Circle of Inevitability – Capítulos 291 ao 300 - Anime Center BR

Circle of Inevitability – Capítulos 291 ao 300

Capítulo 291 – Figura Importante

Lumian pousou o copo e abriu um sorriso, falando em intisiano, mas com o sotaque da província de Riston.

— Cheguei em Trier há apenas dois dias. Vim para Lavigne em busca de trabalho.

Graças à ajuda de Aurore, ele conseguia falar como um morador local de Trier, abandonando seu sotaque da província de Riston, Dariège. Tendo passado seis anos em Cordu, ele tinha um talento especial para aprender, imitar e se adaptar a novos dialetos sem esforço.

O cansado barman olhou em volta como se não tivesse dormido bem e falou cautelosamente: — Esse é o famoso Blazing Danitz, alguém importante no mar!

— Nunca ouvi falar dele, — Lumian respondeu sem rodeios.

O barman pigarreou, lembrando Lumian de tomar cuidado com seu tom e atitude.

— Você já ouviu falar dos seis Reis Piratas e dos nove Almirantes Piratas?

— Um pouco, — Lumian admitiu honestamente.

Seu conhecimento sobre os Reis Piratas e Almirantes Piratas veio de jornais e novels de aventura, e ele estava ciente de Gehrman Sparrow caçando alguns. Ele sabia que o servo do grande aventureiro, Dubois, já havia servido como pirata no navio da Vice-Almirante Iceberg. Ele sabia da Donzela da Peste ou Vice-Almirante da Peste, e da mudança frequente de Almirantes Piratas. Quanto aos Reis Piratas, eles estavam bem estabelecidos e mantiveram suas posições por tanto tempo que ninguém conseguia se lembrar de quando chegaram ao poder pela primeira vez.

Percebendo que Lumian não era completamente ignorante, o barman deu um suspiro de alívio.

— Aquele indivíduo costumava ser um pirata, reconhecido por ser mais forte que todos os Almirantes Piratas, perdendo apenas para os seis Reis Piratas.

“Bastante impressionante…” Lumian não conseguiu determinar as sequências exatas dos Almirantes Piratas e Reis Piratas, mas sua sobrevivência, apesar da perseguição constante das autoridades, mostrou que eles não eram fracos.

Blazing Danitz ficou em sétimo lugar entre os piratas, quase alcançando o nível de um rei pirata. Ele era inegavelmente formidável!

“Um Santo? Se ele é um, o mesmo pode ser dito dos Reis Piratas… O mais forte entre os Sequência 5?” Lumian rapidamente entendeu as palavras do barman.

— Costumava ser?

— Sim, costumava ser. Ele não é mais um pirata ou um Caçador de Tesouros. Olha, não tem nenhum cartaz de procurado dele na parede. — O barman gesticulou ao redor.

“Mas aí está meu cartaz de procurado… Felizmente, a recompensa é baixa. Está escondido num canto onde ninguém presta atenção…” Lumian perguntou curiosamente: — Ele pode simplesmente parar de ser um pirata porque quer? As autoridades cooperaram e revogaram seu cartaz de procurado?

“A qual país ou Igreja Ortodoxa ele se rendeu?”

O barman baixou ainda mais a voz.

— Ele agora é membro da Igreja do Tolo, o oráculo daquela divindade.

“O Oráculo do Sr. Tolo? Talvez aquele único Oráculo?” Lumian ficou surpreso.

O barman presumiu que Lumian não conhecia a Igreja do Tolo, então ele explicou: — Essa é uma divindade reconhecida por todas as Igrejas ortodoxas. Heh heh, por que uma divindade escolheria tal nome?

— A fé do Tolo é muito popular no mar. Muitos mercadores e marinheiros acreditam nele. Eles até juntaram dinheiro para construir a catedral do Tolo em Lavigny.

— O bispo da catedral é aquele Oráculo? — Lumian deliberadamente baixou a voz.

— Não. — O barman balançou a cabeça. — Mas Blazing Danitz vem frequentemente a Trier. Ele gosta daqui. Sim, ele é de Intis. Não há um intisiano que não sinta saudades de Trier.

Quando Lumian estava prestes a dizer algo, o dito cujo, o Oráculo da Igreja do Tolo, Blazing Danitz, terminou sua cerveja de trigo restante e se levantou, indo em direção à entrada do Brisa do Mar.

Quase simultaneamente, os marinheiros — jogando cartas, bebendo, se gabando e se pegando com garotas de rua — se levantaram de uma forma extraordinariamente organizada.

Eles não causaram nenhuma comoção enquanto seguiam Blazing Danitz silenciosamente e ordenadamente para fora do bar.

Se não tivesse presenciado essa cena, Lumian não teria percebido que todos os marinheiros no bar eram subordinados do Oráculo do Tolo.

“Blazing Danitz… Pelo apelido, ele lida com fogo… Será que ele também é do caminho do Caçador?” Lumian tomou um gole de seu Lanti Proof e conversou com o barman sobre a Igreja do Tolo.

— Que tipo de divindade é o Tolo?

O barman gesticulou um Emblema Sagrado triangular em seu peito e balançou a cabeça.

— Não sou seguidor, então como eu poderia saber?

— Pelo vapor! — Lumian também desenhou um Emblema Sagrado triangular em seu peito.

O barman olhou para a área vazia e disse: — Mas a Igreja do Tolo não é ruim. Mesmo que você seja apenas um vagabundo, mesmo que não acredite no Tolo, você ainda pode receber a comunhão após entrar na catedral deles.

— Se você pedir ajuda, poderá até conseguir uma refeição com carne e pão e um quarto para dormir.

— Devo entrar na fila agora? — Lumian perguntou com um sorriso.

O barman balançou a cabeça novamente.

— Não precisa. Eles não podem sair da catedral para pregar ou fazer proselitismo. Só os vagabundos locais sabem que podem procurar ajuda lá, mas eles só vão de vez em quando porque a Igreja do Tolo está mais disposta a oferecer oportunidades de emprego para eles.

Depois de uma conversa agradável e de descobrir a programação dos sermões do bispo da catedral do Tolo, Lumian terminou sua bebida e decidiu aproveitar ao máximo o tempo livre explorando as ruas próximas em detalhes.

Logo percebeu que vários pontos estratégicos eram protegidos pelos militares, armados com canhões e armas de fogo enormes que exigiam resfriamento a água.

“A desconfiança do governo em relação a esses marinheiros e mercadores, que ocasionalmente praticam pirataria nas docas, é evidente…” Lumian se virou e correu em direção à catedral do Tolo antes que a escuridão caísse.

A catedral tinha um layout simples, desprovida de enfeites de ouro ou maquinário intrincado. O aspecto mais notável eram suas numerosas janelas, permitindo que a luz natural iluminasse o interior sem a necessidade de velas e lampiões a gás, mesmo antes do anoitecer.

Como muitos espaços religiosos, as paredes eram adornadas com murais gigantes, embora as cores fossem suaves e sombrias.

Usando a luz fraca do crepúsculo, Lumian examinou o conteúdo do mural e descobriu que ele retratava uma região selvagem onde os humanos tinham dificuldade de se locomover.

Esses humanos eram excepcionalmente altos, quase parecendo gigantes lendários. Alguns tinham três olhos, enquanto outros não tinham nariz, deixando apenas dois buracos escuros. Eles pareciam mais monstros do que pessoas comuns.

Apesar da dor e do desespero evidentes em seus rostos, seus olhos brilhavam de esperança.

Liderando esses humanos peculiares, havia vários guias distintos e detalhados. Um tinha cabelos grisalhos e carregava duas espadas nas costas. Outro empunhava marretas azul-escuras que emitiam um brilho semelhante ao do sol. Havia também figuras vestidas com armaduras pretas escuras com cabelos cacheados cinza-prateados…

Na vanguarda desses guias estava uma pessoa.

Vestida com um sobretudo preto e uma cartola, ela caminhava com as costas retas, segurando uma lanterna.

Logo à frente dela havia uma bola de luz — o altar da catedral do Tolo — um Emblema Sagrado branco-prateado que emitia um brilho radiante sob a luz do sol.

A atenção de Lumian foi atraída para alguns painéis de vitrais. Esculpidos em um estilo exagerado, anjos e santos os adornavam. Alguns também eram apresentados nos murais, enquanto outros não. Havia anjos com asas e halos, e santos apenas com halos.

Lumian circulou cuidadosamente a área, observando por mais de meia hora. Eventualmente, ele encontrou um assento e se acomodou para esperar pelo sermão das 18h.

Com o passar do tempo, muitas pessoas entraram na catedral. Alguns estavam vestidos como mercadores, outros como marinheiros típicos. Havia também estivadores, visivelmente exaustos após um longo dia de trabalho, e algumas meninas de rua também.

Em meio ao toque do sino, o bispo chegou ao altar.

Seus cabelos e olhos brilhavam com um tom dourado. Elevando-se a 2,56 metros de altura, ele vestia um sobretudo preto finamente cortado e uma meia cartola, dificilmente parecendo um clérigo normal.

Com um gesto caloroso, o bispo grosseiro levou a mão ao peito e gritou em voz alta: — Louvado seja o Tolo!

— Louvado seja o Tolo! — ecoaram os fiéis reunidos, e Lumian juntou-se entusiasticamente.

Folheando a Bíblia com padrão preto e prata em sua mão, o bispo falou com uma voz que reverberou pela catedral:

— Nosso senhor é conhecido como O Tolo. No passado, presente e futuro, ele reina supremo sobre o mundo espiritual. Ele também é o Rei do Amarelo e Preto que exerce boa sorte. Um farol para todos na busca da eternidade…

— Ele é compassivo, benevolente e o salvador deste mundo. Ele nos permite chamá-lo de ele em vez de Ele… 1

— Nosso senhor reside acima da realidade e do mundo espiritual. Sua benevolência se estende ao Céu e à terra. Ao lado dele estão oito anjos…

— O Anjo de Mercúrio é a personificação do destino, o anjo mais querido de nosso Senhor. O Anjo da Morte segue nosso Senhor pelo mais longo período de tempo e é o cônsul do Submundo. O Anjo da Redenção é a corneta de nosso Senhor, uma vez assumindo a forma de Gehrman Sparrow para entregar suas revelações. O Anjo da Vida é a cristalização da própria sabedoria, a espiritualidade indestrutível que reside no corpo de todos.

“Gehrman Sparrow? Aquele aventureiro é um anjo do Sr. Tolo?” Lumian ficou atônito com a revelação.

O bispo gigante continuou: — Há também o Anjo da Retribuição ao lado do trono do Senhor. Ele é o relâmpago do Senhor, a fúria do Senhor e a palma do Senhor, o juiz de todos os caídos e daqueles que não são castos.

— Ao lado do Anjo da Retribuição está o Anjo do Espírito Santo, reinando sobre todos os espíritos e representando nosso senhor no controle do mundo espiritual.

— Em contraste com Eles, há o Anjo do Tempo e o Anjo das Estrelas.

— O Anjo do Tempo era um anjo dos tempos antigos. Ele eventualmente se submeteu ao nosso Senhor e agora toca o sino do Céu.

— O Anjo das Estrelas é uma testemunha, um registrador, os olhos e ouvidos de nosso senhor…

Lumian ouviu atentamente, achando difícil acreditar que havia oito anjos no trono divino do Tolo.

Essa organização não era assustadora demais?

Não parecia diferente de uma Igreja Ortodoxa!

De repente, a voz magnífica de Termiboros ressoou: — Você acredita?

— Por que não? — Lumian respondeu em tom baixo, como se estivesse recitando passagens da Bíblia.

Afinal, qual bíblia, mesmo entre as Igrejas ortodoxas, não tinha um toque de exagero?

Mesmo sem enfeites, ainda era impressionante!

Capítulo 292 – Comunhão

Termiboros ficou em silêncio.

Lumian continuou a ouvir atentamente o sermão do bispo enquanto ele relatava a situação geral da Igreja do Tolo. Ele descobriu que existia outro continente neste mundo chamado de Terra Abandonada dos Deuses — um lugar amaldiçoado e abandonado pelos próprios deuses.

Apesar dos deuses terem virado as costas para esse continente, o Sr. Tolo se recusou a abandoná-lo. Ele enviou o Anjo da Redenção — Gehrman Sparrow — para liderar os humanos sobreviventes das cidades-estados perdidas para fora da Terra Abandonada dos Deuses e guiá-los na reconstrução de seus lares nas ilhas marítimas.

Consequentemente, a sede da Igreja do Tolo foi estabelecida na Nova Cidade de Prata, no Mar Sônia.

As outras duas Terras Sagradas, Cidade da Lua Nova e Bayam, capital do Arquipélago de Rorsted, também estavam localizadas na mesma área.

Lumian ouviu com fascinação, adquirindo uma compreensão fundamental da Igreja do Tolo.

Após o sermão, o bispo e alguns padres distribuíram a comunhão.

Consistia em um copo com um líquido transparente e incolor e uma grande casca de fruta coberta por marcas de carbonização.

Lumian pegou o copo e tomou um gole. O líquido tinha uma leve doçura, lembrando laticínios, mas com uma essência mais perfumada.

Em seguida, usou uma colher de pau para retirar a comida da enorme casca da fruta.

Assim que provou a comida, a expressão de Lumian ficou surpresa.

“É carne!”

“Isso não é um pouco extravagante?”

Nem mesmo a Comunhão da Igreja do Eterno Sol Ardente poderia se comparar a isso. Eles só tinham vinho tinto e pão achatado não fermentado.

Lumian se animou e mastigou a comida com interesse. Era deliciosa, com uma textura carnuda e uma mistura de doçura e leve acidez, como a de uma fruta. Seu aroma era totalmente diferente dos pratos usuais encontrados em Trier.

Enquanto comia, ele ouviu o bispo explicar as origens da Comunhão.

Acontece que essa era a comida favorita do Anjo da Redenção Gehrman Sparrow durante suas viagens pela terra. Como a Corneta do Senhor, ele pregou as revelações do Senhor.

O líquido era chamado de Teana, derivado de uma fruta gigante exclusiva do Arquipélago de Rorsted, e era extraído da polpa.

Tendo perdido a maior parte de sua polpa, a casca do Teana era recheada com torta de carneiro e peixe.

