Capítulo 32: Um passo rumo à verdade (1)
Ludger se dirigiu para a entrada de um laboratório secreto, que era um cano grande de esgoto.
O cano de esgoto, que estava enferrujado em todos os lugares e cheio de odores, parecia real, mas o cenário mudou imediatamente quando se aprofundou.
A parede interna do cano de esgoto mudou ordenadamente, e até mesmo o odor desapareceu.
Ziiiing~
Deu para ouvir um som acompanhado de uma luz escarlate e sutil além daquele lugar.
Ludger avançou com cautela enquanto tentava ocultar sua presença para o mínimo possível.
— Hah. Quanto tédio. Vamos ficar por mais quanto tempo?
— Não faço ideia. Ainda temos mais de dois dias de sobra, então não é melhor esperarmos mais um pouco?
— Por que aqueles experimentos malditos fugiram?
— Não vamos ser pegos, então está tudo bem. Estamos limpando o lugar e vamos sair para nos preparar para o pior cenário.
— Mas prefiro ficar de guarda assim. Está uma bagunça lá dentro atualmente, já que estão organizando os equipamentos.
— Tá chegando a hora de trocar de turnos.
— Argh. Se ao menos aqueles experimentos malditos não tivessem escapado.
Ludger encostou as costas na parede e ouviu a conversa deles.
Os dois, que estavam entediados por terem que ficar de guarda por muito tempo na entrada, não pararam de conversar.
— Eu estava lá fora na hora. Como foi que isso aconteceu? A supervisão cometeu um erro?
— Achou que foi um erro. Ouvi dizer que o garoto sequestrado não tomava remédios com frequência, então não se tornou mais criptídeo. Talvez porque ainda jovem.
— E?
— Por que ainda pergunta? Então, ele resistiu na hora de mais injeção de droga no corpo.
— Ouvi dizer que a dor da injeção das drogas é excruciante. É verdade?
— Tenho certeza que é só pelo tanto que gritam. Só que o problema foi que os pais dele fizeram um caos lá.
— O quê? Os pais dele? Eles já tinham se tornado lobisomens, mas ainda estavam tentando proteger o filho?
— Sim. Os cientistas não sabiam que os experimentos ainda raciocinavam. Ficaram com mais raiva do que esperávamos, e o laboratório ficou um caos.
— Merda. Foi por isso que escaparam? Não é um pouco perigoso então?
— Hahah! Perigoso, uma ova. Não se preocupe. Soube que pedimos a uma pessoa de confiança para cuidar deles. De qualquer forma, eu teria pisado no filhote de lobisomem até ele morrer se eu estivesse lá. Por culpa deles estamos nessa situação.
‘Entendi.’
Ludger sentiu que não precisava mais escutar a conversa deles.
Porque já tinha descoberto tudo e como as coisas estavam indo.
Splash~
Quando Ludger pisou na poça no chão, os dois tagarelas fecharam a boca e o encararam.
— O quê? Quem foi?
— Não foi apenas um rato?
Luzes mágicas brilhavam ao redor da entrada, mas o lugar onde Ludger estava era relativamente escuro, então não dava para vê-lo.
Os dois homens pegaram as armas de fogo da cintura.
Só que dois feixes de luz foram mais rápidos e voaram da escuridão, penetrando mais rápido no meio da testa deles.
Bam! Bam!
Sem sequer conseguir gritar, os dois guardas da entrada desabaram no chão.
Tudo aconteceu num piscar de olhos.
Ludger saiu lentamente da escuridão.
Ele estava usando botas de couro, calças pretas, um colete cinza cheio de bolsos e um casaco marrom e velho.
Usava um capuz preto bem inclinado para baixo e uma máscara na cara.
Ludger passou pelos cadáveres e entrou no laboratório secreto com passos silenciosos e fantasmagóricos.
E não muito tempo depois que entrou…
Um grito soou de dentro.
— Aaaaaaah! Socorro!
O homem que estava patrulhando perto da entrada apareceu do escuro e fugiu desesperadamente de um monstro que tinha matado todos os seus colegas.
Só sabia que o monstro tinha aparecido do nada.
Como uma miragem, o monstro apareceu de repente e matou seus colegas de patrulha em um piscar de olhos.
‘O que os guardas na entrada estavam fazendo?’
No momento em que pensou nisso, sua visão virou de cabeça para baixo.
— Oh?
Seu corpo balançou, então caiu para frente. Não conseguia mover as pernas abaixo das canelas.
— Por que… por que raios?
Ele olhou para elas e finalmente percebeu o porquê.
As pernas foram cortadas debaixo da canela.
No momento em que percebeu, a dor veio tardiamente.
— Urk!
