Damn Reincarnation – Capítulo 100 - Anime Center BR

Damn Reincarnation – Capítulo 100

Capítulo 100: O Guardião (2)

O local para onde Signard o levou era um terreno baldio logo atrás de sua casa. Enquanto olhava para o espaçoso terreno baldio, Eugene encolheu os ombros em perplexidade.

— Se vamos fazer algo assim, não deveríamos pelo menos ir um pouco mais longe de sua casa? — Sugeriu Eugene.

— O que isso quer dizer? — Perguntou Signard.

— Se você for espancado aqui, não vai deixá-lo um pouco envergonhado de agora em diante sempre que vir os outros elfos que testemunharam sua derrota? Sinto muito, mas também não estou em uma posição em que possa ser atencioso com sua reputação. Se acabarmos brigando, irei direto com força total sem qualquer sondagem ou retenção. — Tendo dado seu aviso, Eugene começou a operar a Fórmula da Chama Branca.

No entanto, a reação que ele recebeu foi diferente do que esperava. Signard ficou parado, inflexível, piscou os olhos e soltou um suspiro de exasperação.

— Mesmo que você tenha morrido e renascido, parece que sua verdadeira natureza não mudou. — Lamentou Signard.

— O que quer dizer, seu desgraçado? — Exigiu Eugene.

— Enfim… Hamel, eu não o trouxe aqui para lutar contra você. — Explicou Signard.

— É mesmo? Bem, em minha defesa, você me pediu para segui-lo de repente, então pensei que íamos lutar. — Eugene murmurou.

— Não há razão para lutarmos. — Disse Signard ao se virar para Eugene. — Hamel, se você tivesse encontrado o caminho até aqui apenas para me perguntar sobre Sienna, eu não teria nada a dizer a você. No entanto, apesar de sua grosseria, você veio aqui com uma causa clara.

Ele estava falando sobre a folha da Árvore do Mundo.

— Já que você veio aqui com isso em mãos, não posso ficar calado sobre Sienna. No entanto… Hamel, não sei tanto sobre tudo o que aconteceu quanto você esperava. — Signard o advertiu.

— Se for esse o caso, então me diga o que você sabe. — Afirmou Eugene.

— Em primeiro lugar, por que você não dá uma olhada no que está bem à sua frente. — Disse Signard com um sorriso enquanto se virava.

— Na minha frente? — Sem entender o que Signard quis dizer com essas palavras, Eugene inclinou a cabeça em confusão.

Então lentamente abriu os olhos e examinou os arredores. Eles estavam em um grande espaço aberto. Signard estava parado ali, imóvel. Havia também algumas árvores, mas era isso.

— Hoh. — Eugene de repente notou algo.

Como uma vila élfica no meio da floresta, era natural que houvesse muitas árvores. No entanto, uma espécie de árvore em particular parecia única. Inconscientemente, Eugene começou a caminhar até essas árvores.

Fazia mais de um mês que ele entrou em Samar. Quando se tratava de árvores, ele tinha visto tantas delas dia após dia que ficou enjoado. Não era como se tivesse acabado de ver o mesmo tipo de árvore também. Havia mais de cem espécies diferentes de árvores crescendo naquela vasta floresta.

Eugene não era botânico, nem tinha interesse suficiente por árvores para memorizar as sutis diferenças entre as características de cada árvore. Mas naquele momento, olhando para as árvores que ficavam ao lado de Signard, o interesse que antes faltava estava começando a brotar.

— São árvores encantadas. — Percebeu Eugene.

Em toda a vasta floresta tropical de Samar, esta espécie de árvore crescia apenas no domínio élfico. As árvores encantadas eram as mais valiosas do mundo e consideradas o melhor material para fazer cajados mágicos.

— Elas não são apenas simples árvores encantadas. — Afirmou Signard com um sorriso triste enquanto olhava para a árvore. — Essas árvores são mudas da Árvore do Mundo.

— Então é isso. — Eugene murmurou.

Agora ele havia entendido algo. Eugene lentamente olhou para o céu.

Para uma vila comum onde apenas cerca de cem elfos viviam, a barreira que protegia esta vila do mundo exterior era algo que supera em muito o que um mago decente poderia começar a imitar.