No entanto, transportar frutas tão grandes do Arquipélago de Rorsted para Trier para a Comunhão era impraticável. Exigia cruzar três mares e, não importava o quão verde a fruta estivesse, ela inevitavelmente apodreceria, desperdiçando recursos valiosos.

Com a ajuda de um botânico especializado, a Igreja do Tolo cultivou uma árvore de Teana modificada que podia crescer no sul de Intis, produzindo um aroma leitoso mais forte.

“Uma iguaria com um charme marítimo… Se não fosse pela incapacidade da Igreja do Tolo de pregar e fazer proselitismo, quem sabe quantas pessoas se converteriam somente devido à Comunhão… Mas isso poderia levar a problemas financeiros também. Muitos crentes no Tolo fariam as despesas da Comunhão dispararem…” Depois de ponderar as finanças da Igreja do Tolo por um momento, Lumian, que ainda não tinha jantado, terminou de comer a Comunhão.

— Louvado seja o Tolo! — Lumian levantou-se sinceramente e fez uma reverência. Ele lentamente deixou a catedral iluminada por velas e entrou na noite.

Sob o brilho quente dos postes de gás, Lumian passeava pela área do porto, vestido com uma camisa de linho, colete preto e mangas arregaçadas. Seu destino era o outro lado do cais, onde pretendia pegar uma carruagem pública para a Avenue du Boulevard.

Lavigny ficou quieta, com apenas grupos ocasionais de marinheiros passando, cantando ou gritando.

De repente, uma comoção surgiu ali perto, seguida de um grito agudo.

Enquanto o som ecoava pela noite, Lumian notou uma figura avançando em sua direção a uma velocidade incrível.

Ele casualmente deu um passo para o lado, agindo como um espectador inocente.

No entanto, se a pessoa que se aproximava fosse vil ou tivesse de fato cometido algum delito e estivesse sendo perseguida, Lumian não se importaria em esticar o pé direito e fazê-la tropeçar, só pelo espetáculo.

Em segundos, a figura chegou ao limite do brilho do poste de luz, fazendo as sobrancelhas de Lumian se contorcerem de surpresa.

“Tão rápido!”

“Claramente não é um humano comum!”

Com a ajuda das lâmpadas a gás, Lumian conseguiu ver bem a aparência da figura.

Não era humano, era um monstro!

Embora sua cabeça enrugada lembrasse a de um humano, suas escamas verde-escuras cobriam seu corpo. Vestindo uma camisa de linho rasgada e calças marrons, seus pés não tinham sapatos, e uma membrana de pele fina e resistente crescia entre seus dedos. Muco verde-escuro escorregadio escorria sobre sua pele, e suas palmas e boca estavam manchadas de sangue.

Tendo encontrado vários monstros nas ruínas de Cordu, Lumian permaneceu imperturbável. Ele apenas franziu a testa ligeiramente.

“Isso me lembra aqueles murlocs mencionados em revistas de misticismo. Essas escamas verde-escuras devem fornecer uma defesa formidável…”

Enquanto Lumian refletia, o monstro percebeu que ele estava se esquivando e ficou mais violento e enlouquecido em sua expressão.

Sem aviso, ele investiu contra Lumian.

Reagindo rapidamente, Lumian arqueou o corpo, não recuando, mas dando um passo à frente para encarar o suspeito murloc.

Estrondo!

Sua mão direita, emitindo faíscas, atingiu o abdômen da criatura.

Então, ele rapidamente abaixou o corpo, deslizando sob a axila do monstro de escamas verde-escuras, evitando seu contra-ataque e posicionando-se efetivamente atrás do agressor.

Lumian girou e balançou seus braços. Seus punhos, com chamas tremeluzentes, desferiram golpes poderosos nas costas do suspeito murloc, derrubando-o no chão.

Golpes ressoaram até Lumian retirar as mãos, cessando o ataque. Ele observou silenciosamente enquanto o corpo queimado deixava marcas corrosivas no chão.

Com uma explosão abafada, faíscas carmesins irromperam dos olhos, nariz, orelhas e boca do monstro. Seu corpo inchou antes de entrar em colapso, soltando várias escamas verde-escuras.

Depois de algumas convulsões, ele ficou imóvel.

Lumian desviou o olhar e olhou para as figuras que o perseguiam. Ele sacudiu as mãos despreocupadamente, aliviando a dor corrosiva causada pelo líquido verde-escuro.

Seus ferimentos eram leves. Afinal, ele havia desferido uma saraivada de socos poderosos, e seu contato com as escamas verde-escuras e o líquido viscoso havia sido breve.

Logo, as pessoas chegaram ao poste de luz.

Eles eram marinheiros, liderados por um homem mestiço do sul, com cabelos trançados e pele castanho-avermelhada.

Ele parecia estar na casa dos trinta, com lábios grossos. Seus olhos primeiro escanearam o monstro parecido com um murloc deitado imóvel no chão, então ele olhou para Lumian com surpresa, suspeita e medo.

Após alguns segundos de silêncio, o marinheiro de cabelo trançado falou com uma voz solene: — Este é o murloc que capturamos no mar. Ele feriu um dos nossos companheiros de tripulação e conseguiu escapar.

“É de fato um murloc… Eles realmente o capturaram? Por que não o transformaram em vários materiais e o transportaram para Trier? Por que arriscar mantê-lo vivo?” Lumian refletiu silenciosamente enquanto perguntava com um sorriso: — Você está planejando se desculpar em seu nome e me compensar por minha angústia mental para acalmar minha mente aterrorizada?

O marinheiro e seus companheiros trocaram olhares, incapazes de decifrar as verdadeiras intenções do rapaz.

À distância, ouvia-se o som de uma corrida regimental, acompanhada de sons metálicos.

Soldados da patrulha correram ao ouvir o grito.

O coração do marinheiro apertou enquanto ele inconscientemente agarrou o corpo do monstro, observando de perto a reação de Lumian. Ele pretendia parar assim que a outra parte demonstrasse qualquer insatisfação.

Simultaneamente, ele continuou: — Sem problemas.

O que ele quis dizer é que eles iriam compensar o sofrimento mental de Lumian.

Lumian sentiu que eles queriam principalmente a característica de Beyonder produzida pelo murloc, mas o monstro era muito fraco. Ele não estava a fim de discutir como o prêmio seria dividido com eles.

Não era algo como o Ramo das Sombras de jeito nenhum!

Se esses indivíduos, que agiram de forma imprudente e sem preocupação em esconder seus rastros, conseguissem escapar da perseguição e cruzassem seu caminho novamente, ele poderia simplesmente exigir deles uma compensação por seu sofrimento mental.

Enquanto Lumian observava os marinheiros levando o murloc embora, ele continuou seu caminho como se nada tivesse acontecido.

Em pouco tempo, vários soldados em patrulha o alcançaram, examinando sua condição e perguntando se ele havia testemunhado algo incomum.

Lumian apontou francamente na direção em que os marinheiros haviam fugido.

— Ouvi um grito e vi um grupo de pessoas correndo naquela direção. Estavam vestidos como marinheiros.

O oficial que liderava a patrulha assentiu em aprovação.

— Obrigado pela sua cooperação.

— Não precisa me agradecer. É o que qualquer cidadão responsável deveria fazer, — Lumian respondeu com um sorriso.

Logo, os outros soldados descobriram vestígios de corrosão e escamas no chão, junto com um líquido pegajoso que não havia evaporado completamente. Eles seguiram a trilha em direção às docas.

Lumian estalou a língua e continuou seu caminho em direção ao ponto de parada de carruagem pública.

Clap! Clap! Clap! Ele ouviu um aplauso suave.

Sentindo-se desconfortável, Lumian virou a cabeça e viu alguém sentado em uma caixa de carga próxima, aparentemente surgindo do nada.

As sobrancelhas do homem eram amarelas carbonizadas, e seu cabelo compartilhava da mesma cor. Seus olhos eram azuis escuros, mas radiantes. Ele usava uma camisa de linho, um colete marrom e um par de botas de couro pretas penduradas em suas calças marrom-escuras.

Lumian reconheceu o homem e ficou alarmado.

Blazing Danitz, um grande pirata, só superado por alguns Reis Piratas!

Mas Lumian se acalmou quando se lembrou da outra identidade do homem: ele não era mais um pirata; agora era o Oráculo do Sr. Tolo!

Como portador de uma carta dos Arcanos Menores, Lumian acreditava que, desde que revelasse sua identidade, Blazing Danitz não lhe causaria problemas.

Blazing Danitz olhou para Lumian por alguns segundos antes de pular sem esforço do topo das caixas de madeira.

Ele riu e falou calmamente: — Ser capaz de escolher rapidamente o método de ataque mais efetivo, direcionado e eficiente contra sua presa, evitando perfeitamente a defesa aprimorada por escamas do inimigo… sua inteligência de combate é bastante impressionante. Eu admiro isso.

— Então, que tal? Você tem interesse em se juntar à minha equipe e se tornar meu subordinado?

Capítulo 293 – “Piedoso”

“Me convidar para entrar na sua equipe sem nem mesmo checar meu histórico ou confirmar minha força? Você está tão confiante assim, Oráculo do Sr. Tolo?” Lumian não conseguiu deixar de criticar, sentindo-se inseguro sobre toda a situação.

Ele olhou para Blazing Danitz e respondeu com um sorriso: — Não.

Blazing Danitz reconheceu sucintamente, sua voz ganhando intensidade como se confirmasse pela última vez.

Lumian enfiou a mão direita no bolso, mantendo o sorriso.

— Não estou interessado.

“Que piada. Como posso completar a missão do Clube de Tarô se eu entrar para o seu time?”

“Isso precisa da aprovação da Madame Mágica!”

Os olhos azuis escuros, porém brilhantes, de Danitz se estreitaram levemente, e sua aura se tornou instantaneamente mais intensa.

Lumian sentiu como se estivesse diante de uma lança ou uma arma carregada pressionada contra sua testa. Medo e perigo o inundaram.

No entanto, ele não desviou o olhar e encontrou o olhar de Blazing Danitz com calma e determinação, como se estivesse enfrentando um predador de ponta.

Após um breve silêncio que encheu o ar de tensão, Blazing Danitz abriu um sorriso.

— Nada mal. Você é bem resoluto e ousado. Eu te admiro ainda mais.

Com essas palavras, o antigo grande pirata, agora Oráculo do Tolo, virou-se e caminhou em direção à rua bem iluminada ao longe.

“A confiança naturalmente gera determinação…” Lumian pensou silenciosamente enquanto retirava a mão direita do bolso, revelando uma carta de tarô segura entre o polegar e o indicador.

A carta de tarô “Sete de Paus”!

Embora não conseguisse compreender o recrutamento improvisado de Blazing Danitz, ele se sentiu um tanto feliz por ter encontrado o Oráculo do Sr. Tolo.

Isso significava que a Igreja do Tolo tinha uma força substancial em Trier.

Depois de deixar as Docas Lavigny, Lumian pulou em uma carruagem pública e logo chegou à Avenue du Boulevard. Ele caminhou até a Rue Scheer nº 19 e encontrou o Sr. K abaixo da sede da organização Física.

O Oráculo da Ordem Aurora permaneceu sentado na poltrona vermelha, com o rosto escondido nas sombras profundas de seu capuz preto.

Sua voz saiu rouca quando ele perguntou: — Como está seu progresso em ganhar a confiança de Gardner Martin?

Lumian respondeu calmamente: — Já me juntei à Ordem da Cruz de Ferro e Sangue.

O Sr. K ficou em silêncio por um momento antes de perguntar: — Como você ganhou a confiança de Gardner Martin? Como ele testou você? E como você passou no teste?

O Oráculo da Ordem Aurora alterou seu comportamento habitual, fazendo três perguntas ao mesmo tempo.

Lumian riu.

— Bem, não havia necessidade de ganhar a confiança de Gardner Martin. Simplesmente se juntar à Ordem da Cruz de Ferro e Sangue garantia lealdade.

Ao ouvir isso, o Sr. K, que estava reclinado em sua cadeira, sentou-se ereto. As sombras no porão pareciam se agitar, quase vivas.

Com sua experiência e conhecimento, discernir o significado oculto por trás das palavras de Lumian não foi difícil para ele.

E isso sem dúvida significava perigo: Lumian havia de fato se tornado um membro da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, jurando lealdade a eles. Ele estava aqui para relatar enquanto trazia as figuras poderosas da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue!?

Lumian sorriu, imperturbável pela imensa pressão que irradiava do Sr. K. Ele continuou contando como informou Gardner Martin que havia se tornado um Sequência 7: Piromaníaco, o que levou à vigília na Avenue du Marché nº 13 e à cerimônia formal de iniciação.

Ele não escondeu o fato de ter se envolvido em uma transação clandestina e fugiu aterrorizado após encontrar a forma monstruosa do Supervisor Olson.

Quando Lumian terminou, o Sr. K se levantou, com entusiasmo em seu tom enquanto verificava repetidamente os vários detalhes de Lumian.

Ao perceber que Lumian havia usado o nome honroso em um momento crucial e recebeu uma revelação divina de “não responda”, o Sr. K caiu na gargalhada.

— Hahaha, hahaha, como eu pensava, a piedade é a única saída!

A risada do Oráculo encapuzado ficou mais selvagem, ecoando pelo porão, fazendo os tímpanos de Lumian tremerem e um leve cheiro de sal e sangue encher o ar.

— Hahaha! Hahaha!

O Sr. K riu tanto que quase se curvou.

Ele não mais escondia sua condição. O porão inteiro parecia envolto em escuridão, e ele era a fonte de perigo por trás de tudo.

Depois de um tempo, o Sr. K não deu atenção à presença de Lumian, em vez disso, ajoelhou-se, abaixando o corpo para rezar quase silenciosamente, como se agradecesse ao Senhor que criou tudo, o Deus onipotente e onisciente.

Lumian conseguiu evitar que seus lábios tremessem. Antes de partir para as Docas Lavigny, ele havia realizado um ritual, rezando para O Tolo pela proteção do anjo. Ele louvou o Verdadeiro Criador da Ordem Aurora e desenhou uma cruz em seu peito, seguindo uma ordem de cima para baixo, da esquerda para a direita.

