Circle of Inevitability – Capítulos 351 ao 360 - Anime Center BR

Circle of Inevitability – Capítulos 351 ao 360

Capítulo 351 – Intenção de Matar

Combo 46/50


“Droga!” Lumian não conseguiu evitar xingar interiormente quando viu Monette.

Uma mistura de raiva e medo tomou conta dele, uma reação ao estresse da situação.

“Por que é ele de novo?”

“Por que ele apareceu no subsolo diante de mim em um momento tão crítico?”

“O que ele está fazendo?”

“Por que ele é como os percevejos do Auberge du Coq Doré, as baratas no lixo e os ratos no subterrâneo de Trier, onipresente e inevitável?”

— Quem é você? — Hela perguntou friamente.

Seu comportamento impassível acalmou rapidamente as emoções de Lumian. Sua mente correu enquanto ele analisava as intenções do vigarista ilhéu, Monette, e o salão de dança Salle de Bal Unique que o apoiava.

Monette, com um sorriso malicioso, beliscou o monóculo na órbita do olho direito e respondeu:

— Como vocês, um aventureiro de tumbas.

“Aventureiro de tumbas… Você faz ladrões de túmulos parecerem tão honrados… Madame Justiça disse uma vez que quanto maior a Sequência, mais perigoso é entrar nas catacumbas… Portanto, o anjo em que Monette acredita não pode lhe dar nenhuma assistência aqui. Os santos com divindade no Salle de Bal Unique também não ousam entrar… Em outras palavras, se Madame Hela e eu unirmos forças, temos uma grande chance de manter Monette aqui para sempre, impedindo-o de vagar por aí como uma barata!” Lumian estreitou os olhos enquanto olhava para Monette.

O medo em seu coração se dissipou significativamente, e os pensamentos perigosos de usar esta oportunidade para eliminar o vigarista à sua frente se multiplicaram rapidamente.

Lumian sorriu e olhou para Monette.

— Aventureiro da tumba? Você conhece bem esse lugar?

Monette sorriu e disse: — Claro.

Ele levantou a mão direita e apontou para um túmulo antigo no limite do alcance da luz das velas.

— Issoe pertence a um membro da família Zoroast da Quarta Época.

Imediatamente depois, Monette apontou para alguns túmulos próximos.

— Esse é um membro da família Jacob, um membro da família Abraham, um membro da Legião de Sangue…

— Infelizmente, não há características de Beyonder deixadas para trás.

A surpresa e a perplexidade de Lumian aumentaram quando ele percebeu que o vigarista ilhéu havia genuinamente respondido à sua pergunta. Isso levantou ainda mais perguntas sobre os motivos de Monette.

Ele apontou cautelosamente para o antigo túmulo de onde Monette havia saído.

— De quem é esse túmulo?

Monette deu alguns passos à frente, notando a mudança sutil no comportamento de Lumian. Ele parou e manteve seu sorriso enigmático.

— Um membro da família Amon da Quarta Época. 1

“O conhecimento desse vigarista sobre as famílias da Quarta Época e o quarto nível das catacumbas é muito mais extenso do que deveria estar escrito nas placas …” Em meio à perplexidade de Lumian, Hela falou novamente.

— Então você sabe onde fica a Fonte do Esquecimento?

Monette acariciou a borda externa do monóculo e sorriu.

— Por que eu deveria te contar? Que tipo de recompensa você pode oferecer?

— Por que deveríamos acreditar que você tem a localização exata da Fonte do Esquecimento? — Lumian perguntou instintivamente.

Ele suspeitava que Monette estava prestes a embarcar em seu engano habitual.

Monette riu levemente.

— Eu realmente não sei. O nome não é tão impressionante. Parece vir de um livro antigo que li uma vez. No entanto, depois de chegar a esse nível muitas vezes, descobri alguns fenômenos estranhos. Alguns ossos animados ocasionalmente se reúnem automaticamente nesta área, entram em uma tumba e nunca mais saem.

“Os mortos-vivos reanimados pelo ambiente serão afetados pela anormalidade desta tumba e atraídos para ela automaticamente? Ou é a Fonte do Esquecimento? Lado oeste, alguma tumba antiga. As condições combinam…” O coração de Lumian disparou enquanto ele se tornava ainda mais vigilante.

Monette, o vigarista do ilhéu, divulgou voluntariamente informações cruciais sem receber nenhum pagamento?

Isso era completamente fora do comum para ele!

Qualquer anomalia que ocorresse significava que algo estava errado!

Lumian suspeitou de dois cenários possíveis: ou Monette estava atraindo ele e Hela para a tumba antiga onde os mortos-vivos se reuniam, na esperança de levá-los a uma armadilha, ou ele os estava usando como exploradores para navegar neste território perigoso.

Ambas as possibilidades eram igualmente plausíveis. Embora a primeira não beneficiasse Monette, algumas pessoas gostavam de ver outras sofrerem.

— É tudo o que sei. — Monette apertou o monóculo na órbita do olho direito e disse com um sorriso: — Vou procurar nas outras tumbas. Se você puder encontrar a chamada Fonte do Esquecimento, lembre-se de deixar um bilhete para mim na tumba do membro da família Amon; diga-me o que há de tão especial nela.

Enquanto falava, ele avançou em direção a Lumian.

No estado tenso de Lumian, pronto para atacar a qualquer momento, o vigarista ilhéu o contornou e foi em direção ao túmulo distante, carregando uma vela branca acesa.

Logo, sua silhueta desapareceu no cruzamento, mergulhando a área na escuridão mais uma vez.

“Ele realmente foi embora?” Lumian permaneceu vigilante, sua atenção focada na reação de Termiboros.

O anjo da Inevitabilidade permaneceu em silêncio, aparentemente imperturbável pelo reaparecimento de Monette.

Hela deu alguns passos para trás e se posicionou ao lado de uma tumba antiga, abrindo sua frágil porta de pedra.

Diante dos ossos branco-claros espalhados na entrada do túmulo, Hela levantou a mão direita.

Como se puxados por fios invisíveis, os ossos convergiram rapidamente, transformando-se em um esqueleto humanoide oscilante com um som de rangido.

Hela se absteve de dar qualquer comando à criatura morta-viva que ela havia invocado. Ela observou friamente enquanto lentamente partia da tumba, atraída por uma força invisível para a escuridão.

“Madame Hela é do caminho do Colecionador de Cadáveres ou possui um item místico correspondente?” Lumian discerniu grosseiramente as intenções de Hela. Ela pretendia utilizar a característica das criaturas mortas-vivas — a atração automática pela problemática tumba antiga — para traçar seu curso.

A anomalia mais provável nesta região era a Fonte do Esquecimento!

Segurando suas velas brancas acesas, a dupla seguiu o esqueleto humanoide pelos túmulos mais a oeste.

De repente, outra figura surgiu da escuridão na esquina, acompanhada por uma chama de vela.

Um monóculo de cristal adornava sua órbita ocular direita, e um sorriso enigmático enfeitava seu rosto.

Era aquele vigarista, Monette, mais uma vez!

Enquanto Lumian pulava de susto, Monette perguntou com um sorriso: — Essa Fonte do Esquecimento é interessante? Posso acompanhá-los?

“Por que você não perguntou antes?” A intenção assassina de Lumian surgiu.

Sem pestanejar, ele disse: — Nós nem a localizamos ainda. Como saberíamos se é interessante? Por que você não se escondeu nas sombras, aguardando a conclusão de nossa exploração e a confirmação de quaisquer perigos ou armadilhas antes de se aventurar? Dessa forma, o risco seria consideravelmente menor. E mesmo se tivermos sucesso, não seremos capazes de remover a Fonte do Esquecimento por completo.

Monette pressionou o dorso do dedo indicador direito contra o monóculo e concordou com a cabeça.

— Você levantou um ponto válido.

O vigarista sorriu e recuou para a escuridão na esquina.

A chama da vela diminuiu rapidamente até desaparecer.

“Ele foi embora tão facilmente?” Os pensamentos de Lumian dispararam, mas ele não conseguia decifrar as intenções de Monette.

Ele olhou para Hela e percebeu que ela estava bebendo novamente, mas sua pele estava pálida, quase azulada.

Ela parecia ainda mais um cadáver agora.

— Você tem alguma ideia do que acontece com essas pessoas que usam monóculos? — Lumian perguntou.

Hela colocou o frasco militar vazio de volta em seu bolso escondido. Enquanto continuava a seguir o esqueleto humanoide, ela respondeu com uma voz fria e etérea: — Está ligado à família Amon da Quarta Época.

“Família Amon da Quarta Época… A tumba antiga da qual Monette emergiu pertencia a um membro da família Amon… Eles controlam o caminho do Saqueador, assim como Franca mencionou o controle da Família das Demônias sobre o caminho do Assassino.” Vendo que Hela não estava inclinada a compartilhar mais, Lumian não teve escolha a não ser ficar em silêncio e seguir.

O reaparecimento de Monette afastou qualquer pensamento de conversa fiada para aliviar sua inquietação.

À medida que avançavam, as velas seguradas por Lumian e Hela adquiriram um tom tênue e assustador de verde escuro.

O esqueleto “ressuscitado” se transformou em uma tumba enorme e decadente com uma porta de pedra parcialmente aberta.

O ânimo de Lumian aumentou, sentindo que a Fonte do Esquecimento estava próxima.

Naquele momento, outra figura colocou a cabeça para fora da lateral do túmulo.

Sob a luz amarelada das velas, o monóculo de cristal brilhava com um brilho inquietante.

Era o vigarista, Monette, mais uma vez!

Ele sorriu e perguntou: — Você tem alguma mensagem para sua família e amigos? Posso ajudar a transmiti-la.

Lumian ficou tão assustado que quase não conseguiu conter a vontade de atacar Monette ali mesmo!

Não poderia haver lugar melhor para lidar com ele!

— Não, — Hela respondeu friamente, optando por não se envolver.

Lumian exalou lentamente e disse: — Eu também não.

— Que pena. — Monette retornou ao túnel escuro ao lado do túmulo, parecendo desapontado.

A luz amarelada da vela tremeluziu levemente, indicando que ele não tinha ido muito longe e estava esperando por perto.

Lumian não pôde deixar de olhar para Hela e gesticular com a mão direita como se estivesse cortando uma garganta.

Ele estava perguntando se eles deveriam eliminar o vigarista ilhéu com antecedência.

Hela permaneceu em silêncio por alguns momentos antes de balançar a cabeça gentilmente.

— Partiremos assim que obtivermos a Fonte do Esquecimento.

Ela pretendia manter o foco no objetivo e evitar causar mais problemas.

“Sim, depois que eu coletar a água da fonte, vou me teletransportar com Madame Hela…” Lumian concordou e substituiu as velas por outras novas.

Depois de algum tempo, o esqueleto ainda não havia emergido. Cautelosamente, eles entraram na tumba maciça pela porta de pedra parcialmente aberta.

Naquele momento, uma voz rouca e idosa ecoou das profundezas do túmulo.

— Pare!

Dentro do perímetro da luz amarelada da vela, uma figura tremeu e apareceu.

Capítulo 352: Fonte do Esquecimento

Combo 47/50


Uma figura saiu cambaleando das profundezas do túmulo.

Quando a figura entrou no alcance das chamas da vela, pareceu desconfortável com a luz. Ela levantou a mão direita para se proteger do brilho.

Semelhante aos administradores do túmulo, a figura usava uma camisa azul e calças amarelas. No entanto, seu rosto tinha rugas profundas e manchas castanho-claras. Cabelos brancos, secos e ralos adornavam sua cabeça, e seus olhos eram de um preto puro incomum, exalando uma frieza glacial.

Por alguma razão inexplicável, Lumian achou desafiador discernir as feições do velho administrador da tumba. Sua silhueta parecia borrar nas bordas, misturando-se perfeitamente com a escuridão ao redor, imune ao brilho da vela branca. Sua respiração era tão fraca que beirava a inexistente.

Com uma voz rouca e sem emoção, como a de um cadáver capaz de falar, ele disse: — Saiam daqui!

— Já que está aberto para visitas, não deve haver áreas restritas! — Lumian retrucou, ecoando o tom dos estudantes universitários do Quartier de la Cathédrale Commémorative, tentando argumentar com ele.

Mas o velho administrador do túmulo repetiu: — Saiam daqui!

Lumian se virou para Hela, esperando que ela conseguisse persuadir o coveiro.

Se isso falhasse, estava preparado para tomar medidas mais diretas, seja restringindo a outra parte ou até mesmo deixando-a inconsciente.

O Feitiço de Harrumph era perfeitamente adequado para tais tarefas.

Entretanto, Hela balançou a cabeça lentamente e começou a sair do túmulo.

Nas profundezas do subsolo, perto da galeria da casa de ópera, Franca olhou para o administrador e perguntou: — Que tipo de acordo?

O homem vestido de bruxo respondeu em um tom estridente: — Aumentarei a recompensa para 50.000 verl d’or. Vá para a Pedreira do Vale Profundo e crie uma grande explosão, expondo a caverna secreta.

— Se você estiver disposta, pode assinar o contrato agora. Eu tenho uma maneira de garantir os poderes vinculativos do contrato para ambas as partes.

“Cinquenta mil verl d’or para criar uma explosão capaz de destruir a parede de pedra na entrada da caverna secreta? Por que nos procurar para uma tarefa tão simples enquanto oferecemos uma generosa compensação de 50.000 verl d’or?” A suspeita de Franca aumentou.

Com um movimento sutil, Franca pegou uma bolsa de pano branco-acinzentada do tamanho de um punho e a jogou nas sombras ao lado dela. Ela assumiu uma postura cautelosa contra o homem à sua frente e como se fosse inconveniente para ela encontrar um item necessário.

— Ajude-me a encontrar meu carimbo.

“Carimbo?” Jenna se materializou das sombras e pegou a pequena bolsa de moedas, ouvindo os tilintares metálicos dentro dela.

Ela ficou perplexa com o pedido de Franca.

A bolsa não deveria estar cheia de moedas e do Anel da Punição?

Franca sorriu para o depositário.

— Quais são os termos específicos do contrato?

Ela sentiu a possibilidade de que a outra parte pudesse manipular o contrato usando poderes Beyonder do domínio correspondente. Franca tinha um plano para atacar antes de se comprometer com qualquer contrato — capturá-lo, esclarecer os termos e então considerar se deveria assiná-lo!

Confuso, Lumian seguiu Hela para fora do túmulo e perguntou: — O que fazemos agora?

— Segure meu braço direito, — a voz de Hela estava mais fria do que antes, desprovida de calor.

Lumian compreendeu bruscamente seus pensamentos e obedeceu rapidamente, estendendo a mão para agarrar firmemente seu braço direito.

Quase instantaneamente, Hela girou o anel de diamante negro em seu dedo médio direito com a palma da mão esquerda.

