Cap. 91 – Celebração (1)
Rene teve experimentado uma série de coisas que a fizeram perder o cabelo. As discussões com os nobres, o revés na aula devido à sua magia sem atributos e os interessados nela que a incomodam. Havia coisas divertidas e felizes, mas havia mais que ela não gostava.
Com o término das provas, os alunos estavam fazendo uma pausa para aproveitar ao máximo suas poucas folgas. Alguns já estavam estudando pelo orgulho ferido nas pontuações, mas não era da conta de Rene. Ela aparentava ter se saído bem, não importava o quanto pensasse sobre.
“Eu ia fazer uma pausa.”
Os mais velhos também concordaram que seria difícil depois disso, então, se ela fosse descansar, deveria agora. Por isso, concordou com eles e tentou fazer uma pausa.
“Por que estou aqui?”
Ela levantou a cabeça e olhou para o homem sentado confortavelmente em frente a ela.
— Qual o problema? — perguntou Freuden.
Reparando nele, ele era muito bonito. O mais velho dos Ulburgs e o o herdeiro da família estava sentado cara a cara com ela, comendo com ela num pequeno terreno baldio onde não visitavam.
“Como isso aconteceu?”
Ela estava tonta com o sabor esplêndido da comida e a lacuna entre eles dois.
Obviamente, já se conheceram e comeram assim antes, mas ela pensou que era apenas pena por parte dele, como seu almoço caiu.
“Eu pensei que isso não aconteceria de novo… Nós só nos encontramos na rua.”
Na hora, procurava um lugar para comer enquanto segurava uma lancheira com cuidado em dobro. Não queria ir ao restaurante estudantil, pois tinha amigos com quem comer, e ir a um lugar onde muitos se reuniam atrairia muita atenção, o que ela menos gostaria de ter.
Quem diria que ela o encontraria aqui? Talvez estivesse a caminho também, já que estava sozinho com uma cesta de almoço.
— Você vai comer isso?
— Hum? Vou, sim.
— Entendi… Vamos comer juntos.
Não havia como ela recusar, então acabou aceitando, ocasionando na situação atual.
“Parando para pensar, é uma refeição muito chique.”
Olhando para a lancheira, percebeu o quão terrível era sua. Como era pressionada por dinheiro, tudo o que comeria eram batatas ao vapor e alguns vegetais. Ela não podia nem sonhar com carne.
Enquanto estava deprimida, a carne foi empilhada na sua refeição.
— O quê?
— Coma mais.
— Mas…
— O meu tem muita carne — disse ele, focando na comida de novo.
Rene pensou em rejeitar, mas achou que seria um desperdício jogar fora.
“Mais do que isso, é incrível.”
Comendo a deliciosa carne, ela não teve escolha a não ser se perguntar.
“Acho que ele trouxe mais do que antes. A quem ele estava tentando dar?”
Talvez ele tenha marcado de se encontrar com alguém, mas ele foi com ela porque se encontraram por coincidência. Azar ou sorte? Ela decidiu não questionar a respeito.
— Delicioso.
Já fazia um tempo desde que ela comeu carne pela última vez. Foi bem estranho, mas a refeição acabou.
* * *
— Então eu irei agora.
Freuden se levantou a fim de cuidar do jardim. Pelo menos por este momento, ele não parecia querer ser incomodado por ninguém, então ela assentiu dizendo que gostou e saiu.
“Ele deve ser uma boa pessoa.”
Ela não pensava tanto sobre por que ele era legal com ela, então considerou somente que ele era humilde.
“Ele não pareceu ter más intenções.”
Ele não a discriminou por ser plebeia, e foi ele quem a salvou quando ela estava em perigo. Ele era assustador pros outros, mas não para ela. Ela tinha a sensação de que ele era uma boa pessoa.
Rene tinha um senso especial de hostilidade ou perigo alheio em relação a ela. Não era mágico, só um sentimento vago, mas confiava bastante nele, visto que na maioria das vezes acertava.
A energia dos que se aproximavam dela por sua aparência e aqueles que a ajudavam por boas intenções eram diferentes. Quando chegou na academia, percebeu a inveja, o desprezo, a possessividade, etc… Todos os tipos de emoções foram dirigidas a ela, e ela as evitou tanto quanto possível.
