Capítulo 117: Akasha (2)
Havia muitos familiares em Acryon, mas era impossível para a maioria desses familiares manter uma conversa adequada. Eles supervisionam suas tarefas designadas, como haviam sido programados para fazer, e só eram capazes de obedecer às ordens simples dadas pelos magos que visitavam seus salões.
No entanto, Mer era diferente. Mesmo sendo uma familiar criada pelo uso de magia, ela era tão sofisticada que se poderia até acreditar que era um ser humano real.
A própria Mer tinha muito orgulho desse fato. Portanto, não gostava de gastar seu tempo livre fazendo as mesmas coisas que outros familiares faziam.
Embora seu corpo realmente não precisasse comer ou beber, ela queria comer e beber como uma pessoa real. Queria ser capaz de sentir e expressar suas emoções por meio de conversas casuais com outras pessoas.
A Biblioteca Real, Acryon, era como uma prisão chata para Mer. Ela estava absolutamente proibida de sair das portas de Acryon, então passou suas últimas centenas de anos em um estado apático…
Quando nem ela aguentava mais, desligava sua ligação com a Bruxaria; assim como desligar a energia de um dispositivo, desligaria sua consciência. Como familiar, Mer não conseguia dormir, nem sentia necessidade de dormir, mas essa suspensão de consciência era um pouco semelhante ao sono.
Mas era apenas semelhante, não estava realmente dormindo. Ela não conseguia nem sonhar. No final, isso significava que não havia como Mer aliviar seu tédio.
“É tão chato”, Mer pensou consigo mesma enquanto caía em cima de uma mesa, fazendo beicinho.
Embora já tivesse percebido como esse lugar era chato há mais de cem anos, os últimos meses foram particularmente chatos e tortuosos para Mer.
“É tudo por causa do Sir Eugene,” Mer reclamou.
Ela estava pensando em Eugene Lionheart. Ele só tinha visitado o Salão de Sienna por dois anos. Comparado com o tempo que Mer existia, este foi um período de tempo absurdamente curto.
No entanto, esse curto período de tempo foi tão divertido que lembrou Mer do tempo que passou com Sienna, sua criadora, há muito tempo. Embora houvesse vários outros magos que visitaram o Salão de Sienna antes de Eugene, Mer nunca achou agradável conversar com aqueles velhos que eram antiquados e cujo senso de humor decaía à medida que envelheciam.
A maioria dos magos que visitaram aquele lugar eram idiotas que passaram a maior parte de suas vidas ouvindo o som de pessoas chamando-os de gênios, e assim caíram na ‘ilusão’ de que realmente eram gênios. Em outras palavras, estavam absortos em sua própria arrogância e amor próprio.
Esses magos não respeitavam um familiar como Mer. Este era um problema inevitável. A maioria dos magos tratava seus familiares como escravos que cuidavam de tarefas pesadas para eles.
Embora fosse proibido pelas leis do continente usar humanos ou demi-humanos como escravos, não havia problema em magos usarem seus familiares como escravos.
Mas Eugene era diferente.
Ele não se importava em falar com Mer e nunca havia a desrespeitado apenas porque ela era familiar. Enquanto isso, ele também estava absorto em aprender.
A maioria desses tipos condescendentes de magos não eram capazes de entender a Bruxaria e, em seu desespero, eles rapidamente deixavam o Salão de Sienna como se estivessem fugindo. No entanto, Eugene foi lá todos os dias durante dois anos inteiros para entender a Bruxaria, e conseguiu aprender através de seu trabalho duro e perseverança.
— Estou tão entediada que poderia simplesmente morrer. — Mer gemeu enquanto fazia beicinho e batia na mesa. — Não há nenhum outro mago visitando.
Fazia apenas alguns meses desde que Eugene partiu, mas Mer não podia acreditar nesse fato. Embora o tempo realmente não a tocasse, ainda parecia que pelo menos um ano havia se passado, então realmente foram apenas alguns meses?
“Não, alguns meses ainda é muito tempo para os humanos. Se já passou tanto tempo, ele não deveria pelo menos vir visitar uma vez, mesmo que seja por tédio…”
Zap!
Sua mente cansada foi despertada por um alarme repentino. Mer levantou a cabeça e piscou surpresa por alguns momentos.
