Baccano! – Capítulo 03 (Parte 2) – Vol 01 - Anime Center BR

Baccano! – Capítulo 03 (Parte 2) – Vol 01

Capítulo 3 – Primeiro Dia (Parte 2)

Tradução: PH

 

No beco que Firo e Maiza haviam saído, os punhos do Inspetor sacudiam violentamente.

“Hm… Inspetor, nós deveríamos retornar à delegacia.”

Um dos policiais que antes havia coletado evidências retornava ao local.

“… Onde você estava até agora?”

“Ah… Nós estávamos te esperando no carro. Mas você nunca veio… Então…”

“Mentira! Você estava tão assustado por conta daquele ‘conta è oro’ que não teve a coragem de aparecer!”

“M-mas é claro que não…”

A face do policial havia ficado pálida, provando que o Inspetor havia acertado.

“Vocês se chamam de policiais? Qual é o nosso dever? Proteger as leis da Nação e a segurança das pessoas! O que aconteceria se ficássemos assustados quando ameaçados por aqueles dois homens?”

Edward chutou a parede de tijolos repetidas vezes com seus sapatos de couro novos.

Essas palavras estavam direcionadas principalmente para si mesmo. Isso só deixava Edward mais furioso.

“Maiza Avaro… Firo Prochainezo… Eu nunca vou suportar vocês. Eu definitivamente vou destruir vocês dois com minhas próprias mãos algum dia!”

Para amenizar a raiva do Inspetor, o policial tolo se intrometeu com uma piada inapropriada:

“Essas frases soam como algo saído de uma novela de Máfia.”

Edward chutou impiedosamente a canela de seu companheiro.

“Ele disse que vai se livrar de nós.”

“Oh meu Deus, que assustador. Esse tipo de pessoa é realmente ‘cabeça oca’. Bem, é principalmente porque a polícia é tão cabeça oca que vale a pena confiar neles.”

Firo e Maiza trocaram olhares, esboçando um sorriso.

“No que o mundo se tornaria se nós confiássemos na polícia?”

As duas pessoas, que haviam saído do beco, passaram por “Little Italy” e Chinatown, e vagavam rumo à Ponte de Manhattan. Eles haviam se encontrado para comprar um chapéu, porém por conta da perda de tempo, decidiram ir à outra loja.

“Já que estamos aqui, eu sei uma ótima loja aqui por perto.”

Por causa da frase de Maiza, os dois tiveram que andar por mais de uma hora.

“Os musicais são impressionantes… Aquela Bruxa Boa de O Mágico de Oz, como seria o dia a dia dela?”

Esse Maiza era realmente um homem que não era nem um pouco parecido com um Camorra.

Nunca brigando, nunca ficando bravo, sempre sorrindo e agindo cordialmente com as pessoas, ele não parecia possuir nenhuma das características necessárias para se ser um habitante do submundo. Se alguém o encontrasse na rua, iria sentir como se eles estivesse escondendo o seu eu real da humanidade, enquanto dava ordens para as reuniões e subordinados de sua organização.

Quando se comparando a Camorra com a Máfia, as pessoas geralmente veem a Camorra como mais violenta. Porém, Maiza parecia estar extremamente desligado desse lado obscuro da Camorra.

Maiza trabalhava a mais tempo no cargo de cuidar das papelagens e contas, e foi apontado como ‘conta è oro’, mas mesmo depois de ser nomeado como um executivo, era conhecido por sua excentricidade. Ou ao menos, isso foi o que Firo sempre achou.

Em cargos mais baixos, também haviam aqueles que nomeavam desrespeitosamente Maiza como “cérebro” ou “calculador covarde”. Firo não desgostava de Maiza, então sempre pensou em maneiras de o proteger, mas seu comportamento não trazia muita força às suas palavras.

“Ah, você deve ser capaz de vê-la agora. Essa é a loja com que estou familiarizado.”

No meio do caminho, em que a Ponte de Manhattan podia ser vista, estaria uma loja de chapéus bem estabelecida.”

Quando entraram, o velho dono apenas os olhou superficialmente; Ele nem mesmo se importou com qualquer tipo de cumprimento. Apesar de ser uma loja na rua principal, não havia nada de chamativo nela. Mas quando alguém via as prateleiras cheias de chapéus, logo percebia que essa era, na verdade, uma loja muito boa. Apesar da loja ser especializada em chapéus e cintos, Firo não podia deixar de se sentir impressionado pela vasta gama de opções.