Com uma súbita demonstração de piedade, o Sr. K se levantou e disse com fervor: — Tudo isso foi arranjado pelo Senhor. Ele trouxe você aqui para se juntar a nós.

“Depende de qual senhor você está falando…” Lumian murmurou, achando graça na situação, e respondeu humildemente: — O que Ele diz se tornará realidade.

Este era um dos textos religiosos da Ordem Aurora ensinados pelo Sr. K. Lumian sempre o considerou um sermão louvando a força da divindade. Ele o achou bastante útil na conversa presente.

O Sr. K encapuzado assentiu, completamente satisfeito.

— Eu tinha providenciado para que outros abordassem os membros expostos da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue antes, mas eles perderam contato comigo e pararam de reportar. Eles até me colocaram em perigo considerável.

— Agora entendo por que eles falharam. Sua falta de piedade! Diante do perigo e da corrupção, eles nem pensaram em recitar o nome honroso de nosso Senhor e buscar Sua proteção!

— Mas você, no momento crítico, tinha apenas meu Senhor em mente. Esse é o tipo de piedade que mais admiro.

— É por isso que você se juntou com sucesso à Ordem da Cruz de Ferro e Sangue sem ser corrompido!

“Com apenas fé em uma divindade restante em sua mente… Isso afetará sua inteligência?” Lumian observou o Sr. K, ganhando uma compreensão mais profunda de seu estado mental e modo de pensar.

O Sr. K andava de um lado para o outro na frente de Lumian, sua excitação era palpável em sua voz.

— Com base nas informações que você trouxe de volta, agora tenho uma melhor compreensão dos problemas da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue. Tenho uma nova percepção sobre sua situação atual e suas intenções.

— Posso dizer que você completou metade da missão que lhe designei. Em seguida, você precisa investigar a fonte da anormalidade, a linha do tempo exata e a rotina deles para incitar o motim.

— Se eles encontrarem uma maneira de entrar na Trier da Quarta Época ou uma passagem, você deve me informar imediatamente. Não os deixe ter sucesso.

O Sr. K ponderou por alguns segundos e disse: — A primeira opção é tirar meu dedo e acendê-lo. Contanto que o ambiente não seja especial, posso senti-lo e entender aproximadamente a causa.

— Se isso não funcionar, ore ao meu Senhor imediatamente, assim como desta vez.

— Tudo bem, — Lumian concordou.

Quando chegasse a hora, ele poderia ter que tentar contatar a Madame Mágica. Parecia que ele estaria muito ocupado.

Após atribuir a missão subsequente, o Sr. K olhou para Lumian em um tom amigável e perguntou:

— Já que você completou metade da missão e trouxe informações cruciais, não posso ser mesquinho com as recompensas. Diga-me, o que você quer?

— Eu quero um item místico excêntrico. Se você não tiver, uma característica de Beyonder correspondente servirá. Eu encontrarei um Artesão para criá-lo eu mesmo, — Lumian respondeu sem hesitação.

O Sr. K soltou uma risada.

— Você merece isso. Volte em três dias. Eu lhe darei algumas escolhas, ou oferecerei o que eu acho que combina mais com você.

— Obrigado, Sr. K, — Lumian expressou sua sincera gratidão.

Isso foi muito mais generoso do que o que a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue ofereceu!

— Não é a mim que você deve agradecer, mas ao Senhor, — respondeu o Sr. K com um sorriso.

Desamparado, Lumian desenhou a cruz novamente.

— Louvado sejas tu, o criador de todas as coisas. Louvado sejas tu, que carregas os fardos dos pecados do mundo.

O Sr. K entrou na conversa, elogiando o Verdadeiro Criador.

— Infelizmente, nossa Ordem Aurora não tem coisas como padrinhos ou afilhados. Caso contrário, eu estaria mais do que disposto a batizá-lo novamente.

“Por que tantas pessoas expressam sua admiração querendo ser o pai de outra pessoa?” Lumian achou isso engraçado.

Em alto astral após a garantia do Sr. K, Lumian voltou para o Auberge du Coq Doré. Ele foi direto para o bar do porão e pediu um copo do licor de limão destilado de textura única. Enquanto conversava com os outros, ele se divertiu com o retorno de Charlie, espalhando todos os tipos de boatos.

Enquanto isso, ritmos intermitentes de canto e palmas enchiam o ar, criando uma atmosfera animada que durou até as primeiras horas da manhã. Quando os clientes, que tinham que trabalhar de madrugada, finalmente partiram para suas residências, o bar se acalmou.

Lumian percebeu que estava passando muitas noites no Auberge du Coq Doré ultimamente, negligenciando o Salle de Bal Brise. Ele decidiu que era hora de equilibrar as coisas e ir para lá em seguida.

Ao sair do Auberge du Coq Doré e caminhar pela Rue Anarchie, onde não havia postes de luz a gás, ele notou uma figura emergindo das sombras escuras à sua frente.

A pessoa era quase tão alta quanto Lumian, com ombros largos e constituição musculosa, vestia uma camisa de linho, uma jaqueta marrom e um chapéu de aba larga amarelo-acastanhado.

Cabelos grisalhos adornavam suas cabeças, e olhos escuros olhavam fixamente. A pele peluda do homem acrescentava à sua aparência áspera, dando uma sensação selvagem de beleza.

Após parar Lumian, o homem, cuja idade era difícil de avaliar pela aparência, levantou o queixo ligeiramente e perguntou: — Você é Ciel Dubois?

“Você realmente se acha digno de se dirigir a mim pelo meu nome?” Lumian pensou em responder de forma semelhante, incerto sobre as intenções do homem e sentindo uma pitada de arrogância. Assim, ele escolheu fingir.

Ele perguntou cautelosamente: — E quem é você?

O homem permaneceu composto, sem mostrar sinais de estar afetado. Com uma expressão fria, ele continuou: — Diga-me quem é o chefe de seu Savoie Mob.

Capítulo 294 – Beyonder

“Você nem sabe quem está comandando nosso Savoie Mob? E você está vindo até mim com essa pergunta? Você deve estar sem noção sobre o negócio real. Nosso chefe é o oficial comandante da organização secreta chamada Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, e nós somos apenas uma pequena parte de toda a configuração,” Lumian pensou, deslizando sua mão direita no bolso.

Ele rapidamente considerou três possibilidades.

Primeiro, Gardner Martin usou o Savoie Mob para suas missões secretas, como contrabandear algumas coisas bizarras por meio de “Rato” Christo. Tendo sido detectados por alguém ou alguma facção, eles agora queriam investigar a máfia e expor o cérebro por trás dela.

Segundo, alguns membros do Savoie Mob devem ter ofendido as pessoas erradas, e agora as consequências estavam batendo à porta.

Terceiro, depois que o Poison Spur Mob foi exterminado, o Savoie Mob se expandiu rapidamente, atraindo a atenção de certas facções.

Lumian rapidamente descartou as duas primeiras opções. Fosse algum segredo vazando ou alguém causando ofensa, ele não seria o único a enfrentar perguntas sobre a identidade do chefe do Savoie Mob!

Geralmente, quem fazia algo secreto recebia uma visita dos investigadores. Da mesma forma, se alguém ofendesse outro, seria alvo, ou o líder o protegeria. Lumian nunca tinha se envolvido verdadeiramente nos assuntos clandestinos do Savoie Mob, nem havia defendido nenhum subordinado recentemente.

A pessoa parada na frente dele estava perguntando diretamente sobre a identidade do chefe do Savoie Mob. Não era sobre qual indivíduo pertencia à máfia ou algum incidente específico no passado.

Com base nisso, Lumian suspeitou fortemente que alguma facção ou indivíduo havia se interessado pelo Savoie Mob e planejava incorporá-lo.

Claro, ele não podia descartar a possibilidade de que uma máfia rival tivesse se unido a um ser poderoso para buscar ajuda para derrubar o chefe do Savoie Mob.

No entanto, em ambos os casos, eles pareciam ter uma compreensão superficial do Savoie Mob. Eles nem sequer sabiam a identidade superficial de Gardner Martin. Tudo o que sabiam era que o membro mais famoso da máfia nos últimos tempos. Eles tinham apenas perguntado sobre ele e lhe feito uma “visita”.

“Em outras palavras, eles estão tratando o Savoie Mob como uma máfia regional com apenas alguns Beyonders. Enviar verdadeiros poderosos para lidar com tal máfia é claramente impraticável, e eles provavelmente não podem pagar para contratá-los também. Até mesmo um Beyonder de Sequência Média é altamente estimado; ele não vai além da Sequência 6.” Lumian fez esse julgamento aproximado em apenas alguns segundos.

Vendo Lumian permanecer em silêncio e não pegar sua arma, o homem alto com cabelos espessos, olhos escuros e um chapéu de aba larga amarelo-amarronzado soltou um bufo frio. Sua expressão e olhos revelaram uma clara sensação de perigo.

Quase simultaneamente, Lumian sentiu a escuridão ao seu redor ficar mais pesada, engolindo o brilho fraco dos postes de luz distantes e o luar vermelho do céu.

A escuridão se condensou como gelo, penetrando lenta mas firmemente na pele, carne e ossos de Lumian, causando um medo incontrolável dentro dele.

“É só isso?” Lumian, que já havia passado por situações importantes antes, zombou interiormente.

Olhando para o homem musculoso de cabelos grisalhos, vestindo uma camisa de linho e uma jaqueta marrom, Lumian fingiu uma pontada de medo e deixou escapar: — É Gardner Martin! Gardner Martin, um membro da Câmara de Comércio de Savoie!

O homem assentiu, satisfeito, e continuou: — Onde ele costuma morar?

“‘Leão’ Ciel, o implacável, louco e poderoso líder de máfia, não é diferente dos outros mafiosos!”

“Eles só sabem como intimidar os fracos e contam com o apoio de sua gangue para enfrentar gangues rivais. Ao enfrentar inimigos realmente formidáveis ​​e magias simples de escuridão, sua timidez e covardia se tornam evidentes!”

Lumian engoliu em seco e conseguiu dizer: — Ele mora na Rue des Fontaines, nº 11.

Naquele momento, Lumian saiu do seu torpor.

— Deixe-me dizer, nosso chefe é membro de uma organização secreta. Sua força é ainda mais aterrorizante do que você pode imaginar!

“Um membro de uma organização secreta?” O homem de ombros largos ficou momentaneamente surpreso antes de abrir um sorriso.

Esta foi realmente uma dádiva inesperada!

“‘Leão’ Ciel é ainda mais tímido do que eu pensava. Ele até mesmo me deu informações vitais!”

O homem levantou o queixo e zombou com uma voz profunda: — Bem, eu mencionei que eu também faço parte de uma organização secreta? Uma muito antiga.

Com essas palavras, a escuridão ao redor pareceu aumentar seu poder.

“Sério? Não sei bem dizer…” Lumian ponderou a ideia de atrair esse homem e a facção por trás dele para confrontar o Chefe. Ele queria ver o que aconteceria quando as duas organizações secretas se chocassem, esperando expor mais segredos da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue.

Após um breve silêncio, Lumian não conseguiu mais suportar o peso da escuridão. Sua mão e braço direitos, enfiados no bolso, tremeram levemente.

— Não sei, não sei. O chefe não nos disse o nome exato!

O homem examinou Lumian por alguns segundos e concluiu que ele não deveria saber os detalhes da organização secreta.

“Para uma máfia regional como a deles, o Chefe é, no máximo, membro de alguma sociedade secreta.”

O homem não conseguiu deixar de sorrir sinistramente.

— Então me leve para a Rue des Fontaines, nº 11.

Assim que ele falou, ele investiu contra Lumian, movendo-se com tanta velocidade que deixou imagens residuais.

Quase simultaneamente, suas unhas se projetaram, longas e afiadas, brilhando com uma luz metálica que exalava um brilho escuro.

Ainda assim, Lumian não demonstrou medo, não ofereceu resistência e não entrou em pânico. Ele também se moveu para escapar do ataque, tudo isso enquanto estendia sua mão direita das profundezas do bolso.

Em sua mão, ele segurava uma bola de fogo branca e brilhante do tamanho de um punho, lançando-a em direção ao agressor como um presente.

“Bola de fogo… Branco flamejante…” O homem com cabelos grisalhos curtos no rosto e nas costas das mãos se viu perto demais para se virar devido à sua velocidade. Enquanto esses pensamentos corriam por sua mente, ele colidiu com a bola de fogo condensada e branca flamejante.

Estrondo!

Em meio à explosão abafada, o abdômen do homem explodiu em uma massa sangrenta, emitindo um cheiro distinto de queimado.

Depois que a outra parte perguntou sobre o chefe do Savoie Mob, Lumian discretamente enfiou a mão direita no bolso. No entanto, não era para sacar uma arma ou se proteger contra ataques. Em vez disso, ele usou suas roupas como cobertura para conjurar constantemente chamas carmesim em sua palma. Camada por camada, ele as comprimiu ao máximo, transformando as chamas em um branco ardente. O poder explosivo estava no mesmo nível de uma Bola de Fogo Gigante, mas ainda mais concentrado, capaz de queimar a pele.

Se a velocidade do inimigo não tivesse excedido as expectativas de Lumian, ele teria uma grande chance de testemunhar o pescoço do inimigo explodindo com o impacto.

Em meio ao estrondo, o homem foi lançado voando, e Lumian foi afetado pelos tremores secundários, cambaleando para trás e caindo algumas vezes.

Ambos se levantaram simultaneamente. A camisa e o colete de Lumian tinham marcas de queimaduras, e muitas partes de sua pele estavam danificadas.

Ele viu uma ferida irregular e aberta no abdômen do homem, com intestinos manchados de sangue saindo e sendo recolocados no lugar. A superfície estava marcada com fraturas e pontos carbonizados.

Apesar do ferimento grave, o homem não perdeu a mobilidade. Enquanto ele pressionava o abdômen para evitar que seus intestinos e outros órgãos internos vazassem, ele soltou um rosnado baixo de dor, raiva e violência.

Acompanhado pelo rosnado, pelos curtos e cinzentos brotaram de seu corpo, transformando-o em um lobo imponente.