Logo, um sorriso brilhante se espalhou em seus lábios. Ela pegou o grande chapéu que havia colocado ao lado dela e se levantou de seu assento.
Depois de alisar grosseiramente o cabelo crespo com as mãos, Mer colocou o chapéu sobre os cachos, mas não gostou da aparência de seu reflexo na janela. Tirando o chapéu, ela rapidamente passou as duas mãos pelos cabelos.
Ela não queria parecer muito arrumada. Nem queria parecer que estava esperando para recebê-lo quando chegasse lá. O que ela queria era… Uma aparência natural. Para parecer como sempre. Concentrada ansiosamente em sua chegada, Mer rapidamente trotou para ficar na frente do elevador.
“O que devo dizer?” Mer se perguntou.
“Por que você voltou? Assim como eu pensei, você percebeu, não é? Sir Eugene, sua tese mágica foi bastante impressionante, mas não foi perfeita. Sim, mas isso é natural. Afinal, não se passaram apenas dois anos desde que você começou a aprender magia?”
“Foi por isso que lhe contei, não foi, Sir Eugene? Que você não deveria estar com tanta pressa para sair? A magia deve ser praticada com a mente calma. Bem, o fato de você nunca dar ouvidos aos conselhos de outras pessoas também foi mencionado várias vezes no conto de fadas! Se você realmente viveu sua vida passada assim, então deveria mudar as coisas agora que reencarnou.”
“Está demorando muito!”
O elevador estava subindo. Chegaria em alguns segundos a partir daquele momento. Mer endireitou as costas e estufou o peito, depois colocou as duas mãos na cintura.
— Bem-vindo ao Salão de Sienna! — Mer disse com um sorriso largo, assim como quando se conheceram.
Logo depois que disse as palavras, Mer sentiu a necessidade de estremecer. Sua voz saiu mais alta do que ela esperava. E não era apenas a voz dela, parecia que o sorriso também era um pouco largo demais. Mer imediatamente endireitou sua expressão e deu alguns passos para trás.
Fingindo estar surpresa, Mer continuou.
— Nossa! Não é o Sir Eugene? Você acabou de deixar Aroth há alguns meses, o que está fazendo de volta tão cedo?
Mais uma vez, Mer se arrependeu assim que essas palavras foram ditas. Ela estava ligada aos sistemas de gerenciamento de Acryon. Isso significava que ela era capaz de dizer em tempo real quando algum mago apresentava seu passe de entrada e entrava lá…
E Eugene provavelmente também estava ciente desse fato…
No momento em que Eugene olhou para ela e estava prestes a dizer algo, Mer explodiu.
— Os sistemas de gerenciamento de Acryon estão em manutenção desde esta manhã. Como você deve saber, Sir Eugene, os feitiços podem ser muito delicados e devem ser verificados periodicamente. Especialmente aqui, em Acryon, já que há muitos tesouros que atraem muito interesse e podem até mesmo tentar outros países, e até magos individuais, a tentar fugir com eles.
— Oh, é mesmo? — Eugene reagiu suavemente.
— Sim, é mesmo! Embora os feitiços lançados pela senhorita Sienna sejam tão perfeitos que não precisem ser revisados mesmo depois de cem anos, o sistema de gerenciamento de Acryon não foi criado por ela! Realmente agora é bem difícil pra gente, sabe? Felizmente, não há muitos magos visitando…
“Uma argumentação perfeita”, Mer pensou enquanto sorria descaradamente.
— Então, Sir Eugene, posso perguntar por que veio aqui? Você percebeu que, afinal, ainda precisa estudar mais um pouco? — Mer brincou.
— Hm… — Eugene murmurou enquanto olhava calmamente para o rosto virado para cima de Mer.
Ela se parecia com Sienna em sua infância. Ao contrário dos retratos, esse sorriso era cheio de alegria. Eugene sorriu e colocou a mão no topo da cabeça de Mer.
— Uau… Você realmente cruzou os limites tão casualmente assim que nos encontramos. — Mer reclamou.
Ela realmente deveria apertar a mão dele, ou pelo menos foi o que disse a si mesma, mas Mer não tentou remover a mão dele imediatamente. Em vez disso, apenas sorriu enquanto olhava para Eugene.
— Você tem estado bem? — Eugene perguntou.