“Incrível…”

As paredes estavam cobertas de chapéus que ficavam pendurados nelas. Não, na verdade, como os chapéus cobriam completamente as paredes, facilmente fariam alguém pensar: ‘Há mesmo uma parede atrás dos chapéus?’ Os chapéus não só cobriam as paredes, mas também preenchiam as prateleiras da loja; Cintos estavam estendidos sobre o balcão, como se fossem um papel de parede.

“Não importa quantas vezes se venha aqui, você sempre vai ficar impressionado… Eu disse que ia escolher um chapéu que combinasse contigo, então… Me desculpe, mas pode demorar um pouco. Algum problema com isso?”

“Claro que não, tome seu tempo.”

Maiza assentiu com a cabeça levemente, então caminhou diretamente para a “montanha” de chapéus.

Em uma organização Camorra comum, quando alguém era promovido à executivo, ele não saberia até a noite da “cerimônia de inauguração”. Mas a organização que Firo e Maiza faziam parte tinha um costume diferente. A pessoa promovida seria notificada um dia antes, para então no dia seguinte ir até uma loja de chapéus com um executivo escolhido. Seguidamente, o executivo iria escolher o chapéu que mais combinasse com seu colega, que iria subir de cargo naquela noite.

Mas não havia nenhum significado nessa prática. Era só porque Don Molsa Martillo deu um chapéu para todos no início, quando estava estabelecendo uma família em Nova York, e então se tornou um costume; Isso é tudo.

Então, Firo, quem estaria prestes a se tornar um executivo, tratou a compra do chapéu como uma importante parte da “cerimônia”, e então esperou ansiosamente pelo seu chapéu.

Porém, quando viu Maiza e o chapéu, se esqueceu completamente do incidente com o Inspetor irritante. Agora, o coração de Firo estava preenchido pela ansiedade e nervosismo em relação à cerimônia de hoje à noite.

“Esse não é ruim.”

Um chapéu foi colocado na cabeça de Firo.

Era um Fedora verde pérola. Quando iluminado pela luz que vinha da porta, o brilho suave era verde. Isso combinava com o aspecto leve do rapaz como uma peça de arte. Quando o garoto se movimentou pelo local, e a luz parou de refletir no chapéu, este se tornou verde-escuro… Contrastando fortemente com a feição pálida do rapaz, dando uma forte impressão para quem o olhasse.

“Isso é fantástico, Senhor Maiza! É perfeito!”

O ‘conta è oro’ sabia que sua expressão não era exagerada, o rapaz apenas estava muito feliz. O reflexo no espelho da loja poderia ser facilmente confundido com outra pessoa. Isso fez com que o rapaz quisesse conseguir outro paletó, com a mesma cor. Só era um pouco… Não, nem mesmo se importava se isso o faria ficar um pouco mais chamativo.

O rapaz se olhando no espelho deu um sorriso verdadeiramente feliz. Isso tornava difícil de acreditar que essa seria a mesma pessoa que havia zombado do mendigo e o golpeado na face sem dó alguma.

A última vez que Maiza havia visto essa expressão foi quando Don havia lhe dado a oportunidade de entrar na família.

Quando era hora de pagar, o lojista ainda não tinha dito nada; Ele apenas silenciosamente colocou o chapéu em uma sacola e cobrou o preço na etiqueta. Mesmo quando Maiza educadamente fez um comentário sobre o tempo, o lojista apenas lhe encarou por um momento.

Mas esses dois não pareciam se importar. Ao invés disso, conversavam sobre o que fazer após a cerimônia, como: Sobre o que iam comer, sobre como pegariam uma garrafa de vinho ‘clandestina’ no caminho de volta, e tópicos semelhantes, enquanto iam na direção da saída da loja.

Após isso, um homem e uma mulher entraram.

O homem parecia ser mais alto que Maiza, alto o suficiente pra quase encostar no limite da porta. A mulher, por outro lado, era um pouco menor que Firo, vestindo joias chamativas em ambos os punhos, e tendo anéis prateados em alguns de seus dedos.