Seus intestinos cortados começaram a se contorcer, tentando se reconectar. Sua pele carbonizada se curou lentamente, e ele fechou à força a enorme ferida em seu abdômen com a palma da mão. Carne e sangue se entrelaçaram, pouco a pouco.

“Que vitalidade potente…” Lumian suspirou do fundo do coração ao ver aquilo.

Ele percebeu que, com tempo suficiente, a outra parte provavelmente se recuperaria!

O comportamento e o estado da outra parte lembraram Lumian de algumas passagens registradas nos cadernos de Aurore:

“Lobisomem, um Sequência 7 do caminho do Prisioneiro, são Mutantes. Durante a lua cheia ou quando eles quase perdem o controle de suas emoções, eles serão controlados por seus desejos sanguinários e assassinos, transformando-se involuntariamente em um verdadeiro lobisomem.”

“Eles possuem força, agilidade e velocidade aterrorizantes, e suas habilidades de regeneração são extraordinárias. Suas garras e dentes são resistentes e afiados, além de venenosos. São equivalentes às armas Beyonder da mesma Sequência, capazes de destruir placas de aço mais finas.”

“Eles também conhecem alguns feitiços de escuridão, capazes de transformar humanos comuns em monstros fantoches com vidas curtas.”

“Lobisomens frequentemente aparecem no Continente Sul. Eles são frequentemente associados a várias atividades terroristas no Continente Norte”

“Na verdade, eu encontrei um Beyonder Lobisomem…” Lumian não deu tempo para o outro se recuperar dos ferimentos. Corvos de Fogo carmesins se materializaram atrás dele, espiralando em direção ao alvo.

O Lobisomem também não ficou parado. Apertando o estômago para suprimir o ferimento, ele se aproximou de Lumian com uma velocidade extraordinária.

A maioria dos disparos iniciais dos Corvos de Fogo errou, mas alguns fizeram pequenas mudanças de direção e pousaram no alvo um após o outro, causando estrondos contínuos.

O Lobisomem sofreu vários outros ferimentos, ficando carbonizado e ensanguentado.

Confiando em suas potentes habilidades de recuperação, ele rapidamente fechou a distância entre ele e Lumian, desconsiderando seus ferimentos. Ele pretendia entrar em combate corpo a corpo com o Piromaníaco, que se destacava em magias, e despedaçá-lo com suas garras afiadas e venenosas.

Em algum momento, a escuridão ao redor de Lumian o invadiu ainda mais, fazendo-o sentir um frio assustador naquela noite de verão e afetando-o levemente.

Num instante, chamas vermelhas irromperam de seu corpo, envolvendo-o em um calor escaldante.

No segundo seguinte, Lumian se virou e fugiu, desviando das garras do Lobisomem.

Isso fez com que o Lobisomem, cuja mente estava cheia de desejos sanguinários e assassinos, sentisse o medo do adversário. Ele acreditava que seu alvo já tinha ido com tudo e não tinha experiência em tais batalhas.

Ele o perseguiu e alcançou Lumian em alguns passos rápidos.

Capítulo 295 – Os cérebros são importantes

Sentindo o golpe que trazia o cheiro de sangue e queimadura atrás dele, Lumian rapidamente girou e correu para o beco que levava à Rue du Rossignol.

Os olhos negros como breu do Lobisomem estavam injetados de sangue, e seus ferimentos graves alimentaram sua raiva e desejo de matar, dominando a maioria de seus pensamentos. Ele se virou com força e correu para o beco atrás de Lumian.

Ao ver Lumian saltar sobre uma barricada à frente, ele fez o mesmo e saltou também.

No instante seguinte, avistou uma entrada para os esgotos. Escadas pretas como ferro levavam direto para as profundezas.

Lumian habilmente pisou na borda da entrada do esgoto e pulou a armadilha “natural”.

Bam! O Lobisomem caiu no esgoto, encontrando-se na metade do caminho. Seus ferimentos pioraram e sua cabeça girou.

Lumian aproveitou o momento para se virar e conjurar Corvos de Fogo, enviando-os em espiral em direção ao Lobisomem, que estava preso na entrada do esgoto.

Em meio a um estrondo abafado, os corvos escarlates tomaram conta da área, incendiando o pelo cinza do Lobisomem, queimando áreas de sua pele e rasgando mais carne.

O Lobisomem exerceu força com ambas as mãos e finalmente conseguiu saltar para fora dos esgotos. Lumian aproveitou a oportunidade para fugir, tendo acertado um golpe com sucesso.

O Lobisomem ficou ainda mais bravo. Tudo o que ele queria era despedaçar Lumian e derramar suas entranhas para os cachorros de rua.

Com um swoosh, Lumian, que havia corrido para a saída do beco, virou em alta velocidade e correu para a esquerda.

O Lobisomem o alcançou em alguns passos e seguiu a rota de fuga do alvo.

No entanto, uma barricada de quase um metro de altura surgiu na escuridão à sua frente. Lumian, já preparado, estendeu a mão e pressionou para baixo, usando a situação para dar uma cambalhota e pular por cima.

O Lobisomem percebeu isso tarde demais e não teve tempo para outras estratégias. Ele só podia escolher entre pular rapidamente ou bater direto na barricada.

Exercendo força nas pernas, ele tentou saltar para o topo da barricada, mas seu ímpeto para frente não pôde ser parado. Antes que ele pudesse pular completamente, seus pés prenderam-se no obstáculo.

Thud!

O Lobisomem caiu da barricada; sua queda o fez ver estrelas.

Lumian parou mais uma vez. Com uma mão no bolso, ele olhou para o inimigo.

Ao redor dele, uma nova onda de Corvos de Fogo se condensou e voou em direção à base da barricada.

O Lobisomem tentou o seu melhor para rolar, mas ainda foi atingido por pelo menos dez corvos. O ferimento em seu abdômen, que não tinha mais pressão, reabriu, e intestinos fluíram para fora.

Só então o Lobisomem percebeu que havia caído na armadilha do outro. Ele recuperou um pouco de sua racionalidade e avaliou seu corpo fraco e sua condição instável.

Ele apagou as chamas sobre seu corpo e lutou para ficar de pé, tentando escapar.

Naquele momento, a voz zombeteira de Lumian ecoou em seus ouvidos.

— Sua mamãe não lhe disse para não lutar em um ambiente familiar aos Caçadores? Você realmente ousou me perseguir na Rue Anarchie e áreas ao redor. Só posso dizer que cérebros são importantes, mas você não tem nenhum.

A mente do Lobisomem zumbiu e ele ficou anormalmente furioso.

Ele sacrificou voluntariamente sua racionalidade e cedeu ao desejo, fortalecendo seu corpo em todos os aspectos.

Ele tinha se tornado um lunático!

Ele perseguiu Lumian mais uma vez.

Ocasionalmente, Lumian parava abruptamente e contra-atacava. Outras vezes, ele se esgueirava por baixo do braço de uma estátua de pedra de um canto. Quando o Lobisomem batia em um obstáculo, Lumian se virava e soltava uma saraivada de Corvos de Fogo carmesim. Às vezes, ele fingia entrar no subsolo, mas ficava de emboscada, esperando o ataque que se aproximava.

À medida que a perseguição continuava, o Lobisomem finalmente atingiu seu limite, com seu corpo à beira do colapso.

Recuperando os sentidos do seu estado frenético, ele sentiu uma forte premonição de perigo. Tudo o que queria era deixar esta área e escapar do Le Marché du Quartier du Gentleman.

Naquele momento, Lumian parou, como se tivesse sentido algo. Ele se virou e sorriu.

Ele observou o Lobisomem fugir muito mais devagar do que antes, enquanto condensava uma lança branca e brilhante em sua mão.

Lumian balançou o corpo e arremessou a lança flamejante.

Um raio de luz branca e brilhante riscou o ar, perfurando o corpo devastado do Lobisomem, prendendo-o no chão e incendiando-o.

Em meio ao incêndio repentino, Lumian caminhou em direção ao inimigo com uma mão no bolso.

Corvos de Fogo se materializaram atrás dele, assobiando e girando em espiral enquanto se aproximavam do Lobisomem. Eles se enterraram em suas feridas, destruindo seu coração, pulmões e outros órgãos.

Quando Lumian chegou ao seu alvo, o Mutante não estava mais respirando — ele estava morto.

Seus olhos estavam arregalados, cheios de arrependimento e medo.

“Por que você teve que me atacar? Se precisasse de algo, poderia ter ido até o chefe do nosso Savoie Mob, não é?” Lumian balançou a cabeça enquanto olhava para o lobisomem. “Você planejou me transformar em um fantoche para o assassinato de Gardner Martin? Você realmente pensou tão mal dos mafiosos? Sua confiança o deixou arrogante.”

Mais cedo, Lumian se preparou para uma batalha difícil. Ele até se preparou para um Sequência 6. Sua rota de fuga sempre foi perto da Rue des Blouses Blanches.

Uma vez lá, ele poderia chamar a atenção de Franca e fazê-la usar secretamente o sangue do inimigo para lançar uma maldição fatal.

Lumian considerou usar a explosão causada por uma bola de fogo na Avenue du Marché para criar comoção e assustar o inimigo se capturar o alvo fosse difícil, mesmo com trabalho em equipe.

Mas a loucura do inimigo e o desejo de matar fizeram Lumian duvidar se ele conseguiria pensar racionalmente e terminar a batalha rapidamente para escapar da perseguição dos Beyonders oficiais. Ele mesmo teve que aguentar até o amanhecer chegar.

Agachando-se, Lumian vasculhou as roupas do Lobisomem, encontrando apenas 3 moedas de ouro, notas queimadas e uma carteira sem nada de útil.

“Você nunca pensou em me subornar? Você só quer confiar na sua força para me intimidar?” Lumian xingou, seu coração doendo.

Ele não ficou muito desapontado, pois sabia que as chances desse Lobisomem ser um abençoado eram mínimas. Logo, ele poderia secretar uma característica de Beyonder de Sequência 7 que incluía características de Beyonder de Sequência 9 e Sequência 8, valendo de 30.000 a 40.000 verl d’or, ou até mais. Ele poderia usá-la para complementar o Ramo das Sombras, criar itens místicos ou trocá-la por características de Beyonder mais adequadas.

Considerando as explosões relativamente fracas que ele causou, Lumian não se demorou na rua. Depois de lidar brevemente com o cadáver do Lobisomem, ele o pegou e o levou para a porta dos fundos do Salle de Bal Brise.

Sarkota e os outros membros do Savoie Mob não eram estranhos à limpeza de cadáveres, colocando rapidamente os corpos dentro de um saco e enviando pessoas para limpar o sangue ao longo do caminho.

Lumian jogou o saco na carruagem pertencente ao Salle de Bal Brise, com a intenção de encontrar Gardner Martin naquela mesma noite.

Durante a viagem, abriu o saco mortuário várias vezes e finalmente notou uma luz verde-escura saindo do cadáver, que se fundia com uma presa canina afiada.

Depois de alguns segundos, Lumian obteve esta estranha presa verde-escura.

Depois de pensar um pouco, ele decidiu manter a presa no saco para cadáver e ver o que Gardner Martin faria.

Com base no comportamento do Comandante, Lumian sabia que ele, sem dúvida, o recompensaria quando chegasse a hora. Ele poderia entregar a característica de Beyonder do Lobisomem, trocá-la por outra ou comprá-la pelo valor de mercado.

De qualquer forma, Lumian estava pronto para ser honesto sobre isso.

Por volta de 1 da manhã, a carruagem do Salle de Bal Brise parou na Rue des Fontaines, nº 11, no Quartier de la Cathédrale Commémorative. Lumian puxou sem cerimônia a corda ao lado da porta de cerca de ferro, fazendo os sinos reverberarem pela vila de três andares branco-acinzentada.

Em pouco tempo, um criado de descendência do Continente Sul chegou e abriu a porta, embora parecesse descontente por ter sido acordado. Quando viu as roupas carbonizadas e esfarrapadas de Lumian e o saco para cadáveres que ele arrastava atrás de si, sua atitude mudou para a de um servo cortês.

Lumian levou o saco mortuário para dentro da vila e viu Faustino, o mordomo, que também era membro da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue.

Depois de dar o nó na gravata borboleta, Faustino olhou para Lumian e para o saco mortuário por alguns segundos antes de perguntar surpreso: — O que é isso?

— Um sujeito estranho, — Lumian respondeu com um sorriso.

Faustino não perguntou mais nada e levou Lumian para a sala de atividades no primeiro andar.

Lá, Gardner Martin, vestindo um robe de seda azul-escuro, sentou-se em uma poltrona reclinável e perguntou com um sorriso: — Quem está no saco para cadáveres? Para você vir aqui correndo durante a noite, não parece simples.

Lumian desamarrou o saco mortuário e jogou o cadáver do Lobisomem e a estranha presa preta e verde no carpete da sala de atividades.

A expressão de Gardner Martin ficou séria com um único olhar.

— Um lobisomem…

Lumian riu. — Ele veio até mim para perguntar sobre a identidade do Chefe do Savoie Mob. Ele até queria me controlar e me transformar em um fantoche.

Gardner Martin assentiu lentamente e disse: — E?

— E? — Lumian levantou as sobrancelhas e respondeu com um sorriso: — Então eu o matei.

Ao ouvir isso, Faustino, o mordomo de pé ao lado do Oficial Comandante, olhou para o cadáver do Lobisomem no chão e depois para Lumian, cujas roupas estavam claramente carbonizadas e rasgadas. Sua expressão não era mais calma e composta.

Os olhos de Gardner Martin se estreitaram. Após alguns segundos de silêncio, ele suspirou e disse: — Infelizmente, você não sabe como canalizar espíritos; perdemos muitas informações.

Lumian queria dizer: — Talvez eu precise de um item místico que possa canalizar espíritos, — mas ele estava preocupado que isso ocupasse uma parte da recompensa e fizesse com que o Ramo das Sombras perdesse sua chance.

Gardner Martin continuou, — Eu providenciarei investigações. Não se preocupe com isso por enquanto. Eu o informarei quando você precisar executar sua missão.

— O que ele está planejando? Ele não parece simples. — Lumian olhou para o cadáver do Lobisomem e deliberadamente expressou sua confusão.

Gardner Martin balançou a cabeça.

