Academy’s Undercover Professor – Capítulo 57 - Anime Center BR

Academy’s Undercover Professor – Capítulo 57

Cap. 57 – Recrutando um Assistente (2)

Em resposta à pergunta de Selina, pus em silêncio os pratos que eu estava segurando na mesa.

— Ainda não senti a necessidade.

Isso é mentira. Na verdade, eu nem sabia que poderia ter um assistente.

“Pensando melhor, acho que nunca vi outros professores sozinhos.”

A maioria dos professores tinha pessoas ao redor, e pensei que eram apenas alunos fazendo perguntas. Então, creio que todos os professores possuem assistentes? Sou o único que não sabia disso?

— Coisas como organizar tarefas, listas e materiais para as aulas…

— Eu faço tudo eu mesmo.

— Você não está cansado?

Um momento difícil? Era um pouco complicado orientar cerca de oitenta alunos um por um, organizar as coisas e preparar o conteúdo sozinho. Em particular, o mais difícil era verificar as tarefas enviadas uma a uma. Ainda assim, neguei, pois não me sentia cansado.

— Não há nada de difícil nisso.

— Quantos alunos você tem?

— Oitenta. A turma está cheia.

Com essas palavras, ouvi suspiros dos outros professores que estavam comendo conosco.

— Então, você tem se encarregado de todos os oitenta alunos sozinho desde o início do semestre?

— Não é o normal?

— Não, não é.

— Tem certeza?

 Uhum.

Olhei com atenção para os outros professores para descobrir o que estava fazendo de errado.

— Você também tem?

— Sim. Ainda não preciso de muitas mãos, então só contratei três.

Você contratou três pessoas porque não precisava de tanta ajuda? Bem, os outros contratam dez de cada vez?

Olhei em volta e vi Chris Benimore, que fora discreto desde que perdeu a aposta comigo, passando do lado de fora da sala de jantar. Havia oito estudantes inquietos atrás dele.

— Como há oitenta alunos em sua turma, você precisará de, pelo menos, cinco monitores.

— Acho que sim.

A senhora Merylda também interveio na conversa.

— Você pode estar bem agora, mas com o passar do tempo, ficará cada vez mais frustrado.

— Eu preciso deles agora?

— Você não precisa contratar todos de uma vez. Não importa se você aumentar o número pouco a pouco.

— Certo.

Com ela falando daquele modo, soou tentador. Além do mais, vendo as reações dos outros, se eu não tiver assistentes, chamarei muita atenção desnecessária. Parece necessário chamar alguém adequado no futuro próximo.

— Tudo bem. Tentarei contratar um assistente o mais rápido possível.

— Você é bem popular, então, se postar um aviso, terá muitos se candidatando.

— Obrigado pelo elogio, mesmo que sejam palavras vazias.

— Não são palavras vazias…

— Acabei de comer, então vou embora agora.

Eu me levantei do meu assento, dei tchau e saí.

* * *

 — Hum…

Voltando ao escritório, acariciei o queixo enquanto lia um livro sobre o recrutamento de assistentes. Monitores, em outras palavras.

“Até mesmo novos professores podem contratar um, e geralmente há seis ou mais.”

Afinal, mesmo entre os magos, havia professores e alunos, porém a academia de magia não era tão séria. Mesmo na Torre, havia professores para cada escola com dezenas de discípulos sob eles. Claro que eram quase escravos, contudo ainda eram, na teoria, aprendizes.

Tornou-se uma espécie de tradição, e Sören não escapou dessa influência. Surpreendentemente, havia também um sistema semelhante aqui. Depois do seu último ano, os alunos podiam pesquisar magia e produzir uma tese sob seu orientador.

Sendo honesto, eram como estudantes de pós-graduação do século XXI. Sören era muito inovadora em ambos, um bom e um mau sentido.

“Não sinto a necessidade de ter um monitor, já que não tenho nenhum trabalho a fazer. Mas não seria uma coisa ruim se houvesse pelo menos uma pessoa que cuidasse das tarefas.”

Até porque esta não é uma torre real, e, como é uma academia, não precisava me preocupar com a questão de segurança do monitor roubando meus dados mágicos arcanos. Eles só precisam organizar os materiais relacionados à aula.

