Cap. 92 – Celebração (2)
Quando entrei no banquete de celebração dos recém-formados professores, os olhares voaram sobre mim como flechas.
— Tem muita gente.
Ele ficou envergonhado por um momento devido à energia pesada que alguns exalavam, mas manteve a aparência calma e entrou. Outra coisa: em grandes banquetes, não tocavam música para suavizar o clima? Por que estavam parados?
— A festa ainda não começou?
Com isso em mente, encostei minhas costas em uma das paredes para ter uma visão completa do salão.
Em um instante, o tempo parado voltou a fluir. As pessoas conversando voltaram ao normal, e algumas delas reviraram os olhos e caíram na gargalhada como se estivessem se divertindo.
No entanto, a base de tal comportamento estava cheia de fingimento que era difícil de esconder. Posso até sentir a ilusão de que flui e se espalha como uma névoa negra.
— Eles não estão falando um com o outro, eles estão observando outra pessoa.
Em especial a mim.
Se eu dissesse isso, poderia parecer paranoico, mas não há como eu, sensível a tais olhares, não saber. A maioria estava olhando de lado para mim.
Eu podia adivinhar o porquê.
— Este banquete é realizado com o propósito de estabelecer contatos.
Os novos professores da academia são jovens e têm excelentes magias, então acreditavam ser de benefício mútuo se relacionar.
De fato, enquanto eu observava, as pessoas começaram a se mover.
— Prazer em conhecê-la, senhorita Selina. Sou Charles, membro da Câmara dos Deputados.
— Você é a senhorita Merylda? Meu nome é Walt Miller, diretor de uma empresa de fabricação de poções mágicas. Está interessada?
— Conde Chris Benimore, como dizem os rumores, você é mesmo bonito.
Eu verifiquei os rostos das pessoas neste salão de banquetes.
Todos eram nobres ricos, conselheiros, comerciantes, empresários de sucesso, etc.
“Todos eles são apoiadores de Theon.”
Sören precisa de um orçamento enorme para operar pesquisas mágicas, materiais didáticos, materiais especiais e infraestrutura.
Considerando o custo de ascender um único mago, a quantidade de dinheiro gasto na academia que treina um grande número de magos de elite todos os anos é astronômico.
Meu salário inicial como novo professor agora me dava água na boca. Considerando outras despesas diversas, seria difícil imaginar o valor detalhado.
“É difícil para a Academia Theon cobrir o dinheiro por conta própria.”
Sören não é um banco internacional, e o dinheiro não pode ser impresso e distribuído como uma fábrica. A fim de investir uma enorme quantia, é inevitável receber apoio externo, e todos aqui cheiram a dinheiro.
Há pessoas que precisam de dinheiro e pessoas com dinheiro, mas que querem obter algo mais. Neste salão, são feitas transações que beneficiam ambas as partes.
“É por isso que Theon pertence ao Império, mas não é puramente parte do Império.”
Muitos países investiram em Sören. Não só o Império Exilion, mas também Delike, Queoden, Utah, Bretus, Fátima, etc. E até mesmo os grandes financeiros sem fronteiras.
Não seria incomum se carimbassem a testa das promessas dos próximos anos. Era um evento anual realizado para construir conexões pessoais sob o pretexto de parabenizar os novos professores.
— Prazer em conhecê-lo. Você é o professor Rudger Chelici?
Respondi com um leve aceno de cabeça.
— Sim, mas…
— Prazer em conhecê-la. Sou o conde Deckers, um apoiador de Sören.
Eu me perguntava por que ele não se mexeu até o momento, mas ele estava me medindo.
Quando ele deu um passo à frente, as pessoas que estavam apenas olhando para ele começaram a se mover uma a uma. Uma vez que alguém iniciava, os outros tomavam coragem para imitar. Eu não estava feliz com a situação.
— O que devo fazer? Se eu deixar assim, as coisas ficarão confusas.”
Estou aqui para não ter uma conversa formal com estranhos. Vim com a intenção de encontrar a Primeira Ordem escondida no salão.
O processo tinha que ser natural, e eu não queria que ninguém me perturbasse. Todavia, fui arrodeado por pessoas antes que pudesse começar. Não tinha escolha a não ser me esforçar um pouco mais.
— Me desculpe.
Falei com firmeza com o conde Deckers, que falou comigo com um ar pesado.
— Eu não tenho vontade de falar com ninguém agora.
— O que você disse?
— Eu disse, eu agradeceria se você pudesse se afastar por um tempo.
Meu tom soou como se eu nem quisesse vir aqui. Ao dizer isso, estreitando os olhos, o conde engoliu a saliva e acenou apressadamente a cabeça.
— Sinto muito por ter desperdiçado seu tempo.
Fico feliz que você seja perspicaz e as pessoas ao seu redor também.
Quando o conde Deckers saiu sem fazer nada, os observadores a poucos metros de distância deram um passo para trás. Eles são inferiores ao condee, como ele não conseguiu falar comigo, eles desistiram.
— Acho que a primeira rodada acabou.
O problema é que há muitas pessoas que ainda não desistiram.
Não sei exatamente quem é ele, mas considerando sua posição, deve ter ficado acima da média entre os reunidos neste salão.
O fato de que há pessoas que não desistem de me dar olhos persistentes quando tal pessoa desiste naturalmente prova que seu nível é alto. mesmos não parecendo.