— Ainda não tenho certeza. — Ele então olhou para Lumian e perguntou com um sorriso: — Você quer essa presa de lobisomem ou outra coisa?

— Quais são as opções? — Lumian não se conteve.

Capítulo 296 – Pedido

Gardner Martin estava bem acostumado com a franqueza de Lumian. Ele deu um leve aceno e disse: — Se você quiser uma troca rápida, eu tenho três itens de valor igual a essa presa.

— O primeiro é o Bracelete das Sombras, um item místico que permite que você se esconda em sombras maiores. Ele pode invocar um Servo das Sombras com algumas habilidades especiais e pode trazer sombras à vida para restringir alvos até certo ponto.

— É um item agourento. Mais de um terço dos que o usaram enlouqueceram, enquanto outro terço desapareceu misteriosamente sem ele, para nunca mais ser visto. Muitos dos que restaram parecem bem, mas frequentemente reclamam de zumbido e sons alucinantes.

— Nos últimos anos, a menos que haja circunstâncias especiais, ninguém ousou usar este item místico.

Lumian expressou sua confusão através do olhar: Então por que você está me oferecendo isso? Eu pareço um lunático ou um idiota para você?

Gardner Martin sorriu e explicou: — Sou uma das poucas pessoas que não encontrou problemas com o Bracelete das Sombras. Conheço uma maneira de enfraquecer seus efeitos negativos, mas só posso lhe dizer se você escolher ele.

“Quando você começou a alucinar que não havia nada de errado com você?” Lumian suprimiu suas preocupações e segurou a língua.

Ele achava que Gardner Martin, que havia sido corrompido pela anormalidade na Avenue du Marché, nº 13, não seria melhor do que aqueles que haviam enlouquecido ou desaparecido misteriosamente.

De acordo com a descrição da corrupção feita pela Madame Mágica, a pessoa diante dele poderia não ser o mesmo Gardner Martin de antes.

Gardner Martin olhou para Lumian e sorriu. — Na verdade, não há necessidade de ser tão reservado na minha frente. Nunca avançará para a Sequência 6 se continuar assim. Se você disser algo que possa me ‘provocar’, provavelmente responderei com sarcasmo. Olha, Albus ainda não está vivo e bem?

— Sim, CO Senhor, — respondeu Lumian, não revelando os segredos que não poderiam ser revelados à Ordem da Cruz de Ferro e Sangue.

Gardner Martin levantou-se de sua poltrona e continuou: — O segundo item é uma característica de Beyonder deixada por um Médium Espiritual1. Você sabe o que são características de Beyonder?

Lumian respondeu calmamente, — Matar uma criatura Beyonder renderá um dos principais ingredientes para preparar uma poção. Matar um Beyonder definitivamente renderá os itens correspondentes, assim como a bola transparente vermelho-dourada de ‘Martelo’ Ait e esta presa de Lobisomem.

— Acredito que essas são características de Beyonder. Todas correspondem a uma poção. Não há necessidade de reunir ingredientes principais adicionais, certo?

Gardner Martin assentiu em aprovação. — Está certo. Seu julgamento é preciso.

Gardner Martin não entrou em detalhes sobre a Lei da Indestrutibilidade das Características de Beyonder, como se acreditasse que ela envolvia muitos segredos que Lumian não conseguia entender no momento.

Com as mãos cruzadas atrás das costas, Gardner Martin caminhava em frente à lareira apagada.

— Médium Espiritual. Pelo seu nome, você pode adivinhar as habilidades do item místico criado a partir dele. Claro, o que você obterá depende da habilidade de um Artesão.

— Se não me engano, deve ser um Olho da Morte, permitindo que alguém se disfarce de zumbi e suporte os efeitos da decadência, frio, morte e outras auras. Ele também pode identificar as fraquezas de criaturas mortas-vivas e se comunicar diretamente com espíritos naturais e várias criaturas mortas-vivas no mundo real, usando-os para várias magias. Se você tiver sorte o suficiente, pode até ter todas essas habilidades.

— Tente não carregar essa característica de Beyonder com você. Caso contrário, você se tornará alvo de espíritos naturais e criaturas mortas-vivas ao redor. Você nunca saberá quando poderá sofrer um ataque bizarro.

“Por mais impressionante que pareça, é um pouco parecido com um Contratado… depender de outras criaturas para ganhar força…” Lumian ponderou por alguns segundos e perguntou: — E o terceiro?

Gardner Martin recostou-se em sua poltrona.

— É também uma característica de Beyonder. Se você a carrega, você se será bastante sortudo. Isso será refletido nos detalhes de vários assuntos.

— O nome da Sequência correspondente é Sortudo, mas você tem que lembrar que se deleitar com a sorte é frequentemente um precursor do desastre. Além disso, pode permitir que você veja coisas que não deveria ver.

“Sequência 7 do caminho do Monstro?” Lumian lembrou o conteúdo dos cadernos de Aurore.

O caminho do Monstro, também conhecido como caminho do Destino, era um caminho conhecido por sua alta percepção espiritual e estreita conexão com o destino.

Lumian riu e disse: — Um Sortudo finalmente se transformou em uma característica de Beyonder de uma maneira infeliz? Que piada irônica.

Gardner Martin concordou. — Não subestime a má sorte e não confie na sorte. Caso contrário, você também pode se tornar uma característica de Beyonder.

— Muito filosófico. — Lumian deu importância às palavras cheias de experiência e lições.

Ele se lembrou cuidadosamente da explicação de Gardner Martin e percebeu que ele não era mesquinho com informações sobre as Sequências correspondentes.

Meras descrições das habilidades de um Médium Espiritual e de um Sortudo poderiam render um bom preço em muitas reuniões de misticismo.

Gardner Martin apontou para a presa verde-escura no chão.

— É uma característica de Beyonder de um Lobisomem. Uma vez transformado em um item místico, deve fornecer poderosas habilidades de autocura, permitir a transformação em um lobisomem e conceder uma curta explosão de poder às custas da racionalidade.

— Mas, como você viu, os lobisomens são sempre afetados por matança e sede de sangue. Durante a lua cheia ou Lua de Sangue, há o perigo latente de perder a mente e o controle.

— Você já decidiu qual item escolher? Se você escolher as características de Beyonder, eu posso ajudar você a contatar um Artesão e ajudar com a taxa de produção. É a recompensa que você merece por sua contribuição esta noite.

“O Artesão que você contatará é um Santo? Como você reagirá se descobrir que estou escondendo um Ramo das Sombras2?” Lumian se perguntou, considerando seriamente suas opções.

Primeiro, ele eliminou o Bracelete das Sombras, suspeita de ser um item místico do caminho do Sr. K. O Sr. K poderia oferecer opções semelhantes, mas melhores, em suas recompensas em breve. Além disso, os efeitos negativos do Bracelete das Sombras eram muito perigosos. Mesmo que Gardner Martin alegasse que poderia enfraquecê-los, Lumian não ousou correr o risco.

Mais importante ainda, tal risco era inútil.

“Um Médium Espiritual pode compensar minhas deficiências, mas não complementa o Ramo das Sombras. Não posso criar um item místico com o efeito de emoções humanas-fantasmas persistentes. Sim, algumas características se sobrepõem a um Contratado…”

“Sortudo pode fazer com que o Ramo das Sombras sempre desencadeie desejos adequados? O sacrifício da racionalidade do Lobisomem e a influência de ser assassino e sanguinário são bastante compatíveis com o Ramo das Sombras. Eu me pergunto que tipo de item místico ele produziria…”

Após cuidadosa consideração que durou alguns minutos, Lumian tomou sua decisão.

— Eu quero a característica do Sortudo.

A principal razão pela qual ele desistiu da característica de Beyonder do Lobisomem foi seu potencial efeito negativo de perda de racionalidade.

Outros podem encontrar maneiras de reduzir o impacto, usando-a apenas ao enfrentar inimigos ou evitando certas fases lunares. Mas Lumian não podia correr esse risco. Perder a cabeça mesmo uma vez poderia levar Termiboros a explorá-lo e fazer com que o selo perdesse o equilíbrio.

Além disso, ele pertencia ao domínio da Inevitabilidade como um Beyonder de alguma forma. No futuro, quando alcançasse uma Sequência mais alta, ele poderia ser capaz de aumentar os efeitos do item místico através da característica do Sortudo.

Quanto a ver coisas que não deveria, Lumian já tinha os Óculos do Espreitador de Mistérios, então ter algo parecido não o incomodava.

Gardner Martin pareceu surpreso. Ele esperava que Lumian escolhesse entre a característica de Beyonder do Médium Espiritual e o Bracelete das Sombras.

No entanto, ele rapidamente se recompôs e não perguntou mais nada. Com um sorriso, ele disse: — Humanos são obcecados por boa sorte.

O chefe do Savoie Mob, comandante da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, saiu brevemente da sala de atividades e subiu as escadas.

Poucos minutos depois, voltou com um pote de vidro transparente, usado antigamente para guardar doces.

Dentro do frasco havia um globo ocular cor de mercúrio, girando para a esquerda e para a direita como se estivesse vivo.

— Para carregá-lo e armazená-lo, coloque-o em um espaço estreito e escuro, — instruiu Gardner Martin enquanto embrulhava o frasco em um pano preto.

Entregando o item a Lumian, ele acrescentou: — Troque o frasco a cada sete dias.

— Obrigado, CO Senhor. — Lumian colocou o frasco de vidro contendo a característica de Beyonder do Sortudo no bolso.

Gardner Martin não se perguntou por que Lumian não pediu para ele contatar um Artesão. Os verdadeiros efeitos de um item místico eram algo que o portador queria manter o mais secreto possível. Buscar um Artesão desconhecido era mais propício ao segredo.

No momento em que esses pensamentos passaram pela sua mente, Lumian também levantou o assunto.

— CO Senhor, gostaria de trocar o serviço gratuito do Artesão por outras recompensas.

Curioso, Gardner Martin perguntou: — Que recompensa você deseja?

Um sorriso surgiu no rosto de Lumian. — Ajude-me a encontrar alguém.

— Quem? — Gardner Martin teve um palpite.

A expressão de Lumian ficou séria.

— Guillaume Bénet.

— Já que você sabe que sou de Cordu, deve ter visto o cartaz de procurado do padre.

— Estou rastreando-o, esperando prender o herege que causou o desastre para mim. Acabei de receber informações de que ele pode aparecer no Quartier de la Princesse Rouge na semana que vem. Gostaria de solicitar sua ajuda para localizá-lo, CO Senhor.

Gardner Martin caiu na gargalhada.

— Achei que você queria lidar com isso sozinho, suportando a dor, rastreando sozinho e buscando vingança em segredo.

— Muito bem feito. Você aprendeu a usar a força de uma organização mais cedo do que eu esperava. Isso é algo que um Caçador deve entender.

— Eu concordo com seu pedido.

  1. sequencia 7 do colecionador de cadaveres[↩]
  2. aquele ramo que ele pegou da arvore das sombras[↩]

Capítulo 297 – Contrato de informante

No caminho de volta para o distrito comercial, Lumian encostou-se na parede da carruagem, ponderando toda a situação mais uma vez. Ele percebeu que havia ignorado um problema.

“Um Sequência 7 misteriosamente desaparece durante uma missão relativamente simples, e agora é suspeito de estar morto. A organização secreta por trás dele fingiria que nada aconteceu?”

“Será que eles descobririam a verdade esta noite e iniciariam uma investigação?

“Como um Conspiracionista, não tem como o Chefe não ter pensado nisso. No entanto, ele não me avisou e me deixou ir para casa sozinho… Ele está me usando como isca?”

“Sim, a organização secreta por trás do Lobisomem pode não agir esta noite. Enquanto eles mantiverem a cabeça fria, eles devem perceber que seu subordinado desaparecido é um grande problema. Parece que o Savoie Mob não é tão simples quanto parece. Se eu estivesse no lugar deles, eu me seguraria por um tempo até que novos eventos se desenrolassem. Então, usaria o caos para descobrir a verdadeira situação do Savoie Mob.”

“Claro, se eles tiverem a proteção de um anjo e conseguirem que Ele desça temporariamente sobre o Salle de Bal Brise, eles podem fazer o que quiserem…”

“Agora que penso nisso, embora o Lobisomem fosse arrogante, ele não era tão estúpido ou imprudente. Foi apenas mediano. Ele deve ter capturado alguns membros comuns do Savoie Mob de antemão e descoberto a situação dos poucos líderes antes de mirar no líder que recentemente se juntou ao Savoie Mob — eu. Logicamente falando, eu não estaria envolvido nos assuntos centrais do Savoie Mob. Eu não saberia muitos segredos e não causaria muitas implicações…”

“Além disso, os membros comuns do Savoie Mob não sabem que eu avancei para Piromaníaco. A julgar pelos meus registros de combate recentes, aquele sujeito acreditou que podia lidar comigo facilmente. Em combate corpo a corpo, um Lobisomem com habilidades de autocura mais fortes, velocidade mais rápida, maior força e reações ágeis, possuindo garras equivalentes às armas Beyonder, é muito superior a um Provocador…”

Quando Lumian retornou ao Salle de Bal Brise, já havia resolvido a situação. Ele tocou no dedo do Sr. K no bolso e entrou no quarto no segundo andar, aparentemente alheio. Ele se banhou e foi para a cama.

Quando o sol começou a nascer, Jenna saiu apressada da Rue Pasteur, nº 17, no Quartier du Jardin Botanique, com um pedaço de torrada na boca.

Ontem à noite visitou seu irmão. Ela se revirou na cama que dividia com sua mãe até meia-noite antes de finalmente adormecer. Acordou cedo pela manhã, não querendo encontrar seus vizinhos que poderiam perguntar sobre a criminosa procurada chamada “Celia Bello”.

Ainda estava escuro, e as ruas estavam quase vazias. Jenna passou pelos poucos vendedores e passantes e virou em um beco perto da Rue Saint-Hilaire, que estava ainda mais desolado.

E então, viu uma figura familiar se aproximando.

Ele era um homem de pele morena, lábios grossos e cabelos amarelo-claros bem penteados. Tinha sangue nativo do Continente Sul e um pedaço discreto de fita adesiva na ponta do nariz. Vestindo uma camisa de cor clara e um colete amarelo, um Emblema Sagrado do Sol dourado estava preso em seu peito.