Mer bufou de desgosto.
— Hehe. Por que perguntar se estou bem ou não? É o mesmo de sempre.
— Para mim parece que você não está muito bem. — Respondeu Eugene.
— Nada a ver. — Mer insistiu. — Eu nunca diria algo assim. Só estou dizendo que as coisas estão… Como sempre? Sem que ninguém venha me visitar, no meio desta tranquilidade silenciosa… Bem… Posso ficar um pouco contemplativa, fazer umas limpezas, e reordenar os livros de magia expostos nas estantes…
Mer se esforçou para não reclamar muito. Enquanto continuava falando em um tom monótono, Mer segurou o pulso de Eugene, sua mão ainda descansando em sua cabeça.
Depois de se recompor, Mer tossiu.
— Ahem. Bem, por enquanto, não devemos ficar aqui parados, bloqueando a entrada. Você já não está familiarizado com tudo aqui? Desnecessário dizer que o lugar onde você sempre se senta ainda está no mesmo estado. Claro, também tem a almofada que você deixou lá.
— Acho que não vou precisar sentar no meu lugar de sempre.
— Hã?
Embora Eugene tenha sorrido ao dizer essas palavras, Mer não estava sorrindo. Seus olhos se arregalaram em círculos enquanto olhava para Eugene.
— Por que não? — Mer implorou enquanto seu rosto se contorcia em uma carranca. — De jeito nenhum. Você realmente veio até aqui só para dizer olá? Você não veio aqui porque queria continuar praticando sua magia?
— Bem, para coisas como treinamento mágico, eu realmente não preciso vir aqui fazer isso, preciso? — Eugene disse provocando.
— Que arrogante! — Mer gritou em tom agudo enquanto beliscava o pulso de Eugene. — Não vou tolerar tal observação sua, Sir Eugene! Você está realmente dizendo que só quer praticar sua magia em outro lugar em vez daqui? Você sabe quantos magos fizeram do desejo de uma vida um dia chegar a Acryon?
— Sinceramente falando, isso não tem nada a ver comigo. — Apontou Eugene.
— Bem… Isso…! Isso pode ser verdade, mas–! De qualquer forma, não importa o quão talentoso você seja, seria muito mais eficiente praticar em Acryon do que praticar sozinho. — Argumentou Mer.
— Bem, acho que pode ser verdade. — Eugene deu de ombros.
— Você… Você é realmente irritante. — Mer grunhiu com os ombros trêmulos enquanto torcia os dedos em beliscões. — Sim, sim, eu sei que você é talentoso, Sir Eugene. Mas e daí? Por que você veio aqui? Apenas para dizer oi? Eu me recuso a aceitar suas saudações. Não há razão para isso, se eu tiver que dizer alguma coisa, é só porque… O quê? Hã? O que você está fazendo? Por que está entrando?
Enquanto Mer estava no meio de seu discurso, Eugene começou a entrar no salão sem se livrar da mão de Mer, que ainda estava beliscando seu pulso.
Enquanto fazia suas perguntas, Mer seguiu atrás de Eugene. — Você não disse que não precisava se sentar em seu lugar de sempre? Então, por que está entrando?! Veja, no final, você realmente vai se sentar. Então, por que agir como se não fosse? Não que eu estivesse com raiva disso, ou algo assim.
— Não vou me sentar. — Repetiu Eugene.
— Então por quê…? — Mer de repente parou de falar. Suas sobrancelhas franziram e ela soltou a mão de Eugene antes de finalmente dizer. — Trempel Vizardo está aqui.
— O quê? — Eugene respondeu.
— Você já o esqueceu? — Mer lembrou a Eugene. — Ele é o Comandante dos Magos da Corte de Aroth. Um velho que anda por aí com um bigode em barra que não combina com ele.
— Não, eu sei quem ele é, mas como você sabe que ele está aqui? — Eugene esclareceu.
— Como eu sei…? Do que diabos você está falando… Ah! — Mer gritou de surpresa antes de endireitar rapidamente sua expressão. — Parece que a revisão dos sistemas de gestão foi concluída.
— Que ótimo momento. — Comentou Eugene.
— O mundo está cheio de coincidências assim. Hum… O quê? Parece que Trempel Vizardo está a caminho deste Salão. Poderia ser por sua causa, Sir Eugene? — Mer especulou.
