discutir com Mestre Bentham, mas o que Abel estava dizendo o congelou na hora. Ele o observou de cima a baixo. Então, enquanto o empurrava com uma de suas mãos, Abel respondeu liberando seu poder recém-descoberto.

“O quê?!” Harry gritou.

“Isso nem faz sentido! Você não pode simplesmente subir de nível assim! O que você fez?”

Abel respondeu após pensar por um tempo.

“Nada de demais. Eu estava ocupado forjando minha peça na oficina.”

“Você comeu alguma coisa hoje?”

Abel respondeu complacente, pois estava igualmente intrigado.

“Tomei meu café da manhã com você, tio Harry. Eu pulei o almoço porque estava ocupado forjando.”

“Como isso é possível? Você avançou por conta própria só por usar um martelo? Que tal eu vir aqui para bater em algum metal amanhã?”

O Cavaleiro Marshall apontou um dedo para Mestre Bentham.

“Isso é ridículo! Se forjar é tudo que você precisa para subir de nível, esse sujeito teria sido um mestre guerreiro anos atrás.

Mestre Bentham disse sarcasticamente.

“Sim, apenas venha aqui e faça uma forja para mim amanhã. Claro, você pode subir de nível batendo em algum metal. Você só precisa estar na condição certa quando estiver fazendo isso.”

“Oh sério?” Harry arregalou os olhos.

“Ei Abel, por que não forja outra peça agora? Vá e use esta “condição”, ou seja lá como você chama, e você será o Cavaleiro mais jovem do Ducado.”

Tanto Mestre Bentham quanto Abel tiveram que cobrir seus rostos de vergonha após ouvir isso.

Vol. 1 Cap. 17 Cem Forjas

Embora Abel tenha se tornado um cavaleiro novato de nível cinco, ainda se sentia com pouca energia. Vendo-o assim, o Mestre Bentham imediatamente lhe disse para descansar um pouco. Com a ajuda do Cavaleiro Marshall, Abel deixou a ferraria.

Assim que saíram. Notou a carruagem particular do Cavaleiro Marshall correndo em sua direção ao longe. Nesse momento, olhou para as botas de Harry, que estavam cheias de sujeira. Normalmente, a carruagem levaria cerca de 20 minutos para chegar no castelo. Porém, Harry tinha vindo correndo a pé assim que ouviu a notícia.

Ele era um membro da realeza e proprietário de um feudo, se alguém o testemunhasse correndo igual a um louco, não faria nenhum bem à sua reputação. No entanto, por Abel, estava disposto a correr esse risco.

Depois de ver o Cavaleiro Marshall com o rosto cheio de alegria, Abel também começou a sentir um calor por dentro, ainda sem acreditar que o famoso, o Cavaleiro Marshall, não apenas estava feliz pelo seu avanço, mas também disposto a passar tudo isso por ele. Nesse momento, não pôde deixar de dizer baixinho.

“Tio Harry, obrigado por tudo o que fez por mim.”

“Não pense muito garoto.” Disse enquanto dava um tapinha na cabeça de Abel. Depois que se acomodaram, a carruagem saiu em direção ao pôr do sol.

*Ding! Ding! Ding!

No início da manhã seguinte, já havia chegado à ferraria. Perguntou ao Mestre Bentham se poderia ter uma sala de treinamento só para ele. Mestre Bentham sabia que hoje Abel tentaria forjar uma grande espada pela primeira vez e queria manter o foco, então concordou.

No entanto, a intenção de Abel não era apenas manter o foco, não queria que ninguém soubesse como forjou a espada, já que estaria usando algumas técnicas que ninguém nunca tinha visto neste mundo. Foram as técnicas de cementação e têmpera que aprendeu em programas de TV de ciência na Terra.

Para conseguir isso durante o processo de forjamento, a parte de trás da lâmina precisava ser continuamente refinada para reduzir seu teor de carbono. Quanto menor o teor, maior a qualidade da parte de trás da lâmina. No entanto, uma vez que a lâmina tenha ganhado forma, caso fosse usada a técnica de cementação para adicionar um pouco de carbono de volta á borda da lâmina, aumentaria muito sua resistência.

Depois, colocou a grande espada já formada em uma forma feita e a enterrou com um pouco de carvão, pasta de soja e terra que havia preparado alguns dias antes. Encaixando perfeitamente. Selou a forma e a colocou na fornalha para aquecimento.

Carvão vegetal e pasta de soja foram usados para a cementação, enquanto o solo atuou como agente dispersante. A vantagem da tecnologia de cementação era que o carbono seria distribuído de maneira uniforme por toda a espada. Além disso, o potencial do carbono também seria alto, esta técnica não foi apenas eficaz, mas também muito eficiente. Estava sendo usada na terra, era chamada de método do aço.

Quando se trata de têmpera, este mundo também tinha um método semelhante, que era jogar a espada em água fria para resfriamento. No entanto, devido à rápida expansão térmica, poderia aumentar o número resíduos, o que poderia jogar a concentração do metal, podendo causar uma rachadura na espada depois da têmpera.

Porém, o método usado por Abel era um pouco mais exclusivo. Confome o programa científico, é uma antiga técnica de forjamento de espadas.