Quase simultaneamente, Lumian sentiu uma mudança profunda. Ele não estava mais no mesmo mundo que a entrada da tumba.

Observando os arredores, percebeu que tudo, incluindo a fraca luz das velas, estava enevoado, envolto em densa neblina.

Guiado por Hela, Lumian se moveu cautelosamente pela névoa espessa, dando um passo de cada vez.

Não havia movimento nas profundezas do túmulo, e os dois avançaram lentamente em silêncio.

Em pouco tempo, com visibilidade limitada de cinco metros, ele avistou um caixão podre em pé no chão.

O idoso administrador do túmulo estava imóvel no caixão, com os olhos arregalados e sem vida.

Lumian não conseguiu detectar nenhum sinal de respiração dessa vez.

Nesse estado, o velho administrador da tumba pareceu não lhes dar atenção, permitindo que Lumian e Hela passassem enquanto se dirigiam para o fim da tumba.

Lá, eles encontraram uma suave descida que os levava a um destino desconhecido.

Hela gesticulou para que Lumian a soltasse, e o enigmático ocultamento se dissipou.

Parado no topo da encosta, Lumian segurava a chama de uma vela na mão, iluminando um caminho ladeado de ossos quebrados e espalhados.

Um frio inquietante emanava das profundezas de seu coração, sufocando suas emoções e desejos. No entanto, uma raiva inabalável e malícia de querer quebrar o pescoço de alguém persistiam, ficando mais fortes. Lumian sentiu como se estivesse observando sua própria dualidade — um Lumian são em contraste com um Lumian enlouquecido e desconhecido.

Ele não conseguiu evitar olhar para Hela, que engoliu um frasco de licor de uma só vez. Seu rosto permaneceu pálido, e manchas vermelho-arroxeadas marcavam sua pele, fazendo-a parecer morta há algum tempo.

— Você está bem? — Lumian se lembrou de seu papel principal como um lembrete constante para Hela, para impedi-la de ser corrompida pelas catacumbas e sofrer qualquer anormalidade.

Hela guardou o frasco vazio e respondeu com uma voz sem vida: — Estou bem por enquanto. Fiz preparativos para lidar com essa situação. Contanto que eu não demore muito, devo ficar bem.

Lumian pressionou: — Quanto tempo você pode ficar?

— Cerca de meia hora, — respondeu Hela, começando a descer a encosta.

Lumian planejou agarrar o braço de Hela e usar a travessia do mundo espiritual para forçá-la a sair dali alguns minutos antes, independentemente do que eles encontrassem depois.

Descendo mais fundo, a encosta ficou coberta de mais ossos, gradualmente assumindo formas completas e originais. Algumas pareciam humanos, enquanto outras pareciam monstros.

O esqueleto que Hela havia despertado antes estava ajoelhado sobre um joelho naquela encosta, incapaz de prosseguir.

Enquanto continuavam, Lumian notou uma fina névoa branco-acinzentada à frente, contraindo-se e expandindo-se, como se tivesse vida própria.

Hela diminuiu o passo e observou a névoa com cautela redobrada.

— Algum problema? — perguntou Lumian, achando a névoa estranhamente familiar.

Hela assentiu e disse: — É muito perigoso. Eu me preparei o melhor que pude, mas não tenho certeza se vai funcionar.

Enquanto Lumian ouvia a resposta de Madame Hela, ele continuou a observar a névoa branco-acinzentada.

De repente, ele reconheceu.

“Não é essa a mesma névoa que cobria as ruínas de Cordu?”

“A mesma névoa que me protegia quando eu rezava por bênçãos?”

Naquele momento, Lumian percebeu o verdadeiro motivo por trás da insistência da Madame Justiça em que ele acompanhasse Madame Hela na busca pela Fonte do Esquecimento.

Ele estendeu cautelosamente a palma da mão direita em direção à névoa branco-acinzentada e, quando se tocaram, ele sentiu calor no peito esquerdo.

Soube que o selo do Sr. Tolo havia sido ativado.

Ele avançou, sua palma direita passando pela névoa branco-acinzentada sem encontrar qualquer perigo ou anormalidade.

Com uma confiança renovada, ele não pôde deixar de pensar: “Louvado seja o Tolo!”

Após uma breve oração, Lumian se virou para Hela com um sorriso confiante.

— Também fiz os preparativos necessários e eles parecem eficazes.

— Vou agarrar seu braço.

Hela não perguntou mais sobre os preparativos de Lumian ou as informações que ele possuía. Ela permitiu que ele agarrasse seu braço esquerdo e, juntos, eles se aventuraram na névoa branco-acinzentada.

O ambiente ficou ainda mais silencioso, e uma aura incomum, quase palpável, pareceu preencher o ar. Em pouco tempo, eles ouviram um som etéreo e fraco de respingos.

“O som da água…” Lumian sentiu uma onda de excitação e alívio.

Eles estavam no lugar certo, e a Fonte do Esquecimento provavelmente estava por perto!

Eles continuaram avançando e, enquanto avançavam, a névoa branco-acinzentada se dissipou rapidamente, revelando uma fonte do tamanho de um lago.

Ao redor da fonte, uma substância escura de cor indescritível circundava a água branca-pálida em seu centro.

Na água, cabelos molhados, pretos e parecidos com algas, flutuavam, e algumas figuras vagas lutavam para sair das profundezas.

Uma mulher estava ao lado da fonte. Era a mulher vestida de branco que Lumian tinha visto antes, suspeita de ser uma Demônia de alto escalão.

Seu rosto era branco-pálido e translúcido, seus olhos vazios e frios. Ossos brancos estavam espalhados ao redor dela.

Pop!

De repente, a água branca e pálida da nascente recuou com um respingo, deixando para trás um buraco escuro como breu que parecia desafiar a presença da luz.

Com outro respingo, a água da nascente jorrou do buraco escuro, enchendo novamente a fonte do tamanho de um lago.

Desta vez, estava mais escura, menos branco e parecia vazia e escura, contendo inúmeras cores indescritíveis.

Em um instante, a água da nascente se misturou à névoa branco-acinzentada ao redor, restaurando sua aparência original quando Lumian e Hela a viram pela primeira vez.

Neste lugar, suas memórias começaram a ficar confusas, como se estivessem desaparecendo lentamente.

Com pressa, Lumian enfiou a mão no bolso, com a intenção de pegar o recipiente de metal que havia preparado para coletar a água branca da fonte.

Mas ele tocou em algo parecido com uma pedra.

Ele nunca tinha colocado nada parecido no bolso!

Lumian retraiu a mão direita surpreso e viu uma pedra marrom na palma da mão. A pedra estava cheia de buracos, cada um cheio de manchas vermelho-escuras.

Minério de Sangue da Terra!

Era o minério Sangue da Terra que ele havia perdido anteriormente.

“Quando ele retornou? Por que ele apareceu de repente em minha posse? Estamos no subsolo!” Enquanto as pupilas de Lumian dilatavam em alarme, uma aura frenética e aterrorizante saturada de sangue e ferrugem emanava do buraco escuro que havia engolido a água da fonte branco-pálida mais uma vez.

A mera presença dessa aura congelou Lumian e Hela simultaneamente, deixando-os imóveis.

Ao lado da suposta Demônia de alto escalão, um esqueleto levantou a palma da mão e tocou seu olho direito.

Ao mesmo tempo, mostrou seus dentes brancos e soltou uma risada assustadora e alegre.

— Você já conseguiu. Por que não tentar?

Perto da fonte, outros esqueletos brancos se juntaram, suas bocas se abriram para produzir a mesma voz: — Você já conseguiu. Por que não tentar?

Capítulo 353: Pessoa Louca

Combo 48/50


— Você já o obteve. Por que não tentar? — Os fantasmagóricos esqueletos brancos encararam Lumian, sua aura aterrorizante o intimidaram. Eles riram zombeteiramente, suas risadas exageradas e enlouquecidas.

Plop!

A água escura da fonte, não tão branca, jorrou do buraco escuro e encheu o pequeno “lago”.

Em comparação com antes, havia uma pessoa adicional na água.

A pessoa parecia estar envolta em um inferno intenso, com chamas quase incolores cobrindo todo o seu corpo.

Apesar de ocupar apenas um canto da fonte, Lumian, paralisado de medo, sentiu que ela era anormalmente enorme, como o pico de uma montanha.

Dentro das chamas quase intangíveis, a pessoa revelou cabelos longos e cor de sangue. Seu rosto esculpido estava marcado por decadência e pus, e seus ossos brilhavam com um brilho metálico. Seus olhos negros como ferro pareciam enferrujados, emitindo um sinistro brilho vermelho-sangue.

“Magma” amarelado pingava do corpo da pessoa, rapidamente extinto pela água branca da fonte.

Quando a Fonte do Esquecimento surgiu novamente, os densos ossos brancos que haviam feito o som ficaram em silêncio, como se estivessem prestes a se decompor em lama.

Ao ver a pessoa em decomposição parecida com uma montanha, o fedor de sangue e ferrugem se intensificou nas narinas de Lumian. Sua mente atordoada estava tingida com uma loucura que ansiava por destruir tudo, acendendo sua aura já violenta e feroz.

Se ele não estivesse à beira da morte, com os pensamentos completamente paralisados, poderia ter perdido a cabeça e se tornado um lunático.

Ele poderia perder o controle a qualquer momento se isso acontecesse.

De qualquer forma, ficou congelado no lugar, como se estivesse enfrentando seu mais temido inimigo natural. Tudo o que sabia era tremer, esquecer de resistir e esquecer de escapar.

Plop!

A pessoa altamente decomposta, envolta em chamas intangíveis, entrou na caverna escura como breu, determinada a alcançar a borda da Fonte do Esquecimento. Ela estendeu a palma direita, pingando um líquido amarelo-avermelhado fraco, tentando agarrar Lumian, que estava ali.

A água da fonte subiu e uma leve neblina se formou, impedindo que a pessoa, que parecia tão grande quanto uma montanha, saísse da fonte.

Um rosnado baixo escapou da pessoa, e seus olhos negros como ferro emitiam uma vermelhidão corruptora, capaz de perturbar qualquer um que colocasse os olhos neles.

Sob essa influência, a mente de Lumian zumbiu, e ele ficou em branco. A Fonte do Esquecimento tremeu violentamente.

Embora a pessoa aterrorizante não conseguisse se libertar das restrições da fonte, ela bloqueou com sucesso o recuo da água para o buraco escuro.

Simultaneamente, as pessoas degradadas e sombrias dentro da fonte avançaram em direção à costa, impulsionadas pelo rosnado baixo.

Entre elas, havia uma mulher cheia de pus exalando um temperamento sereno e noturno, um cadáver em decomposição adornado com uma coroa de ouro, um esqueleto cor de ferro brotando penas gordurosas, uma pessoa entrelaçada com incontáveis ​​larvas despedaçadas e uma estranha entidade negra…

Essas pessoas também não conseguiam sair da Fonte do Esquecimento, mas se aproximavam da borda, estendendo palmas brancas, cobertas de pus ou altamente apodrecidas, feitas de larvas repulsivas, em direção aos pés de Lumian.

Os longos cabelos pretos flutuando na superfície da água, parecendo um emaranhado de ervas daninhas, de repente ganharam vida e se estenderam rapidamente além da fonte.

A mulher de túnica branca que permanecia na Fonte do Esquecimento foi imediatamente enredada pelos longos cabelos negros. A pessoa de Lumian refletiu-se em seus olhos azuis rígidos e frios.

Palmas bizarras e aterrorizantes agarraram Lumian, e os longos cabelos negros o puxaram. Lenta e incontrolavelmente, ele deslizou em direção à Fonte do Esquecimento, aproximando-se da pessoa colossal formada pela loucura e pelas chamas.

Seu corpo ficou mais frio e seus pensamentos ficaram em branco.

Naquele momento, toda a luz desapareceu de repente, e ele foi consumido por uma escuridão profunda.

Canto e cânticos melodiosos ecoavam de longe, acalmando a área. As pessoas borradas e sombrias não mais exibiam o mesmo nível de loucura de antes, como se tivessem sido pacificadas.

As palmas aterrorizantes que agarraram os pés de Lumian e quase congelaram seu espírito e carne se retraíram. O longo cabelo preto que puxava seu corpo perdeu sua vitalidade e caiu no chão, impotente. A pessoa suspeita de ser uma Demônia de alto escalão que permanecia na Fonte do Esquecimento também parou, como se estivesse ouvindo uma sinfonia noturna.

Até mesmo a mais aterrorizante e frenética diminuiu o ritmo, e sua aura aterrorizante enfraqueceu significativamente.

Lumian saiu do seu transe e compreendeu instantaneamente o que havia acontecido.

O ladrão que roubou o minério de Sangue da Terra era ninguém menos que Monette do Salle de Bal Unique!

Monette havia orquestrado deliberadamente um encontro coincidente com ele no quarto nível das catacumbas. Usando suas habilidades de ladrão, ele havia secretamente devolvido o minério de Sangue da Terra, permitindo que Lumian trouxesse o espécime de minério para a Fonte do Esquecimento sem ser detectado, desencadeando essa reviravolta bizarra de eventos!

Lumian nunca teve a intenção de levar o minério de Sangue da Terra para o subsolo, considerando-o muito perigoso, dadas suas habilidades atuais. O roubo e a devolução do minério por Monette foram uma forma passiva de provocar um encontro, cuja natureza permanecia incerta!

Quanto aos motivos de Monette, Lumian sabia que só os descobriria depois que essa provação terminasse.

Com seus pensamentos acelerados, Lumian instintivamente alcançou o braço de Hela, pretendendo ativar sua marca de contrato e escapar usando a travessia do mundo espiritual.

No processo, tentou se livrar do minério de Sangue da Terra, na esperança de distrair a pessoa enlouquecida com longos cabelos cor de sangue.

Entretanto, o minério de Sangue da Terra parecia ter sido afetado pelo ambiente anormal, mostrando sinais visíveis de deterioração.

Silenciosamente, ele se desintegrou, dissolvendo-se no ar. As manchas de sangue escondidas marcavam a palma de Lumian, corroendo sua pele.

Enquanto isso, a chama da vela branca que Hela segurava tremeluzia precariamente, à beira de se extinguir. O anel de diamante negro em sua mão direita emitia uma escuridão profunda.

Depois de agarrar o braço dela, Lumian percebeu que ambos estavam congelados no lugar.

Esta área parecia estar isolada do mundo espiritual, tornando a fuga impossível!

“Não posso escapar…” Lumian retraiu a mão decisivamente e se dirigiu à pessoa de fogo, que o olhava com loucura: — Ha!

Um raio amarelo-claro emanou de sua boca, atingindo a pessoa escura, parecida com uma montanha.

A pessoa balançou, mas permaneceu ilesa. Ela soltou um rugido intangível mais uma vez.