— Será que… Eles estão conjurando um feitiço? — Eugene perguntou em descrença

— Hamel, você pode ser capaz de entender os feitiços da era ‘atual’, mas não será capaz de compreender este feitiço. — Afirmou Signard com confiança.

— Magia antiga. — Eugene percebeu.

— Mesmo entre os elfos, é raro alguém conjurar esse feitiço com sucesso. Mesmo Sienna não foi capaz de entender completamente a antiga magia por trás disso. — Disse Signard, enquanto acariciava o tronco de uma árvore com a mão. — Quanto a alguém como eu, que não é muito esclarecido sobre a mecânica da magia… Só consigo pensar nessa magia antiga como o favor divino e o milagre da floresta. Afinal, não é mesmo assim? Essas poucas árvores são capazes de proteger esta vila, assim como o território élfico é protegido sob as folhas da Árvore do Mundo.

Aquilo era algum tipo de formação? Eugene examinou as árvores com olhos semicerrados.

Essas três árvores encantadas eram apenas mudas da Árvore do Mundo e não pareciam ter nenhuma fórmula mágica gravada nelas. No entanto, eram capazes de manter a barreira de forma independente. Como esperado da magia antiga, ela tinha uma base verdadeiramente diferente da magia moderna.

— Será que Sienna fez tudo isso? — Eugene finalmente perguntou.

— Eu já te disse. Mesmo Sienna não era capaz de compreender totalmente essa magia antiga. — Signard o lembrou.

— Se for assim, então é como você disse agora há pouco, uma graça divina ou um milagre da floresta? — Eugene perguntou.

Signard assentiu.

— Hamel, não sei o que aconteceu com o domínio élfico.

Eugene escutou em silêncio.

— Também não sou o único. Você nunca pensou que é estranho? Há cerca de cem elfos vivendo nesta vila. Com certeza deve haver ainda mais elfos vivendo fora da floresta. — Assinalou Signard.

Duzentos anos atrás, a Sábia Sienna desapareceu repentinamente de Aroth e se isolou. A teoria mais plausível lançada sobre sua reclusão era que ela havia retornado ao território élfico que estava escondido em algum lugar da floresta Samar.

Mas isso foi há duzentos anos. Como uma pessoa que era muito reverenciada por todos em Aroth, seu súbito desaparecimento fez com que Aroth designasse o rastreamento dos movimentos de Sienna como uma questão de importância nacional.

Aroth não escolheu simplesmente respeitar a reclusão de Sienna. Não tinha como ser evitado. Se Sienna tivesse deixado uma carta explicando a situação antes de entrar em reclusão, Aroth teria respeitado a retirada dela do mundo. No entanto, a reclusão de Sienna foi muito abrupta, e Aroth naquela época havia mergulhado no caos pela repentina proposta de estabelecer a Torre Mágica Negra, com Sienna assumindo a liderança na oposição a esta Torre.

Talvez fossem os magos negros, ou talvez fossem os demônios de Helmuth e seus Reis Demônios que de alguma forma conseguiram assassinar Sienna. Embora tais palavras fossem tratadas apenas como afirmações incertas hoje em dia, esse não era o caso duzentos anos atrás.

Como tal, Aroth dedicou todos os seus recursos para rastrear o paradeiro de Sienna. Eles até enviaram uma delegação à floresta Samar para fazer contato com os elfos.

No entanto, a delegação não conseguiu encontrar nada. Muito menos encontrar Sienna, Aroth nem conseguiu chegar ao domínio élfico.

Isso era simplesmente absurdo. Não importava o quão firmemente os elfos mantivessem suas bocas fechadas, a Aroth de duzentos anos atrás ainda teria feito tudo que pudesse para encontrar Sienna. Para eles não conseguirem encontrá-la mesmo depois de tudo isso, deveria haver uma razão mais profunda pela qual eles ficaram sem nenhum resultado além do fracasso.

Signard começou a explicar.

— Nem todos os elfos do mundo nasceram no domínio élfico. No entanto, muitos elfos, inclusive eu, nasceram dentro do território élfico.

Eugene segurou a língua.

— Hamel. Ainda me lembro vividamente da paisagem daquele lugar até agora. Lembro-me de como a Árvore do Mundo era magnífica e de como era bonita a cidade élfica que a cercava e se estendia em todas as direções. No entanto… Estranhamente, não consigo me lembrar de ‘como’ entrei e saí do domínio. — Confessou Signard.

