Capítulo 180: Ariartelle (5)
Quando Ciel perguntou sobre o anel, Eugene arregalou os olhos, imaginando o que ela queria dizer com um anel.
“Espera… Um anel?” Eugene percebeu.
— Ah. — Eugene ergueu a mão esquerda e olhou para o anel de Agaroth em seu dedo anelar. Embora estivesse usando um anel, ele realmente não o sentia, e ele não o impedia de apertar, abrir ou mover a mão.
Olhando para frente e para trás entre o anel e Ciel, Eugene explicou.
— É um presente…
— De quem? — Ciel perguntou rapidamente.
Era uma pergunta difícil de responder, já que o anel era de Ariartelle, o dragão. Ele não havia feito nenhum voto usando Dracônico para não falar nada sobre ela para outra pessoa, mas Eugene não tinha intenção de falar sobre Ariartelle a menos que realmente precisasse.
— Não posso dizer. — Respondeu Eugene com um sorriso desajeitado. Arrependido de ter dito a Ciel que o anel era um presente, Eugene viu os olhos de Ciel perderem o foco. Não eram apenas os olhos dela, porque Ciel cerrou os punhos com força e mordeu os lábios previamente abertos.
— Você não pode. Me. Dizer? Por quê? — Ciel não planejava ficar furiosa com esse assunto. Seu plano era lidar com a situação de forma racional e calma, mas a mente e as emoções de uma pessoa muitas vezes contradiziam a racionalidade dela.
Além disso, uma pessoa muitas vezes não conseguia analisar objetivamente suas emoções. Por exemplo, a pessoa obviamente parecia zangada, mas recusava-se a reconhecer que estava zangada.
Não que lhes faltasse a capacidade de fazer tal julgamento, mas fingiam fazê-lo mesmo conhecendo seus verdadeiros sentimentos, ou não queriam admitir suas emoções, porque estavam envergonhadas.
Também se aplicava a Ciel, porque ela achava que não estava furiosa e não tinha motivos para ficar com raiva. Um anel? E daí? Mesmo que acreditasse que não era nada, o pensamento não veio naturalmente à sua mente, pois era apenas uma autojustificação desesperada.
Ciel Lionheart era uma humana de vinte anos que provocava e irritava os outros, em vez de ser provocada e irritada. Portanto, ela não queria admitir esse aborrecimento complicado, mas simples, que estava sentindo agora. Enquanto isso, ela balançava os punhos e mordia os lábios, expressando descaradamente sua irritação para Eugene.
— Uh… Você está bem? — Eugene perguntou cautelosamente, sentindo um arrepio na espinha.
Dando um passo para trás, Eugene abaixou a mão esquerda, mas aí então, Ciel agarrou o pulso de Eugene.
— Hum. — Ciel levantou uma de suas sobrancelhas, olhando para o anel de ouro de aparência comum. O anel realmente não tinha uma joia cara, não, era realmente feito de ouro? Talvez o anel fosse folheado a ouro ou feito de outro minério. Quando ela chegou a essa conclusão, a cor do anel no dedo anelar de Eugene parecia desbotada.
— Não parece caro. — Ciel comentou.
— Não tenho certeza do preço… — Eugene olhou para o anel.
— Não parece bom para os membros da família principal Lionheart usar um anel barato… — Ciel parou depois de ver o velho colar no pescoço de Eugene através da abertura em sua camisa. Se sua memória não falhava, Eugene já usava aquele colar há sete anos.
Embora Gilead soubesse que o colar era da casa do tesouro dos Lionheart, Ciel e Cyan não sabiam disso por um motivo simples. Sete anos atrás, Eugene pegou duas coisas: o colar e Winith, da casa do tesouro dos Lionheart, e Gilead não queria que seus filhos ficassem com ciúmes e tratassem Eugene com indiferença. Portanto, Ciel e Cyan já haviam apresentado uma teoria: como Eugene nunca tirava o colar, mesmo quando estava dormindo, talvez ele fosse da falecida mãe de Eugene.
“Eu sou tão idiota…!” Ciel gritou em sua mente.
O colar era tão antigo que não poderia ser chamado de luxo nem mesmo como uma brincadeira, mas aquele colar provavelmente era da falecida mãe de Eugene, tornando-o o tesouro mais valioso para ele. Ciel havia se esquecido completamente do colar e fez um comentário sobre como Eugene estava usando um acessório barato… Sem saber o que fazer, Ciel andou na ponta dos pés ao redor de Eugene.