“Posso basicamente dar-lhes mais créditos ou mais orientação pessoal. Se eu tiver que escolher, é melhor ser uma pessoa competente.”

O jeito mais simples de selecionar alguém era anunciando. Se eu prometesse que chamaria alguns, poderia escolhê-los de uma lista.

Muitos prestes a se formar são monitores, mas não há uma idade específica requirida. Disseram que os novos professores selecionam a princípio alunos do primeiro e segundo ano das suas turmas.

“Escolho algum que participa da turma?”

Se eu selecionar um da minha turma, deve ser alguém que possa direcionar e liderar bem os outros e não impedi-los.

As primeiras que veem à mente são Flora Lumos e Erendir von Exilion. Uma é nobre de alto escalão, enquanto a outra é da realeza. Elas têm carisma natural, então são boas em controlar a atmosfera.

“É só que essas duas não serão minhas assistentes.”

É difícil escolher Flora, pois já lhe dei muitos pontos. No caso da princesa Erendir, não importa o quanto Sören insista na igualdade, isso é demais.

“Eu sei que se eu me pronunciar, virão por conta própria, mas vai demorar um pouco, e escolher uma pessoa não testada tem muitas desvantagens.”

Mesmo que eu pensasse sobre, a resposta não saía, então decidi voltar para o dormitório. Após colocar meu sobretudo e sair do escritório, parei de andar quando de repente senti uma presença familiar pelo corredor.

— Sedina.

— Sim, sim!

Ao meu chamado, Sedina Rosen, que estava escondida no canto, saiu surpresa. Ainda olhando para mim com olhos inspiradores, parecia estar esperando por mim em segredo.

— O que você quer?

— Ah, não. Não é isso…

Ela aparentava estar inquieta por medo de que eu ficasse com raiva dela. Estava prestes a mandá-la sair quando pensei melhor e abri a boca.

— Na hora certa.

— Sim?

— Seja minha assistente.

— Sim. Ah, sim.

Sedina acenou com a cabeça por reflexo. Depois de cinco segundos…

— Sim…?! — exclamou ela com espanto, a reação variada.

— Não quer? Se não quiser, não vou forçá-la.

— Não, não! Está ótimo!

Às minhas palavras, ela mordeu a língua com pressa para dizer não. A maneira como ela cobriu a boca com as duas mãos parecia um verdadeiro esquilo.

— Você concorda?

Sedina balançou a cabeça violentamente para cima e para baixo, incapaz de abrir a boca.

— Fico feliz que concorde. Ainda há tempo, então preencha o formulário de inscrição e venha ao meu escritório.

— Está mesmo tudo bem eu ser a sua assistente?

— Não há razão para não fazer isso. Ou eu tenho por que mentir?

— Não!

— A duração é de dois dias, lembre-se.

Eu saí da sala depois. Como membro do Amanhecer Negro, ela é especializada em coletar informações, dado o que ela mostrou até agora. Se eu deixá-la assim, terei mais chances de me informar da organização.

Se eu fizer dela minha assistente, será mais fácil para conversarmos. Acima de tudo, poderá apagar o olhar suspeito de terceiros.

“Por ora, Sedina está confirmada. O resto pode ser chamado depois.”

Eu consegui uma escrava leal mais cedo do que pensava.

* * *

A história do duelo entre Aidan e Jevan ainda permanecia entre os alunos mesmo depois de dias, porém queriam encontrar novas fofocas em vez de lenha queimada. E desta vez, falavam de um tópico suficiente para colocar todos de pé.

— O que aconteceu?

Rene perguntou à terceira princesa, Erendir, que se sentou ao seu lado à vontade. Por mais que estivessem distantes uma da outra em termos de posições sociais, se conheceram muito rápido porque não tinham amigos íntimos, e elas também não se importavam com pequenas coisas.

— Ah, você está aqui. Parece que rumores estranhos estão circulando hoje.

— Rumores estranhos?

— O senhor Rudger está recrutando assistentes.

— Uau. Isso é tentador.