“Emblema Sagrado do Sol…” O coração de Jenna deu um pulo quando ela se lembrou de quem ele era.

Ele era um Beyonder da Igreja do Eterno Sol Ardente, responsável por proteger Hugues Artois!

Jenna instintivamente quis se virar e sair do beco, mas notou outro Beyonder da Igreja do Eterno Sol Ardente de guarda na saída do beco! Ele também era um Beyonder da Igreja do Eterno Sol Ardente que havia protegido Hugues Artois!

Os olhos de Valentine eram mais azuis que a água do lago, e sua expressão era fria.

Jenna parou de se virar e prendeu a respiração. Sua mão direita descansava na cintura, pronta para sacar seu revólver e adaga escondidos em um instante.

Vendo sua postura cautelosa, Imre rapidamente gritou: — Relaxe! Não estamos aqui para prendê-la.

Lembrando da análise de Franca sobre a possibilidade dos Beyonders oficiais fazerem dela uma informante, Jenna se acalmou um pouco, mas ainda olhou para Imre e Valentine com cautela.

Imre abriu um sorriso amigável e disse: — Nós eliminamos Beyonders selvagens, mas isso não significa que não temos opções.

— Não se intimide com os rumores. Estamos em Trier. Beyonders selvagens que não são verdadeiramente pecadores não enfrentarão tal destino. Claro, casos semelhantes acontecem em outras províncias, vilas, pequenas cidades e assentamentos.

Jenna ficou mais certa das intenções dos Beyonders oficiais. Ela fingiu inexperiência e perguntou: — O que você quer de mim?

Imre sorriu.

— Esperamos que você possa cooperar conosco.

— Na verdade, se não tivéssemos deixado você ir deliberadamente, você já teria sido presa há muito tempo.

Jenna refletiu por um momento, pensando em como ela conseguiu levar uma vida pacífica depois de assassinar Hugues Artois.

Depois de um tempo, ela perguntou hesitante: — Cooperar?

Imre sorriu e assentiu.

— Deixe-me apresentar-me. Eu sou Imre, um Purificador da Inquisição da Igreja do Eterno Sol Ardente. Este é meu colega, Valentine.

— Nem todo Beyonder selvagem ganha nossa boa vontade e a chance de cooperar. Nós olhamos para sua situação e confirmamos que você também é uma crente em Deus e não cometeu nenhuma ofensa séria. Além disso, depois de ganhar superpoderes, você se conteve e não usou mal suas habilidades, exceto para assassinar Hugues Artois.

— Nós entendemos seu ódio e sua escolha. Afinal, ele é um herege que merece a morte. Qualquer um tem o direito de purificá-lo em nome de Deus. Você deve saber que se não tivéssemos arranjado isso e deliberadamente feito vista grossa para suas ações, você não teria escapado do gabinete do membro do parlamento.

Jenna assentiu lentamente, mostrando que havia percebido isso mais tarde.

Imre continuou: — Como você é uma crente que permanece fiel a si mesma e não abusa de suas habilidades, gostaríamos de convidá-la para ser nossa informante e nos fornecer informações correspondentes.

— Não se preocupe, não vamos forçá-la a trair seus amigos. Só queremos que fique de olho em qualquer coisa que possa trazer desastre ao distrito comercial e a Trier.

“Permanecer fiel a mim mesma e me abster de abusar das minhas habilidades… Eu costumava ser assim no passado, um pouco no presente, mas serei no futuro?” Jenna pensou, zombando de si mesma. Ela queria dizer a eles que tinham chegado tarde demais, e que ela não era mais a mesma pessoa.

Após um momento de hesitação, ela disse: — Eu também moro no distrito comercial. Ficarei feliz em ajudar a resolver quaisquer problemas que possam prejudicar este lugar através de vocês.

Ela expressou com muito tato sua disposição em cooperar.

Naquele momento, Jenna se sentiu inspirada e deixou escapar: — Descobri uma coisa há dois dias!

— O quê? — Imre olhou surpreso para seu companheiro de equipe Valentine.

Eles não esperavam que sua informante recém-contratada fornecesse informações imediatamente.

Jenna contou como ela compareceu a uma reunião de misticismo onde ouviu sobre o desaparecimento do porteiro do Claustro do Vale Profundo. Ao aceitar a comissão correspondente, ela descreveu como ela e sua companheira acidentalmente tropeçaram em um monge de olhos cibernéticos entrando em uma pedreira próxima e abrindo uma caverna secreta cheia de vários braços e pernas humanos.

Durante todo o processo, manteve a identidade e o nome de sua companheira, bem como o horário e o local da reunião, ocultos.

Imre e Valentine eram uma mistura de alegria e solenidade.

Eles ficaram encantados com o ganho inesperado, mas a peculiaridade da situação também os perturbou.

— Muito bom. Esse é o tipo de cooperação que precisamos, — Imre elogiou Jenna depois que ela terminou de falar.

Valentine assentiu relutantemente.

Não era que ele não visse a necessidade de tal informante; o incidente com Hugues Artois havia mudado sua percepção dos Beyonders selvagens significativamente. No entanto, ele estava um pouco emocionado, pois Imre poderia ter convencido Celia Bello sozinho, mas ele insistiu em envolver Valentine.

Depois de elogiar o sol pela manhã, poderia ter ido para casa descansar e tomar café da manhã com sua família.

No entanto, o raciocínio de Imre era sólido.

De acordo com as regras, era melhor ter dois Purificadores presentes ao desenvolver informantes, especialmente Beyonders que pertenciam a alguns caminhos, como o da Demônia.

Imre explicou que, ao longo dos anos, muitos Purificadores caíram na armadilha de serem seduzidos enquanto desenvolviam Demônias como informantes ou as perseguiam. Isso os levou a se apaixonar, trair a Igreja e perder o controle em meio ao tormento da fé.

Portanto, ter dois Purificadores para supervisionar um ao outro nesses casos era essencial.

Embora Jenna ainda fosse uma Assassina e tivesse muito a fazer antes de se qualificar como uma verdadeira Demônia do Prazer, não se podia ser descuidado com tais questões, especialmente com uma rara Assassina.

Após o elogio, Imre acrescentou: — Cooperação significa que ambos os lados podem se beneficiar deste assunto. Nós a recompensaremos de acordo com as informações que você fornecer. Você pode escolher entre dinheiro, materiais, conhecimento, armas e muito mais.

Jenna hesitou por um momento antes de perguntar: — Haverá uma recompensa pelo que acabei de dizer?

— O que você quer? — Imre perguntou.

— O ingrediente principal da poção Instigador, — Jenna respondeu sem hesitação,

tendo já recebido a fórmula da poção de Franca.

Imre não ficou surpreso. Ele assentiu e disse: — Discutiremos isso depois de verificarmos a autenticidade e a importância dessa informação.

— Tudo bem, — respondeu Jenna, não muito desapontada, pois não tinha muita esperança.

Imre pegou um pedaço de papel branco de aparência comum com algumas cláusulas simples escritas nele, descrevendo o que ele tinha acabado de dizer.

Os termos não exigiam que Jenna moldasse sua fé constantemente no Eterno Sol Ardente, mas exigiam que ela não acreditasse em um deus maligno.

Sendo experiente, Jenna leu os termos várias vezes até confirmar que não havia problemas e então prontamente assinou seu nome verdadeiro.

Ela observou Imre pegar uma caneta-tinteiro feita de ouro puro e assinar seu nome. Ele então rapidamente escreveu algumas palavras vermelhas brilhantes como um Notário.

Um brilho semelhante ao do sol envolveu brevemente o contrato antes de desaparecer.

Depois de se despedir de Imre e Valentine, Jenna seguiu em direção à Rue des Blouses Blanches.

Apartamento 601, Rue des Blusas Blanches, nº 3.

Lumian acordou Franca de seu sono ao amanhecer e encarou sua expressão irada enquanto contava o incidente do Lobisomem.

Franca rapidamente focou sua mente e murmurou contemplativamente, — Se houver uma investigação subsequente, aquele que você enfrentará será um Zumbi ou Espectro. Estou mais inclinada a acreditar no último.

— Hein? — Lumian ficou perplexo.

Franca explicou com naturalidade: — São a Sequência 6 e a Sequência 5 do caminho do Prisioneiro.

Lumian suspirou, ainda confuso, e comentou: — Você parece conhecer esse caminho muito bem.

— Claro. — Franca riu. — No mundo todo, além de alguns Beyonders do caminho do Prisioneiro, o resto pertence a duas facções. Uma é a organização terrorista do Continente Sul, a Escola de Pensamento Rosa, que mencionei antes, e a outra é…

Nesse ponto, ela fez uma pausa, provocando Lumian deliberadamente. Depois de alguns segundos, ela revelou: — Igreja do Sr. Tolo.

Capítulo 298 – Escola de Pensamento Rosa

“Igreja do Sr. Tolo?” Lumian ficou surpreso e nada surpreso com a resposta.

Ele não esperava que a Igreja do Tolo tivesse um grande número de Beyonders do caminho do Prisioneiro, mas imaginou que, de acordo com a descrição da Bíblia, não seria muito surpreendente que alguém de qualquer caminho aparecesse.

Franca sorriu e começou a explicar em detalhes: — Na verdade, os Beyonders do caminho do Prisioneiro da Escola de Pensamento da Rosa e os Beyonders do caminho do Prisioneiro da Igreja do Tolo eram originalmente um.

— Eles se separaram depois? — Lumian arriscou um palpite.

Franca confirmou sucintamente. — A Escola de Pensamento Rosa é uma organização incrivelmente antiga, ostentando uma história que remonta a mais de dois milênios, até mesmo anterior à Quarta Época… antes do Cataclismo.

“Com mais de 2.000 anos…” Lumian ficou surpreso.

Quando ele soube que a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue havia sido estabelecida há apenas 200 a 300 anos, ele a considerou antiga. Mas comparada à Escola de Pensamento Rosa, a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue parecia uma criança que nem sequer havia frequentado a educação obrigatória.

Franca continuou, — A Escola de Pensamento Rosa era originalmente uma organização ortodoxa no Continente Sul. Ela governava o Vale da Paz e as Terras Altas das Estrelas, onde o governo e a igreja eram um, até a invasão dos países do Continente Norte.

— Quando a invasão ocorreu, eles perderam seu país e foram para o submundo, tornando-se clandestinos. Por um lado, eles resistiram aos colonos e tentaram expulsá-los do Continente Sul. Por outro lado, frequentemente causaram atos terroristas no Continente Norte. Heh heh, isso na verdade não teve efeito em sua resistência à colonização. Em vez disso, isso incorreu no ódio das pessoas de vários países. Claro, seu objetivo principal pode não ser esse. Talvez seja puramente para sacrifício de sangue e certos rituais.

— Como eles se separaram? — Lumian estava mais preocupado com essa questão.

Franca caminhou calmamente dois passos na sala de estar.

— A Escola de Pensamento Rosa tem mantido diferentes crenças por eras. Seu princípio central gira em torno da noção de que a força de vontade nasce de desejos diversos, capaz de remodelar a realidade e alcançar feitos incríveis. No entanto, há uma divisão em como eles abordam esses desejos.

— Alguns aderem à indulgência, abraçando desejos apaixonados o tempo todo, até mesmo recorrendo a rituais de sacrifício sangrentos ou primitivos para reforçar sua força de vontade. Por outro lado, a facção da temperança, trabalhando a partir dos nomes das poções, defende a supressão dos desejos, mantendo-os reprimidos em seus corações, liberando-os apenas durante momentos críticos para liberar forças formidáveis.

— Portanto, uma facção é conhecida pela indulgência, enquanto a outra é a facção da temperança.

“Prisioneiro…” Lumian silenciosamente ecoou o nome da poção da Sequência 9 e ponderou. — Eu acho que a facção da temperança acertou.

— Qualquer pessoa sensata pensaria o mesmo. Afinal, o corpo é como uma gaiola para o coração, e o mundo é uma gaiola para o corpo. A loucura deve ser contida, e os desejos devem ser refreados, — Franca zombou. — Mas sempre haverá alguns com alguns parafusos soltos. Depois da indulgência, tudo o que resta é a loucura. Eles mal conseguirão manter suas faculdades básicas.

“Não é de se espantar que o Lobisomem tenha reagido dessa forma… Parece que ele realmente pertence à Escola de Pensamento Rosa… Se os outros em suas fileiras compartilham sua mentalidade, isso apenas confirma sua força. Sobreviver até hoje sem inteligência exigiria uma força notável…” Os pensamentos de Lumian carregavam tanto escárnio quanto vigilância.

Franca olhou pela janela, observando a luz do dia ficar mais brilhante, e falou: — No começo, a facção da indulgência e a facção da temperança mal se toleravam. Se você me ignorar, não vou me intrometer com você ou com as pessoas que você protege. Mas depois, a facção da indulgência começou a alegar que o Deus Acorrentado, em quem ambas as facções acreditam, é na verdade a personificação de algum deus maligno.

“Algum deus maligno… Cedendo aos desejos…” A testa de Lumian franziu enquanto ele buscava confirmação.

— Árvore Mãe do Desejo?

— Sim, — Franca sorriu. — Alguém que você conhece, ou melhor, uma divindade que você conhece.

“Não, eu não quero conhecê-la de jeito nenhum… A Escola de Pensamento Rosa realmente acredita na Árvore Mãe do Desejo. A investigação do Lobisomem sobre as informações do Savoie Mob parece mais complicada do que eu suspeitava… A Sociedade da Felicidade tem alguma conexão com a Escola de Pensamento Rosa? Ou eles retêm tais informações?” Lumian caiu em pensamentos profundos.

Franca suspirou sinceramente e disse: — Poderes relacionados ao desejo podem ser muito úteis, mas por que não podem ser usados ​​para o propósito certo?

— Culpar o deus maligno? — Lumian advertiu seu companheiro. — É melhor você não tentar.

Franca sorriu timidamente e disse: — Eu ainda sei o que posso tentar e o que não devo. Eu entendo os perigos representados pelos deuses malignos melhor do que você.