Cerrou os dentes e olhou para a escuridão atrás das costas.
Além da passagem ampla, havia uma escuridão onde todas as luzes se apagaram.
Ouviu passos de lá.
Logo, sentiu calafrios por todos os pelos e corpo.
Era uma pessoa.
O intruso que de repente apareceu e matou todos os seus colegas…
Já estava vindo atrás dele.
Sons de passos~
O intruso emergiu lentamente da escuridão.
Não deu para identificá-lo, já que tinha coberto todo o rosto.
No entanto, com base na estrutura robusta, ficou claro que era um homem.
Em seguida, avisou o homem com uma voz trêmula.
— Você…! Você acha que vai fugir depois de mexer com a gente? Acho que não sabe quem está lá, mas já é o seu fim.
O homem não respondeu.
Em vez disso, os olhos dele que foram vistos além da sombra do capuz ficaram mais nítidos.
Seus lábios e garganta ficaram secos.
Assim que se perguntou se preferia implorar por ajuda, um grande número de pessoas se reuniu além da passagem.
— Aqui! O barulho veio daqui!
De longe, viu mercenários se aproximando do lugar onde havia luzes mágicas.
Estavam todos armados; um deles se destacou especialmente, pois estava fortemente armado.
O homem gritou ao descobrir que seus colegas tinham vindo ao seu socorro.
— Aqui! Por aqui! Aqui! Hahaha! Você já era agora! Vai ser tão fuzilado que vai virar um queijo… Urk!
Ludger enfiou uma adaga na boca daquele homem barulhento. Quando a adaga foi retirada, o sangue espirrou e seu corpo caiu de lado.
Foi então que as tropas que chegaram bem a tempo descobriram Ludger.
— Ali! Atirem nele!
Eles apontaram suas armas imediatamente sem perguntar quem era Ludger, talvez porque eram soldados bem treinados.
Enquanto isso, Ludger ficou parado como se estivesse enraizado.
— Atirem!
Eles puxaram o gatilho imediatamente, mas não houve tiroteio.
— Oh?
— O-o quê?
Clack. Clack.
Não importa quanto força colocassem no gatilho, as balas não saíam. Suas armas não estavam quebradas, mas a pólvora foi congelada.
Suor frio escorreu da bochecha do líder, que instruiu a atirar no Ludger.
Porque compreendeu a situação com base na sua experiência.
— Silenciamento de Fogo! Ele é um mago!
Fazia muito tempo desde que as armas baseadas em pólvora surgiram com a evolução tecnológica.
No entanto, magos e cavaleiros ainda mantinham suas posições de ser aqueles que detinham mais poder no mundo.
Existia apenas um motivo para isso.
As armas não eram uma ameaça para os cavaleiros e magos.
Cavaleiros com habilidades físicas sobre-humanas poderiam facilmente evitar ou cortar balas comuns.
Por outro lado, os magos não precisavam fazer isso.
O feitiço Silenciamento de Fogo tornou possível impedir o disparo.
Silenciamento de Fogo…
Era literalmente um feitiço que suprimia o desempenho de pólvora direcionada ao mago dentro de uma certa distância.
O feitiço tornava possível neutralizar até metralhadoras se usado por um mago de rank 3.
Um mago de rank 5 poderia até neutralizar um canhão com esse feitiço.
E, nas mãos de um mago lexure de rank 6, o fluxo de uma guerra mudaria.
Por isso que magos e cavaleiros podiam manter suas posições de poderosos mesmo com a chegada da era das armas de fogo e das pólvoras.
Mas o feitiço usado pelo Ludger era de terceiro grau.
Sabia que não podia ir além disso, então compensou a falta de poder fortalecendo o feitiço conjurado.
Quando um mago comum de rank 3 usava Silenciamento de Fogo, seu alcance efetivo estava dentro de um raio de 20 metros.
E o alcance efetivo do Silenciamento de Fogo que Ludger usou…
Estava num raio de 200 metros.
— Que droga! Peguem todos as armas!
As pessoas afiliadas à escola Shamsus tomaram rapidamente uma decisão.
Jogaram fora as armas de fogo e sacaram imediatamente as espadas e clavas.
Zzzzt~
Uma corrente elétrica fluía por todas as clavas.
Ludger levantou as mãos com essa visão.
Cada uma das mãos dele segurava um revólver.
— Idiota! Até mesmo as suas armas de fogo ficaram inúteis quando usou Silenciamento de Fogo…!
Shoo!
O homem, que riu do Ludger, caiu para trás, e sua testa jorrou sangue.
Todos assistiram à cena com uma expressão pálida.
‘O que foi que aconteceu?’
— O-o quê?
— Como diabos…?