Os elfos que viviam fora da floresta ainda retornavam frequentemente a Samar. No entanto, todos esses elfos eram incapazes de retornar à sua cidade natal e eram forçados a vagar pela floresta.

— Então é por causa de um feitiço. — Eugene murmurou em voz baixa.

Algo interferiu em suas memórias. Não foi apenas uma ou duas pessoas; interferiu nas memórias de toda a raça élfica. Esse tipo de magia tinha que ter sérios efeitos posteriores. Não importa o quão cuidadoso fosse com a magia que tocava a mente, ainda era fácil destruir os cérebros daqueles que tentavam manipular.

— Alguma outra memória foi nublada? — Eugene perguntou.

— Não, nenhuma. — Respondeu Signard simplesmente.

Uma mágica de manipulação mental sem efeitos posteriores… Tal coisa era possível? Seria realmente possível interferir nas memórias de uma raça inteira e deletar convenientemente apenas uma parte selecionada de suas memórias? Dentro dos limites da magia que Eugene conhecia, tal coisa era impossível.

No entanto, se fosse Sienna…

— No fim das contas, isso significa apenas que você não sabe nada de útil sobre Sienna. — Disse Eugene, resignado.

— Isso mesmo. — Respondeu Signard com um sorriso irônico. — Voltei a esta floresta décadas atrás. Eu… Eu estava vagando por Helmuth, tentando me vingar, mas falhei. Tudo o que consegui fazer lá foi pegar a doença que está me corroendo.

Ele estava falando sobre a Doença Demoníaca.

Eugene se encolheu com a notícia e olhou para Signard. Superficialmente, Signard não parecia alguém que havia contraído uma doença. Sentindo o olhar de Eugene, Signard sorriu ironicamente e puxou as roupas para cima para oferecer uma aparência melhor.

Do centro de seu peito, manchas pretas podiam ser vistas se espalhando como uma gota de tinta em uma página em branco.

— Você está bem? — Eugene perguntou preocupado.

— Ficarei bem, desde que não saia desta floresta. — Garantiu Signard.

Se vivessem fora da floresta, um elfo que contraísse a Doença Demoníaca teria uma expectativa de vida de no máximo cinco anos.

— Isso também deveria ser um milagre concedido pela graça divina da floresta. — Declarou Signard com sinceridade.

— É por causa da Árvore do Mundo? — Eugene sondou.

— Isso mesmo. — Confirmou Signard.

As coisas eram diferentes de trezentos anos atrás, quando todos os cinco Reis Demônios ainda viviam. Mesmo que os elfos estivessem aflitos com a Doença Demoníaca, desde que retornassem a Samar, eles seriam capazes de manter suas vidas. Nenhuma outra floresta serviria. Somente a Floresta Samar, onde cresciam as árvores encantadas e a Árvore do Mundo, poderia preservar a vida desses elfos.

— Nem pense em usar sentimentalismo para mudar de assunto. — Eugene disse enquanto olhava para Signard. — Você chamou essas árvores encantadas de ‘brotos da Árvore do Mundo, não é?’

— E pensar que você descartaria o passado triste de alguém como mero sentimentalismo. Seja no passado ou no presente, você sempre teve uma personalidade vulgar. — Signard bufou.

— O que você está dizendo de repente? Eu só queria ter certeza da situação. — Argumentou Eugene.

— Não tenho intenção de esconder isso. — Disse Signard fungando enquanto acariciava o tronco da árvore encantada. — Tudo que eu quero é morrer na minha cidade natal.

— De novo com o sentimentalismo.

— Ouça até o fim, seu filho da puta.

— Elfos realmente se beneficiam de uma imagem pública tão bem construída. Eles sempre são vistos como uma raça com belas aparências, que vivem na floresta enquanto amam a paz, e todos sabem que eles só usam palavras gentis e bonitas para falar. — Eugene observou sarcasticamente.

— Nós realmente somos uma raça… — Insistiu Signard.

— Não brinque comigo, seu filho da puta. Se os elfos realmente fossem uma raça que só usa palavras gentis e bonitas, por que Sienna, que foi criada pelos elfos, era capaz de xingar mais que mercenários comuns? — Eugene perguntou desafiadoramente.