— Esse é provavelmente o caso. — Eugene disse com um sorriso malicioso.
Eles chegaram aqui mais rápido do que ele esperava. Bem, ele deveria ter imaginado que chegariam cedo, já que havia voado em uma zona de exclusão aérea… Os guardas eram os principais responsáveis por administrar a segurança da capital, mas, no final, os níveis mais altos da guarda reportavam-se à Divisão de Magos da Corte.
— Lorde Eugene!
O grito foi emitido assim que as portas do elevador se abriram. Trempel saiu pelas portas com os braços bem abertos.
— Ao vir para Aroth, seria bom se nos contatasse com antecedência!
Sinceramente falando, Trempel estava um pouco irritado, tanto pelo fato de Eugene ter infringido a lei voando no céu acima da capital quanto pelo fato de que ele, o Comandante da Divisão de Magos da Corte, teve que agir pessoalmente por uma questão banal. No entanto, não tinha como evitar.
Se o ofensor fosse apenas um mago comum, então poderia ter sido tratado de acordo com a lei. Mas ele não era um mago comum, era? Trempel tinha muito interesse em Eugene e esperava de alguma forma convencê-lo a se juntar aos Magos da Corte. Quanto a Eugene voando sem permissão? Algo assim poderia ter um pouco de margem de manobra. Se Eugene pedisse, Trempel estava até pensando em conceder a ele o direito de voar livremente pelos céus de Aroth.
— Você não está aqui para me punir? — Eugene perguntou.
— Hã? Hmm… Haha! O que eu deveria dizer? Voar no céu sobre a capital, bem, pode ser um problema se um mago comum fizer isso, mas… Tudo bem se for você, Lorde Eugene. — Trempel disse obsequiosamente.
— Se for esse o caso, a sorte é minha. — Eugene aceitou casualmente a absolvição.
— Haha! Por favor, não se preocupe muito com isso. Bem, Lorde Eugene ainda é jovem, não é? Parece que você simplesmente não resistiu a agir como sua idade, haha! Voar onde é proibido é uma ofensa leve, então pode ser facilmente ignorado. Então, isso significa que Lorde Eugene agora sabe ignorar a gravidade de seus crimes? — Trempel riu com entusiasmo enquanto fazia seu trocadilho.
Incapaz de se conter, Mer revelou uma expressão de nojo.
O corpo de Eugene estremeceu de desgosto quando ele virou a cabeça para olhar o rosto de Trempel. Seu bigode em barra realmente não combinava com ele… Embora certamente fosse mais velho do que aparentava, Trempel tinha o rosto de um homem de meia-idade com rugas combinando.
“Você é louco?”
Eugene lembrou-se de quando fez uma piada semelhante. As palavras que Ciel cuspiu naquela época enquanto seu rosto se contorcia em uma carranca ecoaram dentro de sua cabeça.
“É mesmo, então é assim que Ciel deve ter se sentido naquela época…” Eugene agora se arrependia de ter proferido tais palavras naquela época.
— Sim, acho que sim. — Eugene ainda tentou responder educadamente enquanto virava a cabeça para trás.
Trempel também não gostou de uma reação tão seca de Eugene. Ele era o Comandante dos Magos da Corte. Sua posição era a mais alta que um mago de batalha poderia alcançar em Aroth. De certa forma, isso significava que ele tinha autoridade ainda maior do que um Mestre de Torre. Essa pessoa veio pessoalmente visitar Eugene e até fez uma piada em sinal de amizade, mas em vez disso…
“Mesmo que eu consiga fazer os Magos da Corte rirem tanto que eles terão que apertar o estômago só de abrir minha boca”, Trempel reclamou internamente. — Ahem… A propósito, Lorde Eugene, posso perguntar por que você veio a Acryon?
— Vim aqui com uma missão. — Respondeu Eugene.
— O que quer dizer com missão? Haha! É bastante conhecido o gato de que você era obcecado pela Bruxaria enquanto estudava em Aroth, Lorde Eugene… Haha! Como esperado, Lorde Eugene, você realmente é um mago de coração. Se lembrando de um feitiço tão bom toda vez que fecha os olhos, você não aguentava mais ficar longe, não é? — Trempel disse com um sorriso compreensivo enquanto se aproximava de Eugene. — Se for esse o caso, que tal morar em Aroth permanentemente? Ah, ahem. Também ouvi notícias sobre você, Lorde Eugene. Dizem que você voltou de Samar levando mais de cem elfos com você? Embora eu tenha ouvido que a floresta na propriedade principal do clã Lionheart é bastante espaçosa e bonita, estritamente falando, ela realmente não pertence a você, não é, Lorde Eugene?