Na verdade, era dos pais falecidos de Hamel, mas não significava muito agora. Eugene estava usando, porque o colar era de sua vida passada.
— Uh… — Cyan falou enquanto se aproximava. Como Ciel estava com problemas, ele pensou que tinha que ajudar sua irmã. No entanto, como deveria ajudá-la? Bem, ele fez Eugene e Ciel olharem para ele falando.
Cyan viu como os olhos de Ciel perderam o foco. Sua irmã, que nasceu alguns segundos depois dele, sempre parecia travessa, mas estava se sentindo perdida.
— Você… Você é econômico, haha. — Cyan disse enquanto ria.
Embora ele tivesse juntado algumas palavras… Sentiu que deveria haver palavras melhores para escolher. Olhando para frente e para trás entre Ciel e Eugene, Cyan continuou.
— O anel… Uh… Deve ter características especiais… Que as pessoas comuns não conhecem, já que você o está usando…
Os olhos de Ciel começaram a focar novamente pouco a pouco, e ela bufou desajeitadamente em um tom alto. No entanto, ela tinha certeza de que controlava perfeitamente suas emoções e escondia com sucesso como havia sido abalada.
— Então você não pode nos dizer quem te deu esse anel? — Ciel perguntou baixinho.
— Você não deveria respeitar a privacidade dos outros? — Eugene respondeu.
Ao ouvir a pior resposta, Ciel ergueu as sobrancelhas, fazendo Cyan suar frio. Dezra nunca quis se envolver na conversa, então manteve sua bunda perto da sela enquanto mantinha sua posição instável em cima das costas do wyvern. Apesar de se sentir frustrada com a conversa, Mer comia batatas fritas dentro do manto de Eugene.
— O anel! — Cyan interrompeu apressadamente. — Usar o anel no dedo anelar esquerdo tem um significado especial, certo? É por isso que a história do seu anel é assunto seu, e você não pode nos contar, certo?
— O quê? Por que todos estão tão interessados no meu anel? — Eugene ergueu uma das sobrancelhas.
— Claro, estou curioso, já que você é meu irmão. Apenas uma semana atrás, você não usava nenhum anel, então não seria natural para nós ficarmos curiosos se de repente você estivesse usando um anel em seu dedo anelar? Claro… Claro, compartilhar anéis com outra pessoa é totalmente seu direito… — Cyan falou dramaticamente.
— Não, você está entendendo errado. Este não é um anel compartilhado. — Eugene riu levemente, acenando com a mão. — Este é um artefato mágico, não um acessório de moda. A razão pela qual não posso falar sobre quem me deu—
— Magia! — Cyan de repente gritou e foi até Ciel, colocando o braço em volta do ombro dela. — Foi isso! Você não tem outra escolha, já que é um artefato mágico. A magia é… Realmente um estudo misterioso e secreto, certo?!
— O quê? — Eugene perguntou de volta em descrença.
— As pessoas não devem falar apressadamente sobre magia, então você não tem escolha. Considerando sua personalidade, você deve ter um bom motivo para não falar sobre isso. — Cyan concluiu com orgulho, sorrindo sem jeito.
— Tem razão, sir Cyan! — Mer colocou a cabeça para fora do manto. Então, limpando as migalhas da boca, Mer continuou: — O anel contém um voto mágico. Como você não é um mago, pode não estar ciente disso, mas o dedo anelar esquerdo simboliza um contrato, uma promessa e uma conexão. E tal ritual é muito importante na magia.
— É mesmo? — O rosto de Ciel se soltou mais.
— Sim, é verdade! E assim como Sir Cyan mencionou, a magia deve ser secreta. É por isso que Sir Eugene não pode te dizer, sim! — Mer apoiou Cyan.
Embora Mer quisesse que a conversa continuasse, parecia que as coisas iriam se transformar em um desastre se deixasse-a continuar no rumo atual, e não era isso que Mer desejava. Para ser honesta, assistir à reação revigorante de Ciel dentro do manto de Eugene foi bem divertido.
“Bem, todas as suas tentativas serão inúteis quando a Senhorita Sienna retornar”, Mer pensou, já sentindo uma sensação de superioridade como uma vencedora.
— É meeeeeesmoooo? — Ciel sorriu, balançando a mão de Eugene para cima e para baixo, que estava segurando até agora.
