Capítulo 133 – No Caminho

Tremendo, Lu Xiucai foi acordado pelo frio extremo. Ele olhou grogue na direção da fogueira só para descobrir que quase foi apagada. Ele olhou para o Filhote com um olhar cheio de desprezo; Filhote era responsável por manter vigia. Este sujeito com boca afiada e bochechas inchadas já estava apagado. Parecia que ele já havia adormecido há um tempo.

No entanto, Lu Xiucai não ousou ir repreendê-lo; seu pai deu instruções rigorosas antes.

Estas pessoas eram suas futuras escoltas. Assim, não poderiam ter nenhum confronto com eles se quisessem continuar viajando juntos; ele tinha que ser cauteloso sobre suas interações.

Após um momento, Lu Xiucai se levantou infeliz e adicionou um pouco mais de lenha a fogueira antes de voltar para o seu lençol.

Assim que fechou os olhos, sentiu seu pai o cutucar com o cachimbo: — Garoto, acorde e vá pegar um pouco de água do rio. vai amanhecer logo.

Ao ouvir isto, Lu Xiucai resmungou e cobriu a cabeça com o lençol.

Contudo, no momento seguinte, o cachimbo não estava mais o cutucando, agora estava batendo nele: — Se apresse! Tudo que faz é descansar! Neste ritmo, você vai virar um vagabundo preguiçoso. Ninguém ficaria interessado em se casar com um vagabundo preguiçoso!

O sol se elevou lentamente junto das pessoas.

Bai Lingmiao esfregou os olhos e saiu do abraço caloroso de Chun Xiaoman, olhando ao redor. Seu rosto revelou sua decepção quando não encontrou aquele rosto familiar.

Em seguida, olhou na distância e viu as montanhas envoltas de nevoeiro.

Segundo a Abadessa Jing Xin, o destino de Li Huowang era lá. Se não encontrassem ele no caminho, teriam que percorrer as montanhas para perguntar.

Ela tirou os pés da coberta antes de colocar os sapatos. Eles não podiam se dar ao luxo de ficar com fome; precisavam continuar a jornada. Ao mesmo tempo, não podiam usar toda a comida disponível e precisavam ser econômicos com o uso. Aumentar as opções alimentares era a única maneira de poupar rações. E assim, ela, Xiaoman e a nora de Lu Zhuangyuan decidiram entrar na floresta para pegar alguns vegetais selvagens.

Desde que era o período de transição entre a primavera e o verão, as florestas tinham muito vegetais selvagens. Em pouco tempo, a cesta de Bai Lingmiao estava cheia de erva de São João, com cebolas selvagens e alguns cogumelos orelha de pau.

Na volta, elas passaram por um amontoado de cogumelos, mas não pegaram nenhum.

Após os últimos dias de prática, Bai Lingmiao conseguia identificar a maioria dos vegetais selvagens. Entretanto, os cogumelos eram ariscados. Eles podiam ser mortais se lidados incorretamente. Ela não ousou pegá-los, mesmo que parecessem normais e seguros de consumir.

No momento que trouxeram os vegetais selvagens lavados para a fogueira, ela viu que a massa já estava sendo cozinhada pelo jovem responsável, Yang Xiaohai. Os pedaços de massa estavam rolando na água fervente como girinos.

— Yang Xiaohai, deixe os adultos lidarem com estas coisas — falou Bai Lingmiao enquanto pegava um pequeno amontoado de vegetais selvagens e colocava na panela.

— Está tudo bem, Sênior Bai. Eu gosto de cozinhar, hehe — respondeu.

Os vegetais selvagens foram cozidos muito rápido. Após isso, uma colher de banha foi derretida na panela e uma tigela saudável de vegetais selvagens com bolinhos de peixe estava pronto para ser servido.

O bando segurou as tigelas e comeram com vontade.

No começo, quando os dois grupos se encontraram, eles preparavam com frequência suas próprias refeições. Porém, após alguns dias, acharam muito problemático e demorado. Por fim, Lu Zhuangyuan sugeriu compartilhar uma panela, com cada lado contribuindo com uma refeição.

Slurp~

Lu Zhuangyuan comeu um bolinho e mastigou ao perguntar: — Srta. Bai, o jovem Taoísta realmente veio por aqui? Espero que não tenhamos pegado a estrada errada.