Recebendo esse novo “comando”, os esqueletos bizarros, antes acalmados pela noite tranquila, tremeram. Elas estenderam suas mãos decadentes ou repulsivas mais uma vez, agarrando-se aos pés de Lumian. Os cabelos negros, antes adormecidos, ergueram-se novamente.

Percebendo que a fuga era inútil, o corpo de Lumian explodiu em chamas.

As flores vermelhas da destruição rapidamente escureceram e desapareceram, como se sua vitalidade tivesse se extinguido em um instante.

A mão branca pálida e cheia de pus foi a primeira a agarrar o pé direito de Lumian, “silenciando-o” enquanto seus pensamentos rapidamente se dissipavam.

A mão altamente decomposta, o esqueleto cor de ferro adornado com penas amarelo-claras e a forma entrelaçada com larvas despedaçadas cumpriram suas tarefas uma após a outra. Eles arrastaram Lumian, que parecia estar em transe com os olhos arregalados, em direção à Fonte do Esquecimento.

Hela se viu cercada por camadas de longos cabelos negros. Eles perfuraram a tranquilidade da noite, envolvendo a moça, que exibia sinais de decadência.

Lumian olhou vagamente para o semblante rígido e em decomposição, para os olhos negros como ferro tingidos de sangue. Ele sentiu uma loucura avassaladora e não adulterada, mas não conseguiu reunir nenhum pensamento coerente.

Seu corpo ficou mais rígido, e um livor mortis1 vermelho-arroxeado surgiu em sua carne.

Agora ele estava a apenas um passo da fonte branca e pálida.

Naquele momento, a Fonte do Esquecimento, que havia sido mantida sob controle pela pessoa colossal por um longo período, finalmente avançou, rompendo a barreira. Ela envolveu todas as pessoas, incluindo a pessoa colossal envolta em chamas invisíveis, de volta ao abismo sem luz do buraco escuro.

A pessoa colossal emitiu um rugido furioso, mas estava indefesa contra o fluxo implacável de água branca e pálida da fonte, desaparecendo nas profundezas do abismo.

Lumian “acordou” e avistou a mulher de túnica branca parada ali perto. Ele rapidamente se virou e correu em direção ao topo da encosta.

Seu plano era simples:

Como a anormalidade vinha do minério Sangue da Terra, que havia se fundido parcialmente com sua palma, ele precisava aproveitar essa chance para escapar. Não era hora de coletar a água da fonte restante.

Contanto que pudesse escapar antes que a fonte branca-pálida surgisse novamente e as pessoas ameaçadoras ressurgissem, Hela estaria mais segura se fosse deixada para trás. Ela poderia coletar a água calmamente e compartilhá-la com ele mais tarde.

Para escapar, já que o teletransporte falhou, suas pernas eram sua única opção agora.

Enquanto Lumian corria, ele se preparava para qualquer possível contratempo.

Aproveitando suas habilidades piromaníacas, ele estabilizou a chama da vela branca e pegou as luvas de boxe de sua bolsa, colocando-as em suas mãos.

Ao mesmo tempo, ele tentou invocar o nome honroso do Tolo em Hermes.

— O Tolo que não pertence a esta era…

Essa oração foi desencadeada pela névoa branco-acinzentada que envolveu a Fonte do Esquecimento!

Plop!

No meio de sua oração e enquanto percorria um pouco de terreno, Lumian ouviu o som da água da fonte surgindo.

Foi mais rápido do que ele esperava!

O rosnado, impregnado de cheiro de sangue e ferrugem, reverberou pelos arredores.

Sem perceber o processo de pensamento de Lumian, o corpo de Hela estremeceu mais uma vez, como se ela tivesse se transformado de um cadáver sem emoção em um ser vivo assustado.

Com o canto do olho, ela avistou a pessoa colossal, invisível, envolta em chamas, com cabelos cor de sangue e uma armadura esfarrapada e manchada de sangue.

Lumian também ficou surpreso. Ele até sentiu uma inclinação para se render e desistir de sua fuga.

Ele se esforçou para suportar, incapaz de continuar orando. Seu único recurso foi depositar sua fé nas Atormentadoras.

Se ele pudesse resistir um pouco mais, os deuses malignos ocultos poderiam direcionar Sua atenção para ele por causa do material das luvas de boxe, enviando criaturas perigosas para influenciá-lo ou atacá-lo.

No passado, Lumian teria rezado para que a anormalidade iminente permanecesse controlável. Mas agora, esperava que quanto mais perigosa ela se tornasse, melhor!

Somente turvando as águas um peixe teria chance de escapar!

Capítulo 354: Mão

Combo 49/50


No subsolo, perto da galeria da ópera.

O homem vestido de Bruxo falou com Franca em uma voz estridente, — É simples. Existem apenas três condições específicas. Primeiro, vocês duas devem prometer explodir a porta escondida da caverna secreta na Pedreira do Vale Profundo, criando uma comoção que pode atrair todos os que estiverem por perto. Segundo, eu pagarei a vocês 50.000 verl d’or com um adiantamento de 20.000. Terceiro, vocês enfrentarão consequências se não cumprirem sua parte do acordo. Esta restrição se aplica a ambas as partes. Podemos discutir os detalhes.

O homem não tinha intenção de enganar as duas Beyonders no contrato. Em vez disso, planejou usar suas habilidades para modificar o conteúdo da missão no momento em que o contrato fosse estabelecido, forçando-as a se infiltrar na caverna secreta na Pedreira do Vale Profundo e recuperar o que ele queria, junto com evidências suficientes.

Este cessionário uma vez comprou uma alma humana por 1.000 verl d’or usando essa habilidade única de adulterar os termos da transação. Ele acreditava que não ficaria desapontado dessa vez.

Enquanto Franca conversava com o homem vestido de Bruxo, Jenna, escondida nas sombras, enfiou a mão na pequena bolsa de dinheiro e acariciou distraidamente as moedas de ouro, prata e cobre que estavam lá dentro.

Ela tinha certeza de que não havia nenhum carimbo dentro da bolsa de dinheiro.

“Ou melhor, Franca não tinha carimbo!”

“O que ela quer dizer?” O olhar de Jenna se voltou para o homem que havia declarado os termos do contrato, achando-o bastante peculiar.

“Se ele quisesse fechar um acordo, por que não solicitar a autenticação na reunião de misticismo agora mesmo?”

Se ele estivesse com medo de que o conteúdo da comissão fosse exposto, ele poderia ter ido para a “sala de conversação” e pegado emprestado o item místico do anfitrião. Não havia necessidade de nos seguir secretamente para a comissão!

Definitivamente tem alguma coisa errada!

Jenna entendeu por que Franca havia jogado a bolsa de moedas para ela.

Assim que ela percebesse que algo estava errado, deveria usar imediatamente o Anel de Punição para atacar a outra parte e assumir o controle da situação!

Ufa… Jenna exalou lentamente e colocou o Anel de Punição. Usando as sombras, ela diminuiu a distância entre ela e o confiado.

Franca olhou para as sombras não iluminadas pela lâmpada de carboneto e sorriu para o cessionário vestido de Bruxo.

— Isso parece razoável, mas preciso confirmar se você está mentindo e se há algum problema com esse assunto.

Enquanto falava, gentilmente jogou a lâmpada de carboneto na frente dela e pegou um espelho do bolso escondido do traje de Assassina. Ela sorriu e disse: — Coincidentemente, sou habilidosa em adivinhação.

Ao ouvir isso, as pupilas do feiticeiro vestido de Bruxo dilataram-se e todo o seu corpo ficou tenso.

Ele não tinha certeza se a Adivinhação por Espelho Mágico poderia expor seu esquema!

Escondida nas sombras, Jenna detectou sua anormalidade. Sem hesitar, levantou sua mão direita levemente, fazendo o anel cor de ferro coberto de pequenos espinhos brilhar.

Simultaneamente, dois raios ofuscantes saíram dos seus olhos.

Perfuração Psíquica!

Na Fonte do Esquecimento.

Lumian e Hela foram mais uma vez tomados por um terror horripilante, consumidos por pura loucura. Eles ficaram congelados no lugar, seus corpos tremendo levemente.

Enquanto essa loucura os imobilizava, paradoxalmente os poupava da morte iminente. Seus corpos congelados queimavam com um calor intenso, e seus pensamentos adormecidos se inflamavam com fúria e brutalidade.

Entretanto, o livor mortis vermelho-arroxeado e a pele em decomposição continuaram a piorar, sem mostrar sinais de melhora.

A escuridão desceu mais uma vez, e Hela usou o anel de diamante negro em sua mão direita para tentar pacificar as figuras espectrais que pairavam na Fonte do Esquecimento, incluindo o gigante em chamas com armadura podre.

Lumian se recompôs e percebeu que sua fuga com Hela não foi em vão.

Eles estavam a mais de dez metros da fonte, e as figuras decadentes e sombrias não conseguiam sair da Fonte do Esquecimento nem chegar à costa para agarrar suas pernas e arrastá-los para baixo d’água.

Essas figuras1 se aglomeravam na beira da fonte, seus olhos vazios encarando o nada. Suas mãos fortemente deterioradas ou distorcidas ocasionalmente se estendiam para fora da água, apenas para serem puxadas de volta à força por alguma força misteriosa.

Silenciosamente, emitiam rugidos que faziam toda a encosta tremer, induzindo sonolência e sentimentos de submissão em Lumian e Hela, causando diversas reações adversas.

Entretanto, a loucura que havia despertado seus pensamentos e os efeitos estranhos que levaram aos sinais de transtorno dissociativo de identidade não conseguiram se estabelecer.

Em volta da Fonte do Esquecimento, apenas a mulher persistente e o longo cabelo preto, parecendo algas marinhas, conseguiam se aproximar de Lumian. A mulher o encarava com olhos assustadores, enquanto o cabelo se estendia, tentando prendê-lo.

Lumian ficou aliviado. Mesmo que sua resistência falhasse, ele seria arrastado em direção à Fonte do Esquecimento pelos longos cabelos negros e pela figura indistinta suspeita de ser uma Demônia de alto escalão. Faltando mais de dez metros, ele teve a chance de se segurar até que a água da fonte branco-pálida superasse a figura aterrorizante com seus olhos negros como ferro avermelhados e o carregasse de volta para o abismo escuro como breu.

Quando o momento chegasse, Lumian poderia fazer uma fuga rápida. Em duas ou três tentativas, ele poderia sair da área envolta na névoa branco-acinzentada e retornar para a câmara acima.

Mais tarde, ele enviaria Hela para dentro para pegar a água da Fonte do Esquecimento, evitando a reação adversa causada pelo minério e pela figura colossal que era claramente mais potente do que os outros “fantasmas da água”.

Mas no momento seguinte, o corpo de Lumian congelou de forma anormal.

Geada branca aparecia e desaparecia repetidamente em seu corpo.

Aos olhos azuis da mulher, Lumian agora estava aprisionado no gelo.

Os longos cabelos negros se enrolaram mais firmemente em volta dele, arrastando-o em direção à Fonte do Esquecimento.

Ao ver Lumian em perigo, Hela, que havia permanecido relativamente ilesa, rapidamente apontou sua mão direita para a entidade desconhecida, suspeita de ser o espírito persistente de uma Demônia de alto escalão, usando o anel de diamante negro que emitia uma escuridão constante.

A noite se transformou em um manto, envolvendo a outra entidade e induzindo ao sono.

Lumian aproveitou a oportunidade para soltar um pigarro, canalizando um fluxo branco de luz através de seu nariz em direção ao gelo cristalino que o prendia, mirando no cabelo preto parecido com algas marinhas.

O cabelo preto que o prendia de repente perdeu a força.

Simultaneamente, a cortina de noite que cercava a entidade se contraiu abruptamente, deixando-a vazia.

Não muito longe, a figura feminina de túnica branca reapareceu, com o olhar fixo em Lumian.

Embora o perigo ainda pairasse, Lumian sentiu uma onda de alívio. Ele acreditava que, mesmo que parasse de resistir agora, poderia aguentar até que a fonte branca-pálida recuasse para suas profundezas.

Naquele momento, os olhos cor de ferro da figura colossal flutuando na fonte ficaram mais selvagens, e a vermelhidão semelhante à ferrugem tornou-se tão vívida quanto sangue.

Ele puxou violentamente a água da fonte, como se tentasse se libertar de correntes invisíveis.

Finalmente, em meio a uma tumultuada comoção semelhante a um terremoto, a figura envolta em uma armadura esfarrapada, encharcada de sangue e envolta em chamas invisíveis chegou à beira da Fonte do Esquecimento.

Estrondo!

O chão tremeu, fazendo chover poeira branco-acinzentada.

A mente de Lumian zumbiu e ele desmaiou instantaneamente.

Quando recuperou os sentidos, ele se viu de volta à beira da Fonte do Esquecimento, tendo percorrido mais de dez metros em um instante.

Pelo canto do olho, viu Hela correndo de volta para ele, com os olhos vazios e injetados de sangue, parecendo uma marionete ou um soldado irracional seguindo ordens.

Lumian já podia imaginar que, quando ele fechou os olhos, ele havia retornado à beira da fonte em um estado igualmente vazio e submisso.

Neste momento, não conseguiu fugir ao recuperar a consciência. Atrás dele estavam os cabelos pretos enrolados e a figura da suposta Demônia de alto escalão. Na frente dele estavam as mãos grotescas, decadentes e repulsivas.

Simultaneamente, elas arranharam Lumian, com a intenção de arrastá-lo para a fonte. A figura colossal com longos cabelos vermelho-sangue pendurados sobre ele estava a apenas um passo de distância.

Rangendo os dentes, Lumian aproveitou a oportunidade para morder a base da vela branca e colocou a mão esquerda no bolso.

Ao fazer isso, praguejou internamente.

“Vocês, deuses malignos de merda, estão me observando há tanto tempo. Por que não enviaram nada para me machucar?”

“Onde estão as criaturas perigosas prometidas?”

“Vocês têm medo de confrontar essa figura insana aqui?”

Apesar de suas maldições, Lumian não desistiu. Ele sacou uma adaga e estava prestes a cortar sua mão direita, que havia sido corroída pelo minério Sangue da Terra.

“Se você quer, pegue!”

Quanto à possibilidade de a reinicialização às 6 da manhã fazer com que sua mão direita perdida se regenerasse, ele não se importava naquele momento.

Naquele momento, uma mão branca pálida emergiu do buraco escuro como breu nas profundezas da fonte, onde o chão tremia e tremia.

Os dedos da mão eram finos, com rachaduras correndo ao longo de suas costas. Essas rachaduras exsudavam penas amarelo-claras e pus amarelo em decomposição. A pele de cada lado das rachaduras era cristalina como jade, mas pálida e escura.

Quando a mão emergiu, cruzou a barreira da água da fonte e agarrou a perna direita da figura colossal.

A figura, vestida com uma armadura esfarrapada e manchada de sangue e envolta em chamas intangíveis, balançava incontrolavelmente enquanto era puxada em direção ao abismo escuro como breu nas profundezas da água branca da fonte.