— Por sermos belos e amantes da paz, então afiamos nossas línguas para não precisarmos recorrer ao derramamento de sangue em brigas. — Disse Signard na defensiva.

Eugene bufou com desdém.

— Hah, tudo bem, seu maldito orelhudo. Apenas continue tentando jogar com o sentimentalismo.

Signard queria morrer em sua cidade natal. Enquanto nutria tal desejo, ele havia retornado a Samar. No entanto, por mais que tenha vagado, não conseguiu voltar para a cidade natal de que tanto se lembrava.

Signard retomou sua história.

— Mesmo naquela época, dezenas de anos atrás, os nativos desta floresta eram selvagens como sempre. Se um elfo fosse avistado, seus olhos se iluminariam e aqueles filhos da puta correriam como cães no cio. Embora eu estivesse morrendo de Doença Demoníaca, não foi difícil lidar com qualquer um daqueles bárbaros. Enquanto tentava encontrar o caminho de volta para casa, salvei outros elfos errantes que estavam em crise—

Eugene interrompeu.

— Hah, então o que há com essas árvores encantadas sendo brotos da Árvore do Mundo?

— Então eu tive um sonho. — Signard retomou, franzindo a testa com a interrupção.

Ao ouvir a palavra ‘sonho’, Eugene lembrou-se do sonho que o havia tido não muito tempo atrás. O sonho que a Espada Sagrada havia mostrado a ele. O sonho que pode ser apenas uma revelação de um deus.

Os olhos de Eugene brilharam quando ele se aproximou de Signard e perguntou:

— Será que você viu Sienna em seu sonho?

Surpreso, Signard fez uma pausa antes de responder.

— Não, Sienna não apareceu.

Eugene mostrou uma expressão descaradamente desapontada com esta resposta.

Vendo essa expressão, Signard cerrou os punhos com força antes de continuar a falar,

— Em vez dela, eu vi a Árvore do Mundo.

Em seu sonho, Signard viu as raízes da gigantesca Árvore do Mundo divergindo para crescer em algumas árvores menores. No entanto, não foi apenas um sonho simples. Quando ele acordou do sonho, havia três mudas plantadas na frente dele.

— Hmm… — Eugene murmurou pensativamente.

De fato, depois de ter tido tal sonho, certamente era possível que a barreira que protegia esta aldeia fosse realmente um milagre concedido pela graça divina da floresta.

Enquanto reprimia sua surpresa, Eugene olhou para as mudas da Árvore do Mundo. Na verdade, elas já haviam crescido tanto que não podiam ser chamadas de mudas, mas essas árvores mágicas ainda eram muito pequenas para serem chamadas de Árvores do Mundo.

— Merda. — Eugene cuspiu um xingamento enquanto coçava a cabeça em frustração. — E daí? No final, isso significa apenas que você não sabe nada sobre Sienna ou o domínio élfico.

— Não é como se eu não soubesse de nada. — Signard negou enquanto levantava um dedo e apontava para a folha da Árvore do Mundo que Eugene estava segurando no momento. — Hamel, o que você tem aí é a folha genuína da Árvore do Mundo.

— O quê? Você achou que eu poderia estar segurando uma folha falsa da Árvore do Mundo? — Eugene zombou.

Depois de uma pausa, Signard ignorou sua grosseria e continuou:

— Não posso confirmar a localização exata de minha cidade natal, nem posso encontrar o caminho até lá, mas me lembro daquelas folhas.

Não importava onde você estivesse no mundo, se usasse as folhas da Árvore do Mundo, seria capaz de voltar ao território élfico. Eugene estava bem familiarizado com esse fato.

— Mas esta folha já foi usada. — Observou Eugene.

— No entanto, ainda não se desintegrou e permanece perfeitamente intacta. — Rebateu Signard. — Se você conseguir se aproximar da Árvore do Mundo, essa folha deve ser capaz de conduzi-lo ao território.

— Sério? Eugene perguntou, seus olhos piscando de espanto.

No entanto, a expressão de Signard mostrava que ele não estava tão certo sobre as circunstâncias que acaba de descrever.