Ludger obviamente disparou sua arma, mas não foi uma bala que disparou…
Magia.
Na verdade, era mana que tinha a forma de uma bala.
Portanto, não houve som no disparo, e o feitiço Silenciamento de Fogo em si não seria afetado.
— Seu, seu…!
— Vocês queriam lutar em uma batalha igual?
Ludger riu dos soldados e disparou aleatoriamente balas de mana.
Ratatata~
Podiam parecer tiros aleatórios, mas as balas atingiram as testas com precisão.
Em um instante, sangue e gritos tomaram conta do local.
— Esses idiotas! Saiam todos do meu caminho!
Um grandão usando uma enorme armadura deu um passo à frente. Sua armadura reforçada, feita de metal preto e sintético, refletiu facilmente as balas de mana disparadas pelo Ludger.
Era um traje blindado que foi reforçado e feito com o desenvolvimento recente da engenharia.
Seu movimento era lento, mas muito resistente, e exigia uma tremenda força; era usado exclusivamente pelos grandes cavaleiros.
‘Vai ser um pouco chato.’
— Morra!
O grandão de armadura reforçada correu atrás do Ludger com os braços bem abertos.
Seus passos pesados emitiam uma sensação de intimidação como se fosse um tanque correndo.
Ludger não ficou em pânico ou assustado.
Depois de guardar os revólveres, pegou duas adagas Karambit — que tinham a forma de luas crescentes — da cintura e as empunhou com força.
— É um mago, mas vai lutar de frente?
Assim que estendeu o braço para agarrar Ludger pelo colarinho, a figura do Ludger se distorceu e desapareceu.
‘O quê? Onde ele desapareceu?’
No momento em que o homem com a armadura reforçada ficou perplexo com o desaparecimento do inimigo, uma dor terrível perfurou seu antebraço.
Sangue jorrou do espaço entre sua armadura.
— Aaaaaargh! O-o quê?!
Uma adaga perfurou entre as juntas da armadura.
— Como raios…? Espera, ele é tão rápido que nem consigo ver…
Tentou mover o braço esquerdo, não restou nenhuma força nele.
Foi porque algo frio e afiado perfurou sua axila.
— O-o quê? —
Em seguida, os dois tornozelos.
Antes que pudesse voltar a si, os tendões das pernas foram cortados, e ele se ajoelhou no local.
E, por último…
Sentiu um toque frio no pescoço.
— S-socorro…
Slash~
Ludger cortou a garganta com uma adaga Karambit.
— Merda! Gabe foi derrotado!
— Saiam do caminho! Vou lutar com ele!
Foi então que alguém com um tipo um pouco diferente de armadura reforçada ficou na frente.
Estava usando uma armadura de bronze, que não era preta, mas amarelada, e vapor branco saía por trás dos ombros.
Era um exoesqueleto reforçado feito com motores a vapor.
Ambas as mãos seguravam um cano enorme de arma, e a extremidade do cano estava conectada a uma bobina grande de Tesla pendurada nas costas.
Nota: A bobina de Tesla é um transformador ressonante capaz de gerar uma tensão altíssima com grande simplicidade de construção, inventado por Nikola Tesla por volta de 1890.
— Morra!
Zzzzzzzt~
Uma corrente roxa engoliu a passagem. A corrente de alta tensão da arma de Tesla, que não foi afetada pelo Silenciamento de Fogo, espalhou-se em todas as direções e espirrou faíscas de eletricidade.
— Bwahahahaha! Vai fazer o quê?
Mas não teve escolha a não ser parar de rir.
A corrente de alta tensão que disparou não estava avançando; era como se tivesse sido bloqueada bem na frente do Ludger.
— O-o quê?
Não, para ser exato, a corrente elétrica estava se infiltrando em um metal que tinha aparecido na frente dele e estava permeando.
‘É uma magia de metal baseada em alquimia?’
De jeito nenhum, ele era um cara especializado em metal entre as propriedades elementares?
Ele estava condenado. Uma arma de Tesla que disparava corrente de alta tensão não funcionava contra magos que usavam magia elementar de metal como atributo.
Já era tarde demais quando percebeu isso.
Ludger pegou o revólver novamente e disparou sua mana.
Atingiu exatamente a portinhola da arma de Tesla e a fez explodir.
Zzzzzt!
A eletricidade se espalhou por todo o lugar, e todas as pessoas próximas queimaram em cinzas.
O único que conseguiu sobreviver encostou as costas na parede e olhou para Ludger, que se aproximou lentamente dele.
Metade do seu corpo já estava carbonizado, e ele mal respirava.
— Ahrf. Ahrf. Desgraçado maluco. Por que raios está nos atacando?