Ela lutou e resistiu com todas as suas forças, mas a força da mão bizarra continuou implacável. A única resposta foi a queda de penas amarelo-claras, pus manchado de sangue e pele que não era mais cristalina, mas destacada com veias pretas e vivas.

Inúmeros símbolos complexos — branco-claro, preto ou cinzas — apareceram, carregando a figura frenética e aterrorizante enquanto ela rapidamente encolhia em direção à fonte escura como breu.

Lumian não conseguiu testemunhar a cena, nem ver o que estava acontecendo. Tudo o que sabia era que a figura enorme com um rosto decadente, cabelo vermelho-sangue e olhos negros como ferro estava se afastando dele. As mãos aterrorizantes que o agarraram pararam de se mover, congeladas no lugar.

A figura enlouquecida rosnou repetidamente, mas não conseguiu se libertar. Num piscar de olhos, a maior parte de seu corpo foi arrastada de volta para as profundezas da fonte.

Assim que estava prestes a desaparecer completamente, sua loucura se materializou. Duas “manchas de ferrugem” vermelho-escuras saíram de seus olhos pretos como ferro e dispararam direto em direção a Lumian.

Instintivamente, Lumian levantou a mão direita para bloquear. As duas marcas de ferrugem perfuraram as Atormentadoras e sua pele, que havia sido corroída pelo minério Sangue da Terra.

Plop!

A água branca e pálida da fonte recuou completamente, puxando todas as figuras flutuantes para o abismo escuro como breu.

A fonte ficou assustadoramente silenciosa.

Capítulo 355: A verdadeira água da fonte

Combo 50/50


No meio do silêncio assustador, Lumian sentiu um calor incomum na palma da mão direita, como se ela estivesse em chamas.

Rapidamente, ele tirou as luvas de boxe e inspecionou a palma da mão. O toque corrosivo do minério de Sangue da Terra a deixou vermelha brilhante, irradiando ondas de dor excruciante que o deixaram fervendo de frustração e raiva.

Fora isso, nada parecia fora do comum por enquanto.

Dadas as circunstâncias, Lumian não podia se dar ao luxo de um exame detalhado. Ignorando o frio que se espalhava por seu corpo e seus pensamentos “calmos”, ele recuou para avaliar a situação na Fonte do Esquecimento.

Figuras indistintas e os longos cabelos negros, semelhantes a ervas daninhas, submersos na água, foram atraídos para um abismo sem luz, balançando implacavelmente, como se uma batalha feroz estivesse acontecendo lá dentro.

A figura cadavérica vestida de branco que estava por perto desapareceu no ar, levando Lumian a suspeitar que seu encontro com a suposta Demônia de alto nível no quarto nível estava ligado a uma mudança semelhante na Fonte do Esquecimento.

Essa visão despertou uma ideia ousada na mente de Lumian.

Vendo a figura aterrorizante puxada de volta para a fonte por um poder estranho, uma dança de resistência e supressão, parecia improvável que um vencedor emergisse rapidamente. Lumian decidiu ficar vigilante, pausar sua fuga e explorar a possibilidade de armar uma armadilha enquanto coletava um pouco da água branca-pálida da fonte quando ela surgisse novamente.

Os “fantasmas aquáticos” não estavam em lugar nenhum no fundo da fonte, nem havia nenhuma figura borrada por perto. Parecia ser um momento seguro.

No instante seguinte, Lumian notou Hela pegando uma garrafa dourada adornada com símbolos místicos e intrincados, que lembravam os símbolos que ele tinha visto na porta do porão da loja de Poções Místicas das Terras Altas.

Hela não esperou que a água branca-pálida da fonte subisse novamente. Ela se agachou e pressionou a abertura da garrafa no solo úmido na borda da fonte.

O solo era de cor escura, e quanto mais perto chegavam do buraco negro, mais ele parecia conter inúmeras cores. O solo era mais comum conforme a distância mostrava. Não era diferente da própria encosta em áreas que não tinham sido submersas pela água da fonte.

O solo, escuro e cheio de inúmeras cores perto do buraco negro como breu, secou enquanto a água da fonte branco-pálida recuava para o abismo. No entanto, a periferia permaneceu levemente úmida, produzindo gotículas que eram mais tangíveis do que a água da fonte branco-pálida e lembravam a cor de um lago noturno.

Vendo que o alvo de Hela era o líquido, Lumian perguntou confuso: — Você não vai esperar a Fonte do Esquecimento ressurgir?

Hela balançou a cabeça.

— Esta é a verdadeira Água de Fonte do Esquecimento. A água branco-pálida é perigosa demais para tocar agora. Contato com ela significa morte instantânea, vagando para sempre perto da fonte ou de sua fonte. Nossos corpos não são exceção.

“Tão aterrorizante? Poderia ser que a Fonte do Esquecimento seja um subproduto da água branca pálida e não sua forma verdadeira?” Lumian pegou uma lata de metal que havia preparado com antecedência e segurou-a nas gotas que vazavam do solo na borda da fonte.

Com apenas uma gota, o recipiente mostrou sinais de ferrugem e deterioração devido à submersão prolongada.

Sem dizer uma palavra, Hela pegou uma lata dourada gravada com símbolos complexos e a jogou para Lumian.

Só então Lumian conseguiu coletar a Fonte do Esquecimento. Sua atenção permaneceu focada na fonte escura.

Assim que os tremores de terra cessassem, ele planejou fazer uma retirada apressada com a água da Fonte do Esquecimento que havia coletado.

Uma gota, duas gotas, três gotas. A água da fonte entrou na lata dourada em um ritmo penosamente lento, como se pudesse parar a qualquer momento. Sua lata, por outro lado, ficou cada vez mais enferrujada e frágil.

Lumian observou o progresso lento, preocupado que a água branca e pálida da fonte pudesse surgir novamente.

Frustração e ansiedade cresceram dentro dele.

Por isso, ele silenciosamente xingou para aliviar suas emoções reprimidas.

Plop, plop. Ele tinha enchido apenas um terço da garrafa quando Hela decidiu parar e selar a lata dourada.

“Não devo ser ganancioso…” Lumian advertiu a si mesmo, encerrando a coleção de Fonte do Esquecimento com Hela.

Juntos, correram em direção ao topo da encosta.

Não demorou muito para que o som da água ecoasse atrás deles.

Mais uma vez, a fonte branca e pálida jorrou do buraco escuro como breu!

Sem olhar para trás para avaliar a situação, eles continuaram sua corrida através da névoa branco-acinzentada, como se um monstro implacável e intangível os perseguisse.

Em questão de segundos, eles finalmente alcançaram a borda da névoa. Lumian agarrou o braço de Hela e se impulsionou para frente.

Saindo do manto de névoa branco-acinzentada, Lumian finalmente deu um suspiro de alívio. A frieza em seu corpo diminuiu, e seus pensamentos se acalmaram significativamente.

Perfuração Psíquica!

Jenna emergiu das sombras, seus olhos brilhando com relâmpagos.

O homem com o manto de Bruxo ouviu um estalo surreal e sentiu uma intensa onda de dor irradiar das profundezas de seu Corpo Espiritual, tomando conta de sua mente.

Instintivamente, caiu no chão, encolhendo-se numa tentativa de aliviar a agonia.

Franca não perdeu tempo e aproveitou o momento. Ela apontou o espelho que segurava para ele.

Quando o homem apareceu no espelho, chamas negras se acenderam na palma da mão de Franca e se espalharam pelo vidro.

Maldição da Demônia!

Chamas negras irromperam do corpo do homem, enfraquecendo seu espírito em luta.

Logo depois, gelo cristalino o envolveu camada por camada, e seda de aranha incolor o envolveu, revelando sua forma.

A intenção de Franca era contê-lo, não matá-lo. Afinal, ninguém sabia se ele estava envolvido em alguma corrupção ou assuntos de alto nível, e a canalização imprudente de espíritos poderia levar a acidentes.

Vendo o homem enfraquecido e fortemente contido, Franca sussurrou surpresa:

— É isso?

Ela não tinha dúvidas de que ela e Jenna poderiam derrotar a outra parte com um ataque surpresa, mas não esperava que fosse tão simples.

No momento seguinte, o homem lutou para falar sob o controle das chamas negras, gelo e seda de aranha, sua voz fraca, mas determinada. — Você está cometendo um crime!

Assim que ele terminou de falar, um tremor violento emanou do subterrâneo profundo. Uma pedra do teto do túnel despencou em direção à cabeça de Jenna.

Jenna rolou rapidamente para se esquivar, mas ainda sentiu o impacto dos destroços que caíam.

Franca enfrentou uma situação semelhante. Ela sentiu que se isso continuasse, o túnel inteiro poderia desabar. Mesmo com a Substituição por Espelho, ela não poderia garantir sua segurança neste segmento do túnel.

Sem hesitar, fechou a mão direita, reacendendo as chamas negras restantes dentro do corpo do Bruxo.

Chamas negras envolveram seu Corpo Espiritual, e o homem rapidamente encontrou seu fim.

Os tremores do túnel cessaram, deixando apenas poeira no ar.

Franca deu um suspiro de alívio e não perdeu tempo. Ela rapidamente montou um ritual de canalização de espírito, enquanto Jenna mantinha um olhar vigilante para qualquer visitante indesejado enquanto massageava seus ombros e costas.

Depois de um tempo, Franca completou o feitiço. Segurando o espelho, ela olhou para o rosto branco-pálido com uma pitada de arrogância e perguntou: — O quanto você sabe sobre os segredos da Pedreira do Vale Profundo?

O espírito do homem respondeu atordoado: — Alguns procuram usar máquinas para prolongar suas vidas, enquanto outros procuram máquinas para adquirir vida.

— Uma parte do Claustro do Vale Profundo está inclinada para o abismo.

“Você não pode ser mais específico?” Franca pressionou, — De qual organização você é? Por que você está explorando o desaparecimento do porteiro?

Quando o homem estava prestes a responder, uma névoa em constante mudança de repente envolveu o espelho.

Crack!

O espelho na mão de Franca quebrou instantaneamente.

Estrondo!

O corpo do homem, envolto em gelo e seda de aranha, explodiu. Sua carne se desintegrou em névoa que encheu os arredores.

Quase simultaneamente, Franca se despedaçou como um espelho, quebrando-se em fragmentos que caíram no chão.

Sua figura rapidamente se delineou no cruzamento do túnel e apareceu ao lado de Jenna.

— Como esperado, algo estava errado, — disse Franca solenemente, observando enquanto a névoa de sangue gradualmente se acomodava e se fundia com o solo.

Nesse ponto, o cadáver já havia se transformado em uma pilha de carne moída, restando apenas os itens de metal intactos.

Franca e Jenna fizeram uma busca simples e encontraram uma chave de bronze e moedas que valiam de 200 a 300 verl d’or.

Elas não ousaram ficar. Após apagar qualquer vestígio de sua presença, saíram.

Aproximadamente dois a três minutos depois, um par de pernas calçadas com botas marrons até os joelhos se materializou ao lado da poça de carne e sangue, segurando uma chaleira dourada e encolhida com um pavio saliente.

A luz escaldante do sol banhava a entrada das catacumbas da Praça do Purgatório, e Lumian sentiu como se tivesse retornado do reino dos mortos para o mundo dos vivos. O frio que havia permeado seu corpo gradualmente se dissipou.

Virando-se para Hela, cuja pele branca-pálida, livor mortis vermelho-arroxeado e sinais de decomposição ainda não estavam completamente curados, ele sorriu e comentou: — Mesmo que não tenha sido uma batalha de verdade, foi o mais perto que cheguei da morte.

Hela respondeu simplesmente: — Aqueles na água branca e pálida da fonte já foram indivíduos formidáveis.

Enquanto Lumian caminhava até a beira da praça, ele perguntou casualmente: — Qual é o propósito da Fonte do Esquecimento? Você não pode realmente usá-la para esquecer o passado e a dor, pode?

Hela balançou a cabeça.

— Para mim, ela pode servir como um substituto para um determinado ritual, ou melhor, se tornar o elemento central de outro ritual.

Lumian não entendeu completamente o conceito, então não insistiu em mais detalhes.

Logo, porém, percebeu que o frio residual em seu corpo e pensamentos não havia desaparecido completamente só porque ele havia deixado as catacumbas.

Embora a maior parte tivesse se dissipado, parecia permanecer dentro dele, ressurgindo gradualmente à medida que a noite caía.

— A anormalidade em nossos corpos ainda está presente, — Lumian lembrou Hela com um tom solene.

Hela assentiu.

— Eu tenho uma solução. Quem te deu a tarefa de obter a água da fonte também deve ter uma solução.

Lumian reconheceu brevemente suas palavras e se despediu de Hela, indo em direção ao ponto de parada de carruagens públicas.

Comparado à anormalidade de morrer gradualmente, ele estava mais preocupado com o minério de Sangue da Terra que havia corroído sua palma, bem como com a bizarra “ferrugem”.

Capítulo 356: Cicatriz

Conforme o tempo passava, Lumian sentiu sua temperatura corporal se dissipando lentamente. Nem mesmo o sol escaldante do lado de fora da janela da carruagem pública conseguiu evitar essa mudança.

Seus pensamentos ficaram embotados, e a pele do dorso de sua mão ficou pálida e branca.

Por fim, Lumian chegou ao distrito comercial.

Ao desembarcar da carruagem pública, seus membros pareceram enrijecer.

Assim que ele virou na Rue des Blouses Blanches, um homem que se aproximou dele foi pego de surpresa. Ele soltou um suspiro silencioso, seus olhos cheios de medo.

Lumian olhou instintivamente para o lado, avaliando seu reflexo na janela de vidro da cafeteria.

Seu cabelo loiro-escuro parecia não ter sido lavado por dias, e seu rosto tinha adquirido um tom doentio de azul-claro. Havia manchas vermelho-arroxeadas e sinais de decomposição em seu pescoço, e seus olhos refletiam o vazio frio de um cadáver que jazia morto há muitos dias.

Lumian sorriu para o homem e comentou: — Bem, o que você acha? Eu me transformei convincentemente em um zumbi?

Ele notou que sua voz estava adotando um tom mais frio, lembrando Hela.

O cavalheiro xingou silenciosamente e contornou o sujeito que parecia pronto para ir a um baile de máscaras.

Lumian sabia que a corrupção que o consumia estava piorando. Ele acelerou o passo e chegou ao esconderijo provisório.

Rapidamente, arrumou o altar, desdobrou um pedaço de papel e escreveu uma breve carta para a Madame Mágica.

“Cumpri a missão da Madame Justiça e adquiri a água da fonte da Fonte do Esquecimento, mas também estou sucumbindo à corrupção. Está piorando. Como posso erradicá-la?”

Depois de dobrar cuidadosamente a carta, Lumian convocou a mensageira da Madame Mágica.

