História Curta de Shiina Hiyori
Memórias Que Não Quero Esquecer
Morishita-San, segurando uma carta em sua mão esquerda, estendeu rapidamente Quatro cartas que estavam em sua mão direita.
“Por favor, vá em frente, Shiina Hiyori. Sinta-se à vontade para escolher qualquer carta que você quiser.” Neste jogo, a pessoa que ficar com o Coringa no final perde.
Então… isso significa que a única carta em sua mão esquerda é suspeita?
“De alguma forma… estou um pouco curiosa sobre essa carta.”
“É mesmo? Esta é a estratégia avançada que eu criei.”
Mas será que ela tornaria tão óbvio que está segurando o coringa?
“O que devo fazer…?”
Instintivamente, senti que deveria escolher uma das quatra, mas a compostura de Morishita-san era palpável. Ela estava tentando fazer parecer uma chance de um em quatro isolando um cartão seguro, em vez de me fazer pegar o Coringa de uma chance de um em cinco?
Não, talvez esse fosse exatamente o plano dela, e esse era o Coringa?
Eu não tinha ideia.
Enquanto eu estava seriamente contemplando, dei uma olhada em Ayanokōji-kun, que estava sentado atrás de Morishita-san. Seus olhos estavam focados nas cartas de Morishita-san.
E então, naquele momento…
Mesmo que não houvesse nada aparente em sua expressão… estranhamente, senti como se pudesse ler os pensamentos de Ayanokōji-kun. ‘A carta isolada que Morishita-san estava segurando era o Coringa.’ Senti como se ele estivesse olhando dessa maneira.
“Por favor, escolha como quiser.”
Foi por isso que me senti um pouco culpada e não consegui escolher entre as quatro. Apenas tirei a carta isolada.
Quando virei, … aquela carta era mesmo o Coringa. Fiquei um pouco chocada, mas mais do que isso, me senti aliviada.
Me senti validada pelo que senti de Ayanokōji-kun não estar errado. Continuei a curtir o jogo depois disso.
Vida escolar, onde eu podia passar um tempo precioso com amigos que não poderia ter imaginado quando me matriculei.
Passando tempo precioso com a pessoa que eu me importava.
Memórias que eu queria lembrar para sempre.
Não pude deixar de desejar que essa vida escolar continuasse por mais um dia.
Fim.
História Curta de Sae Chabashira
O Estudante Diante de Mim
Após a escola, a reunião individual com Kōenji Rokusuke terminou, e a sala de orientação profissional ficou silenciosa.
“Ufa… Kōenji é um aluno tão problemático.”
A conversa não estava fazendo sentido, e as seções que o professor deveria preencher estavam uma bagunça.
Suspirei, encarando a tela do tablet da qual eu queria desviar o olhar.
Sua aspiração profissional era ser uma pessoa livre, ele não precisava de relacionamentos humanos, suas únicas preocupações eram em melhorar o próprio corpo, e assim por diante.
“Se eu enviar isso, quem sabe o que os superiores vão dizer.”
Mas eu não podia simplesmente reescrever e mentir. Minha única opção seria enviar com algumas modificações mínimas na redação.
“Se ao menos Kōenji fosse o único estranho, seria mais fácil para mim…”
O último que restou foi Ayanokōji, que poderia ser tão problemático quanto Kōenji.
Sinceramente, eu não conseguia imaginar que tipo de reunião individual seria.
Enquanto eu estava ajustando o perfil de Kōenji, ouvi uma batida na porta da sala de orientação profissional.
“Com licença.”
Com aquele tom sério, Ayanokōji entrou na sala.
“Você finalmente chegou. Sente-se.”
Mudei do perfil de Kōenji para o de Ayanokōji, exibindo uma lista em branco.
Perguntei-me quanto disso seria preenchido durante a reunião que se aproximava.
“Você parece ocupada.”
“Como professora tutora, não posso deixar de estar ocupada durante este tempo. Mas me sinto um pouco melhor sabendo que as entrevistas terminarão hoje. Foi uma boa decisão deixar os dois estranhos por último.”
Primeiro, instruí Ayanokōji a se sentar, ficando um de frente para o outro.
“Dois estranhos, você diz?”
“O que, está chocado por ser tratado no mesmo nível que Kōenji?”
Suas personalidades eram completamente diferentes, mas não havia dúvida de que ambos eram estranhos.
“Estaria mentindo se dissesse que não pensei nada sobre isso.”
“Você acha que Kōenji é mais estranho? Bem, eu entendo por que você pensaria isso, mas para mim, não há muita diferença. Você é bastante estranho também.”
Uma coisa era certa, ele não queria ser comparado a Kōenji.