— É assim que seria nas circunstâncias normais, mas… Não posso ter certeza disso agora. Todos os elfos, inclusive eu, tiveram nossas memórias apagadas por algum tipo de magia. Não apenas isso, mas não consegui encontrar o domínio élfico, não importa onde eu fosse em Samar.

— Um selo. — Enquanto Eugene murmurava essas palavras, Signard concordava com a cabeça.

— Se o território élfico realmente foi selado, isso deve significar que havia uma razão que os deixou sem escolha a não ser fazê-lo. No entanto… Considerando o fato de que a folha da Árvore do Mundo ainda permanece intacta e que a tem com você, ela pode se tornar a chave necessária para abrir aquela porta trancada.

Ele não tinha escolha a não ser tentar. Sem dizer nada, Eugene olhou para a folha da árvore em suas mãos. Mesmo que parecesse que poderia se desintegrar ao menor toque, ela não se desintegraria, não importa o quão forte ele a segurasse em suas mãos. Eugene sentiu um ‘poder’ incompreensível vindo de dentro dela. Era um poder semelhante à mana, mas cheio vitalidade.

— Hamel. — Signard acabou chamando.

— Não me chame mais por esse nome. — Disse Eugene enquanto girava a folha da árvore do mundo em suas mãos. — Esse nome é de trezentos anos atrás. No momento, meu nome não é Hamel, é Eugene.

— Isso é realmente importante?

— Claro que é importante. Não quero que minha reencarnação se torne o assunto da cidade.

— Você não pretende ao menos revelar que é Hamel para aquela mulher que se parece com Anise?

— Não. Os únicos que sabem que reencarnei são… Tempest, a familiar de Sienna, o Rei Demônio do Encarceramento e você.

— Sienna tinha uma familiar? — Signard perguntou curioso.

— Você não sabia? Se tiver a chance, deve ir a Aroth e dar uma olhada. Em sua Biblioteca Real, eles estão mantendo a familiar de Sienna chamada Mer, ela realmente se parece com Sienna em sua juventude. — Eugene brincou.

— Mas você nunca conheceu Sienna quando ela era jovem. — Protestou Signard.

— Mesmo assim, só de olhar para ela, dá para dizer que está olhando para uma jovem Sienna. — Afirmou Eugene.

Os olhos de Signard tremeram ligeiramente. Ele foi trazido de volta a centenas de anos atrás, quando uma jovem Sienna ainda andava cambaleando pela vila. Ao relembrar esse passado distante, os ombros de Signard caíram por um momento.

— Não posso ir para Aroth. — Percebeu Signard.

Eugene assentiu. — Sei bem disso. Já que você pegou a doença demoníaca, não pode deixar a floresta.

— Se já sabia, por que me disse isso?

— Só queria te irritar.

Os olhos de Signard se arregalaram em choque. Depois de olhar para Eugene por alguns momentos, seus ombros caíram em descrença.

Mudando de assunto.

— Então você disse que o Rei Demônio do Encarceramento também está ciente de sua reencarnação?

— Não tenho certeza, mas ele provavelmente sabe. — Confessou Eugene. — É por isso que preciso da ajuda de Sienna. Bem, não é realmente um problema tão importante no momento. Não sei o que aquele cara está tramando, mas mesmo sabendo que sou eu, ele não tem intenção de me matar.

“Aquele maldito atrevido.”

Eugene rangeu os dentes ao se lembrar do que aconteceu no túmulo de Hamel. Quanto mais pensava sobre isso, mais irritante a situação parecia. Ele quase foi morto por Amelia e o cadáver de Hamel foi transformado em um Cavaleiro da Morte, mas mesmo que tudo isso fosse muito irritante…

O mais irritante de tudo era que o Rei Demônio do Encarceramento nem havia feito nada. Mesmo sabendo que Eugene era a reencarnação de Hamel de trezentos anos atrás, o Rei Demônio do Encarceramento não havia feito nada para Eugene. Em vez disso, ele realmente forçou Amelia a recuar, quando ela tentou matar Eugene.

“Para ele dizer que não é uma questão importante…” Poderia algo assim realmente ser descrito como sem importância? Enquanto Signard se maravilhava com a compostura de Eugene, ele balançou a cabeça em espanto.

Finalmente indo direto ao ponto, Signard admitiu:

— Eugene, tenho um pedido a fazer a você.