Havia escuridão por trás dos alunos plebeus que se aproximaram dela e os nobres de sorriso amigável. Ela sabia o que estava por trás de seus sorrisos, porém Freuden era diferente,e por isso ela se juntou a ele para comerem juntos. Caso contrário, teria rejeitado sua sugestão.
“Não há muitas pessoas assim, é fascinante.”
Havia apenas um punhado de pessoas que sem qualquer má vontade para com ela em Soren. Se tivesse que escolher uma pessoa representativa, havia Freuden, com quem ela teve uma refeição há algum tempo.
“Tem também a veterana Erendir e…”
A última coisa que chegava à mente dela era a figura de Rudger, que lhe deu um livro.
“O senhor Rudger…”
O olhar afiado dele para ela parecia cheio de insatisfação em tudo, contudo ela sabia que ele não era hostil. Em vez disso, continha uma boa vontade com ela estranha se comparado aos outros. Não mostrava sua afeição, mas sim um lado um pouco mais sombrio, talvez pena ou culpa.
“Por quê?”
Ela não podia ter certeza, mas era possível.
“Minha nossa.”
Rene esfregou os olhos com as mãos. Não sabia se era uma ilusão, mas sentiu coceira ao redor das pálpebras.
Uma pessoa ficou em silêncio na frente dela, que esfregou os olhos assim e prestou atenção. Ela ficou tão assustada que nem gritou.
O homem na frente dela sorriu e a cumprimentou, independentemente de sua condição.
— Oi. Você é Rene, não é?
— Sou, mas quem é você?
Ele estava usando o mesmo uniforme que ela, mas na sua etiqueta de nome dizia que ele era da segunda série. Ele era um bonito com um grande sorriso, e seu cabelo um pouco escarlate estava amarrado em uma cauda. Seu estrabismo ligeiramente aberto parecia ser muito bom, mas Rene tinha a impressão de que ele era um pouco como uma cobra.
Isso significava que ele deveria ter um motivo para se aproximar dela, mas ela não fugiu, já que não sentiu nenhuma hostilidade dele. Pelo contrário, ela sentiu extrema curiosidade advinda dele.
— Eu recentemente me perguntei o que Freuden estava fazendo sozinho.
— Você é amigo do veterano?
— Veterano?
Era inesperado que ela o chamasse assim sem qualquer hesitação?
O rapaz de olhos apertados os abriu mais e logo riu.
— Sim, somos amigos. Meu nome é Henry Presto. Prazer em conhecê-la.
— Meu nome é Rene.
— Eu já sei disso.
— Ah.
— Não seja tão cautelosa. Fiquei surpreso que meu amigo, que sempre foi solitário, foi comer com alguém em um dia de folga. Vocês dois já se conheciam?
— Bem, como você…
— Eu tenho meus contatos.
Ela percebeu que Henry era um homem extraordinário. Não era hostil com ela, mas ela tinha certeza de que ele era perigoso. Ele sabia do que os outros não sabiam.
— Haha. Não precisa ser tão cautelosa.
— Tudo bem…
Mesmo dizendo isso, ela assumiu um olhar de desaprovação. Henry coçou a bochecha com um sorriso, pensando ter cometido um erro desde o início.
— Bem, estou sendo suspeito? Então, eu lhe informarei de algumas coisas como um pedido de desculpas. Pode ser?
— Me informar?
— Você está tendo dificuldades ultimamente, não é?
— O quê?!
Ela reagiu e se arrependeu mais tarde. Teve que fingir que não, mas ele estava tão certo acerca do ponto levantado que ela entregou pela sua expressão sem querer.
— Não estou.
— Todos são iguais. Outros precisam de dinheiro, então ficam em muitos empregos de meio período aqui e ali ou vão ao mural e procuram por algo legal.
— Mas, para ser honesto, aceitar um pedido é complicado, e você não pode dizer o que é perigoso e o que não é. Então, a coisa mais estável é ganhar a vida fazendo tarefas dentro de Sören.
E era verdade. Ela esteve procurando um monte de pessoas para ganhar dinheiro.
— Eu sei muito sobre o que é conveniente e dá muito dinheiro. Informações frescas que outros não sabem. Posso te falar coisas.
— Você não é um veterano…?