A “boneca” mensageira se materializou acima da chama da vela azul e deu um aceno de aprovação a Lumian.

— Gosto bastante do seu comportamento atual, embora seu cabelo esteja muito oleoso.

“A aura de quase morte?” A vontade de Lumian de murmurar era mais fraca do que antes.

Depois de assistir à partida da “boneco”, ele estabeleceu um limite de tempo de quinze minutos. Se a Madame Mágica não respondesse até lá, ele teria que explorar outros caminhos para se livrar da corrupção. Uma possibilidade era realizar um ritual e implorar ao Sr. Tolo.

Tic-tac. A agulha do relógio de bolso emprestado do Salle de Bal Brise mantinha um ritmo constante. No entanto, Lumian já havia notado que estava quase dez minutos atrasado. Era como se quanto mais perto chegasse da Fonte do Esquecimento, mais lento ele funcionasse.

De repente, a luz das estrelas se materializou do vazio, formando uma porta misteriosa e etérea.

A porta se abriu, e a Madame Mágica surgiu, vestida com um vestido amarelo-amarronzado. Além da porta, havia uma escuridão profunda adornada com a luz das estrelas.

A portadora da carta dos Arcanos Maiores do Clube de Tarô olhou para Lumian e assentiu gentilmente.

— Reze ao Sr. Tolo pela purificação de um anjo.

“Ainda terei que rezar para o Sr. Tolo?” Lumian não perguntou mais. Ele prosseguiu com o ritual no altar preparado.

Ele acendeu as velas na sequência correta e deixou o extrato pingar. Após queimar as ervas, ele deu um passo para trás, olhando para as chamas das velas, e entoou em uma voz profunda, — O Tolo que não pertence a esta época, o misterioso governante acima da névoa cinza; o Rei do Amarelo e do Preto que exerce boa sorte…

— Eu rezo a você,

— Eu rezo que você limpe a corrupção dentro de mim…

Após a conclusão do ritual, Lumian viu novamente um anjo formado de luz, cercado por doze pares de asas luminosas.

Com apenas sua visão periférica restante, ele sentiu o frio em seu corpo se dissipar, e sua temperatura corporal rapidamente voltou ao normal.

Em pouco tempo, o anjo partiu. Lumian olhou para o espelho de corpo inteiro na sala e percebeu que sua pele, cabelo e olhos tinham retornado completamente ao normal. O livor mortis vermelho-arroxeado havia desaparecido completamente. Restavam apenas alguns traços de decomposição, mas não havia sinais de deterioração. Parecia que esses resquícios iriam se curar com o tempo.

Lumian expressou sincera gratidão ao Sr. Tolo e concluiu o ritual.

Quando ele se virou para a Madame Mágica, uma lembrança repentina o atingiu, e ele rapidamente levantou a mão direita para inspecionar a palma.

A ferida da corrosão do minério de Sangue da Terra ainda estava lá. Embora não estivesse mais tão vividamente vermelha quanto quando se fundiu com a “ferrugem”, também não havia desaparecido. Parecia que ele havia marcado sua palma com algumas cicatrizes usando sangue.

Sentindo uma leve corrente de loucura e violência emanando de sua palma direita, Lumian franziu a testa em confusão.

— Isso não pode ser limpo?

A Madame Mágica fixou o olhar na palma direita dele por alguns momentos, mas não deu uma resposta direta. Em vez disso, ela falou: — Compartilhe os detalhes comigo.

Ela tomou a iniciativa de puxar uma cadeira e sentou-se, sem demonstrar nenhuma inclinação para continuar a conversa em pé.

Lumian sentou-se em uma cadeira à mesa de madeira, começando com a tarefa de Madame Justiça e contando como ele e Hela haviam extraído cada um um terço de uma lata de água da Fonte do Esquecimento.

Ele narrou o encontro com a figura colossal e frenética e o poder bizarro. Simultaneamente, ele não omitiu nenhum detalhe sobre a aparência e as ações de Monette, bem como o curioso “retorno” do minério Sangue da Terra.

A Madame Mágica ouviu o relato de Lumian em silêncio antes de soltar uma risada.

— É bem desafiador para figuras realmente formidáveis ​​morrerem completamente. Mesmo sem características de Beyonder, corpos ou almas, eles frequentemente deixam para trás impressões mentais, marcas de morte, auras residuais e outros resquícios. Quando as condições certas se alinham, podem encontrar um caminho de volta ao mundo real com um corpo adequado.

— Como o Mais Antigo, o Criador? — Lumian entendeu a essência da explicação da Madame Mágica e perguntou mais: — Então, quem é essa figura?

A Madame Mágica refletiu por um momento e respondeu: — Provavelmente é o Imperador do Sangue da Quarta Época, Alista Tudor.

— O Imperador do Sangue? Um dos Quatro Imperadores? — Lumian ouviu esse título e nome mencionados por Gardner Martin.

O império de Alista Tudor já se estendeu pelo que era a atual Intis. Trier, submersa no subsolo, serviu como Sua capital.

De acordo com Gardner Martin, o Imperador do Sangue era uma verdadeira divindade que compreendeu o caminho do Caçador, o que significa que Ele era um Sequência 0: Sacerdote Vermelho!

— Está correto, — afirmou a Madame Mágica. — A Guerra dos Quatro Imperadores foi um conflito genuíno entre deuses. Alista Tudor encontrou seu fim na submersa Trier da Quarta Época, o que também fez a capital afundar no subsolo. Ele havia há muito tempo decaído na loucura e cometido inúmeras atrocidades. Há rumores de que Ele quase sepultou todas as divindades que participaram da guerra ao Seu lado. Mesmo agora, muitos resquícios daquela guerra estão enterrados sob Trier, moldando profundamente alguns aspectos da história da Quinta Época.

A Quinta Época, a época em que Lumian e seus companheiros residiram, era frequentemente chamada de Idade do Ferro.

“Quase enterrando todas as divindades que participaram da guerra? O Imperador do Sangue estava realmente perturbado…” Lumian refletiu, genuinamente intrigado.

— O que ocorreu durante a Guerra dos Quatro Imperadores?

— Eu também não tenho certeza, — admitiu Madame Mágica, dando de ombros. — Só ouvi sobre isso de dois seres que testemunharam pessoalmente a guerra. Nem Eles possuem o quadro completo. Afinal, não se deve olhar diretamente para um deus. Lembre-se, nunca olhe diretamente para um deus, mesmo que seja uma Criatura Mítica incompleta transformada de um santo de Sequência 4.

“Seres que vivenciaram pessoalmente a Guerra dos Quatro Imperadores e ainda sobreviveram até hoje? Para terem participado de tal conflito divino, eles devem ser pelo menos anjos… Poderiam ser os dois anjos ao lado do trono do Sr. Tolo? Sim, a Bíblia Sagrada mencionou que o Anjo do Tempo do Sr. Tolo era um anjo antigo, e um deles poderia ser essa figura?” Lumian juntou as informações que tinha e arriscou um palpite.

Ao ouvir Aurore mencionar o conceito de Criaturas Míticas e suas complexidades associadas, Lumian não teve dúvidas sobre a advertência “nunca olhe diretamente para um deus”.

Ansiosamente, Lumian perguntou: — Então, após a morte do Imperador do Sangue, sua marca mental, marca de morte ou aura residual permaneceu selada dentro da Fonte do Esquecimento?

— Isso provavelmente seria uma marca de morte, mas suspeito que esteja entrelaçada com uma marca mental, aura residual e até mesmo alguns espíritos remanescentes deixados para trás por razões desconhecidas. Caso contrário, o Imperador do Sangue Alista Tudor não persistiria em um estado de luta dentro da fonte. Heh heh, o combate pode de fato ser considerado uma característica de um Caçador, — especulou a Madame Mágica.

Enquanto a Madame Mágica falava, ela estendeu a mão para o vazio, desaparecendo da vista de Lumian.

Depois de uma breve busca, ela reapareceu, segurando uma tentadora taça de Kirsch.

— Sua irmã não lhe ensinou? Quando tiver um convidado, lembre-se de perguntar se ele quer chá ou vinho, ou talvez oferecer lanches, — Madame Mágica repreendeu brincando enquanto tomava um gole do vinho tinto leve e balançava a cabeça.

“Como eu poderia lembrar em um momento como esse? Onde ela conseguiu seu vinho?” Só então Lumian percebeu que tinha esquecido de perguntar sobre a coisa mais importante.

Ele reconheceu sinceramente a lição e então perguntou.

— Qual é a origem do estranho poder que arrastou o Imperador do Sangue de volta para a fonte?

— Eu não sei, — respondeu Madame Mágica com franqueza. — Até mesmo um deus verdadeiro pode não saber. Tudo o que posso ter certeza é que não tem conexão com a Guerra dos Quatro Imperadores.

Lumian decidiu deixar esse assunto de lado por enquanto e voltou sua atenção para sua mão direita, onde os vestígios misteriosos permaneciam.

— O que são essas marcas? O Sr. Tolo não pode limpá-las?

— Se isso não for corrupção, não pode ser purificado, — explicou Madame Mágica enquanto bebia seu Kirsch. — É mais parecido com um item místico embutido em sua mão. Ele causará certos efeitos adversos, e esses efeitos não podem ser purificados a menos que o próprio item seja removido.

— Um item místico… Qual é seu propósito e quais perigos ele contém? — Lumian não havia previsto essa revelação.

— É inútil. — Madame Mágica riu. — Eu mencionei que é similar, mas não equivalente. Certamente não é uma fonte direta de aumento de poder. Há rumores de que no subterrâneo de Trier, há vários tesouros deixados para trás pelo Imperador do Sangue Alista Tudor em vários locais escondidos. Somente aqueles com a linhagem da família Tudor podem desbloqueá-los. E agora, você também pode desbloqueá-los.

“Então, é como se minha palma contivesse um pouco do sangue e da aura de Tudor, sem relação com os poderes de Beyonder?” Lumian tentou sondar as cicatrizes vermelhas brilhantes em sua palma direita com sua consciência.

Assim que os dois se conectaram, ele foi abruptamente engolfado por uma onda de aura frenética, violenta, aterrorizante e dominadora. A sala inteira, e até mesmo o apartamento inteiro, tremeram incontrolavelmente.

Capítulo 357: A verdadeira identidade de Monette

Combo 01/25


A mudança repentina e a aura frenética que afetou Lumian instintivamente o fizeram retirar sua consciência da cicatriz em sua palma direita.

A anomalia cessou e tudo voltou ao normal.

Lumian examinou os arredores, preocupado que a aura pudesse atrair atenção indesejada.

Naquele momento, a sala ficou estranhamente silenciosa, e o ambiente escureceu um pouco, como se uma camada de vidro escuro à prova de som tivesse sido adicionada.

Lumian relaxou e voltou seu olhar para Madame Mágica.

— O que aconteceu?

— O traço carrega a aura de Alista Tudor, mas não tem efeito prático. Não pode intimidar os outros ou fazê-los se submeter. — A Madame Mágica segurou seu Kirsch e sorriu. — Com o Rosto de Niese, você pode agir como O Imperador do Sangue no Teatro da Velha Gaiola de Pombos.

“Só pode ser usado para atuar ou assustar pessoas em situações específicas?” Lumian assentiu pensativamente.

— Que tipo de efeitos negativos tem?

A Madame Mágica riu.

— Você ficará mais louco, mais feroz e mais impulsivo, mas essas qualidades não lhe faltam.

“O que ela quis dizer é que eu tenho muitos efeitos negativos semelhantes. Contanto que eles não excedam o limite, não haverá problemas. Ou melhor, já estou acostumado, então não poderia ficar pior.”

— Isso é bom. — Lumian deu um suspiro de alívio.

A Madame Mágica tomou um gole de Kirsch e o lembrou: — Por enquanto, você depende principalmente de sua perseverança e resistência de Monge Esmola para suprimir os efeitos negativos e manter seu estado normal. No entanto, quando chegar a hora certa, você precisa desabafar. É como um reservatório. Você não pode continuar acumulando água. Você tem que encontrar uma oportunidade de liberar uma parte. Caso contrário, se você acumular dia após dia, ela romperá a represa ou transbordará do reservatório, deixando para trás problemas psicológicos.

“Isso é verdade. Enquanto o avanço subsequente de Monte da Esmola para Asceta enfatiza “resistência e acumulação, há também um aspecto explosivo…” Lumian entendeu as palavras da Madame Mágica.

Ao mesmo tempo, ele pensou em algo.

Após se juntar à Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, ele inevitavelmente exploraria o submundo de Trier. Embora possuísse a aura do Imperador do Sangue e tivesse as qualificações para entrar em lugares específicos e abrir certos tesouros, ele desencadearia mais anormalidades e encontraria mais perigos?

Lumian expressou suas preocupações, e a Madame Mágica assentiu levemente.

— Esta é uma situação completamente previsível.

— Tipo, uh, como diz o ditado, é uma bênção e uma maldição.

— Se você não quiser correr esse risco, reze para o Sr. Tolo novamente em dois ou três dias e peça a ele para ajudá-lo a eliminar a aura de Alista Tudor. Lembre-se, você deve especificar que é a aura de um Beyonder de alto nível do caminho do Caçador para evitar qualquer mal-entendido sobre a remoção de coisas desnecessárias durante a operação.

— Não posso limpá-la com minha reinicialização diária às 6 da manhã? — Lumian perguntou por hábito.

A Madame Mágica balançou a cabeça.

— Ela não pode redefinir uma aura deste nível.

Lumian mergulhou em pensamentos profundos, ponderando se deveria manter a aura da linhagem de Alista Tudor ou usar um ritual para removê-la.

Lembrando que entrar no subterrâneo para procurar pela Trier da Quarta Época seria, sem dúvida, uma missão atribuída pela Ordem da Cruz de Ferro e Sangue, e que desencadear uma anormalidade era altamente provável, ele fortaleceu sua determinação e escolheu manter a cicatriz vermelha brilhante na palma da mão direita.

Ao contrário de outros membros da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue que foram corrompidos pelo prédio 13, apenas a aura da linhagem de Alista Tudor poderia permitir que ele suportasse o mesmo “tratamento” sem perder a sanidade.

Quanto aos perigos potenciais, ele estava preocupado, mas só podia escolher a opção com menos desvantagens.

De qualquer forma, procurar a entrada para a Trier da Quarta Época não era sua única missão. Quando chegasse a hora, muitos membros da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue sem dúvida se juntariam. Gardner Martin poderia até liderar a equipe. Se o céu desabasse, todos eles enfrentariam isso juntos!

Vendo que Lumian já havia se decidido, a Madame Mágica não disse mais nada e saboreou silenciosamente seu Kirsch.

Lumian então perguntou sobre outra coisa.