“Não acredito que fiquei tão incomodada”, Ciel pensou incrédula.
Depois de se acalmar muito rapidamente, Ciel falou agradavelmente:
— Não há escolha se houver magia envolvida. Por que você não me contou antes?
Ela sabia que tinha ficado furiosa com um assunto estúpido, só porque envolvia Eugene. Seu irmão pervertido se entregava a livros pornográficos que escondia em seu quarto desde que era pequeno, mas Eugene não tinha feito isso uma única vez, não para o conhecimento de Ciel. Eugene era estóico e se dedicava a treinar e se aprimorar a ponto de Ciel não acreditar que Cyan e Eugene tinham a mesma idade.
“Ele encontrou um mago errante que estava escondendo sua identidade ou algo assim?” Ciel se perguntou.
Os Dragonic tinham Alchester Dragonic, o melhor cavaleiro do império, como seu Patriarca. Embora eles carecessem de vários aspectos em comparação com os Lionhearts, havia a possibilidade dos Dragonic terem um mago isolado com uma identidade oculta como membro do clã.
— Consegui! — Dezra exclamou por trás. O wyvern que se recusava a se mover de acordo com a vontade de Dezra agora seguiu seu exemplo e bateu suas asas.
— Senhorita Ciel, olhe! Meu wyvern abriu suas asas! — Dezra orgulhosamente chamou Ciel.
— Cala a boca, Dezra! — Ciel soltou a mão de Eugene e olhou para Dezra por falar com ela quando estava tendo uma boa conversa.
* * *
Mais uma semana se passou.
Depois que Eugene se levantou da cama, piscou incrédulo, porque Akasha estava flutuando no meio de seu quarto. Ariartelle disse que enviaria Akasha para Eugene… E literalmente apenas enviou para ele. Da rústica Bollanyo, Akasha voou até o quarto de Eugene na propriedade principal dos Lionheart.
— Bem… Hmm… Ela não se preocupou com alguém roubando ou pássaros fazendo cocô nele…? — Eugene franziu a testa.
Claro, Ariartelle lançou todos os tipos de proteções em Akasha para possíveis acidentes, desde um feitiço invisível até uma barreira mágica para proteger o cajado de tempestades de chuva e poeira. Ainda assim, Eugene resmungou quando estendeu a mão para ele.
Akasha parecia o mesmo. No entanto, quando agarrou o cajado, a visão de Eugene piscou uma vez.
“Ela melhorou o sistema de circulação de mana de Akasha”, analisou Eugene.
Trezentos anos atrás foi há muito tempo. Embora Akasha tenha sido feito por um dragão, ele tinha um lado antiquado na perspectiva de um mago da geração atual. Ariartelle, sendo um dragão de nova geração, descobriu isso e atualizou o sistema de circulação para o padrão atual.
“Bem, não havia nenhum sistema padronizado da Fórmula Mágica dos Círculos quando Akasha foi feito…” Eugene assentiu.
Isso sempre resultou em um pouco de atraso e um pouco da mana de Eugene sendo desperdiçada ao usar a Fórmula Mágica dos Círculos com Akasha.
— Então o dragão aprendeu a Fórmula Mágica dos Círculos da Senhorita Sienna, certo? — Mer perguntou, colocando a cabeça para fora do manto que Eugene havia colocado de lado.
Durante sua estada na Propriedade dos Dragonic, Ariartelle derramou intenso Pavor do Dragão, e Mer estava por perto. Embora tenha passado uma semana desde que voltaram da propriedade, Mer rastejou para dentro do manto todas as noites, incapaz de esquecer o medo que sentiu naquela época.
— Ela melhorou o sistema de circulação de acordo com a Fórmula Mágica dos Círculos, então sim, ela provavelmente o fez. — Eugene concordou.
— Isso significa que a Fórmula Mágica dos Círculos da Senhorita Sienna é tão excepcional que até um dragão a reconhece, certo?! — Mer gritou de emoção.
— Por que você está trazendo isso de repente…? Além dos dragões, a maioria dos magos aprende a Fórmula Mágica dos Círculos. — Eugene inclinou a cabeça em confusão.