— Sim, mais tarde, a facção da indulgência lançou um ataque surpresa à facção da temperança e infligiu ferimentos graves. Os membros restantes da facção da temperança fugiram em um estado lamentável e foram caçados por um longo tempo até que encontraram proteção sob o Sr. Tolo.

— Ouvi dizer que a Santa Sharron da Igreja do Sr. Tolo já foi membro da facção da temperança. O mesmo vale para o Anjo do Espírito Santo ao lado do trono do Sr. Tolo…

“A facção da indulgência é terrivelmente poderosa para ser capaz de caçar a facção da temperança liderada por anjos e mandá-los embora. Não há dúvidas de que eles têm anjos, e não apenas um… E a Igreja do Sr. Tolo pode proteger a facção da temperança…” Depois de ouvir isso, Lumian ganhou uma compreensão aproximada da história da Escola de Pensamento Rosa. Ele ficou mais confiante na força da Igreja do Tolo e associou alguns dos nomes da Bíblia a figuras significativas na realidade.

Simultaneamente, ele entendeu por que o Cavaleiro de Espadas, o outro portador de uma carta dos Arcanos Menores, pretendia explodir o depósito de armas da Escola de Pensamento Rosa.

— Heh heh, deveríamos parar de chamá-la de Escola de Pensamento Rosa? Não podemos simplesmente chamá-la de Escola da Indulgência? — Lumian provocou.

Franca respondeu divertida: — Que nome ridículo! Você acha que toda organização secreta é tão pouco criativa quanto a Ordem da Cruz de Ferro e Sangue?

Enquanto conversavam, eles ouviram o andar familiar de Jenna se aproximando.

Jenna abriu a porta e ficou surpresa ao encontrar Lumian parado ali.

— Algo aconteceu com ele ontem à noite, — explicou Franca.

— O que aconteceu? — Jenna examinou Lumian, mas não encontrou sinais de ferimentos.

Franca relatou brevemente a Escola de Pensamento Rosa e o Lobisomem, deixando de fora a profunda conexão que a unia, Lumian e a Igreja do Tolo.

Quanto mais Jenna ouvia, mais alarmada ela ficava. Ela sentia que um Sequência 9 não era nada no mundo do misticismo.

Sua determinação de se tornar uma Instigadora o mais rápido possível ficou mais forte.

Após a discussão, Franca acrescentou: — Vou explicar brevemente a situação de um Zumbi e um Espectro para que vocês não se precipitem sem saber de nada ou sintam a anormalidade sem perceber.

— Comparado ao Lobisomem, a maior transformação de um Zumbi é sua robustez de aço. Eles não têm medo de fogo, balas ou balas de canhão. Você precisa atingir o mesmo ponto mais de cinco vezes seguidas para romper suas defesas. Como Zumbis, enquanto suas cabeças permanecerem intactas, eles não correm perigo.

— Eles também dominam magias de decomposição, gelo e morte que podem despertar e controlar fantasmas e cadáveres.

— Um Espectro pode se transformar livremente num estado incorpóreo. Eles não têm mais um corpo físico e não têm medo de dano físico. Suas habilidades de conjuração de magia são significativamente melhoradas. Eles podem até mesmo possuir você à força, tomando o controle do seu corpo e fazendo você se matar.

— Após entrar no estado de Espectro, eles podem atravessar diferentes espelhos e usá-los para se esconder. Mesmo se você ativar sua Visão Espiritual, é quase impossível vê-los diretamente.

— Se você encontrar algo parecido, não deve ser descuidado. Você tem que considerar a possibilidade de lidar com um verdadeiro Espectro.

Lumian ouviu atentamente e ponderou antes de dizer: — Ataques direcionados ao espírito são mais eficazes contra Zumbis e Espectros?

— Sim, eu recomendo as habilidades do domínio do Sol, — Franca disse com uma risada. — No entanto, eu sugiro que você corra se puder ao enfrentar tal inimigo. Se não puder, procure ajuda rapidamente.

Lumian nunca achou constrangedor pedir ajuda. Ao expressar sua concordância, ele propôs uma nova ideia.

— Eles são todos membros da facção da indulgência. Não seria melhor lidar com eles usando uma habilidade de influenciar desejos?

Se fosse esse o caso, o item místico feito do Ramo das Sombras seria útil.

Lumian ainda não havia contatado a Madame Mágica. Ele planejava esperar o Sr. K recompensá-lo antes de decidir qual característica de Beyonder combinaria com o Ramo das Sombras.

— Em teoria, sim, mas pode ter o efeito oposto — Franca o alertou.

Depois de discutir sobre a Escola de Pensamento Rosa, Jenna contou como foi recrutada como informante e forneceu informações sobre o Claustro do Vale Profundo.

Franca realmente ficou feliz por ela.

— Isso mesmo. Dessa forma, você terá uma fonte fixa de recursos, mas os oficiais são muito rigorosos sobre itens-chave. Você não pode confiar neles completamente.

Lumian não esperava que Valentine também estivesse no distrito comercial. Ele estava preocupado com sua falta de disfarces necessários. Os Óculos do Espreitador de Mistérios só podiam ser usados ​​em momentos críticos.

Depois de pensar um pouco, ele disse a Jenna: — Mostrar sua devoção ao Eterno Sol Ardente diante de um Purificador renderá ganhos inesperados.

— Você parece muito experiente. — Os olhos de Jenna dispararam ao redor, sentindo que Ciel guardava muitos segredos.

Saindo da Rue des Bluses Blanches, Lumian voltou para o Salle de Bal Brise.

Quanto mais ele se aprofundava em organizações secretas, mais sentia sua falta de conhecimento sobre misticismo.

Lumian tomou um gole de absinto e se acomodou em seu escritório.

Quando estava prestes a encontrar uma posição mais confortável, a luz das estrelas brilhou, formando uma porta deslumbrante e onírica.

A porta se abriu e a Madame Mágica surgiu. Hoje, ela usava uma camisa bege, um vestido amarelo-amarronzado e botas de couro marrom-escuro.

“O que houve?” Lumian se levantou.

A Madame Mágica sorriu e respondeu: — O amigo que mencionei antes, aquele que pode ajudá-lo a decifrar os símbolos, terminou seu trabalho recente e está em férias curtas. Vou levá-lo até ele agora.

Lumian respondeu com uma excitação incomum: — Tudo bem!

Capítulo 299 – Interpretação

Lumian esperava ansiosamente que os símbolos dos sonhos fossem interpretados para que pudesse obter pistas suficientes antes de se encontrar com o Padre Guillaume Bénet.

Só então poderia interrogar seu alvo de forma eficaz.

Desta vez, quando a Madame Mágica colocou a mão em seu ombro, as camadas habituais de cores saturadas e criaturas estranhas estavam ausentes.

Em vez disso, ele sentiu uma onda de luz estelar antes de se encontrar em um túnel escuro distorcido e oculto. Seu espírito e corpo pareciam em caos, sem saber se ele estava avançando, recuando ou simultaneamente subindo e descendo.

O estado durou pouco, mas Lumian não conseguiu estimar a duração com precisão, como se a noção de tempo tivesse escapado temporariamente de seu alcance.

Quando voltou a si, quase suspeitou que estava no Salle de Bal Brise há apenas um momento e, no instante seguinte, havia chegado ao seu destino.

À sua frente, havia uma floresta primitiva, com sua densa copa quase bloqueando o céu. Em um espaço aberto cercado por árvores altas, havia uma cabana de caçador amarelo-amarronzada.

— Entre, — ecoou a voz da Madame Mágica, embora ele não pudesse ver a semideusa.

Seguindo suas instruções, Lumian deu um passo à frente, pisando em sanguessugas e passando pelos insetos venenosos dançantes no ar e na vegetação. Ele chegou à cabana de caçador e abriu a porta de madeira destrancada.

Lá dentro, fileiras de estantes de livros cobriam as paredes, e uma mesa de madeira ficava no centro, parecendo existir em um mundo diferente em comparação à floresta primitiva lá fora.

Uma pessoa estava sentada atrás da mesa, vestida com uma camisa branca e um casaco preto aberto, parecendo um tanto obscurecida por uma névoa espessa. Lumian mal conseguia distinguir as roupas, características faciais e gênero da pessoa, mas não seu rosto claramente.

— Sente-se, — a pessoa falou com uma voz levemente magnética e etérea.

— Olá, — Lumian cumprimentou com uma reverência educada antes de se sentar. — Posso saber como devo me dirigir a você?

A pessoa refletiu por um momento e respondeu: — Pense em mim como um poeta.

“Poeta?” Lumian não entendeu completamente o significado do codinome, mas ainda assim escolheu mostrar respeito. — Olá, Sr. Poeta.

O poeta assentiu levemente e disse: — A Mágica já compartilhou todo o sonho e as informações relacionadas comigo, mas eu ainda gostaria de ouvir você contar tudo em detalhes.

“Dirigindo-se a ela diretamente como Mágica… Ele também é um membro do Clube do Tarô? Um portador de uma carta dos Arcanos Maiores?” Lumian avaliou o poeta à sua frente com um palpite.

No contorno da densa neblina, ele teve uma impressão mais clara.

Seu cabelo preto estava mais longo do que o normal, dando-lhe uma aparência artística. Seus olhos eram verde-esmeralda, não afiados, mas cativantes. Ele tinha um rosto fino e uma postura relaxada…

A combinação desses elementos e a névoa espessa fizeram com que o poeta parecesse ter saído de um sonho.

— Tudo bem, — respondeu Lumian.

Ele relatou o pesadelo de Cordu, complementado pelos vários vestígios encontrados nas ruínas e pela vasta quantidade de informações que ele reuniu no último mês.

Comparado a antes, suas emoções ainda eram agitadas ao relembrar esses assuntos, mas não tão intensamente. Durante todo o processo, ele só respirou fundo uma única vez.

Enquanto falava, Lumian notou o poeta, recostado na cadeira, apertando as mãos entre o peito e o abdômen. Os olhos verdes do poeta estavam muito mais claros do que antes.

No segundo seguinte, Lumian notou insetos estranhos entrando e saindo das órbitas oculares dele.

Os insetos alternavam entre translucidez e opacidade, como se carregassem anéis nas costas.

Tal cena quase fez Lumian esquecer de continuar sua história. Era como encarar o monstro sem cabeça criado pelo Supervisor Olson. Ele não conseguiu evitar se sentir chocado.

Ele se recompôs e se forçou a ignorar os insetos estranhos que se contorciam em seus olhos, expressando tudo o que queria dizer.

Depois que suas palavras cessaram, o poeta ficou em silêncio por um momento antes de continuar: — É realmente um sonho cheio de significado simbólico.

— Vamos começar com a parte mais simples: o falecido Bruxo na tumba.

“Não simboliza Aurore se tornando a Abençoada da Inevitabilidade e finalmente morrendo?” Lumian estava prestes a fazer essa pergunta, mas antes que pudesse, o poeta pareceu sentir seus pensamentos e tomou a iniciativa de explicar.

— Este é um símbolo típico de estrutura dupla. Em outras palavras, ele contém duas camadas de significado.

— A primeira camada é sobre o Bruxo representando o poder da Inevitabilidade, ou melhor, corrupção. E também representa Termiboros. O caixão é como o conceito de ‘morte’. Ambos simbolizam o selamento do poder da Inevitabilidade e sua perda de vitalidade. A tumba em si representa o selo.

— No sonho, podemos ver que o Bruxo está realmente morto e nunca deixou a tumba. Isso se alinha com o estado selado em seu corpo.

— Sua irmã Aurore também recebeu alguma bênção da Inevitabilidade neste incidente. Ela é suspeita de ser uma das líderes, incorporando o poder da Inevitabilidade até certo ponto. Além disso, ela já está morta, então o Bruxo assume um segundo significado simbólico.

— Essas duas camadas de simbolismo são sobrepostas pelo poder central da Inevitabilidade, o que pode facilmente fazer com que os intérpretes negligenciem uma delas.

“Então é assim…” O coração de Lumian afundou enquanto ele gradualmente acreditava no poeta. De outra perspectiva, ele agora entendia a essência da lenda do Bruxo.

O poeta manteve sua postura sentada, e não havia mais insetos estranhos entrando e saindo de suas órbitas oculares.

— Agora que desvendamos todo o simbolismo do falecido Bruxo, há uma resposta preliminar para a coruja e o outro você.

— O outro você simboliza tanto sua personalidade mutante devido à corrupção quanto a tentativa de Termiboros de atingir Seu objetivo influenciando seus pensamentos. Se tivéssemos apenas o primeiro símbolo, o outro você provavelmente não seria capaz de deixar a tumba.

— O fato de que a coruja pode entrar e sair livremente da tumba do falecido Bruxo significa que ela pode contornar o selo até certo ponto. Ela também exibia algumas características: monitorar suas mudanças, não aparecer em momentos críticos e proteger o falecido Bruxo.

— Com base em nossa interpretação do significado simbólico do falecido Bruxo, a coruja representa outro Abençoado da Inevitabilidade, designado para monitorar sua condição. Sua atitude em relação ao falecido Bruxo é bastante ambígua. Ela não exibiu o comportamento protetor que deveria ter, nem auxiliou durante o ritual final com a descida do anjo.

— Ignorar o selo sugere que ele está no mundo exterior e pode estar se comunicando com Termiboros de alguma forma. Ainda não tenho certeza sobre isso. Você não deve ignorar outras possibilidades.

“Então, o símbolo do Sofredor acaba sendo a coruja. Pensei que fosse o outro eu ou Aurore…” Lumian deu um suspiro de alívio, mas também sentiu uma sensação de decepção.

Durante a pausa momentânea no discurso do poeta, ele aproveitou a oportunidade para fazer uma pergunta. — O altar subterrâneo existe, mas o que a aura do Sofredor no sonho simboliza?

— A primeira camada simboliza a aparição anterior do poder da Inevitabilidade ali, mas apenas nesta camada. É improvável que os elementos simbólicos tomem a forma da aura do Sofredor. — O poeta levou um momento para interpretar. — Quanto à segunda camada, se a coruja, a Abençoada da Inevitabilidade, que zela por você já é uma Sofredora, significa que ela não quer que outros entrem em contato com o altar da Inevitabilidade. Ela também simboliza o poder da Inevitabilidade.