— Pensei que poderia ser esse o caso. Se quiser me seguir até a Árvore do Mundo, pode fazer o que quiser. — Disse Eugene, não se importando muito com o ‘pedido’ de Signard.

Não era óbvio que Signard faria tal pedido? Ele ainda deve desejar de alguma forma retornar à cidade natal onde nasceu, e a única maneira de entrar na propriedade élfica, que provavelmente havia sido selada, era a folha genuína da Árvore do Mundo que estava na posse de Eugene.

— Não, meu pedido não é sobre isso. — Disse Signard enquanto balançava a cabeça. — Não estou em posição de deixar a aldeia desprotegida. Embora a barreira proteja esta aldeia, ela não é absoluta. Se estiver determinado a encontrá-la, é possível descobrir onde fica esta vila.

— O que foi então? — Eugene perguntou.

— Quero que você leve os elfos para longe desta aldeia.

Ele não esperava tal pedido. Incapaz de responder imediatamente, Eugene olhou fixamente para o rosto de Signard.

— Não posso lhe dar uma resposta definitiva. — Eugene finalmente respondeu. — Não há garantia de que esta folha nos levará absolutamente ao domínio élfico.

— Se for esse o caso, então quero que você leve os elfos que vivem aqui para um local seguro que não seja Samar e os proteja. — Disse Signard, como se estivesse preparado para tal resposta.

— Eu entendo seus sentimentos, mas não é mais perigoso para esses elfos deixar a floresta? — Eugene perguntou enquanto seus olhos foram para as três árvores encantadas. — Também fiquei sabendo que essa floresta é um inferno para os elfos. Tanto forasteiros quanto nativos trabalham juntos para caçar os elfos, depois os vendem fora da floresta como escravos. Mesmo que seja esse o caso, os elfos não devem ter outra escolha a não ser viver nesta floresta.

— Você só precisa transplantar essas árvores encantadas. — Sugeriu Signard.

— As árvores encantadas são realmente o tipo de árvore que poderia ser facilmente desenterrada pelas raízes e transplantada? Eugene perguntou em dúvida.

— Desde que você tenha a folha da Árvore do Mundo, é possível.

— Como?

— Você só precisa transplantar as árvores encantadas no solo onde essa folha for enterrada.

Sem responder de imediato, Eugene olhou para Signard. Ele sabia o que o elfo queria dizer com essas palavras. Signard estava pedindo a Eugene, não, ao clã Lionheart para se tornar o guardião da raça élfica.

Em um lugar sem lei como Samar, o tratamento dos elfos era terrível, mas havia outros países neste continente que não tratavam os elfos com tamanha crueldade. Naquele exato momento, o Reino do Ruhr do Norte tratava os elfos como personagens respeitados e o Império Sagrado levava muito a sério a escravização e a perseguição dos elfos. Em primeiro lugar, não se tratava apenas dos elfos, a própria escravidão já havia sido tratada como uma prática maligna que deveria ter sido abolida trezentos anos atrás.

No entanto, era difícil para os elfos confiar em Ruhr ou no Império Sagrado para protegê-los. Porque esses dois países estavam muito próximos de Helmuth. Uma vez que a doença demoníaca que afligia os elfos era causada pela proximidade com o povo demônio e os reis demônios, a propagação da doença inevitavelmente aumentaria quanto mais próximo o local ficava de Helmuth.

Kiehl estava bem longe de Helmuth. Além disso, o clã Lionheart tomou todo o sul da Cordilheira Uklas como seu domínio e sua propriedade principal na capital abrangia uma enorme floresta que cercava sua mansão.

— Estou sinceramente fazendo este pedido. — Disse Signard com a cabeça baixa.

— Ha, como se você ainda precisasse fazer um pedido. — Eugene sorriu e deu um tapa no ombro de Signard. — Por que você está agindo como se fosse uma coisa tão difícil de fazer? Só precisamos transplantar essas árvores de volta para a floresta na propriedade principal e soltar cerca de cem elfos na floresta também.

Não seria tão fácil quanto Eugene fez parecer. No entanto, ele ainda deu sua palavra de bom grado.

Não era realmente por causa de Signard. Era mais por saber que era o que Sienna queria, então Eugene poderia pelo menos fazer isso.

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