— Um humano aprendendo sobre a Fórmula Mágica dos Círculos é totalmente diferente de um dragão aprendendo sobre ela! Um dragão, não, a raça da magia está reconhecendo a habilidade da Senhorita Sienna! Essa é a minha Senhorita Sienna! — Mer rastejou para fora do manto, fazendo barulho. Então rapidamente subiu até a cama de Eugene. Apesar de sua aparência animada, apenas pensar em um dragão a fez lembrar o quão assustada estava quando enfrentou o Pavor do Dragão de Ariartelle nas proximidades.
Sentindo o leve tremor de Mer, Eugene enrolou um cobertor em volta dela sem dizer nada.
— Hum. — Eugene se concentrou em se conectar com Akasha. Ele pôde entender o que havia mudado e foi adicionado imediatamente.
“As consequências que tinha ao usar magia de alto escalão diminuíram. A criação das fórmulas tornou-se mais organizada e rápida…” Eugene passou pelas mudanças uma a uma.
Ele era atualmente um mago do Quinto Círculo que poderia usar até magia do Sétimo Círculo com a ajuda de Mer e Akasha, mas com toda a justiça, era arriscado para ele usar feitiços de alto escalão durante as batalhas.
Por meio do sistema de circulação aprimorado, os feitiços de alto escalão se tornariam menos complicados e Eugene poderia usar sua mana com mais eficiência ao usar Akasha. Eugene não esperava que Ariartelle fosse generosa o suficiente para atualizar o cajado, então sorriu ao olhar para o Coração do Dragão no topo de Akasha.
Ele podia ver o feitiço Dracônico gravado por Ariartelle. Não incluía nenhuma fórmula específica; em vez disso, o método para usar o feitiço Dracônico gravado foi transmitido diretamente para a cabeça dele através de Akasha. Depois de entender o método, Eugene se levantou.
— Hum…
Depois de olhar ao redor, Eugene se lembrou de seu colar, então o tirou e o fez ressoar com Akasha.
Woosh!
No momento em que a luz dentro do Coração do Dragão piscou, Eugene pôde ver a imagem de alguém em sua cabeça.
“Sou eu.” Eugene percebeu.
Era uma vaga imagem dele de sua vida passada, mas a imagem logo se sobrepôs ao seu eu atual. Akasha estava mostrando a memória que estava gravada em sua alma? Onde era isso? Quando Eugene infundiu mais de sua mana, pôde ver a propriedade dos Lionheart.
“As coordenadas são… Não consigo ler as coordenadas e parece que Akasha não pode me mostrar a localização exata do alvo. Sim, Ariartelle me disse que um local e as coordenadas são inúteis se eu for além do espaço e atingir uma dimensão. Preciso encontrar uma conexão concreta…” Eugene pensou enquanto fechava os olhos e entendia o conceito dentro do feitiço Dracônico.
Ele agora tinha que encontrar algo conectado a Raizakia e fazê-lo ressoar com Akasha. Se o objeto estivesse indubitavelmente conectado a Raizakia, Eugene poderia forçar a abertura de um portal dimensional e alcançar a fenda onde Raizakia estava vagando.
“As coordenadas espaciais não são fixas, então sempre mudam pouco a pouco, exigindo um cálculo complicado”, pensou Eugene.
Depois de desistir de calcular as coordenadas, Eugene expandiu seu raio de busca para um nível dimensional. Olhar para um lugar onde o alvo pertencia de longe era o suficiente, então Eugene sorriu quando estendeu a mão para o Manto das Trevas, planejando realizar vários testes.
A primeira arma que Eugene puxou foi Winith. Quando colocou Akasha perto de Winith, a espada tremeu instantaneamente, fazendo Tempest reagir imediatamente.
[É um feitiço desagradável] Tempest resmungou.
— Coopere. — Eugene falou concisamente.
[Hamel, não posso recusar se você pedir, mas tenha isso em mente. Por muito tempo, inúmeros seres localizaram o mundo espiritual e tentaram entrar, inclusive vários dragões. No entanto, ninguém tem permissão para entrar aqui.]
— Por que você simplesmente não diz que morrerei se for para o mundo espiritual só porque o encontrei. — Resmungou Eugene, fazendo Akasha ressoar com Winith.
A tentativa atual fez a cabeça de Eugene doer. Ao contrário da tentativa anterior, ele não conseguia ver Tempest e o espaço ao qual ele pertencia.
[Então, você não pode forçar a abertura do portal do mundo espiritual? Acho que o feitiço apenas permite que você abra a porta para um lugar dentro dessa dimensão. Bem, não há como um jovem dragão ignorar a lei estrita do mundo espiritual e abrir um portal para outra dimensão.] A voz de Tempest se iluminou um pouco.