Depois que a espada esfriou, a tirou da forma e sacudiu a face da espada com o dedo. Fez um som nítido. Por mais que fosse difícil distinguir se a espada era de alta qualidade, estava completa.

Então imediatamente chamou o servo para limpar a bagunça na sala, não queria deixar nenhum rastro para as pessoas descobrirem o que havia feito. Neste mundo, invenções ou criações como esta podem causar um desastre.

“Gedon, você pode encontrar alguém para fazer um cabo de espada para mim?” Abel perguntou embaraçosamente a Gedon, que estava ocupado fazendo seu trabalho.

Os cabos das espadas eram feitos de todo tipo de material: ferro, madeira e chifres. Nunca havia aprendido a arte de gravar empunhaduras de espadas, então só podia pedir ajuda a Gedon.

“Esta é a primeira grande espada que você fez?” Perguntou Gedon, pegando a grande espada da mão de Abel e a olhando com atenção. De repente, disse com uma voz excitada e rouca.

 “Esta é uma espada de cem forjas!? Pelos deuses! Esta é uma espada de cem forjas!”

Gedon seguiu o Mestre Bentham por cinco anos, mas só conseguia forjar uma espada de 60 forjas. Forjar uma espada cem vezes sempre foi seu sonho.

“Jovem Mestre Abel, você é um gênio.” Gedon elogiou Abel com todo o seu coração, acariciou a parte de trás da lâmina com a mão como se tivesse encontrado algo. Colocou a orelha contra a parte de trás da espada e bateu com a ponta da unha para ouvir o eco.

“De jeito nenhum, isso é impossível!”

Embora o desempenho desta espada parecesse possuir cem forjas, era muito mais resistente do que as que havia visto. Mestre Bentham forjava com cem forjas todo mês, e elas eram as principais fontes de renda do Castelo Harry. Gedon não apenas observou de perto o mestre fazer essas espadas, mas também foi responsável por manter a condição delas. Portanto, estava muito mais familiarizado com espadas de cem forjas do que a maioria das pessoas.

A superfície da grande espada era estranha, muito diferente da qual o mestre geralmente forjava. Gedon não conseguia identificar exatamente qual era a diferença, mas por sua experiência, sabia que esta espada tinha uma qualidade superior a espada comum de cem forjas.

Para verificar isso, usou a grande espada para cortar um pedaço de madeira que estava pronto para ser usado como combustível. Foi quase sem esforço. A grande espada deslizou sobre a madeira como uma faca quente no creme, dividindo silenciosamente o pedaço de madeira em dois.

“Como você fez essa grande espada?” Gedon estava ansioso para saber mais sobre a espada.

“Eu apenas a forjei de acordo com sua orientação, e Mestre Bentham me ajudou quando encontrei problemas.” Explicou Abel.

Gedon tinha sido enganado. Achava que a razão pela qual a espada era tão grande era porque Mestre Bentham havia ajudado Abel a completá-la, não pôde deixar de se decidir e dobrar seu treinamento, esperando que um dia também pudesse forjar uma arma como essa.

“Colecionei alguns chifres ótimos, perfeitos para usar como cabo para esta grande espada. Vou ajudá-lo a instalá-lo esta noite com uma bainha. Você pode deixar esta espada comigo?”

Mas, Gedon tinha outra intenção. Como esta espada foi forjada era muito estranha; queria pernoitar inspecionando-a de perto, esperando que também pudesse melhorar suas habilidades.

Naquela noite não conseguiu dormir, instalou um cabo de espada feito com os melhores chifres e encontrou uma bainha de pele de crocodilo. Depois, inspecionou a estranha espada em grande detalhe sob a lâmpada de óleo.

Pela manhã, Gedon voltou para a ferraria segurando a grande espada, ficou surpreso com sua inspeção noturna. Se não fosse pelo medo de quebrar a espada de Abel, teria gostado de golpear essa espada com outra de cem forjas no armazém do mestre para ver qual era mais forte.

“O que há de errado com você?” Perguntou Mestre Bentham desconfiado após ver a vermelhidão dos olhos de Gedon. Como poderia um homem honesto como Gedon não dormir por uma noite?

“Mestre, estive pensando na espada que você fez para o Abel, e não consegui entender nada.” Disse coçando a cabeça enquanto olhava para o Mestre Bentham embaraçado, se perguntou se ele era muito estúpido.

Mestre Bentham pegou a grande espada de Gedon e a puxou. Em seguida, disse.

“Esta é a grande espada que Abel forjou ontem. Eu só o orientei sobre como refinar a espessura da espada anteontem. Quando você atingir um gargalo em 80 forjas, eu vou te ensinar também. Então esta é a grande espada, aquela que Abel forjou.” Mestre Bentham também ficou um pouco surpreso.

A experiência do Mestre Bentham foi, naturalmente, muito superior à de Gedon. Adivinhou que a técnica aplicada nesta espada poderia muito bem ser uma técnica secreta transmitida por uma família para aumentar a dureza e a nitidez da arma. Embora o mestre estivesse muito tentado, também sabia que tentar espionar a técnica secreta de uma família era fazer dessa família sua maior inimiga. Não importava se a técnica era da família Harry ou da família Bennett.

Bem, isso explicava tudo. Não era à toa que Abel pediu uma sala de operação separada ontem.