— Aquele grupo de vigaristas, ou melhor, as pessoas do Salle de Bal Unique, será que eles querem que eu obtenha a aura da linhagem de Alista Tudor e abra um tesouro no futuro? Mas por que não obtê-lo eles mesmos? Eles já roubaram o minério Sangue da Terra, e podem claramente entrar na área ao redor da Fonte do Esquecimento.

— Talvez seja muito perigoso para eles, e eles não queiram tentar por si mesmos. Se você falhar, isso pode liberar o espírito remanescente do Imperador do Sangue. Se você tiver sucesso, eles só terão que esperar até que você encontre o tesouro, — Madame Mágica respondeu com um sorriso.

— Libertar o espírito remanescente do Imperador do Sangue? — Lumian expressou sua perplexidade. — Naquela época, eu sentia que, desde que entrasse em contato com a água da fonte branco-pálida, eu morreria imediatamente. Provavelmente não posso me tornar um recipiente para a ressurreição do Imperador do Sangue.

A Madame Mágica ponderou por um momento e disse: — Normalmente, esse deveria ser o caso, mas como você é um Caçador e possui o selo do Sr. Tolo e um anjo do domínio da Inevitabilidade, uma vez que você for arrastado para a fonte e fundido com o espírito remanescente do Imperador do Sangue, isso pode desencadear uma explosão imprevisível, permitindo que Alista Tudor escape de suas restrições e impeça a morte de aprisioná-lo.

Lumian ponderou as palavras da Madame Mágica e sentiu que quanto mais pensava nisso, mais perguntas surgiam, deixando-o mais aterrorizado.

A Madame Mágica girou suavemente seu copo.

— Esse foi só meu palpite. Os verdadeiros motivos daqueles no Salle de Bal Unique ainda precisam ser confirmados. Pode até ser uma brincadeira que pode colocar sua vida em risco para interferir em nosso julgamento de outros assuntos.

— Resumindo, você tem que estar vigilante. Não relaxe só porque você sente que a outra parte atingiu seu objetivo.

Lumian reconheceu secamente, indicando que não baixaria a guarda.

Na verdade, mesmo que a Madame Mágica não tivesse mencionado, ele teria tomado precauções contra o vigarista ilhéu que sempre aparecia no subsolo em momentos críticos.

Esse cara quase o traumatizou.

— Devemos relatar a anomalia na Salle de Bal Unique às duas Igrejas? — perguntou Lumian.

A Madame Mágica tinha uma expressão peculiar quando respondeu: — Estou observando o salão de dança há algum tempo e percebi que a maioria das pessoas que usam monóculos no olho direito são normais. Apenas algumas são problemáticas, e as poucas que são problemáticas são irregulares. É difícil fixá-las, pois podem ser uma coisa hoje e outra amanhã.

— Além disso, ninguém sabe se Eles estão entre os que não usam monóculos com o olho direito. Para eliminá-lo completamente, talvez tenhamos que apreender todos naquela rua e aqueles que visitaram o salão de dança, destruindo-os ou purificando-os.

— No entanto, isso não vai realmente acabar com Ele. Só vai forçá-lo a ir para as sombras.

— O Anjo do Tempo do Sr. Tolo está de olho neste assunto, esperando encontrar Seus avatares mais importantes. Só então poderemos infligir dor e mantê-lo sob controle por um tempo.

Lumian estava anormalmente confuso. Intrigado, ele perguntou: — O que você quer dizer com ‘Elez estão entre eles’?

A Madame Mágica falou como se os anormais fossem a mesma pessoa.

A Madame Mágica ponderou por alguns segundos e disse: — Ele já interagiu com você várias vezes. É necessário que você o entenda até certo ponto.

— Ele é o grande nobre do Império Tudor da Quarta Época, Amon. Ele também é filho do Antigo Deus Sol, que governou o mundo inteiro na Terceira Época.

— Ele é Amon? — Lumian lembrou que o vigarista ilhéu, Monette, havia saído do túmulo de um membro da família Amon.

“A pessoa atrás dele era um anjo antigo!”

“Não é de se admirar que ele saiba tanto sobre os túmulos da Quarta Época!”

A Madame Mágica assentiu.

— Ele já foi um Rei dos Anjos e ascendeu ao trono de uma divindade, mas foi derrotado pelo Sr. Tolo. Agora, Ele é um anjo comum.

— Ele pertence ao caminho do Saqueador. Indivíduos de alto escalão deste caminho têm uma habilidade especial chamada Parasitismo. É a separação de uma parte de si mesmos e parasitam os corpos dos outros. Existem níveis superficiais de Parasitismo e níveis profundos de Parasitismo. O último pode permitir que o hospedeiro se torne um avatar.

— Quanto maior a sequência, mais alvos eles podem parasitar.

Lumian ficou alarmado e com medo quando deixou escapar: — O vigarista, Monette, foi parasitado por ele?

Na verdade, ele era uma figura formidável que já havia lutado contra o Sr. Tolo!

A Madame Mágica concordou com o palpite de Lumian.

— Isso mesmo. Cada membro da família Amon da Quarta Época é Amon. Os anormais no Salle de Bal Unique também são Amon. Os que não mostraram nenhuma anormalidade são Amons em potencial, ou crentes em potencial de Amon.

Lumian ficou sem palavras.

Ele achou apropriado descrever aqueles que usavam monóculos no olho direito como percevejos do Auberge du Coq Doré e baratas do lixo.

Era muito parecido!

Monette, de certa forma, havia ressuscitado de seu próprio túmulo.

— Quantos avatares Ele tem? — Lumian perguntou após uma breve pausa.

A Madame Mágica balançou a cabeça e respondeu: — Desde a Quarta Época, Ele tem caçado Beyonders do caminho do Saqueador por eras, reunindo muitas características. Ninguém sabe quantos avatares existem. O que você precisa lembrar é que quando você encontra um Amon, já existem muitos Amon espreitando por aí. Eles podem ser ratos, percevejos ou até mesmo criaturas menores.

— Isso não é perfeito para monitorar os outros? — Os cabelos de Lumian ficaram em pé.

Ele entendeu aproximadamente por que Amon sabia que ele tinha o minério Sangue da Terra e conseguia entender seus movimentos. Ele também entendeu por que sentiu que algo estava errado quando rezou pela benção da última vez — a “ilusão” de alguém o observando.

— Qual é a sequência aproximada do avatar de Amon? — Lumian perguntou com medo persistente, relembrando seu desejo de eliminar Monette na tumba do quarto nível.

A Madame Mágica terminou o Kirsch restante e jogou o copo de volta no vazio.

— Ele tem uma maneira de enfraquecer seu avatar, mas Ele ainda é um anjo. Você não pode subestimar seu avatar por causa disso. Sim, é semelhante a uma cena especial no terceiro nível da tumba e abaixo. Você pode determinar e tratar de acordo com a situação específica.

Lumian esfregou as têmporas, sentindo uma dor de cabeça se formando. Sem uma compreensão clara das intenções de Amon, qualquer aventura nas profundezas do Submundo de Trier era arriscada.

Ele mudou de assunto.

— Qual é o propósito da Fonte do Esquecimento?

Capítulo 358: Negligência

Combo 02/25


A Madame Mágica riu.

— Por que você se importa? Você não pode usá-la. Você só pode usá-la para esquecer todas as suas memórias e sentimentos originais e se tornar uma nova pessoa.

— Certo, nos caminhos do Colecionador de Cadáveres, Sem Sono e Guerreiro, a Fonte do Esquecimento tem usos diferentes dependendo do uso, ritual e compatibilidade. Inclui, mas não se limita a, limpar memórias temporariamente, curar danos essenciais ao espírito, melhorar a percepção espiritual, ser um ingrediente para rituais importantes e desbloquear várias habilidades, entre outras coisas.

“Compatível a três caminhos vizinhos e intercambiáveis, Colecionador de Cadáveres, Sem Sono e Guerreiro?” Lumian extraiu informações cruciais.

Naquele exato momento, a Madame Mágica olhou para ele, com um sorriso contido, mas consciente.

— Há mais alguma pergunta?

Lumian refletiu um pouco antes de responder: — Por enquanto, não.

A Madame Mágica assentiu. — Então é minha vez de perguntar.

— Perguntar o quê? — Lumian ficou intrigado.

Ele havia contado todos os detalhes.

A Madame Mágica bateu o dedo no ar vazio à sua frente.

— Por que você não me informou que a Srta. Justiça o enviou para a Fonte do Esquecimento?

Lumian ficou surpreso.

— Achei que ela mesma teria informado você. Além disso, como ela também é portadora de uma carta dos Arcanos Maiores no Clube de Tarô, não vi necessidade de confirmar isso com você.

A Madame Mágica tinha uma expressão pensativa.

— Normalmente, não haveria problema, mas este mundo está cheio de anomalias.

Lumian, agora se sentindo confuso, perguntou: — Há algo errado com a Srta. Justiça?

A Madame Mágica balançou a cabeça. — Não, não é isso. O problema está no fato de que logo depois que você aceitou a jornada para a Fonte do Esquecimento, o minério Sangue da Terra desapareceu. Eu não tinha conhecimento de sua viagem iminente para o quarto nível das catacumbas, e a Srta. Justiça não sabia que o minério Sangue da Terra tinha caído nas mãos de outra pessoa. Não é uma questão de você querer levá-lo com você ou não.

— Se tivéssemos nos comunicado antes, eu poderia ter adiado a missão para descobrir o paradeiro do minério Sangue da Terra ou feito os arranjos adequados.

Lumian refletiu sobre suas palavras, percebendo a verdade nelas.

Tendo previsto que o minério Sangue da Terra traria certos encontros no subsolo, ela não pôde ignorar a conexão oculta entre a perda do minério e a jornada até a Fonte do Esquecimento.

A negligência de Lumian, ou melhor, sua suposição de um curso de ação razoável, levou aos encontros subsequentes que o aguardavam mais tarde.

A Madame Mágica fixou seu olhar em Lumian por alguns segundos antes de responder: — Você não pode ser totalmente culpado pela forma como lidou com a situação. Estou apenas lembrando você de ter mais cautela no futuro.

Ela fez uma pausa, suas palavras carregadas de significado.

— Isso se tornará ainda mais crucial quando você buscar a entrada para a Trier da Quarta Época nos próximos dias.

— Sim, Madame Mágica. — Lumian aceitou sua orientação de todo o coração.

Depois que a Mágica desapareceu com a lata contendo a água da Fonte do Esquecimento, Lumian rapidamente arrumou o altar e se acomodou novamente.

Ele refletiu sobre seus erros durante a operação.

“Primeiro, a Madame Mágica está certa. Eu deveria tê-la informado sobre a missão da Madame Justiça. Mesmo que elas já tivessem se comunicado em particular e não houvesse problemas, eu ainda deveria mencionar. Afinal, meu portador da carta dos Arcanos Maiores não é a Justiça, mas a Mágica. Ajudar outros portadores de carta dos Arcanos Maiores requer a permissão do meu próprio portador de carta dos Arcanos Maiores.”

“Em segundo lugar, antes de entrar na Fonte do Esquecimento, devo verificar minha condição e itens para uma confirmação final. A menos que haja uma batalha ou uma emergência, esse deve ser um processo necessário.”

“Se eu tivesse me lembrado e completado esse assunto, poderia ter evitado muitos problemas com antecedência. Eu não teria trazido o minério Sangue da Terra para a área da Fonte do Esquecimento. Monette, não, Amon, apareceu várias vezes e deliberadamente me assustou para interromper meus pensamentos e manter minha atenção nele em vez de meu próprio estado, fazendo com que eu negligenciasse o “retorno” do minério Sangue da Terra.”

“Terceiro, não notei a anormalidade de Termiboros. Ele permaneceu em silêncio diante da aparição de Monette, diferente de Sua vigilância e ansiedade de antes. Heh, embora Ele esteja selado, pode sentir seus arredores através de mim. Como um anjo, como Ele não notou Amon colocando o minério Sangue da Terra de volta no meu bolso?”

“Além disso, o destino dele está entrelaçado com o meu. Quando entrei na Fonte do Esquecimento com o minério Sangue da Terra, meu destino deve ter mudado. Como Ele não percebeu? Por que Ele não me avisou?”

“Ele também quer usar o ambiente especial da Fonte do Esquecimento e a anormalidade causada pelo minério Sangue da Terra para encontrar uma maneira de escapar do selo? Sim, foi Ele quem me avisou que o minério Sangue da Terra era especial e disse que me traria um encontro fortuito!”

“O estranho poder finalmente o impediu de atingir seu objetivo. Quem poderia ser?”

“É verdade que não se pode confiar completamente no anjo de um deus maligno. Termiboros tem agido de forma tão confiável ultimamente. Ele me lembra de vez em quando não apenas de evitar perigos que podem afetá-lo, mas também de me acalmar. Ele está esperando uma oportunidade para me apunhalar pelas costas.”

“Heh heh, você também é um Caçador?”

“Depois de entrar na Fonte do Esquecimento, não houve problema com minhas escolhas. Os efeitos adversos irromperam, e com todos os tipos de corrupção mental empilhados uns sobre os outros, já era muito difícil para eu reagir. Independentemente do certo ou errado… Se a corrupção não tivesse entrado em conflito e atrapalhado uma à outra, eu poderia ter enlouquecido na hora.”

Lumian revisou todo o assunto e de repente riu.

— Termiboros, como você não percebeu que Monette me devolveu o minério Sangue da Terra?

Mas Termiboros permaneceu em silêncio, evitando qualquer resposta.

Lumian averiguou aproximadamente o papel que esse anjo da Inevitabilidade havia desempenhado nos eventos recentes. Ele examinou os itens em seu corpo, temendo que eles também o levassem à “morte”.

Felizmente, os objetos inanimados foram relativamente inalterados e não sofreram danos substanciais. Quanto à “ferrugem” que as Atormentadoras encontraram, não foi um ataque verdadeiro. Além de deixar alguns rastros, não afetou seu uso.

Quanto aos olhares e criaturas perigosas que o uso das luvas de boxe traria, Lumian não tinha ideias. Ele acreditava que o ambiente especial da Fonte do Esquecimento limitava os efeitos negativos correspondentes.

Após fazer isso, Lumian examinou os arredores. Ele sentiu um medo e desgosto indescritíveis pela sua casa segura em que Amon havia entrado. Sentiu como se houvesse olhos escondidos no ar ao redor.

Claro, isso era principalmente psicológico. Afinal, a Madame Mágica passou por lá.

Após desfazer as armadilhas escondidas, Lumian abriu a porta e saiu com todos os seus pertences. Ele planejava nunca mais voltar, preferindo desperdiçar o aluguel.

Em Trier, em um parque verdejante.

A Mágica, adornada com um vestido amarelo-amarronzado, observou uma golden retriever passeando tranquilamente no gramado. Ela se virou para a mulher parada ao lado do cachorro, que usava um vestido branco simples com delicados padrões verdes. Seu longo cabelo loiro fluía casualmente pelas costas, amarrado frouxamente. Seus olhos pareciam esmeraldas brilhantes, espelhando as árvores próximas em suas profundezas claras.