— Então o feitiço será inútil se Raizakia estiver em outra dimensão. — Disse Eugene aborrecido.
[Hamel, você já não sabe a resposta para sua pergunta? Se Raizakia estivesse em algum lugar em outra dimensão, Sienna Merdein e os elfos não seriam mais afetados por sua maldição.] Tempest lembrou Eugene.
Sabendo que Tempest estava certo, Eugene sentiu-se um pouco desapontado quando colocou Winith no chão e puxou a Espada do Luar.
[Não é perigoso?] Tempest perguntou, porque ele também conhecia muito bem o poder da Espada do Luar, a misteriosa espada que havia sido encontrada nas ruínas subterrâneas de Helmuth. Embora Tempest fosse o Rei Espírito do Vento que existia desde os tempos antigos, ele nunca tinha ouvido falar de um mito ou lenda sobre a Espada do Luar no continente.
[Hamel, você também pode estar ciente, mas essa coisa é… Destruição na forma de uma espada. Você pode experimentar uma consequência inesperada da espada.]
— A Espada do Luar tem a conexão mais forte com Vermouth. — Eugene falou, desembainhando a Espada do Luar sem uma única hesitação.
Woosh…!
Quando o luar pálido e escuro formou uma lâmina da Espada do Luar, Mer se aconchegou no cobertor.
— Raio Pernoa, Lança Dracônica, Espada Sagrada… Todas as armas tinham suas próprias histórias e donos anteriores, antes de Vermouth começar a usá-las, mas a Espada do Luar não tinha histórico de uso antes de Vermouth. Embora seja eu quem esteja empunhando-a agora, Vermouth a usou com muito mais frequência, por mais tempo e melhor do que eu. — Raciocinou Eugene.
[Isso é verdade, mas…]
— Não estou colocando muita esperança nisso, já que é o Vermouth. Aquele maldito meticuloso até fez um funeral para fingir que morreu, então deve ter apagado todos os vestígios que poderiam levar a ele. No entanto, sempre há aquele ‘e se’, certo? Mesmo que eu falhe em encontrá-lo, talvez consiga localizar os fragmentos da Espada do Luar. Eugene disse, trazendo Akasha para perto da Espada do Luar. No momento em que o luar dela afastou a magia de Akasha, Eugene mediou instantaneamente entre os dois.
Quando ele encontrou pela primeira vez o fragmento da Espada do Luar, três anos atrás, treinou sua habilidade de controle de mana usando o fragmento e, depois disso, obteve o cabo da espada no túmulo do deserto. Era difícil controlar o fragmento da Espada do Luar, mas ele podia usar o cabo da espada.
O processo de tornar isso possível tinha sido extremamente difícil. Enquanto segurava a Espada do Luar, usou magia e liberou sua espada de força para domá-la.
Woong…!
Através da mediação de Eugene, o feitiço Dracônico de Akasha foi lançado na Espada do Luar.
“Isto é…” Eugene pensou.
Algo tinha aparecido dentro de sua cabeça.
“O que estou…” Eugene ficou ligeiramente boquiaberto.
Algo apareceu, se espalhou e manchou sua mente.
“O que estou vendo?”
Agora estava escuro como breu. Era… O céu?
“Isso é…” Eugene apertou os olhos.
No entanto, não tinha ideia do que estava vendo agora. Estava tão escuro… Não havia nada por perto, não, ele não conseguia ver nada…
“Vermouth?”
Clacla.
Ele tinha ouvido o som antes… Onde tinha ouvido?
Clacla.
O som de correntes de ferro sendo arrastadas no chão ecoou na escuridão oscilante.
Dois raios de luz vermelha apareceram no centro.
— Não olhe. — Sussurrou-lhe alguém baixinho.
“O Rei Demônio do Encarceramento.” Eugene percebeu quem havia sussurrado para ele.
A escuridão assumiu um tom escarlate, e Eugene sabia o que era aquela luz.
….
…….
……….
[Hamel!] Tempest gritou dentro da cabeça de Eugene.
— Sir Eugene! — Mer gritou ao lado dele.
As duas vozes trouxeram Eugene de volta à realidade, mas sua visão ainda estava vermelha.
— Porra! — Praguejou Eugene enquanto enxugava as lágrimas de sangue que escorriam por seu rosto.