Descobriu-se que Abel estava usando uma técnica secreta de família para refinar a grande espada.

Portanto, Mestre Bentham advertiu Gedon a parar de perguntar a Abel sobre a espada e fingir que nada havia acontecido.

Vol. 1 Cap. 18 Cidade da Colheita

No Castelo Bennett.

Hoje era o último dia do ano, e amanhã seria o Ano Novo.

Durante o jantar, o Cavaleiro Bennett pegou  uma carta, um pacote retangular e os entregou a Zach.

“Este é um presente de ano novo de Abel. Veja como ele é um bom irmão para você. Sua mãe e eu não recebemos nenhum.”

Parecia que o Cavaleiro Bennett estava com inveja, Nora revirou os olhos e disse:

“Nosso filho está fora há apenas um mês e não parou de nos escrever cartas. Você realmente quer tanto um presente?”

Zach pegou a carta e os pacotes. Mas, ao abri-lo, percebeu que dentro do pacote havia uma grande espada.

“Uau!” Esta é uma espada de nível mestre com cem forjas.” Zach imediatamente reconheceu a espada enquanto a tirava da embalagem. Uma Espada de cem forjas sempre foi uma peça exigente no mercado. Embora tenha um preço absurdo de 1.000 moedas de ouro, ainda havia inúmeras pessoas ricas correndo para comprá-la.

Espadas Grandes eram a posse mais importante de um cavaleiro. Era ridicularizado por sua esposa por ele ter apenas quando uma espada de 80 forjas.

“Eu realmente quero um presente.” O Cavaleiro Bennett não pôde deixar de exclamar.

“Deixe-me dar uma olhada.”

Como cavaleiro, não resistiu à tentação de um bom armamento. Ele pegou a espada da mão de Zach e começou a balançar no meio da sala de jantar.

“Esse garoto Abel… ele ainda nem se acomodou totalmente no Castelo Harry, e já começou a pegar coisas aleatórias, até mesmo fazendo presentes. Da próxima vez, escreverei uma carta para ele dando-lhe um bom sermão sobre isso.”

“Esse não é o caso.” Disse Zach enquanto abria a carta de Abel.

“Na carta, Abel disse que esta é a primeira arma que forjou e decidiu me dar como presente de Ano Novo.”

O Cavaleiro Bennett de repente parou de acenar com a espada no ar, olhou para a carta de Zach e perguntou:

“Você disse que Abel forjou esta espada sozinho?”

“Sim, pai, Abel disse claramente na carta.” Zach respondeu com certeza.

“Impossível. Harry também aprendeu a forjar no passado, mas o máximo que conseguiu depois de um ano inteiro de treinamento foi uma faca de mesa. Você está me dizendo que Abel poderia forjar uma espada de cem forjas depois de um mês?”

O Cavaleiro Bennett sentiu que cometeu um grande erro ao entregar Abel. No começo, pensou que só iria se arrepender dessa decisão depois de alguns anos, mas agora, estava completamente sem palavras.

Tinha sido um ano novo muito incomum dentro do Castelo Bennett com a surpresa de Zach, o arrependimento de Bennett e o sentimento de Nora. No entanto, Abel não estava ciente disso no Castelo Harry.

O Cavaleiro Marechal e Abel estavam sentados em uma carruagem a caminho da Cidade da Colheita para participar do coquetel de Ano Novo oferecido pelo Visconde Dickens. A festa deveria começar à noite, mas ambos já haviam partido bem cedo ao amanhecer.

A estrada do castelo do Cavaleiro Marechal para a Cidade da Colheita foi muito bem construída. A estrada inteira era feita de pequenas pedras planas com uma ligeira curva saliente no meio, mal se podia sentir qualquer vibração na carruagem e, em apenas uma hora, eles já haviam viajado por mais de 100 quilômetros.

De longe, a Cidade da Colheita parecia com qualquer outra cidade comum. No entanto, só se podia sentir sua majestosa grandeza de perto. Era a maior cidade do Ducado Camelot. Suas paredes circundantes tinham até 20 metros de altura com dezenas de canhões penetrando pelos lados. Tudo isso só mostrava como a cidade era bem protegida.

— Tio Harry, por que a Cidade da Colheita é tão estritamente protegida? — Abel perguntou enquanto olhava para o muro de 20 metros de altura e a quantidade incontável de armas defensivas.

Abel elaborou sua pergunta:

— A Cidade da Colheita estava localizada na parte mais ao sul da Terra Santa, que já foi um território que pertencia aos humanos. Dizia-se também que estava separada do Império Orc por um dos ducados mais seguros. Então, por que a cidade parece estar prestes a entrar em guerra?

— Abel, há pelo menos um cavaleiro oficial em cada quarteirão do Ducado Camelot, e a Cidade da Colheita não é exceção. O dono da cidade, o Honorável Visconde Dickens, também é o líder dos cavaleiros da cidade.

Os olhos de Harry tornaram-se um tanto sombrios. Ele parecia absorto em suas memórias.

— É tudo por causa do Império Orc. — Suspirou.

— O Império Orc está localizado no extremo norte. Era guardado por uma das maiores alianças da humanidade, que eram os guardiões defensores da Cidade Milagrosa. Abel sabia sobre os guardiões defensores da Cidade Milagrosa. Se não fosse por seus esforços para combater os orcs, os humanos teriam perdido uma grande quantidade de terra para viver.