— A Fonte do Esquecimento foi recuperada.

A mulher sorriu e disse: — Aconteceu alguma coisa? Você deveria ter chamado um mensageiro para trazer isso.

A Mágica assentiu e resumiu as informações-chave. Finalmente, ela disse: — Coincidentemente, não nos encontramos nos últimos dias e não nos comunicamos.

— Isso me levou a saber que ele havia perdido o minério Sangue da Terra, suspeito de ter sido roubado por Amon, mas eu não sabia que ele iria trazer a Fonte do Esquecimento. Você, por outro lado, sabia que ele iria recuperar a Fonte do Esquecimento, mas não sabia que o minério Sangue da Terra havia sido roubado.

Justiça ouviu em silêncio por alguns segundos antes de suspirar.

— É muito parecido com o estilo daquela pessoa…

— É realmente aquela pessoa? — A Mágica franziu a testa ligeiramente. — Quando Ele lançou Seu olhar? Falhamos em nos esconder Dele desde o começo?

Justiça ponderou por um momento e disse: — Isso não é surpreendente. O mais importante agora são os arranjos que Ele tem em mente.

— Não sei, — respondeu a Mágica com um sorriso autodepreciativo. — Mas já que o incidente da Fonte do Esquecimento já ocorreu, posso prever…

Ao entrar no vazio, cercada pela luz das estrelas, ela suspirou e disse: — Não demorará muito para que a porta da Trier da Quarta Época realmente se abra.

Do lado de fora de um castelo abandonado.

Justiça se materializou na porta, segurando a lata dourada contendo a Fonte do Esquecimento.

À sua frente, um mar escuro e ilusório se materializou. Ela pisou nele e chegou em um sonho especial.

No sonho, não só faltava uma parte do mausoléu preto invertido, mas ele também estava partido ao meio. Rachaduras profundas cobriam sua superfície, e penas amarelo-claras manchadas com óleo e vários símbolos de morte estavam espalhados por todo lugar.

Justiça flutuou no ar, derrubando a lata dourada em sua mão.

Sob sua orientação, uma parte da água da Fonte do Esquecimento se transformou em chuva escura que caiu suavemente no chão.

Todos os danos foram cicatrizados e as duas metades do mausoléu gradualmente se fecharam.

Em meio a essa transformação, Justiça guardou a lata dourada e olhou para a Fonte do Esquecimento restante. Ela murmurou para si mesma: — Mais duas rodadas devem ser suficientes.

No segundo andar da Salle de Bal Brise, o quarto de Lumian.

Depois de tirar um cochilo, levantou a palma da mão direita e percebeu que a cicatriz vermelha brilhante havia desaparecido significativamente. Parecia mais com as marcas deixadas pela compressão.

Lumian deu um suspiro de alívio. “Isso não vai atrair muita atenção.”

Seu plano original era envolver a palma da mão direita com uma bandagem branca para evitar que o Chefe e os outros percebessem algo errado.

Por enquanto, Lumian pensou por um momento e enrolou a bandagem na palma da mão esquerda, que parecia normal.

Após completar essa tarefa, aguardou ansiosamente a compensação que Madame Justiça havia mencionado. Ele se perguntou quando ela chegaria.

Ele acreditava que não levaria mais do que alguns dias.

De repente, Lumian virou a cabeça e olhou para a janela no beco atrás dele.

Bang! Bang! Bang!

Foram batidas no vidro.

 

Capítulo 359: Deus da Doença

Combo 03/25


Lumian olhou e notou Franca, vestida com uma blusa, dando tapinhas no vidro.

Ele abriu a janela, com um sorriso no rosto, e perguntou: — Por que você não usou a porta da frente?

— Você não costuma recorrer a palhaçadas de subir em janelas? — Franca saltou para dentro da sala com elegância, seguida por Jenna.

Jenna observou por um momento e apontou para a palma esquerda de Lumian.

— Você está ferido?

— Por que está enfaixado?

Lumian riu.

— Eu fui até o quarto nível das catacumbas e cruzei com uma criatura que parecia um espírito maligno. Eu tive uma batalha intensa com ela e acabei com alguns arranhões.

Franca examinou a palma esquerda de Lumian, perplexa. — Sério? O quarto nível das catacumbas?

— Acredite ou não, a escolha é sua — Lumian respondeu com um sorriso.

Franca entendeu o recado e mudou de assunto.

Jenna, no entanto, murmurou baixinho: — Acho que é uma mistura de verdade e mentira.

Lumian decidiu ignorar o comentário de Jenna e perguntou: — Aconteceu alguma coisa com vocês também?

— Isso mesmo. — Franca começou a contar o encontro em detalhes e mostrou uma chave de bronze. Ela sugeriu ansiosamente: — Devemos tentar adivinhar qual porta essa chave abre? Quem quer que esteja oferecendo uma recompensa de 50.000 verl d’or deve estar desesperado!

Lumian zombou.

— Você tem um espírito aventureiro.

— É claro que um assunto tão obscuro deve ser deixado para os Purificadores investigarem. Além disso, envolve alguns monges da Igreja do Deus do Vapor e da Maquinaria descendo ao abismo. Você realmente não quer explorar a caverna secreta na Pedreira do Vale Profundo sozinho, quer?

Franca admitiu timidamente: — Para ser honesta, estou tentada. A ideia de estender a vida por meio de máquinas e dar vida a máquinas me fascina. Mas minha racionalidade me mantém sob controle.

Jenna ficou em silêncio, indicando que havia discutido isso com Franca no caminho.

Depois de compartilhar suas ilusões, Franca concordou em deixar Jenna encontrar uma maneira de entregar a chave aos Purificadores e relatar o encontro.

Ela então se virou para Jenna. — Pretendo ir para a Rue des Fontaines. E você?

Jenna já tinha feito planos. Ela disse a Lumian: — Você não me pediu para descobrir onde o dono da fábrica mora? Bem, eu o segui e reuni muitas informações. Agora podemos localizar as famílias que aguardam indenização e orientá-las a exigir o que é delas por direito.

Lumian respondeu com um sorriso: — Eu não pedi para você fazer isso; você quis fazer.

Franca respondeu secamente antes de prosseguir com seu plano de visitar a Rue des Fontaines.

No Quartier du Jardin Botanique, no cruzamento da Rue Pasteur com a Rue Evelyn.

Os prédios tinham uma mistura de componentes que não pareciam de lá, como blocos de construção montados por uma criança descuidada. O lugar exalava uma vibração inquietante, semelhante a uma floresta selvagem e instável.

Jenna apontou para uma mulher agachada na rua, lavando roupas, e disse: — Essa é madame Mogana. O marido dela também morreu naquele acidente alguns anos atrás.

Madame Mogana usava um vestido surrado, remendado, de um branco acinzentado, e seu rosto era marcado por rugas que revelavam mais de cinquenta anos de vida.

Lumian, tendo digerido um pouco mais dos efeitos da poção após queimar a Garrafa de Ficção, não tinha pressa. Ele respondeu: — Você cuida disso.

Jenna olhou silenciosamente para a magra e alta madame Mogana. Depois de alguns segundos, ela falou: — Verdade seja dita, eu realmente não gosto dela.

Curioso, Lumian perguntou: — Por quê?

Jenna soltou um suspiro e explicou: — Ela é bem maliciosa. O tipo de pessoa que deseja o mal ao vizinho quando ele está passando por um momento difícil. Ela faz coisas desprezíveis mesmo quando não há ganho para ela.

— Como você sabe, minha mãe era atriz de teatro e era um pouco alfabetizada. Ela costumava trabalhar como tutora para uma família de classe média. Era um trabalho respeitável com bom salário. Mas quando a Mogana descobriu, ela seguiu minha mãe e descobriu a família. Ela disse aos empregados que estavam fora fazendo recados que minha mãe estava fazendo bico como uma garota de rua, que ela era imoral e habilidosa em seduzir homens. Em pouco tempo, minha mãe foi demitida. Ela teve que se contentar com empregos como faxineira, lavadeira de louça ou até mesmo trabalhando em uma fábrica de produtos químicos.

— Madame Mogana, analfabeta como é, não teve chance de conseguir o emprego que minha mãe perdeu por causa de suas ações, mas ela parecia estranhamente satisfeita.

Lumian assentiu em compreensão. — Ciúmes é de fato um dos pecados capitais da humanidade. Por que você não se vingou dela?

Jenna sussurrou com uma risada, — Isso foi há muito tempo. Além disso, em um lugar como este, coisas semelhantes estão fadadas a acontecer mais cedo ou mais tarde. Quando meu pai faleceu, meu irmão era considerado um rapaz forte. Caso contrário, nossa família estaria em um estado ainda pior. Se uma viúva se mudasse com sua filha, alguém viria bater à sua porta no dia seguinte, xingando você e alegando que seu marido roubou. O vizinho fingiria ser amigável e apresentaria você aos seus parentes homens.

— Se você recusasse, aquele parente sentaria do lado de fora da sua porta e beberia todos os dias. A polícia não se importava com essas questões, e você não podia contar com mais ninguém para ajudar. Um dia, quando ele ficasse realmente bêbado e ousado, não preciso soletrar o que aconteceria, certo?

— Às vezes, a polícia o prendia, mas prender um só traria um segundo ou terceiro. Eles poderiam até enfurecer seus parentes. Eles quebrariam sua janela toda noite, empilhariam fezes em sua porta e recrutariam crianças mais velhas para assediar sua filha.

— Mas a pior parte foi ser alvo da máfia.

— Para sobreviver em um lugar como esse, você precisa de alguns homens adultos na casa ou tinha que ser durona e deixar claro que não recuaria, mesmo que isso custasse sua vida. Felizmente, quando nosso aluguel acabou, minha mãe se mudou para o outro lado da rua, e o ambiente melhorou significativamente.

As palavras de Jenna foram ditas como se ela já tivesse testemunhado tais dificuldades muitas vezes antes.

Embora Lumian tenha enfrentado sua própria cota de dificuldades, piores que as de Jenna, ele nunca havia encontrado nada parecido. Os conflitos e confrontos entre os vagabundos eram ainda mais evidentes. Era uma questão de ser espancado até a submissão, forçando os outros a se submeterem, ou pairando nas periferias como cães selvagens, catando o que restava dos outros. Quando ele chegou em Cordu, sua irmã, uma Beyonder, o protegeu, permitindo que ele pregasse peças sem se preocupar. Os outros moradores da vila eram principalmente submetidos à intimidação da família do padre.

Ele olhou para Jenna, que estava contando seu passado, e perguntou pensativo: — Você não disse que todo mundo aqui está apenas tentando sobreviver?

Jenna xingou, frustração evidente em seus gestos enquanto gesticulava em direção à mulher lavando roupas não muito longe com o queixo. — Droga, isso não desculpa a malícia deles. Veja Madame Mogana, por exemplo. Ela trabalha três empregos de meio período por dia só para dar ao filho uma chance de escapar deste lugar. Heh heh. Você pode não acreditar, mas apesar de caluniar maliciosamente minha mãe, ela às vezes me deu um pedaço de pão quando eu estava com fome e esperando minha mãe voltar para casa.

Lumian olhou para Madame Mogana.

— Pessoas como ela são facilmente instigadas.

— Exatamente — Jenna afirmou com um aceno de cabeça e se aproximou.

Seu comportamento mudou drasticamente quando Jenna gritou para a mulher lavando roupas, — Madame Mogana, você sabia? Aquele maldito Alphonse nos traiu!

— Aquele pedaço de merda de cachorro sempre nos diz para esperar um pouco mais. Ele alega que, como o tribunal já deu o veredito, Sr. Edmund certamente nos compensaria. Mas aquele porco intrigante planeja fugir, sem intenção de nos dar um único centavo!

— Aquele porco do Alphonse deve ter embolsado secretamente a sua parte para dizer uma coisa dessas!

Madame Mogana se levantou, gotas de água escorrendo de seus dedos ásperos.

Sua expressão se contorceu com uma mistura de raiva e preocupação quando ela perguntou: — Isso é verdade? Vou confrontar aquele porco!

O rosto de Jenna também se contorceu de ressentimento.

— Não podemos perder tempo com ele agora. Sr. Edmund está prestes a escapar!

— Vamos nos apressar e pará-lo. Eu sei onde a família deles mora!

Lumian estava a cerca de cinco a seis metros de distância, ouvindo Jenna agitar os moradores que estavam esperando por uma compensação. Ele casualmente examinou a área e percebeu que este lugar era semelhante à Rue Anarchie. Vendedores, crianças, mulheres e alguns homens se misturavam, lotando a maior parte da estrada. Ocasionalmente, carruagens regulares que passavam alteravam sua rota após uma breve observação.

No meio dessa cena agitada, um indivíduo se destacou notavelmente.

Envolto em uma velha camisa de linho e calças escuras, seu rosto estava relativamente limpo, e seu cabelo estava bem penteado. Ele contrastava fortemente com os vendedores e moradores ao redor.

Naquele momento, o homem estava conversando com algumas mulheres que seguravam longos pedaços de pão de centeio.

Ele apresentou um maço de notas, nem muito grossas nem finas, e as contou meticulosamente, uma por uma.

— 195, 200… Verifique se é 200 verl d’or?

— Se vocês não confiam em mim, vocês mesmos podem contar.

A menor denominação das notas era 5 verl d’or.

As mulheres provavelmente nunca tinham segurado tanto dinheiro antes. Elas tremeram enquanto contavam e confirmaram que eram de fato 200 verl d’or.

O homem pegou as notas de volta e as contou novamente.

— 195, 200, 205… Veja, contanto que você diga sinceramente o nome de Deus, você ganha uma nota extra a cada contagem!

“Truques de mágica impressionantes… Um vigarista?” Sempre que Lumian encontrava vigaristas, não conseguia deixar de se lembrar de Monette e do Salle de Bal Unique. Raiva e hostilidade brotavam dentro dele.

As mulheres recontaram o dinheiro e perceberam que havia de fato 41 notas. Havia uma nota extra — um extra de 5 verl d’or!

Ao ver isso, o homem de meia-idade disse com solenidade: — Meu Senhor é o governante de todas as doenças. Se você acreditar nele, nunca mais ficará doente. Mesmo se ficar doente, você se recuperará rapidamente.

— A doença é o castigo do Deus da Doença. Se você tem fé no Deus da Doença e o adora devotamente, Ele o poupará.

Ao ouvir essas palavras, os olhos de Lumian se estreitaram enquanto ele se aproximava.

Ele sacou o revólver, girou-o habilmente e então o balançou na direção da cabeça do homem de meia-idade.

Bang!

Instintivamente, o homem de meia idade se agachou, segurando a cabeça. Ele não conseguia nem gritar.

Entre seus dedos, sangue vermelho vivo começou a fluir.