“Bem, não tenho muitas oportunidades de falar com cada aluno. Antes de falarmos sobre seus planos futuros, vamos falar sobre sua vida escolar. Se houver algo que você gostaria que a escola melhorasse, gostaria de ouvir.”
“Não tenho nada em particular. Como indivíduo, estou satisfeito.”
“Entendo. Você tem algum problema em seus relacionamentos com amigos, ou algo sobre o que gostaria de consultar?”
“Não.”
Ele definitivamente era um estranho. Ao contrário de Kōenji, ele era conciso e eficiente, mas como Kōenji, ele carecia de substância.
“A maioria dos alunos dá uma ou duas opiniões, ou pelo menos mostra algum sinal de pensamento, mesmo que não tenham nenhum. Não acho que você esteja se segurando…”
Tentei extrair o máximo possível como professora, mas as respostas de Ayanokōji não vacilaram.
“Na verdade, não tenho reclamações.”
“Bem, se for o caso, está tudo bem… mas você realmente não tem nada?”
“Não tem nada. Estou satisfeito com minha vida escolar e não há nenhum problema particular.”
“Entendo… Bem, isso é muito bom.”
“Chabashira-sensei, você também mudou bastante.” Minha mão, que estava digitando no tablet, parou.
Senti como se Ayanokōji estivesse me entrevistando, o que era estranho.
“Não acho que tenha mudado. Mas talvez tenha me tornado mais honesta do que antes.”
O aluno diante de mim é uma geração inteira mais jovem que eu. Ainda assim, por que ele às vezes parece alguém que viveu tanto tempo quanto eu, ou até mais?
Levou coragem para eu aceitar esse sentimento.
Se alguém estivesse em apuros, eu estenderia a mão, e se alguém estivesse errado, eu os corrigiria.
O olhar de um professor sobre as crianças na classe deve sempre ser igual. Mas…
Ayanokōji cruzaria casualmente essa fronteira.
Houve momentos em que senti vontade de que ele conhecesse minhas fraquezas.
Embora, este fosse originalmente o sentimento que queríamos que os alunos tivessem em relação aos seus professores.
“… Enfim. Se houver algo com que você esteja preocupado em sua vida escolar, não hesite em me dizer.”
Limpei a garganta para dissipar pensamentos desnecessários.
A pessoa diante de mim agora era um aluno importante. Nada mais, nada menos.
“Gostaria de saber se você está esperando seguir para o ensino superior ou conseguir um emprego. Se você já decidiu, por favor me diga.”
Decidi avançar com a conversa para me distrair daquele estranho sentimento.
Fim.
História Curta de Ai Morishita
Por Favor, Ouça em Meu Lugar
A reunião de experiências já estava no terceiro dia.
Eu estava de olho em Ayanokōji Kiyotaka para rastrear os movimentos de Hashimoto Masayoshi, e por acaso, acabamos no mesmo grupo. No entanto, eu estava tendo problemas porque não conseguia obter nenhuma informação.
Perguntei-me se aqueles dois tinham se conectado.
Eles decidiram se unir, ou sou eu me preocupando desnecessariamente?
Eu queria saber.
Não para proteger Sakayanagi Arisu, nem para proteger a Classe A. Eu fiz isso por mim mesma.
E para satisfazer as necessidades de estima que se aproximavam.
Certamente, detetives que se deparavam com cenas de crime deviam estar lutando contra tais impulsos todos os dias.
“Está quase na hora da reunião.” Ouvi uma voz vindo de trás.
“Morishita?”
Quando não respondi, meu nome foi chamado.
Mas ignorei e tentei captar a voz da árvore onde tinha colocado minha mão.
“Você poderia por favor ficar quieto? Eu estava ouvindo a voz da floresta.” Sacudi a perturbação por trás de mim e concentrei minha atenção.
“…Hã? A voz da floresta? O que é isso?”
Que barulho.
Parecia que ele tinha caído na armadilha que eu havia preparado, mas ele estava sendo um pouco irritante agora. “Você não entende? A floresta está viva.”
Continuei dando uma explicação simples.
“Se você tocar uma árvore grande como esta, feche os olhos, acalme sua mente e ouça, então talvez entenda o que estou dizendo.”
“…Entendi?”
Parece que ele não entendeu.
Bem, tudo bem. Parecia que eu o tinha atraído com sucesso.
Ayanokōji Kiyotaka era uma existência muito interessante.
Por mais que eu me aproximasse, não conseguia ver sua verdadeira natureza como ser humano. A linha entre o quanto era sério e quanto era uma brincadeira não estava clara.
Eu queria saber. Eu queria saber mais sobre ele. Não podia deixar de querer saber.
Vou fazer ele ouvir a voz da floresta em vez de mim rsrs.
Fim.