Os orcs eram os seres mais sanguinários deste mundo, devido à sua taxa de natalidade insanamente alta, eles estavam sempre em uma constante crise alimentar. Como forma de evitar a fome, fariam guerra contra outras raças por comida, ao mesmo tempo, isso também reduziria efetivamente o número de bocas que tinham que alimentar.

Sempre houve humanos que viveram perto do Império Orc. Como eram um alvo fácil de serem saqueados, se reuniram e construíram uma fortaleza militar ao lado da passagem das Montanhas Budista, separando a civilização humana do Império Orc. Essa construção era conhecida como Cidade Milagrosa.

— Enquanto a Cidade Milagrosa estiver de pé. Não precisamos nos preocupar com uma invasão orc — disse Harry.

— Nas últimas décadas, o Império Orc desenvolveu uma nova forma de ataque. Eles usaram bestas voadoras para carregá-los sobre as Montanhas Budista e destruíram nossa defesa.

Disse em um tom um tanto cético

 — Destruíram tudo…

Enquanto falavam, a carruagem chegou ao portão da Cidade da Colheita. Havia uma longa fila em frente a um portão de 10 metros de altura. Ao lado do portão, um bando de soldados verificando e cobrando os visitantes um por um. Pareciam operar a uma velocidade muito lenta e, pela extensão da fila, Abel pensou que poderia levar mais uma hora para que pudessem entrar.

Mas a carruagem não parou. Em vez disso, entraram na cidade diretamente do outro lado, passando pelas pessoas que estavam na fila que olhavam com inveja para eles.

Quer estivesse no Castelo de Bennett ou no Castelo Harry, Abel sempre sentiu que era um pouco mais rico em comparação com as pessoas ao seu redor, mas esta foi a primeira vez que realmente experimentou o privilégio de ser um membro da realeza.

Abel ainda estava se acostumando com o funcionamento das coisas neste novo mundo. Em seu velho mundo, se uma pessoa tentasse furar a fila, os outros a olhariam com desprezo. Mas aqui, Abel nem foi chamado para descer da carruagem e foi direto para a cidade.

A carruagem chegou a um pátio. Era a residência temporária do Cavaleiro Marechal na cidade. No momento em que chegaram ao portão, a governanta, Lince, saiu imediatamente e os cumprimentou.

— Robin, Abel vai ficar aqui pelos próximos dois dias. Limpe uma casa separada e arranje um lugar para ele ficar. — Disse Harry para a governanta ao descer da carruagem.

— Sim mestre.

A governanta Lince sabia que o Cavaleiro Marechal tinha um filho adotivo e logo se tornaria o herdeiro do castelo, foi somente depois de ouvir esses comandos que Robin pôde entender completamente a importância do jovem mestre.

Além da casa particular do Marechal, o melhor lugar para morar era aquela casa separada, mas o Cavaleiro Marechal a ofereceu sem hesitação a Abel.

— Abel, você quer vir comigo visitar meus amigos ou ir brincar na cidade da colheita? — Vendo o olhar de hesitação de Abel, Harry não pôde deixar de sorrir.

— Claro, vou pedir para Robin te acompanhar..

Harry se importava com Abel, não apenas entendeu sua escolha apenas olhando sua expressão, mas também sempre respeitou sua decisão e nunca o forçaria a fazer nada que se sentisse desconfortável.

Abel rejeitou a companhia da governanta Lince, saiu com seu cavalo e começou a explorar as diferentes lojas da rua. Embora as ruas da Cidade da Colheita fossem muito largas, por causa do Ano Novo, havia pessoas em todos os lugares.

De repente, Abel se deparou com um grupo barulhento de pessoas discutindo. A voz parecia muito familiar, então Abel decidiu levar o cavalo para a frente. Era Zach, discutindo com três jovens trajados em armaduras de couro, havia também uma jovem de cabelos loiros, provavelmente de 17 ou 18 anos, de pé ao lado assistindo a discussão intensamente. Ela parecia um tipo espirituosa e brincalhona. Quando ria, havia um toque de astúcia em seus olhos.

— Grande irmão! — Abel gritou animadamente. Foi uma surpresa ver sua família aqui. Abel saltou do cavalo e correu em direção a Zach.

— Abel! — Zach respondeu enquanto dava um abraço apertado em Abel.

Depois, Zach virou-se para os três homens e os apresentou um ao outro.

— Este é meu irmão Abel.

 E Abel… Este é Martin, Joshua e Bob.

A jovem fez uma leve reverência para Abel e se apresentou com uma risada. — Olá, meu nome é Emily. — Enquanto ela curiosamente examinava Abel.

Abel ergueu os olhos e viu que Zach olhou furtivamente para a expressão de Emily. Não foi difícil descobrir o que estava acontecendo aqui. Zach era um jovem adulto, afinal. Abel riu por dentro, mas se perguntou se deveria escrever uma carta para sua mãe sobre isso.

Martin nunca imaginara que Abel seria tão jovem, ficou sem palavras por um momento.

— Você é quem fez a Espada de cem forjas para Zach?