Em meio aos olhares perplexos e temerosos da multidão ao redor, Lumian se agachou, movendo o cano de sua arma. Ele sorriu para o homem de meia-idade e comentou: — Venha, vamos ver como o Deus da Doença cura você.

O homem de meia-idade gritou em choque, medo e raiva: — Deus da Doença, hiss, o Deus da Doença vai punir você!

Lumian pegou as notas que caíram e as devolveu a ele.

— Se você não consegue contar mais 100.000 verl d’or hoje, nem sonhe em ir embora.

Com isso, ele levantou seu revólver e atingiu o homem na lateral do rosto, fazendo com que o sangue espirrasse em todas as direções. Seu rosto cedeu, e seus dentes foram lançados voando.

Capítulo 360: Bem-estar físico e mental

Combo 04/25


O olhar cheio de medo do homem de meia-idade se fixou em Lumian, incerto sobre o que havia desencadeado esse confronto repentino.

Ele não o enganou, nem era um dos mafiosos que dominavam a vizinhança. Ele não era parente ou amigo deles. Então, por que Lumian estava correndo para atacá-lo assim?

Para aumentar a confusão, Lumian nem sequer lhe deu uma chance de se defender. Ele desferiu um golpe após cada frase!

Seus olhos caíram sobre o revólver, e ele discretamente olhou para seus ajudantes escondidos nas sombras. A hesitação deles em intervir pesava muito em seu coração.

Ele não podia se dar ao luxo de ameaçar Lumian ou resistir a ele. Tremendo, ele gaguejou, — E-eu não posso te dar tanto dinheiro. Eu não trouxe dinheiro.

Lumian respondeu com um sorriso arrependido, — Que decepção. Estou com 100.000 verl d’or a menos. Quem lhe ensinou a mágica de contar dinheiro? Quem lhe apresentou ao Deus da Doença?

A garganta do homem de meia-idade se apertou e ele permaneceu em silêncio.

Com um ar de calma, Lumian abriu o cilindro do revólver, revelando as balas amarelas ao seu prisioneiro.

Ele então fechou o cilindro e pressionou o cano contra a testa do homem de meia-idade.

— Três, dois… — O dedo de Lumian no gatilho se movia para trás a cada contagem regressiva.

Pânico e terror cresceram nos olhos do homem de meia-idade.

Embora duvidasse que alguém ousasse atirar nele em plena luz do dia, esse homem havia começado o encontro com uma surra inexplicável. Era impossível prever o quão longe ele poderia ir.

Assim que Lumian chegou à contagem final, o homem de meia-idade gritou em desespero: — É o Enviado!

— Enviado? — Lumian arqueou uma sobrancelha.

Com suas defesas psicológicas destruídas, o homem de meia-idade abandonou qualquer esperança de escapar ileso. Ele deixou escapar: — O Enviado do Deus da Doença!

— Ele se aproximou de mim, me ensinou alguns truques e me contou sobre o Deus da Doença. Ele me pediu para ajudá-lo a recrutar crentes, prometendo uma parte dos lucros.

“Ele é um crente genuíno em um deus maligno, um vigarista usando o nome de uma divindade para obter riquezas, ou talvez uma mistura de ambos?” Lumian retirou o revólver da testa do homem de meia-idade e deu um leve tapinha em sua bochecha ainda intacta com ele. Um sorriso cruzou seu rosto quando ele comentou: — Agora está tudo bem. Bastou uma conversinha, não foi?

Estrondo!

Uma bala atravessou o ar e atingiu uma árvore caída próxima.

Lumian exclamou.

— Desculpe, disparou acidentalmente. Eu não te assustei, assustei?

O coração do homem de meia-idade tremia forte e uma pequena poça se formou abaixo dele.

Lumian lançou um breve olhar para o homem trêmulo e ofereceu outro sorriso tranquilizador.

— Qual é o nome desse enviado do Deus da Doença? Onde ele reside e como ele se parece? Ultimamente, tenho ficado sem fundos, então pensei em fazer uma visitinha a ele.

Interiormente, Lumian ponderou,

“Ele não reagiu àquela pequena brincadeira agora. Ele não é um abençoado…”

O homem de meia-idade balançou a cabeça vigorosamente.

— Eu não sei.

Vendo Lumian levantar o revólver mais uma vez, ele rapidamente emendou sua resposta: — Tudo o que posso dizer é que ele é alto e magro, com pele clara, quase como se estivesse cronicamente doente. Seus olhos são de um tom azul-acinzentado, e ele tem cabelo preto. É curto, como o corte de cabelo da secretária de um chefe rico.

— Ele me visita uma vez por semana, mas não tenho a mínima ideia de como encontrá-lo.

Enquanto isso, Jenna se juntou a Madame Mogana e os outros, sua curiosidade despertada pelas ações de Lumian. Ela usou um momento para lançar um olhar em sua direção, imaginando o que seu companheiro Caçador havia descoberto e o que ele estava fazendo.

No entanto, a urgência da situação a impediu de perguntar naquele momento.

Jenna havia efetivamente instigado vários indivíduos que há muito esperavam por uma compensação. Quanto mais essas almas injustiçadas falavam, mais feroz sua fúria crescia. Alguns já haviam assumido a responsabilidade de procurar outras vítimas ou suas famílias, incitando Jenna a liderá-los no confronto com o dono da fábrica chamado Edmund.

Em meio a essa indignação crescente, Jenna descobriu que não precisava mais instigar ativamente. A raiva coletiva havia ganhado vida própria, e indivíduos estavam se apresentando para ajudá-la nessa busca.

Enquanto corriam em direção ao bairro onde Sr. Edmund residia, Jenna teve uma epifania.

Para instigar alguém, ela tinha que conversar com eles, mas para instigar um grupo de pessoas, não precisava conversar pessoalmente com cada membro do grupo. Entender a situação e acender a faísca em alguns indivíduos iniciais era o suficiente. Os ‘incendiados’, por sua vez, se tornariam agentes de instigação, reunindo mais pessoas para sua causa em um efeito bola de neve.

Enquanto Jenna e a multidão progrediam em direção ao seu destino, Lumian ficou para trás para extrair mais informações do homem de meia-idade. Após confirmar que não conseguia obter mais detalhes, ele se levantou para se dirigir às mulheres enganadas que estavam observando os eventos que se desenrolavam.

— Você o ouviu. Esse cara está tentando te enganar. Você pretende deixá-lo escapar?

Lumian discretamente usou o Rosto de Niese para alterar levemente sua aparência ao confrontar o homem de meia-idade, garantindo que ninguém o associasse ao criminoso procurado, Lumian Lee.

Uma das mulheres presentes tinha sido, na verdade, colaboradora do homem de meia-idade, auxiliando na pregação e no desvio de dinheiro. Nessa situação terrível, ela não ousou dizer uma palavra e olhou para os outros em busca de orientação.

Entre as mulheres, algumas estavam cheias de raiva, prontas para entregar o vigarista às autoridades, enquanto outras se encolheram, temendo que o vigarista pudesse ter cúmplices perigosos que buscassem vingança.

Lumian observou em silêncio enquanto expressavam suas opiniões, observando casualmente os espectadores próximos.

Entre os espectadores, ele notou três homens tentando escapar sem serem notados.

Esses três eram cúmplices do vigarista, responsáveis ​​por recorrer à violência quando necessário.

Sem hesitar, Lumian levantou seu revólver e disparou três tiros.

O trio soltou gritos de dor e caiu no chão, sofrendo ferimentos nas pernas e panturrilhas, com sangue escorrendo livremente.

— Não precisam se preocupar com eles buscando vingança, — Lumian assegurou às mulheres com um sorriso.

As vítimas, com as emoções à flor da pele, ficaram em silêncio, quase como estátuas.

Depois de alguns segundos, eles gaguejaram: — Sua decisão…

Lumian assentiu com satisfação e gesticulou para o trapaceiro trêmulo e seus cúmplices feridos.

— Leve-os para a mais próxima… Uh, Catedral do Vapor.

No cruzamento do Quartier de l’Observatoire com o Quartier du Jardin Botanique, Avenue Sèlbù, nº 05, um enxame de homens e mulheres vestidos com trajes esfarrapados avançou em direção a um prédio bege de três andares.

Os dois guardas posicionados na entrada observaram a multidão agitada que se aproximava e rapidamente sacaram seus revólveres semiautomáticos de propriedade legal. Suas vozes soaram, comandando, — Pare!

Diante da visão de armas de fogo, até a Madame Mogana e seus determinados seguidores involuntariamente retardaram seu avanço.

A presença das armas era inegavelmente assustadora.

Sentindo a hesitação, Jenna correu para a frente e gritou para os dois guardas: — Estamos aqui para exigir nossa compensação de direito. O tribunal já deu seu veredito!

— Seus filhos da puta, vão em frente e atirem se tiverem coragem!

— Você tem balas de merda de cachorro o suficiente? Vocês conseguem derrubar todos nós? Se não, cada um de nós vai dar uma mordida em você da qual você não vai se recuperar!

Com determinação ardente, ela caminhou em direção à entrada.

Gotas de suor se formaram nas palmas dos dois guardas enquanto eles olhavam para o mar de rostos. O número absoluto de cobradores de dívidas era impressionante, sua contagem exata obscurecida pela multidão.

Era impossível prever a resposta se eles abrissem fogo contra a multidão. Eles se sentiam expostos e isolados, como troncos confrontando uma inundação implacável.

Jenna, utilizando sua habilidade de Instigação, continuou com sua retórica.

— Se nós os incapacitarmos ou matarmos, vocês acham que ainda receberão seu salário?

— Olhe para nós. Nossa devida compensação foi retida por anos. Você tem certeza de que receberá seu pagamento daquele velho pão-duro mesquinho? A família dele pode fugir da cidade amanhã!

Os dois guardas ficaram surpresos.

Isso realmente era um problema.

Além disso, eles estavam bem cientes de que a família do chefe havia liquidado a maior parte de seus bens e estava prestes a fugir da cidade em dois dias, buscando refúgio em outra província. Eles levariam dois guarda-costas feridos e incapacitados? Eles aproveitariam a oportunidade para reter a compensação?

A dura realidade foi exposta diante deles!

Enquanto os guardas hesitavam, Jenna já havia chegado à entrada, com a multidão de cobradores de dívidas logo atrás.

Instintivamente, um dos guardas seguiu o procedimento padrão, levantando a mão direita e disparando um tiro de advertência para o céu, tentando deter a horda que se aproximava. O outro guarda tentou subjugar uma jovem de aparência elegante que parecia não ter proezas substanciais de combate.

Jenna recuou momentaneamente, agarrou o braço do guarda e, sem cerimônia, o derrubou no chão, fazendo com que sua arma de fogo deslizasse para longe.

Estimulada pelo tiro e pela ousadia de Jenna, Madame Mogana pegou o revólver semiautomático. Embora não estivesse familiarizada com sua operação, sua determinação aumentou, e ela correu em direção à entrada, xingando o tempo todo.

O guarda restante hesitou por um breve momento antes de ceder, optando por não abrir fogo contra a multidão que avançava e, em vez disso, permitindo que eles invadissem a casa.

Dentro da sala de estar, Sr. Edmund e sua família, prestes a partir, se viram imediatamente cercados pela assembleia de quase cem cobradores de dívidas de Jenna. Era um muro impenetrável de pessoas.

Segurando um revólver, Sr. Edmund expressou sua apreensão: — O que você pretende fazer?

— Estamos aqui pelo nosso dinheiro! — Jenna pegou o revólver das mãos trêmulas de Madame Mogana e apontou para Sr. Edmund Ela declarou: — Sem a compensação que nos é devida, não sobreviveremos. Vamos descobrir quem encontra seu fim hoje!

A mão de Edmund tremia, como se ele tivesse contraído uma doença incurável.

Do lado de fora de uma Catedral a Vapor que lembrava uma pequena fábrica, Lumian deu instruções à mulher que auxiliava o vigarista ferido.

— Leve-os ao padre e peça que expliquem a magia de conjuração de dinheiro e sua associação com o Deus da Doença. Se eles se recusarem a falar, sigam os procedimentos padrão.

As mulheres assentiram solenemente e guiaram o grupo de vigaristas para dentro da catedral, deixando um rastro de sangue marcando sua passagem.

Lumian guardou o revólver e observou silenciosamente da porta.

Ele refletiu com um toque de diversão, “A sugestão da Madame Mágica é realmente pertinente. É saudável tanto física quanto mentalmente desabafar de vez em quando.”

“De todas as coisas em que acreditar, eles escolheram um deus maligno e, além disso, são vigaristas!”

Depois de apenas dois minutos, Lumian saiu casualmente, enquanto os policiais chegaram apressados ​​ao local.

Lumian inesperadamente cruzou o caminho de Jenna e dos cobradores de dívidas exultantes do lado de fora da Avenida Sèlbù.

— Tão rápido? — ele perguntou, surpresa evidente em seu tom.

Jenna franziu os lábios.

— Eu também não esperava que isso acontecesse tão rápido. Eu estava preparada para que alguém chamasse a polícia e lidasse com a situação adequadamente. No entanto, uma vez que tínhamos Sr. Edmund e sua família cercados, e fizemos nossas ameaças, ele cedeu e começou a pagar de acordo com a lista.

— Droga, o dinheiro, o ouro e outros objetos de valor da família dele somaram mais do que o suficiente para nossa compensação. Há até um lucro. E isso nem leva em conta seus ativos que ainda não foram liquidados. Ele atrasou nossa compensação por tanto tempo!

Lumian riu.

— Dar sempre dói.1 Às vezes as coisas parecem complexas, mas quando você realmente se compromete com elas, elas se tornam simples. E então há situações que parecem diretas, mas acabam sendo carregadas de reviravoltas que quase custam tudo.

Suas palavras carregavam o peso da experiência.

Jenna sabia que Lumian precisava de ouro, e a compensação que ela recebeu veio na forma de vários tipos de joias de ouro, que valiam coletivamente 3.000 verl d’or em seu valor de ouro puro.

Ela ofereceu: — Aqui, vou vender isso para você.

Lumian ficou em silêncio por um breve momento antes de responder: — Vou sacar o dinheiro do Salle de Bal Brise.

Ele só tinha consigo notas e moedas de prata totalizando pouco mais de 600 verl d’or.

À noite, Lumian se viu com algum tempo livre e retornou vagarosamente ao Auberge du Coq Doré. Ele desceu até o bar do subsolo e avistou Charlie, cerveja na mão, tagarelando histórias a um grupo de clientes.

Lumian sorriu e declarou: — As bebidas são por minha conta!

Em meio aos aplausos de 20 a 30 pessoas, Lumian acrescentou um toque brincalhão: — Charlie vai pagar!

A expressão de Charlie congelou.

Lumian riu e gritou novamente: — E se ele fizer um striptease, eu posso até cobrir isso também!

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