As roupas desse casal eram extraordinárias. O homem vestia um smoking preto sem gravata e segurava uma maleta de couro preta. A mulher vestia um vestido preto de uma peça, de estilo semelhante, com cintos de couro vermelho por volta de sua cintura e pulsos. Nessa época era difícil ver uma mulher vestida assim, então isso lhe dava a aparência de uma bruxa de um musical.

A coisa mais importante, é que essa dupla marcante havia aparecido nesse mundo terrível.

“Oops, minhas desculpas.”

Maiza se desculpava imediatamente, já que havia esbarrado em um deles.

“Ei, ei, tome cuidado.”

“Tome cuidado!”

A mulher, seguindo energicamente os passos do homem, repetia o que ele havia dito.

Não ocorreu mais nada do incidente, mas Firo encarou a dupla que parecia ter saído diretamente da Broadway, e pensou:

Esses dois estão com seus vinte anos… Mas em uma recessão como essa, de quais famílias afortunadas esses jovens vieram?

Firo se perguntava enquanto guardava seguramente o seu dinheiro, saindo da loja com Maiza.

Dentro da loja que Firo e Maiza saíram, o homem vestindo smoking, Isaac Dian, falou silenciosamente com a mulher elegante ao seu lado, Miria Harvent.

“Escute, Miria… Eu só queria dizer novamente, nós não devemos fazer nada para nos destacar.”

“Entendido. Chamar pouca atenção… Se nós chamarmos pouca atenção então ficará tudo bem, né?”

“Isso. Se você entendeu, está tudo certo.”

“Isso mesmo. Se você entendeu, então está bom.”

Conversando de maneira mais suspeita que suas roupas, eles caminharam até uma das paredes cobertas por chapéus. O homem carregava uma grande maleta de viagem em sua mão esquerda, apesar de que eles não pareciam ir viajar.

“Incrível! Escolha rápido!”

“Nós podemos comprar o que quisermos!”

“Parece que você pode conquistar um mundo inteiro com apenas um chapéu.”

Enquanto ele dizia suas analogias estranhas, o homem pegava um chapéu que havia gostado, começando a o girar em seu dedo.

“Qual tipo de chapéu eu deveria escolher?”

Miria perguntou.

“Beeeeem, é melhor escolher um mais simples… Não, espere, não é melhor escolher um mais chamativo para confundir as pessoas?”

De acordo com que se aventuravam nas profundezas da loja, eles iriam encontrando mais variedades de chapéus.

Podia-se dizer que havia todo tipo de chapéu ali. Mesmo que fosse inverno, havia chapéus de palha, um cocar de penas de índio, ou até mesmo o alto e cilíndrico chapéu preto da Guarda Imperial Britânica.

“… Está realmente tudo bem em vender isso?”

Isaac segurava um capacete em sua mão, este que fazia parte do uniforme da polícia de Nova York. Enquanto isso, Miria pegou um capacete do Exército Americano, que, quando foi colocado em sua cabeça, lhe deu a estranha sensação de se fundir com ele.

“Oh, uau, isso é realmente incrível.”

Havia um chapéu extremamente chamativo na prateleira mais alta da loja. Este era feito de metal enrolado em tecido, e era decorado por fios dourados em toda sua extensão. Na região da testa, este brilhava como ouro.

“O que é isso? Não é um bumerangue, certo?”

“Não pode ser uma adaga ou algo do tipo, né? Isso não vai machucar?”

Eles estavam falando sobre um chapéu que aparentemente era decorado com uma faca em forma de “v”.

Debaixo desse chapéu, havia um papel, em que a palavra “JAPÃO” estaria escrita.

“Aaaaah… Pode ser a coroa do rei do Japão?”

“Deve ser. De outro modo, não seria tão brilhante.”

Na prateleira abaixo da coroa, estaria a famosa máscara de tecido do Ladrão Misterioso, então não era colocado junto de nenhum outro chapéu.

“… Não está muito acima?”

“Talvez não sirva para ladrões como nós.”

Miria sorria para Isaac, enquanto diria algo chocante.

“Bem, não importa, vamos só comprar isso tudo.”

Isaac não se importou com o que Miria disse. Então, no final, Isaac foi ao caixa com uma cartola preta, um chapéu de renda feminino, assim como a estranha coroa e a máscara de madeira pega há alguns segundos. Bam! Uma grande quantidade de produtos era colocada no balcão de maneira intensa, logo na frente do lojista.