— Sim. — Abel sorriu e assentiu.

— Uau! Sério?! — Martin imediatamente fez uma reverência apaixonada e disse:

— Foi um prazer conhecê-lo! Eu não esperava que você fosse tão jovem! — Martin parecia ser uma pessoa falante e direta.

‘Deve ser um cara legal para se ter por perto.’Pensou Abel

Vol. 1 Cap. 19 Uma Aposta

Um homem alto e magro chamado Joshua sorriu:

 — Martin, acho que fomos enganados. Não há como esse cara ter feito essa espada de cem forjas.

 — Espada com cem forjas? — Abel virou seu olhar para Zach, que estava exibindo seu presente desde que o ganhou.

Zach estava meio envergonhado. Ele começou a esfregar as palmas das mãos, fez contato visual rápido com Emily e disse:

 — O assunto surgiu do nada durante minha conversa com Emily. Esses três caras não acreditaram que meu irmão forjou uma espada de cem forjas para mim, então começamos a discutir.

O pai de Abel sempre disse a ele como seu irmão mais velho era casto e maduro. Mas quando olhou para seu irmão mais velho, profundamente preso no feitiço romântico de Emily, e perdendo toda a sua dignidade. Abel ficou sem palavras.

 — Aquela espada era apenas minha peça de prática. — Abel explicou fracamente.

O clima ficou meio tenso depois que Abel disse isso. Os outros três caras não sabiam como responder, mas os olhares em seus rostos eram muito preocupados. Esta era uma espada de cem forjas. Quem diabos chamaria isso de “peça de prática”?

 — Com quais mestres forjadores você aprendeu isso? — Emily olhou para Abel com seus olhos grandes e brilhantes.

 — Ah, aprendi com Mestre Bentham. — Respondeu Abel, enquanto tentava ser educado com a pessoa que poderia muito bem ser sua futura cunhada. Martin interrompeu:

 — Mestre Bentham é muito conhecido no Ducado. Há quanto tempo você o segue?

— Um mês.Martin, Bob e Emily estavam em choque.

 — Meu Deus, isso é incrível. — Todos disseram simultaneamente.  — Certo. Mesmo que o professor dele seja o Mestre Bentham. — disse Joshua com um sorriso de escárnio: — Vocês acreditam que esse garoto pode fazer uma espada como essa?

 — Ei, não seja rude! — Emily chamou Joshua. Tanto Joshua quanto Zach estavam tentando agradá-la, e ela sabia disso pelo menos. Dito isto, não era certo atacar o irmão mais novo de outra pessoa. Além disso, ela achava que Zach era um homem honesto, o que significava que essa acusação era ainda mais ofensiva aos seus olhos. Joshua olhou para Abel e bufou, disse com uma voz ameaçadora: — Abel, você não deve reivindicar o trabalho de seu professor. Zach estava começando a ficar irritado também. — Joshua, é melhor você parar com essa conversa sem sentido. Você não gostaria de se tornar meu inimigo.

Martin se levantou e separou os dois.

 — Ei, se você realmente quer saber quem fez esta espada, há uma loja de armas chamada Martelo Gigante nas proximidades. É simples, podemos simplesmente ir lá e pedir a alguém que examine para nós.

 — Claro. — disse Zach enquanto se virava para olhar seu irmãozinho, ao qual Abel respondeu com um aceno frio.

 — É muita fé vindo de você, Zach. Se está tão confiante em seu irmãozinho, por que não fazemos uma aposta nisso? — Joshua riu alto.

Depois de dizer isso, Joshua pegou a grande espada nas costas.

 — Essa aí eu não sei, mas a que eu tenho aqui, é uma peça real feita pelo Mestre Bentham. Se a espada de seu irmão não for obra do Mestre Bentham, eu lhe darei minha espada. Se for, porém, você me dá essa espada ao invés disso. Você aceita, Zach?

Martin interveio:

 —Não vamos escalar a situação. Pessoal, vamos fazer um teste de autenticidade. Não temos que fazer apostas.

Até Bob, que havia permanecido em silêncio durante todo esse tempo, se adiantou e tentou acalmar a tensão:

 — Somos todos amigos, não somos? Se vamos apostar em alguma coisa, que tal o perdedor pagar o jantar hoje à noite? Joshua disse:

— Você está se acovardando, Zach?

Emily, ao contrário dos outros, não estava ciente da gravidade da situação, mas estava ficando muito emocionada.

 — Eu serei a juíza. — Ela se ofereceu.

 — O perdedor tem que desistir do que ele apostou, ok? Caso contrário lhe ensinarei uma lição.

Olhando para a Emily excessivamente excitada, Martin e Bob não puderam deixar de suspirar. As mulheres obrigavam os homens a fazerem coisas estúpidas, certo?

Abel estava começando a franzir um pouco a testa. Desde que se conheceram pela primeira vez, Joshua vinha contradizendo tudo o que dizia. Se ninguém lhe dissesse que eram amigos, Abel teria pensado que Joshua era inimigo de Zach.

 — Claro, vamos apostar então. — Zach disse com raiva, já estava farto de Joshua tirando sarro de seu irmão mais novo, ainda mais na frente de Emily. Que maneira suja de ganhar uma vantagem sobre ele.