— Sou, mas sei muito do desenrolar das coisas daqui. O que acha?
Rene estava bastante desconfiada da oferta repentina. Normalmente, não teria ouvido, mas as coisas estavam diferentes, como estava mesmo com pouco dinheiro. A oferta chegou no momento certo.
— Por que você está me dizendo isso? Nós nos encontramos pela primeira vez hoje.
— Para ser honesto, é por curiosidade.
— Curiosidade?
— Foi incrível que Freuden tenha feito uma refeição com uma garota plebeia.
— Isso é incrível? Acho que ele é uma boa pessoa.
— Quem é bom? O Freudian? Pelo amor, né!
Henry riu alto como se tivesse ouvido algo engraçadíssimo.
— Pra quê isso?
— Sim, sim, Isso mesmo. Ele é um bom homem. Eu pensava assim após conhecê-lo por um longo tempo. De qualquer forma, então estou meio que com interesse em você.
Por que a palavra “informações” faz meu coração palpitar forte em vez de bater simplesmente no meu peito?
— Então eu vou ajudar. Também não será ruim para você. Se você ouvir o que está acontecendo, vai ser tentada também. O trabalho é fácil e o salário é alto.
O salário e alto? As orelhas de Rene se contorceram e se moveram.
— O que você acha? Interessada?
— Quero ouvir antes…
— Você não se arrependerá.
* * *
Uma grande sala de banquetes.
Um por um, os convidados entraram no salão, onde uma bela luz fluía. Todos eram pessoas de alto escalão vestidas com roupas luxuosas.
— Ei, não é o senador Thomas?
— Conde Gerald, quanto tempo. Ainda está vivo.
— Eu queria, mas não posso trair as pessoas assim.
”Uou.”
Música clássica, um candelabro brilhando em vermelhão junto com o piso de mármore polido para a mesa de jantar ao redor fez Rene expressar sua admiração por dentro.
Foi a primeira vez em sua vida que ela chegou a tal lugar.
A razão pela qual ela veio aqui foi simples. Foi tudo graças à recomendação de Henry. Ele disse: “Acabei de ouvir falar de um trabalho de meio período em que você só precisa carregar pratos em uma festa!”
Mas como no mundo isso era uma festa?
“Mas isso está muito além do senso comum. Esse tipo de trabalho é muito desconfortável.”
Rene engoliu a queixa por dentro. Ela sentiu como se tivesse sido enganada por Henry.
“Ainda assim, o salário é ótimo.”
Fosse o que fosse. Não tem mesmo muito o que fazer, e era um trabalho simples de meio período, onde você só precisava ficar parado. Na verdade, havia vários outros alunos da academia além dela.
“Que tipo de festa está sendo realizada aqui?”
Podia não ser uma ou duas vezes que a classe alta da sociedade esteja tendo festas, mas ela adivinhou que essa festa não era comum.
— Os personagens principais estão enfim aqui.
— São os professores recém-nomeados?
Seguindo o olhar da multidão, Rene se virou e olhou para a entrada. Rostos familiares foram vistos através da porta aberta.
— É a professora Selina.
Vestida com um vestido incomumente colorido, ela estava entrando no salão com nítido esforço devido à pressão. Ao lado dela, a professora Merida a acompanhava em um vestido roxo.
Além disso, outros professores apareceram um a um.
Havia Chris Benimore e o professor Bruno. Eles dois eram novos Hokage. 34ºª recomponha.
— Então?
Os olhos de Rene naturalmente se dirigiram para a entrada do salão de banquetes, que estava bem aberto. Havia uma pessoa que ainda não tinha vindo.
Tum.
O som de sapatos batendo no chão de mármore ecoou pelo local. Não era apenas uma ilusão para conseguirem ouvir mesmo enquanto todos estavam ocupados em suas próprias conversas.
Houve um momento de silêncio. Mesmo o som suave dos instrumentos parou.
— Meu Deus.
Um homem estava entrando no salão. Vestia um longo sobretudo adaptado ao código de vestimenta, um agasalho e portava uma bengala em uma mão. Ao contrário do habitual, sua franja estava puxada para trás.
— Rudger Chelici…
O homem que recebeu a atenção de todos olhou para o salão sem emoção nenhuma.