“Tenho certeza de que são muito irritantes. Não quero que falem comigo.”
Pensando em como resolver isso, avistei uma mulher de cabelo e vestido rosas. Era Selina, envergonhada com a abordagem flagrante de um jovem.
Humm… talvez.
Eu me desencostei da parede e fui em direção a ela. Alguns olhares me seguiram com curiosidade, porém os ignorei, e mesmo uma pessoa arrancou a coragem de tentar falar comigo no meio do caminho, mas cortei todas as suas interações apertando um pouco a mão.
— Selina, que tal uma bebida? Conheço um bom lugar.
— Sinto muito. É, eu não gosto de lugares desconhecidos…
— Por que a recusa? É difícil para pessoas normais encontrarem.
— Ah, não. Quero dizer, é…
— Já chega.
Enquanto eu falava, a pessoa que estava flertando com ela olhou para mim.
— O que é isso?
Ele distorceu o rosto com irritação, talvez porque achasse que eu estava perturbado. Então, continuei em silêncio.
“Ele está no final dos seus vinte anos, porta roupas que parecem luxuosas, tem uma postura ruim com uma perna sem a posição adequada e um olhar arrogante e desafiador.”
Olhei ao redor.
Todos os caras que estavam atrás de Selina foram embora.
Por mais que Selina fosse uma plebeia, se tornou professora da academia muito jovem. Isso somado à beleza impressionante e à boa personalidade fazia com que procurassem se relacionar com ela sempre que possível. Era mais fácil se aproximar dela, como não era nobre.
“Parece que ele faz parte da alta nobreza.”
Mas eu não me importava com a possibilidade.
— É errado incomodar uma dama.
— Então, quem é você??
Então Selina olhou para mim e arregalou os olhos.
— Professor Rudger!
— Rudger? Quem é esse?
Ele não me reconhece.
Vendo que ele estava dizendo isso sinceramente, em vez de deliberadamente, fiquei muito envergonhado. Foi no momento em que eu estava pensando se deveria me apresentar como um novo professor de Sören que um velho entre a multidão se apressou, aproximou-se da pessoa na minha frente e sussurrou algo em seu ouvido. Apesar do traje, era reconhecível como mago. Talvez estivesse me dizendo quem sou.
— Então?
Com essa intenção em mente, o homem soltou um suspiro como se fosse ridículo.
– Ah, sério. Talvez seja porque ele é um aristocrata caído, mas não há nada em sua cabeça.
As palavras fizeram os rostos dos nobres observando esfriarem. No entanto, algumas pessoas que sabiam sobre esse homem estavam mostrando sinais de resignação como se soubessem que isso aconteceria. A julgar por essa reação sozinha, não deve ter sido a primeira vez que ele falou tal absurdo.
— Meu nome é Ivan Luke, já ouviu falar? Não conhece os Lukes? Quando se trata de Luke, é um nome que até mesmo mendigos ouviram falar.
Conheço bem o nome Luke. Fundado por Theodore Luke, Luke é um dos conglomerados mais ricos do império. Eles espalharam sua influência por todo o império a tal ponto que se diz que alcança qualquer campo onde exista dinheiro. Naturalmente, como empresário, o nome Luke nunca poderia ser tomado de ânimo leve.
Acima de tudo, Luke é o dono da Kunst, que hospeda o próximo leilão. Dado que o sobrenome de Ivan é Luke, ele é provavelmente o descendente de Theodore Luke, o fundador da empresa de Luke.
Pensando que ele era a segunda geração de um conglomerado rico, eu imediatamente entendi a pessoa na minha frente.
— Um nobre caído como você não é alguém que deve fazer contato visual e conversar com outras pessoas neste lugar.
— Se você entender, saia do meu caminho, eu vou deixar você fora do gancho.
Esta é uma situação incômoda. Eu só vim com a intenção de remover as moscas que estavam incomodando Selina.
Aparentemente, a pessoa em causa era descendente de Lucas. Parece que enquanto eu estava tentando remover algumas moscas eu cutuquei uma colmeia.
Atrás das minhas costas, as mãos esbeltas de Selina tremiam enquanto ela segurava minha manga.
Se eu descer daqui, aquele idiota vai tentar forçar Selina a ir com ele.
Não consigo evitar.
– Saia da frente.
— Me desculpe.
Eu disse, olhando para Ivan com olhos inabaláveis.
— A Sra. Selina tem um contrato anterior comigo primeiro.
Meu rosto não mudou enquanto eu menti.
— Não é mesmo? Professora Selina.
— Ah.
Talvez lendo algo naquela ação, ela assentiu apressadamente.
— Sim, sim, isso mesmo.
O rosto de Ivan Luke estava horrivelmente distorcido.
— Você está de brincadeira?
— Eu pareço estar brincando?
— O quê? Ha. Você é um cara engraçado. Só porque você é um professor Theon ou algo assim, você acha que eu vou desistir?
Ivan caminhou até mim, dizendo isso, então ele levantou a mão direita e tentou empurrar meu ombro, mas não conseguiu porque eu era mais rápido e agarrei seu pulso.
— Você… o que está fazendo? Você não vai soltar minha mão?
— Se você disser isso, eu lhe darei o mesmo tratamento.
Eu disse e aumentei a força do meu aperto em seu pulso.
— Você pensou que eu deixaria o cargo só porque você é um membro da família Luke?