— Sim, bem… — Eugene tentou não se comprometer.
— Acontece que você também é um adulto agora, então… Até quando pretende ficar na propriedade principal onde tantos olhares estarão sobre você? Lorde Eugene, se desejar, posso encontrar uma luxuosa mansão para você na capital. Quanto aos elfos que recolheu na floresta, há uma floresta pertencente ao Palácio Real onde eles podem… Viver… Em… Uh… O que exatamente você está fazendo? — Trempel perguntou, arregalando os olhos enquanto olhava para Eugene.
Eugene circulou em torno da Bruxaria, que estava no centro do corredor, e agora estava parado na frente de Akasha, que estava pendurado na parede.
Trempel percebeu algo e caiu na gargalhada.
— Ahaha! Então é isso! Lorde Eugene, você ainda não tem seu próprio cajado, certo? Lembro-me da primeira vez que visitei o Salão de Sienna aqui. Essa… Foi a primeira vez que vi um equipamento tão incrível e bonito. Assim como você, eu estava fascinado… A varinha que eu estava usando não era mais agradável aos olhos, então eu realmente me dei muito trabalho para conseguir um cajado feito de madeira de árvore encantada…
Na sua idade, Eugene ainda tinha um lado fofo. Trempel caminhou até Eugene com um sorriso divertido.
— É extremamente difícil de obter e, mesmo quando disponível, não há garantia de que você conseguirá obtê-lo. Mas se Lorde Eugene se juntasse aos Magos da Corte… — Trempel parou de falar sugestivamente.
Sem dar qualquer resposta, Eugene estendeu a mão para Akasha. Trempel não sentiu nenhuma necessidade de impedi-lo de fazer isso. Neste salão, não havia regras proibindo os convidados de segurarem Akasha diretamente. Isso porque não havia sentido em fazê-lo. Akasha não reconhecia ninguém além da Sábia Sienna como sua mestra.
— Sir Eugene? — Ao contrário de Trempel, Mer estava ao lado de Eugene. Ela sentiu que havia algo diferente acontecendo no sorriso que estava no rosto de Eugene. — O que você está fazendo agora?
— O que acha? Você pode dizer apenas olhando. — Eugene riu enquanto continuava a estender a mão para Akasha. — Assim como da última vez, quero tentar segurá-lo.
— Espere… — Mer disse, seu rosto ficando branco.
A mana de Eugene estava se movendo. Não era apenas uma simples infusão de mana, sua mana estava se movendo como se estivesse executando algum tipo de técnica. O que isso significava era claro. Eugene estava tentando usar algum tipo de magia.
O sorriso de Trempel desapareceu instantaneamente. Era proibido usar magia em Acryon. Este era um tabu forte que não poderia ser comparado com a proibição de sobrevoar a capital.
Os tomos que estavam guardados em Acryon eram os maiores feitiços de Aroth, não, não seria exagero dizer que eram os maiores feitiços da história da magia. Portanto, eles precisavam ser cuidadosamente protegidos.
Como tal, ninguém poderia usar magia em Acryon. Seja o Comandante dos Magos da Corte, um Mestre da Torre ou até mesmo a família real de Aroth.
— Lorde Eugene! — Trempel soltou um rugido.
Este tabu estava sendo violado bem na frente de seus olhos. Mer rapidamente estendeu a mão e agarrou o colarinho de Eugene.
— O-O que você pensa que está fazendo?! — Mer exigiu. — Você deve estar bem ciente, Sir Eugene! Usar magia em Acryon é-
— Eu sei. — Disse Eugene com um aceno de cabeça enquanto puxava Akasha para mais perto. — No entanto, sem usar magia, não poderei levar isso comigo, então o que mais posso fazer?
Mer não conseguiu dizer nada em resposta a essas palavras.
Fwooosh!
O Coração do Dragão embutido na ponta do Akasha explodiu em luz.