A loja de armas Martelo Gigante era uma loja especializada na venda de armas e armaduras. Quando os clientes chegam, a primeira coisa que eles veem é o enorme balcão feito inteiramente de Tora-metálica. Por causa de quão grande e pesado tudo era neste mundo, apenas a Tora-metálica era capaz de suportar o peso dos itens à venda.

 — Bem-vindos, senhorita e senhores à Loja de Armas de Martelo Gigante, sou o gerente da loja, Ted. Existe alguma coisa que estão procurando? — Perguntou um homem magro de meia-idade.

 — Ah, sim, Sr. Ted, estamos aqui com uma espada pesada para ser examinada. Por favor, peça ao seu melhor avaliador que venha aqui e nos ajude a dar uma olhada.— Disse Joshua com uma pressa insuportável.

 — Espere um segundo, eu sou a juíza aqui. — Emily protestou com um olhar.— Eu estou levando isso muito a sério.

 Ela completou:
— Dê-me as duas espadas, vocês dois. Eu serei responsável por isso.

Sem dizer nada, Zach pegou sua espada e a passou para Emily. Joshua estava meio relutante no início, mas depois de ver Zach dando sua espada para Emily, não teve outra escolha a não ser entregá-la também.

— Você é mais irritante do que uma mulher. — Disse Emily ao ver como Joshua estava hesitante. Era estranho para uma mulher como ela dizer algo assim. Mas de qualquer forma, arrancou a espada de Joshua.

Enquanto isso, Ted acabou de chamar um velho barbudo:

 — Este é o avaliador-chefe da loja de armas Martelo Gigante. Tudo que você precisa fazer é entregar as espadas para ele. Para cada peça que você estiver examinando, cobramos o preço de 2 moedas de ouro.

Emily tirou 2 moedas de ouro e colocou a grande espada de Zach no balcão.

 — Ok. Você pode examinar esta arma aqui, por favor? Queremos ver se é obra do Mestre Bentham.

O velho Avaliador ficou animado. Não esperava ter a chance de examinar uma peça que poderia ser feita por um mestre falsificador. Ele pegou a grande espada e a inspecionou cuidadosamente.

Lenta mas seguramente, a expressão do velho avaliador tornou-se cada vez mais febril. Ele começou a acariciar a lâmina com os dedos, como se estivesse prestes a se declarar para ela.

 — Quem fez esta obra-prima fez um trabalho que beira a perfeição. — Murmurou o velho avaliador: 
— Que feitiçaria você precisaria para fazer esta espada de cem forjas? Basta olhar como as bordas são afiadas! É inacreditável.

O velho avaliador estava completamente perdido em seu próprio mundo. Por um tempo, provavelmente havia esquecido que estava aqui para fazer seu trabalho.

 — Uh, hmmph. — Emily tossiu duas vezes para chamar a atenção do velho avaliador novamente. — Isso é obra do Mestre Bentham, senhor?

 —Oh não. Claro que não! — O avaliador mais velho disse afirmativamente:

 — Não sei quem fez isso, mas definitivamente não é obra do Mestre Bentham.

 — O que… como isso é possível? — Joshua lançou um olhar vazio para o teto. Ele imaginou que algo estava errado quando viu a expressão no rosto do velho avaliador. Mas a forma como o velho negou que a peça era obra do Mestre Bentham, era quase como se a peça fosse esplêndida demais para ser feita por alguém desse nível.

Joshua estava ficando mais ansioso a cada segundo.

  Ele disse ao velho avaliador:

— Você olhou isso corretamente, senhor?

 — Sabe, as coisas não serão fáceis para você se estiver mentindo.

O velho avaliador lançou um olhar frio para Joshua:

 — Se você não está satisfeito com o que estou dizendo, vá à prefeitura e me processe. Lembre-se disso, no entanto. A Loja de Armas Martelo Gigante é propriedade do dono da cidade. Se você quer causar algum problema para ele, certifique-se de estar pronto para as consequências.

Emily lançou um olhar de desgosto para Joshua, que estava se esforçando muito para não atacar o velho avaliador. Ela pegou as duas espadas, deu-as a Zach e foi embora como se nunca tivesse conhecido Joshua em primeiro lugar.

Antes de Emily sair, o velho avaliador falou de repente.

 — Esta espada esta à venda? — Ele disse com uma voz simpática. — Vou oferecer 1.200 moedas de ouro.

Foi uma oferta muito confusa. Emily não podia acreditar no que estava ouvindo, então perguntou: — Pelo que ouvi, uma espada de cem forjas custaria cerca de 1.000 moedas de ouro. Por que você está fazendo o acordo em 1200 moedas de ouro?

Os outros também ficaram muito curiosos. Até Abel também. Apesar de ter vivido duas vidas, esta foi a primeira espada que fez. Como diabos era tão valiosa?

 — 1000 moedas de ouro são para espadas comuns de cem forjas. O valor das melhores tinham um preço mais comparado as comuns comuns. Esta peça aqui, você pode dizer que é a melhor das melhores. Com alguns golpes, tenho certeza de que pode destruir facilmente uma espada comum de cem forjas. Equipar algo assim é como dobrar a habilidade de empunhar uma espada.