— Além disso, observamos que você sofreu o menor dano naquela época. Isso sugere que o Sofredor não está disposto a matá-lo. Pode até protegê-lo até certo ponto. Isso é bem parecido com o tratamento psiquiátrico que você experimentou no distrito comercial de Trier.

“Então, desde o começo, essa pessoa já estava de olho em Termiboros? Claro, antes que suas intenções sejam totalmente reveladas, ele cooperará com Termiboros para fazer algo… Termiboros tentou me influenciar várias vezes, mas sem sucesso. Poderia ser esse o motivo?” Lumian não pôde deixar de simpatizar com o anjo da Inevitabilidade selado em seu peito.

O poeta continuou: — Suspeito que haja uma terceira camada simbólica. Ela representa um verdadeiro Sofredor em Cordu, um Sofredor que não está no nível Beyonder.

“Um verdadeiro Sofredor…” O coração de Lumian disparou.

Ele fez inúmeras conexões, mas não conseguiu encontrar a resposta correta.

O poeta não estava inteiramente certo sobre isso, então não elaborou mais. Em vez disso, se concentrou em interpretar o símbolo que mais preocupava Lumian.

— Independentemente de o elfo parecido com um lagarto realmente existir ou não, sua importância simbólica no sonho é bastante evidente.

— Primeiramente, representa um anseio pelo cemitério e um fascínio por entrar e sair de tumbas, mas nunca entra verdadeiramente na tumba do Bruxo falecido. Isso significa sua afiliação com outra facção, ligada ao poder da Inevitabilidade, mas não exatamente a mesma. Parece estar usando essa conexão para buscar e atingir algo relacionado à Inevitabilidade.

“Outra facção…” Lumian lembrou-se do “lagarto” presente durante o incidente da Árvore das Sombras.

O poeta sentou-se ereto.

— Em segundo lugar, simboliza corrupção oculta e alterações inconscientes.

— Em todo o sonho, apenas dois indivíduos tinham um elfo parecido com um lagarto rastejando para fora de suas bocas. Um era sua irmã Aurore, e o outro era o vice-padre, Michel Garrigue. O que você lembra sobre ele na realidade?

Lumian refletiu por um momento e respondeu: — Ele é um pouco parecido com o sonho, mas não tão exagerado.

— Ele é um devoto seguidor do Eterno Sol Ardente. Quando foi rejeitado por Guillaume Bénet, ele se fixou em dar sermões e ouvir confissões. Mais tarde, seu comportamento se tornou cada vez mais aparente, negligenciando todos os outros assuntos…

De repente, Lumian se assustou.

Ele pensou em Aurore, a outra pessoa do sonho que tinha um elfo parecido com um lagarto emergindo de sua boca.

“Ela também não havia se esquecido de pedir ajuda a Hela?”

O Sr. Poeta assentiu.

— Sua irmã Aurore deveria ter demonstrado um comportamento semelhante.

— Terceiro, a facção ou divindade representada pelo elfo lagarto não quer testemunhar um anjo da Inevitabilidade descendo. Ele simboliza o papel de um sabotador.

Vendo a confusão de Lumian, o poeta continuou: — Se outro alguém, que não estivesse influenciado pelo elfo parecido com um lagarto, te nocauteasse e levasse ao local do sacrifício final, o ritual de descida poderia ter sido bem-sucedido.

— Pense nisso: durante o ritual, se outra pessoa tivesse ficado na frente de Aurore em vez de você, ela teria tido um momento de clareza e o empurrado para fora do altar?

Capítulo 300: Outro Símbolo

Ao ouvir a pergunta do Sr. Poeta, Lumian foi pego de surpresa. Um arrepio percorreu sua espinha e perfurou seu cérebro como uma adaga gelada.

Seja Aurore, que o nocauteou no sonho e o levou para o local do sacrifício, ou o vice-padre, Michel Garrigue, que fez isso na realidade, todos foram secretamente corrompidos pelos elfos — evidente pelos que saíam de suas bocas!

Se Lumian não tivesse se tornado o recipiente, forçado a entrar no altar e ficado diante de Aurore, o ritual de descida de Termiboros poderia ter tido sucesso. Aurore não teria empurrado o recipiente para fora do altar, arruinando o ritual, e a marca de Sr. Tolo de Lumian não teria sido ativada!

Essa percepção deixou a mente de Lumian em caos.

Ele nunca imaginou que o elfo parecido com um lagarto estava por trás da sabotagem do ritual. Eles tinham insidiosamente corrompido Aurore e o vice-padre, tornando-os cegos para assuntos importantes e perdendo sua última chance de se salvarem!

— O-o que ele quer? Qual é o seu verdadeiro motivo? — Lumian perguntou, sentindo uma pontada de dor.

A voz do poeta, velada na névoa, respondeu calmamente: — Estou apenas interpretando o significado simbólico dos elementos do seu sonho. Não posso reconstruir totalmente a verdade.

— Mas posso oferecer algumas especulações.

— A facção representada pelos elfos semelhantes a lagartos pretende usar o sacrifício em larga escala dos crentes da Inevitabilidade para invocar um anjo para algum propósito oculto. No entanto, eles não querem que Termiboros desça sobre esta terra de verdade.

— Deve haver um conflito entre eles e a entidade conhecida como Inevitabilidade. —

Lumian assentiu, achando que era a explicação mais lógica.

Ele não conseguiu deixar de franzir a testa.

— Que motivos ocultos eles têm?

— Esse é um dos caminhos para sua investigação subsequente, — disse o poeta com um sorriso. — Decifração não é adivinhação ou profecia. Você precisa de informação suficiente para dedução. Você não pode fazer suposições selvagens.

Lumian assentiu levemente, ansioso para alcançar o padre, Guillaume Bénet.

O poeta se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa de madeira, com as mãos ainda entrelaçadas.

— Eu já decifrei os elementos simbólicos mais cruciais. Só resta um.

— Seu sonho em si tem um forte significado simbólico.

— O sonho em si? — Lumian ponderou por alguns segundos, mas não conseguiu entender o simbolismo específico.

A voz do poeta se aprofundou, não mais anormalmente etérea, mas mais magnética.

— Simboliza proteção.

— Naquela época, devido a intensas convulsões emocionais, sua mente estava à beira do colapso, e você caiu em um sono profundo. Se não fosse pelo conforto e esperança trazidos pelo sonho real, talvez você tivesse entrado em colapso completamente. Impulsionado por suas tendências autodestrutivas, você teria agido irracionalmente até sua morte.

— Além disso, podemos confirmar que você não tem a habilidade de produzir um sonho real, nem pode atrair investigadores para esse sonho. O Termiboros selado também não pode fazer isso. Em outras palavras, o sonho real é resultado de interferência externa.

— Não compreendemos as habilidades específicas dos Beyonders de Alta Sequência do caminho da Inevitabilidade. Não podemos determinar se foi feito pelo Abençoado da Inevitabilidade simbolizado pela coruja ou se foi influenciado por outras facções. Dada a interpretação anterior e a situação na realidade, todos eles têm motivos suficientes.

— Resumindo, além da entidade conhecida como Inevitabilidade, ninguém mais quer ver Termiboros realmente descer sobre a terra.

Lumian imediatamente se lembrou da área ao redor do pico da montanha cor de sangue nas ruínas de Cordu que induzia ao sono.

Antes que ele pudesse tocar no assunto, o poeta acrescentou: — Considerando que a área que força os outros a dormir é ao redor do solo sacrificial e não da casa onde você dorme, estou inclinado a acreditar que é influenciado por outras facções. O propósito principal delas é interromper o ritual, e proteger você é simplesmente uma consequência.

— Se isso fosse feito pelo abençoado pela Inevitabilidade simbolizado pela coruja, a localização da área anormal seria completamente oposta.

“A facção representada pelo elfo parecido com um lagarto fez isso, ou outra pessoa fez. Existe outra facção?” Quanto mais Lumian entendia a situação, mais percebia que a verdade do desastre de Cordu era muito mais complicada do que ele esperava.

Ele ficou em silêncio, levando um momento para organizar seus pensamentos antes de falar.

— Qual é o significado do berço vazio no castelo do administrador?

O poeta levou alguns segundos para contemplar e então respondeu: — É um símbolo bem menor. Ele representa a criança da Grande Mãe. Com base nas informações que você forneceu, parece que a criança pode ter entrado em nosso mundo secretamente durante o ritual de sacrifício final, auxiliada por outro filho de sangue escondido por Madame Pualis. Então, ele deixou Cordu despercebido, deixando para trás o berço vazio.

“A criança da Grande Mãe…” Lumian sibilou para si mesmo, percebendo que a seriedade da situação era comparável à descida de Termiboros.

A facção da Inevitabilidade assumiu um risco significativo e trabalhou incansavelmente por quase um ano, tudo para obter um anjo selado. No final das contas, serviu ao propósito da Grande Mãe.

Com esses pensamentos, Lumian deixou de lado suas preocupações.

Os santos e anjos do Clube de Tarô e da Igreja do O Tolo, sem dúvida, lidariam com esse assunto. Estava além das preocupações de alguém como ele, um mero Sequência 7.

Além disso, essa questão girava principalmente em torno do ritual de sacrifício e tinha pouco a ver com a verdade por trás do desastre de Cordu. O foco principal de Lumian era rastrear e capturar o padre, Guillaume Bénet.

Ele então perguntou: — Por que toda a vila de Cordu foi destruída, enquanto apenas minha casa permaneceu intacta?

O poeta refletiu por um momento e respondeu: — Acredito que simboliza a nostalgia, a relutância e o arrependimento de Aurore.

— Após o ritual, ela deveria ter recuperado alguma clareza. No meio da fusão da carne e do sangue dos aldeões, ela instintivamente protegeu o edifício que representava sua bela vida passada.

— É claro que é possível que ela também tenha usado outras forças para interferir no ritual.

“Nostalgia… Relutância… A bela vida do passado…” Lumian ficou em silêncio, perdido em pensamentos.

Observando isso, o poeta descruzou as mãos e disse: — Decifrei todos os elementos simbólicos do seu sonho.

— Obrigado, Sr. Poeta. — Lumian se levantou e, seguindo os costumes da Igreja do Tolo, levou a mão ao peito e fez uma leve reverência.

Por um momento, sua mente se perdeu, vendo o poeta, a mesa de madeira, as estantes de livros ao redor, as paredes, a floresta primitiva lá fora e todos os tipos de insetos desaparecerem como um sonho, retornando à escuridão profunda.

Em um instante, a escuridão desapareceu, e Lumian se viu parado na beira de um mercado.

À distância, havia prédios brancos com torres de sinos e pináculos preto-escuros ou amarelo-terra. Perto, tendas semelhantes a nuvens e rebanhos de vacas, ovelhas e cavalos estavam espalhados.

A maioria das pessoas que passavam pelo mercado tinha pele escura, como se estivessem expostas ao sol todos os dias. Entre elas, os homens usavam chapéus de feltro e túnicas vermelho-escuras ou azul-celeste, enquanto as mulheres usavam vestidos coloridos de várias camadas.

Um vento gelado uivava enquanto Lumian olhava para o pico da montanha coberto de neve à distância, momentaneamente perdido em seus pensamentos.

A conversa com o poeta e o que ele acabara de vivenciar pareciam um sonho vívido.

Não, foi um sonho!

É por isso que ele não conseguia ver o Sr. Poeta claramente.

“Eu não percebi que estava sonhando. Quando o sonho começou? Parecia assustadoramente semelhante ao sonho que tive nas ruínas de Cordu. Poderia ser que o caminho divino do Sr. Poeta tem o poder de fazer os outros terem sonhos vívidos? E poderia a área anormal ao redor da montanha cor de sangue estar relacionada a habilidades semelhantes?” Lumian ficou chocado no início, mas então vários pensamentos passaram por sua mente.

Nesse momento, a Madame Mágica apareceu diante dele, vestindo uma camisa bege, um vestido amarelo-acastanhado e botas de couro marrom-escuro.

— Você quer voltar para o Salle de Bal Brise agora? — perguntou a portadora da carta dos Arcanos Maiores.

Lumian perguntou casualmente: — Onde estamos?

A Madame Mágica olhou para o céu azul e as nuvens brancas e respondeu: — Estamos em Rapus, nas Terras Altas das Estrelas, outrora uma cidade importante no Reino das Terras Altas, também conhecida como a Cidade do Branco.

“Terras Altas das Estrelas…” Lumian lembrou da Escola de Pensamento Rosa e relatou o ataque do Lobisomem e os arranjos de Gardner Martin para a Madame Mágica. Finalmente, ele perguntou: — A Escola de Pensamento Rosa entrou no distrito comercial por causa da Árvore das Sombras? E eles não coletaram informações detalhadas sobre mim da Sociedade da Felicidade?

A Madame Mágica riu.

— Você deveria ter feito essas perguntas antes. O cavalheiro que ajudou você a decifrar os símbolos dos sonhos é um especialista em lidar com a Escola de Pensamento Rosa. Tudo bem, vou perguntar a ele para você agora.

Com isso, ela desapareceu na frente de Lumian. Poucos minutos depois, reapareceu na mesma posição, sem ser notada pelas pessoas que passavam pelo mercado.

A Madame Mágica sorriu para Lumian e disse: — Com base na experiência daquele cavalheiro, embora a Árvore Mãe do Desejo e suas organizações de adoração mostrem um propósito claro, determinação suficiente, previsão precisa do futuro e excelente planejamento em um nível mais alto e na escala macro, quando se trata de eventos específicos, eles geralmente parecem caóticos, desordenados e até mesmo loucos. Isso reflete a natureza do próprio deus maligno.

— Em termos mais simples, as organizações que adoram a Árvore Mãe do Desejo não cooperam ou se comunicam bem. Às vezes, agem de forma errática e imprevisível. É uma situação comum.

— No entanto, no último ano ou dois, aquele cavalheiro notou alguma cooperação rudimentar entre essas organizações. Alguns membros das famílias Diabólicas estão até envolvidos.

— Famílias Diabólicas? — Lumian nunca tinha ouvido falar desse termo.

A Madame Mágica explicou casualmente: — As famílias que controlam o caminho do Diabo: o caminho do Criminoso. Algumas delas mostram sinais de adoração à Árvore Mãe do Desejo.

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