— É a direção correta. A Abadessa Jing Xin nos contou que o Sênior Li poderia ter pegado esta rota. Afinal, não existe outra maneira de chegar no destino dele — respondeu Bai Lingmiao com confiança.

Ela foi a primeira a notar que algo estava errado quando Li Huowang falou para todos partirem. Quando falou com ela, seu rosto não estava mais sombrio; era como se tivesse chegado a algum tipo de compreensão. Era uma sensação bastante perturbadora e ela se sentia inexplicavelmente com medo toda vez que pensava sobre isto.

E precisamente por causa disso, se apressou de volta com os outros. Mesmo assim, ainda não conseguiu encontrá-lo.

Foi assim que tiveram um encontro casual com a Trupe da Família Lu enquanto corriam na direção que Li Huowang seguiu.

Sênior Li, por favor, esteja bem.

— Contanto que ele estiver bem. Só estou brincando. — Lu Zhuangyuan exibiu um sorriso.

Embora estivesse sorrindo, se sentia muito ansioso por dentro. Ele saiu do Reino de Qi para escapar da calamidade trazida pela guerra com a confiança de recorrer a Li Huowang. Agora, eles tinham encontrado todos, menos ele. Após estar na jornada por tanto tempo, ainda não tinha sua escolta confiável, o deixando preocupado.

A grande panela de bolinhos de peixe e vegetais foi esvaziada rapidamente, não sobrando nem uma gota para trás. Era um desperdício enorme despejar a sopa, pois havia um pouco de gordura nela.

Após se saciarem, eles voltaram a jornada.

Viajar pela estrada era muito chato e os dias passaram de forma monótona. Além das montanhas distantes ficando mais nítidas, não houve outras mudanças significativas.

Quando a noite se aproximou, Bai Lingmiao pareceu notar a leve luz nas montanhas distantes.

As pessoas na montanha viram o Sênior Li? A Abadessa falou que estas pessoas são perigosas. Será que ele está com problemas?

Naquela noite, Bai Lingmiao usou a luz do fogo para reparar seus sapatos. Eles estavam se movendo todo dia, então era normal os sapatos ficarem desgastados.

Além de Zhao Wu, que estava de vigia, todos adormeceram. Comparado ao dia movimentado, tudo ao redor se aquietou.

— Zhijian, seus sapatos também estão desgastados. Tire-os e me deixe repará-los — disse Bai Lingmiao ao grandão que segurava uma vara de ferro.

— Uh… uh… fedorento! — Gao Zhijian moveu o pé para trás.

— Está tudo bem, tire-os. Viu, seus dedos já estão começando a aparecer. Se não consertar agora, eles rasgarão logo — falou Bai Lingmiao.

Após alguma hesitação, ele estava prestes a tirar os sapatos. Porém, agarrou o bastão de ferro de repente e gritou na direção da floresta à direita.

Este grito assustou todos. Quando acordaram, entenderam imediatamente o motivo do grito de Gao Zhijian.

Um certo som vinha da floresta escura. Era um som de trituração e mordida, junto de algum tipo de ruídos uivantes estranhos.

Todos ficaram aterrorizados ao ouvir estes sons no meio da floresta à noite.

— Isto… é outra possessão espiritual? Como posso ser tão azarado este ano! De novo? — Lu Zhuangyuan resmungou enquanto colocava as roupas.

Ele então se virou para Bai Lingmiao e juntou as mãos: — Vocês são juniores daquele Taoísta. Vocês devem conseguir lidar com esta situação, certa?

 Quando falou, o som pareceu se aproximar, aparentemente vindo do arbusto próximo deles.

A atmosfera ficou tensa, e todos pegaram suas armas.

Naquele momento, o arbusto se moveu de repente e uma mulher de véu vermelho saiu.

— Deus! Uma fantasma! — Vento isto, Lu Xiucai ficou com tanto medo que rastejou para debaixo da carruagem.

— O que está acontecendo? O que é isto? — Bai Lingmiao questionou a Segunda Deidade.

Porém, a Segunda Deidade não falou nada, ao invés disso, levantou as unhas pretas longas enquanto gesticulava para ela chegar mais perto.