Joshua havia perdido a aposta e, depois que o grupo deixou a loja de armas Martelo Gigante, ele foi embora sozinho. Estava muito envergonhado para ficar com o grupo.

 — Ei, Zach, por que você não paga o jantar hoje à noite? — Martin e Bob disseram enquanto fixavam os olhos na nova espada de Zach. Emily, por outro lado, passava boa parte do tempo lançando olhares curiosos para Abel. Felizmente, ela não fez nenhuma pergunta específica. Qualquer que fosse o segredo de Abel, ela foi educada o suficiente para não perguntar muito sobre isso.

Emily perguntou:

 — Abel, você pode forjar uma espada para mim? Eu vou te pagar dinheiro.

 — Só faço armas para minha família. — Abel recusou rapidamente.

Pelo amor de Deus. Se ele dissesse ‘sim’ na hora, Martin e Bob seriam seus próximos clientes.

 — Ahh! — Emily gritou enquanto trocava olhares entre Abel e Zach.

Vol. 1 Cap. 20 Combinando mais uma vez

— Você, siga-o. Diga-me para onde ele está indo. Se sair da cidade, informe-me imediatamente. — Disse Joshua com uma voz sombria para seu servo que o seguia.

O servo concordou em silêncio e começou a seguir Abel à distância.

— Eu vou fazer você se arrepender do que aconteceu hoje.  Joshua sabia que Zach era um Cavaleiro Novato de nível quatro. Não seria fácil encontrar uma pessoa para roubá-lo. Além disso, era o herdeiro do Cavaleiro Bennett. As consequências de assediá-lo podem ser muito graves.

Mas seu irmãozinho. Abel era um ferreiro, não importava quão talentoso fosse, ou se era um seguidor do Mestre Bentham. No final das contas, ainda era um ferreiro e ninguém se incomodaria se ele morresse.

Mal sabia Joshua, que estava apenas avançando para um caminho sem volta. Depois que Zach ganhou sua aposta, eles estavam se preparando para uma comemoração em um restaurante luxuoso. Mas Abel não foi com Zach, quando chegaram à Cidade da Colheita, se afastou do grupo porque queria comprar alguma coisa.

Abel contou as moedas nos bolsos. Além das 20 moedas de ouro que tinha originalmente, havia também as 50 moedas de ouro que o Cavaleiro Marechal lhe deu para se divertir. Havia 70 moedas de ouro no total, e decidiu gastar tudo em 138 pequenas gemas. No entanto, para evitar chamar a atenção, foi a 4 joalherias separadas para comprar essas gemas.

Sua carteira parecia vazia. Restavam apenas duas moedas, ainda assim, Abel não tinha coragem de usar seu Cubo Horádrico nas ruas abertas. Então, encontrou um hotel, reservou um quarto individual e usou o Cubo Horádrico para combinar lentamente as gemas.

Foi como um passeio no parque. Em pouco tempo, fundiu as gemas em 20 gemas vermelhas e 26 gemas azuis. Abel tentava se lembrar da fórmula de combinação do Cubo Horádrico enquanto olhava para as gemas, se se perguntou qual categoria pertenciam as gemas opacas que tinha acabado de fundir. Enquanto continuava olhando, de repente teve uma ideia. Por que não combinar duas desta vez?

Tirou 3 gemas azuis e as colocou no Cubo para fundir novamente. No momento em que as tirou, tornou-se uma grande gema azul, redonda e transparente com inúmeros cortes nas laterais.

‘Vamos tentar subir de nível de novo.’ Ele pensou. Aprimorando as 6 gemas azuis restantes em mais 2 gemas azuis redondas maiores. Em seguida, colocou as 3 gemas azuis redondas grandes no Cubo Horádrico e pressionou fundido-as. Desta vez, as transformando em uma gema em forma de gota. Abel tinha certeza sobre isso, era a jóia azul final em Diablo 2, parecia exatamente igual. O Cubo Horádrico transformou com força as gemas azuis nas das configurações do jogo.

A gema em forma de gota brilhava em um tom de azul que refletia uma pitada de melancolia. Enquanto Abel o olhava em sua mão, não estava planejando vender tal perfeição. O Cubo Horádrico possuía o grande poder fusão perfeita, o que era motivo suficiente para Abel ser extremamente cuidadoso durante o processo de venda dessas gemas azuis normais. Felizmente, a Cidade da Colheita era uma região muito desenvolvida. Gemas com tal qualidade não eram tão difíceis de encontrar.

Onze mil moedas de ouro. Embora fosse o valor pelo qual Abel vendeu suas outras gemas, de jeito nenhum carregaria tanto dinheiro consigo. Então, foi ao Santuário da Deusa da Riqueza e trocou partes dele em moedas de cem unidades. Jogou tudo no Cubo, felizmente só mostrava um dígito, não ocupando nenhum espaço. Mas quando decidiu tirá-lo, ele se transformou em uma grande moeda de ouro, chamada moeda de cem unidades. Quão conveniente.

As moedas de cem unidades eram mais comumente usadas em grandes bancos. Elas eram um pouco maiores que as moedas de ouro normais e cheias de gravuras de todas as deusas da proteção. Essas gravuras da deusa precisam passar pelo santuário para serem feitas, então essas moedas de cem unidades eram muito seguras.