O fato de Rudger não ter chamado um monitor até agora era uma questão bem conhecida entre os estudantes. Considerando que a maioria dos professores sempre selecionava, era bastante incomum que um novo professor não tivesse um único.

Havia até uma piada de que ele talvez não soubesse que poderia ter um assistente.

“Claro, não havia como ser verdade.”

Ela não achava que um homem tão minucioso teria uma brecha assim. Até os alunos estavam brincando. Se ele tivesse um, talvez a frente do seu escritório ficasse cheia de alunos. Talvez ele não tenha contratado um assistente porque não gostava de barulho.

— Ainda assim, o rumor mais comentado é uma outra coisa.

— Outra coisa? O que é?

— Você já ouviu falar da Sétima Lenda de Sören?

— Não, não ouvi nada a respeito.

Rene era ignorante nessa área, então não podia responder corretamente.

— Hã, eu não…

— Bem, é normal. É só um rumor, no fim das contas.

Entretanto, era o tópico que mais estava animando os estudantes.

A Sétima Lenda de Sören dizia que em algum lugar da academia estava a masmorra do fundador e primeiro diretor.

Outra lenda famosa era a da pedra que realizava desejos.

— Essa é provavelmente a mais curiosa agora.

— O quê?

— Uma pedra que pode fazer desejos se tornarem realidade.

Com as palavras de Erendir, Rene pensou por um momento que ouviu algo errado. Como poderia haver uma pedra que concede desejos?

— Há rumores de estar em algum lugar daqui.

— Sério?

Rene ficou intrigada com isso. Será que a pedra existia de verdade?

Erendir, vendo tal reação de Rene, sacudiu-a para a esquerda e para a direita.

— Rene, minha caloura.

 Hã… o quê?

— Quantos mistérios desconhecidos o mundo tem? Monstros e demônios que dizem ter existido antigamente e criptídeos que continuam vivos. Mesmo ruínas secretas e deuses desconhecidos existem em algum lugar.

Os olhos de Erendir ardiam de curiosidade pelo desconhecido.

— Num mundo assim, não é impossível que a pedra exista. É claro que seria ilógico afirmar, mas pode ser que um artefato de poder correspondente esteja entre nós!

 Humm, sim.

Rene ficou surpresa com a aparência incomum da princesa. Ela não achava que Erendir seria assim.

— Você conhece a lenda…?

— Estou meio interessada, então sei um pouco.

Rene olhou para Erendir com um novo olhar. Fora da academia, ela era tão importante que Rene não poderia sequer fazer contato visual com ela. Ela era uma princesa digna e carismática na frente do seu povo, mas também possuía passatempos próprios, assim como qualquer outra pessoa.

— Por causa da Pedra Onipotente, Sören ficou barulhenta.

— Sério?

Exceto por elas duas, todos os alunos estavam falando da Pedra Onipotente.

“Pedra Onipotente… que infantil.”

Flora Lumos ouviu esses alunos e bufou por dentro.

“Se uma pedra assim existisse, os adultos já teriam pegado antes de chegar aos ouvidos dos alunos. Como você quer ser um mago sendo que acredita nesse tipo de lenda?”

Ver os colegas conversando sobre procurar a pedra depois da escola mais tarde a fez sentir vergonha de estudar com eles.

“Vou fazer o que tenho que fazer e é isso.”

Para ela, as notícias ocasionais sobre Rudger eram mais preocupantes.

“Está contratando um assistente, senhor Rudger?”

Ela estava se perguntando quem ele escolheria.

“No caso de um assistente normal, não seria qualquer um, pois precisa representar a imagem do professor. Ai, céus, o que estou pensando?”

Ela balançou a cabeça.

“Não tem por que continuar me preocupando com isso.”

A porta da frente da sala de aula se abriu e uma aluna entrou.

“O quê?”

Todos os olhos estavam focados nela. Ela tinha uma pequena estatura e cabelos castanhos volumosos. Então, ignorando os olhares, ela colocou o material que estava em seus braços no púlpito.

— O professor está chegando em breve, então, por favor, fiquem quietos.

O rosto de Flora ficou branco com a voz suave.

“Você já tem uma assistente?”

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