Ainda assim, o lojista não disse uma palavra. Ele apenas analisou os produtos com seus olhos, então anotou em um pedaço de papel o preço individual de cada um, assim como o preço total.

Na folha de papel estava a grandiosa quantia de dinheiro equivalente à dois meses de salário de um banqueiro. Isaac imediatamente tirou uma grande quantidade de dinheiro da sua maleta preta, a entregando para o lojista após uma rápida contagem.

Um minuto depois, dezenas de notas a mais, juntamente do troco, foram retornados à mão de Isaac.

“Velhote, esqueça tudo sobre termos visitado a sua loja, tá bom?”

“Esqueça!”

Uma dupla que era excessivamente tagarela. As suas roupas e fala eram excêntricas, então provavelmente alguém já havia os denunciado para a polícia. Mas não havia nada de errado com sua aparência, eles só eram um pouco bizarros, nada demais.

“Se nos quer reportar para a polícia… Nós vamos… Nós vamos o quê?”

O autoproclamado criminoso se voltava na direção de Miria, que estava ao seu lado, pedindo ajuda.”

“Hm… Que tal bater nele um pouco? Se nós ainda não tivéssemos nos decido o que fazer.”

“Eu vejo. O que acha, velho? Se você sequer considerar nos denunciar para a polícia, nós vamos te bater.”

“Te bater!”

Essa foi uma ameaça terrível. Em diversos sentidos.

Escutando as ameaças da dupla, o lojista apenas os encarou.

Os dois imediatamente se calaram, pegaram seus objetos comprados e rapidamente saíram da loja.

O lojista pegou o jornal para ler, e em pouco tempo, se esqueceu completamente dos clientes que foram o visitar hoje.

“Ufa ufa ufa… A-a-a-assustador…”

“Assustador.”

Os dois que saíram da loja correram até um beco próximo.

“Droga… Aquele velhote deve ser muito forte. Com apenas um olhar… Ele quase me fez me mijar nas calças… H-hm… Nós finalmente escapamos… Não… Será que fomos perseguidos por aquele velho???”

“Fomos perseguidos.”

“Sim, bem assim… Nos seguiu com o olhar… Mas claro, se nós lutássemos alguma hora contra ele, certamente iríamos perder. Mas veja, o oponente era muito forte, então eu nunca deixaria a minha Miria se machucar.”

“Sério??”

Miria perguntou, feliz.

“Sim, claro que sim! Desde que começamos a roubar no ano passado, de São Francisco à Nova Jersey, nós roubamos oitenta e sete lugares. Quando que eu te expus ao perigo?”

“Oitenta e sete lugares?”

“…”

“…”

“Viu? Não é nem 100 lugares ainda!”

“Verdade! Incrível!”

Essa exclamação de surpresa era sincera. Eles sempre foram assim, eles não tinham senso de perigo algum, então já encontraram o perigo diversas vezes sem nem mesmo perceber.

“Certo! Nós vamos fazer um grande trabalho em Nova York, e aí vamos para Miami aproveitar nossos dias de descanso. Dessa maneira a palavra perigo vai se tornar uma palavra estrangeira para nós!”

“Uma palavra estrangeira para nós!”

“Nós vamos construir uma casa grande, e então construir uma enorme piscina, para nadarmos lá dia e noite.”

“Fica frio de noite.”

“Não se preocupe, nós teremos mais de dez fornos, então dessa maneira até mesmo a água da piscina vai ficar quente.”

“Mais de dez! Isso é tão incrível, mesmo os reis árabes não fazem esse tipo de coisa.”

“E nós podemos construir trilhos no jardim. Dessa vez podemos pegar o trem em casa.”

“Mas as passagens iriam ser caras.”

“Bom ponto. Então sem trilhos.”

“Ainda assim é muito incrível. Podemos mesmo nos tornar pessoas tão ricas?”

“Claro! Junto de Miria eu posso até mesmo me tornar o presidente dos Estados Unidos! Nós somos os reis dos Estados Unidos, os reis! Ah, o rei, a rainha, e até mesmo um coringa, nós podemos nos tornar qualquer coisa!”

Os dois estavam imersos sem suas próprias fantasias, cantarolando ritmos de Jazz. Esse beco era como um palco, com os dois dançando juntos. O casal amoroso sonhava com seu futuro…

Então, eles foram atropelados.

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