Com uma expressão alegre no rosto, Abel começou a planejar como poderia gastar todo esse dinheiro. Mal sabia ele que alguém o seguia o tempo todo. Curiosamente, não foi um bom dia para o servo de Joshua, que passou o dia inteiro seguindo um jovem que nunca parava de andar. Tinha ido a quase todas as joalherias da cidade da cidade montado em seu cavalo e, a essa altura, o criado estava quase cansado demais para continuar, só desejava que Abel encontrasse um lugar para descansar logo.

Ao olhar para cima, acima de sua cabeça havia uma placa dizendo Mercado Edmundo. Esta placa familiar o fez lembrar da poção de condensação de Qi que havia comprado, é já ingeriu todas que tinha, logo estaria chegando no nível de Cavaleiro. Se treinasse lentamente sozinho sem a ajuda de complementos, teria levado anos de esforço até que pudesse ganhar Qi suficiente para condensar seu núcleo.

Depois de usar a “poção de condensação de Qi do mestre”, ele subiu 2 níveis. Abel sempre se preocupou se havia algum problema em progredir pelos níveis com tanta velocidade. Porque ele imediatamente subiu 2 níveis, o que não era o que esperava. As drogas não eram a única maneira de subir de nível em um curto período. Tinha outras opções.  Já era algo evidente, pois tanto o Mestre Bentham quanto o Cavaleiro Marechal não ficaram chocados ao ver o quão rápido ele havia avançado. De qualquer forma, isso significava que havia suplementos alternativos para seu treinamento.

De acordo com o conhecimento de Abel, se não houvesse nenhum problema em subir de nível com outros métodos, tomar a “poção de condensação de Qi” sem efeito colateral definitivamente não deveria ser muito prejudicial para ele. Dito isto, agora era provavelmente um bom momento para conseguir alguns suprimentos.No momento em que Abel entrou, uma voz familiar saiu para cumprimentá-lo.

— Bem-vindo Mercado Edmundo, como posso ajudá-lo ho…hoje? — A voz gaguejou, pois não esperava a visita de Abel:

— Oh, seja bem-vindo! Não esperava vê-lo aqui, jovem e belo cavalheiro. — Hã? Yvette! O que você está fazendo aqui?

Yvette deu uma risadinha e disse com orgulho:

— Fui promovida de Fort Lee para vice-gerente da Cidade da Colheita. —Parabéns, Sra. Yvette. — Abel aplaudiu.

Yvette deveria ter sido muito capaz para se tornar vice-gerente de um setor de uma cidade grande como esta. Abel tinha grande respeito por pessoas excepcionais como ela.

Pelo olhar em seu rosto, ficou claro que Yvette gostava de ser parabenizada por alguém que ela conhecia. Desde que houve muito estresse depois que foi promovida para esta posição. Ao contrário de uma cidade pequena como Fort Lee, até mesmo a posição de vice-gerente tem 3 vagas aqui.

— O que você gostaria de comprar hoje? — Disse Yvette suavemente. Abel ponderou por um tempo e deu um número:

— Eu quero 162 garrafas de “poção de condensação de Qi” menor. Yvette estava animada com esta grande transação de “poção de condensação de Qi” menor. Esse acordo a faria parecer muito bem na frente de seu chefe.

—São 1620 moedas no total… Vamos fechar o negócio por 1600 moedas. — Disse Yvette após aplicar o desconto.

— Abel piscou para Yvette.— Por favor, espere. Abel tirou 16.100 moedas do Cubo Horádrico e as enfiou na carteira. Então ele puxou sua carteira e deu as moedas para Yvette. Após um curto período, o vendedor da loja trouxe uma caixa de tamanho médio, dentro estava bem embalada com 162 “poções de condensação de Qi” menores.

Depois que Abel montou seu cavalo de volta ao seu lugar, imediatamente foi para seu quarto e combinou 162 as “poções de condensação de Qi” menores em 6 “poções de condensação de Qi” mestres. Observando como aquelas “poções de condensação de Qi” brilhavam em seu resplendor âmbar, Abel sabia que estaria recebendo um enorme power-up em breve.

Enquanto Abel estava colocando a “poção de condensação de Qi” do 6 mestre no Cubo Horádrico, se lembrou de sua transação com Yvette hoje. A Sra. Yvette nunca perguntou seu nome e as duas últimas transações foram bem tranquilas. Também com o nome do Mercado Edmundo, além da cautela de Yvette. Abel decidiu que se tivesse algo inconveniente para vender no futuro, deixaria para Yvette resolver.

Enquanto isso, no pátio, o tempo ainda estava gelado, embora já fosse um ano novo. Aquele servo encolhido em um canto escuro, seus olhos estavam fixos rigidamente no portão da frente, este lugar era a casa temporária do Cavaleiro Marechal e poucas pessoas sabiam disso. Se o criado percebesse que era a resistência de uma família real, quem sabia se ainda teria coragem de continuar espionando. A ignorância, às vezes, era a única coisa necessária para que um desastre acontecesse.

Depois de escurecer, o portão da cidade foi fechado, então o servo decidiu continuar espionando. No entanto, mal sabia ele que o Cavaleiro Marechal e Abel já haviam subido em uma carruagem para participar do coquetel de ano novo no palácio da cidade.

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