Sentiu que era injusto por algum motivo, mas Ludger nem sequer respondeu e apenas passou por ele.
Não o matou.
Não poderia sobreviver nesse estado de qualquer jeito, então Ludger o deixou sofrer de dor um pouco mais.
‘Já matei quantos até agora?’
Cerca de 20 pessoas.
Ainda tinha cerca de metade das tropas que estava dentro do laboratório.
E vendo que não estavam se aproximando dele, ficou claro que se preparavam para encontrá-lo de dentro do laboratório.
Acima de tudo, sentiu que estava sendo observado…
Os olhares que o alvejavam nas aberturas dos canos que cobriam a parede.
Olhos que olhavam fixamente para Ludger.
‘É uma magia negra que usa insetos?’
Hans tinha dito que havia dois magos negros dentro.
Tinha ouvido dizer que alguns dos magos negros também podiam explorar áreas que eram difíceis de serem descobertas por outros, utilizando a visão dos insetos.
Talvez fosse ele quem estivesse assistindo Ludger.
— Ufa.
Ludger exalou levemente enquanto balançava o pé direito e caminhava levemente no chão.
Clang~
O barulho no chão quando suas botas pisaram nele.
Tornou-se um eco e se espalhou ampla e profundamente para o interior do laboratório.
No interior do laboratório…
Os cientistas de lá ficaram muito ansiosos.
— Tem certeza de que está tudo bem? Precisamos destruir os dados agora e empacotar as drogas dos experimentos…
— Ah, tudo bem!
Foi o homem loiro com uma tatuagem no pescoço que parou o cientista frágil.
A roupa do loiro também era bastante leve, e não parecia possuir nenhuma arma, dando a impressão que tinha saído apenas para uma viagem.
Mas todos sabiam que o loiro era o mago negro mais influente do laboratório.
O mesmo aconteceu com o careca gigante que estava sentado em silêncio ao lado dele.
O nome do careca era Veron.
E o do loiro era Bruno.
Embora não fossem parentes de sangue, os dois eram magos negros que tinham sua própria reputação no submundo; conhecidos como irmãos insetos.
— Porque só tem um oponente.
O irmão mais novo, Bruno, falou o que descobriu por meio do inseto.
Sim.
Surpreendentemente, havia apenas um intruso.
Não conseguia acreditar que apenas um cara exterminou sozinho duas pessoas com armaduras reforçadas e uma tropa armada.
— Quem… quem raios…?
— Também não sabemos. Talvez o departamento de segurança do Império tenha nos descoberto.
— De-departamento de segurança!
O Departamento de Segurança era uma organização que consistia apenas nas tropas de elite dentro do Império.
Entre eles, havia uma ordem de cavaleiros afiliada ao departamento de segurança.
A Ordem de Cavaleiros dos Rastreadores Noturnos
Claro, eram um pouco diferentes dos Cavaleiros comuns.
A coisa assustadora sobre eles não era apenas que cada um deles tinha poder individual brutal, mas também que usavam todos os meios necessários para alcançar seus objetivos.
Eram Cavaleiros, mas não agiam como um.
Porque matavam os inimigos do jeito mais cruel possível.
Eram Cavaleiros que poderiam matar até mesmo uma criança de três anos sem piedade se ela fosse julgada como prejudicial ao Império.
Não era de admirar que fossem chamados de demônios do submundo.
— Só que o estilo de luta dele é um pouco estranho.
Queria identificar sua aparência um pouco mais por meio dos insetos, mas não sabia que truque aquele intruso usou, porque perdeu todos os sinais dos insetos enviados.
Notou que estava sendo observado?
Também não era uma pessoa comum, considerando o fato de que estava vindo sozinho.
— Irmão, precisamos nos preparar.
— Sim.
O irmão mais velho, Veron, levantou-se. Os guardas do laboratório também ficaram muito nervosos e pegaram os escudos e armas.
A passagem da entrada que se dirigia para o centro do laboratório…
Quando todos estavam preparados enquanto olhavam intensamente para a passagem para encontrar o intruso…
Um estranho comprimento de onda varreu o interior do laboratório, e logo todas as luzes foram apagadas, e a escuridão engoliu o local.
— O-o quê?! Rápido! Acendam as luzes!
— Liguem a energia reserva!
Olhando para seus homens, que estavam se movendo com pressa, Bruno olhou para o seu irmão mais velho.
— Irmão. Acho que foi um truque dele.
— …
— Irmão?
Não houve resposta do Veron.
Bruno olhou de volta para Veron. Mesmo no escuro, seu tamanho grande poderia ser claramente distinguido entre as silhuetas.
A silhueta do Veron…
Sua cabeça foi cortada e seu cadáver rolou no chão.